FACULDADE DE PARÁ DE MINAS Curso de Administração Michele Taís Araújo A RELEVÂNCIA DO FLUXO DE CAIXA PARA AVALIAÇÃO DA LIQUIDEZ EM UMA EMPRESA DE ELETRICIDADE INDUSTRIAL Pará de Minas 2012 1 Michele Taís Araújo A RELEVÂNCIA DO FLUXO DE CAIXA PARA AVALIAÇÃO DA LIQUIDEZ EM UMA EMPRESA DE ELETRICIDADE INDUSTRIAL Monografia apresentada à Coordenação do curso de Administração de Empresas da Faculdade de Pará de Minas como requisito parcial para a conclusão do Curso de Administração. Orientadora: Prof.ª Ms Annévia Palhares Vieira Diniz Oliveira Pará de Minas 2012 2 Michele Taís Araújo A RELEVÂNCIA DO FLUXO DE CAIXA PARA AVALIAÇÃO DA LIQUIDEZ EM UMA EMPRESA DE ELETRICIDADE INDUSTRIAL Monografia apresentada à Coordenação do curso de Administração da Faculdade de Pará de Minas como requisito parcial para a conclusão do Curso de Administração. Aprovada em: _____ / _____ / _____ _________________________________________ Prof.ª Ms. Annévia Palhares Vieira Diniz Oliveira _________________________________________ Prof. Ms. Ruperto Benjamin Cabanellas Vega 3 Dedico este trabalho a vovó Judith, pelo seu exemplo de humildade, coragem e otimismo. Na certeza que iremos nos encontrar um dia. 4 Agradeço a Deus, autor supremo da vida. Aos meus pais pelo amor incondicional. A minha orientadora pelo apoio, carinho e atenção. E a todos que de alguma forma participaram desta caminhada. 5 “O que distingue vencedores de perdedores é que um vencedor sempre se concentra no que é capaz de fazer não no que não é”. Bob Butera 6 RESUMO São inúmeros os estudos realizados abordando o fluxo de caixa como instrumento de avaliação de investimentos e projetos. No entanto, ainda é pouco discutido sobre o uso do fluxo de caixa como instrumento de gestão da liquidez, embora este seja um assunto relevante. A Lei 11.638/07 que altera a Lei 6.404/76 determinou a substituição do Demonstrativo de Origens e Aplicações de Recursos pelo Demonstrativo de Fluxo de Caixa. Estudar o fluxo de caixa é, em última análise, procurar compreender o processo de formação de liquidez na empresa. A geração de liquidez se torna mais importante do que a geração de lucro, já que o que quebra uma empresa não é a falta de lucro, é a falta de liquidez. O presente trabalho possui duas vertentes: primeiro serão discutidos alguns elementos que atuam no processo de formação do caixa, como capital de giro, necessidade de capital de giro, ciclo financeiro e os fatores que afetam este ciclo. Em seguida, será projetado um fluxo de caixa para a empresa. No final, o estudo dará uma visão ampla ao gestor da empresa, das atividades operacionais da organização. O presente estudo foi direcionado para o ramo de energia elétrica de uma empresa prestadora de serviços e comércio atacadista. Palavras-chave: Fluxo de caixa. Capital de giro. Necessidade de capital de giro. Ciclo financeiro. Liquidez. Administração financeira a curto prazo. 7 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Organograma da Empresa Beta........................................................................... 16 Figura 2 - Atividades da análise financeira.......................................................................... 21 Figura 3 - Necessidade de capital de giro............................................................................ 22 Figura 4 - Necessidade de capital de giro em função do volume de vendas........................ 22 Figura 5 - Diagrama do ciclo de caixa de uma empresa industrial...................................... 24 Figura 6 - Capital circulante líquido.................................................................................... 25 Figura 7 - Ciclo operacional .............................................................................................. 28 Figura 8 - Ciclo financeiro................................................................................................... 29 Figura 9 - Ciclo Financeiro - Método Completo................................................................. 29 Figura 10 - Ciclo operacional completo de uma empresa industrial.................................... 30 Figura 11 - Saldo mínimo de caixa...................................................................................... 32 Figura 12 - Lote econômico de compras.............................................................................. 35 Figura 13 - Fórmula de cálculo do giro dos estoques.......................................................... 36 Figura 14 - Prazo médio de recebimento das vendas........................................................... 39 Figura 15 - Dias de valores a receber................................................................................... 43 Figura 16 - Índice de inadimplência.................................................................................... 44 Figura 17- Prazo médio de pagamento das compras........................................................... 46 Figura 18- Cálculo das compras a partir do custo da mercadoria vendida.......................... 46 Figura 19 - Principais ingressos e desembolsos do fluxo de caixa...................................... 49 Figura 20 - Cálculo do fluxo de caixa projetado.................................................................. 50 Figura 21 - Prazo médio de estoques................................................................................... 65 Figura 22 - Custo da mercadoria vendida............................................................................ 65 Figura 23 - Giro dos estoques.............................................................................................. 67 8 Figura 24 - Cálculo do prazo médio de estoques - Método simplificado............................ 68 Figura 25 - Média aritmética ponderada.............................................................................. 72 Figura 26 - Cálculo do ciclo operacional............................................................................. 75 Figura 27 - Cálculo do ciclo operacional total da empresa.................................................. 76 Figura 28 - Ciclo econômico................................................................................................ 77 Figura 29 - Cálculo do ciclo financeiro............................................................................... 77 Figura 30 - Cálculo do atraso médio de duplicatas.............................................................. 78 Figura 31 - Índice de inadimplência.................................................................................... 79 Figura 32 - Cálculo do ciclo financeiro - Método simplificado........................................... 87 Figura 33 - Necessidade de capital de giro em virtude das vendas...................................... 89 Figura 34 - Cálculo da necessidade de capital de giro......................................................... 89 Figura 35 - Fórmula estatística - Regressão linear............................................................... 94 Figura 36 - Fórmula estatística - Regressão linear............................................................... 94 Figura 37 - Fórmula estatística - Regressão linear............................................................... 95 Figura 38 - Método da média com suavização exponencial................................................ F 102 9 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Demonstrativo da idade cronológica (aging) das contas a receber ........................ 41 Tabela 2 – Fluxo de caixa – Método direto ........................................................................... 53 Tabela 3 – Fluxo de caixa – Método indireto ........................................................................ 54 Tabela 4 – Demonstrativo dos valores em estoque da empresa ............................................. 66 Tabela 5 - Vendas de materiais do período...............................................................................70 Tabela 6 - Vendas de mão de obra qualificada ...................................................................... 71 Tabela 7 – Vendas de materiais – Condição de pagamento ................................................... 71 Tabela 8 – Vendas mão de obra – Condição de pagamento ................................................... 72 Tabela 9 – Vendas totais do período ..................................................................................... 73 Tabela 10 - Vendas totais – Condição de pagamento ............................................................ 74 Tabela 11 – Recebimentos em aberto ................................................................................... 78 Tabela 12 - Compras de mercadorias do período.....................................................................80 Tabela 13 – Compras de mercadorias – Condição de pagamento .......................................... 80 Tabela 14 – Alíquotas e partilhas do Simples Nacional - Comércio ...................................... 82 Tabela 15 – Alíquotas e partilhas do Simples Nacional decorrente da prestação de serviços . 83 Tabela 16 – Vendas de materiais e serviços do período ........................................................ 83 Tabela 17 – Contas do passivo circulante ............................................................................. 85 Tabela 18 – Contas a pagar – Total ...................................................................................... 86 Tabela 19 - Análise de regressão linear - Vendas mão de obra................................................95 Tabela 20 - Análise de regressão linear – Vendas material elétrico.........................................97 Tabela 21 - Despesas.................................................................................................................98 Tabela 22 - Análise da regressão linear - Compras..................................................................99 Tabela 23 - Análise da regressão linear - Salário operacional................................................100 Tabela 24 - Fluxo de caixa projetado - Empresa Beta............................................................104 10 LISTA DE SIGLAS A – Ativo Circulante AC- Ativo Cíclico AMP – Atraso Médio Pagamentos AMR – Atraso Médio Recebimentos C- Compras CCL – Capital Circulante Líquido CDB – Certificado de Depósito Bancário CDI- Certificado de Depósito Interbancário CDG – Capital de Giro CE – Custo de Estocagem CF – Ciclo Financeiro CMV – Custo da Mercadoria Vendida CO – Ciclo Operacional CP – Custo de pedido D - Desembolsos Dp – Dias do período DRm - média das duplicatas a receber DVR – Dias de valores a receber EF - Estoque Final EI – Estoque Inicial FDC – Fluxo de Caixa FORm - Fornecedor I – Ingressos IMP – Impostos NCG – Necessidade de Capital de Giro P- Passivo Circulante PC – Passivo Cíclico PMC – Prazo Médio de Cobrança PME- Prazo Médio de Estocagem/Estoques PMEmp - Prazo Médio de Estoques (matéria-prima) PMF – Prazo Médio de Fabricação PMP- Prazo Médio de Pagamento 11 PMPC - Prazo Médio de Pagamento de Compras PMPFm - Prazo Médio de Pagamento a Fornecedor de mercadoria PMPI – Prazo Médio de Pagamento de Impostos PMPt - Prazo Médio de Pagamento total PMR – Prazo Médio de Recebimento PMRm – Prazo Médio de Recebimento de mercadoria PMRmo – Prazo Médio de Recebimento de mão de obra PMRV – Prazo Médio de Recebimento de Vendas PMV – Prazo Médio de Vendas RCB - Recibo Depósito Bancário SFC - Saldo Final de Caixa SIC - Saldo Inicial de Caixa V - Volume de vendas VL – Vendas Líquidas 12 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 14 1.1 Considerações iniciais .................................................................................................. 14 1.2 Problema de pesquisa ................................................................................................... 14 1.3 Objetivos ....................................................................................................................... 14 1.3.1Objetivo geral .............................................................................................................. 14 1.3.2 Objetivos específicos ................................................................................................... 14 1.4 Caracterização da Organização ................................................................................... 14 1.5 Justificativa da pesquisa .............................................................................................. 17 2 REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................................................... 18 2.1 Finanças ........................................................................................................................ 18 2.2 Administração financeira de curto prazo .................................................................... 19 2.3 Análise financeira ......................................................................................................... 20 2.4 A necessidade de capital de giro .................................................................................. 21 2.5 Capital de giro .............................................................................................................. 23 2.6 Saldo de tesouraria ....................................................................................................... 26 2.7 O relacionamento do capital de giro com o caixa ....................................................... 27 2.8 Ciclo operacional, ciclo econômico e ciclo financeiro ................................................. 27 2.9 O ciclo de caixa e a importância da sua redução ........................................................ 30 2.9.1 Desembolso operacional ............................................................................................. 31 2.9.2 Caixa operacional ....................................................................................................... 31 2.9.3 Giro de caixa............................................................................................................... 32 2.10 Administração do estoque .......................................................................................... 34 2.10.1 Giro de estoque ......................................................................................................... 36 2.10.2 Políticas de estoques ................................................................................................. 37 2.11 Administração das contas a receber .......................................................................... 38 2.11.1 Inadimplência............................................................................................................ 44 2.12 Administração das contas a pagar ............................................................................. 45 2.13 Sistema de fluxo de caixa ........................................................................................... 47 2.13.1 As características e finalidades do fluxo de caixa ...................................................... 48 2.13.2 Fluxo de caixa projetado e realizado ......................................................................... 49 2.13.3 Como elaborar o fluxo de caixa diário e mensal ........................................................ 51 2.14 As aplicações das sobras de caixa .............................................................................. 55 2.15 Os fatores do déficit de caixa ..................................................................................... 56 2.16 Operações de empréstimos e financiamentos ............................................................ 57 2.17 Operações de aplicação de recursos........................................................................... 58 3 METODOLOGIA ........................................................................................................... 60 3.1 Plano de coleta de dados .............................................................................................. 61 4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ........................................................... 64 4.1 Ciclos econômico, operacional e financeiro ................................................................. 64 4.1.1 Prazo de estoque ......................................................................................................... 65 4.1.2 Prazo médio de recebimento e pagamento ................................................................... 70 4.1.2.1 Ciclo operacional e ciclo econômico............................................................................75 4.1.3 Compras...................................................................................................................... 79 4.1.4 Impostos ...................................................................................................................... 81 13 4.1.5 Ciclo financeiro........................................................................................................... 87 4.1.5.1 Cálculo do ciclo financeiro através do método simplificado........................................87 4.1.5.2 Cálculo do ciclo financeiro através do método completo.............................................88 4.2 Projeção do fluxo de caixa ........................................................................................... 90 4.2.1 Plano de contas para o fluxo de caixa ......................................................................... 91 4.2.2 Período de informação do fluxo de caixa ..................................................................... 92 4.2.3 Projeção das entradas e saídas de recursos financeiros .............................................. 93 4.2.3.1 Método da Média dos Mínimos Quadrados (MMMQ).................................................93 4.2.3.2 Método da Média com Suavização Exponencial (MMSE).........................................102 4.2.4 Fluxo de caixa projetado ........................................................................................... 104 4.2.5 As aplicações das sobras de caixa ............................................................................. 106 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 107 5.1 Proposição de planos ou melhorias ............................................................................ 108 5.2 Recomendações .......................................................................................................... 109 5.3 Limitações do estudo .................................................................................................. 110 REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 111 14 1 INTRODUÇÃO 1.1 Considerações iniciais Esta monografia tem por objetivo analisar a capacidade de pagamento através do fluxo de caixa da empresa Beta, que atua no mercado de energia elétrica prestando serviços de eletricidade industrial e comercializando diversos materiais elétricos. 1.2 Problema de pesquisa Como avaliar a capacidade de pagamento a partir da geração de caixa proveniente das operações da empresa? 1.3 Objetivos 1.3.1 Objetivo geral Avaliar a gestão do capital de giro em uma empresa de eletricidade industrial tendo em vista sua capacidade de pagamento. 1.3.2 Objetivos específicos a) analisar o ciclo econômico, operacional e financeiro da empresa; b) mensurar o prazo médio de recebimento e índice de inadimplência; c) mensurar o prazo médio de pagamento; d) analisar o giro dos estoques; e) calcular a necessidade de capital de giro; f) realizar um fluxo de caixa projetado para a empresa. 1.4 Caracterização da Organização A empresa Beta é uma empresa de pequeno porte (EPP) e conta atualmente com quinze colaboradores e dois sócios-proprietários. Está localizada no centro-oeste mineiro e 15 atua na prestação de serviços elétricos como: montagens de painéis para indústrias, instalação de geradores de energia, buscando sempre fornecer a seus clientes soluções completas em Automação Industrial desde 2001. Considerando a demanda crescente, os diretores resolveram oferecer a mão de obra e o material, como cabos elétricos, eletrocalhas, quadros de comando e demais componentes. Com o resultado dessa nova ação, a empresa, que antes atendia somente o centro oeste mineiro e a região serrana do Rio de Janeiro, passou a atender toda a região norte e centro oeste de Minas aumentando sua participação na região serrana do estado do Rio de Janeiro e conquistando seu mercado na cidade de São Paulo. A automação industrial é uma área muito ampla e, como em qualquer outro segmento, existe uma forte concorrência. O mercado estudado (energia) é dividido em empresas fornecedoras de material somente e empresas fornecedoras de mão de obra somente. A empresa Beta concorre com ambas as empresas. Sua diferenciação no mercado está em prestar o serviço e ao mesmo tempo oferecer o produto. Atualmente, no setor que a empresa atua, existem cinco potenciais concorrentes, sendo que dois deles apenas concorrem com a mão de obra e três com venda dos mesmos materiais. Além dessa concorrência, existe ainda hoje, especificamente na área de mão de obra, pequenos profissionais informais que atendem alguns dos clientes que não tem exigência de certificações, não fazem os recolhimentos dos impostos devidos e, portanto, oferecem um preço mais acessível. Esta situação, apesar de irregular, aumenta a concorrência no mercado, sendo que os informais são parcela significativa na economia brasileira, caracterizando assim uma ameaça real. Fazendo uma análise de pontos fortes e fracos da empresa Beta, temos o seguinte: 1) Pontos fortes: a) qualidade do seu produto e serviço no mercado; b) pouca verticalização no organograma; c) conhecimento e habilidade técnica; d) funcionários mais próximos do cliente; e) flexibilidade de adaptação ao mercado. 