Estimativa das necessidades de rega de espaços verdes da cidade de Mirandela Gualter João Sousa Ferreiro Dissertação apresentada à Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Bragança para obtenção do Grau de Mestre em Agroecologia Bragança Nove mbro, 2011 Estimativa das necessidades de rega de espaços verdes da cidade de Mirandela Gualter João Sousa Ferreiro Dissertação apresentada à Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Bragança para obtenção do Grau de Mestre em Agroecologia ORIENTADOR: Prof essor Doutor António Castro Ribeiro Bragança Nove mbro, 2011 ii iii À Teresa e ao Nuno iv Agradecimentos A elaboração deste trabalho teve o contributo e o apoio de várias pessoas a quem deixamos expresso o nosso sincero reconhecimento pelas valiosas contribuições prestadas. À Câmara Municipal de Mirandela, na pessoa do seu Presidente, José Mar ia Lopes Silvano, pela disponibilidade de meios materiais e espaço f ísico que nos proporcionaram a realização deste trabalho. Ao Prof essor António Castro Ribeiro , na qualidade de orienta dor é devido um agradecimento especial não só pela sua pronta disponibilidade para a orientação e correcção deste trabalho, bem como pelo incentivo e valiosos ensinamentos transmitidos. À Prof essora Margarida Arrobas e seus colaboradores, pelo contributo prestado na análise de amostras de solos, na determinação das propriedades hidráulicas e f ísicas do solo da zona em estudo, assim como no esclarecimento de dúvidas. À Maria Gouveia, pela sua humildade, apoio e disponibilidade na elaboração e tratamento de d ados em SIG. Aos trabalhadores do Munic ípio , na área de espaços verdes, Francisco, Manuel, Isid ro, Eduardo e tantos outros, pela disponibilidade, colaboração prestadas na realização dos ensaios de unif ormidade . À minha família, que mais uma vez me apoiou nesta etapa pela compreensão que sempre prestaram na realização deste trabalho, e a todos os outros amigos que com amizade estiveram presentes. A todos aqueles que de algum modo contribuíram para a elaboração deste trabalho. v Resumo O desenvolvimento tecnológico tem conduzido ao fabrico de equipamentos modernos para automatização da rega, com especial relevância para os sistemas de rega dos espaços verdes . Assim, torna -se bastante oportuno o desenvolvimento de metodologias para a dete rminação das necessidades de rega que permitam uma utilização mais ef iciente desses equipamentos e uma melhor gestão da rega. Neste trabalho f az -se uma estimativa das necessidades hídricas e de rega para oito hidrozonas dos espaços verdes da cidade de Mira ndela. Com o objectivo de avaliar o desempenho dos sistemas de rega por aspersão , com o objectivo futuro de implementar sistema s de gestão da rega mais ef iciente s, f oram realizados ainda ensaios de uniformidade de rega. As necessidades hídricas dos espaços verdes foram estimadas a partir da evapotranspiração de ref erência (ETo) e do coef iciente de espaços verdes, parametrizado com base nas características dos espaços verdes seguindo as metodologias propostas por vários autores em estudo s recentes. As necessidades de rega foram calculadas com base no balanço hídrico do solo, simulado utilizando o programa CropW at (v.8). Os resultados mostram que o desempenho dos sistemas de rega é f raco, na maioria das hi drozonas estudadas. O valor médio da unif ormidade de distribuição no quartil mínimo f oi de 25,9 % e do coef iciente de uniformidade 43,9 %. Analisa -se o f raco desempenho dos sistemas de rega e sugerem-se intervindo ao medidas nível da para substituição a melhoria de do seu equipamentos e desem penho contro lo de variáveis com inf luência no débito dos emissores. As necessidades líquidas de rega entre as várias hidrozonas estudadas variam consideravelmente e ref lectem as dif erenças no tipo de vegetação, das características dos espaços e da sua envolvente. vi Abstract The technological development is leading to the emergence of modern equipment f or the automation of irrigation systems, with spec tial relevance f or landscape irrigation systems. Thus, the development of methodologies f or irrigation requirements of landscape , that allowed an improvement of the utilization of those technologies and equipment and consequently to an improvement in irrigation managemen t, is very timely and opportune . In this study, water requirements f or landscape irrigation in Mi randela city landscape were estimated . In order to evaluate the sprinkler irr igation systems perf ormance, w ith the purpose applying an eff icient irrigation management program, unif ormity experiments were also conducted The landscape water requirements were estim ated with the combination of ref erence evapotranspiration (ET o) with the landscape coeff icient (K L ), parameterized f rom methodologies landscape proposed by characteristics several authors in f ollowing recent recent studies. The landscape Irr igation require ments were calculated based in soil water balance simulations using Cropwat (v.8) program. The results show a poor performance of irr igation systems in the majorit y of landscape hydrozones. The average value of low quarter unif ormity distribution was just 25.9 % and unif ormity coeff icient 43.9 %. The poor performance is analyzed performance are suggested and measures to improve the irrigation such as equipment replacement and an eff icient control of variables which inf luence the sprinkler f low. The total irrigation requirements variability of landscape hydrozones ref lects the diff erent type existing vegetation and the characteristics of the places and its environment . vii Índice 1 Introdução ....................................................................................... 1 2 Caracterização do clima da área de estudo ......................................... 3 2.1 Temperatura do ar ................................ ......................................... 3 2.2 Precipitação ................................................................................. 5 2.3 Humidade ..................................................................................... 7 2.4 Vento ........................................................................................... 7 2.5 Insolação ..................................................................................... 8 2.6 Nevoeiro ...................................................................................... 9 2.7 Geada ........................................................................................ 10 3 Estimativa das necessidades hídricas dos espaços verdes ................. 11 3.1 Evapotranspiração de ref erência (ETo) .......................................... 11 3.2 Evapotranspiração dos espaços verdes (ET L ) ................................. 12 3.2.1 Coef iciente de espaços verdes (K L ) ............................................ 15 3.2.1.1 Coef iciente de vegetação ( K v ) ................................................. 16 3.2.1.1.1 Plantações de múltiplas espécies ......................................... 18 3.2.1.2 Coef iciente de densidade ( K d ) ................................................. 20 3.2.1.3 Coef iciente Microcl imático ( K m c ) .............................................. 22 3.2.1.4 Coef iciente de stresse intencional ( K s m ) ................................... 24 4. Balanço hídrico do solo e necessidades de rega .............................. 25 4.1 Modelos de simulação do balanço hídrico para a determinação das necessidades de rega ................................ ....................................... 28 5 Material e métodos ......................................................................... 30 5.1 Localiza ção e caracterização das parcelas/hidrozonas .................... 30 5.2 Avaliação da unif ormidade de rega ............................................... 31 5.2.1 Metodologia de avaliação de campo ........................................... 31 5.2.1.1 Equipamentos e materiais utilizados ................................ ........ 32 5.2.1.2 Procedimentos de campo ........................................................ 32 5.2.1.3 Cálculo dos indicadores de desempenho .................................. 34 5.3 Análise f ísica d os solos ............................................................... 36 5.3.1 Equipamentos e materiais utilizados ........................................... 36 5.3.2 Determinação dos pontos da curva característica de humidade do solo ................................................................................................. 37 5.3.3 Determinação de propriedades f ísic as do solo ............................. 37 5.4 Coef icientes dos espaços verdes .................................................. 38 viii 6 Resultados e discussão .................................................................. 39 6.1 Avaliação de desempenho dos sistemas de rega ............................ 39 6.2 Necessidades hídricas dos espaços verdes .................................... 48 6.2.1 Evapotranspiração de referência ................................................ 48 6.2.2 Caracterização das hidrozonas. Coef iciente dos espaços verdes ... 48 6.2.2.1 Hidrozona Auditório/Biblioteca (AB) ......................................... 48 6.2.2.2 Hidrozona Talude Paliçada (TP) .............................................. 51 6.2.2.3 Hidrozona Aromáticas (AR) ..................................................... 52 6.2.2.4 Hidrozona Prado Natural (PN) ................................................. 54 6.2.2.5 Hidrozona Campo de Voleibol/Nora (CV/NO) ............................ 56 6.2.2.6 Hidrozona Jardim da Praça do Mercado (JPM) .......................... 58 6.2.2.7 Hidrozona Parque José Gama (PJG) ................................ ........ 59 6.2.2.8 Hidrozona Piscina Municipal (P M) ........................................... 61 6.3 Evapotranspiração de espaços verdes ........................................... 64 6.4 Necessidades de rega .................................................................. 65 6.4.1 Capacidade utilizável do solo .................................................... 65 6.4.2 Balanço hídrico e necessidades de rega ..................................... 65 7 Conclusões ................................................................................... 68 Referências bibliográf icas ................................................................. 69 ANEXOS .......................................................................................... 72 ix Índice Figuras F i gura 1 T em perat ura m édi a (♦), m áxim a (▪) e m í nim a (▲ ) m ensal regi st a d a em Mi randel a no perí o do 19 71 -2 000. F ont e: I M (2009). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 F i gura 2 Núm ero m édi o de di as c om t emperat ura m í ni m a do ar i gual ou i nf eri or a 0ºC, t em perat ura m í nim a i gual ou superi or a 20º C e t em perat ura m áx im a i gual ou sup eri or a 25 ºC, em Mi randel a, n o p erí od o. F ont e: I M (2009). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 F i gura 3 Preci pi t ação t ot al m ensal em Mi randel a (19 71 - 200 0). As col una s repre se nt am a preci pi t ação em mm e as l i nh as repr e sent am o núm ero d e di as c om preci pi t ação i gual ou superi or a 0 , 1 mm (♦), com preci pit ação i gual ou superi or a 1, 0 m m (▪) e com preci pi t ação i gual ou sup eri or a 1 0 mm (▲ ). F ont e: I M (2009). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 F i gura 4 G ráf i co om brot érmi co. As col una s r epre se nt am a preci pi t ação m ensal e a band a repr e sent a a am pl it ude ent re o s v al ores m édi os m ensai s d a t em perat ura m áx im a e mí nim a (1971 -20 00). F ont e: I M (2009). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 F i gura 5 Hum i dade rel at iv a do ar regi st a d a à s 9 h ora s, em Mi randel a, no perí odo ( 197 1-20 00). F ont e: I M (2009). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 F i gura 6 I nsol açã o, ex pressa em horas, e m Mi randel a, no perí odo (1 971 2000). (A pen a s 1 6 an o s d e I n sol açã o (h ora s), 1972 - 199 2, m as com f al has no s ano s 1 979, 1 982, 19 87, 19 81. F ont e: I M (2009) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 F i gura 7 Núm ero m édi o de di a s c om i nsol açã o i gual a 0%, i nsol ação m enor o u i gual a 2 0% e i n sol ação m ai or ou i gu al a 8 0 %, em Mi randel a, no perí o do (1971- 200 0). F ont e: I M ( 2009). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 F i gura 8 Núm ero m édi o de di as c om nev oei ro, em Mi randel a, no perí od o (1971- 200 0). F ont e: I M (2009). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 F i gura 9 Núm ero m édi o de di a s c om geada, em Mi randel a, no perí o do (1 971 2000). F ont e: I M (2009). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 F i gura 10 Ex em pl o da div ersi dade de v eget ação num esp aço v erde. . . . . . . . . . . . . . . . 14 F i gura 11 Ex em pl o de espaç o v erde m i st o de al t a den si dad e, con st i t uí do po r árv ores, arb u st o s e pl ant a s de co bert ura do sol o. Adapt a do d e (Áv il a, 2004). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 F i gura 12 Ex em pl o de espaço v erde m i st o de bai x a densi dade, con st i t uí do po r árv ores, arb u st o s e ―m ul chi ng‖. Adapt ado de Áv i l a (2004). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 F i gura 13 Ef ei t o dos edi f í ci os e out ra s co nst ruç õe s, t í pi cas do s am bi ent e s urban o s, na ener gi a di sponí v el para a ev apot ran spi raç ão. Ada pt ado d e Sanj i ao (2010). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 F i gura 14 Loc al i zação da s p arcel a s/ hi droz ona s, on de d ecorre u o t rab al ho ex perim ent al . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 F i gura 15 (A) Me di ção d a pl uv i om et ri a apl i cada par a av ali ação d a uni f ormi dade di st ri bui ção da r ega na p a rcel a/ hi drozona CV/ NO . (B) Asp er sor a ssoci a do a e st a hi d roz ona (m odel o 5000 pl u s, ―Rai n Bi rd‖). . . . . . . . 33 F i gura 16 Mal ha de pl uv i óm et ros para av al iação d a uni f ormi dade di st ri bui ção da rega na parc el a/ hi drozon a CV/ NO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 F i gura 17 Procedi m ent o s ef ect uado s em cada parcel a/ hi drozo na, rel aci onado s c om a m edi ção da pre ssão, m e di ção di rect a do caud al e v el oci dade do v ent o, ant es e no f i nal da real i zação do s en sai os de av al i ação de desem penho. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 F i gura 18 Co l hei t a de am ost ra s d e sol o pert urba da s e não pert urb ada s, recol hi da s à prof undi dade de 0, 0 -0, 1 5 m e 0, 15-0, 30 m , em cada um a da s hi drozona s. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 x F i gura 19 (A) Local i zação da parc el a/ hi droz ona (AB) e, di st ri bui ção e sp aci al da s al t ura s de ág ua rec ol hi das (m m ). (B) Posi ci onam ent o do s col ect ore s num a m al ha de 2, 50 x 2, 50m , durant e a real i zação do e n sai o. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 F i gura 20 (A) Local i zação da p arcel a/ hi droz ona (T P) e, di st ri bui ção e spaci al da s al t ura s de ág ua rec ol hi das (m m ). (B) Posi ci onam ent o do s col ect ore s num a m al ha de 4, 00 x 4, 00m , durant e a real i zação do e n sai o. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42 F i gura 21 Loc al i zação da p arcel a/ hi drozo na (AR) e, di st ri bui ção e spaci al da s al t uras d e águ a recol hi da s (mm ). Posi ci onam ent o dos col ect ore s num a m al ha de 1, 38 x 1, 38m . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 F i gura 22 Loc al i zação da p arcel a / hi drozo na (PN) e, di st ri bui ção e spaci al da s al t uras d e águ a recol hi da s (mm ). Posi ci onam ent o dos col ect ore s num a m al ha de 4 x 4 m . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 F i gura 23 Local i zação da parc el a/ hi drozon a (CV/ NO ) e, di st ri bui ção espaci al da s al t ura s de á gua r ecol hi da s (mm ). Posi ci onam ent o do s col ect ore s num a m al ha de 4 x 4 m . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 F i gura 24 (A) Loc al i zação da p arcel a/ hi drozo na (JPM) e, di st ri bui ção e spaci al da s al t ura s de ág ua rec ol hi das (m m ). (B) Posi ci onam ent o do s col ect ore s num a m al ha de 4, 00 x 4, 00m . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 F i gura 25 Loc al i zação da p arcel a/ hi drozo na ( PJG ) e, di st ri bui ção espaci al da s al t uras de ág ua r ecol hi da s (m m ). Posi ci onam ent o do s col ect ore s (m ) num a m al ha de 4 x 4 m . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46 F i gura 26 L ocal i zação da p arcel a/ hi drozo na (AB) e, di st ri bui ção e spaci al da s al t uras de ág ua recol hi da s em (mm ). Posi ciona m ent o d o s c ol ect ore s (m ) num a m al ha de 4 x 4 m . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47 F i gura 27 Hi dr ozon a (AB), v i sual i zando - se sebe l iv re em bordadur a, O l ea europ aea L. a o l ongo d a sebe. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 F i gura 28 (A) L ocal i zação da hi drozo na ( T P). (B) Di spo si ção d e F rax i nus angu st i f oli a L. num com passo d e 5, 0 0 x 5, 00m e cob ert o v eget al (relv a EF ). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52 F i gura 29 (A) Vi st a geral da hi drozona (AR), (B) Porm enor das pl ant aç õe s da s pl ant as arom át i cas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 F i gura 30 Hi drozo na (PN), ob serv ando -se v eget ação arb óre o -arb u st iv a na orl a da l i nha de águ a. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55 F i gura 31 (A) Vi st a geral da Hi drozona (C V/ NO ), (B) Vi st a das qu adrí cul a s del im i t adas por gra ni t o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57 F i gura 32 Hi drozon a (JPM), di spo si ção d e Ph oenix ca nar iens is . