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REGIÃO CARBONÍFERA, SEXTA-FEIRA, 04 DE NOVEMBRO DE 2011
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GERAL
Região tem 4,94% da
população em situação
de extrema pobreza
Rodrigo Ramazzini
A Região Carbonífera tem um problema social que possui ares de invisibilidade aos
olhos de uma sociedade cada vez mais voltada para si mesma: a situação de pessoas na
linha de extrema pobreza. Mas, por hora, os
números trazem luz a essa condição e a dimensão do desafio a ser encarado para diminuir a desigualdade social. Para se ter uma
ideia do tamanho do problema, por aqui, existem 6.678 pessoas, ou 4,94% da população da
região, que se encontra nessa situação de extrema pobreza. O número é acima da média do
próprio Estado, que é de 2,87% de seus habitantes nessa condição.
Esses dados da região e do total do Rio
Grande do Sul foram mostrados em um evento
promovido pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), na última terça-feira, 1º, com base em estatísticas do IBGE
e apresentados com um diagnóstico sobre a
pobreza do RS pelos economistas Marcos
Wink e Clítia Helena Backx, da Fundação de
Economia e Estatística (FEE).
Barão preocupa. Triunfo
desigual
O município da Região Carbonífera em que
essa desigualdade social está mais acentuada
é Barão do Triunfo, com 14% dos habitantes
em situação de extrema pobreza, como destaca Marcos Wink, ao analisar os números dos
oito municípios:
- Ressaltamos Barão do Triunfo como um
destaque negativo se compararmos com a média do Estado. Os outros municípios não podemos afirmar com clareza essa relação. Chama a atenção, também, o município de Triunfo, o maior PIB per capita do Estado, ter um
percentual de extremamente pobres superior a
média do Rio Grande do Sul. Isso indica que
ou a renda gerada no município não é apropriada pelo mesmo, ou existe uma desigualdade
grande, ou uma combinação de ambos – explica o economista.
No entanto, adverte Wink, os motivos específicos para que se chegasse a essa condição da região precisam de uma análise mais
ampla porque existe um comportamento semelhante ao do Estado, diferentemente do
Noroeste do RS, em que as causas são específicas da região.
Caminhos para diminuir
a pobreza
Para o economista, os caminhos para diminuir a pobreza passam por duas condições:
- Associamos a pobreza a algumas questões, como a estrutura produtiva e a educação. Acreditamos que se deve olhar atentamente para os principais produtos da estrutura produtiva dos municípios pobres e verificar, a partir disso, qual plano econômico de
incentivo deve-se adotar. Quanto à educação,
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O número é
acima da
média do
próprio
Estado, que
é de 2,87%
de seus
habitantes
nessa
condição.
constatamos uma grande relação entre analfabetismo e pobreza. Um ensino básico de qualidade pode ser uma das ferramentas de longo
prazo para o combate a pobreza - afirma.
Pelo Estado
O Rio Grande do Sul é o 24º Estado na linha
nacional de pobreza extrema, com 2,87% de
sua população nessa condição. Essa porcentagem equivale a 306.651 pessoas. Desse total
de gaúchos nesta condição de carência, 13,7%
não são alfabetizadas. Em termos étnicos,
66,5% são brancos, 19,9% são pardos, 9,9%
negros, enquanto 3% são indígenas.
Conforme os dados, 34,8% dessa parcela
de gaúchos habita o meio rural; enquanto que
65,2 %, a zona urbana. Proporcionalmente, no
entanto, há mais pessoas extremamente pobres no campo do que na cidade.
Os três municípios gaúchos com os índices de pobreza absoluta mais elevados são
Redentora, com 29,7% de sua população nessa situação, Lajeado do Bugre, com 29,1%; e
Benjamin Constant do Sul, com 19,9%. Entre
os dez municípios com os índices mais graves, a maioria se localiza no norte do Estado,
mais especificamente na Mesorregião Noroeste. Além disso, todos são essencialmente
agropecuários.
Conceitos de pobreza
De acordo com Clítia Martins, a pobreza é
um fenômeno complexo e multidimensional,
que envolve diversos fatores, como renda, ha-
bitação, saneamento, aspectos culturais e geográficos. Para quantificá-la, é necessário utilizar alguma dessas referências:
- Estabelecemos como critério, portanto, a
insuficiência de renda - afirmou.
Define-se como “pobreza extrema ou absoluta” a situação de pessoas que não têm as
mínimas condições para uma vida digna, como
o acesso à água potável, moradia em condições salubres e alimentos saudáveis; enquanto que a pobreza relativa utiliza como referência os padrões de consumo de uma determinada sociedade.
A linha nacional de pobreza extrema compreende as pessoas que recebem individualmente até R$ 70 por mês. Conforme os dados, o
número de brasileiros nessa situação representa 8,53% da população nacional. O Estado que
3/11/2011, 20:27
apresenta o quadro mais grave é o Maranhão,
com 25,72% de sua população em pobreza absoluta, seguido pelo Piauí, com 21,35%.
Problemas causados
pela pobreza
Dentre os problemas graves relacionados
à pobreza extrema estão: fome endêmica e desnutrição crônica; epidemias, doenças mentais
e psicológicas, baixa expectativa de vida e
maior vulnerabilidade a catástrofes e a efeitos
das mudanças climáticas.
* Com colaboração de Stela Pastore – Assessora de comunicação do CDES
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O número é acima da média do próprio Estado, que é de 2,87% de