2) Pontos fracos: a) característica gerencial autoritária e centralizadora; b) falta de pessoal qualificado para tarefas específicas; c) dificuldade de comunicação com o ambiente; d) atendimento demorado em vista da grande demanda; 16 e) baixo poder de barganha em relação à contratação de empréstimos. A representação gráfica da estrutura da empresa Beta é mostrada através da FIG. 1. FIGURA 1- Organograma da Empresa Beta Fonte: elaborado pela autora, 2012. Para as indústrias manterem uma produção ininterrupta, elas precisam, além de outros fatores, possuir um bom planejamento, uma eficiente supervisão e a instalação de um sistema de automação, como sensores, redes industriais e controles de temperatura e pressão. Levando em conta que por trás de todo este processo existe um insumo estratégico e caro, que é a energia, torna-se fundamental sua utilização de maneira segura e racional. Ainda com a necessidade de ampliar sua atuação dentro das indústrias, surge no final de 2010 uma parceria da empresa Beta com a empresa Alfa, ambas fornecendo geradores de energia em regiões diferentes para a necessidade e satisfação de seus clientes. Tendo em vista tais mudanças operacionais, a empresa Beta, para continuar oferecendo esses produtos e serviços, respondendo de maneira positiva a estas mudanças, é fundamental que ela esteja gerando caixa, pois aumentando suas atividades, aumentam-se 17 também suas necessidades operacionais e, sucessivamente, aumenta a responsabilidade de arcar com suas obrigações. A situação representa um problema para a direção e especialmente para o departamento de finanças da empresa, abrangendo toda a empresa, mas particularmente sua capacidade de geração de caixa e demais fatores envolvidos. 1.5 Justificativa da pesquisa Existem muitas razões para algumas empresas fecharem as portas e tornarem-se insolventes: retração de mercado, má administração, concorrência poderosa, dentre outros. Entretanto, poucos podem imaginar que um aumento das vendas pudesse causar a insolvência da empresa. Crescer vendas implica em investir mais dinheiro no capital de giro, daí a importância de uma análise eficiente dessas necessidades de investimento. O projeto se torna importante para os objetivos da empresa que consiste em ser saudável de forma econômica e financeira. Em outras palavras, seu objetivo é possuir uma estabilidade financeira para dar continuidade às suas operações. Parte de sua necessidade de implementar mudanças organizacionais através de uma futura análise de sua situação econômica e financeira. Através de um conhecimento da empresa e do negócio, torna-se possível realçar suas estratégias de competitividade, continuidade e crescimento futuro. As expectativas dos proprietários da empresa Beta poderão ser alcançadas, suas necessidades de permanecer no mercado mais concorrente e globalizado serão realizadas. Para a aluna, este trabalho proporcionará colocar em prática os conhecimentos teóricos adquiridos no decorrer do curso, melhorando assim sua maneira de pensar e agir dentro da organização. 18 2 REFERENCIAL TEÓRICO De acordo com Roesch (2007), o referencial teórico ou revisão da literatura permite levantar dados e informações contextuais para dimensionar e qualificar a problemática como levantar métodos e instrumentos alternativos de análise, assegurando ao autor que o trabalho tem alguma originalidade. Este trabalho foi desenvolvido dentro da área de finanças, assim, dentre os tópicos citados destacam-se as finanças, a administração financeira de curto prazo, a análise financeira, em que é possível examinar todos os dados financeiros da empresa. Foi mensurada também a necessidade de capital de giro, bem como a importância da sua administração. Enfatizou-se o termo capital de giro sendo crucial seu estudo para a realização deste trabalho, abordando também o saldo de tesouraria. Falou-se sobre o relacionamento do capital de giro com o caixa, sobre os ciclos operacional, econômico e financeiro, enfatizando a importância da redução do ciclo financeiro, destacando dentro desse processo o desembolso operacional, caixa operacional e giro de caixa. Falou-se também sobre a administração do estoque, como também da administração das contas a receber, abordando a inadimplência como o cálculo do seu índice, das contas a pagar e sobre o giro de estoque, mostrando ainda, a fórmula de cálculo do prazo médio de pagamento e recebimento. Um estudo maior foi realizado sobre o caixa, abordando a elaboração do fluxo de caixa projetado e realizado, bem como as aplicações das sobras de caixa e mencionando também os fatores do déficit de caixa. Por último, foram discutidas as operações de empréstimos, financiamentos e sobre as aplicações de recursos de curto prazo. 2.1 Finanças Assaf Neto e Lima (2009), afirmam que as teorias de finanças vêm descrevendo ao longo do tempo um processo consistente de evolução tanto conceitual quanto técnica. Segundo os autores, o estudo de finanças vem se ajustando aos diversos momentos da economia, porém, seu maior desafio se encontra atualmente devido ao surgimento de uma era de informação e de conhecimento. Segundo Gitman (2010) e Matias (2007), o termo finanças pode ser definido como a arte e a ciência de administrar o dinheiro tanto das pessoas físicas quanto jurídicas, sendo que todas as pessoas e todos os tipos de organizações, sejam financeiras ou não, privadas ou públicas, grandes ou pequenas, com ou sem fins lucrativos, ganham ou levantam, gastam ou investem dinheiro. 19 Gitman (2010) afirma que o termo finanças diz respeito ao processo, às instituições, aos mercados e aos instrumentos envolvidos na transferência de dinheiro entre pessoas, empresas e órgãos governamentais. Matias (2007) ressalta que a área de finanças é muito ampla e dinâmica, podendo ser dividida em âmbitos macro e micro. Segundo o autor, o âmbito macro de finanças está relacionado à macroeconomia, referindo- se a questões como fluxos internacionais de capital, sistema financeiro nacional e ainda mercados financeiros. Já o âmbito micro de finanças refere-se às finanças das organizações que ainda podem ser divididas em curto prazo e longo prazo. O presente trabalho irá se desenvolver principalmente na Administração Financeira de Curto Prazo. 2.2 Administração financeira de curto prazo Vieira (2008) afirma que não existe uma definição amplamente aceita para a expressão “finanças de curto prazo”, mas segundo o autor, essa expressão pode ser associada às decisões que causam impacto no fluxo de caixa da empresa no prazo de até um ano. Por sua natureza, são as decisões que possuem maior possibilidade de serem revertidas com relativa facilidade. Lemes, Rigo e Cherobin (2010) consideram que a administração dos recursos financeiros de curto prazo são os recursos aplicados nas atividades operacionais que dão movimentação aos ativos permanentes. Salientam ainda que, por serem de curto prazo, são recursos e fontes que necessitam de grande agilidade em sua gestão. Gitman (2010) menciona que a administração financeira em curto prazo, ou administração dos ativos e passivos, constitui uma das atividades mais importantes e que mais consome tempo do administrador financeiro. Ainda de acordo com o autor, o objetivo da administração financeira é gerenciar cada elemento do ativo circulante que é constituído por estoques, contas a receber, caixa e títulos negociáveis e de seu passivo circulante que, por sua vez, é formado pelas contas a pagar a fornecedores, despesas e empréstimos bancários a pagar, contribuindo para atingir um equilíbrio entre rentabilidade e risco que contribua de maneira positiva para o valor da empresa. Assaf Neto e Lima (2009) identificam três razões que levam as empresas a manterem determinado nível de caixa. O primeiro define-se como motivo de transação (ou negócio) que é explicado pela necessidade que uma empresa apresenta de manter dinheiro em caixa para efetuar os pagamentos oriundos de suas operações normais. O segundo motivo refere-se à 20 precaução que visa manter caixa com o objetivo de atender à necessidade de pagamentos eventuais e imprevistos como insolvência de clientes por exemplo. Finalmente, o terceiro motivo refere-se à especulação, o que pode ser explicado através das oportunidades de investimentos atraentes que podem surgir de forma não prevista sem dar tempo para a empresa buscar financiamento no mercado. Estas oportunidades só podem ser aproveitadas com caixa. A administração financeira em curto prazo busca assim, assegurar um melhor e mais eficiente processo empresarial através de uma boa administração do ativo e passivo da empresa. No intuito de obter uma maior segurança para a empresa de poder honrar com seus compromissos, é necessário para toda empresa manter uma liquidez imediata, para certos imprevistos de recebimentos e pagamentos. 2.3 Análise financeira De acordo com Silva (2006a, p. 26), “a análise financeira de uma empresa consiste num exame minucioso dos dados financeiros disponíveis sobre a empresa”. A análise financeira transcende as demonstrações contábeis pelo fato destas serem apenas canais de informação sobre a empresa com o objetivo de subsidiar a tomada de decisão. Costa et al. (2009, p. 23) salientam que “a situação financeira da empresa está ligada à capacidade de pagamento de suas obrigações”. As empresas entram em um processo falimentar por não possuírem dinheiro em caixa para pagar a seus credores. Desta forma, a análise da situação financeira torna-se importante. Para Helfert (2000), o propósito básico da análise financeira é ajudar os responsáveis pelos resultados a tomarem decisões acertadas dentro de um contexto relevante. O analista deve ter certeza de que o processo usado e os resultados obtidos de qualquer análise ajustamse claramente aos objetivos desejados. A FIG. 2 retrata as atividades da análise financeira, sendo necessário passar por todas as etapas antes de concluir e, posteriormente tomar decisões. 21 FIGURA 2 - Atividades da análise financeira ↑ Fonte: adaptado de SILVA, 2006a, p. 26. O analista financeiro começa coletando todos os dados. Através dessa coleta, o analista passa para a fase de conferir estes dados. Alguns dados são descartados por não serem relevantes e os que restarem serão preparados, logo em seguida processados para uma futura análise e depois de analisados eles serão concluídos. Quando já estão concluídos, podem-se tomar decisões referentes à situação financeira da empresa. Estas decisões, só podem ser tomadas mediante um conhecimento da situação de liquidez da empresa. Sendo que a liquidez é um importante campo de pesquisa em Finanças Corporativas. Brealey e Myers (2000 apud SÁ, 2012b) consideram a liquidez um dos dez maiores problemas a se resolver na área de finanças. Compreender o processo de formação de liquidez na empresa é identificar que atividades estão gerando um fluxo de caixa positivo ou negativo e que atividades estão eventualmente impedindo o caixa gerado de tornar-se disponível. Estas informações serão melhor explicadas nos próximos itens deste trabalho. 2.4 A necessidade de capital de giro Costa et al. (2009, p. 88) afirmam que “conceitualmente, a NCG corresponde à necessidade líquida de investimento permanente de fundos para garantir o giro normal das operações de uma empresa”. Pode ser mensurada pela diferença entre os saldos de seus ativos 22 e passivos circulantes de origem operacional ou somente ativos e passivos cíclicos. Ainda segundo o autor, os valores a receber de clientes, os estoques, os títulos a receber, as despesas antecipadas e os adiantamentos a fornecedores são exemplos de ativos cíclicos. Já os valores devidos a fornecedores, os salários a pagar, os impostos operacionais a recolher, as contas a pagar e os adiantamentos de clientes são exemplos de passivos cíclicos. A FIG. 3 ilustra a fórmula da necessidade de capital de giro. FIGURA 3 - Necessidade de capital de giro NCG AC PC Fonte: elaborada pela autora, 2012. Onde: NCG = Necessidade de capital de giro AC= Ativo Cíclico PC = Passivo Cíclico Vieira (2008) identifica que a necessidade de capital de giro é função do volume de vendas e do prazo concedido aos clientes. A FIG. 4 ilustra outra fórmula de cálculo da necessidade de capital de giro. FIGURA 4 - Necessidade de capital de giro em função do volume de vendas Fonte: Adaptado de DINIZ OLIVEIRA, 2011. Onde: NCG = necessidade de capital de giro PME = prazo médio estocagem CMV= custo da mercadoria vendida PMR= prazo médio recebimento 23 PMP = prazo médio pagamento Segundo Matias (2007) o valor da necessidade de capital de giro reflete o ciclo financeiro da empresa, tendo em vista que a necessidade de capital de giro é calculada a partir das contas que compõem o ativo e o passivo cíclicos, portanto sofrem constante renovação. Para Vieira (2008) e Costa et al. (2009) o nível de atividade fica subordinado ao impacto da situação conjuntural sobre o volume de suas vendas brutas enquanto o tamanho do seu ciclo financeiro fica definido pelas políticas de compras, de vendas e de estoques. Quanto maiores forem as vendas ou o ciclo financeiro, maior será o investimento operacional na necessidade de capital de giro, bem como o consequente esforço da empresa para financiá-lo. Á medida que a empresa cresce e eleva suas vendas, aumenta também o investimento operacional na necessidade de capital de giro. Vieira (2008) defende que a necessidade de capital de giro envolve recursos que acarretam em custos para a empresa e sua administração deve ser realizada por meio dos seus direcionadores, os componentes do ciclo financeiro e o volume de vendas. A necessidade de capital de giro, quando positiva, significa que a empresa possui carência de recursos no giro. Quando a necessidade de capital de giro é negativa, existe uma folga de recursos no giro. A necessidade de capital de giro interfere na manutenção do equilíbrio e da estabilidade financeira da empresa. Em um ambiente de intenso dinamismo, a administração deve estabelecer medidas e procedimentos que visem ao sucesso e à continuidade do empreendimento, principalmente em relação aos aspectos financeiros de curto prazo. 2.5 Capital de giro O capital de giro corresponde ao ativo circulante de uma empresa. De acordo com Vieira (2008), todo o investimento total em caixa, bancos, aplicações financeiras, estoques e contas a receber de clientes, referem-se ao capital de giro. Em sentido amplo, o capital de giro representa o valor total dos recursos demandados pela empresa para financiar seu ciclo operacional, o qual engloba as necessidades circulantes identificadas desde a aquisição de matérias-primas até a venda e o recebimento dos produtos elaborados. (ASSAF NETO; SILVA, 2002, p. 554). 24 Segundo Diniz Oliveira (2011), a administração do capital de giro envolve basicamente as decisões de compra e venda tomadas pela empresa, bem como suas atividades operacionais e financeiras e sua importância varia em função das características da empresa, como também do desempenho da economia e ainda em função da relação risco/rentabilidade desejada. O capital de giro é, pois, o volume de recursos necessários para manter a empresa em funcionamento durante seu ciclo de caixa, conforme ilustrado na FIG. 5. FIGURA 5 - Diagrama do ciclo de caixa de uma empresa industrial Fonte: adaptado de DINIZ OLIVEIRA, 2011. Um capital alocado no disponível (Caixa) pode ser aplicado no estoque, assumindo posteriormente a venda realizada ou novamente de disponível. Segundo Vieira (2008), a missão da administração do capital de giro consiste em manter o equilíbrio financeiro da empresa focando a situação de liquidez, contribuir para a expansão de suas atividades sem aumentar significativamente seu risco financeiro e capacitar a empresa para responder adequadamente a desafios e oportunidades que possam surgir. O autor ainda identifica três políticas básicas relacionadas com o montante total de ativos circulantes operacionais mantidos pela empresa. São as políticas Agressiva, Moderada e Restritiva. Elas representam alternativas de financiamento das vendas e de apoio à produção e são caracterizadas em função da relação existente entre o volume alcançado por esses ativos em relação a certo nível de vendas. 25 Vieira (2008) afirma que quanto mais elevado for o montante, maior terá sido o volume investido em estoques e contas a receber de clientes, o que evidencia políticas de crédito e de estoques mais frouxas. Uma política flexível pode ser utilizada para apoiar o crescimento das vendas enquanto uma política restritiva tem, em geral, o objetivo de reduzir o volume de capital investido na atividade. Entre esses extremos existem posições intermediárias que procuram equilibrar estes dois objetivos que podem ser classificadas como mais moderadas ou mais agressivas. Uma empresa precisa manter um nível satisfatório de capital de giro. Os ativos circulantes devem ser suficientemente consideráveis de forma a cobrir seus passivos circulantes, garantindo uma boa margem de segurança, apresentando um nível aceitável de capital circulante líquido. Para Assaf Neto e Lima (2009), o capital de giro líquido ou capital circulante líquido (CCL) é a diferença entre os ativos circulantes e os passivos circulantes, conforme demonstrado na FIG. 6. FIGURA 6 - Capital circulante líquido CCL A P Fonte: elaborado pela autora, 2012. Onde, CCL = Capital Circulante Líquido A = Ativo Circulante P = Passivo Circulante De acordo com Vieira (2008), o objetivo da avaliação da liquidez é verificar a capacidade da empresa em pagar os compromissos financeiros assumidos e, sua principal medida utilizada para este fim é o Capital Circulante Líquido. O Capital Circulante Líquido consiste em um montante de dinheiro calculado pela diferença entre os recursos que se prevê estarão disponíveis e as obrigações vencíveis em curto prazo. Assim, se os ativos circulantes excedem os passivos circulantes a empresa tem capital circulante líquido. 26 O objetivo da gestão do capital de giro é gerar valor com os elementos do giro. A empresa deve manter uma reserva financeira alocada para enfrentar os eventuais problemas que podem surgir e, quanto maior for esta reserva alocada à manutenção do capital de giro, menor será o risco de a empresa deixar de honrar seus compromissos financeiros de curto prazo nas datas de seus vencimentos. 2.6 Saldo de tesouraria De acordo com Costa et al. (2009, p. 96) “... o saldo de tesouraria pode ser mensurado pela diferença entre os ativos e passivos de ocorrência errática (ou financeiros) na estrutura patrimonial da empresa”. Exemplos de ativos erráticos ou financeiros são: caixa, bancos, investimentos em títulos e valores mobiliários. E passivo errático ou financeiro são os empréstimos, financiamentos, dividendos a pagar etc ... Conforme Matias (2007), quando o crescimento da necessidade de capital de giro não é acompanhado por um aumento no capital de giro líquido, ocorre o efeito tesoura. Este normalmente surge do crescimento da atividade da empresa não suportada pela situação financeira, ou seja, a empresa não tem recursos disponíveis para financiar as necessidades adicionais de giro. Diniz Oliveira (2011) ressalta que o efeito tesoura pode ser consequência de vários fatores, isolados ou combinados entre si, como crescimento das vendas em R$ a taxas anuais elevadas, imobilização excessiva, prejuízos, distribuição excessiva de dividendos, altas taxas de juros e endividamento de perfil inadequado. Tendo em vista que a NCG é uma demanda operacional de recursos de longo prazo, é aconselhável que seja financiada com recursos também de longo prazo. Isto significa dizer que a empresa deveria dispor do CDG suficiente para financiar a NCG. No entanto, para a maior parte das empresas brasileiras isto não acontece, o que torna necessária a complementação dos recursos de longo prazo disponíveis com as fontes de curto prazo. (VIEIRA, 2008, p. 87). A liquidez da empresa torna-se crítica por excessiva dependência de empréstimos em curto prazo. Qualquer corte de crédito por efeito das vendas pode levar a empresa à insolvência de forma muito rápida, decorrente do atraso com relação a fornecedores e colaboradores. 27 Se a empresa apresenta capital de giro superior à necessidade, o saldo de tesouraria torna-se positivo, indicando que a empresa financia a necessidade de capital de giro integralmente com recursos de longo prazo. O saldo de tesouraria revela informações relevantes sobre a situação financeira da empresa e destaca as prioridades que norteiam a administração financeira. 