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59 F i gura 33 (A) Vi st a geral da hi drozona (PJG ). (B) Vi st a geral da cobert ura d o sol o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61 F i gura 34 (A) Vi st a da hi drozo na (PM) c om as pl ant açõe s de pl át ano e choup o, (B) Vi st a porm enori zada d a hi drozon a. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62 xi Índice Quadros Q uadro 1 Vel oci dad e m édi a do v ent o (U) em Mi randel a (197 1 -20 00) I M (2009). . 8 Q uadro 2 C oef i ci ent es cul t urai s d e v ári as cu l t uras e rel v ados. T i pi cam ent e os v al ores de Kc p ara a s cul t ura s agrí col a s m udam dura nt e a s e st açõ e s o ano: - v al ores bai x os par a i ní ci o de t em porada (Março/ Abri l ) ou m ai s t arde na é poca (S et em bro/ O ut ubro) e v al o res el e v ados p ara a e st aç ão m édi a (Mai o/ Junho/ Jul ho), (ad apt a do de C o st el l o et al. , 2000). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 Q uadro 3 Co ef i ci ent e de e spéci e (Kv ) p ara c orrecção da ev apot ranspi ração de ref erênci a (ET 0), a uti li zar na rega de di f erent e s t i pos d e v eget ação d e um esp aço v erde, de m odo a q ue a s pl an t as se m ant en ham em boa s condi çõe s hí dri ca s (Al l en et al. , 2007). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 Q uadro 4 Coef i ci ent e de v eget ação (Kv ) cat egori a s e i nt erv al o de v ari ação. Adapt ad o de (Co st el l o et al. , 2000). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 Q uadro 5 V al ore s d e ( Kv) par a di f erent es t i pos d e pl ant a s ( ada pt ado d e McCabe, 20 05a). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 Q uadro 6 Coef i ci ent e de den si da de (K d), cat egori a s e i nt erv al o de v al ores. (adapt a do d e Co st el l o et al. , 2000). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 Q uadro 7 Val or e s de Kd para di f erent e s t i po s de v eget ação. Adapt ado d e McCabe (2 005 a). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 Q uadro 8 C oef i ci ent e m i crocl im áti co (Km c) cat egori a s e i nt erv al o de v ari ação (adapt a do d e Co st el l o et al. , 2000). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 Q uadro 9 Val ore s de ( Ksm) para di f erent e s t i po s de pl ant a s e f racção p (sem st re sse) (Al l en et al. , 200 7) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 Q uadro 10 Caract eri zaçã o d a s hi dr ozon a s (H), nom encl at ura, l ocal i zação geogr áf i ca e área dos en sai o s (m -2). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 Q uadro 11 Vel oci dade do v ent o no i ní ci o e f im do en sai o, c aud al e pre ssã o d e f unci onam ent o d os a sp er sore s n a s v ári as hi drozona s e de sv i o padrão. . . . . . . 39 Q uadro 12 I n di cadore s d e de sem pen ho par a as v ári as hi drozona s. . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 Q uadro 1 3 Cl a ssi f i cação da Uni f ormi dade de Di st ri bui ção no m enor qu art i l (DULQ ) para a sper sor e s (I A, 2005a). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 Q uadro 1 4 T ax a de apl i cação m édi a de águ a ( Ia), t ax a de a pl i cação no quart i l m í nim o (T MAQm i n) e ER para as v ári as hi dro zona s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47 Q uadro 1 5 Vari áv ei s cl im áti cas e ev apot ran spi raçã o de r ef erênci a par a Mi randel a no perí o do 19 71 – 2 000. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48 Q uadro 1 6 Li st a de av al i ação das e sp éci es em nece ssi da de s d e ág ua em f unção da zona s cl i m áti cas* (Co st el o et al. , 2 000) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 Q uadro 17 C oef i ci ent e de esp aço s v erdes (KL) para a hi droz ona AB. . . . . . . . . . . . . . . 51 Q uadro 1 8 Cál cul o do C oef i ci ent e de e sp aç os v erdes ( K L ) para a hi drozo na T P. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52 Q uadro 1 9 Li st a de av al i ação das e sp éci es em nece ssi da de s d e ág ua em f unção da zona s cl i m áti cas (Co st el o et al. , 2 000). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 Q uadro 2 0 Cál cul o do C oef i ci ent e de e sp aç os v erdes ( K L ) para a hi drozo na AR. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54 Q uadro 2 1 Li st a de av al i ação das e sp éci es em nece ssi da de s d e á g ua em f unção da zona s cl i m áti cas (Co st el o et al. , 2 000). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55 xii Q uadro 2 2 C ál cul o do C oef i ci ent e de e spaç os v erde s (KL) para a hi droz on a PN. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56 Q uadro 2 3 Li st a de av al i ação das e sp éci es em nece ssi da de s d e ág ua em f unção da zona s cl i m áti cas (Co st el o et al. , 2 000). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57 Q uadro 24 C oef i ci ent e de esp aço s v erdes ( K L ) para a hi droz ona CV/ NO . . . . . . . . . . 58 Q uadro 2 5 Li st a de av al i ação das e sp éci es em nece ssi da de s d e ág ua em f unção da zona s cl i m áti cas (Co st el o et al. , 2000). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58 Q uadro 2 6 Cál cul o do C oef i ci ent e de e sp aç os v erdes ( K L ) para a hi drozo na JPM. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59 Q uadro 2 6 Li st a de av al i ação das e sp éci es em nece ssi da de s d e ág ua em f unção da zona s cl i m áti cas (Co st el o et al. , 2 000). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60 Q uadro 2 7 Cál cul o do C oef i ci ent e de e sp aç os v erdes ( K L ) para a hi drozo na PJG . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61 Q uadro 2 8 Li st a de av al i ação das e sp éci es em nece ssi da de s d e ág ua em f unção da zona s cl i m áti cas (Co st el o et al. , 2 000). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61 Q uadro 2 9 C ál cul o do C oef i ci ent e de e spaç o s v erde s (KL) para a hi droz on a PM. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62 Q uadro 3 0 - R e sul t ado s d o cál cul o d o coef i ci ent e de e spaço s v erde s ( K L ) em cada hi drozo na e, v al ores at ri buí do s ao co ef i ci ent es d e v eget ação (K v ), den si dad e ( K d ) e m i croclim áti co (K m c ). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63 Q uadro 31 Ev apot ranspi ração m ensal d o s e sp aço s v erdes (ET L mm d - 1 ) para cada hi droz ona. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64 Q uadro 3 2 Ca paci dad e ut i l i záv el (CU), reserv a ut i li záv el (RU) e re serv a f aci lm ent e ut il i záv el (RF U) dos sol o s da s di f erent e s hi drozo na s. . . . . . . . . . . . . . . . 65 Q uadro 33 Nec e ssi dade l í qui da de reg a m ensal e t ot al anual (mm ) para um ano m édi o, em cada hi drozon a, no perí o do A bri l -O ut ubro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66 Q uadro 34 N ece ssi dad e s l í qui das de reg a an uai s (m 3) para cad a hi drozo na. . . . 66 xiii Lista de símbolos e abreviaturas Símbo lo Defin ição Aasp Área molhada por cada aspersor; AB Auditório/Biblioteca; AM Média; Altura média de água recolhida no quarto dos AMQ m i n colectores que receberam as menores alturas de água; AMQ m i n Representa a altura média de água; AR Aromáticas; CU Coef iciente de uniformidade; CU Capacidade utilizável; CV/NO Campo Voleibol/Nora; dap Densidade aparente; DP Fluxo acumulado de percolação; DU Unif ormidade de distribuição; DULQ Unif ormidade de distribuição no menor quartil; ea Tensão real de vapor; EC Condutividade eléctrica do extracto saturado do solo; EC i w Condutividade eléctrica da água de rega; Ef Ef iciência global de rega; EF Relvado estação f ria; EP s i s t Ef iciência potencial do sistema; EQ Relvado estação quente EQP m i n Ef iciência potencial do quartil mínimo; ER Redução de ef iciência no sistema devido à variação da pressão; es Tensão de saturação de vapor; ET Evapotranspiração; ETc Evapotranspiração cultural; ETL Evapotranspiração de espaços verdes; ETo Evapotranspiração de ref erência; EV Electroválvula; Food and Agriculture Organization of the United FAO Nation s; G Densidade do f luxo de calor no solo; GIWR Necessidades brutas ou globais de água de rega; GW Fluxo acumulado de ascensão capilar; H Hidrozona HI Hidrante; Ia Taxa de aplicação de água média; IM Instituto de Meteorologia, In dotação de rega; IW R necessidades líquidas de água para rega; JPM Jardim Praça Mercado; Kc Coef iciente cultural; xiv Un idade s [mm] [mm] [mm] [mm] [mm/m] [adim] [%] [%] [kPa] [%] [%] [kPa] [MJ m - 2 d - 1 ] [mm] [mm/h] [adim.] Kd KL Kmc Ksm Ksm Kv LR MDRC n p P Pe PJG PM Pmax Pmed Pmin PN qa Qr RFU Rn Rs RU S1 S2 T T TMAQ m i n TP U U2 UD UD s i s t X γ Δ ΔS λ σ Coef iciente de densidade; Coef iciente de espaços verdes; Coef iciente microclimático; Coef iciente de stresse admitido; Coef iciente de stresse; Coef iciente de vegetação; Fracção de lavagem; Margem direita da ribeira de Carvalhais; nº de colectores utilizados; Fracção da reserva utilizável que pode ser extraída da zona radicular sem que ocorra stresse hídrico; Precipitação; Precipitação efectiva; Parque José Gama; Piscina Municipal; Pressão máxima; Pressão média do sistema; Menor pressão observada no sistema; Prado Natural; Caudal médio dos aspersores medido no teste; Escoamento superf icial; Reserva facilmente utilizável; Radiação liquida á superf ície da cultura; Densidade de f luxo de radiação solar global; Reserva utilizável; Espaçamento entre rampas; Espaçamento entre aspersores na rampa; Média da temperatura do ar a 2 metros de altura; Tempo de duração do teste; Taxa média de aplicação de água no quartil m ínimo; Talude Paliçada; Velocidade do vento; Velocidade do vento a 2 m de altura; Unif ormidade da distribuição; Unif ormidade de distribuição do sistema; Representa o desvio absoluto das alturas de água recolhidas em relação à média; Constante psicrométrica; Declive da curva de pressão de vapor; Variação do armazenamento de água no solo; Calor latente de vaporização da água; Desvio padrão; xv [adim.] [adim.] [adim.] [adim.] [adim.] [kP a ] [kPa] [kPa] [mm] [MJ m - 2 d - 1 ] [J kg - 1 ] [mm] [ºC] [h] [mm/h] [km h - 1 ] [m s - 1 ] [%] [kPa] [kPa °C - 1 ] [KPa ºC - 1 ] [W m - 2 ] Int ro duçã o 1 Introdução O consumo de água em regadio representa cerca de 87% do total mundial e o seu consumo vai aumentando (FAO, 2003). O esgotamento dos recursos hídricos, os altos custos da água e da energia, a diminuição dos preços dos produtos agrícolas e a globalização dos mercados, exigem melhorias na ef iciência da rega. As disponibilidades de água para rega são cada vez mais limitadas, pelo que, para a maioria dos casos, a estratégia a seguir será na direcção da rega def icitária, a qual, exige, da parte do gestor da rega um elevado conhecimento da tecnologia da cultura para conseguir a máxima rentabilidade da água aplicada. Assim, a garantia das melhores condições de utilização e aproveitamento hídrico pela planta, são os objectivos f undamentais que todo o sistema de rega tem que assumir. Neste sentido, a rega correcta é aquela que é capaz de aplicar a água às culturas, em quantidade necessária, de acordo com as condições de clima e solo do lugar em questão, no momento oportuno, garan tindo, para todas as plantas da parcela regada, um teor de humidade no solo suf iciente, aplicado com uma distribuição h omogénea, ou seja, com elevada unif ormidade de r ega e de acordo com a estratégia escolhida . Ao invés das culturas agrícolas e dos relvado s, as plantas dos espaços verdes associam-se tipicamente em composições de várias espécies. Colecções de espécies são vulgarmente regadas por uma única zona de rega, no entanto cada espécie tem necessidades em água dif erenciada s. A densidade de vegetação varia consideravelmente nos espaços verdes. Algumas plantas têm muito mais área foliar do que outras. Por exemplo um espaço verde com árvores, arbustos e plantas de cobertura de solo agrupados numa pequena área têm muito mais área foliar do que outro com a rbustos amplamente espaçados na mesma área. Mais área f oliar signif ica maior evapotranspiração (perda de água) pelas plantas. Como resultado, será de esperar que uma plantação densa conduza a uma maior perda de água do que uma plantação espaçada. Muitos espaços verdes incluem uma variedade de microclimas, desde áreas f rias, sombreadas, protegidas do sol, quentes, zonas ventosas. Estas variações climáticas inf luenciam signif icativamente a perda de água 1 Int ro duçã o pelas plantas. Experiências em Seattle, W ashington, cons tataram que uma plantação numa área pavimentada pode ter mais de 50% de perda de água do que uma plantação das mesmas espécies num ambiente de parque. Outros estudos na Calif órnia concluír am que as plantas em áreas sombreadas perderam menos de 50% de água que as plantas da mesma espécie numa condição de campo aberto (Costello et al., 2000). Estes f actores f azem com que as plantas dos espaços verdes se diferencem das culturas agrícolas e relvados, sendo f actores a ter em conta na estimativa da perda de água pelos espaços verdes. A determinação com precisão das quantidades de água correspondentes às necessidades hídrica das plantas e qual o tempo exacto da sua aplicação, pode reduzir signif icativamente os consumos de água e de energia. Deste modo, a condução d a rega será efectuada de uma forma mais rigor osa, f ornecendo -se apenas as quantidades de água necessárias para satisfazer as necessidades das plantas e na altura mais oportuna. Neste trabalho pretende -se, com base em metodologias recentes para estimativa das necessidades hídricas dos espaços verdes, determinar as necessidades de rega dos espaços verdes do Município de Mirandela promovendo deste modo a utilização mais ef iciente da água, contribuindo para a conservação deste recurso natural (l imitado), a diminuição dos custos de manutenção dos espaços verdes , mantendo a qualidade paisagística dos mesmos. Avalia -se o desempenho dos sistemas de rega, na parcela, faz-se a sua caracterização e determina m-se os principais indicadores de desempenho como a unif ormidade de distribuição e a ef iciência de aplicação , entre outros. 2 Caract eri za ção do clim a da ár ea em est ud o 2 Caracterização do clima da área de estudo A caracterização do clima na área de inf luência do estudo f oi realizada com base nos registos das variáveis climáticas da Estação Meteorológica de Mirandela (latitude: 41º31’ N; longitude: 07º12’ W ; altitude: 250 m) do Instituto de Meteorologia (IM), corre sp ondentes ao período 1971 -2000 (Anexo I). A região de Mirandela inclui -se no tipo de clima Csa, segundo a classif icação climática de Köppen , que corresponde a um cli ma temperado com Invernos suaves (temperatura do mês mais f rio entre -3 e 18 ºC (Classe C); Verão seco (mês de Verão mais seco com precipitação inferior a 40 mm e a 1/3 da precipitação do mês de Inverno mais húmido) (Subclasse Cs); Verão quente e longo (temperatura média do mês mais quente acima de 22ºC; existem pelo menos quatro meses com temp eratura média acima de 10 ºC) (Sub -subclasse Ca) (Azevedo et al., 1995). Tradicionalmente, Trás -os-Montes é dividido em dois grandes territórios homogéneos do ponto de vista agrícola , geomorf ológico e macroclimático: a Terra Quente e a Terra Fr ia. Entre a Terra Quente e a Terra F ria é reconhecida uma Terra de transição denominada Terra Temperada (Gonçalves, 1991). O clima de Trás -os- Montes e Alto Douro é dominado pelas designações de Terra Quente – Terra Fria, que, na realidade, tem grande signif icado agro ecológico (Gonçalves, Transmontana acontece, 1991). Esta atendendo designação de fundamentalmente Terra às Quente enormes disponibilidades energéticas e ao grande déf ice hídrico na estação quente. Isto é, regionalmente a Terra Quente é uma área de Verões muito quentes, longos e secos, o que para isso concorre a f isiograf ia da região, com o cordão montanhoso litoral, a subtraí -la às inf luências atlânticas, f undament almente através do ef eito de Fö hen. 2.1 Temperatura do ar A variação da temperatura do ar à s uperf ície, numa dada região, é principalmente determinada pelos f actores f isiográf icos, nomeadamente o relevo (altitude e exposição), a natureza do solo e do seu revestimento vegetal. 3 Caract eri za ção do clim a da ár ea em est ud o A Fig. 1, representa o padrão da evolução, a longo do ano, dos valores médios da temperatura média, máxima e mínima, para Mirandela, no período 1971 -2000. A temperatura média mensal varia entre os 5,5ºC no mês mais f rio (Janeiro) e os 23,7ºC no mês mais quente (Julho). A temperatura média anual é de 14,3ºC . Temperatura (ºC) 35.0 30.0 25.0 20.0 15.0 10.0 5.0 0.0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Meses Figura 1 Temperatura média (♦), máxima (▪) e mínima (▲) mensal registada em Mirandela no período 1971-2000. Fonte: IM (2009). Os valores das máximas variam entre os 31,8 ºC no mês de Julho e os 9,9 ºC no mês de Janeiro. As mínimas têm os valores mais baixos nos meses de Janeiro (1,2 ºC) e Fevereiro (2,2 ºC) e os mais elevados nos meses de Julho (15,6 ºC) e Agosto (15,0ºC). As médias anuais das temperaturas, máxima e mínima são 20,7ºC e 7,9ºC, respectivamente. 35.0 Numero de dias 30.0 25.0 Temperatura minima do ar >= 20 ºC Temperatura minima do ar<= 0 ºC Temperatura máxima do ar >= 25 ºC 20.0 15.0 10.0 5.0 0.0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Meses Figura 2 Número médio de dias com temperatura mínima do ar igual ou inferior a 0ºC, temperatura mínima igual ou superior a 20ºC e temperatura máxima igual ou superior a 25ºC, em Mirandela, no período. Fonte: IM (2009). 