2.7 O relacionamento do capital de giro com o caixa De acordo com Lemes, Rigo e Cherobin (2010, p. 375), “caixa, também denominado disponível em administração financeira, representa os ativos que têm a característica principal de possuir liquidez imediata”. Assaf Neto e Lima (2009) consideram que o capital de giro é formado basicamente por três diferentes ativos circulantes: disponível, valores a receber e estoques. Matias (2007) aponta que a gestão do caixa está ligada à administração das outras contas do giro, visto que essa gestão integra os demais componentes do capital de giro, sendo que todas as movimentações financeiras passam pelo caixa. O caixa é um componente do capital de giro por representar os ativos mais líquidos da empresa, possibilitando assim os recursos disponíveis para cobrir desembolsos evitando crises de liquidez na empresa. É através do caixa que convergem todos os outros ativos, como duplicatas a receber e estoques. Uma boa gestão do caixa dispõe de uma integração entre as disponibilidades e o tempo de realização das despesas, fazendo com que o programado aconteça sem um desequilíbrio financeiro, advindo das fontes de financiamentos comprometedoras da estrutura financeira da empresa. 2.8 Ciclo operacional, ciclo econômico e ciclo financeiro Os ciclos dividem-se em Ciclo Econômico, Ciclo Financeiro e Ciclo Operacional, que compõem todo o sistema. As atividades operacionais de uma empresa envolvem, de forma sequencial e repetitiva, a produção de bens e serviços e, em consequência, a realização de vendas e respectivos recebimentos. Nessas operações básicas procura a empresa obter determinado volume de lucros, de forma a remunerar as expectativas de retorno de suas diversas fontes de financiamento (credores e proprietários).(...). É diante desse processo natural e permanente que sobressai o ciclo operacional da empresa, 28 composto por todas as fases de suas atividades operacionais. (ASSAF NETO; LIMA, 2009, p. 559). Para Silva (2006b, p. 15), “um ciclo operacional adequado refletirá de maneira positiva o comportamento e o uso do capital investido”. O ciclo econômico está voltado para os eventos de natureza econômica, envolvem a compra de materiais até a respectiva venda. Este ciclo é o giro do estoque, ele informa quanto tempo a empresa está demorando a girar seu estoque. Dessa maneira, o ciclo operacional reflete o prazo médio de estocagem e pode ser ainda identificado como prazo médio de estocagem (PME) somado ao prazo médio de recebimento (PMR), conforme ilustrado na FIG. 7. FIGURA 7 – Ciclo Operacional CO PME PMR Fonte: elaborado pela autora, 2012. Onde, CO = Ciclo Operacional PME = Prazo Médio de Estocagem PMR = Prazo Médio de Recebimento Vieira (2008) define o ciclo financeiro como sendo o prazo decorrido entre as saídas de caixa (pagamentos a fornecedores) e as entradas de caixa (recebimentos de clientes). Este ciclo financeiro encontra-se defasado em relação ao ciclo econômico pelo efeito dos prazos de pagamento e recebimento, que fazem com que as movimentações financeiras ocorram em datas posteriores as das compras e vendas de produtos. Para Assaf Neto e Lima (2009), o ciclo financeiro ou de caixa corresponde ao intervalo verificado entre o pagamento de matérias-primas e não a data de compra, sendo que a compra poderá ocorrer antes caso a aquisição for efetuada a prazo até o recebimento pela venda do produto. 29 A FIG. 8 ilustra esse ciclo financeiro, que é a diferença do operacional com o prazo médio de pagamento a fornecedores. FIGURA 8 - Ciclo financeiro CF CO PMP Fonte: elaborado pela autora, 2012. Onde, CF = Ciclo Financeiro CO = Ciclo econômico. PMP = Prazo médio de pagamento De acordo com Brasil e Brasil (1999) o ciclo financeiro contém, todos os componentes da necessidade de capital de giro, duplicatas a pagar e a receber, estoques e outras obrigações ligadas a salários, encargos, impostos etc. A FIG. 9 demonstra o ciclo financeiro total da empresa. FIGURA 9 - Ciclo Financeiro - Método Completo Fonte: adaptado de BRASIL; BRASIL, 1999. A FIG. 10 ilustra, de forma completa, o ciclo operacional, o ciclo econômico e o ciclo financeiro ou de caixa. 30 FIGURA 10 - Ciclo operacional completo de uma empresa industrial Fonte: adaptado de ASSAF NETO; LIMA, 2009, p. 637. Assim, conforme mostrado, todos os ciclos estão interligados, já que o ciclo econômico engloba fundamentalmente toda a base de produção da empresa. Já o ciclo operacional, a princípio, pode ser financiado mediante créditos de fornecedores concluindo com o ciclo financeiro que identifica a necessidade de recursos da empresa desde o momento do pagamento aos fornecedores até o recebimento das vendas realizadas. O analista financeiro deve possuir um bom gerenciamento destes ciclos evitando assim possíveis problemas operacionais. 2.9 O ciclo de caixa e a importância da sua redução Vieira (2008) afirma que o ciclo de conversão de caixa ou somente ciclo de caixa é a resultante dos diversos prazos de conversão com os quais a empresa opera, é o período médio compreendido entre os pagamentos e os recebimentos operacionais. De acordo com Diniz Oliveira (2011), o ciclo de caixa de uma empresa é definido como o período de tempo que vai do ponto em que a empresa faz um desembolso para adquirir matéria prima até o ponto em que é recebido o dinheiro da venda do produto acabado, feito com aquelas matérias primas. Para Ross, Westerfield e Jaffe (2010, p. 603), “o ciclo de caixa é o período entre pagamento e recebimento de dinheiro. Pode ser considerado como igual ao ciclo operacional menos o prazo de contas a pagar”. 31 O ciclo de caixa de uma empresa deve ser planejado desde o início de suas atividades. É necessário retardar o prazo de pagamento aos fornecedores ao máximo possível, porém sem que isso incorra em prejuízo ao conceito de crédito da empresa. Os recebimentos, sempre que possível, devem ser realizados com a maior antecedência possível, sem perder futuras vendas. No que tange ao estoque, tentar girar com a maior rapidez possível. A necessidade de capital de giro é função do ciclo de caixa da empresa. À medida que o ciclo de caixa da empresa aumenta, sucessivamente aumenta também sua necessidade de capital de giro. Portanto, a redução do ciclo financeiro ou de caixa consiste em receber mais cedo e pagar mais tarde. Os prazos de estocagem e de cobrança afetam significativamente as necessidades de recursos para financiar o giro das operações, sendo que o prazo de pagamento concedido pelos fornecedores supre parte dessas necessidades. Assim, ao reduzir o ciclo financeiro da empresa, estará otimizando o uso desses recursos e reduzindo os custos correspondentes. Para que isso seja possível é relevante o uso de três estratégias que são: retardar o pagamento aos fornecedores, acelerar o recebimento das duplicatas e elevar o giro dos estoques. A utilização dessas estratégias consiste no conceito de desembolsos operacionais, caixa operacional e giro de caixa. 2.9.1 Desembolso operacional Segundo Titon (2006) os desembolsos operacionais referem-se aos pagamentos realizados com as atividades efetuadas durante o período. Neles não são incluídas amortizações de dívidas, pagamentos de despesas financeiras, compras de ativos fixos etc. Segundo Assaf Neto e Lima (2009), os desembolsos de caixa representam todos os dispêndios de caixa previstos no ciclo operacional da empresa. Os desembolsos operacionais de caixa referem-se a matérias-primas, salários mais encargos sociais, despesas operacionais etc. 2.9.2 Caixa operacional Seu objetivo é manter um saldo mínimo de caixa que atenda aos desembolsos operacionais. Assaf Neto e Lima (2009, p. 661) ponderam acerca do saldo mínimo que: 32 o objetivo geral da manutenção de um saldo mínimo de caixa é o de permitir que a empresa possa corretamente saldar seus compromissos programados e manter, ainda, uma reserva de segurança de forma a cobrir suas necessidades de pagamentos imprevistos (...). O caixa mínimo deve também financiar a geralmente presente falta de sincronização entre as entradas e saídas de fundos, ou seja, as disponibilidades devem ser suficientes para processar pagamentos quando as entradas esperadas (recebimentos) não se realizarem. (...) Esses valores em caixa são mantidos em espécie ou em títulos (aplicações financeiras) de liquidez imediata. Segundo Sá (2012a), a necessidade de se determinar o saldo mínimo de caixa ideal advém das imperfeições do mercado e das diferentes taxas de remuneração do capital, fazem com que montantes em excesso aplicados no Disponível representem recursos ociosos. Existem diversas técnicas de apuração do saldo mínimo operacional de caixa de uma empresa, porém, um modelo muito conhecido refere-se ao saldo mínimo de caixa a partir do ciclo financeiro que pode ser ilustrado na FIG. 11. FIGURA 11 - Saldo mínimo de caixa Fonte: adaptado de ASSAF NETO; LIMA, 2009, p. 662. Essa fórmula mostra se a empresa demonstra condições financeiras suficientes ou não para saldar com todos os seus gastos operacionais estimados em determinado período através de um determinado saldo mínimo encontrado. Segundo Assaf Neto e Silva (2002), o caixa mínimo operacional deve ser adotado com certos cuidados pela empresa, sempre avaliando se suas características se adequam à realidade de seus negócios. 2.9.3 Giro de caixa O giro de caixa refere-se ao número de vezes por ano que o caixa da empresa gira (se renova). Segundo Assaf Neto e Lima (2009, p. 116), “o giro de caixa expressa o número de vezes em que o caixa operacional do empreendimento é renovado, dado seu ciclo de caixa”. 33 Para Ross, Westerfield e Jaffe (2010), o ciclo de caixa e o giro de caixa se relacionam a todo o tempo. Essa relação pode ser ilustrada através de um exemplo citado por Assaf Neto e Lima (2009, p. 660). Exemplo: uma empresa revela que o período médio ponderado de pagamento a fornecedores de matérias-primas e outros insumos, como mão de obra, é igual a 28 dias. A empresa gira seus estoques cinco vezes no ano e seus clientes pagam as duplicatas dentro de um prazo médio de 35 dias. Ciclo Operacional = Prazo médio dos estoques (PME) + Prazo Médio de Cobrança (PMC) PME = 360 dias/5 = 72 dias Ciclo Operacional = 72 dias + 35 dias = 107 dias O ciclo operacional indica o intervalo de tempo desde a aquisição (pedido) das matérias-primas até o recebimento da venda do produto acabado. Na ilustração este prazo médio é de 107 dias. Ciclo de Caixa = Ciclo Operacional – Prazo Médio de Pagamento (PMP) Ciclo de Caixa = 107 – 28 = 79 Este é o tempo que tarda desde o pagamento das matérias-primas até o momento do recebimento das vendas. Pode-se calcular o giro de caixa (GC) de uma empresa dividindo-se 360 (o suposto número de dias do ano) pelo ciclo de caixa. Desta forma, o giro de caixa é de 4,6 (360 dividido por 79), ou seja, os recursos alocados ao disponível revezam-se 4,6 vezes no período (ano). Quanto maior for este giro melhor, pois, menor será a necessidade de caixa para suportar as operações. Assim como o giro dos estoques, o giro de caixa deve ser maximizado, sem, no entanto, incorrer no risco da falta de recursos. 34 2.10 Administração do estoque Assaf Neto e Lima (2009) entendem que os estoques são definidos como sendo os materiais, mercadorias ou produtos mantidos fisicamente disponíveis pela empresa, na expectativa de ingressarem no ciclo de produção de seguir seu curso produtivo normal ou de serem comercializados. Representam uma boa parte dos ativos de empresas comerciais e industriais. Os investimentos em estoques podem trazer um retorno sobre o valor investido muito maior que qualquer outro ativo Silva (2006b) argumenta que os investimentos em estoques devem ser feitos mediante a capacidade de caixa com os objetivos de venda, sendo que os estoques em excesso absorvem recursos que poderiam ter outro destino além de reduzir a capacidade de lucro da empresa e gerar diversos custos como financeiros, de logística etc. Os custos com estoques são possivelmente recuperáveis, entretanto, existem também outros tipos de despesas como armazenagem, seguros, equipamentos e pessoal, movimentação e processamento e, existem ainda certas perdas, como por exemplo, por queda de preços, acidentes, ações de concorrência, validade vencida, mudanças de hábitos de consumo, entre outras. Segundo Assaf Neto e Lima (2009) existem três categorias para os tipos de estoques existentes, que são: mercadorias e produtos acabados, produtos em elaboração matériasprimas e embalagens, materiais de consumo e almoxarifados. O autor ainda ressalta que os estoques são os itens de mais baixa liquidez do circulante, porém, essa liquidez pode diferir bastante para os diversos tipos de estoques. As matérias-primas são as que mais podem ser convertidas em dinheiro. Os produtos em elaboração apresentam liquidez mais estreita. Já os produtos acabados podem ou não apresentar boa liquidez dependendo muito da natureza do produto. Para Silva (2006b, p. 34) “quanto maior é o giro, maior é o retorno que o investimento em estoques proporciona, maior também é a liquidez do investimento”. Grande parte das empresas trabalha com mais de um produto e cada produto apresenta índices de giro diferentes. Torna-se importante analisar item a item e a empresa irá se concentrar nos itens que representam a maior parte das vendas. De acordo com Lemes, Rigo e Cherobin (2010, p. 420), “as empresas devem definir políticas simples para seus procedimentos de compras, que tragam resultados eficazes”. Um exemplo dessas políticas pode ser procurar manter o cadastro de fornecedores atualizados, manter o histórico do relacionamento com os fornecedores para facilitar acesso a preço e 35 condições de negociação, registro de ocorrências técnicas dos produtos e ainda definir os procedimentos relacionados à consulta ao número de fornecedores. Assim, torna-se importante para a empresa fazer um bom uso dessas políticas para uma boa gestão de estoques de maneira que a empresa busque um equilíbrio entre o excesso de estoques e entre a falta do mesmo que pode acarretar em perdas de vendas. Para achar qual vai ser a quantidade que deve ser mantida em estoque e em que tempo deve ser feito um novo pedido, utiliza-se o Lote Econômico de Compra (LEC). Silva (2006b) sustenta que o lote econômico de compra é um dos modelos mais usados na gestão financeira de estoques. Segundo o autor, talvez o mais utilizado. Este modelo auxilia a achar a quantidade ótima de cada pedido (Q*) de maneira que os custos totais compreendidos pelo custo do pedido e o custo de estocagem sejam os menores possíveis. A FIG. 12 reflete o lote econômico de compra: FIGURA 12 – Lote econômico de compras Fonte: adaptado de ASSAF NETO; LIMA, 2009, p. 719. Onde: Q* = quantidade de cada pedido. V = volume de vendas do período CP = custo de cada pedido CE = custo de estocagem de cada unidade Assim, é importante para a empresa utilizar um modelo como este, já que o custo de se ter um estoque de segurança não pode exceder a previsão de vendas, tampouco a capacidade de caixa da empresa já que isso é uma política imposta pela realidade financeira da empresa. Portanto, tem que ser analisada criteriosamente e sempre que for necessário. 36 2.10.1 Giro de estoque Matias (2007) ressalta que o índice de giro dos estoques indica o número de vezes que os itens estocados foram renovados em determinado intervalo de tempo. Assim, quanto maior o giro dos itens em estoque, maior deve ser a rentabilidade dos recursos investidos em estoque. Para Silva (2006b, p. 277), “o prazo médio de rotação dos estoques indica quantos dias, em média, os produtos ficam armazenados na empresa antes de serem vendidos”. Assaf Neto e Lima (2009) explicam que, quanto mais rápido a empresa vender seus estoques, ou seja, quanto mais elevado for o giro do investimento, menores serão os custos de financiamento. A FIG. 13 ilustra a fórmula do Giro dos Estoques. FIGURA 13 – Fórmula de cálculo do giro dos estoques Giro dos Estoques = Custo Mercadoria Vendida Estoque Médio Fonte: adaptado de MATIAS, 2007, p. 103. O Estoque Médio é o somatório do valor inicial da conta estoque com o valor da mesma no final de determinado período. É importante saber qual é o giro dos estoques na empresa já que isso está ligado à atividade operacional. Desta maneira, ele contribui para o aumento das vendas e diminui os custos de financiamento e de estocagem. Quanto mais vezes o estoque girar, menores serão os custos. O giro mais lento vai impactar no fluxo de caixa da empresa, porque desembolsos para saldar compromissos com fornecedores ocorrerão antes mesmo de o produto ser vendido. 37 2.10.2 Políticas de estoques Dias (2005) define as políticas de estoques como padrões que devem ser estabelecidos e que sirvam de guia de programação e controle e também sirvam de critério para medir a performance da gestão de estoques. De uma maneira geral, Dias (2005) define essas diretrizes como: a) metas de empresas quanto ao tempo de entrega dos produtos aos clientes; b) definição do número de depósitos e/ou de almoxarifados e da lista de materiais a serem estocados neles; c) até que nível deverão flutuar os estoques para atender uma alta ou baixa das vendas ou uma alteração de consumo; d) até que ponto será permitido a especulação com estoques, fazendo compra antecipada com preços mais baixos ou comprando uma quantidade maior para obter desconto; e) definição da rotatividade de estoques. Segundo Assaf Neto e Silva (2002) ao analisar a política de estocagem de uma empresa, deve-se sempre relacionar com a política global de liquidez, incluindo alguns custos. De acordo com Assaf Neto e Lima (2009) os custos relevantes para a administração de estoques são os custos de compra (de pedido) e os custos de manutenção, estes exercem nítidas diferenças no processo decisório. Os custos de compras representam todos os gastos resultantes das necessidades de adquirir materiais. Dessa maneira, são considerados os gastos adicionais oriundos da emissão de pedidos, como por exemplo, as despesas oriundas do departamento de compras, despesas de transportes, despesas associadas ao recebimento e inspeção dos materiais, despesas com manutenção e ajuste de máquinas e produção etc.. Assaf Neto e Lima (2009, p. 715) ainda definem que os custos de manutenção, também conhecido por custo de carregamento, inclui todas as despesas diretamente identificadas em manter os bens estocados, inclusive o custo de oportunidade do capital investido. De acordo com a política de estoques adotada pela empresa é que será medido o capital investido em estoques e o gestor de estoques baseado nas diretrizes da empresa, deve estar atento aos reflexos que essa política terá nos resultados financeiros. Definir até que nível deverá flutuar os estoques para atender uma alta ou baixa das vendas ou uma alteração de 38 consumo, e ainda, a definição da rotatividade de estoques, serão pontos importantes para construir uma política de estoque. A definição e o cumprimento da Política de Estoque pode ser um fator decisivo na gestão financeira da empresa, racionalizando os investimentos em estoques, proporcionando melhores resultados financeiros e aumentando a capacidade de liquidez na empresa. 2.11 Administração das contas a receber Lemes, Rigo e Cherobin (2010) apontam que é por meio da concessão de crédito que as empresas podem vender muito mais do que venderiam se não utilizassem este tipo de facilidade. Porém, essa mesma concessão de crédito pode vir a ser um risco para as empresas pelo fato de haver perda com devedores relapsos. A concessão de crédito exige grandes volumes de investimentos em capital de giro, o que torna a sua administração muito complexa. Para Assaf Neto e Lima (2009), durante a análise da concessão de crédito devem ser levados em conta diversos critérios e métodos. Dentre eles são citados os cinco Cs que se referem a caráter, capacidade, capital, garantias (colateral) e condições. Assaf Neto e Lima (2009, p. 680) afirmam que “os cinco Cs do crédito são bastante utilizados pelos analistas para identificar a capacidade de pagamento do solicitante de um crédito”. O primeiro dos cinco C’s, caráter, pode ser entendido como a disposição do cliente em pagar corretamente seu crédito. A capacidade tem a ver com o potencial de geração de recursos do cliente visando à liquidação conforme pactuada. Capital está voltado para a medição dos investimentos do cliente, como por exemplo, a análise de seu patrimônio líquido. Garantias (collateral) julgam os ativos que o cliente pode oferecer para garantir seu crédito. O quinto e último elemento da avaliação do risco de crédito refere-se às condições envolvendo as influências do comportamento da conjuntura econômica sobre a capacidade de pagamento do cliente. Feita esta avaliação do risco de crédito, é necessário analisar a política geral de crédito. 