4 Caract eri za ção do clim a da ár ea em est ud o No que se ref ere à temperatura do ar apresenta -se, ainda, na f igura Fig. 2, o número médio de dias por mês em que a temperatura mínima é igual ou inf erior 0ºC e em que a temperatura máxima é igual ou superior a 25ºC. Esta inf ormação é complementar da descrição da evolução anual da amplitude térmica e dá conta das condições extremas do pont o de vista térmico que caracterizam a área em estudo. A temperatura mínima é inf erior a 0ºC em cerca de 44,7 dias por ano. Esses dias encontram -se distribuídos entre Outubro e Abril com maior f requência nos meses de Dezembro a Fevereiro. A temperatura máx ima atinge valores acima de 25ºC em cerca de 120,4 dias ano. Entre Junho e Setembro a temperatura máxima registada é, na maior parte dos casos, superior a esse valor. 2.2 Precipitação A distribuição anual da precipitação é típica do clima mediterrânico co m uma elevada concentração da precipitação na estação f ria e uma quase ausência de precipitação nos meses mais quentes (Fig. 3). Em Mirandela a precipitação no semestre húmido (Outubro a Março ) representa cerca de 63.43% da precipitação anual. A grande var iação intra -anual da precipitação tem como consequências o excesso de água no solo no período Invernal, que constitui um problema em solos localizados nos vales e com def iciente drenagem, e um déf ice de água no solo no período estival que é mais acentuado nos solos com menor capacidade utilizável de água. O valor médio da precipitação anual registado na estação meteorológica de Mirandela é de 508,6 mm. Os meses de Dezembro e Janeiro são os que registam os maiores valores de precipitação (72,0 e 59,2 mm, respectivamente) e os meses mais secos são os de Julh o (17,8 mm) e Agosto (13,4 mm). A Fig . 3 representa, ainda, os valores médios anuais do número de dias em que a precipitação acumulada é superior a 0,1 mm, 1 mm e 10 mm na estação de Mirandela. As situações de chuva intensa (precipitação igual ou superior a 10 mm) ocorrem em cerca de 15,3 dias 5 Caract eri za ção do clim a da ár ea em est ud o por ano, com maior f requência nos meses de Inverno, e correspondem, em Numero de dias Dez Nov Out Set Ago Jul Jun Mai Abr Mar 20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 Fev 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Jan Precipitação (mm) geral, à passagem de superf ícies f rontais na região . Meses Figura 3 Precipitação total mensal em Mirandela (1971-2000). As colunas representam a precipitação em mm e as linhas representam o número de dias com precipitação igual ou superior a 0,1 mm (♦), com precipitação igual ou superior a 1,0 mm (▪) e com precipitação igual ou superior a 10 mm (▲). Fonte: IM (2009). A Fig. 4 mostra o g ráf ico ombrotérmico ou termopluviométrico onde se pode observar uma assimetria bem marcada entre a temperatura e a 80.0 70.0 60.0 50.0 40.0 30.0 20.0 10.0 0.0 35.0 30.0 25.0 20.0 15.0 10.0 5.0 0.0 Temperatura ºC Precipitação (mm) precipitação, e que é característica dos climas mediterrânicos. Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Meses Figura 4 Gráfico ombrotérmico. As colunas representam a precipitação mensal e a banda representa a amplitude entre os valores médios mensais da temperatura máxima e mínima (19712000). Fonte: IM (2009). 6 Caract eri za ção do clim a da ár ea em est ud o Esta distribuição assimétrica entre a temperatura e a precipitação origina déf ices de água no solo muito acentuados e prolongados durante o período estival . 2.3 Humidade A inf ormação disponível sobre a humidade do ar resume -se aos valores médios dos registos di ários efectuados às 9 horas. A Fig. 5 mostra o ciclo dos valores médios mensais, registados a essa hora, para os dif erentes meses do ano. Os maiores valores observam -se nos meses de Inverno com valores a rondar os 90%, às nove horas. Nos meses de Verão os valores da humidade relativa são signif icati vamente mais baixos atingindo valores na ordem dos 54 -55% às nove horas (Julho e Agosto Humidade relativa (%) respectivamente). 100.0 90.0 80.0 70.0 60.0 50.0 40.0 30.0 20.0 10.0 0.0 09 horas Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Meses Figura 5 Humidade relativa do ar registada às 9 horas, em Mirandela, no período (1971-2000). Fonte: IM (2009). Deve notar-se temperatura que (numa a humidade relação relativa quase depende exponencial, se f ortemente for constante da a concentração de vapor de água). Assim , a humidade relativa durante a tarde e em dias quentes terá tendência a atingir valores mínimos. 2.4 Vento Os valores médios da velocidade do vento registados em Mi randela estão representados no Quadro 1. O valor médio anual da velocidade do vento é de 7,5 km h - 1 . 7 Caract eri za ção do clim a da ár ea em est ud o Q uadro 1 Vel oci dad e m édi a do v ent o (U) em Mi randel a (197 1 -20 00) I M (2009). Mese s -1 U (km h ) Jan F ev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set O ut Nov Dez 5, 8 6, 5 7, 6 8, 6 8, 6 8, 9 9, 5 8, 8 7, 4 6, 3 5, 5 5, 9 Os valores mais baixos observados nos meses de Inverno resultam da existência de situações de estabilidade que são mais f requentes nesta época do ano do que, por exemplo, no período estival. 2.5 Insolação Os valores médios mensais da insolação, expressa em horas, na estação Insolação (horas) de Mira ndela estão indicados na Fig. 6. 400.0 350.0 300.0 250.0 200.0 150.0 100.0 50.0 0.0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Meses Ago Set Out Nov Dez Figura 6 Insolação, expressa em horas, em Mirandela, no período (1971-2000). (Apenas 16 anos de Insolação (horas), 1972-1992, mas com falhas nos anos 1979, 1982, 1987, 1981. Fonte: IM (2009) O número total anual de horas de sol é de 2407,6 horas. Os valores máximos registam -se nos meses de Julho (344,1 h) e Agosto (322,6 h) e os mínimos em Dezembro (75,0 h) e Janeiro (78,3 h). No que se ref ere à ins olação apresenta-se, ainda, na F ig. 7, o número médio de dias por mês em que a insolação é igual a 0%, menor ou igual a 20% e igual ou superior a 80%. 8 Caract eri za ção do clim a da ár ea em est ud o Nº médio de dias com insolação (%) 25.0 20.0 =0% ≤ 20% ≥ 80% 15.0 10.0 5.0 0.0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Meses Figura 7 Número médio de dias com insolação igual a 0%, insolação menor ou igual a 20% e insolação maior ou igual a 80%, em Mirandela, no período (1971-2000). Fonte: IM (2009). 2.6 Nevoeiro Os nevoeiros que ocorrem na região são predominantemente nevoeiros de radiação que se f ormam devido ao arrefecimento por radiação que se verif ica em noites de céu limpo e vento f raco. A acumulação de ar f rio nas zonas de cotas mais baixas e nos vales mais encaixados leva à ocorrência desse f enómeno meteorológico que é muito f requente durante os meses de Inverno e Primavera. A f requência média mensal de ocorrência de nevoeiro, em Mirandela, está representada na Fig. 8. 12.0 Numero de dias 10.0 8.0 6.0 4.0 2.0 0.0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Meses Figura 8 Número médio de dias com nevoeiro, em Mirandela, no período (1971-2000). Fonte: IM (2009). 9 Caract eri za ção do clim a da ár ea em est ud o Os meses que apresentam uma maior f requência de nevoeiro são Dezembro (9,7 dias) e Janeiro (10,2 dias). A f requência média anual é de 40,8 dias. 2.7 Geada A f requência média mensal de oco rrência de geada, em Mi randela, está representada na Fig. 9. Os meses que apresentam uma maior f requência de geada são Dezembro (11,9 dias) e Janeiro (14,3 dias). A f requência Número de dias média anual é de 54,6 dias. 16.0 14.0 12.0 10.0 8.0 6.0 4.0 2.0 0.0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Meses Figura 9 Número médio de dias com geada, em Mirandela, no período (1971-2000). Fonte: IM (2009). O f rio invernal e a possibilidade de ocorrerem geadas ainda em Abril, nomeadamente no fundo dos vales, é o a specto que mais diferencia clima ticamente esta zona homogénea da Terra Q uente Transmontana, das outras zonas quentes do resto do Pais (Gonçalves 1991). 10 Est imat iva das n ecessi dad es hí dric as dos es paços verd es 3 Estimativa das necessidades hídricas dos espaços verdes 3.1 Evapotranspiração de referência (ETo) O método de Penman -Monteith (Eq. 1) foi seleccionado pela FAO para o cálculo da ET 0 por ser capaz de f ornecer resultados semelhantes aos observados na medição da evapotranspiração de cobertos de relva, por ter uma base f ísica sólida e por incorporar claramente tantos parâmetros f isio lógicos como aerodinâmicos. A evapotranspiração de referência def ine -se como a taxa de evapotranspiração de uma cultura de ref erencia hipotética, para a qual se assume uma altura de copado 0.12 m, uma resistência de superf ície constante 70 s m - 1 e um albed o de 0.23, semelhante à evapotranspiração de um extenso coberto de relva verde de altura unif orme, em crescimento activo, cobrindo totalmente o solo e bem abastecido de água, (Pereira, 2004). A equação de Penman -Monteith, simplif icada, toma a f orma seguinte, quando as medições meteorológicas são ef ectuadas a 2 m do solo (Allen et al., 1998): ET o 900 U 2(es ea) T 273 Δ γ(1 0.34 U 2) 0.408 Δ(Rn G) γ (1) em que: ET 0 Rn G T U2 ea es Δ γ - ev aporação d e ref erênci a [ mm d - 1 ] radi ação l í qui da à superf í ci e da cul t ura [ MJ m - 2 d - 1 ] den si dad e do f l ux o de cal or no sol o [ MJ m - 2 d - 1 ] m édi a da t em perat ura do ar a 2 m et ros d e al t ura [ ºC] -1 v el oci dade do v ent o a 2 m et ros de al t ura [ m s ] t ensão real de v apor [ kPa] t ensão de sat ur ação de v apor [ kPa] -1 decl iv e da curv a de pressão de v apor [ kPa °C ] -1 const ant e p si crom ét ri ca [ kPa °C ] Para assegurar a integridade dos cálculos, as medições cli máticas devem ser feitas sobre uma extensa superf ície relvada, que cubra totalmente o solo e sem f alta de água (Pereira, 2004). 11 Est imat iva das n ecessi dad es hí dric as dos es paços verd es 3.2 Evapotranspiração dos espaços verdes (ETL) Para as culturas agrícolas e para os relvados a estimativa da evapotranspiração é normalmente f eita a partir da ET 0 afectando -a de um coef iciente (coef iciente cultural) que traduz a especif icidade dessas culturas, incluindo o seu estado de desenvolvimento e a densidade de plantação e /ou sementeira . Contudo, a evapotranspiração de um espaço verde requer uma abordagem dif erente da de uma cultura regada (Allen et al. 1998). A evapotranspiração cultural, ET c (mm d - 1 ), é calculada multiplicando a evapotranspiração de ref erência, ET 0 (m m d - 1 ), pelo coef iciente cultural, K c (adimensional), (Eq . 2) como vulgarizado por Doorenbos e Pruitt (1977): ET c = K c x ET 0 (2) onde ET 0 é a evapotranspiração da cultura de ref erência e K c é o coef iciente cultural, que permite relacionar a ET 0 com a evapotranspiração da cultura. Uma vez que a ET 0 representa um índice climático da procura evaporativa, o K c varia essencialmente de acordo com as características da cultura, traduzindo em menor escala a variação dos factores climáticos (Al len et al., 1998). O coef iciente cultural, conforme bases teóricas analisadas por (Pereira et al. 1999), representa a integração dos efeitos de três características que distinguem a evapotranspiração da cultura da de ref erência: a altura da cultura (h), que af ecta a rugosidade e a resistência aerodinâmica; a resistência de superf ície relativa ao par cultura - solo, que é af ectada pela área foliar (determinando o número de estomas), pela f racção de cobertura do solo pela vegetação , pela idade e condição das folhas, e pelo teor de humidade à superf ície do solo; o albedo da superf ície cultura -solo, que é inf luenciado pela f racção de cobertura do solo, pela vegetação e pelo teor de humidade à superf ície do 12 Est imat iva das n ecessi dad es hí dric as dos es paços verd es solo e inf luencia a radiaç ão líquida disponível à superf ície, R n , que é a principal f onte de energia para as trocas de calor e de massa no processo de evaporação. O K c introduz as variações no consumo de água de cada espécie, considerando factores como a espécie e o estado de dese nvolvimento. Nas culturas agrícolas este coef iciente varia desde a sementeira até à colheita. Neste período dif erenciam -se quatro f ases d a cultura para as quais existem valores tabelados (Allen et al., 1998). Em agricultura, as necessidades em água de irrigação estão bem estabelecidas para muitas culturas e relvados (Quadro 2) . Nos espaços verdes urbanos, as necessidades de água de rega f oram determinadas para relvados, mas não para a maioria das espécies dos espaços verdes (Costelo et al., 2000). Q uadro 2 C oef i ci ent es cul t urai s de v ári as cul t uras e r elv ados. T i pi cam ent e os v al ores de Kc par a a s c ul t ura s agrí col a s m u dam durant e a s e st aç õe s o an o: v al ores bai x os para i ní ci o d e t em porada (M arço/ Abri l ) ou m ai s t arde na époc a (Set em bro/ O ut ubro) e v al ores el ev ados par a a e st aç ão m édi a (Mai o/ Junho/ Jul ho), (ad apt a do de C o st el l o et al. , 2000). Coef iciente cultural Culturas Baixo Pomar (f olha caduca) * Pomar (f olha caduca) com coberto vegetal ** Vinha **cccccocodecoberturacobertura*** Oliveira Pistachio Citrinos Relvados com e spécies de estação f ria Relvados com e spécies de estação quente 0,50 0,98 0,06 0,58 0,04 0,65 0,80 0,60 Alto 0,97 1,27 0,80 0,80 1,12 * Pom a r d e c a d u c i f o li a s , m a ç ã s, c er ej a s e n o z es * * Q u a n d o um a c u lt u r a d e c o b er t u r a a c t i v a es t á pr es en t e, o Kc p o d e a um en t a r d e 2 5 a 8 0 % . Ao contrário das culturas agrícolas ou relvados, um espaço verde é composto de muitas espécies e uma mistura de tipos de vegetação (árvores, arbustos, plantas de cobertura de solo) (F ig. 10). Os espa ços verdes variam ainda consideravelmente na densidade das plantações. Por outro lado, u m espaço verde recém -plantado tem muito menos área f oliar de superf ície de evaporação do que uma plantação estabelecida. 13 Est imat iva das n ecessi dad es hí dric as dos es paços verd es Muitos espaços verdes incluem uma variedade de microclimas, desde zonas f rescas, sombreadas, áreas protegidas e quentes, ensolaradas, zonas ventosas que inf luenciam signif icativamente a ET (Costelo et al., 2000). Sendo o espaço verde um elemento de paisagem heterogéneo, constituído por diferentes tipos e espécies de plantas, com necessidades hídricas dif erenciadas, crescendo em ambientes diversos no que se ref ere a sombra e microcl ima, com dif erentes densidades, e com a p ossibilidade de adoptar índices de stresse dif erenciados, para cada espaço verde (hidrozonas) as necessidades de rega são específ icas e dif erenciadas (Ribeiro, 2009). Figura 10 Exemplo da diversidade de vegetação num espaço verde. Os espaços verdes são f requentemente regados e requerem, por isso, conhecimento adequado das necessidades de água. Para o efeito, desenvolveram-se vários procedimentos para a sua estimativa (Costello et al., 2000, McCabe, 2005 a, Snyder e Eching, 2004 e 2005; Allen et al., 2007; Pereira, 2008). ET L = K L x ET 0 (3) onde: ET L é a ET de um espaço verde (mm d - 1 ), ET 0 é a ET de ref erência (mm d - 1 ) K L é o coef iciente de espaços verdes (adimensional) 14 Est imat iva das n ecessi dad es hí dric as dos es paços verd es 3.2.1 Coeficiente de espaços verdes (K L ) O consumo de água de um espaço verde dependerá do tipo de plantas (nem todas necessitam da mesma quantidade ) e das condições climáticas da zona, especialmente a radiação solar, temperatura, humidade relativa e vento dominante. Nas necessidades de rega do e spaço verde, também te m inf luência o tipo de solo, que determinará a maior ou menor quantidade de água armazenada e a dif iculdad e com que as plantas a extraem (Avila, 2004). O coef iciente cultural ( K c ), utilizado para o cálculo das necessidades de água das culturas, não representa bem as condições de uso da água dos espaços verdes pelo que f oi criado o coef iciente de espaços verdes ( K L ) que o modif ica e adapta a estes cobertos vegetais. O K L , assim como o coef iciente cultural ( K c ), é um factor de correcção da ET 0 , de f orma a possibilitar o cálculo das necessidades hídricas das plantas dos espaços verdes (Mc Cabe, 2005b). Na gestão dos espaços verdes, não é objectivo fornecer toda a água necessária para manter a taxa máxima de ET. O K L tem a mesma f unção que o coef iciente cultural, mas não é determinado da mesma f orma . Os valores são calculados a partir de três coef icientes : vegetação , densidade e microcli ma (Costello et al., 2000 e IA, 2005 a). O K L é calculado pela equação seguinte: KL= Kv x Kd x Kmc (4) onde: K v representa o coef iciente de vegetação, que caracteriza a ET L para um solo totalmente ou quase totalmente coberto por um dado tipo de vegetação, não sujeita a sombreamento nem stresse hídrico, e em condições de máxima ET para a sua espécie; K d representa o coef iciente de densidade de plantação e serve para adequar ET L a dif erentes densidades das plantas de um dado tipo de vegetação; 15 Est imat iva das n ecessi dad es hí dric as dos es paços verd es K m c representa o coef iciente de microclimático, e representa o microclim a onde as plantas se desenvolvem no que se refere às condições que f avorecem ou limitam a ET da vegetação. Tendo em conta que o objectivo da rega de espaços verdes é promover uma boa aparência das plantas e não a produção de biomassa, pode -se adoptar rega def icitária para promover uma economia de água. Esta traduz-se pela adopção de um f actor de stresse intencional (K s m ) por parte do gestor de rega quando pretenda economizar água ou não existam disponibilidades de água suf icientes para colmatar as necessidades hídricas das plantas (Allen et al., 2007). A magnitude do factor de stresse depende das necessidades f isiológicas e morf ológicas das plantas; o objectivo é manter a estética e a aparência com irr igação mínima (Araújo -Alves, 2009). Por exemplo, estudos de conservação á gua em relvados têm demonstrado que a percentagem de economia de água de 30%, para relvados de estação f ria e 40% para relvados de estação quente pode ser atingido sem perda signif icativa de qualidade (Pittenger e Shaw, 2001). 