39 Assaf Neto e Lima (2009) definem a política de crédito como sendo um conjunto de procedimentos estabelecidos com relação às condições de concessão de crédito, incluindo o prazo de pagamento, garantias, montante e a prática de cobrança dos valores a receber. O estabelecimento de uma política de crédito envolve: análise dos padrões de crédito, prazo de concessão, descontos financeiros por pagamentos antecipados e as políticas de cobrança. Referente à análise dos padrões de crédito, Assaf Neto e Lima (2009, p. 682) ponderam que: os padrões de crédito definem essencialmente os instrumentos de crédito e as exigências mínimas de garantias para a concessão do crédito a um cliente. À medida que a empresa afrouxa os padrões de crédito, aumenta a chance (risco) de uma conta a receber tornar-se incobrável, afetando o lucro de forma negativa. O ideal para a empresa seria realizar suas vendas totalmente à vista, pois além da inexistência das despesas de crédito, a empresa não teria de assumir custos financeiros nos valores a receber. Porém, isso não acontece na maioria das vezes já que as empresas concedem prazos a seus clientes. O prazo de crédito exerce influências sobre a rentabilidade da empresa. Um acréscimo no prazo, ao mesmo tempo em que pode aumentar as vendas da empresa, é capaz também de elevar o montante do investimento em valores a receber e, em consequência, no custo de capital, e as perdas por inadimplência. (ASSAF NETO; LIMA, 2009, p. 683). Silva (2006b, p. 28) entende que “o prazo de recebimento é medido pelo espaço de tempo médio que as vendas levam para se transformar em disponibilidades de caixa e determina os investimentos necessários em contas a receber”. A fórmula de cálculo do prazo médio de recebimento das vendas, adaptado de Silva (2006b, p. 280) é: FIGURA 14 - Prazo médio de recebimento das vendas PMRV = DRm x DP VL + IMP Fonte: adaptado de SILVA, 2006, p. 280. 40 Onde, DRm = Duplicatas a receber ( média do período) VL = Vendas Líquidas (receita operacional líquida) IMP = Impostos sobre vendas DP = dias do período considerado (360 dias para um ano; 30 por mês). De acordo com Silva (2006b) o volume de duplicatas a receber é decorrente de dois fatores, são eles o montante de vendas a prazo e o prazo concedido aos clientes para pagamento. Assim, para encontrar a média de duplicatas a receber basta somar as duplicatas a receber no início do ano desejado com as duplicatas a receber do ano anterior e dividir por dois (já que são dois períodos analisados). As empresas costumam dilatar o prazo de vendas a crédito como estratégia mercadológica, porém, se essa estratégia não tiver suporte financeiro, acaba por comprometer a liquidez financeira. Essa estratégia torna-se tão ruim como a estratégia de redução de preço quando também não se tem suporte financeiro. Portanto, esse prazo exige uma cautelosa análise antes de sua concessão. Assim, também é importante analisar os outros fatores como o desconto financeiro e as políticas de cobrança adotadas. Assaf Neto e Lima (2009) mencionam que o desconto financeiro refere-se ao abatimento no preço de venda efetuada quando o pagamento é feito à vista ou a prazos bem curtos. Normalmente, com esses descontos, espera-se que venha a atrair novos clientes ou servem até como um incentivo de volumes maiores de vendas. As vantagens desses descontos financeiros é que a empresa promove uma redução de suas necessidades de caixa através da diminuição do prazo médio de cobrança, bem como consegue promover uma redução do custo de capital pelo fato de que é exigido menos investimentos em valores a receber. Já as suas desvantagens referem-se ao fato de que ao se adotar a política de descontos financeiros, a empresa apura menor lucro por unidade vendida, pois reduzindo o preço de venda pelo desconto concedido, a margem de lucro do produto também diminui. O último fator, relacionado à análise dos padrões de crédito refere-se a políticas de cobrança. 41 Maior ampliação nos prazos normais de cobrança de uma empresa pode acarretar, entre outras consequências, um aumento nos custos de inadimplência (provisão para devedores duvidosos) e uma elevação no custo de capital pelo maior investimento em vendas a prazo. (...) De outra forma, a adoção de medidas mais rígidas de cobrança pode refletir-se sobre as vendas, mediante uma retração por parte dos consumidores. Evidentemente, deve a empresa procurar um procedimento mais próximo do “ideal”, evitando, por exemplo, que as reduções em suas vendas (e, consequentemente, nos lucros) superem os ganhos provenientes principalmente de uma queda em suas despesas com devedores duvidosos. (ASSAF NETO; LIMA, 2009, p. 683-684). Um instrumento útil de controle dos valores a receber é o aging, conhecido também como a idade cronológica das contas a receber função de suas idades, que destaca a porcentagem vencida e a vencer, para cada data definida está relacionado o volume das duplicatas a receber com o montante de carteira. Um exemplo desse instrumento citado por Assaf Neto e Lima (2009) pode ser ilustrado na TAB. 1 em que uma determinada empresa possui uma carteira de contas a receber de R$ 1.000.000. TABELA 1 - Demonstrativo da idade cronológica (aging) das contas a receber Contas vencidas Valor Porcentagem ($) (%) 0 – 15 dias R$ 180.000 18 % 16 – 30 dias R$ 70.000 7% 31 – 60 dias R$ 40.000 4% Acima de 60 dias R$ 10.000 1% Subtotal $ 300.000 30 % Contas a vencer Valor Porcentagem ($) (%) 0 – 30 dias $ 200.000 20 % 31 – 60 dias $ 350.000 35 % 61 – 90 dias $ 100.000 10 % $ 50.000 5% $ 700.000 70 % $ 1.000.000 100 % Acima de 90 dias Subtotal Total Fonte: adaptado de ASSAF NETO; LIMA, 2009, p. 684. 42 Os resultados mostrados na TAB. 1 indicam que 30% da carteira de contas a receber da empresa encontram-se vencidas aguardando pagamento dos clientes, sendo assim, a política de cobrança deve atuar mais próxima a estes clientes. De acordo com Assaf Neto e Lima (2009), as despesas gerais de crédito referem-se àquelas despesas que ocorrem em razão de a empresa vender a prazo. Assaf Neto e Lima (2009, p, 685) ponderam acerca do investimento em valores a receber e sobre o investimento marginal que: investimento em valores a receber equivale ao total do capital aplicado pela empresa para financiar suas vendas a prazo. Recursos que lastreiam a carteira de contas a receber. (...) Investimento marginal é medido pela diferença entre o capital aplicado em manter contas a receber antes e após alterações que venham a se verificar nos padrões de crédito. Conforme Assaf Neto e Lima (2009), as medidas financeiras de uma empresa que vende a prazo são classificadas como despesas com devedores duvidosos, despesas gerais de crédito, despesas de cobrança e o custo do investimento marginal em valores a receber. Estão relacionados ao controle interno da organização. O QUAD. 1 resume o comportamento dessas medidas quando os prazos de crédito da empresa são alterados. QUADRO 1 - Políticas de crédito e variáveis financeiras Fonte: adaptado de DINIZ OLIVEIRA, 2011. Diniz Oliveira (2011) identifica que quando a empresa decide afrouxar seus padrões de crédito, surge de imediato uma expectativa de elevação no volume de vendas, bem como aumentam as despesas de crédito (despesas com devedores duvidosos, por exemplo) e em decorrência desses fatores exige-se uma necessidade maior de volume de investimentos em 43 valores a receber. Dessa maneira, quando há uma elevação nos descontos financeiros, os custos para o adquirente são abaixados influenciando desta forma o aumento das vendas. As despesas de crédito costumam cair em razão da tendência dos clientes anteciparem seus pagamentos, acarretando em um menor investimento nos valores a receber. A preocupação maior da administração de valores a receber, sequencialmente ao estabelecimento da política de crédito mais atraente para a empresa, é manter um eficiente controle sobre o desempenho de sua carteira de duplicatas a receber. (...) Esse controle deve assumir caráter de atividade permanente na administração financeira da empresa. (ASSAF NETO; LIMA, 2009, p. 691). Os objetivos desse controle baseiam-se em apurar o nível de atraso com que os clientes estão pagando e identificar as razões de qualquer variação na carteira de valores a receber dentre outros. A técnica mais utilizada para essa medida de controle consiste na técnica de aging e, na medida do DVR (Dias de Valores a Receber). Assaf Neto e Lima (2009) sustentam que o DVR é uma medida de controle que, pela relação entre os valores a receber e as vendas médias diárias, permite apurar o número médio de dias necessários para realizar financeiramente as vendas a prazo. Pode ser definida através da FIG. 15. FIGURA 15 - Dias de valores a receber DVR = Valores a receber ao final de um período Vendas médias diárias no período Fonte: adaptado de ASSAF NETO; LIMA, 2009, p. 692. Pode ser usada também, como medida aproximada de cálculo do investimento em valores a receber. No dia-a-dia das empresas se evidencia a importância e necessidade da gestão de valores a receber. Isto acontece mesmo numa economia inflacionária, em que a concessão de crédito poderia implicar arcar com perdas com a desvalorização da moeda. 44 2.11.1 Inadimplência Pode-se classificar os clientes por comportamento de pagamento em três grupos diferentes: adimplentes, insolventes e inadimplentes. Matias (2007) explica que os clientes adimplentes são aqueles que pagam antecipadamente ou em dia. Insolventes são aqueles que estão em fase de renegociação ou não pagaram. Já os inadimplentes são clientes que pagam com atraso de até 30 dias. Os clientes inadimplentes normalmente são consumistas, valendo tanto para pessoas físicas quanto jurídicas – no caso de pessoas físicas são clientes com valor médio de compra superior ao dos demais clientes, que na ânsia de comprar “estouram” seu fluxo de caixa, comprometendo a renda do mês seguinte; no caso de pessoas jurídicas, são clientes também consumistas que não resistem à tentação de um bom desconto, e acabam por comprometer o fluxo de caixa, existindo também as empresas que só pagam por atraso, normalmente grandes redes varejistas, que chegam a ter, em aberto, mais de 4.000 protestos na praça, e o fazem para reduzir sua necessidade de capital de giro a ser coberta junto a bancos. (MATIAS, 2007.p. 85). Silva (1988) entende que a decisão de conceder crédito numa empresa comercial ou industrial está relacionada ao volume de vendas que se quer atingir em determinado produto e em determinada época. Uma vez que essa decisão é tomada, o administrador não encerrou o processo decisório, sendo necessário tomar outras decisões, como as relativas à cobrança, por exemplo. A análise do fator de inadimplência vai permitir decisões sobre variações nas políticas de crédito e cobrança. O índice de inadimplência pode ser obtido pela fórmula de acordo com Assaf Neto e Silva (2002) demonstrado na FIG. 16 FIGURA 16 – Índice de inadimplência Índice de inadimplência = Devedores Duvidosos Vendas Totais Fonte: adaptado de ASSAF NETO E SILVA, 2002, p. 139 O índice de inadimplência deve ser apurado relacionando-se os devedores duvidosos com as vendas de competência do período que lhe deram origem, e não com as vendas do mês em que foram levantados os problemas de crédito. (ASSAF NETO; SILVA, 2002, p. 139). 45 A avaliação do índice de inadimplência em determinado período quanto à variações é que vai definir se os devedores duvidosos deverão ser analisados de forma mais detalhada. 2.12 Administração das contas a pagar De acordo com Silva (2006b, p. 32) “o princípio básico da gestão de contas a pagar é não pagar nenhuma conta antes do vencimento”. Ainda segundo o autor, a possibilidade de melhores condições de prazo com outros fornecedores, as compensações entre prazos e descontos e a possibilidade de renegociação de contratos de longo prazo também devem ser levados em conta. Silva (2006b) ressalta que para a empresa aumentar sua capacidade de caixa e, se a mesma tiver uma margem de lucro que absorve bem os custos financeiros de mercado e se esses custos são maiores que o custo do financiamento dos fornecedores, a empresa deve estender os prazos das contas a pagar até o máximo que ela conseguir. Segundo Gitman (2010), a meta da empresa deve ser encurtar o prazo médio de recebimento e alongar o prazo médio de pagamento. Ainda segundo Gitman (2010), essas duas metas podem ser realizadas por meio da gestão do float. O float diz respeito a fundos que foram enviados pelo pagante, mas ainda não estão disponíveis ao recebedor. É importante para o ciclo de conversão de caixa, porque sua presença estende os prazos médios de pagamento quanto de recebimento das empresas. (GITMAN, 2010, p. 566). A gestão do float divide-se em três componentes: Float de postagem, Float de processamento e Float de compensação. Eles podem ser explicados através de um conceito simples citado pelo mesmo autor. Float de postagem é o intervalo entre a postagem do pagamento e seu recebimento pelo destinatário. Float de processamento é o intervalo entre o recebimento do pagamento e seu depósito em conta da empresa. Float de compensação é o intervalo entre o depósito do pagamento e o momento em que os fundos tornam-se disponíveis para a empresa. (GITMAN, 2010, p. 566). A FIG. 17 ilustra o Prazo Médio de pagamento das compras (PMPC). 46 FIGURA 17 - Prazo médio de pagamento das compras PMPC = FORNm x DP C Fonte: adaptado de SILVA, 2006, p. 281. Onde: PMPC = Prazo Médio de Pagamento de Compras FORNm = Fornecedores (média no período) C = Compras DP = Dias do período considerado (360 dias para um ano; 30 por mês). De acordo com Silva (2006b) os valores relativos à conta dos fornecedores são obtidos facilmente das demonstrações contábeis. Já o valor das compras, para empresas comerciais, o cálculo do valor das compras é mais simples do que nas empresas industriais. Este cálculo pode ser visto através da FIG. 18, citado pelo mesmo autor em sua obra. FIGURA 18 - Cálculo das compras a partir do custo da mercadoria vendida CMV = EI + C - EF C = CMV + EF -EI Fonte: adaptado de SILVA, 2006, p. 281. Onde: CMV = Custo da Mercadoria Vendida EI =Estoque Inicial C = Compras EF = Estoque Final Desta forma, para empresas comerciais, o cálculo das compras corresponde ao custo da mercadoria vendida mais a variação dos estoques. A variação dos estoques é igual ao estoque final menos o estoque inicial. 47 O prazo médio de pagamento das compras indica quantos dias, em média, a empresa leva para pagar seus fornecedores. É um demonstrativo importante cujo resultado serve para uma análise do prazo médio de recebimento das vendas que quanto maior melhor, ao contrário do prazo médio de pagamento através do qual o gestor financeiro tenta ampliar ao máximo este prazo evitando por outro lado o índice de inadimplência da empresa. 2.13 Sistema de fluxo de caixa Para Silva (2006b), o Fluxo de Caixa é o principal instrumento da gestão financeira, pois planeja, controla e analisa as receitas bem como as despesas e os investimentos de acordo com determinado período projetado. Consiste numa representação gráfica como uma planilha, por exemplo, e cronológica de entradas (ingressos) e saídas (desembolsos) de recursos monetários. De acordo com Matias (2007, p. 140), o fluxo de caixa “pode ser definido como o conjunto de procedimentos que permite, antecipadamente, avaliar as decisões pertinentes à administração de recursos financeiros”. Segundo Assaf Neto e Silva (2002), o fluxo de caixa é um instrumento de relevância, pois para as empresas manterem-se em operação, elas devem liquidar corretamente seus vários compromissos, devendo, como condição básica, apresentar o respectivo saldo de caixa nos momentos dos vencimentos. Por outro lado, a insuficiência de caixa pode determinar cortes nos créditos, suspensão de entregas de materiais e mercadorias e ser causa de uma série de descontinuidades em suas operações. Estudar o fluxo de caixa é, em última análise, procurar compreender o processo de formação de liquidez na empresa. É identificar que atividades estão liberando ou retirando recursos do fluxo de caixa. Neste sentido, poderíamos afirmar que a geração de caixa é mais importante do que a geração de lucro, já que o que quebra uma empresa não é a falta de lucro, é a falta de caixa. (SÁ, 2012a, p. 4). O Fluxo de Caixa, também conhecido como Cash-flow, é uma ferramenta indispensável em todo o processo de tomada de decisões financeiras. A partir da sua elaboração é possível prognosticar eventos excedentes ou escassez de caixa, determinando-se as medidas corretas a serem tomadas. A manutenção de saldos de caixa propicia folga financeira imediata à empresa, revelando melhor capacidade de pagamento de suas obrigações, evitando assim a sua renegociação de passivos, o qual revela que a empresa não tem liquidez suficiente para fazer frente a seus desembolsos operacionais de curto prazo. A 48 análise do fluxo de caixa permite que os sintomas de fragilização da estrutura de capital de giro sejam detectadas a tempo para que se possam tomar as medidas necessárias à correção desta distorção. 2.13.1 As características e finalidades do fluxo de caixa O fluxo de caixa é elaborado geralmente em base diária com um período de cobertura de um mês corrido. Utiliza o método direto para obtenção dos dados, não se confunde com orçamento de caixa e controla as entradas e saídas de recursos da empresa, mostrando sua efetiva situação de caixa. De acordo com Assaf Neto e Silva (2002), o sistema de fluxo de caixa exige que seu saldo seja o mais baixo possível, o suficiente para cobrir as várias necessidades associadas aos fluxos de recebimentos e pagamentos. Refere-se ao dilema de risco e rentabilidade da empresa, saldos mais reduzidos de caixa podem provocar, entre outras consequências, perdas de descontos financeiros vantajosas pela incapacidade de efetuar compras à vista junto aos fornecedores. Já as posições de mais elevada liquidez imediata ao mesmo tempo em que promovem segurança financeira para a empresa, apuram maior custo de oportunidade. É através do fluxo de caixa que o gestor financeiro pode administrar o grau de liquidez da empresa, administrando o crescimento a médio e longo prazo. O fluxo de caixa identifica excessos de recursos, que podem ser aplicados, ou escassez de recursos, que demandam captação. (MATIAS, 2007, p. 140). O fluxo de caixa tem como finalidade evidenciar a geração ou consumo do caixa de acordo com as atividades de operação, financiamento e investimento. Silva (2006b) aponta que a finalidade do fluxo de caixa é a de apoiar o processo decisório da empresa de modo que ela alcance os resultados estabelecidos. Assaf Neto e Silva (2002) acreditam que a melhor capacidade de geração de recursos de caixa promove, entre outros benefícios à empresa, menor necessidade de financiamento dos investimentos em giro, reduzindo seus custos financeiros. As entradas de caixa significam dinheiro que pode ser gasto, incluindo os lucros contábeis, que ficam à disposição da empresa. As saídas de caixa referem-se a todos os recursos que a empresa utiliza frente a suas obrigações. 49 A FIG. 19 demonstra as principais entradas e saídas de caixa. FIGURA 19 - Principais ingressos e desembolsos do fluxo de caixa Fluxo de Caixa INGRESSOS - vendas a vista; - recebimentos parcelados; - inadimplência; - vendas de ativo permanente; - receitas financeiras; - aluguéis; - empréstimos bancários; - empréstimos de coligadas e controladas; - descontos de títulos; - aumento de capital de giro etc. - aporte de capital DESEMBOLSO S - compras de matéria-prima; - pagamentos de salários; - despesas de vendas; - despesas administrativas; - despesas com empréstimos (principal juros); - despesas tributárias; - resgates de títulos; - pagamentos de dividendos; - ampliação da empresa etc. - compra de ativo fixo Fonte: adaptado de SILVA, 2006b, p. 23. Enfim, suas principais finalidades estão em um planejamento e controle das entradas e saídas de caixa num determinado período, no auxílio da tomada de decisões antecipadas referente aos dados financeiros da empresa na demonstração da situação de caixa da empresa, bem como permite eventuais ajustes e ainda verifica se a empresa está trabalhando com aperto ou folga financeira. 2.13.2 Fluxo de caixa projetado e realizado O fluxo de caixa divide-se em dois grandes blocos: o fluxo de caixa projetado e o fluxo de caixa operacional (realizado). Silva (2006b) aponta que o fluxo de caixa projetado e real da empresa representa uma importante informação gerencial, pois decorrente dessas demonstrações do fluxo de caixa, podem ser analisadas as alternativas de investimentos, os motivos que ocasionaram as mudanças da situação financeira da empresa e as formas de aplicação do lucro gerado pelas operações e também as razões de eventuais reduções no capital de giro. O fluxo de caixa realizado é a base comparativa para saber se a empresa está ou não dentro dos objetivos planejados. O fluxo de caixa projetado trata-se do futuro, fatos que poderão ou não acontecer. 