3.2.1.1 Coeficiente de veget ação (K v ) O coef iciente de vegetação representa a relação entre a evapotranspiração de referência e quantidade de água evapotranspirada pela planta. O K v , f oi determinado, por Costelo et al. (2000), mediante ensaios de campo para mais de 1.800 espécies , crescendo de f orma saudável e priorizando a qualidade visual em detrimento da produção de biomassa. Snyder e Eching (2004) e Allen et al. (2007) calcularam o K v de cada espécie sem limitações hídricas e introduz iram um coef iciente de stresse K s m no cálculo do K L . KL= Kv x Kd x Kmc x Ksm (5) O coef iciente de vegetação (K v ) é usado considerando diferenças nas necessidades de água entre espécies. Em espaços verdes estabelecidos, 16 Est imat iva das n ecessi dad es hí dric as dos es paços verd es determinadas espécies necessitam de elevadas quantidades em água para se manterem em óptimo estado hídrico, (ex. , Cerejei ra, Amieiro, Hidrângea), contrariamente outras necessitam de muito pouca água (ex., Oliveira, Loendro , Zimbro ) (Costelo et al., 2000). Para os relvados, o K v apresenta um valor inf erior à unidade (Quadro 3) p orque se considera que a altura dos relvados usados nos espaços verdes é, tipicamente, inferior aos 12 cm da superf ície de relva que serve de ref erência para o cálculo da ET 0 (Sanjiao, 2009). Q uadro 3 Coef i ci ent e de e sp éci e (Kv ) para correcção da ev apot ranspi raç ão d e ref erênci a (ET 0), a ut il i zar na rega de di f erent e s t i po s de v eget ação de um espaço v erde, de m odo a que a s pl ant a s se m ant enh am em boas co ndi çõe s hí dri cas ( Al l en et al. , 2007). Tipo de vegetação Kv 1,15 0,7 0,8 1,0 0,9 1,2 0,9 0,9 Árvores Arbustos de climas desérticos Arbustos não xerofíticos Plantas de cobertura de solo completa Anual de flor (estação) Consociação de árvores, arbustos e plantas de cobertura de solo (1) Relvado de estação fria Relvado de estação quente (1) A s c a t e g o r i a s l i s t a d as p ar a á r v o r e s , a r b u s t o s e p l a n t a s d e c o b e r t u r a d e s o l o , a p l i c a m - s e a e s p a ç os v e r d es q u e s ã o c o m p o s t o s s o m e n t e o u p r e d o m i n a n t e m e n t e d e u m d e s t e s t i p os d e veget aç ão. P l a n t aç õ e s m i s t a s s ã o c o m p o s t as d e d o i s o u t r e s t i p os d e v e g e t a ç ã o ( i . e . , q u a n d o u m t i p o d e veget aç ão simples não pr edomina). O coef iciente vegetação (K v ) pode variar entre 0,1 e 0, 9 e divide -se em quatro categorias (Quadro 4). Q uadro 4 Coef i ci ent e de v eget ação (Kv ) cat egori a s e i nt erv al o de v ari ação. Adapt ad o de (Co st el l o et al. , 2000). Categoria (K v ) Alta Moderada Baixa Muito baixa 0,7 0,4 0,1 < - 0,9 - 0,6 - 0,3 0,1 Estes valores do coef iciente de vegetação aplicam-se observando o tipo de vegetação (árvore, arbusto, cobertura de solo, trepadeira, ou herbáceas) e são baseados em estudos de uso da água pelas espécies dos espaços verdes . 17 Est imat iva das n ecessi dad es hí dric as dos es paços verd es Q uadro 5 Val ore s d e ( Kv) p ara di f erent es t i p os de pl ant a s (a dapt a do de McCa be, 2005 a). Al t a Médi a Bai x a T i po de v eget ação den si dad e den si dad e den si dad e Árv ores 0. 9 0. 5 0. 2 Arbu st o s 0. 7 0. 5 0. 2 Cobert ur a de sol o 0. 9 0. 5 0. 2 Mi st ura árv ores, arbu st o s e 0. 9 0. 5 0. 2 cobert ura de sol o Relv ado de est ação f ri a -0. 8 -Relv ado de est ação q uent e -0. 6 -- O valor do coef iciente de vegetação pode ser encontrado observando -se a espécie em causa, e seleccionando um valor adequado para a categoria. 3.2.1.1.1 Plantações de múltiplas espécies Em hidrozonas bem planeadas, onde as espécies tenham necessidades em água semelhantes, a selecção de um valor (K v ) é simples: - basta seleccionar a categoria para a qual todas as espécies estão assinaladas e escolher o valor adequado. Por exemplo, se todas as espécies estão na categoria ―moderad a‖, então selecciona -se, um valor de 0,4 a 0,6. Em casos em que espécies com dif erentes necessidades de água são plantadas na mesma zona irrigada, a categoria da espécie com maior necessidade de água determina o valo r de K v . Esta def inição é aplicada se todas as planta s estão a ser conduzidas sem stresse hídrico. Por exemplo, se espécies na categoria ―baixo‖, ―moderado‖ e ―alto‖ são plantadas na mesma zona de irrigação, para evitar stresse hídrico para as espécies na categoria ―alto‖, terá que seleccionar -se um valor de K v de 0,7 a 0,9. Inf elizmente, isto signif ica que espécies na categoria moderada e baixa receberão mais água do que o necessário. Considerando que plantações com necessidades de água dif erenciada não são ef icazes na maioria dos casos e, a incidência de lesões na planta podem aumentar, algumas opções de gestão podem ser tomadas: • Se apenas um pequeno número ou percentagem das plantas estão situadas na categoria alta, a substituição dessas plantas por e spécies com 18 Est imat iva das n ecessi dad es hí dric as dos es paços verd es menor necessidade de água permitiria a selecção de um (K v ) de gama inf erior. • Se todas as plantas devem ser mantidas, e com um nível de aparência pouco inf erior a óptima, é aceitável, então , que um valor de K v de gama mais baixa po ssa ser seleccionado. Por exemplo, no caso de plantas nas categorias baixa, moderada e alta se encontram na mesma zona de irrigação, um valor a partir do K v de gama moderada pode ser seleccionado com o entendimento de que alguns prejuízos para as espécies na categori a alta são susceptíveis de se verif icarem. • Nos casos em que todas as plantações devem ser mantidas e o stresse hídrico não é aceitável, então é de considerar a irrigação suplementar para as espécies situadas na categoria alta. Mais uma vez utilizando o caso de espécies situadas nas categorias baix a, moderada e alta plantadas na mesma zona irrigação, um valor a partir de K v da gama moderada pode ser seleccionado para a plantação fornecendo adicionalmente água às plantas individuais com maiores necessidades. Esta abordagem requer um ajustamento do sistema de irrigação utilizando suplementarmente quer pulverizadores ou emissores para f ornecer água para às espécies com maiores neces sidades hídricas. É importante relembrar que determinadas espécies se podem manter uma aparência aceitável sem irrigação depois de estabelecidas. Tais espécies estão agrupadas na categoria "muito baixo" e atribui -se um valor de Kv menor que 0 ,1. Essencialmente esta classif icação signif ica que espécies deste grupo não necessitam ser irrigadas salvo se a precipitação invernal f or anormalmente baixa. Assim, se não é fornecida irrigação, não há necessidade de calcular um coef iciente de espaços verdes e um valor Kv. Em anos de pluviosidade baixa em que pode ser necessário regar, atribuí se um valor de Kv de 0,1 que é suf iciente para manter viçosas e com boa aparência estas espécies, (Costelo et al., 2000). Muitas das plantas utilizadas em espaços verdes têm um bo m controlo estomático e conseguem suportar níveis relativamente baixos de evapotranspiração . Por exemplo, por observação do Quadro 9, um valor de stresse alto para herbáceas corresponde a um valor de Ksm de 0,2, 19 Est imat iva das n ecessi dad es hí dric as dos es paços verd es apropriado para plantas fortemente tolerante s à secura. Este mesmo valor, pode não ser apropriado para algumas espécies ornamentais que requerem maiores quantidades de água para manter a boa aparência e estética (Allen et al., 2007). 3.2.1.2 Coeficiente de densidade (K d ) O coef iciente de densidade (K d ) integra as dif erentes densidades de vegetação entre as plantas dos espaços verdes. Dif erentes densidades de vegetação, ou área f oliar, implicam dif erenças na perda de água (Costelo et al., 2000). O f actor densidade varia ent re 0,5 a 1,3. Este intervalo é dividido em três categorias (Quadro 6). Q uadro 6 C oef i ci ent e de den si dad e (Kd) , cat egori a s e i nt erv al o de v al ores. (adapt a do d e Co st el l o et al. , 2000). Nível de densidade de plantação (K d ) Elevado Médio Baixo 1,1 a 1,3 1,0 0,5 a 0,9 • Situação de “Densidade Norma l” – quando a plantação é feita de acordo com o compasso de plantação aconselhado para a planta em questão, o valor de (Kd) a utilizar é 1,0, correspondente a: Zona de plantação composta apenas por um tipo de vegetação: Pertencem a esta designação, as árvores (cobertura entre 70 a 100%), arbustos, herbáceas e coberturas de solo, com uma área coberta entre 90 a 100% (cobertura total) (Costello et al., 2000). Zona de plantação compost a por vários tipos de vegetação: Situação em que a zona de plantação é compacta, predominantemente composta por um tipo de vegetação, e essa espécie tem uma cobertura que se insira na situação ―densidade normal‖ (Costello et al., 2000). • Situação de “ Alta Dens idade” – corresponde a zonas de plantação mista (árvores, arbustos e herbáceas), que normalmente têm uma área total de cobertura maior que as zonas de plantação simples (Fig. 11), por 20 Est imat iva das n ecessi dad es hí dric as dos es paços verd es consequência requerem mais água, motivo pelo qual se inserem nesta categ oria (Costello et al., 2000). Figura 11 Exemplo de espaço verde misto de alta densidade, constituído por árvores, arbustos e plantas de cobertura do solo. Adaptado de (Ávila, 2004). • Situação de “Baixa Den sidade ” – plantas jovens (recém plantadas), ou plantações com compasso mais alargado, que têm menor área coberta do que as plantas mais velhas, ou com compasso de plantação mais apertado, necessitam de menos água (Costello et al., 2000), tais como: Zona de plantação composta apenas por um tipo de v egetação: No caso de árvores com área coberta inf erior a 70%, arbustos, herbáceas com uma área coberta a inferior a 90%. Zona de plantação compost a por vários tipos de vegetação: Cobertura do solo com herbáceas, com uma área coberta inferior a 50%, onde se encontram esporad icamente árvores, os valores de Kd a utilizar serão entre 0 ,7 e 0 ,9. As plantações dos espaços verdes jovens e espaçadas têm tipicamente menor área foliar do que plantações já estabelecidas ou densamente plantadas, e, assim, perdem menos água. A estas plantações é atribuído um valor de Kd na categoria ‖baixo‖. Plantações com misturas de tipos de vegetação (árvores, arbustos, e cobertura de solo) normalmente têm no conjunto maior área foliar do que plantações com um único tipo de vegetação, e assim perdem mais água. A estas plantações é atri buído um valor de Kd na categoria ‖alto ‖. Plantações que cobrem a área mas são predominantemente de um tipo de vege tação, é atribuído um valor de Kd na categoria ‖médio‖ (Costelo et al., 2000). 21 Est imat iva das n ecessi dad es hí dric as dos es paços verd es Figura 12 Exemplo de espaço verde misto de baixa densidade, constituído por árvores, arbustos e ―mulching‖. Adaptado de Ávila (2004). O Quadro 7 indica os valores de Kd aconselhados para diferentes tipos de planta, admitindo que o solo nu não é regado. Caso o solo seja regado, o valor do Kd deverá ser 10 a 20% maior, uma vez que a evaporação da água à superf ície do solo é maior, especialmente no caso de árvores e arbustos (McCabe, 2005b). Q uadro 7 Val ore s de K d p ara di f erent e s t i pos de v eget ação. Ad apt ad o d e McCabe (2 005 a). Alta densidade 1.3 1.1 1.1 Vegetação Árvores Arbustos Cobertura de solo Mistura árvores, cobertura de solo Relvados em geral arbustos e Média densidade 1.0 1.0 1.0 Baixa densidade 0.5 0.5 0.5 1.3 1.0 0.6 1.0 1.0 0.6 3.2.1.3 Coeficiente Microclimático ( K m c ) Nos espaços verdes a diversidade de microcl imas existentes impõe a necessidade de serem considerados nas estimativas da perda de água pelas plantas. As estruturas e equipamentos existentes nos espaços verdes urbanos (como as construç ões e pavimentação) inf luenciam a temperatura, velocidade do vento, intensidade luminosa e humidade (Fig.13). Estas características variam c onsideravelmente entre espaços 22 Est imat iva das n ecessi dad es hí dric as dos es paços verd es verdes, resultando em dif erenças no microclima. O f actor microclimático (K m c ) varia d e 0,5 a 1,4 e é dividido em três categorias (Quadro 8) (Costelo et al., 2000) Q uadro 8 C oef i ci ent e mi croclim át i co (Km c) cat eg ori as e i nt erv al o de v ari ação (adapt a do d e Co st el l o et al. , 2000). Nível de densidade de plantação (K m c ) Elevado Médio Baixo 1,1 a 1,4 1,0 0,5 a 0,9 Uma "condição" microclimática de categoria média é eq uivalente às condições de evapotranspiração de ref erência, i.e., um espaço aberto sem ventos fortes ou calor atípico para o local. Uma situação microclimática média é aquela em que os edif ícios, pavimentos, estrutura, pendentes e superf ícies ref lectoras não inf luem no microcli ma do lugar. O K m c médio nesta situação será igual a 1,0. Às plantações cercadas por superf ícies absorção de calor, superf ícies ref lectoras, ou expostos a condições particularmente ventosas serão atribuídos valores na categoria ―elevado‖. Por exemplo, em plantações medianas de rua, parques de estacionamento, próximo de paredes viradas a sudoeste de um edif ício, ou áreas "túnel de vento" são áreas que devem ser assinaladas com condições microcl imáticas ―elevado‖ (Costelo et al., 2000). Figura 13 Efeito dos edifícios e outras construções, típicas dos ambientes urbanos, na energia disponível para a evapotranspiração. Adaptado de Sanjiao (2010). Plantações que estão sombreados durante uma parte substancial do dia ou são protegidos de ventos típicos da regiã o seriam atribuídas valores na 23 Est imat iva das n ecessi dad es hí dric as dos es paços verd es categoria ―baixo‖ . Estes incluem edif ícios a Norte, pátios, saliências de construção, e encostas voltadas a Norte. O valor específ ico atribuído dentro de uma categoria dependerá de uma avaliação do grau em que o microcl ima af ectará a perda de água pela planta. Por exemplo, as árvores num estacionamento que estão expostas a ventos constantes (atípico para a área geral) será atribuído um valor mais alto na categoria ―alto‖ do que se a localização não f osse ventosa. Inversamente, uma plantação de pátio na sombra da tarde e protegidos de ventos seria atribuído um valor de (K m c ) na categoria de baixo, mas menos do que para uma plantação sem sombreamento durante a tarde. 3.2.1.4 Coeficiente de stresse intencional (K s m ) No Quadro 9 apresentam-se os valores de (K s m ) para diferentes tipos de plantas em situações de stresse alto, médio e baixo, para valores da f racção de água do solo extraível sem afectar a produção ( p), isto é, a f racção da reserva utilizável que pode ser extraída da z ona radicular sem que ocorra stress e hídrico (Allen et al., 2007). Q uadro 9 Val ore s d e ( Ksm) p ara di f erent e s t i pos d e pl ant a s e f racção p ( sem st re sse) (Al l en et al. , 200 7) Stresse Alto Árvores 0.3 Arbustos de clima desértico 0.2 Restantes espécies de arbustos 0.3 Herbáceas com cobertura de 0.2 solo completa Anuais (f lores) 0.4 Mistura das três anteriores 0.3 Relvado de estação f ria (C3) 0.7 Relvado de estação quente (C4) 0.6 Vegetação 24 Stresse Médio 0.4 0.4 0.5 0.5 Stresse Baixo 0.8 0.6 0.8 0.8 Fracção p (sem stresse) 0.6 0.6 0.6 0.5 0.7 0.4 0.8 0.7 0.8 0.8 0.9 0.8 0.4 0.6 0.4 0.5 Balanço hídrico do solo e necessidades de rega 4. Balanço hídrico do solo e necessidades de rega A determinação do balanço hídrico do solo na zona de enraizamento, com a respectiva quantif icação dos termos que o constituem e a caracterização dos padrões de ocorrência dos processos de transferência hídrica (padrões de extracção radical e de escoamento de água no solo) é uma necessidade determinante para a gestão da rega e para o seu melhoramento e optimização (Pereira, 2008). O conhecimento do balanço hídrico do solo na zona explorada pelas raízes é f undamental para uma boa gestão da água em regadio. Na condução da rega é necess ário responder a três questões: quando, quanto e como regar. A resposta dependerá do grau de conhecimento dos processos ligados às transf erências hídri cas na zona de enraizamento da cultura regada, entre as plantas, o so lo e a atmosf era (Pereira, 2010). A equação geral do balanço hídrico na zona de enraizamento (Equação 6) para um intervalo de tempo Δt (dias) e para uma camada de solo de espessura Δz (m), correspondente à zona de enraizamento, é dada por: (ΔS) = (P + I n + GW ) - (Qr + DP + ET) (6) onde: ΔS variação do armazenamento de água no solo; P - precipitação; In dotação de rega; GW f luxo acumulado de ascensão capilar; Qr escoamento superf icial; DP f luxo acumulado de percolação; ET c evapotranspiração ; A Equação 6 pode resolver-se em relação a qualquer uma das variáveis, permitindo pois calcular as necessidades de rega (I n ). O escoamento superf icial, Qr, geralmente despreza -se, P observa -se, a ET c calcula -se, enquanto GW e DP podem estimar-se por vários métodos (Li u et al., 2006). ΔS pode observar-se ou simular-se em conjunto com I n , como 25 Balanço hídrico do solo e necessidades de rega acontece nos modelos de balanço hídrico (Pereira et al., 1995; Pereira, 2004). Todas as variáveis a que se ref ere a equação supramencionada são expressas em volume por unidade de á rea (L 3 L - 2 ), sendo usual exprimi -las em mm (acumulados para o intervalo de tempo) (Pereira, 2004). A quantidade de água a aplicar depende não só do intervalo entre regas, ou da extracção da água pelas plantas e evaporação, mas também do teor de água armazenado no solo e da possibilidade de ocorrerem contribuições de água provenientes de camadas mais pro fundas do solo ou a partir da toalha f reática por ascensão capilar. Caso as quantidades de água sejam excessivas, pode ocorrer drenagem prof unda para além da zona radicular, levando ao arrastamento de f ertilizantes. A quantidade de água a aplicar depende d o método de rega utilizado (Pereira, 2004). As manif estações f isiológicas das plantas devidas à carência hídrica deverão servir como indicadores padrão para determinar quando regar. Estes indicadores podem ter carácter empír ico, como cor, visc osidade, turgidez, enrolamento das f olhas, ou constituir métodos científ icos, como os relativos ao potencial