50 De acordo com Sá (2012a) o relatório do Fluxo de Caixa realizado mostra como se comportou o fluxo de caixa no período passado. Este controle fornece a posição do saldo inicial, das entradas, das saídas e o saldo final do período, relacionando as contas, subcontas, clientes e fornecedores. Já o fluxo de caixa projetado de curto prazo, informa como se comportará o fluxo de caixa da empresa em um período futuro definido pelo usuário. Assaf Neto e Lima (2009) salientam que a projeção de caixa permite que a empresa possa antecipar-se a eventuais necessidades futuras de recursos, como melhor programar suas aplicações com os excedentes de caixa. Constitui de um importante instrumento de controle da liquidez e, em sua elaboração, a empresa deve dedicar uma atenção permanente, evitando ao máximo que surjam de forma inesperada, tanto saldos insuficientes como excessivos. As informações para a elaboração do fluxo de caixa projetado são provenientes de todos os departamentos da empresa, através destes departamentos, é possível projetar-se o quanto a empresa irá receber e gastar em determinado período. O fluxo de caixa da empresa pode ser afetado por fatores internos e externos. Tais fatores causam diferenças entre o previsto e o realizado. Silva (2006b) ressalta que os fatores internos advêm da má política adotada pela empresa, como por exemplo, aumento no prazo de recebimento de vendas, custos financeiros altos decorrentes do nível e endividamentos. Os fatores externos são do ambiente externo da organização, como por exemplo, diminuição das vendas por causa da retração de mercado, novos concorrentes, mudanças na política fiscal etc. O fluxo de caixa projetado pode ser expresso de forma genérica conforme ilustrado na FIG. 20. FIGURA 20 - Cálculo do fluxo de caixa projetado SFC= SIC + I - D Fonte: adaptado de SILVA, 2006, p. 69. Onde: SFC = Saldo final de caixa SIC = Saldo inicial de caixa 51 I = Ingressos D = Desembolsos O QUAD. 2 ilustra a elaboração da projeção de necessidade de caixa. QUADRO 2 - Modelo de Elaboração da Projeção de necessidade de caixa Períodos Descrição dos fluxos Total P1 P2 P3 P4 Pn ($) ($) ($) ($) ($) ($) A. Saldo Inicial de Caixa B. Entradas Previstas de Caixa C. Total das Entradas mais o Saldo Inicial (A+B) D. Saídas Previstas de Caixa E. Total das Saídas F. Saldo Líquido de Caixa (C-E) G. Saldo Acumulado de Caixa Fonte: adaptado de ASSAF NETO; LIMA, 2009, p. 668. De acordo com Sá (2012a) é importante comparar o fluxo de caixa realizado com o que havia sido projetado, de forma a analisar os desvios havidos e propor correções, caso seja necessário. Uma boa comparação dos modelos do fluxo de caixa mostrará os recebimentos previstos que não entraram bem como os recebimentos não previstos que entraram, os pagamentos previstos que não foram realizados e os pagamentos não previstos que foram realizados. 2.13.3 Como elaborar o fluxo de caixa diário e mensal Matias (2007, p. 140) já dizia que “a periodicidade das operações de caixa varia de empresa para empresa, no entanto, recomenda-se que seja feita tanto para o dia-a-dia, com maiores detalhes, como para prazos maiores, com nível de detalhamento menor”. Silva (2006b) afirma que a projeção do fluxo de caixa deve ser demonstrada diariamente para períodos próximos. Quanto mais distante estiver o período de projeção, maior será o período de incerteza a ele ligado. O fluxo de caixa deve ser projetado dia a dia 52 para os primeiros 30 dias; para o segundo e o terceiro mês, pode ser apresentado por semana ou quinzena; do quarto ao sexto mês pode ser apresentado por mês. Para elaboração do fluxo de caixa, torna-se necessário conhecer o ciclo financeiro da empresa, manter os controles bancários de recebimentos e pagamentos em dia, bem como o controle de movimento de caixa. O fluxo de caixa pode ser elaborado a partir de dois métodos: direto e indireto. Silva (2006b) define o método direto do fluxo de caixa baseado no regime de caixa, em que são registrados todos os recebimentos e todos os pagamentos e é o método mais comum. Segundo Silva (2006b), o método direto de elaboração do fluxo de caixa é construído a partir das informações de despesas, investimentos e receitas de caixa já conhecidos. Segundo Sá (2012a) o fluxo de caixa elaborado pelo método direto é o plano de contas da tesouraria, ou seja, é uma maneira de decompor as entradas e as saídas em contas e subcontas para que possa compreender melhor por que o saldo de caixa está aumentando ou diminuindo. Assim, como a legislação não atinge esta atividade, pode-se criar as contas e subcontas que quiser e dispô-las como lhe parecer melhor. Sá (2012a) defende que para os lançamentos na planilha de controle do fluxo de caixa, é importante lançar diariamente as entradas e as saídas do dia anterior, consultar diariamente os extratos das contas correntes bancárias, conciliar diariamente o saldo do fluxo de caixa com os saldos das contas correntes, mais os saldos das aplicações financeiras e mais os saldos dos fundos fixos de caixa. É importante também fazer pagamentos em dinheiro somente pelo fundo de caixa, e todo o recebimento em dinheiro deve ser integralmente depositado no banco. Os pagamentos feitos pelo fundo de caixa devem ser lançados de uma só vez, por ocasião do reembolso do fundo, estes pagamentos devem ser sempre de pequeno valor, indica-se lançá-los em uma conta de “Diversos”. É importante salientar que, quando descontar uma duplicata ou uma fatura do cartão de crédito ou ainda um cheque pré-datado, lançar o adiantamento recebido como uma “entrada financeira” e o desconto como uma “saída financeira.” As TABS. 2 e 3 ilustram os modelos de fluxo de caixa pelos métodos Direto e Indireto. 53 TABELA 2 - Fluxo de caixa - Método direto Saldo Inicial Mais Entradas Recebido de clientes Entradas Financeiras Mais Saídas Saídas Administrativas Saídas Comerciais Folha, encargos e benefícios Serviços de terceiros Impostos e taxas Saídas Financeiras Saídas Patrimoniais igual a Saldo Final Fonte: adaptado de SÁ, 2012a, p. 29. 130.000 1.750.000 1.500.000 250.000 (1.870.000) (70.000) (350.000) (175.000) (50.000) (125.000) (850.000) (250.000) 10.000 54 TABELA 3 - Fluxo de caixa - Método indireto Saldo Inicial Mais Geração Interna de Caixa Lucro Líquido Depreciação Provisão de férias e 13º Juros provisionados s/ empréstimos Lucro de equivalência patrimonial Mais Geração Operacional de Caixa Contas a receber Estoques Fornecedores Salários, encargos e benefícios Outros Exigíveis Mais Geração não Operacional de Caixa Imobilizado Empréstimos bancários Financiamentos Capital Social igual a Saldo Final 5.000 23.500 17.000 5.000 1.500 2.000 (2.000) (17.500) (10.000) (20.000) 10.000 500 2.000 3.000 (30.000) 3.000 20.000 10.000 14.000 Fonte: adaptado de SÁ, 2012a, p. 151. Matias (2007) define o fluxo de caixa elaborado pelo método indireto pela sua praticidade, portanto é mais fácil de ser implantado e representa uma conciliação entre o regime de competência adotado pela contabilidade e o regime de caixa que é utilizado pela empresa. O fluxo de caixa obtido pelo método indireto parte da observação de que apenas dois fatores têm a capacidade de liberar ou retirar recursos do fluxo de caixa: o lucro (ou o prejuízo) e os fatos que provoquem variações nos saldos das contas do Ativo (menos o Disponível) e do Passivo. (SÁ, 2012a, p. 142). Para Assaf Neto e Silva (2002), o fluxo de caixa feito de forma indireta parte do lucro líquido do exercício e devem-se agregar ao valor do lucro líquido as variações do capital de giro, exceto os empréstimos bancários, somar ou subtrair as despesas e receitas que não representam desembolsos de recursos e retirar os itens que estão na demonstração do resultado que não estão diretamente relacionados com as operações da empresa. 55 Assim, os fluxos de caixa obtidos pelos métodos direto e indireto são de uma mesma realidade, o que muda é a forma como são apresentados os fatos que contribuem para liberar ou retirar recursos do fluxo de caixa. O Fluxo de caixa pelo método direto possui um campo visual muito limitado por captar apenas o que circula pelo Disponível. Entretanto vários fatores podem estar contribuindo para liberar ou retirar recursos do fluxo de caixa, como por exemplo: a inadimplência dos clientes, o giro dos estoques etc... Daí a importância de uma análise dos dois modelos de fluxo de caixa. 2.14 As aplicações das sobras de caixa A melhor aplicação para as sobras de caixa é a antecipação de pagamento aos fornecedores ou o financiamento de clientes. Por meio de uma política bem negociada de descontos e juros, a empresa pode conseguir taxas de aplicação, através da qual seus fornecedores e clientes obtêm taxas de captação bem mais vantajosas do que no sistema financeiro. Ela poderá, ainda, optar pela aplicação financeira no mercado, desde que sua aplicação seja adequada à extensão das sobras do período analisado. Para um período muito curto (alguns dias) a empresa pode aplicar em fundos de investimentos, principalmente fundos de curto prazo. Fortuna (2011, p. 551) define que fundos de investimentos são “entes capazes de adquirir e transferir direitos, sempre representados por seus administradores”. Fortuna (2011, p. 559) pondera acerca dos fundos de Curto Prazo que: os Fundos classificados nessa classe devem aplicar seus recursos exclusivamente: em títulos públicos federais ou privados prefixados ou indexados à taxa Selic ou a outra taxa de juros; ou em títulos indexados a índices de preços, com prazo máximo a decorrer até o vencimento de 375 dias, e prazo médio da carteira do Fundo (ponderado em valor) inferior a 60dias. Para períodos de um mês ou mais, a empresa poderá aplicar em CDB, depósito a prazo fixo entre outras aplicações. Damodaran (2004) ressalta que, se a sobra de caixa é um fenômeno temporário, resultante de um período excepcionalmente bom, e a empresa espera períodos de escassez de caixa em períodos futuros, ela pode ficar em uma melhor situação retendo o caixa para cobrir parte ou todos esses períodos de escassez. É necessário procurar dentre as melhores alternativas para investir as sobras de caixa, de tal forma que isto seja realizado com o menor custo para a empresa. 56 2.15 Os fatores do déficit de caixa Os fatores do déficit de caixa estão relacionados com a projeção de necessidades de caixa, sendo que se não houver uma elaboração de um modelo de projeção de caixa, é bem provável que a empresa obtenha déficits em seu caixa. De acordo com Assaf Neto e Lima (2009) existem dois fatores resultantes do déficit de caixa, o primeiro diz respeito às eventuais faltas de sintonia entre os momentos de ocorrência dos recebimentos e pagamentos. Segundo o autor, uma sincronização perfeita entre os fluxos de entrada e os de saída de caixa é de difícil realização prática, pois mesmo que a empresa apresente um saldo líquido satisfatório em determinado período, não impede que a mesma possa enfrentar problemas de caixa durante o período. Para poder detectar eventuais desequilíbrios financeiros durante o período, é importante que a empresa divida sua projeção semestral em bases mensais, por exemplo, (ou em períodos menores de tempo, de acordo com suas necessidades). (ASSAF NETO; LIMA, 2009, p. 670). O outro fator, diz respeito à influência da inflação sobre os fluxos monetários projetados. Assaf Neto e Lima (2009) salientam que o fenômeno inflacionário determina ganhos em alguns elementos e perdas em outros, assim, ainda segundo o autor, é praticamente impossível uma compensação perfeita entre esses resultados, ou seja, os ganhos produzidos pela inflação cobrirem exatamente as perdas inflacionárias. Assim, a empresa deve avaliar seus ganhos ou perdas inflacionários de cada um de seus elementos de caixa, com a finalidade de estabelecer valores finais líquidos expressos em moeda representativa do poder aquisitivo da época. Para Silva (2006b) os fatores de déficit de caixa, estão relacionados com a capacidade de obtenção de financiamento da empresa. Segundo o autor, as atividades da empresa devem ficar restritas ao limite da capacidade de obtenção de financiamento, pois, quando a empresa excede esse limite, ela poderá ter sérios problemas financeiros que poderão comprometer a continuidade de suas atividades. Exige-se muito cuidado em relação às operações de empréstimos e de financiamentos captados pela empresa, assunto este que será discutido no item 2.16. 57 2.16 Operações de empréstimos e financiamentos Para Lemes, Rigo e Cherobin (2010, p. 387) “os empréstimos de curto prazo são utilizados para suprir as deficiências ocasionais ou sazonais de recursos”. Ross, Westerfield e Jaffe (2010) identificam que as opções de financiamento incluem: empréstimos bancários sem garantia, empréstimos com garantia e outras fontes. O empréstimo sem garantia está relacionado com a linha de crédito solicitada pela empresa aos bancos. Estas podem ser condicionais e incondicionais. Uma linha incondicional é um esquema que permite à empresa captar até um certo limite previamente estipulado, sem submeter-se aos procedimentos burocráticos usuais. (...) Linhas condicionais de crédito são acordos formais que geralmente exigem que a empresa pague uma comissão de abertura ao banco. (ROSS; WESTERFIELD; JAFFE, 2010, p. 610). Nos empréstimos com garantia as instituições financeiras exigem garantias que envolvem contas a receber ou estoques. Ross, Westerfield e Jaffe (2010) explicam o financiamento garantido por contas a receber por meio de vinculação ou factoring. No caso de vinculação, o credor tem direito sobre as contas a receber e pode recorrer a outros ativos do tomador. No caso de factoring, a empresa de factoring assume o encargo de cobrar as contas a receber, ficando com todo o risco de inadimplência destas contas. Segundo Ross, Westerfield e Jaffe (2010), o financiamento garantido por estoques usa estoques como garantia, e pode ser feito através de empréstimos com garantia ampla, dando o credor direito a todos os estoques do devedor. Pode ser feito também por recibo de depósito, no qual o devedor armazena os estoques em nome do credor. E ainda pode ser feito por financiamento com o uso de uma companhia de armazenagem, neste caso, o estoque é supervisionado por uma empresa especializada em armazenamento. As outras fontes de fundos em curto prazo se referem a emissão de comercial paper e o financiamento é por meio de aceites bancários. Para Ross, Westerfield e Jaffe (2010) o comercial paper corresponde a notas promissórias em curto prazo emitidas por empresas de grande porte e crédito elevado. Já um aceite bancário é um compromisso, por um banco, de pagamento de uma dada quantia. Para Silva (2006b) um ponto importante analisado pelas instituições financeiras é a capacidade da empresa de gerar caixa por meio de suas operações ou de conseguir recursos 58 financeiros de outras maneiras, como aumento de capital e venda de ativos que não comprometam suas operações. Lemes, Rigo e Cherobin (2010) ressaltam que é muito difícil fazer a escolha certa da instituição financeira, com a qual a empresa irá trabalhar. Pois os interesses são divergentes entre bancos e clientes, ao banco interessam clientes que não estejam em situação financeira difícil e nessas situações é que os clientes procuram estas instituições. De acordo com Lemes, Rigo e Cherobin (2010), as fontes de recursos de curto prazo, utilizadas para financiar o capital de giro das empresas não são somente por crédito bancário, podendo ser também por crédito comercial. Este crédito decorre de condições que são negociadas entre a empresa e seus fornecedores. É também, uma fonte muito importante, pois o prazo para pagamento tem grande efeito motivador nas vendas e é utilizada com muita intensidade pelas empresas, pelo fato de que todas as empresas compram a prazo. Assim, a empresa deve procurar sempre manter um bom relacionamento com todos os seus stakeholders, incluindo de forma participativa os seus fornecedores de materiais e serviços e deve ainda procurar pelo meio mais viável de obter estes empréstimos e financiamentos avaliando sua capacidade de pagamento, comparando as taxas de juros no mercado, levando em conta seu custo de oportunidade. 2.17 Operações de aplicação de recursos Silva (2006a, p. 26) afirma que “as modalidades de aplicação financeira podem ser divididas em produtos bancários de renda fixa e renda variável”. As operações financeiras de renda fixa são: Certificados de Depósito Bancário (CDB), Recibos de Depósito Bancário (RDB), Fundos Mútuos de Renda Fixa e títulos da dívida pública. Fortuna (2011, p. 197-198) pondera acerca do CDB e do RDB que: ... são os mais antigos e utilizados títulos de captação de recursos, junto às pessoas físicas e jurídicas, pelos bancos comerciais, bancos de investimento, bancos de desenvolvimento, bancos múltiplos que tenham uma destas carteiras, e caracterizam um depósito a prazo fixo. Eles são títulos que representam uma dívida da instituição para com o investidor. 59 Silva (2006a) define os Fundos Mútuos de Renda Fixa como sendo fundos administrados por instituições especializadas: quando se faz uma aplicação no fundo, o aplicador torna-se proprietário de cota do patrimônio líquido do fundo. Já os títulos da dívida pública são aqueles emitidos pelo governo, que ainda podem ser com taxas prefixadas ou com taxas pós-fixadas. As operações financeiras de renda variável são basicamente, as ações em bolsas, ouro e fundos mútuos de renda variável. Mais voltados para um resgate a longo prazo, portanto, os recursos que estão disponíveis para serem aplicados temporariamente não podem ser aplicados de forma integral em títulos de renda variável, pois podem provocar perdas permanentes e grandes prejuízos financeiros se forem resgatados em ocasião não adequada. 60 3 METODOLOGIA Santos (2011) ressalta que é por meio da pesquisa que se pode alcançar e dominar novos conhecimentos de forma metódica. Portanto a pesquisa deve ser praticada com base em um rigor científico. Para um trabalho científico ser bem fundamentado, torna-se necessário o uso dos métodos científicos, pois eles eliminam qualquer interferência dos valores do pesquisador nos resultados da pesquisa realizada. De acordo com Roesch (2007) o estágio de prática profissional é uma oportunidade para aprender e modificar a realidade nas organizações, assim colher e analisar dados sobre a empresa-alvo é a tarefa mais importante do estágio. Existe uma variedade muito rica de situações problemáticas nas organizações. Estes problemas podem ser explorados e analisados de forma mais completa por meio de métodos e técnicas. A pesquisa utilizada neste estudo foi de natureza aplicada porque de acordo com Gil (2010) a pesquisa aplicada é aquela voltada ao conhecimento com vista à aplicação numa situação específica, tendo assim finalidade prática. De acordo com Roesch (2007) a abordagem qualitativa trata de selecionar as metas de um programa e construir uma intervenção, mas não é adequada para avaliar resultados de programas e construir uma intervenção, já a abordagem quantitativa enfatiza a utilização de dados padronizados que permitem ao pesquisador elaborar comparações, assim a análise de dados é baseada no uso de estatística. Neste trabalho, o tratamento dos dados foi de forma quantitativa, por analisar números e a mensurar resultados e por utilizar métodos estatísticos. Segundo Vergara (2010) o tipo de pesquisa pode ser dividida quanto aos fins e quanto aos meios. a) quanto aos fins O tipo de Pesquisa quanto aos fins foi Exploratória, pois, segundo Vergara (2010) a pesquisa exploratória é realizada em área na qual há pouco conhecimento acumulado e sistematizado. Buscando assim uma maior familiaridade com o problema. A pesquisa foi ainda Descritiva, por descrever as características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. 61 b) quanto aos meios Quanto aos meios de investigação, ainda segundo Vergara (2010), quanto aos meios de investigação este trabalho foi documental, pois utilizou-se de documentos, relatórios, registros, balanços, livros caixa dentre outros, utilizando assim dados secundários. Foi ainda bibliográfica, pois foram utilizados: materiais publicados em livros, artigos periódicos e redes eletrônicas. Para Roesch (2007) o estudo de caso é uma estratégia de pesquisa que busca examinar um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto. Dessa forma, este projeto relata um caso específico, sendo também um estudo de caso. Quanto às técnicas de coleta de dados neste projeto utilizou-se da observação participante, índices de relatórios escritos e documentos. De acordo com Vergara (2010) a pesquisa participante não se esgota na figura do pesquisador. Dela tomam parte pessoas implicadas no problema sob investigação, fazendo com que a fronteira pesquisador/pesquisado seja tênue. Segundo Roesch (2007) a observação participante tem sido utilizada de duas maneiras: de uma forma encoberta, quando o pesquisador se torna um empregado da empresa; e de forma aberta, quando o pesquisador tem permissão para observar, entrevistar e participar no ambiente de trabalho em estudo. Assim, utilizou-se da observação participante, pois o pesquisador participou de tudo, observando e interpretando os acontecimentos. Para Roesch (2007) os dados de controle gerencial são dados secundários normalmente utilizados pela gerência para tomada de decisões, outra fonte de dados mais utilizadas em trabalhos de pesquisa em Administração, segundo Roesch (2007) é constituída por documentos como relatórios anuais da organização, documentos legais etc... Assim, utilizou-se de uma documentação indireta como relatórios da empresa, documentos, balancetes e faturamento através de uma pesquisa documental, diversos tipos de relatórios e documentos. 3.1 Plano de coleta de dados Segundo Vergara (2010) na coleta de dados, o leitor deve ser informado como você pretende obter os dados necessários para responder ao problema, correlacionar ainda os objetivos aos meios para alcançá-los, bem como de justificar a adequação de um ao outro. 62 O ciclo econômico engloba fundamentalmente toda a base de produção da empresa, estocagem de matéria-prima, fabricação e venda. Como a empresa não fabrica, será analisado o período em que chegam as mercadorias, o tempo que elas ficam estocadas na empresa aguardando a venda e posteriormente será analisado o momento da venda efetiva destas mercadorias. Desta maneira, para análise dos ciclos econômico, operacional e financeiro será necessário o cálculo do prazo médio de estocagem, do prazo médio de recebimento e prazo médio de pagamento. O prazo médio de estocagem (PME) para empresas comerciais pode ser calculado dividindo-se o valor do Estoque no período analisado pelo CMV (custo da mercadoria vendida) do resultado encontrado, multiplica-se pelo período analisado. O prazo médio de recebimento (PMR) pode ser encontrado através da média das duplicatas a receber dividido pelas vendas líquidas mais o imposto sobre vendas, do resultado encontrado, multiplica-se pelo período analisado. O prazo médio de pagamento (PMP) pode ser calculado pela média dos fornecedores no período dividido pelas compras vezes os dias do período analisado. As compras podem ser calculadas pelo custo da mercadoria vendida mais o estoque final menos o estoque inicial no período analisado. Estes cálculos serão realizados na primeira quinzena de agosto de 2012. Encontrados estes dados, pode-se calcular o ciclo operacional e financeiro da empresa. As fontes de informações que serão utilizadas serão relatórios de contas a pagar e contas a receber, a empresa possui um software de contas a receber no qual é feito o cadastro de todos os clientes que a mesma possui. São lançadas todas as compras efetuadas bem como os valores e prazo de vencimento. O período de apuração será de 01/01/2012 até 30/06/2012, porém serão considerados somente os dias úteis do período, ou seja 125 dias. Para análise da inadimplência será necessário calcular seu índice. Este índice é calculado através do somatório da conta “devedores duvidosos” dividido pelas vendas totais do período. A situação dos devedores duvidosos pode ser demonstrada através de planilhas eletrônicas. O período de apuração também será de 01/01/2012 até 30/06/2012, e estes dados também serão coletados pela aluna na empresa Beta. Para análise do giro dos estoques é necessário seu cálculo que pode ser obtido pelo custo da mercadoria vendida dividido pelo estoque médio. Através de um controle do estoque pode obter as informações referente ao giro do estoque, através de um apontamento no estoque informado nas notas fiscais e nos relatórios emitidos do software através do cadastro de todos os produtos e de sua movimentação e transferência interna. O período de apuração 63 será também de 01/01/2012 até 30/06/2012, os dados serão coletados pela aluna na empresa Beta. Para o cálculo da necessidade de capital de giro é necessário conhecer os prazos médios de estocagem, de recebimento e de pagamento, que serão calculados conforme especificados acima. É necessário também conhecer as vendas e as compras efetuadas no período de 01/01/2012 à 30/06/2012. Portanto, para estas informações é necessário uma análise dos relatórios de vendas e de compras a fornecedores, extraídos das movimentações das contas a pagar e receber, analisando ainda as planilhas eletrônicas em que há registro dos dados financeiros que acontecem durante as operações da empresa, ou seja, entradas e saídas de caixa, com as contas detalhadas em um semestre. Neste caso também, a necessidade de capital de giro pode ser verificada através do ciclo financeiro, pois caso neste seja possível observar que as saídas ocorrem antes das entradas, significa que a empresa possui necessidade de capital de giro. Estes dados ainda serão coletados pela aluna com as informações extraídas do sistema existente na empresa Beta. Com os dados que serão coletados no período de 01/01/2012 até 30/06/2012, foi possível projetar um fluxo de caixa para os meses de setembro, outubro e novembro. Portanto, para efetuar a projeção de um fluxo de caixa é necessário projetar as entradas e saídas do período que se deseja auferir. No dia 30/06/2012 já foi possível verificar que havia contas a pagar em setembro, outubro e novembro, e as despesas fixas já foram também projetadas para estes três meses. As entradas serão calculadas através do método discricionário, ou seja, a projeção de vendas será definida pelo pessoal da área comercial em função da avaliação do mercado e da capacidade de vendas da empresa, já que estas vendas são concentradas. Para a coleta de todos estes dados serão utilizadas as ferramentas de projeção próprias da tesouraria. 64 4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS Com a necessidade de vender mais e melhor, a valores competitivos, para um mercado mais exigente são empreendidos esforços contínuos a fim de se obter no âmbito financeiro um equilíbrio entre o fluxo de caixa decorrente de receitas e despesas, ou seja, os ingressos devem ser suficientes para cobrir os desembolsos de caixa, bem como os excedentes devem ser aplicados e os recursos necessários detectados e captados nas fontes menos onerosas à empresa. Mesmo nos períodos de liquidez ou de mercado em expansão as empresas não podem descuidar da administração de seus recursos, pois isso pode afetar sua saúde financeira quando os recursos ficam mais escassos e o mercado se retrai. Portanto, mesmo em situações normais deve existir um sistemático e rigoroso planejamento e controle sobre o fluxo de caixa. Assim, o propósito deste trabalho está no uso do fluxo de caixa como avaliação da liquidez no mercado de eletricidade industrial, servindo como meio de orientação aos administradores, sócios e proprietários, integrando o fluxo de caixa no processo de análise da liquidez proporcionado assim condições para identificar as situações de falta ou excesso de liquidez como também as variáveis que compõem esta situação. Para isto foram calculados e analisados o prazo médio de estoque, prazo médio de pagamento e prazo médio de recebimento, bem como os índices de inadimplência. Será levantada uma análise consistente do ciclo operacional e ciclo financeiro da empresa, será analisado também a necessidade de capital de giro e também se levantará o Fluxo de Caixa projetado para a empresa Beta. No presente trabalho, os dados foram coletados através de relatórios e bases históricas. O período de apuração foi de 01/01/2012 até 30/06/2012, um período comercial para a empresa, ou seja, 180 dias, porém foram utilizados somente os dias úteis do período, ou seja, 125 dias. 4.1 Ciclos econômico, operacional e financeiro Os cálculos demonstrados foram baseados em Silva (2006b), Matias (2007), Oliveira (2012), Brasil e Brasil (1999), Assaf Neto e Silva (2002) e Diniz Oliveira (2011), conforme abordados no referencial teórico. 65 4.1.1 Prazo de estoque O prazo médio de estoque para empresas comerciais pode ser obtido através da divisão do estoque médio pelo custo da mercadoria vendida, e o resultado deve ser multiplicado pelos dias de apuração. A fórmula utilizada para os cálculos foi a seguinte: FIGURA 21 - Prazo médio de estoques PME = Estoque Médio x 125 CMV Fonte: SILVA, 2006, p. 278. Para encontrar o Custo da Mercadoria Vendida, foi utilizada a seguinte fórmula: FIGURA 22 - Custo da mercadoria vendida CMV = EI + C - EF Fonte: SILVA, 2006, p. 28. Onde: EI = Estoque Inicial C = Compras EF = Estoque Final Na TAB. 4 é possível visualizar o estoque inicial e final do período de apuração. O Estoque inicial é igual ao Estoque final do período anterior. 66 TABELA 4 - Demonstrativo dos valores em estoque da empresa Período 01/06/2011 à 30/12/2011 01/01/2012 à 30/06/2012 Estoque Inicial Estoque Final 209.961,56 219.889,02 219.889,02 89.892,00 Estoque Médio 214.925,29 154.890,51 Fonte: elaborado pela autora, 2012. As compras realizadas no período de 01/01/2012 à 30/06/2012 totalizam um valor de R$ 128.740,03. Substituindo na fórmula, têm-se: CMV = 219.889,02 + 128.740,03 – 89.892,00 CMV = 258.737,05 Para cálculo do prazo médio de estoque, têm-se: PME = 154. 890,51 x 125 = 74,83 258.737,05 PME = 75 dias Segundo Assaf Neto e Lima (2009) o prazo médio de estocagem corresponde ao tempo em que os estoques permanecem armazenados à espera de serem vendidos, ou seja, o tempo médio total compreendido desde a compra até a venda do produto. Como pode perceber os produtos ficam em média cerca de 75 dias estocados para só depois serem vendidos, este prazo para o setor de atividade da empresa é alto, pois decorrente da grande demanda de materiais elétricos industriais e agroindustriais existente no mercado atual. Desta maneira em um período de 125 dias os estoques ficam armazenados 75 dias revezando apenas 2 vezes em todo este período, conforme será demonstrado na Figura 23. Isso se explica pelo baixo poder de barganha que a empresa tem mediante seus fornecedores e também por alguns materiais elétricos estarem concentrados em poucas indústrias que fabricam material de qualidade. Assim, existe um monopólio para certos produtos revendidos pela empresa, o que 67 dificulta a comercialização do mesmo. Os impactos para a empresa são custos de estocagem e financiamento altos. Segundo Lemes, Rigo e Cherobin (2010), dentre as políticas simples para facilitar o procedimento de suas compras que tragam resultados eficazes e que pode se aplicar a empresa Beta estão em manter o histórico do relacionamento com os fornecedores sempre para facilitar acesso a preço e condição de negociação. Pode-se ainda fazer um estudo de mercado para encontrar possíveis novos fornecedores. A FIG. 23 demonstra o Giro dos Estoques para o período de apuração. FIGURA 23 - Giro dos estoques Fonte: MATIAS, 2007, p. 103. Assim, = 1,67 (ou seja, 2 vezes no período) De acordo com Matias (2007), quanto maior o giro dos itens em estoque, maior deve ser a rentabilidade dos recursos investidos em estoque. Por outro lado, o giro mais lento vai impactar no fluxo de caixa da empresa, porque desembolsos para saldar compromissos com fornecedores ocorrerão antes mesmo de o produto ser vendido. O prazo médio de estoques foi também calculado através de outro método, o método simplificado, conforme demostrado nos cálculos da FIG. 24. 68 FIGURA 24 - Cálculo do prazo médio de estoques - Método simplificado 75 dias _________________________ 306.270,43 _________ 64% 0 dias __________________________ 171.224,85 _________ 36% Total: 477.495,28 100% PME = (75 x 0,64) x (0 x0,36 ) PME = 48 dias Fonte: elaborado pela autora, 2012. PME = 48 dias O motivo dos cálculos realizados através de dois métodos diferentes é pelo fato deste estudo ter sido realizado em uma empresa prestadora de serviços e também comércio atacadista. As vendas de materiais são de R$ 306.270,43 e as vendas de serviços R$ 171.224,85. Como é possível perceber a empresa em estudo utiliza dois prazos médios de estoques; 75 dias equivale ao prazo médio de estoques completo da empresa e este é o prazo médio considerado, o prazo médio de estoques de 48 dias será útil para o cálculo do ciclo financeiro através do método simplificado. Dentre algumas justificativas para o alto prazo médio de estoques e o giro lento das mercadorias pode-se citar: a) elevadas compras em virtude das promoções surgidas em períodos passados, já que o custo de aquisição dos componentes elétricos é alto; b) a empresa possui cerca de 800 itens diferentes, o que contribui para um giro mais lento em seus estoques; c) a empresa não tem vendas em varejo, só atacado; d) a política da empresa foi conservadora neste período, o que comprova que a empresa optou em estocar em meados de 2011 até meados de 2012 já que para o 69 próximo ano (2013) existe um projeto de construção da nova loja com sede própria; (como pode perceber um decréscimo no valor estoque já em 30/06/2012); e) o último fator, está relacionado aos poucos fornecedores existentes no mercado; O modo como é gerido o estoque de uma empresa tem reflexo direto nas finanças e pode resultar na necessidade de capital de giro e de financiamentos, que serão conseguidos a custo de juros e despesas financeiras, reduzindo a lucratividade. Desta forma, foi citado também algumas alternativas que possam melhorar o prazo médio de estoques da empresa, contribuindo com a maior rapidez no giro: a) uma pesquisa de mercado e um estudo sobre a possibilidade de importar alguns componentes elétricos, como por exemplo: Geradores de Energia; b) inclusão dos custos de manutenção dos estoques no preço final do produto; c) criar parcerias mais rentáveis, comodato ou políticas de compras alternativas; d) implantar uma política de estoque que visa uma diminuição do prazo médio de estoques com a venda acontecendo antes da data de pagamento ao fornecedor, fazendo com que o fornecedor financie o período de estocagem. Como Dias (2005) já havia citado, as políticas de estoques são padrões que devem ser estabelecidos e que sirvam de guia de programação e controle e também sirvam de critério para medir a performance da gestão de estoques. Desta maneira, percebe-se que a empresa está utilizando uma política de especulação. Quanto a esta Política de Estoque de especulação, é porque a empresa acreditando que haverá um aumento no custo do material que será comercializado, fez um maior investimento em estoque esperando obter lucro com a valorização do mesmo. Porém, para que a especulação seja financeiramente viável, a valorização dos estoques tem que ser superior aos custos de estocagem e ao custo de oportunidade já que a empresa utiliza capital próprio. Percebe-se uma negligência da empresa quanto as suas diretrizes, visto que foram adotadas posturas que resultaram num aumento do período de estocagem, logo, o prazo concedido pelos fornecedores não foi suficiente até o momento da venda, ao contrário, menor do que isso, não financiou nem mesmo o prazo médio de estoques. O resultado foi uma necessidade de financiamento por um período maior. As Políticas de Estoques devem ser condizentes com as condições oferecidas pelo setor financeiro, principalmente no que diz respeito ao capital de giro. Traçar uma Política 70 com critérios observando o mercado, analisando o histórico de vendas e conhecendo os fornecedores é uma postura que todo gestor deve adotar. 4.1.2 Prazo médio de recebimento e pagamento Para os cálculos do prazo médio de recebimento e prazo médio de pagamento foi utilizado o modelo de cálculo de Brasil e Brasil (1999). A empresa estudada vende materiais e serviços, assim a princípio as vendas foram separadas desta forma, dentro do período de apuração, para facilitar a projeção das vendas para levantamento do fluxo de caixa e para cálculo dos impostos referentes a cada venda específica. Nas TABS. 5 e 6 é possível verificar as vendas à vista e a prazo dentro do período. TABELA 5 - Vendas de materiais do período VENDAS DE MATERIAIS DO PERÍODO EM VALORES NUMÉRICOS (R$) Condição Pagto Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Total À vista 13.128,00 855,24 1.660,03 48,00 792,00 122,40 16.605,67 15 dias 5.349,08 8.044,31 8.710,48 8.462,62 7.398,20 5.163,64 43.128,33 20 dias 3.855,80 6.187,86 1.645,78 1.498,96 6.409,39 1.287,16 20.884,95 30 dias 2.335,08 9.235,48 7.360,26 5.542,30 15.186,11 11.172,70 50.831,93 45 dias 26,28 3.796,13 1.932,00 60 dias 90 dias 44.811,77 23.000,87 8.076,98 33.264,13 15.713,71 2.690,88 19.484,14 21.397,48 30,00 132.484,95 35.985,01 Total 69.506,01 51.119,89 62.649,66 33.956,47 49.865,02 39.173,38 306.270,43 Fonte: elaborada pela autora, 2012. 595,18 6.349,59 71 TABELA 6 - Vendas de mão de obra qualificada Condição Pagto Á vista VENDAS DE MÃO DE OBRA QUALIFICADA DO PERÍODO EM VALORES NUMÉRICOS (R$) Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho 300,05 273,25 273,25 752,00 Total 1.598,55 15 dias 5.703,85 14.163,69 8.316,06 8.478,91 6.201,50 6.673,89 49.537,90 20 dias 15.267,99 4.751,43 5.034,89 4.614,77 11.844,28 6.715,11 48.228,47 30 dias 371,90 337,50 2.370,80 2.545,18 3.353,49 6.729,00 15.707,87 45 dias 90,00 1.465,00 130,00 441,56 188,00 2.639,75 4.954,31 60 dias 90 dias Total 9.750,30 9.000,00 29.990,87 5.713,55 300,00 22.845,97 2.130,00 31.484,09 3.883,50 14.744,50 34.753,00 5.510,90 165,00 28.433,65 35.988,25 15.209,50 171.224,85 23.717,27 Fonte: elaborada pela autora, 2012. As TABS. 7 e 8 demonstram o total das vendas referentes a materiais elétricos e mão de obra em valores reais e em percentuais respectivamente. TABELA 7 - Vendas de materiais – Condição de pagamento VENDAS DE MATERIAIS DO PERÍODO POR CONDIÇÃO DE PAGAMENTO Operações Valor % Á vista R$ 16.605,67 5,420% 15 dias R$ 43.128,33 14,080% 20 dias R$ 20.884,95 6,820% 30 dias R$ 50.831,93 16,600% 45 dias R$ 6.349,59 2,070% 60 dias R$ 132.484,95 43,260% 90 dias R$ 35.985,01 11,750% Total R$ 306.270,43 100,000% Fonte: elaborada pela autora, 2012. 72 TABELA 8 - Vendas mão de obra – Condição de pagamento VENDAS DE MÃO DE OBRA DO PERÍODO POR CONDIÇÃO DE PAGAMENTO Operações Valor % Á vista R$ 1.598,55 0,933% 15 dias R$ 49.537,90 28,930% 20 dias R$ 48.228,47 28,170% 30 dias R$ 15.707,87 9,170% 45 dias R$ 4.954,31 2,893% 60 dias R$ 35.988,25 21,020% 90 dias R$ 15.209,50 8,880% Total R$ 171.224,85 100,0% Fonte: elaborada pela autora, 2012. Com os dados da TAB. 7 e 8, pode-se determinar o prazo médio de recebimento das vendas de materiais e mão de obra através da média ponderada. FIGURA 25 - Média aritmética ponderada Fonte: OLIVEIRA, 2012, p. 97. 1) Prazo Médio de Recebimento das vendas de Materiais: (0 x 0,0542) + (15 x 0,1408) + (20 x 0,0682) + (30 x 0,1660) + (45 x 0,0207) + (60 x 0,4326) + (90 x 0,1175) = 45,92 PMRm = 46 dias 73 A empresa espera em média 46 dias para receber R$ 306.270,43. Um prazo alto para o setor de comércio de materiais elétricos. O prazo normal varia de 14 a 21 dias, dados encontrados através de pesquisa realizada com alguns concorrentes. 2) Prazo Médio de Recebimento das vendas de Mão de Obra: (0 x 0,0093) + (15 x 0,2893) + (20 x 0,2817) + (30 x 0,0917) + (45 x 0,0289) + (60 x 0,2102) + (90 x 0,0888) = 34,63 PMRmo = 35 dias A empresa espera em média 35 dias para receber R$ 171.224,85. Um prazo não tão razoável mas também não ruim para o setor de serviços elétricos. Encontra-se dentro da normalidade através de uma pesquisa documental realizada em cima de outras empresas do mesmo segmento. Os prazos no mesmo segmento variam de 21 a 38 dias. A TAB. 9 demonstra os valores referentes às vendas totais à vista e a prazo da empresa no período analisado. TABELA 9 - Vendas totais do período VENDAS TOTAIS DO PERÍODO EM VALORES NUMÉRICOS (R$) Condição Pagto À vista 15 dias 20 dias 30 dias 45 dias 60 dias 90 dias Total Janeiro 13.428,05 11.052,93 19.123,79 2.706,98 116,28 54.562,07 100.990,10 Fevereiro 1.128,49 22.208,00 10.939,29 9.572,98 5.261,13 32.000,87 81.110,76 Fonte: elaborada pela autora, 2012. Março Abril 1.933,28 800,00 17.026,54 16.941,53 6.680,67 6.113,73 9.731,06 8.087,48 2.062,00 441,56 11.960,48 21.427,26 48.008,63 2.990,88 97.402,66 56.802,44 Maio 792,00 13.599,70 18.253,67 18.539,60 783,18 21.614,14 73.582,29 Junho Total 122,40 18.204,22 11.837,53 92.666,23 8.002,27 69.113,42 17.901,70 66.539,80 2.639,75 11.303,90 26.908,38 168.473,20 195,00 51.194,51 67.607,03 477.495,28 74 De acordo com Assaf Neto e Lima (2009) um instrumento útil de controle dos valores a receber é o aging, conhecido também como a idade cronológica das contas a receber em função de suas idades, desta forma, o mesmo método foi utilizado na empresa Beta, porém a empresa possui um registro em que é cadastrado diariamente o valor e prazo de recebimento das vendas para cada cliente, isso para facilitar o controle de vencimento. Desta forma, os dados demonstrados na TAB. 9 foram utilizados pela aluna mediante pesquisa documental para encontrar o prazo médio de recebimento. A TAB. 10 demonstra os valores totais das vendas no período por condição de pagamento e as percentagens de vendas em comparação com o montante total. TABELA 10 - Vendas totais – Condição de pagamento VENDAS TOTAIS DO PERÍODO POR CONDIÇÃO DE PAGAMENTO Operações Valor % Á vista 18.204,22 3,812% 15 dias 92.666,23 19,410% 20 dias 69.113,42 14,470% 30 dias 66.539,80 13,940% 45 dias 11.303,90 2,367% 60 dias 168.473,20 35,282% 90 dias 51.194,51 10,721% Total 477.495,28 100,000% Fonte: elaborada pela autora, 2012. (0 x 0,0381) + (15 x 0,1941) + (20 x 0,1447) + (30 x 0,1394) + ( 45 x 0,0237) + (60 x 0,3528) + (90 x 0,1072) = 41,87 PMR = 42 dias PMR = 42 dias Para Silva (2006b), o prazo de recebimento é medido pelo espaço de tempo médio que as vendas levam para se transformar em disponibilidades de caixa, assim a empresa demora 42 dias, esta situação pode ser melhorada diminuindo o prazo dos clientes, porém é necessário que haja muita cautela para implantar esta política, uma vez que a empresa possui um bom 75 relacionamento com seus clientes potenciais para não prejudicar este relacionamento ou até mesmo perder estes clientes. 4.1.2.1 Ciclo operacional e Ciclo econômico A fórmula utilizada para encontrar o ciclo operacional está ilustrada na FIG. 26. FIGURA 26 - Cálculo do ciclo operacional CO = PME + PMR Fonte: elaborado pela autora, 2012. Foi necessário calcular dois ciclos operacionais, um referente a serviços e outro referente a estoques para depois encontrar o ciclo operacional total da empresa. 