da água nas folhas, à temperatura do copado, ou a variação dos diâmetros de caules e ramos. Por outro lado, poderão servir de padrão para a calibração prática de métodos baseados na medição de processos que ocorrem no meio onde a cultura se desenvolve, - a atmosf era e o solo, caso da medição do f luxo de seiva para estimar a taxa de transpiração da cultura, a utilização de medições de variáveis meteorológicas par a estimar a ET cultural (que se analisou acima), a observação da taxa de variação do teor de água no solo por métodos como o gravimétrico, o da sonda de neutrões ou o do TDR, ou do potencial da água no solo com tensiómetros. Em todos os casos, as variáveis observadas permitem optimizar a decisão relativa à oportunidade da rega desde que os métodos estejam calibrados ou validados para a cultura e o ambiente em que esta se desenvolve. Contudo, estes ou outros métodos não se podem dissociar dos processos de transf erência hídrica no solo, pois este constitui o meio onde se efectua o armazenamento e transporte de água até às raízes das plantas. No entanto, o papel do solo é menos importante no caso de rega com pequenas dotações e de alta f requência, já que a dot ação tende a ser 26 Balanço hídrico do solo e necessidades de rega igual ao consumo (devendo contudo prevenir -se os riscos de salini zação da zona de enraizamento) (Pereira, 1999 ). As necessidades líquidas de água para rega (IW R) para todo o ciclo cultural, depois de corrigido para as necessidades de lavag em de sais, pode ser expressa pela Equação (Pereira, 2004): 𝐼𝑊𝑅 = 𝐸𝑇𝑐 − 𝑃𝑒 − 𝐺𝑊 + 𝐷𝑃 + 𝛥𝑆 1 − 𝐿𝑅 (7) onde LR é a f racção de lavagem , Pe a precipitação efectiva . A f racção de lavagem é a f racção de água de rega que deve ser acrescentada às necessidades líquidas devidas ao consumo pela evapotranspiração de forma a percolar através da zona radicular os sais em excesso e assim manter a salinidade do solo em níveis compatívei s com as condições de crescimento das pla ntas e ambientais (Ayers e W estcot, 1985). A f racção de lavagem pode estimar-se pela relação LR EC iw 5EC iw EC iw (8) em que EC i w é condutividade eléctrica da água de rega e ECe a condutividade eléctrica do extracto saturado do solo. As necessidades brutas ou globais de água de rega , GIWR (Eq. 8) dependem do processo de aplicação da água, i.e., do método e sistema de rega, e do sistema de transporte e distribuição da água a partir da sua origem. Para o ef eito, considera -se a ef iciência global Ef, inclusiva da ef iciência de aplicação relativa ao sistema de rega utilizado e das ef iciências de distribuição e de transporte relativas à rede de rega, ou seja, 𝐺𝐼𝑊𝑅 = 𝐼𝑊𝑅 𝐸𝑓 (9) em que GIWR são as n ecessidades brutas ou globais de água para rega; IW R as necessidades líquidas de água para rega e Ef a ef iciência global de rega. O conceito de ef iciência foi introduzido por Israelsen (1932) para relacionar a quantidade de água consumida na produção de dada cultura com a quantidade de água mobilizada para a rega (W olters, 1992). 27 Balanço hídrico do solo e necessidades de rega A ef iciência de aplicação depende, fundamentalmente, da unif ormidade de aplicação que, por sua vez, depende de diversos factores, sendo os mais comuns a disposição e performance dos emissores; a compatibilidade da dotação de rega com a capacidade de infiltração do solo; a evaporação d e água antes de entrar no solo; a inf luência do vento e a modelação do terreno. 4.1 Modelos de simulação do balanço hídrico para a determinação das necessidades de rega Os modelos de simulação do balanço hídrico do solo constituem f erramentas preciosas para a determinação das necessidades de rega e para a condução da rega (Pereira et al., 1995). O modelo ISAREG (Teixeira e Pereira, 1992; Pereira et al., 2003), disponível e m W indows – modelo W INISAREG - é capaz de lidar com a ascensão capilar e a percolação através da zo na radicular (Liu et al., 2006). O modelo ISAREG é composto por um programa para o cálculo da evapotranspiração de ref erência com o método FAO -PM, EVAP56, que inclui a estimativa de parâmetr os no caso de variáveis meteorológicas em f alta, por um programa para parametrizar o cultivo, e por um módulo de simulação do balanço hídrico, calculando as necessidades de água e de rega d as culturas com diversos passos de tempo e diversas opções de entra da de dados climáticos, de solos e da cultura (Pereira, 2004). O modelo CROPW AT (Smith, 1992 ) para W indows é um programa que utiliza o método da FAO Penman - Monteith para determinar a evapotranspiração de referência (ETo) com base em dados climáticos mensais. Posteriormente, baseado no balanço hídrico diário do solo, estima as necessidades em água das culturas e elabora calendários de rega (Clarke et. al., 1998). É deste modo uma ferramenta útil para planear, uma campanha de rega ou para auxiliar no de senvolvimento de um projecto de regadio. O modelo CROPW AT , no entanto, não é adequado para a condução da rega em tempo real, essencialmente, por não permitir a introdução diária de dados de evapotranspiração de ref erência (ETo) pois, neste programa, os dad os climáticos e a ETo apenas podem ser introduzidos mensalmente e sendo posteriormente ajustados ao dia segundo determinados critérios. Este programa guarda os dados de clima, 28 Balanço hídrico do solo e necessidades de rega de solo e da cultura em f icheiros distintos o que, por vezes, não facilita a sua actualização e a obtenção dos resultados em tempo real (Mendes, 2007). 29 Material e métodos 5 Material e métodos 5.1 Localização e caracterização das parcelas/hidrozonas O presente trabalho foi desenvolvido nos espaços verdes do Município de Mirandela que têm uma área útil de aprox imadamente 12 hectares . A Fig. 14 mostra a localização das parcelas, onde decorreram os trabalhos experimentais, no contexto do perímetro urbano da cidade . Figura 14 Localização das parcelas/hidrozonas, onde decorreu o trabalho experimental. A selecção das zonas para a realização dos ensaios experimentais teve em consideração a selecção de parcelas/hidrozonas (H), (Quadro 10) representativas dos espaços verdes da ci dade de Mi randela. As hidrozonas seleccionadas encontram -se em espaços verdes estabelecidos. O trabalho experimental decorreu durante o ano de 2010. 30 Material e métodos Q uadro 10 C aract eri zaçã o da s hi drozo n as (H), nom encl at ura, l ocal i zação geogr áf i ca e área dos en sai o s (m -2). Coord ena da s G eogr áf i cas Área Parcel a/ Hi drozon a Abrev i at ura Lat i t ude Longi t ude (m 2 ) Audi t óri o/ Bi bli ot eca AB 41º 29 ´06‖ N 7º 10´44 ‖ W 459, 34 Arom át i cas AR* 41º 29 ´22‖ N 7º 10´56‖ W 376, 80 Cam po Vol ei bol / Nora CV/ NO * 41º 29 ´22‖ N 7º 10´56‖ W 3436, 6 0 Jardi m Praça Mercado JPM 41º 29 ´14‖ N 7º 10´50‖ W 874, 78 Parque Jo sé G am a PJG 41º 29 ´13‖ N 7º 11´13‖ W 2090, 2 3 Pi sci na Muni ci pal PM 41º 28 ´38‖ N 7º 10´47‖ W 2219, 4 9 Prado Nat ur al PN* 41º 29 ´22‖ N 7º 10´56‖ W 1495, 7 0 T al ude Pal i çada T P* 41º 29 ´22‖ N 7º 10´56‖ W 920, 59 A B – ( A u d i t ór i o / B i b l i o t e c a ) , T P - ( T a l u d e P a l i ç a d a ) , A R – ( A r o m á t i c as ) , P N – ( P r a d o N a t u r a l ) , C V / N O – ( C a m p o d e V o l e i b o l / N o r a ) , J P M – ( J a r d i m d a P r aç a d o M e r c a d o ) , J P G – ( P a r q u e J o s é G ama), P M – (P isci n a Mu n ici p al) * hidr ozonas loc alizas no espaç o ver de da Mar gem D ir eit a da R ibeir a de C ar valhais. As hidrozonas TP, AR, PN e CV/NO, fazem parte integrante do espaço verde designado Margem Esquerda da Ribeira de Carvalhais (MDRC ). As hidrozonas em estudo são abastecidas de água a partir de dois hidrantes localizados às cotas de 216,52 m (HI 1) e 215,50 m (HI 2). A água é originária de uma albuf eira do perímetro de rega agrícola (barragem de Cedães), cuja cota m áxima é 290,97m. O HI 1 abastece as quatro hidrozonas da MDRC, as hidrozonas JPM e P M. Um reservatório de 100 m 3 , situado na Mata dos Castanheiros à cota de 274,40 m abastece, por gravidade, a hidrozona AB. A hidrozona PJG é abastecida a partir de uma capt ação no rio Tua, à cota 213,00 m. A pressão de saída dos hidrantes é de 700 kPa. A pressão projectada de funcionamento dos aspersores é de 300 kPa, no bico do aspersor, e dos pulverizadores 20 0 kPa. 5.2 Avaliação da uniformidade de rega 5.2.1 Metodologia de avaliação de campo Segundo Pereira (2005), o estudo de diagnóstico dos sistemas de rega por aspersão visa a avaliação do f uncionamento dos sistemas de rega instalados e a sua análise baseia -se, f undamentalmente, na caracterização destes sis temas e na determinação de indicadores de desempenho, de f orma a dar uma panorâmica da realidade da rega. Os dados recolhidos no campo servem, também, para identif icar os problemas existentes consequentemente, contribuir solução. 31 com propostas para a sua Material e métodos 5.2.1.1 Equipa mentos e materiais utilizados Para a realização da avaliação de desempenho dos sistemas de aspersão, em cada uma das parcelas/hidrozonas, utilizou -se o seguinte material de avaliação: - manómetro de glicerina (0 – 11 bar), modelo RBG - L 160 , ligado a um tubo ―Pitot‖; - cronómetro; - provetas graduadas em (ml); - colectores com a mesma superf ície, diâmetro de 185 mm; - anemómetro digital portátil (Modelo Kestrel, 1000, Nielsen Kellerman, USA); - f ita métrica; - recipientes para medição de caudal; 5.2.1.2 Procedi mentos de ca mpo A avaliação dos sistemas de rega por aspersão dos locais em estudo, consistiu na recolha de inf ormação em cada parcela/hidrozona sobre a pressão e caudal, veloc idade do vento, inicial e f inal, e a realização de ensaios de uniformidade de distribuição da água de rega. O tempo de f uncionamento dos aspersores , durante os ensaios, foi de 10 minutos e dos pulverizadores 5 minutos. Os testes f oram realizados durante a manhã, quando a ET era menor , e os volumes dos colect ores f oram medidos imediatamente após o teste usando provetas graduadas dependendo do de volume 500 das e 1000 alturas ml de de capacidade água (Fig. recolhidas. 1 5), Estes procedimentos foram seguidos em todos os testes. Usara -se colectores circulares com diâmetro de 180 mm, em malhas de 4,0 x 4,0 m (Fig. 1 6), na parcela TP, PN, CV/NO, JPM, PJG e PM, de 2,5 x 2,5 m, na parcela AB, e, de 1,38 x 1,38 m na parcela AR. 32 Material e métodos A B Figura 15 (A) Medição da pluviometria aplicada para avaliação da uniformidade distribuição da rega na parcela/hidrozona CV/NO. (B) Aspersor associado a esta hidrozona (modelo 5000 plus, ―Rain Bird‖). Figura 16 Malha de pluviómetros para avaliação da uniformidade distribuição da rega na parcela/hidrozona CV/NO. A pressão e caudal nos aspersores e ou pulverizadores, mediu -se no primeiro, ultimo e aspersores intermédios em cada sector de rega. A pressão f oi medida à saída do bico com um manómetro de glicerina graduado (0 – 11 bar) ligado a um tubo ―Pitot‖ ( modelo RBG - L 160 ). O caudal foi medido de modo directo durante 4 ou 5 segundos, no primeiro, último e aspersores intermédios (Fig. 1 7). 33 Material e métodos Figura 17 Procedimentos efectuados em cada parcela/hidrozona, relacionados com a medição da pressão, medição directa do caudal e velocidade do vento, antes e no final da realização dos ensaios de avaliação de desempenho. 5.2.1.3 Cálculo dos indicadores de dese mpenho A metodologia adoptada neste estudo base ou-se em Keller e Merria m (1978), Keller e Bliesner (1990) Pereira e Trout (1999) e Pereira (2004). Entre os principais indicadores de desempenho úteis para def inição e comparação de sistemas, e para os quais se con hecem interpretações minimamente válidas em termos de impacto sobre o uso da água e minimização de impactes ambientais, incluem -se (Pereira, 2005): Unif ormidade da distribuição, UD (%); UD 100 (10) AMQmin AM em que AMQ m i n representa a altura média de água recolhida no quarto dos colectores que receberam as menores alturas de água (mm) e AM a altura média de água recolhida no conjunto de colectores (mm); Coef iciente de uniformidade, CU (%); X CU 1001 n AM (11) em que X representa o desvio absoluto das alturas de água recolhidas em relação à média AM (mm) e n o nº de colectores utilizados ; Os indicadores ref eridos anteriormente são aplicados a qualquer sistema de rega, contudo existem outros que são específ icos de cada sistema. Os 34 Material e métodos indicadores de desempenho específ icos d os sistema s estacionários, ou seja aqueles em que os aspersores permanecem f ixos durante a rega, calculam-se com base nas seguintes equações (Pereira, 2005): Unif ormidade de distribuição do sistema, UD s i s t . (%), UDsist 1 3 Pmin Pmed UD 4 (12) 0,5 Coef iciente de uniformidade do sistema, CU s i s t (%), CU sist 1 Pmin P med CU 2 0,5 (13) em que P m i n representa a menor pressão observada no sistema e P m e d a pressão média do sistema ( kP a ) sendo UD a unif ormidade de distribuição (Eq. 10 ) e CU o coef iciente de unif ormidade (Eq. 11); Ef iciência potencial do quartil mínimo, EQP m i n (%) EPQmin 100 (14) TMAQmin Ia em que TMAQ m i n representa a taxa média de aplicação de água no quartil míni mo (mm/h) e Ia a taxa de aplicação , (mm/h); Taxa média aplicada no quartil míni mo, TMAQ m i n (m m/h), TMAQ m i n = AMQ m i n /T (15) em que AMQ m i n representa a altura média de água (mm) recolhida no quarto de colectores que receberam as menores alturas de água (Eq. 10) e T o tempo de duração do teste (h). Taxa de aplicação média, Ia (mm/h) Ia qa qa Aasp S1S 2 (16) sendo q a o caudal médio dos aspersores medido no teste e A a s p a área molhada por cada aspersor, correspondendo ao produto entre o espaçamento entre rampas, S1 e o espaçamento entre aspersores na rampa, S2 . 35 Material e métodos A taxa de aplicação de água numa parcela em que os aspersores não têm uma disposição geométrica padronizada, ou seja, o espaçamento entre eles é variável, podendo igualmente ser variável o caudal debitado por cada aspersor, não pode ser utiliz ada a expressão apresentada anteriormente. Assim, procedeu -se à medição individual do tempo e, do caudal no primeiro, último e aspersores intermédios, calculando o caudal médio por aspersor. Somando os caudais de todos os asper sores e dividindo pela área regada obteve -se a taxa de aplicação: Caudaltotal (l h -1 ) Ia ( mm h -1 ) Área regada(m 2 ) (17) Eficiência potencial do sistema, EP s i s t (%), EPsist 1 ER EPQ min (18) em que ER representa a redução de ef iciência no sistem a devido à variação da pressão: ER 0,2 Pmax Pmin Pmed (19) sendo P m a x a pressão máxima, P m i n a pressão mínima, e P m e d a pressão média observadas no sistema. 5.3 Análise física dos solos 5.3.1 Equipa mentos e materiais utilizados Com o objectivo de caracterizar f isicamente o solo foram colhidas amostras de solo em cada hidrozona , as quais foram caracterizados laboratorialmente. Foram recolhidas amostras não perturbadas, em cilindros de Kopecki de 100 cm 3 de volume, à profundidade de 0,15 m e 0,30 m, em cada uma das parcela/hid rozonas (Fig. 1 8). 36 Material e métodos Figura 18 Colheita de amostras de solo perturbadas e não perturbadas, recolhidas à profundidade de 0,0-0,15 m e 0,15-0,30 m, em cada uma das hidrozonas. Utilizaram -se amostras não perturbadas, uma vez que para valores de sucção baixa (até pF 3.0) a capacidade de retenção de um solo para a água é fortemente inf luenciada pela estrutura e pela distribuição do tamanho de poros do solo. Assim, a medição feita c om amostras perturbadas não representaria as condições de campo, uma vez que a perturbação das amostras implicar ia secagem, crivagem, e outras alterações da estrutura inicial do solo. 5.3.2 Deter minação dos pontos da curva característica de humidade do solo Na determinação d o teor de humidade do solo para valores de pF entre 2,2 e 4 ,2 utilizou -se o método das placas (ou panela) de pressão, constituído principalmente por uma placa de cerâmica porosa colocada no interior de uma panela de pressão onde, por me io de ar comprimido, se aplicam as pressões que possibilitam traçar toda a curva característica da humidade do solo. O equilíbrio é atingido quando a água deixa de sair pelo tubo de drenagem, correspondendo ao momento em que a curvatura efectiva dos menisc os criados nos poros do solo são iguais aos poros da placa de cerâmica. 5.3.3 Deter minação de propriedades físicas do solo Efectu ou-se, em laboratório, a análise granulométrica ou mecânica. Para a separação dos lotes, após sec agem ao ar das amostras de solo, passouse a terra por uma bateria de crivos, a f im de separar os elementos grosseiros (f racções> 2 mm: saibro, cascalho e pedras) da terra f ina. 37 Material e métodos Pela análise granulométrica da terra f ina, procedeu -se à separação dos lotes de areia grossa pelo método de crivagem, de areia f ina pelo método de sedimentação e decantação, e as f racções de limo e de ar gila pelo método de pipetagem. A classif icação da textura de cada camada de solo f oi def inida com base nas proporções dos dif erentes lotes granulométricos, de acordo com o diagrama da textura adaptado aos limites internacionais de f racções granulométricas. A massa volúmica aparente foi determinada em amostras de solo no estado natural e recorrendo ao método do cilindro, o que permitiu determinar a densidade apa rente das distintas camadas de solo. 5.4 Coeficientes dos espaços verdes Devido à gran de variedad e de espécies que podem encontrar-se num jardim, é praticamente impossível estabelecer um valor d o coef iciente cultural (Kc) para a totalidade, dado que cada uma delas apresenta u m valor diferente. Por outro lado , num jardim, f actores como a densidade de plantação e a possível existência de hidrozonas e de microclima s dif erentes inf luenciam o valor da evapotranspiração (Avila, 2004 ). Deste modo , caracterizou -se cada hidrozona estimando -se um coef iciente de espaços verdes (K L ) que se baseou na avaliação das espécies plantadas, na densidade de vegetação e no microcli ma o u microc lima s existentes em cada hidrozona e que se utilizará para o cálculo da evapotranspiração de espaços verdes (ET L ) e m vez do coef iciente cultural tradicional, segu indo a metodologia proposta por Costelo et al., (2000). Na determinação dos valores do coef iciente de espaços verdes ( K L ), foram considerados os coef icien tes da vegetação (K v ), que tem em conta a dif erença entre espécies em ET para vegetação bem abastecida de água, os coef iciente s de densidade (K d ) que ajusta a ET estimada dependendo da densidade da vegetação e o coef iciente microclimático ( K m ) para estimar a ET num microclima ―local ‖. 