2) Ciclo Operacional de Serviços PME = 0 dias PMR = 35 dias CO = 0 + 35 CO = 35 dias O ciclo operacional da empresa prestadora de serviços é de 35 dias. 76 2) Ciclo Operacional de Materiais PME = 75 dias PMR = 46 dias CO = 75 + 46 CO = 121 dias O ciclo operacional da empresa de comércio atacadista é de 121 dias. 3) Ciclo Operacional Total A FIG. 27 ilustra o cálculo do ciclo operacional total da empresa. FIGURA 27 - Cálculo do ciclo operacional total da empresa 35 dias ____________________ 171. 224,85 ____________ 36 % 121 dias ___________________ 306.270,43 _____________ 64% Total: 477.495,28 CO = (35 X 0,36) + (121 X 0,64) CO = 90,04 Fonte: elaborada pela autora, 2012. Assim, CO = 90 dias 100% 77 Como Assaf Neto (2009) já havia citado, o ciclo operacional da empresa é composto por todas as atividades operacionais. Desta forma, foi possível concluir que a empresa leva 90 dias desde aquisição das mercadorias até o recebimento decorrente da venda destas mercadorias. O impacto maior está no prazo médio de estoque, cuja contribuição é fator marcante para o alto ciclo operacional da empresa Beta. O grau de variabilidade desta fase operacional é determinado pela política de estocagem, dos critérios de cobrança e pelo ramo de atividade. É importante salientar que este prazo representa o intervalo de tempo no qual não ocorre a entrada de recursos financeiros na empresa, sendo necessário, portanto, capital de giro para financiamento deste ciclo operacional. O ciclo econômico é igual ao valor do prazo médio de estoque, como ilustrado na FIG. 28. FIGURA 28 - Ciclo econômico CICLO PME = ECONÔMICO 75 dias Fonte: elaborada pela autora, 2012. O ciclo econômico é o giro do estoque, ou seja, a empresa demora 75 dias para girar seu estoque, a empresa Beta representa um ciclo econômico muito alto em comparação ao seu setor de atividade, como a empresa não fabrica, este ciclo tem início com a compra de mercadorias e finaliza com a venda das mesmas, pela empresa ser comercial e está situada no setor elétrico, este ciclo representa alto para as operações da empresa, implicando assim em um maior valor de capital de giro para financiar este período. Para cálculo do ciclo financeiro, foi utilizada a fórmula de Brasil e Brasil (1999): FIGURA 29 - Cálculo do ciclo financeiro Fonte: BRASIL; BRASIL, 1999, p. 119. 78 Foi necessário apurar, para verificação da inadimplência e atraso médio das duplicatas das contas a receber, as vendas realizadas a prazo que estavam em aberto, ou seja, os clientes inadimplentes. Na TAB. 11, os recebimentos que não foram saldados no prazo correto e estavam em cobrança pela empresa: TABELA 11 - Recebimentos em aberto Contas a Receber em aberto entre 01/01/2012 à 30/06/2012 Total das Vendas a Prazo Recebimento em aberto Proporção R$ 459.291,06 3.921,40 0,0085 Fonte: elaborada pela autora, 2012. Como se pode verificar na TAB. 11, o impacto do atraso médio das duplicatas é pequeno em comparação com as vendas totais a prazo no período, isso porque a empresa trabalha com uma pequena parcela de clientes potenciais e fidelizados, é feita uma escolha de clientes através de uma análise de concessão de crédito. Como Assaf Neto e Lima (2009) já haviam apontado, os cinco Cs do crédito que se referem a caráter, capacidade, capital, garantias (colateral) e condições são procedimentos prezados pela empresa e levados em consideração na escolha de seus clientes, No que se refere à política de crédito da empresa, para pagamentos à vista ou com até 20 dias é concedido ao cliente um desconto alto em relação as outras empresas no mesmo setor de atividade, isso também é fator contribuinte para o impacto do atraso de duplicatas ser pequeno. Com os dados coletados demonstrados na TAB 11, é possível verificar também o atraso médio dos recebimentos, segundo informação que consta no sistema da empresa, o valor de R$ 3.921,40 está vencido em 38 dias. Assim, FIGURA 30 - Cálculo do atraso médio de duplicatas AMR = 38 dias x 0,0085 = 0,3230, ou seja 0. Fonte: Elaborado pela autora. Desta forma, conforme já foi mostrado o pequeno impacto no atraso médio das duplicatas, já se esperava que este prazo seria aproximadamente zero, o que é relevante para a empresa, mostrando que este fator em si não contribui para o aumento do ciclo financeiro da empresa. 79 Com estes dados, pode-se calcular o índice de inadimplência do período de apuração, pois foi possível mensurar quantos débitos seriam classificados como “devedores duvidosos.” De acordo com Assaf Neto e Silva (2002) o índice de inadimplência deve ser apurado relacionando-se os devedores duvidosos com as vendas de competência do período que lhe deram origem. Assim, a FIG. 31 demonstra a fórmula de cálculo do índice de inadimplência: FIGURA 31 - Índice de inadimplência Devedores Duvidosos: R$ 3.921,40 Vendas Totais a prazo: 459.291,06 Índice de inadimplência = 0,0085 Fonte: elaborado pela autora baseado em ASSAF NETO; SILVA, 2002 e em pesquisa documental na empresa Beta Devido ao volume de vendas totais, e o valor dos devedores duvidosos ser pequeno em relação a estas, o índice de inadimplência foi zero. Isso acontece porque a empresa trabalha com vendas concentradas, ou seja, contando com uma pouca parcela de clientes mais frequentes nas compras e mediante a aplicação das políticas de crédito visadas pela empresa. A empresa também não possui pagamentos em aberto com fornecedores em virtude de as compras à vista de algumas mercadorias da linha mais pesada serem mais atrativas, a empresa Beta possui caixa para os futuros pagamentos para as demais linhas de materiais, logo o atraso médio de pagamento (AMP) é igual a zero também. 4.1.3 Compras Para o cálculo das compras, foi necessário calcular separadamente as compras referentes aos fornecedores das demais compras da empresa, isso para facilitar o cálculo do ciclo financeiro. A TAB. 12, demonstra as compras referentes às mercadorias no período de apuração de acordo com as condições de pagamentos oferecidos pelos fornecedores. 80 TABELA 12 - Compras de mercadorias do período COMPRAS DE MERCADORIAS DO PERÍODO EM VALORES NUMÉRICOS (R$) Condição Pagto Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Á vista 7.065,99 73,80 263,54 258,27 7 dias 1.238,27 1.821,15 780,72 12 dias 233,00 234,00 2.261,83 4.876,58 714,54 44,00 14 dias 727,25 1.373,36 2.272,02 2.398,33 2.398,33 15 dias 180,00 1.263,00 176,00 812,70 18 dias 41,42 20 dias 408,07 235,00 2.175,69 2.322,18 490,96 21 dias 14.140,41 11.552,40 3.383,16 11.997,91 2.253,18 28 dias 2.040,00 30 dias 4.268,60 2.105,75 7.251,84 8.294,39 1.464,50 7.200,24 45 dias 3.593,78 2.210,95 3.319,55 3.489,37 2.394,90 639,10 Total 16.476,69 21.376,54 28.977,33 26.919,51 23.508,36 11.481,60 Total 7.661,60 3.840,14 8.363,95 9.169,29 2.431,70 41,42 5.631,90 43.327,06 2.040,00 30.585,32 15.647,65 128.740,03 Fonte: elaborada pela autora, 2012. A TAB. 13 demonstra os valores totais das compras no período por condição de pagamento e as porcentagens de vendas em comparação com o montante total. As compras foram separadas pelas operações para encontrar o prazo médio de pagamento através da média aritmética ponderada. TABELA 13 - Compras de mercadorias - Condição de pagamento COMPRAS DE MERCADORIAS DO PERÍODO POR CONDIÇÃO DE PAGAMENTO Operações Valor % Á vista R$ 7.661,60 5,951% 7 dias R$ 3.840,14 2,983% 12 dias R$ 8.363,95 6,497% 14 dias R$ 9.169,29 7,122% 15 dias R$ 2.431,70 1,888% 18 dias R$ 41,42 0,0322% 20 dias R$ 5.631,90 4,375% 21 dias R$ 43.327,06 33,654% 28 dias R$ 2.040,00 15,846% 30 dias R$ 30.585,32 23,757% 45 dias R$ 15.647,65 12,155% Total Fonte: elaborada pela autora, 2012. R$ 128.740,03 100,000% 81 Com estes dados, pode-se calcular o prazo médio de pagamento de fornecedores de mercadorias (PMPFm) através de uma média ponderada, basta utilizar a fórmula da média ponderada que já foi demonstrada. (0 x 0,0595) + ( 7 x 0,0298) + ( 12 x 0,0650) + ( 14 x 0,0712) + ( 15 x 0,0189) + ( 18 x 0,0003) + ( 20 x 0,0438) + (21 x 0,3365) + (28 x 0,01585) + ( 30 x 0,2376) + (45 x 0,1216) = 23,26. PMPFm = 23 dias O prazo concedido pelos fornecedores de mercadorias é de 23 dias. A empresa recebe estas vendas com 46 dias. Ou seja, o financiamento por parte do fornecedor cobre apenas a metade do prazo. A empresa necessita de uma negociação mais eficiente com seus fornecedores de matéria-prima para tentar alongar este prazo, já que o prazo médio recebimento de material é alto. 4.1.4 Impostos Para cálculo dos impostos, foi necessário verificar a porcentagem de impostos pagos sobre o valor de serviço e sobre o valor de material. Para isto foi necessário apurar as vendas realizadas entre agosto de 2011 até julho de 2012, período anual mais recente. A empresa Beta está cadastrada no regime do Simples, as TABS. 14 e 15 demonstram os impostos incidentes sobre as vendas. 82 TABELA 14 - Alíquotas e partilhas do Simples Nacional – Comércio Fonte: PLANEJAMENTO..., 2012. 83 TABELA 15 - Alíquotas e partilhas do Simples Nacional decorrente da prestação de serviços Fonte: PLANEJAMENTO..., 2012. A TAB. 16 demonstra as vendas no período de agosto/2011 à julho 2012: TABELA 16 - Vendas de materiais e serviços do período Período ago/11 set/11 out/11 nov/11 dez/11 jan/12 fev/12 mar/12 abr/12 mai/12 jun/12 jul/12 Total VENDAS TOTAIS Mão de Obra Material 35.179,87 67.743,73 28.391,53 47.703,42 30.048,87 29.923,62 22.109,50 28.083,91 31.549,95 37.293,61 31.484,09 69.506,01 29.990,87 51.119,89 34.753,00 62.649,66 22.845,97 33.956,47 23.717,27 49.865,02 28.433,65 39.173,38 31.167,95 31.903,25 349.672,52 548.921,97 Fonte: elaborada pela autora, 2012. Total 102.923,60 76.094,95 59.972,49 50.193,41 68.843,56 100.990,10 81.110,76 97.402,66 56.802,44 73.582,29 67.607,03 63.071,20 898.594,49 84 Comparando as vendas de mercadorias, percebe-se que neste período a percentagem sobre as vendas é de 7,54% já as vendas de mão de obra obteve um percentual de 6,54% dado obtido da comparação da TAB. 16 com a TAB. 15 Com estes dados pode-se calcular os impostos para o período de apuração de 01/01/2012 à 30/06/2012. Vendas de Mão de obra no período = 171.224,85 x 6,54% = 11.198,11 Vendas de Material Elétrico no período = 306.270,43 x 7,54% = 23.092,79 Valor Total de Impostos = 34.290,90 O valor de R$ 34.290,90 referente ao total dos impostos do período demoram em média 20 dias para serem pagos, dado obtido dos prazos que constam na planilha de impostos da empresa Beta Logo, PMPI = 20 dias É um prazo bom para a empresa em comparação com o valor de impostos, não necessitando de uso de políticas para um possível reajuste quanto a este prazo. A TAB. 17 demonstra todas as outras compras no período, bem como o prazo médio de pagamento de cada uma e as porcentagens referentes ao valor total. 85 TABELA 17 - Contas do passivo circulante TOTAL DAS OUTRAS CONTAS DO PASSIVO DO PERÍODO POR CONDIÇÃO DE PAGAMENTO Operações Fornecedor Valor % 25 dias Água e esgoto R$ 198,45 0,177% 10 dias Energia elétrica R$ 759,83 0,677% 20 dias Telefone/ Internet R$ 2.944,05 2,622% 30 dias Folha de pagamento R$ 75.343,61 67,093% 10 dias Fretes R$ 785,28 0,699% 25 dias Aluguél loja R$ 3.732,00 3,323% 25 dias Aluguél galpão R$ 9.756,00 8,689% 15 dias veículos-manutenção R$ 18.776,90 16,721% Total R$ 112.296,12 100,000% Fonte: elaborada pela autora, 2012. Com estes dados, pode-se calcular o prazo médio de pagamento através de uma média ponderada. (25 x 0,0018) + (10 x 0,0068) + (20 x 0,0262) + (30 x 0,6709) + (10 x 0,0070) + (25 x 0,0332) + (25 x 0,0869) + (15 x 0,1672) = 26,34 PMP = 26 dias Desta forma, foi necessário agrupar todos os pagamentos e compras da empresa no período de 01/01/2012 à 30/06/2012 para encontrar o prazo médio de pagamento total. A TAB. 18 demonstra os pagamentos totais da empresa. 86 TABELA 18 - Contas a pagar - Total TOTAL DAS CONTAS A PAGAR DA EMPRESA NO PERÍODO Operações Valor Compras à vista R$ 7.661,60 Compras 7 dias R$ 3.840,14 Pag. 10 dias R$ 1.545,11 Compras 12 dias R$ 8.363,95 Compras 14 dias R$ 9.169,29 Compras 15 dias e Pag. 15 dias R$ 21.208,60 Compras 18 dias R$ 41,42 Compras 20 dias + Pag. 20 dias + Impostos R$ 42.866,85 Compras 21 dias R$ 43.327,06 Pag. 25 dias R$ 13.686,45 Compras 28 dias R$ 2.040,00 Compras 30 dias + Pag. 30 dias R$ 105.928,93 Compras 45 dias R$ 15.647,65 Total R$ 275.327,05 % 2,783% 1,394% 0,561% 3,038% 3,330% 7,703% 0,015% 15,57% 15,74% 4,971% 0,741% 38,47% 5,683% 100% Fonte: elaborada pela autora, 2012. Com os dados da TAB. 18, pode-se calcular o prazo médio de pagamento total para a empresa. (0 x 0,0278) + (7 x 0,0139) + (10 x 0,0056) + (12 x 0,0304) + (14 x 0,0333) + (15 x 0,077) + (18 x 0,0002) + (20 x 0,1557) + (21 x 0,1574) + (25 x 0,0497) + (28 x 0,0074) + (30 x 0,3847) + (45 x 0,0568) = 24,10 PMPt = 24 dias O prazo de pagamento total para a empresa é de 24 dias, enquanto o prazo médio de recebimento total para a empresa é de 42 dias. Ou seja, ela precisa financiar dezoito dias de suas operações. 87 4.1.5 Ciclo financeiro Com os dados obtidos, pode-se calcular o ciclo financeiro da empresa para o período. O ciclo financeiro também será calculado por dois métodos: método simplificado e método completo. 4.1.5.1 Cálculo do ciclo financeiro através do método simplificado A FIG. 32 demonstra a fórmula para cálculo do ciclo financeiro através do método simplificado. FIGURA 32 - Cálculo do ciclo financeiro - Método simplificado CF= PMR + PME + PMP Fonte: elaborado pela autora, 2012. Substituindo na fórmula têm-se: CF = 42 + 48 – 24 CF= 66 dias Para este cálculo foi utilizado o prazo médio de recebimento das vendas totais, o prazo médio de estoques pelo método simplificado e o prazo total dos pagamentos, encontrando assim um ciclo financeiro de 66 dias. 88 4.1.5.2 Cálculo do ciclo financeiro através do método completo Para cálculo do ciclo financeiro através do método completo foi utilizada a fórmula abaixo, porém acrescentaram-se outros tipos de pagamento da empresa que foram calculados de forma separada na fórmula. 68,88 CF = 69 dias Vieira (2008) define o ciclo financeiro como sendo o prazo decorrido entre as saídas de caixa (pagamentos a fornecedores) e as entradas de caixa (recebimentos de clientes). Ou seja, a empresa tem necessidade de recursos durante 69 dias. Como pode ser verificado, o prazo médio de estoque contribui muito para o aumento do ciclo financeiro já que os materiais ficam estocados cerca de 75 dias só para depois serem vendidos, e só depois de 42 dias é que a empresa recebe esta venda. O ciclo financeiro de uma empresa deve ser planejado desde o início de suas atividades, dentre as alternativas para sua redução pode-se retardar o prazo de pagamento aos fornecedores ao máximo possível, sem incorrer em prejuízo para a empresa, tentar na medida do possível receber com uma maior antecedência, mas o principal fator que contribui para o aumento do ciclo financeiro conforme pode observar em seu cálculo é o estoque da empresa, seu giro reveza apenas duas vezes no período, e os materiais possuem um custo elevado o que obriga a empresa a trabalhar com uma margem pequena. Em consequência disso, como Brasil e Brasil (1999) já havia citado, quanto maior o ciclo financeiro da empresa, maior o seu risco nas crises e maior a necessidade de investimentos nos ativos operacionais, a necessidade de capital de giro. Para cálculo da Necessidade de Capital de Giro, foi utilizada a seguinte fórmula: 89 FIGURA 33 - Necessidade de capital de giro em virtude das vendas - PMPI X IMPOSTOS Fonte: Adaptado de DINIZ OLIVEIRA, 2011. VENDAS NCG X 125 = 75 X 258.737,05 + 42 – 23 x 128.740,03 – 26 x 112.296,12 – 20 x 34.290,90 = 477.495,28 477.495,28 477.495,28 477.495,28 477.495,28 125NCG = 40,6397 + 42 – 6,2012 – 6,1146 – 1,4363 477.495,28 125NCG = 68,8876 477.495,28 125NCG = 32.893.503,85 NCG= 263.148,03 A necessidade de capital de giro pode ser ainda calculada através de outra fórmula conforme demonstrado na FIG. 34. FIGURA 34 - Cálculo da necessidade de capital de giro NCG = CF X VENDAS TOTAIS DO PERÍODO DIAS ÚTEIS DO PERÍODO Fonte: elaborada pela autora, 2012. Calculando a Necessidade de Capital de Giro através da FIG. 34 têm-se: 90 NCG = 69 X 477.495,28 125 NCG = 263.577, 39 Para cálculo da necessidade de capital de giro, através da fórmula acima, foi considerado o ciclo financeiro encontrado através do método completo. Será considerado neste trabalho o valor de R$ 263.577,39 para a necessidade de capital de giro. Ou seja, no período de janeiro a junho a empresa tem uma necessidade de capital de giro de R$ 263.577,39 um valor demandado muito alto para a empresa no período. A empresa cobre a necessidade de capital de giro com seu capital de giro próprio. À medida que o ciclo de caixa da empresa aumenta, sucessivamente aumenta também sua necessidade de capital de giro. Portanto, a redução do ciclo financeiro ou de caixa consiste em receber mais cedo e pagar mais tarde, procurando estratégicas para reduzir o ciclo financeiro como aumentar o número de fornecedores de matéria-prima através de uma pesquisa de mercado, reduzir o prazo de recebimento através de políticas de desconto, ou ainda um estudo de viabilidade sobre a possibilidade de importar os materiais de linha pesada como os geradores de energia por exemplo. Como Vieira (2008) e Costa et al. (2009) citaram, o nível de atividade fica subordinado ao impacto da situação conjuntural sobre o volume de suas vendas enquanto o tamanho do seu ciclo financeiro fica definido pelas políticas de compras, de vendas e de estoques. Assim, aumentar as vendas implica em aumentar o investimento operacional. Enquanto na análise do ciclo financeiro, o fator determinante não está apenas no montante das vendas mas também nas políticas de compras e principalmente de estoques como pode perceber através dos cálculos. Através do cálculo da necessidade de capital de giro, percebe-se que a empresa Beta possui uma carência de recursos no seu giro, um valor de R$ 263.577,39 para um período. 4.2 Projeção do fluxo de caixa Os cálculos foram baseados em Silva (2006b) e Sá (2012a). 91 De acordo com Sá (2012a) o fluxo de caixa projetado é o produto final da integração das entradas e das saídas de caixa que se imagina que ocorrerão no período projetado. 4.2.1 Plano de contas para o fluxo de caixa Segundo Sá (2012a, p. 11) “chamamos de plano de contas a uma estrutura em vários níveis que permita decompor as entradas e as saídas em conta e subcontas de forma a facilitar a análise e a compreensão do fluxo de caixa.” O QUAD. 3 demonstra um plano de contas de 2º nível elaborado pela aluna, este plano foi elaborado através dos dados coletados nos documentos da empresa em estudo com integração da teoria pesquisada de Sá (2012a). QUADRO 3 - Plano de contas da Empresa Beta PLANO DE CONTAS DA EMPRESA BETA ENTRADAS Recebimento de clientes Vendas de balcão pagas com cheques ou dinheiro Vendas de balcão pagas com cheques pré-datados Vendas faturadas para clientes classe A Vendas faturadas para clientes classe B Vendas faturadas para clientes classe C Outros SAÍDAS Saídas Administrativas Energia Telefone Internet Materiais de escritório Materiais de limpeza Seguros diversos Associação de classe Correio Outras Saídas Comerciais Comissão sobre vendas Publicidade e Propaganda Fretes Fornecedores Fornecedor de mercadoria Outros Folha e Encargos 92 Salário Operacional Salário Administrativo Encargos Outros Serviços de Terceiros Honorários Contábeis Serviço de Segurança Serviço de Transportes Outros Impostos e Taxas ISS Simples Nacional Outros Pagamento de despesas com veículos Combustíveis e Lubrificantes Manutenção diversas Seguros IPVA Multas diversas Outros Saídas Financeiras Despesas bancárias Juros sobre empréstimos Outras Fonte: adaptado de SÁ, 2012a, p. 40. Segundo Sá (2012a) o plano de contas da tesouraria não deve ser muito sucinto, mas também não pode ser muito detalhado, assim no final de cada conta foi criado uma subconta com o nome “diversos”. 4.2.2 Período de informação do fluxo de caixa O prazo de cobertura do Fluxo de Caixa proposto será de três (03) meses: Setembro, Outubro e Novembro. Foram escolhidos três meses para projeção devido a uma maior relevância das informações que alimentarão o fluxo de caixa. 93 4.2.3 Projeção das entradas e saídas de recursos financeiros Para a projeção das entradas e saídas de recursos do caixa a aluna utilizou duas técnicas, são estas: Método da Média dos Mínimos Quadrados (MMMQ) e Método da Média com Suavização Exponencial (MMSE). As projeções para cada conta do fluxo de caixa elaborado serão projetadas como: a) saldo inicial de caixa: refere-se ao saldo final de caixa do último dia útil do mês anterior; b) recebimento de clientes: através do cálculo de análise de regressão linear simples e de suavização exponencial, considerando-se os valores históricos das vendas e o tempo; c) saídas administrativas: são fixas para cada período; d) saídas comercias: são fixas para cada período; e) fornecedores: através do cálculo de análise de regressão linear simples considerando-se os valores históricos das vendas e o tempo; f) folha e encargos: salário administrativo é fixo para cada período, para o salário operacional foi utilizado o cálculo de análise de regressão linear simples; g) serviços de terceiros: valor fixo para cada período; h) impostos: serão projetados mediante a alíquota do Simples sobre as vendas projetadas de serviço e material; i) pagamento de despesas com veículos: fixo para o período; j) saídas financeiras: fixas para o período. Obs: para todas as despesas informadas no Fluxo de Caixa, foi decidido por comum acordo da aluna com orientador que será acrescentada às despesas uma taxa de 3% como uma possível variação dos gastos. 