38 Resultados e discussão 6 Resultados e discussão 6.1 Avaliação de desempenho dos sistemas de rega Na rega variáveis por aspersão de projecto a unif ormidade nomeada mente depende da essencialmente pressão de das funcionamento, variação da pressão dentro do sistema, espaçamento entre os aspersores, dimensão do bico, f orma de distribuição da água pelo aspersor e da velocidade do vento (Pereira et al., 2002). Os ensaios foram realizados sem qualquer intervenção prévia ao nível da correcção ou ajustamento de def iciências f uncionais dos sistemas de rega. No Quadro 11 estão representados os valores da pressão e caudal medidos em cada uma das hidrozonas onde decorreram os ensaios de uniformidade . Q uadro 1 1 Vel oci dad e do v ent o no i ní ci o e f im do en sai o, cau dal e pr e ssão de f unci onam ent o dos a sp er sore s n a s v ári as hi drozona s e de sv i o padrão. H idroz ona U ( ms - 1) Nº Emissores Inic ial F inal Med Press ão (kPa) Max Min Med Caudal 3 -1 (m h ) Max Min Desv io padr ão (σ)* AB 41 0, 60 1, 80 246 290 200 0, 37 0, 44 0, 26 0, 06 AR 48 0, 50 0, 70 481 495 450 0, 40 0, 62 0, 20 0, 10 CV/NO 60 1, 00 1, 00 495 540 390 0, 74 0, 91 0, 42 0, 13 JPM 19 0, 30 0, 90 302 500 195 0, 75 0, 91 0, 53 0, 14 PJG 7 0, 10 0, 40 150 180 100 2, 35 2, 70 1, 79 0, 33 PM 26 0, 30 0, 90 182 200 100 0, 76 1, 06 0, 40 0, 28 PN 14 0, 40 1, 20 475 490 440 0, 83 0, 90 0, 74 0, 07 TP 28 0, 60 1, 20 403 410 400 0, 72 0, 78 0, 67 0, 03 * V alor es r eferent es ao c audal. Os resultados signif icativa da mostram, pressão dentro de originado, cada hidrozona, consequentemente, uma variação débitos muito distintos. Esta situação, como se verá adiante tem ref lexos importantes na uniformidade de distribuição de água de rega. Os valores dos vários indicadores de desempenho estão representados no Quadro 12. Relativamente à uniformidade de distribuição, UD, as hidrozonas AR e PM foram as que apresentaram o meno r valor para esse indicador (15,55 e 15,79 % respectivamente) enquanto as hidrozonas TP e AB são as que apresentam o valor mais elevado (39,05 e 37,9 % respectivamente). O valor médio da UD para o conjunto das hidrozonas f oi de 25,9%. Pitts et al., (1996) num estudo efectuado na Califó rnia em vários espaços verdes, residenciais e públicos, obtiveram um valor médio 39 Resultados e discussão de UD de 49% com 40% dos locais estudados a apresentarem valores de UD inf eriores a 40%. Neste estudo, os menores valores de UD estão associados aos locais onde se verif icou uma maior variação da pressão no sistema. Q uadro 12 I n di cadore s d e de sem pen ho par a as v ári as hi drozona s . Nº Col ect ore s 41 48 60 19 7 26 14 28 Hi drozona AB AR CV/ NO JPM PJG PM PN TP UD (%) 37, 90 15, 55 28, 14 19, 41 20, 75 15, 79 30, 33 39, 05 CU (%) 20, 20 33, 94 46, 31 40, 63 63, 82 39, 41 49, 74 56, 92 UD s i s t (%) 63, 53 26, 83 46, 87 31, 11 33, 46 24, 56 52, 23 68, 23 CU s i s t (%) 19, 21 33, 39 43, 71 36, 65 57, 97 34, 31 48, 81 56, 82 EPQ m i n (%) 49, 66 16, 36 54, 00 25, 67 34, 71 18, 18 78, 59 48, 85 EP s i s t (%) 46, 00 16, 00 51, 00 20, 00 31, 00 16, 00 77, 00 49, 00 Estes desempenhos são considerados muito f racos segundo os critérios da Associação de Rega dos Estados Unidos (Quadro 13). Q uadro 13 Cl a ssi f i cação da Uni f ormi dade de Di st ri bui ção no m enor qu art i l (DULQ ) para a sper sor e s (I A, 2005a). T i po Pulv erizador Rot or I m pact o Ex cel ent e (%) 75 80 80 Mui t o Boa (%) 65 70 70 Boa (%) 55 65 65 F raca (%) 50 60 60 Mui t o f raca (%) 40 50 50 O coef iciente de unif ormidade apresenta, em regra, valores superiores aos de UD pelo facto de a sua determinação se basear nos desvios inferiores e superiores relativamente à média. Neste estudo, os menores valores f oram registados na hidrozona AB e AR com valores de 20,2 e 33,94 % respectivamente e os valores superiores nas hidrozonas PJG e TP com coef icientes de unif ormidade de 63,82 e 56,92 % respectivamente. A média do coef iciente de unif ormidade considerando o conjunto das hidrozonas foi de 43,87 %. As hidrozonas regadas com aspersores rotativo s registaram uma maio r uniformidade de distribuição do que as regadas com pulverizadores f ixos. Estes resultados conf irmam os obtidos por outros autores em estudos idênticos (Pitts et al., 1996; Baum, 2005). 40 Resultados e discussão Nas Figura s 19 a 26 ilustra m-se, para a s várias hidrozona s, a distribuição da altura de água aplicada durante o ensaio de unif ormidade e a posição dos colectores durante os ensaios. A distribuição espacial das alturas de água em cada hidrozona f oi ef ectuada por interpolação através método da distância inversa (Bartier & Keller, 1996). . Os mapas de distribuição assim obtidos permitem detectar e realizar as intervenções no sistema possibilitando a melhoria da unif ormidade de dis tribuição nas várias hidrozonas. B Lege nda: - Al t uras de ág ua (m m ) 0 1 2 3 4 5 mm mm mm mm mm mm Figura 19 (A) Localização da parcela/hidrozona (AB) e, distribuição espacial das alturas de água recolhidas (mm). (B) Posicionamento dos colectores numa malha de 2,50 x 2,50m, durante a realização do ensaio. A instalação de rega nesta hidrozona é constituida por uma única linha de pulverizadores , como se pode observar na Figura 19 (B), o que poderá ter contribuído para os baixos valores da UD, dado não se verif icar sobreposição. Outro factor que poderá ter inf luenciado os baixos valores de UD, f oi o declive, se atendermos a que, esta hidrozona é abastecida de água por gravidade, a partir de um depósito, e os pulverizadores na zona de cota 41 Resultados e discussão mais baixa são os que apresentam as maiores pressões. Nesta hidrozona verif icou -se o menor valor ref erente ao caudal médio ( 0,37 m 3 h - 1 ). B Lege nda: - Al t uras de ág ua (m m ) 0 mm 4 mm 8 mm 12 mm Figura 20 (A) Localização da parcela/hidrozona (TP) e, distribuição espacial das alturas de água recolhidas (mm). (B) Posicionamento dos colectores numa malha de 4,00 x 4,00m, durante a realização do ensaio. Esta hidrozona f oi a que apresentou a menor variação de pressão (10 KPa entre mínima e máxima ), e o maior valor de unif ormidade de distribuição do sistema UD s i s t 63,53 %. A hidrozona AR f oi a que apresentou o menor valor de uniformidade de distribuição (15,55%), e o maior valor d e taxa de aplicação de água (50,96 mm h - 1 ). A pressão média f oi de 481 KPa. A def iciente cobertura na zona próxima do pulverizador, devido à elevada pressão de funcionamento, contribuiu para o baixo valor da unif ormidade. 42 Resultados e discussão A B Lege nda: - Al t uras de ág ua (m m ) 0 1 2 3 4 5 6 7 mm mm mm mm mm mm mm mm Figura 21 Localização da parcela/hidrozona (AR) e, distribuição espacial das alturas de água recolhidas (mm). Posicionamento dos colectores numa malha de 1,38 x 1,38m. B Lege nda: - Al t uras de ág ua (m m ) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 mm mm mm mm mm mm mm mm mm Figura 22 Localização da parcela/hidrozona (PN) e, distribuição espacial das alturas de água recolhidas (mm). Posicionamento dos colectores numa malha de 4 x 4 m.. 43 Resultados e discussão Foi na hidrozona PN que se verif icou o menor valor da taxa de aplicação de água (7,77 mm h - 1 ) e o valor mais elevado para o caudal médio (0,83 m 3 /h). Na f igura 22 (B), pode observar -se a única linha de aspersores que regam este espaço verde . Na hidrozona CV /NO verif icou -se o valor mais elevado da pressão média (495 kPa) e máxima (540 kPa). Com ef eito, a elevada pulverização do jacto leva a que em dias com vento diminua o alcance e haja perdas de água por arrastamento, distribuição do sistema. afectando Foram negativamente identif icados a dois unif ormidade aspersores de com inclinação desajustada na zona de talude. A B Lege nda: - Al t uras de ág ua (m m ) 1 mm 2 mm 3 mm 4 mm 5 mm 6 mm Figura 23 Localização da parcela/hidrozona (CV/NO) e, distribuição espacial das alturas de água recolhidas (mm). Posicionamento dos colectores numa malha de 4 x 4 m. 44 Resultados e discussão B Lege nda: - Al t uras de ág ua (m m ) Figura 24 (A) Localização da parcela/hidrozona (JPM) e, distribuição espacial das alturas de água recolhidas (mm). (B) Posicionamento dos colectores numa malha de 4,00 x 4,00m. Na hidrozona (JPM) a dif erença entre a pressão mínima e máxima observadas foi de 305 kPa, o que constitui o valor mais eleva do reg istado nas hidrozonas em estudo. A pressão máxima (500 kPa) f oi também registada nesta hidrozona. Nesta hidrozona f oi detectada uma rotura na conduta principal num dos sectores , afectando pressão de elevada pressão funcionamento . Apesar de f uncionamento desta que consequentemente situ ação, registou -se a uma inf luenciou negativamente a uniformidade de distribuição. A hidrozona (PJG) é r egada com recurso a aspersores ―Falcon‖, (bico 18). Os menores valores da pressão média, mínima e máxima, (150, 100 e 180kPa, respectivamente) f oram observados nesta hidrozona. Este facto levou a que se identif icas se a razão de se verif icarem pressões de f uncionamento tão baixas e conduziu posteriormente à substituição da electrobomba associada aquele espaço verde. Esta def iciência de f uncionamento do sistema inf luenciou também o baixo valor de Ia (7,87 mm h - 1 ). 45 Resultados e discussão B Figura 25 Localização da parcela/hidrozona (PJG) e, distribuição espacial das alturas de água recolhidas (mm). Posicionamento dos colectores (m) numa malha de 4 x 4 m. Na hidrozona PM observaram -se baixos valores da pressão média de f uncionamento do sistema 182 kPa. Este resultado, associado à heterogeneidade de emissores e consequentemente bicos com dif erentes débitos e compassos incorrectos, conduziram a um f raco desem penho (UD igual a 15,79%). No Quadro 14 estão representados , para cada hidrozona, a taxa de aplicação média de água ( Ia), a taxa de aplicação no quartil míni mo (TMAQmin ) e ER ( redução de ef iciência no sistema devido à variação da pressão). Os indicadores Ia e TMAQmin permitirão programar, para cada hidrozona, os tempos de rega em função das dotações de rega a aplicar. A ER permite avaliar em cada hidrozona o efeito da variação da pressão na ef iciência potencial do sistema de rega. Pode -se observar a inf luên cia de ER na diminuição da ef iciência potencial do sistema de rega f oi maior nas hidrozonas JPM (0,202), PJG (0,107) e PM (0,110). O menor valor f oi observado na hidrozona TP (0,005). 46 Resultados e discussão A B Figura 26 Localização da parcela/hidrozona (AB) e, distribuição espacial das alturas de água recolhidas em (mm). Posicionamento dos colectores (m) numa malha de 4 x 4 m. Q uadro 14 T ax a de apl i cação m édi a de água ( Ia), t ax a de apl i cação m í nim o (T MAQm i n) e ER para as v ári as hi dro zona s Área t ot al Ia T MAQ min Hi drozona (m 2) (mm / h) (mm / h) AB 459, 34 33, 03 16, 40 AR 376, 80 50, 96 8, 34 CV/ NO 3436, 6 0 12, 92 6, 98 JPM 874, 78 16, 29 4, 18 PJG 2090, 2 3 7, 87 2, 73 PM 2219, 4 9 8, 90 1, 62 PN 1495, 7 0 7, 77 6, 11 TP 920, 59 21, 94 10, 72 47 no quart i l ER 0, 073 0, 019 0, 061 0, 202 0, 107 0, 110 0, 021 0, 005 Resultados e discussão 6.2 Necessidades hídricas dos espaços verdes 6.2.1 Evapotranspiração de referência No Quadro 15 estão representados os valores médios das variáveis climáticas para Mirandela, no período 1971 –2000, e evapotranspiração de ref erência calculada através da equação de Penman -Monteith com recurso ao modelo de simulação CropW at v.8. Q uadro 15 Vari áv ei s cl i m áti cas e Mi randel a no perí o do 19 71 – 2 000. Os meses de Julho e Agosto ev apot ran spi raçã o são os que de r ef erênci a apresentam par a valores de evapotranspiração de ref erência (ET 0 ) m ais elevados com 6,14 e 5,57 mm d - 1 respectivamente. Os valores mai s baixos verif icam -se nos meses de Janeiro (0,59 mm d - 1 ) e Dezembro (0,60 mm d - 1 ). O valor médio anual é de 2,87 mm d - 1 . 6.2.2 Caracterização das hidrozonas. C oeficiente dos espaços verdes 6.2.2.1 Hidrozona Auditório/Biblioteca (AB) A hidrozona AB localiza -se nos espaços verdes de enquadramento do edif ício do Auditório e Biblioteca Mu nicipal (Fig. 27). A caixa de alojamento da electroválvula (EV) (14) situa -se à cota 241,94 m e a da (EV) 8 e 9 à cota 233,90 m. Esta hidrozona é abastecida a partir do reservatório (R1) situado a montante à cota 274,00 m, através de uma 48 Resultados e discussão conduta adutora de 75mm de diâmetro. Na parcela a conduta principal e secundária é de 50mm. Os três sectores que constituem a hidrozona são constituídos por electroválvulas (modelo 100 DVF da Rain Bird ) que recebem o sinal a partir de um controlador (ESP -SITE de 16 estações) situado nas proximidades do edif ício. O tipo de emissor é o pulverizador (modelo 1804 da Rain Bird , com bico 15 Van), dispostos longitudinalmente em linha, distando 4 ,00m na linha, acompanhando a guia separadora. Longitudinalmente esta parcela tem um declive médio de 15% e, no sentido transversal , 10%. A K L =0,66 Hi d ro zo n a AB Figura 27 Hidrozona (AB), visualizando-se sebe livre em bordadura, Olea europaea L. ao longo da sebe. A hidrozona AB é revestida por relva de estação f ria, orientada longitudinalmente no sentido Norte -sul, e delimitada por um percurso pedonal, a Este, e a Oeste p or uma sebe livre, a ladear em todo o comprimento da parcela, f ormada por Rosmarinus officinalis L., Berberis Thumbergii, e, Olea europaea L., justapostas e alinhadas com a sebe, distando em média 5 m na linha. Esta parcela f az parte integrante do espaço de enquadramento dos jardins do Auditório/Biblioteca, com árvores (Acer negundo ), nas parcelas adjacentes e na envolvência do edif ício que causam sombreamento durante parte do dia. Os edif ícios e elementos verdes atenuam o ef eito dos ventos dominantes. 49 Resultados e discussão Tra tando -se de uma plantação mista verif icamos que a generalidade das espécies situam-se na categoria ―Baixo‖ (L): As zonas climáticas 5 e 6, correspondentes a climas d e elevada evapotranspiração, correspondem à categoria ‖moderado‖ ( M) (Quadro 1 6). Esta hidrozona é composta por um povoamento misto em três estratos (Oliveira, Berberis, Alecrim e relvado como cobertura de solo) . Assim, atribui-se um valor na categoria ―Alto‖ (0,6) para o coef iciente de vegetação (K v ). Esta opção não é a mais adequada para uma u tilização ef iciente da água , uma vez que estas plantas que têm menores necessidade de água que a relva, vão receber mais água do que aquela que necessitam. As necessidades em água da maioria das espécies plantadas em relvados são geralmente satisfeitas pel as elevadas necessidades em água da relva. Os coef icientes cult urais da relva variam entre 0, 6 para espécies de estação quente (EQ) e 0, 8 para espécies de estação f ria (EF). Este intervalo é suf iciente para satisf azer as necessidades de todas as árvores situadas nas categoria s Moderada, Baixa e Muito Baixa (Costelo et al., 2000). Para árvores plantadas em relvados de estação f ria não é provável a necessidade de irrigação suplementar. Q uadro 1 6 Li st a d e av ali ação da s e spéci e s e m necessi dad e s d e ág ua em f unção da zona s cl i m áti cas* (Co st el o et al. , 2000) Nome Botânico Olea europaea Berberis spp Rosmarinus officinalis Nome vulgar Oliveira Berberis Alecrim 1 2 3 4 5 6 VL L L VL L L L L L L L L M L M M M M * As zo n a s c l im á ti c a s 1, 2 , 3 , 4, 5 e 6 f o r am d ef i ni da s p o r Co s t el o e t a l. , ( 2 0 0 0 ) c om b a s e n a s c a r a c t er í s t ic a s d o c l im a d e d i f er en t es r eg i õ es d a Ca l i f o r ni a ( EUA) . As c a t eg o r i a s 1 a 4 es t ã o d ef i n i d a s p a r a a s r eg i õ es c o s t ei r a s e d e v a l e d e c l im a m ed i t er r â n ic o e a s 5 e 6 p a r a zo n a s c lim át i c a s c om c a r a ct er í s ti c a s d e c lim a s em i - d es é r t i c o e d es é r t i c o . VL - Mu i t o b ai xa ; L – Ba i xa ; M- Mo d er a d a O tipo de vegetação associada a esta hidrozona apresenta uma percentagem de solo sombreado entre 60 e 100%, e considera -se uma plantação mista de elevada densidade, plantada sobre relvado, atribuindo se um coef iciente de densidade de 1,1. O local encontra -se sombreado durante parte do dia e protegido de ventos de Norte. No entanto , a proximidade dos edif ícios circundantes e as superf ícies pavimentadas ao interf erirem no balanço da radiação levam à inclusão deste local na categoria micr oclimática ― média ‖, atribuindo -se 50 Resultados e discussão assim um valor de coef iciente microcli mático de 1,0. O coef iciente de espaços verdes resultante para a hidrozona AB é de 0,66 (Quadro 1 7) Q uadro 17 C oef i ci ent e de esp aço s v erdes (KL) para a hi droz ona AB. Coef iciente de espaços verdes (K L ) 0,66 Coef iciente de vegetação (Kv) 0,6 Coef iciente de densidade (Kd) 1,1 Coef iciente microcl imático (Kmc) 1,0 6.2.2.2 Hidrozona Talude Paliçada (TP) A hidrozona TP localiza -se no espaço verde da Margem D ireita da Ribeir a de Carvalhais (MDRC ). Esta hidrozona é abastecida a partir do hidrante (H I 1) de uma conduta adutora de 75mm de diâmetro. Na parcela a conduta principal é de 75 mm e a secundária de 50mm. Esta parcela é composta por dois sectores de rega, com electroválvulas, (modelo 150 PGA da Rain Bird) que recebem sinal a partir de um controlador (ESP SITE de 40 estações) si tuado na proximidade do jardim ( anexo à nora existente ). Nesta hidrozona estão instalados aspersores (modelo 5000 plus da Rain Bird ), com diâmetro do bico de 3,0 mm). O revestimento da hidrozona TP é o relvado. As árvores plantadas nesta parcela são f reixos (Fraxinus angustifolia L.) dispostos num compasso de 5,5 x 5,5 m. As árvores são conduzidas em eixo vertical tendo cerca de 20% sido repostas no ano anterior, pelo que o sombreamento era reduzido (Fig. 2 8). Segundo Costelo et al. (2000), e atendendo a que se trata de árvores jovens, atribui-se a categoria ―Médio‖, e um valor de 0,5 para o coef iciente . No entanto, para suprir as necessidades em água do revestimento herbáceo, relva de estação f ria (0,8), será atribuíd o o valo r de 0,8 ao coef iciente de vegetação (K v ) (Quadro 1 8). 51 Resultados e discussão A B K L =0,62 Hi d ro zo n a T P Figura 28 (A) Localização da hidrozona (TP). (B) Disposição de Fraxinus angustifolia L. num compasso de 5,00 x 5,00m e coberto vegetal (relva EF). Esta parcela tem um declive médio de 20% e ao centro é dividida por uma paliçada composta de tutores tratados, justapostos. O tipo de vegetação associada a esta hidrozona apresenta uma percentagem de solo sombreado inferior a 70% considera ndo-se uma plantação de baixa densidade, relvado, plantada sobre atribu indo-se um coef iciente de densidade de 0,7. O local não é sombreado durante o dia, está exposto a ventos atípicos para a região, sendo a orientação a Este -Oeste . Devido à proximidade dos edif ícios circundantes e à presença de superf ícies pavimentadas , que interf erem com o balanço da radiação , considerou-se a categoria microcl imática alta, atribuindo -se um valor de coef iciente microclimático de 1,1. O coef iciente de espaços verdes resultante para esta hidrozona é 0,62 (Quadro 18 ). Q uadro 18 C ál cul o do Coef i ci ent e de esp aço s v erdes ( K L ) par a a hi drozo na T P. Coef iciente de espaços verdes (K L ) 0,62 Coef iciente de vegetação (K v ) 0,8 Coef iciente de densidade (K d ) 0,7 Coef iciente microcl imático (K m c ) 1,1 6.2.2.3 Hidrozona Aro máticas (AR) A hidrozona AR localiza -se no espaço verde da Margem Direita da Ribeira de Carvalhais ( MDR C). Esta hidrozona é abastecida a partir de um hidrante (HI 1), de uma conduta adutora de 75mm de diâmetro. Na parcela a conduta principal é de 50mm e as electroválvulas (modelo 150 PGA da Rain Bird), recebem sinal a partir de um controlador (ESP -SITE de 40 52 Resultados e discussão estações) situado na proximidade do jardim. O tipo de emissor é u m pulverizador (modelo 1806 da Rain Bird, com bico 18 VAN). Esta hidrozona é composta por 12 canteiros, com as dimensões de 5,60 x 5,60m ocupados por plantas aromáticas, medicinais e condimentares (Fig. 29), (Lavandula officinalis , Erica s.p., Melissa officinalis , Thymus s.p., Hypericum s.p.). É uma hidroz ona em que as plantas se situam 0,50m abaixo do nível dos ―muretes‖ laterais e é uma parcela plana, sem so mbras, com orientação Sudoeste. Visualizando o Quadro 19 podemos inf erir que os elementos verdes têm necessidades hídricas dif erenciadas, pelo que se atribui o valor para o coef iciente de espécie à categoria da espécie com maior necessidade em água, sendo neste caso a correspondente à categoria ―Média ‖, com um valor de 0,4, para o coef iciente de vegetação ( K v ). Q uadro 1 9 Li st a d e av ali ação da s e spéci e s e m necessi dad e s d e ág ua em f unção da zona s cl i m áti cas (Co st el o et al. , 200 0). Nom e Bot âni co Nom e v ul gar 1 2 3 4 5 6 Erica spp Hyperic um spp Melissa of f if c ina lis F est uca gla uca Lavan dul a spp Rosmari nus of f ici nal is Sant ol ina sp p T hymus spp Urze Hi peri cão Erv a-ci drei ra F est uca Lav anda Al ecrim Sant ol i na T omi l ho M M ? L L L L M M M M L L L L M / M M M L L L M / M ? M L L L M / M ? M M M L M / / ? M M M L M L – Ba i xa ; M- Mo d er a d a ; / - I n a p r o pr i a d a; ? - Des c o n h ec i d o A B K L =0,48 Hi d ro zo n a AR Figura 29 (A) Vista geral da hidrozona (AR), (B) Pormenor das plantações das plantas aromáticas.. 53 Resultados e discussão O tipo de vegetação associada a esta hidrozona apresenta uma percentagem de s olo sombreado superior a 70%, e, como predomina mais que um tipo de vegetação , considera -se uma plantação de média densidade, atribuindo -se um coef iciente de densidade de 1,0. O local não é sombreado durante o dia e esta exposto a ventos atípicos para a região. No entanto , devido à proximidade dos edif ícios cir cundantes e superf ícies pavimentadas, consideram -se na categoria microclimática alta, atribuindo -se um valor de 1,2 para o coef iciente microclimático. O coef iciente de espaços verdes resultante para esta hidrozona é de 0,48 (Quadro 20 ). Q uadro 20 C ál cul o do Coef i ci ent e de esp aço s v erdes ( K L ) par a a hi drozo na AR. Coef iciente de espaços verdes (K L ) 0,48 Coef iciente de vegetação (K v ) 0,4 Coef iciente de densidade (K d ) 1,0 Coef iciente microcl imático (K m c ) 1,2 6.2.2.4 Hidrozona Prado Natural (PN) A hidrozona P rado Natural (PN) localiza -se no espaço verde da Margem Direita da Ribeira de Carvalhais (MDR C). Esta hidrozona era abastecida a partir de um hidrante (H1) e uma conduta adutora de 75mm de diâmetro. Na parcela a conduta principal é de 50 mm e as electroválvulas (modelo 150 PGA da Rain Bird) sinal a partir de um controlador (ESP -SITE de 40 estações) situado na proximidade do jardim.. É composta por um único sector de rega com 14 aspersores (modelo 5000 plus da Rain Bird ), co m bico 3,0), numa única linha de rega, em que cada aspersor descreve um ângulo de 180º. O revestimento herbáceo desta hidrozona é o prado natural, com exposição a Sudoeste e ladeada por uma sebe arbórea e arbustiva, com vegetação da galeria ripícola, em toda a extensão, ao longo da margem da ribeira de Carvalhais (Fig. 3 0). Outra vegetação arbórea existente antes da intervenção paisagística no local e que foi preservada, como Juglans regia , Prunus avium, entre outras espécies plantadas durante a ref erida intervenção, como Ulmus, Populus, Fraxinus, Celtis occidentalis , f azem parte da vegetação arbórea. O tipo de vegetação associada a esta hidrozona apresenta necessidades em água nas categorias baixa e moderada (Quadro 21 ). A maioria das 54 Resultados e discussão espécie s situa -se na categoria moderada (0,4 -0,6), contudo , para suprir as necessidades em águ a do revestimento herbáceo (prado natural) cujas necessidades se assemelham às da relva de estação f ria (0,8), deverá ser atribuída a categoria ―alto‖ (0,7 -0,9). Pela experiência na condução da rega de sta hidrozona e pela observação decidiu -se atribui um valor ao coeficiente de vegetação de 0,7 . A B K L =0,42 Hi d ro zo n a PN Figura 30 Hidrozona (PN), observando-se vegetação arbóreo-arbustiva na orla da linha de água. A densidade de plantação e o índice de área f oliar de cada árvore nesta hidrozona são ―elevados‖ e contínuos, representando mais de 70% de solo sombreado, consideram -se uma plantação de densidade elevada (1,1 -1,3), plantada sobre relvado, atribuindo -se assim um coef iciente de densidade de 1,2. Q uadro 2 1 Li st a d e av ali ação da s e spéci e s e m necessi dad e s d e ág ua em f unção da zona s cl i m áti cas (Co st el o et al. , 200 0). Nome Botânico Juglans regia Prunus sp Arundo donax Alnus glutinosa Celtis occidentalis Ulmus sp Populus nigra “Itálica” Fraxinus sp Nome vulgar Nogueira Ameixeira Cana -comum Amieiro Lodão Negrilho Choupo Freixo 1 M M M M L L M M 2 M M M M L L M M 3 M M M M / L M M 4 M M M H M L M M 5 / M M / M M H M 6 / / M / M M H M L – Ba i xa ; M- Mo d er a d a ; H – Al t a; / - I n a p r o pr i a da O local é sombreado durante o período da tarde, localiza -se na zona de cota mais baixa do espaço verde, está protegido de ventos dominantes, sendo a orientação a Noroeste. A proximidade da ribeira de Carvalhais, 55 Resultados e discussão que durante praticamente todo o ano f orma um perímetro de regolfo (espelho de água), ao longo desta hidrozona devido ao lago artif icial, conf ere caracte rísticas envolvente devido á especiais a superf ície esta hidrozona, evaporativa e amenizando aumentando a a evapotranspiração das árvores dado que estas não têm restrições de água por se encontrarem constantemente em contacto com a água. Saliente -se que estas árvores correspondem a aproximadamente 70% do total de árvores da hidrozona e pertencem à galeria rip ícola e , portanto , adaptadas a esta condição. circundantes e Considera -se superf ícies não haver pavimentadas, inf luência dos edif ícios atribuindo -se a categoria microcl imática ―baixo‖, e um valor do coef iciente microclimático de 0,5. O coef iciente de espaços verdes resultante para esta hidrozona é 0,42 (Quad ro 22 ) Q uadro 22 C ál cul o do Coef i ci ent e de esp aço s v erdes (KL) par a a hi drozo na PN. Coef i ci ent e de Coef i ci ent e de Coef i ci ent e de Coef i ci ent e espaço s v erdes v eget ação den si dad e mi crocl im át i co (K L ) (K v ) (K d ) (K m c ) 0, 42 0, 7 1, 2 0, 5 6.2.2.5 Hidrozona Ca mpo de Voleibol/Nora (CV/NO) A hidrozona CV/NO localiza -se no espaço verde da Margem Direita da Ribeira de Carvalhais (MD RC). Esta hidrozona é abastecida em água a partir de um hidrante (HI 1), e uma conduta adutora de 75mm de diâmetro. Na parcela a conduta principal é de 50 mm e as electroválvulas, (m odelo 150 PGA da Rain Bird), recebem sinal a partir de um controlador (ESP SITE de 40 estações) situado na proximidade do jardim.. Esta hidrozona , com uma área total de 3000 m 2 , é regada por aspersores (modelo 5000 plus da Rain Bird , com bico 3,0) a partir de cinco sectores de rega . A veget ação associada a esta hidrozona (Quadro 23) tem necessidades em água similares e é formada por múltiplas espécies. Segundo Costelo et al., (2000) todas as espécies têm necessidades de água moderadas. Assim atribui- se a categoria ―baixo‖ (0 ,1 -0,3) e o valor intermédio ao coeficiente de vegetação (0,2). No entanto, para suprir as necessidades em água do revestimento herbáceo (relvado) deverá ser atribuído na mesma categoria o valor 0,6 (Costello et al., 1995). 56 Resultados e discussão Q uadro 2 3 Li st a d e av ali ação da s e spéci e s e m necessi dad e s d e ág ua em da zona s cl i m áti cas (Co st el o et al. , 200 0) . Nom e Bot âni co Nom e v ul gar 1 2 3 4 5 Arbut us une do Medron hei ro L L L L M Laurus n ob ilis Lourei ro L L L L M Myrt us communis Murt a L L L M M f unção 6 M M M L – Ba i xa ; M- Mo d er a d a A plantação é descontínua e caracteriza -se por ser uma plantação jovem, arbóreo -arbustiva , agrupadas por espécies em quadrículas delimitadas por granito, recebendo água a partir do sist ema de rega instalado (Fig. 31). Trata -se de uma plantação mista com menos de 20% de solo sombreado pelo que se atribui a categoria de densidade ―baixo‖ (0,5 -0,9) e um valor ao coef iciente de densidade de 0,6. A B K L =0,47 Hi d ro zo n a CV/ NO Figura 31 (A) Vista geral da Hidrozona (CV/NO), (B) Vista das quadrículas delimitadas por granito Esta hidrozona está exposta a Sudoeste , não é so mbreada e está exposta a ventos Norte. Considera -se que a proximidade da ribeira de Carvalhais, possa inf luenciar o microcl ima desta hi drozona, pois situa -se contígua à hidrozona (PN). Atribui -se uma condição microclimática ―alto‖, (1,1 -1,4), pelo f acto de ter inf luência de superf íci es ref lectivas que inf luenciem o microcl ima do lugar. Atribui - se um valor do coef iciente microcli mático de 1,3. O coef iciente de espaços verdes resultante para esta hidrozona é 0,47 (Quadro 24 ). 57 Resultados e discussão Q uadro 24 C oef i ci ent e de esp aço s v erdes ( K L ) para a hi droz ona CV/ NO . Coef i ci ent e de espaço s v erdes (K L ) 0, 47 Coef i ci ent e de v eget ação (K v ) 0, 6 Coef i ci ent e de den si dad e (K d ) 0, 6 Coef i ci ent e mi crocl im át i co (K m c ) 1, 3 6.2.2.6 Hidrozona Jardim da Praça do Mercado (JPM) A hidrozona JPM localiza -se no Jardim da Praça do Mercado, na envolvente do Mercado Municipal. Esta hidrozona era abastecida a partir de um hidrante (HI 2) e uma conduta adutora de 75mm de diâmetro. Na parcela a conduta principal é de 63 mm e as electroválvulas, (modelo 150 PGA da Rain Bird), recebem sinal a partir de um controlador (ESP -SITE de 16 estações) situado no jardim. Na hidrozona está instal ado um sistema de rega por aspers ão com aspersores modelo 5000 plus da Rain B ird, com bico 15 VAN. A veget ação associada a esta hidrozona (Quadro 25) tem necessidades em água dif erenciadas e é formada por duas espécies de árvores. É constituída também por dois pequenos canteiros com arbustos, espécies vivazes e anuais (Fig. 32 ), em consociação, que recebem água de um sector de rega comum. Segundo Coste lo et al., (2000), o Acer negundo têm necessidades de água ―moderadas‖, e as da Phoenix canariensis situam-se na categoria ―baixo‖. Em clima s semelhantes aos desérticos as necessidades de água da primeira são moderadas e da segunda são desconhecidas. As ne cessidades em água das plantas anuais são relativamente altas sendo indicado um valor de K s entre 0,4 e 0,8 para a maioria das espécies (Costello et al., 2000). Sendo uma plantação mista atribui-se a categoria ―moderado‖ (0,4 -0,6) e um valor de 0,6 ao coef iciente de vegetação. Q uadro 2 5 Li st a d e av ali ação da zona s cl i m áti cas (Co st el o Nom e Bot âni co Phoen ix canar ie nsis Acer negu ndo Rosa sp Abeli a x G randif l ora da s e spéci e s e m necessi dad e s d e et al. , 2000 ). Nom e v ul gar 1 2 3 Pal m ei ra L L L Acer M M M Ro sei ra M M M Abél i a M M M L – Ba i xa ; M- Mo d er a d a ; H – Al t a; / - I n a p r o pr i a da 58 ág ua em f unção 4 L M M M 5 M / H / 6 M / H / Resultados e discussão Esta hidrozona caracteriza -se uma superf ície sombreada inf erior a 50%, pelo que se atribui a categoria de densidade ―baixo‖ (0,5 -0,9) e um valor ao coef iciente de densidade de 0,7. Nesta hidrozona v erif icam-se condições de elevada evaporação motivadas pela proximidade de edif ícios, que ref lectem radiação e condicionam a circulação do ar, assim como zonas p avimentadas e superf ícies ref lectivas que inf luencia m o microclima. Atr ibui - se uma condição microclimática ―alto‖ (1,1 -1,4) imputando -se um valor ao coef iciente microclimático de 1,3. O coef iciente de espaços verdes resultante para esta hidrozona é 0,54 (Quadro 26). A K L =0,54 Hi d ro zo n a JPM Figura 32 Hidrozona (JPM), disposição de Phoenix canariensis. Q uadro 26 Cál cul o do Coef i ci ent e de esp a ços v erdes ( K L ) para a hi drozo na JPM. Coef iciente de espaços verdes (K L ) 0,54 Coef iciente de vegetação (K v ) 0,6 Coef iciente de densidade (K d ) 0,7 Coef iciente microcl imático (K m c ) 1,3 6.2.2.7 Hidrozona Parque José Ga ma ( PJG) Esta hidrozona é abastecida a partir de uma electrobomba horizontal de uma conduta adutora de 75mm de diâmetro. Na parcela a conduta principal é de 63 mm e as electroválvulas, (modelo 150 PGA da Rain Bird), 59 Resultados e discussão recebem sinal a partir de um controlador (de 16 estações) situado no jardim. O sector de rega tem cinco aspersores (modelo Falcon , Rain Bird, bico de 18 mm). Segundo Costelo et al., (2000), as árvores plantadas nesta hidrozona , no que respeita às necessidades hídric as, situam -se nas categorias ―moderado‖ (0,4 -0,6) e ―alto‖, (0,7 -0,9) (Quadro 26). Q uadro 2 6 Li st a d e av ali ação da s e spéci e s e m necessi dad e s d e ág ua em f unção da zona s cl i m áti cas (Co st el o et al. , 200 0) . Nome Botânico Alnus glutinosa Salix babilonica Prunus spp Populus nigra “Italica” Nome vulgar Amieiro Salgueiro Ameixeira Choupo 1 M H M M 2 M H M M 3 M H M M 4 H H M M 5 / H M H 6 / H / H M- Mo d er a d a ; H - Al t a; / - I n a p r o pr i a d a; Atendendo ao facto de apenas uma espécie se situar na categoria ―alto‖, (Sali x babilónica ), e também pela experiencia na gestão desta espécie nas condições climáticas locais, julga -se que estética e visualmente as características da espécie se mantém aceitáveis na categoria ―moderado‖, pelo que se atribui um valor de 0,6 para o coef iciente de vegetação (K v ). O tipo de vegetação associada a esta hidrozona apresenta uma percentagem de solo cobertura do solo inferior a 70%. Assim, considerouse uma plantação mista de baixa densidade, plantada sobre relvado, atribuindo -se um coef iciente d e densidade de 0,7. O local encontra -se sombre ado poucas horas durante o dia, é um local aberto , sem proximidade de edif íci os circundantes e superf ícies pavimentadas que inf luenciem o microclima do espaço verde (Fig.33 ), Deste modo inseriu -se na categoria micr oclimática ― moderada‖ atribuindo se um valor de coef iciente microclimático de 1,0 . O coef iciente de espaços verdes resultante para esta hidrozona é 0,42 (Quadro 27 ). 60 Resultados e discussão A B K L =0,42 Hi d ro zo n a PJG Figura 33 (A) Vista geral da hidrozona (PJG). (B) Vista geral da cobertura do solo Q uadro 27 Cál cul o do Coef i ci ent e de esp a ços v erdes ( K L ) para a hi drozo na PJG . Coef iciente de espaços verdes (K L ) 0,42 Coef iciente de vegetação (K v ) 0,6 Coef iciente de densidade (K d ) 0,7 Coef iciente microcl imático (K m c ) 1,0 6.2.2.8 Hidrozona Piscina Municipal (PM) A hidrozona Pisc ina Municipal (P M), localiza -se na envolvente da Piscina Municipal aquecida. Esta hidrozona é abastecida a partir de um hidrante (H2) e de uma conduta adutora de 75 mm de diâmetro. Na parcela a conduta principal é de 63 mm e as electroválvulas, (modelo 150 PGA da Rain Bird), recebem sinal a partir de um controlador (ESP -SITE de 16 estações) situado no jardim. A rega é efectuada por aspersores de marcas e modelos diversos. Segundo Costelo et al., (2000), as árvores plantadas nesta hidrozona (Quadro 28) situam-se, relativamente às necessidades hídricas, nas categorias ―moderado‖ (0,4 -0,6). Relativamente ao plátano é considerado na categoria microcli mática ―moderado‖ send o que as características da espécie se mantém aceitáveis, estética e visualmente na categoria ―baixo‖, no entanto, para suprir as necessidades em água do revestimento herbáceo, relvado (EF), deverá ser atribuído na categoria ―moderado‖ um valor de 0,6 para o coeficiente de vegetação (K v ). Q uadro 2 8 Li st a d e av ali ação da s e spéci e s e m necessi dad e s d e ág ua em f unção da zona s cl i m áti cas (Co st el o et al. , 200 0) . Nome Botânico Platanus occidentalis Populus nigra “Italica” Nome vulgar Platano Choupo M- Mo d er a d a ; H – Al t a ; ? - Des c o n h ec i d o 61 1 ? M 2 ? M 3 ? M 4 ? M 5 H 6 H Resultados e discussão O tipo de vegetação percentagem de solo associada coberto a esta hidrozona apresenta entre 70% e Para 100%. uma atribuição coeficiente de densidade considerou -se uma plantação mista de alta densidade, plantada sobre relvado, atribuindo -se um valor ao coeficiente de densidade de 0,9 . O local encontra -se sombreado a maior parte do dia, está exposto a oeste, tem n a proximidade ed if ícios circundantes que inf luencia m a circulação do ar e superf ície pavimentadas que inf luenciem o microclima do espaço verde (Fig. 3 4). Assim, considerou-se na categoria microcli mática ―baixa ‖ (0,5 -0,9) atribuindo -se um valor de coeficiente microcli mático de 0,6 . O coef iciente de espaços v erdes resultante para esta hidrozona é 0,32 (Quadro 29 ). A B K L =0,32 Hi d ro zo n a PM Figura 34 (A) Vista da hidrozona (PM) com as plantações de plátano e choupo, (B) Vista pormenorizada da hidrozona. Q uadro 29 C ál cul o do Co ef i ci ent e de espaç os v erdes (KL) p ara a hi dr ozon a PM. Coef iciente de espaços verdes (K L ) 0,32 Coef iciente de vegetação (K v ) 0,6 Coef iciente de densidade (K d ) 0,9 Coef iciente microcl imático (K m c ) 0,6 O Quadro 30 resume os valores do coef iciente de espaços verdes ( K L ) e, dos coef icientes de vegetação (K v ), densidade (K d ) e microclimático (K m c ) , para as diferentes hidrozonas. Relativamente ao coef iciente de vegetação, (K v ), as hidrozonas TP e PN são as que apresentaram o s valores superiores para esse coef iciente (0,8 e 0,7 respectivamente). A categoria ― Médio‖ ou ― Moderada‖ (0,5) seria a adequada para suprir as necessidades em água da vegetação, no entanto, 62 as necessidades hídricas do Resultados e discussão revestimento herbáceo (relva de estação f ria (0,8) ), obrigam a atribuir a categoria 0,8 e 07 , respectivamente, ao coef iciente de vegetação (K v ). A hidrozona AR é a que apresenta o valor de (K v ) mais baixo (0,4). Neste estudo, os menores valores de (K v ) estão associados aos locais onde as espécies utilizadas como cobertura de solo têm baixas e moderadas necessidades hídricas. N o entanto, os elementos verdes associados a esta s hidrozona têm necessidades hídricas dif erenciadas , pelo que se atribuiu o valor para o coef iciente de espécie á categoria da espécie com maior necessidade em água, nes te caso, a categoria ―Médi a‖. Q uadro 3 0 - Re sul t ado s do c ál cul o do co ef i ci ent e de e spaç o s v erdes ( K L ) em cada hi dr ozon a e, v al ores at ri buí do s ao coef i ci ent es de v eget ação (K v ), den si dad e ( K d ) e m i croclim áti co (K m c ). Kv Kd Kmc KL (0,1 - 0,9) (0,5 - 1,3) (0,5 - 1,4) (ad) 0,66 AB 0,6 1,1 1,0 0,48 AR 0,4 1,0 1,2 0,47 CV/ NO 0,6 0,6 1,3 JPM 0,54 0,6 0,7 1,3 0,42 PJG 0,6 0,7 1,0 0,32 PM 0,6 0,9 0,6 PN 0,42 0,7 1,2 0,5 0,62 TP 0,8 0,7 1,1 Relativamente ao coef iciente de densidade, ( K d ), a hidrozona CV/NO f oi a Hidrozona que apresentou o menor valor para esse coef iciente (0,6) enquanto as hidrozonas AB e PN são as que apresentam o valor mais elevado (1,1 e 1,2 , respectivamente). Neste estudo, os menores valores de, ( Kmc) estão associados às hidrozon as PN e PM (0,5 e 0,6 , respectivamente), enquanto as hidrozonas AR, CV/NO e JPM são as que apresentam o valor mais elevado (1,1, 1,3 e 1,3 , respectivamente). Relativamente ao coef iciente de espaços verdes, ( K L ), as hidrozonas PM e PJG foram as que apresentaram o menor valor para esse coef iciente (0,32 0,42 respectivamente) enquanto as hidrozonas TP e AB são as que apresentam o valor mais elevado (0,62 e 0,66 , respectivamente). A hidrozona AB é a que apresenta maior valor do coef iciente de espaços verdes (K L ), para a hidrozona PN, (0,32). O valor médio de K L para o conjunto das hidrozonas é de 0,49. 63 Resultados e discussão 6.3 Evapotranspiração de espaços verdes No Quadro 31 estão representados os valores anuais da evapotranspiração de espaços verdes referentes às hidrozonas estudadas. A evapotranspiração de espaços verdes (ET L ) é máxima no mês de Julho para as hidrozonas em estudo e assume um valor médio, nesse mês de, (3,02 mm d - 1 ). -1 Q uadro 31 Ev apot ranspi ração m ensal do s espaço s v erdes ( ET L mm d ) para cada hi droz ona. ET L Hi drozona AB AR CV/ NO JPM PJG PM PN TP Jan F ev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set O ut Nov Dez 0,39 0,28 0,67 0,49 1,30 0,95 1,87 1,36 2,54 1,85 3,39 2,46 4,05 2,95 3,68 2,67 2,51 1,83 1,29 0,94 0,61 0,44 0,40 0,29 0,28 0,48 0,92 1,33 1,80 2,40 2,87 2,61 1,78 0,91 0,43 0,28 0,32 0,56 1,08 1,55 2,10 2,80 3,35 3,04 2,08 1,06 0,50 0,33 0,25 0,43 0,83 1,19 1,62 2,15 2,58 2,34 1,60 0,82 0,39 0,25 0,19 0,33 0,64 0,92 1,25 1,66 1,99 1,80 1,23 0,63 0,30 0,19 0,25 0,43 0,83 1,19 1,62 2,15 2,58 2,34 1,60 0,82 0,39 0,25 0,36 0,63 1,21 1,75 2,37 3,16 3,78 3,43 2,35 1,20 0,57 0,37 Neste estudo, o menor valor de, ( ET L ) está associado à hidrozona PM (1,99 mm d - 1 ), enquanto as hidrozonas AB e TP são as que apresentam o maior valor de ET L , no mês mais desf avorável (Julho), (4,05 e 3,78 mm d - 1 , respectivamente). Relativamente à hidrozona PM o menor valor de ET L está essencialmente associado ao microcl imático. 64 baixo valor do coef ici ente Resultados e discussão 6.4 Necessidades de rega 6.4.1 Capacidade utilizável do solo Os solos das hidrozonas são de textura f ranca (hidrozona AR) f ranco arenosa (restantes hidrozonas) (Quadro A.3, em anexo). No Quadro 3 2 estão repres entados os valores da capacidade utilizável (CU), reserva utilizável (RU) e dif erentes reserva f acilmente utilizável (RFU) dos solos das hidrozonas . Para a determinação reserva utilizável f oi considerada uma profundid ade do solo de 0,60 m e para a d etermin ação da reserva utilizável f oi considerado um coef iciente f acilmente utilizável de 0,4 (Allen et al., 2008). Com excepção da hidrozona TP que tem uma capacidade utilizável de 119,38 mm/m, os solos das restantes hidrozonas tem valores de capacidade utilizáv el baixos. Q uadro 32 Ca paci da de ut i l i záv el (CU), reserv a uti li záv el (RU) f aci lm ent e ut il i záv el (RF U) dos sol o s da s di f erent e s hi drozo na s . Hidrozonas Auditório Biblioteca (AB) Talude Paliçada (TP) Aromáticas (AR) Prado Natural (TP) Nora (CV/NO) Praça do Mercado (JPM) Parque José Gama (PJG) Piscinas Inatel (PM) e reserv a CU RU RFU (mm/m ) 37,65 119,38 62,91 53,43 49,99 56,12 51,32 76,19 (mm ) 15,89 51,58 27,38 22,21 21,64 22,62 22,48 28,34 (mm ) 6,36 20,63 10,95 8,88 8,65 9,05 8,99 11,33 Os baixos valores da reserva f acilmente utilizável impõem a adopção e intervalos entre regas curtos e baixas dotações de rega, como f orma de evitar perdas de água com consequente diminuição da ef iciência de aplicação de água. 6.4.2 Balanço hídrico e necessidades de r ega O balanço hídrico do solo foi simulado com recurso ao programa CropW at v.8. No Quadro 33 representam -se os resultados da simulação das necessidades líquidas de rega mensais para um ano médio. 65 Resultados e discussão Para a simulação foi adoptado o critério de regar em intervalos f ixos por f ase de desenvolvimento , com intervalo de rega de dois dias na f ase inicial (1 Abril a 15 de Maio) e f inal (1 a 31 Outubro) e diariamente nas f ases intermédias. Optou -se pelo critério de regar até à capacidade de campo. Analisando os valores mensais observa -se que as maiores necessidades de rega verif icam -se no mês de Julho. Neste mês as hidrozonas AB e TP são as que apresentam maiores necessidades de rega com 1 25,0 e 117,8 mm, respectivamente. As hidrozonas PM, PJ G e PN são as que têm menores necessidades no mês de Julho (6 2 e 80,6 mm, respectivamente). As hidrozonas PM, PJG, PN são as que têm necessidade de rega anuais mais baixas (288,7 e 375,4 mm/ano, respectivamente) enquanto as hidrozonas AB e TP são as que ap resentam maiores necessidades de rega (585,4 e 552,1 mm, respectivamente). Q uadro 33 N ece ssi da de l í qui da de re ga m ensal e t ot al anual (mm ) para um ano m édi o, em cada hi drozona , no pe rí odo Abri l -O ut ubro. Hidrozona Abr Mai Jun Jul Ago Set Out AB AR CV/ NO JPM PJG PM PN TP 56, 5 40, 5 40, 5 46, 5 36, 0 27, 0 36, 0 53, 0 79, 1 58, 4 56, 5 65, 3 50, 3 38, 7 50, 3 75, 7 102, 0 75, 0 73, 0 84, 0 66, 0 50, 0 66, 0 96, 0 125, 0 93, 0 89, 9 102, 3 80, 6 62, 0 80, 6 117, 8 114, 4 84, 5 81, 4 93, 8 73, 2 56, 7 73, 2 108, 2 77, 0 57, 0 54, 0 63, 0 49, 0 39, 0 49, 0 72, 0 31, 4 23, 0 22, 3 25, 8 20, 3 15, 3 20, 3 29, 4 Total 585 ,4 0 431 ,4 0 417 ,6 0 480 ,7 0 375 ,4 0 288 ,7 0 375 ,4 0 552 ,1 0 Para cada uma das hidrozonas foi calculado volume de água necessá rio para um ano médio considerando a respectiva área (Quadro 34). Q uadro 34 N ece ssi dad e s l í qui das de reg a an uai s (m 3) para cad a hi drozo na. Hidrozona Área (m2) Necessidades líquidas de rega (m3) Necessidades totais de rega (m3) AB AR CV/NO 459,34 376,8 3436,6 268,9 162,6 1435,1 358, 5 216, 7 1913, 5 JPM PJG PM PN 874,78 2090,23 2219,49 1495,7 420,5 784,7 640,8 561,5 560, 7 1046, 2 854, 4 748, 7 TP 920,59 508,3 677, 7 66 Resultados e discussão As necessidades líquidas de água de rega anuais para o conjunto das hidrozonas é de 4782,3 m 3 . A hidrozona CV/NO é a que tem maiores necessidades água de rega (1435,1 m 3 ) e a hidrozona AR é a que apresenta menores necessidades anuais (162,6). Relativamente às necessidades totais de rega, e considerando uma ef iciência de rega de 75% (valor elevado f ace à situação presente no respeita à uniformidade de dis tribuição, mas possível de ser atingido melhorando os constrangimentos atrás referidos), os valores anuais são de 6376,4 m 3 para o conjunto das hidrozonas. 67 7 Conclusões Os resultados obtidos neste trabalho permitiram constatar que na generalidade dos espaços verdes regados da cidade de Mirandela a uniformidade de distribuição de água é muito baixa limitando desta forma a ef iciência de rega. A def iciente uniform idade de distribuição deve -se à elevada variação da pressão de f uncionamento nos sistemas (hidrozonas AR, CV/NO, JPM, PN e TP) , aos desadequados espaçamentos entre os emissores (hidrozonas AB e PN) , à heterogeneidade do tipo de aspersores (hidrozona PM), sistema de bombagem com f uncionamento def iciente (PJG). A intervençã o nos sistemas de rega a estes níveis contribuirá decisivamente para o incremento da uniformidade de distribuição de água. Os indicadores de desempenho obtidos e os mapas elaborados para cada hidrozona permitirão f ormular recomendações e tomar medidas espe cíf icas no sentido de melhorar a unif ormidade de distribuição e contribuir assi m para uma maior ef iciência de rega. Os sistemas de gestão centralizada da rega em espaços verdes são uma f erramenta essencial na gestão da rega . Actualmente a gestão da rega nos espaços verdes da cidade de Miran dela é ef ectuada com o sistema ― MAXICO M 2‖. Este trabalho contribuirá para uma melhor gestão do sistema permitindo ajustar as necessidades de rega às características específ icas das hidrozonas, por via da inclusão dos coef icientes de espaços verdes na determinação das necessidades de rega . 68 Referências bibliográficas Allen R.G., W right J.L., Pruitt W .O., Pereira L.S., Jensen M.E., 2007. Water Requirements . In: G.J. 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(1992) Inf luences on the Eff iciency of Irrigation W ater Use. ILR I Public. Nº 51, ILRI, W ageningen. 71 ANEXOS 72 Q u ad ro A. 1 Val ore s ob serv ado s em Mi randel a 41º3 1'N; LR n. 07 º12W ; Al t. 250m - Perí odo: 1971-200 0. F ont e: I NMG , 2009. 73 LDt . Q u ad ro A. 2 Val ore s ob serv ado s em Mi randel a 41º3 1'N; LR n. 07 º12W ; Al t. 250m - Perí odo: 1971-200 0. F ont e: I NMG , 2009. 74 LDt . Q u ad ro A. 3 - Re sul t ado d a an ál i se gra nul om ét ri ca do sol o, cl assi f i cação d a t ex t ura e al gum as caract erí st i ca s bá si ca s do sol o. Id ent if icação Audit ório Bibliot ec a ( AB) T alude P aliç ada (T P) A r o m á t i c as ( A R ) Pr ado N at ur al ( PN) C amp o vol ei b ol (CV /NO) N or a ( C V / N O ) P r aç a d o M e r c a d o ( J P M ) P ar q u e J os é G a m a ( P J G ) P ar q u e J os é G a m a ( P J G ) P i s c i n as I n a t e l ( P M ) Prof . Ar g i l a Li mo Ar e i a Grossa Ar e i a Fina (cm) ( %) ( %) ( %) ( %) T OT A L Classif i cação 0- 15 15-30 12, 16 12, 23 6, 15 9, 03 41, 07 35, 43 40, 63 43, 31 81, 70 78, 74 Fr anc o ar enos o Fr anc o ar enos o 0- 15 6, 70 16, 37 19, 51 57, 42 76, 93 Fr anc o ar enos o 15-30 11, 80 18, 12 16, 89 53, 20 70, 08 Fr anc o ar enos o 0- 15 10, 53 25, 21 30, 71 33, 55 64, 26 Fr anc o 15-30 7, 90 25, 23 36, 54 30, 33 66, 87 Fr anc o 0- 15 13, 07 14, 34 29, 48 43, 11 72, 59 Fr anc o ar enos o 15-30 14, 91 14, 89 25, 89 44, 30 70, 20 Fr anc o ar enos o 0- 15 12, 23 21, 22 22, 94 43, 61 66, 54 Fr anc o ar enos o 15-30 10, 65 20, 08 24, 54 44, 72 69, 27 Fr anc o ar enos o 0- 15 11, 22 21, 41 15, 96 51, 42 67, 37 Fr anc o ar enos o 15-30 11, 50 23, 51 12, 32 52, 67 64, 99 Fr anc o 0- 15 8, 32 10, 02 32, 31 49, 35 81, 66 Fr anc o ar enos o 15-30 9, 00 10, 95 26, 67 53, 38 80, 05 Fr anc o ar enos o 0- 15 8, 64 13, 43 23, 87 54, 06 77, 93 Fr anc o ar enos o 15-30 8, 13 11, 76 22, 58 57, 52 80, 10 Fr anc o ar enos o 0- 15 8, 36 15, 86 42, 99 32, 79 75, 78 Fr anc o ar enos o 15-30 9, 35 16, 75 33, 70 40, 20 73, 90 Fr anc o ar enos o 0- 15 13, 10 18, 30 30, 46 38, 13 68, 60 Fr anc o ar enos o 15-30 13, 77 16, 05 37, 39 32, 78 70, 18 Fr anc o ar enos o Q u ad ro A. 4 - Re sul t ado d a an ál i se gra nul om ét ri ca do sol o, cl assi f i cação d a t ex t ura e al gum as caract erí st i ca s bá si ca s do sol o. Prof undi dade Dap Local (cm ) (g/ cm - 3 ) Audi t óri o Bi bli ot eca (AB) 0-15 1, 57 15-30 1, 23 T al ude Pal i çada (T P) 0-15 1, 57 15-30 1, 21 Arom át i cas (AR) 0-15 1, 33 15-30 1, 44 Prado Nat ur al (PN) 0-15 1, 39 15-30 1, 50 Cam po v ol ei bol (CV/ NO ) 0-15 1, 27 15-30 1, 44 Nora (CV/ NO ) 0-15 1, 43 15-30 1, 42 Praça do Merca do (JPM) 0-15 1, 47 15-30 1, 51 Parque Jo sé G am a (PJG ) 0-15 1, 05 15-30 1, 52 Parque Jo sé G am a (PJG ) 0-15 1, 56 15-30 1, 33 Pi sci nas I n at el (PM) 0-15 1, 67 15-30 1, 57 75 Q u ad ro A. 5 - Val ores o b serv ados em Mi randel a Pa r c el a s / hi d r o zo n a s Pr o f u n d i d a d e Teo r d e á g u a n o s o l o (% ) Ma t é r i a O r g â ni c a ( cm ) Au d i t ó ri o Bi bl i ot ec a ( AB) Ta l u d e Pa l i ç a d a ( TP) Ar om á ti c a s ( AR) Pr a d o Na t u r al ( PN) Ca m p o v o l ei b o l ( CV/ NO) No r a ( CV/ NO) Pr a ç a d o Mer c a d o ( J PM) Pa r q u e J o s é G am a ( PJG ) Pa r q u e J o s é G am a ( PJG ) Pi s c i n a s I n a t el ( PM) pF 2,0 pF 4,2 % 0-15 5,58 2,58 0,86 15-30 5,67 3,38 0,63 0-15 11,97 3,57 0,75 15-30 13,20 4,41 0,69 0-15 6,86 1,69 0,68 15-30 5,12 1,15 0,56 0-15 6,71 3,16 0,65 15-30 8,16 4,30 0,61 0-15 6,38 2,35 0,64 15-30 5,75 2,15 0,60 0-15 7,45 4,42 0,64 15-30 8,61 4,86 0,57 0-15 8,01 4,63 0,56 15-30 8,02 3,86 0,58 0-15 8,16 4,56 1,37 15-30 6,88 3,60 0,79 0-15 8,78 4,54 1,52 15-30 9,65 5,78 1,67 0-15 8,27 3,89 0,56 15-30 9,86 4,79 0,55 Q u ad ro A. 6 - Val ores ob serv ados em Mirandel a p ara o ca so da RF U f oi con si derad o par a um a prof undi dade m áxim a de 0, 60 m . Pa r c el a s / h i d r o zo n a s Pr o f u n d i d a d e CU RU RFU Lrfu ( cm ) (m m /m ) (m m ) (m m ) (m m ) Au d i t ó ri o Bi bl i ot ec a ( AB) 0-30 Ta l u d e Pa l i ç a d a ( TP) 0-30 Ar om á ti c a s ( AR) 0-30 Pr a d o Na t u r al ( TP) 0-30 No r a ( CV/ NO) 0-30 Pr a ç a d o Mer c a d o ( J PM) 0-30 Pa r q u e J o s é G am a ( PJG ) 0-30 Pi s c i n a s I n a t el ( PM) 0-30 37,65 119 ,3 8 62,91 53,43 49,99 56,12 51,32 76,19 15,89 51,58 27,38 22,21 21,64 22,62 22,48 28,34 6,3 6 20,63 10,95 8,8 8 8,6 5 9,0 5 8,9 9 11,33 9,5 3 30,95 16,43 13,33 12,98 13,57 13,49 17,00 76 Q u ad ro A. 7 – Vol um e de águ a recol hi do p or pl uv i óm et ro em (m l ), al t uras d e água (m m ), seu p o si ci onam ent o. T est e r eal i zado n a hi dr ozon a (AB). O s pl uv i óm et ros f oram di spost o s em quadrad o ( 2, 00 x 2, 00m ). 77 Q u ad ro A. 8 – Vol um e de águ a recol hi do p or pl uv i óm et ro em (m l ), al t uras d e água (m m ), seu po si ci onam ent o. T est e r eal i zado na hi drozo na (T P). O s pl uv i óm et ros f oram di spost o s em quadrad o (4, 00 x 4, 00m ). 78 Q u ad ro A. 9 – Vol um e de águ a recol hi do p or pl uv i óm et ro em (m l ), al t uras d e água (mm ), seu p o si ci onam ent o. T est e r eal i zado na hi drozo na (AR ). O s pl uv i óm et ros f oram di spost o s em quadrad o (1, 38x 1, 38). 79 Q u ad ro A. 10 – Vol um e de água recol hi do p or pl uv i óm et ro em (ml ), al t uras de água (mm ), seu p o si ci onam ent o. T est e r eal i zado na hi drozo na (PN ). O s pl uv i óm et ros f oram di spost o s em quadrad o (4, 00 x 4, 00m ). 80 Q u ad ro A. 11 – Vol um e de água recol hi do p or pl uv i óm et ro em (ml ), al t uras de água (m m ), seu po si ci onam ent o. T est e re al i zado na hi drozona ( CV/ NO ). O s pl uv i óm et ros f oram di spost o s em quadrad o (4, 00 x 4, 00m ). 81 Q u ad ro A. 12 – Vol um e de água recol hi do p or pl uv i óm et ro em (ml ), al t uras de água (m m ), seu po si ci onam ent o. T est e r eal i zado na hi droz ona (JPM). O s pl uv i óm et ros f oram di spost o s em quadrad o (4, 00 x 4, 00m ). 82 Q u ad ro A. 13 – Vol um e de água recol hi do p or pl uv i óm et ro em (m l ), al t uras de água (mm ), seu p o si ci onam ent o. T est e r eal i zado na hi drozo na ( PJG ). O s pl uv i óm et ros f oram di spost o s em quadrad o (4, 00 x 4, 00m ). 83 Q u ad ro A. 14 – Vol um e de água recol hi do p or pl uv i óm et ro em (ml ), al t uras de água (m m ), seu po si ci onam ent o. T est e r eal i zado na hi drozo na ( PM). O s pl uv i óm et ros f oram di spost o s em quadrad o (4, 00 x 4, 00m ). 84