4.2.3.1 Método da Média dos Mínimos Quadrados (MMMQ) Foi utilizada a análise de regressão linear simples através do método dos mínimos quadrados. 94 Segundo Pozo (2002) o modelo da Média dos Mínimos Quadrados, em que é traçada a reta que representa a tendência de consumo para o próximo período, é baseado nos consumos anteriores eliminando assim as possíveis distorções e interpretações errôneas que poderiam ocorrer em razão a sentimentos pessoais e criar problemas no processo de tomada de decisões. A Equação para regressão linear para cálculo segue abaixo: FIGURA 35 - Fórmula estatística - Regressão linear Y = a + bX Onde: Y = Variável dependente que se está resolvendo. a = Intersecção no eixo Y b = Inclinação da reta X = Variável independente Sendo: FIGURA 36 - Fórmula estatística - Regressão linear b= n(𝜮xy) – (𝜮x) (𝜮y) n(𝜮x²) – (𝜮x)² 95 FIGURA 37 - Fórmula estatística - Regressão linear a = 𝜮y – b𝜮x n Porém, para que se consiga efetuar os cálculos utilizando as fórmulas no intuito de determinar a equação linear deve-se calcular primeiro 𝜮x,𝜮y, 𝜮x² e 𝜮xy. onde, X é a variável independente, Y a variável dependente e n o númerode períodos observados. (OLIVEIRA, 2012). A TAB. 19 demonstra a análise de regressão linear para as vendas de mão de obra qualificada. TABELA 19 - Análise de regressão linear – Vendas mão de obra ANÁLISE DE REGRESSÃO LINEAR - VENDAS MÃO DE OBRA QUALIFICADA MêS (N) Período (X) Vendas (Y) X² X.Y ago/11 1 35.179,87 1 35.179,87 set/11 2 28.391,53 4 56.783,06 out/11 3 30.048,87 9 90.146,61 nov/11 4 22.109,50 16 88.438,00 dez/11 5 31.549,95 25 157.749,75 jan/12 6 31.484,09 36 188.904,54 fev/12 7 29.990,87 49 209.936,09 mar/12 8 34.753,00 64 278.024,00 abr/12 9 22.845,97 81 205.613,73 mai/12 10 23.717,27 100 237.172,70 jun/12 11 28.433,65 121 312.770,15 jul/12 12 31.167,95 144 374.015,40 ago/12 13 28.565,55 169 371.352,15 Total: 91 378.238,07 819 2.606.086,05 Fonte: elaborada pela autora, 2012. 96 Y= a + bX b= n(𝜮xy) – (𝜮x) (𝜮y) n (𝜮x²) – (𝜮x)² a = 𝜮y- b𝜮x n b= 13( 2.606.086,05) – (91) (378.238,07) = 13 (819) – (91)² b= -228,46 a = 378.238,07 – ( - 228,46) 91 = 30.694,46 13 Equação Resultante – Vendas Mão de Obra para o período de Setembro: Y = a + bX = 30.694,46 + (-228,46) (14) = R$ 27.496,02 O valor das vendas de mão de obra projetada para o 14º período equivalente ao mês de Setembro é de R$ 27.496,02. Equação Resultante – Vendas Mão de Obra para o período de Outubro: Y= a + bX = 30.694,46 + (-228,46) (15) = R$ 27.267,56 O valor das vendas de mão de obra projetada para o 15º período equivalente ao mês de Outubro é de R$ 27.267,56. Equação Resultante – Vendas de Mão de Obra para o período de Novembro: Y= a + bX = 30.694,46 + (-228,46) (16) = R$ 27.039,10 O valor das vendas de mão de obra projetada para o 16º período equivalente ao mês de Novembro é de R$ 27.039,10. A TAB. 20 demonstra a análise de regressão linear para as vendas de materiais. 97 TABELA 20 - Análise de regressão linear – Vendas material elétrico ANÁLISE DE REGRESSÃO LINEAR - VENDAS MATERIAL ELÉTRICO MêS (N) Período (X) Vendas (Y) X² X.Y ago/11 1 67.743,73 1 67.743,73 set/11 2 47.703,42 4 95.406,84 out/11 3 29.923,62 9 89.770,86 nov/11 4 28.083,91 16 112.335,64 dez/11 5 37.293,61 25 186.468,05 jan/12 6 69.506,01 36 417.036,06 fev/12 7 51.119,89 49 357.839,23 mar/12 8 62.649,66 64 501.197,28 abr/12 9 33.956,47 81 305.608,23 mai/12 10 49.865,02 100 498.650,20 jun/12 11 39.173,38 121 430.907,18 jul/12 12 31.903,25 144 382.839,00 ago/12 13 23.763,04 169 308.919,52 Total: 91 572.685,01 819 3.754.721,82 Fonte: elaborada pela autora, 2012. Y= a + bX b= n(𝜮xy) – (𝜮x) (𝜮y) n (𝜮x²) – (𝜮x)² a = 𝜮y- b𝜮x n b= 13(3.754.721,82) – (91) (572.685,01) = 13(819) – (91)² b= - 1.396,00 a= 572.685,01 – (- 1.396,00)91 13 a = 53.824,69 98 Equação Resultante – Vendas de Material para o período de Setembro: Y = 53.824,69 + (-1.396,00) (14) = R$ 34.280,69 O valor das vendas de material projetadas para o 14º período equivalente ao mês de Setembro é de R$ 34.280,69. Equação Resultante – Vendas de Material para o período de Outubro: Y= 53.824,69 + ( - 1.396,00) (15) = R$ 32.884,69 O valor das vendas de material projetadas para o 15º período equivalente ao mês de Outubro é de R$ 32.884,69. Equação Resultante – Vendas de Material para o período de Novembro: Y = 53.824,69 + (- 1.396,00) (16) = R$ 31.488,69 O valor das vendas de material projetadas para o 16º período equivalente ao mês de Novembro é de R$ 31.488,69 A TAB. 21 demonstra as despesas variáveis no período. TABELA 21 - Despesas PERÍODO DESPESAS COMPRA DE MERCADORIAS SALÁRIO OPERACIONAL ago/11 33.923,66 9.565,20 set/11 23.265,68 9.727,71 out/11 26.270,08 8.202,48 nov/11 51.292,87 7.821,63 dez/11 20.925,70 10.384,30 jan/12 16.476,69 11.179,11 fev/12 21.376,54 13.530,54 mar/12 28.977,33 12.131,42 abr/12 26.919,51 12.521,00 mai/12 23.508,36 12.001,29 jun/12 11.481,60 13.980,25 jul/12 6.676,00 7.371,88 ago/12 19.513,44 9.992,22 Total: 310.607,46 138.409,03 Fonte: elaborada pela autora, 2012. 99 A TAB. 22 demonstra a análise de regressão linear para as compras. TABELA 22 - Análise de regressão linear - Compras MêS (N) ago/11 set/11 out/11 nov/11 dez/11 jan/12 fev/12 mar/12 abr/12 mai/12 jun/12 jul/12 ago/12 Total: ANÁLISE DE REGRESSÃO LINEAR – COMPRAS Período (X) Compras (Y) X² X.Y 1 33.923,66 1 33.923,66 2 23.265,68 4 46.531,36 3 26.270,08 9 78.810,24 4 51.292,87 16 205.171,48 5 20.925,70 25 104.628,50 6 16.476,69 36 98.860,14 7 21.376,54 49 149.635,78 8 28.977,33 64 231.818,64 9 26.919,51 81 242.275,59 10 23.508,36 100 235.083,60 11 11.481,60 121 126.297,60 12 6.676,00 144 80.112,00 13 19.513,44 169 253.674,72 91 310.607,46 819 1.886.823,31 Fonte: elaborada pela autora, 2012. Y= a + bX b= n(𝜮xy) – (𝜮x) (𝜮y) n (𝜮x²) – (𝜮x)² a = 𝜮y- b𝜮x n b= 13(1.886.823,31) – (91) (310.607,46) 13(819) – (91)² b= -1.579,28 a= (310.607,46) – ( - 1.579,28) ( 91) 13 a= 34.947,84 100 Equação Resultante- Compras para o 14º período: Y= 34.947,84 + (-1.579,28) (14) = R$ 12.837,92 O valor das compras projetadas para o período14 equivalente ao mês de Setembro é de R$ 12.837,92. Equação Resultante – Compras para o 15º período: Y= 34.947,84 + (-1.579,28) (15) = R$ 11.258,64 O valor das compras projetadas para o período 15 equivalente ao mês de Outubro é de R$ 11.258,64. Equação Resultante- Compras para o 16º período: Y = 34.947,84 + (-1.579,28) (16) = RS 9.679,36 O valor das compras projetadas para o período 16 equivalente ao mês de Novembro é de R$ 9.679,36. A TAB. 23 demonstra a análise de regressão linear para o salário operacional. TABELA 23 - Análise de regressão linear – Salário operacional ANÁLISE DE REGRESSÃO LINEAR - SALÁRIO OPERACIONAL Mês (N) Período (X) Salário Op.(Y) X² X.Y ago/11 1 9.565,20 1 9.565,20 set/11 2 9.727,71 4 19.455,42 out/11 3 8.202,48 9 24.607,44 nov/11 4 7.821,63 16 31.286,52 dez/11 5 10.384,30 25 51.921,50 jan/12 6 11.179,11 36 67.074,66 fev/12 7 13.530,54 49 94.713,78 mar/12 8 12.131,42 64 97.051,36 abr/12 9 12.521,00 81 112.689,00 mai/12 10 12.001,29 100 120.012,90 jun/12 11 13.980,25 121 153.782,75 jul/12 12 7.371,88 144 88.462,56 ago/12 13 9.992,22 169 129.898,86 Total: 91 138.409,03 819 1.000.521,95 Fonte: elaborada pela autora, 2012. 101 Y= a + bX b= n(𝜮xy) – (𝜮x) (𝜮y) n (𝜮x²) – (𝜮x)² a = 𝜮y- b𝜮x n b= 13( 1.000.521,95) – (91) (138.409,03) 13(819) – (91)² b= 173,95 a= (138.409,03) – 173,95 (91) 13 a= 9.429,20 Equação Resultante- Salário Operacional para o 14º período: Y= 9.429,20 + 173,95 (14) = R$ 11.864,50 O valor do salário operacional projetado para o 14º período equivalente ao mês de Setembro é de R$ 11.864,50. Equação Resultante – Salário Operacional para o 15º período: Y= 9.429,20 + 173,95 (15) = R$ 12.038,45 O valor do salário operacional projetado para o 15º período equivalente ao mês de Outubro é de R$ 12.038,45. Equação Resultante – Salário Operacional para o 16º período: Y= 9.429,20 + 173,95(16) = R$ 12.212,40 O valor do salário operacional projetado para o 16º período equivalente ao mês de Novembro é de R$ 12.212,40. 102 4.2.3.2 Método da Média com Suavização Exponencial (MMSE) Outra técnica também utilizada foi o método da média com suavização exponencial, foram utilizadas estas duas técnicas para dados mais concretos. De acordo com Pozo (2002) no método da média com suavização exponencial a previsão do próximo período é obtida mediante a ponderação dada ao último período, e é utilizada também a previsão do último período. Esse modelo procura eliminar as variações exageradas que ocorreram em períodos anteriores. A fórmula utilizada segue na FIG.38. FIGURA 38 - Método da média com suavização exponencial P = [( Rɑ x @) + (1-@) x Pɑ] Fonte: adaptado de POZO, 2002, p. 46. Onde: P= Previsão próximo período Rɑ = Consumo Real no período anterior Pɑ = Previsão do período anterior @ = Constante de Suavização Exponencial A constante de Suavização Exponencial será de 0,1. Projeção de Venda de Mão de Obra para o mês de Setembro: Previsão do período anterior (Agosto) : 27.772,96 Logo: P= [( 28.565,55 x 0,1) + ( 1- 0,1) x 27.772,96 P= 27.852,22 O valor da venda de mão de obra projetada para o mês de Setembro é igual a R$ 27.852,22. Projeção de Venda de Mão de Obra para o mês de Outubro: 103 Previsão do período anterior (Setembro): 29.389,05 Logo: P= [( 27.852,22 x 0,1) + (1-0,1) x 29.389,05 P= 29.235,37 O valor da venda de mão de obra projetada para o mês de Outubro é igual a R$ 29.235,37. Projeção de Venda de Mão de Obra para o mês de Novembro: Previsão do período anterior (Outubro): 28.551,05. P= [( 29.235,37 x 0,1) + (1-0,1) x 28.551,05 P= 28.619,48 O valor da venda de mão de obra projetada para o mês de Novembro é igual a R$ 28.619,48. Projeção de Venda de Material para o mês de Setembro: Previsão do período anterior (Agosto): 31.613,22 P= [( 23.763,04 x 0,1) + (1-0,1) x 31.613,22] P= 30.828,20 O valor da venda de material projetada para o mês de Setembro é igual a R$ 30.828,20. Projeção de Venda de Material para o mês de Outubro: Previsão do período anterior (Setembro): 28.831,50 P= [( 30.828,20 x 0,1) + (1-0,1) x 28.831,50] P= 29.031,17 O valor da venda de material projetada para o mês de Outubro é igual a R$ 29.031,17. Projeção de Venda de Material para o mês de Novembro: Previsão do período anterior (Outubro) : 27.874,14 P= [(29.031,17 x 0,1) + (1-0,1) x 27.874,14 P= 27.989,84 104 O valor da venda de material projetada para o mês de Novembro é igual a R$ 27.989,84. Para a projeção das entradas no fluxo de caixa serão utilizadas as vendas projetadas mediante o cálculo do Método da Média dos Mínimos Quadrados. Segundo Pozo (2002) este modelo é o que melhor nos orienta para fazermos uma previsão, pois é um processo de ajuste que tende a aproximar-se dos valores existentes, minimizando as distâncias entre cada consumo realizado. Já o Método da Média de Suavização Exponencial é um bom modelo quando somente se trabalha com ele. 4.2.4 Fluxo de caixa projetado A TAB. 24 demonstra o fluxo de caixa projetado da empresa Beta para os meses de Setembro, Outubro e Novembro. TABELA 24 - Fluxo de caixa projetado - Empresa Beta Fluxo de Caixa Projetado - Empresa Beta Setembro Outubro Novembro 10.000,00 22.007,21 33.606,49 (+) Saldo Inicial ENTRADAS Recebimento de Clientes Vendas de Serviço Vendas de Comércio Outros (+) Total SAÍDAS Saídas Administrativas Energia Telefone/Internet Água Materiais de escritório Sistema de Informática Correio (-) Total Saídas Comerciais Publicidade e Propaganda Fretes (-) Total Fornecedores 27.496,02 34.280,69 27.267,56 32.884,69 27.039,10 31.488,69 61.776,71 60.152,25 58.527,79 150,00 204,36 150,00 204,36 150,00 204,36 49,00 100,00 340,00 49,00 100,00 340,00 49,00 100,00 340,00 80,00 923,36 80,00 923,36 80,00 923,36 196,32 196,32 300,00 196,32 496,32 300,00 196,32 496,32 105 Fornecedor de mercadoria (-) Total Folha e Encargos Salário Operacional Salário Administrativo Encargos (-) Total (-) (-) (-) (-) (-) (=) (-) (-) (=) Serviços de Terceiros Honorários Contábeis Serviço de Segurança Total Impostos e Taxas Simples Nacional Total Pagamento de despesas com veículos Combustíveis e Lubrificantes Manutenções diversas Seguros Total Saídas Financeiras Despesas Bancárias Total Investimento imobilizado Total Saídas Total dos Gastos Fixos Variação - 3% Total dos Gastos Variáveis Saldo Final de Caixa 12.837,92 12.837,92 11.258,64 11.258,64 9.679,36 9.679,36 11.864,50 4.992,00 2.120,56 18.977,06 12.038,45 4.992,00 2.120,56 19.151,01 12.212,40 4.992,00 2.120,56 19.324,96 311,00 100,00 411,00 311,00 100,00 411,00 311,00 100,00 411,00 4.383,00 4.383,00 4.262,80 4.262,80 4.142,60 4.142,60 2.143,74 150,00 4.998,00 7.291,74 2.143,74 150,00 4.998,00 7.291,74 2.143,74 150,00 4.998,00 7.291,74 110,90 110,90 4.035,75 49.167,05 20.081,63 20.684,08 29.085,42 22.007,21 110,90 110,90 4.035,75 47.941,52 20.381,63 20.993,08 27.559,89 33.606,49 110,90 110,90 4.035,75 46.415,99 20.381,63 20.993,08 26.034,36 45.106,84 Fonte: elaborada pela autora, 2012. Cálculos: Simples Nacional: Setembro: Vendas Projetadas Serviço: 27.496,02 x 6,54 % = 1.798,24 Vendas Projetadas Comércio: 34.280,69 x 7,54% = 2.584,76 Total: 4.383,00 Outubro: Vendas Projetadas Serviço: 27.267,56 x 6,54% = 1.783,30 Vendas Projetadas Comércio: 32.884,69 x 7,54% = 2.479,51 Total: 4.262,80 106 Novembro: Vendas Projetadas Serviço: 27.039,10 x 6,54% = 1.768,36 Vendas Projetadas Comércio: 31.488,69 x 7,54% = 2.374,25 Total: 4.142,60 4.2.5 As aplicações das sobras de caixa Segundo Damodaran (2004) a sobra de caixa é um fenômeno temporário, resultante de um período bom; porém se a empresa espera períodos de escassez de caixa em períodos futuros, ela pode ficar em uma melhor situação retendo o caixa para cobrir parte ou todos esses períodos de escassez. Mediante a projeção do fluxo de caixa a empresa pode optar por antecipação de pagamento aos fornecedores ou o financiamento de clientes. Pode ainda optar pela aplicação financeira no mercado, desde que sua aplicação seja adequada à extensão das sobras do período analisado. Uma boa opção para a empresa em estudo é aplicar em fundos de investimentos de curto prazo no qual poderá resgatar este valor em um período curto decorrente de uma necessidade operacional ou ainda diante de uma retração do mercado, que fará necessária uma reserva para a liquidez. Como Fortuna (2011) já havia citado, os fundos de curto prazo são os títulos públicos federais ou privados, prefixados ou indexados à taxa Selic ou a outra taxa de juros. Para as aplicações financeiras a empresa poderá optar pelo CDB bem como, pelo CDI, ambos pré-fixados. Porém antes da aplicação é necessário fazer uma simulação e esta decisão deve ser tomada pelo administrador ou gerente da empresa. 107 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho teve como objetivo avaliar a capacidade de pagamento através da utilização do fluxo de caixa em uma empresa de eletricidade industrial. Verificou-se, entretanto, que o resultado demonstrado através do fluxo de caixa projetado da empresa, que a mesma possui um equilíbrio entre as entradas e saídas de caixa e não está endividada, possuindo liquidez para honrar com seus compromissos, porém não possui recursos em princípio para investimentos a longo prazo. Os prazos médios encontrados mostram uma situação de boa liquidez, embora a empresa necessite de uma melhor gestão quanto aos seus estoques, pois seu prazo demonstra uma situação irregular em comparação com as empresas do mesmo setor de atividade, em virtude disso, recomenda-se à empresa encontrar novos fornecedores através de uma pesquisa de mercado ou ainda é válida a hipótese de um estudo aprofundado sobre a possibilidade da empresa Beta importar uma boa parte de seu estoque. O fluxo de caixa projetado para a empresa mostra uma situação de solvência, embora seja objetivo da empresa de crescer e expandir seu mercado através da automação industrial, atuando dentro de indústrias através de um processo inovador. A informação fornecida pela demonstração de Fluxo de Caixa, se usada com a finalidade de evidenciar e informar, deve ajudar seus proprietários, administradores e outros para avaliar a habilidade da empresa em gerar fluxo de caixa positivo, quitar suas dívidas, pagar seus compromissos e medir a geração de caixa nas atividades operacionais, de investimentos e financiamentos da empresa durante certo período. Através da projeção podem-se analisar alternativas de investimento e avaliar as situações presente e futura do caixa da empresa, posicionando-se para que não chegue à situação de insolvência. Sendo assim, constata-se que uma melhor gestão de estoques deve ser questão primordial para a continuidade e crescimento da empresa Beta. 108 5.1 Proposição de planos ou melhorias Percebe-se que no período analisado, a empresa não precisou recorrer a financiamentos para suprir sua necessidade de capital de giro. Porém, para uma gestão financeira eficiente, a aluna proferiu as seguintes propostas. a) aprimoramento dos registros financeiros para um maior controle e precisão dos dados; b) revisão do fluxo de caixa projetado, demonstrando a periodicidade e como fazer; c) estratégias para melhorar os indicadores financeiros a curto prazo, pode-se ainda citar aqui a elaboração de um planejamento compatível com a capacidade e necessidade da empresa; d) demonstrar o fluxo de caixa realizado e projetado diário e mensal para um período maior; e) desenvolver um estudo abrangente sobre a gestão dos estoques, calculando os seus custos e desenvolvendo estratégicas para sua redução. 109 5.2 Recomendações Esta pesquisa apresenta algumas recomendações para a realização de outros estudos relacionados a este tema: a) realizar o mesmo estudo em outras empresas no setor de energia, comparando os cálculos e resultados finais. (Multicasos); b) realizar um estudo mais direcionado para a gestão de estoques abordando a liquidez e caixa na mesma empresa de estudo; c) ampliar a pesquisa da utilização do fluxo de caixa tanto para avaliação da liquidez quanto de investimentos. 110 5.3 Limitações do estudo A falta de informações suficientes para que a aluna alcançasse 100% de aproveitamento em sua análise foi um ponto que limitou bastante este trabalho. Outro ponto, relativamente importante: a gestão familiar da empresa em estudo contribuiu para que este estudo fosse mais restrito, levando em consideração a falta de uma pessoa específica em determinada função, o que gerou duplicidade de informações. Difícil controle dos dados financeiros por causa do sistema pouco utilizado ou utilizado de forma incorreta. As conclusões das análises efetuadas no presente estudo estão limitadas a empresa de fato estudada, pelas informações disponíveis e pelo período abrangido. Assim, as conclusões desta pesquisa não pretende esgotar o assunto. 111 REFERÊNCIAS ASSAF NETO, Alexandre. Finanças Corporativas e Valor. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2009. ASSAF NETO, Alexandre; LIMA, Fabiano G. L. Curso de Administração Financeira. São Paulo: Atlas, 2009. ASSAF NETO, Alexandre; SILVA, César A. T. Administração do capital de giro. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2002. BRASIL, Haroldo V.; BRASIL, Haroldo G. Gestão Financeira das empresas: um modelo dinâmico. 4.ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1999. COSTA, Luiz et al. Análise econômico-financeira de empresas. 2.ed. Rio de Janeiro: FGV, 2009. DAMODARAN, Aswath. Finanças Corporativas: teoria e prática. 2.ed. São Paulo: Bookman, 2004. DIAS, M. A. P. Administração de materiais: princípios, conceitos e gestão. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2005. DINIZ OLIVEIRA, Annévia Palhares Vieira. Apostila. Pará de Minas: FAPAM, 2011. Notas de aula. FORTUNA, Eduardo. Mercado Financeiro: produtos e serviços. 18.ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2011. GIL, Antônio C. Como elaborar Projetos de Pesquisa. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2010. GITMAN, Lawrence P. Princípios de administração financeira. 8.ed. São Paulo: AddisonWisley, 2010. HELFERT, Erich A. Técnicas de Análise Financeira: um guia prático para medir o desempenho dos negócios. 9.ed. São Paulo: Bookman, 2000. LEMES, Antônio B. J.; RIGO, Cláudio M.; CHEROBIN, Ana P. M. S. Administração Financeira: princípios, fundamentos e práticas brasileiras. 3.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. MATIAS, Alberto Borges (Org.). Finanças Corporativas de Curto Prazo: a gestão do valor do capital de giro. São Paulo: Atlas, 2007. OLIVEIRA, João Urbano Coutinho de. Estatística: uma nova abordagem. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2012. 112 PLANEJAMENTO fiscal e guia de impostos. 2012. Disponível em: www.portaltributario.com.br. Acesso em: 14 de set. 2012. POZO, Hamilton. Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2002. ROESCH, Sylvia, M. A. Projetos de Estágio e de Pesquisa em Administração: guia para Estágios, Trabalhos de Conclusão, Dissertações e Estudos de Caso. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2007. ROSS, S. A.; WESTERFIELD, R. W.; JAFFE, J. F. Administração Financeira: CORPORATE FINANCE. 8.ed. São Paulo: Mc Graw Hill, 2010. SÁ, Carlos A. Fluxo de Caixa: a visão da tesouraria e da controladoria. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2012a. SÁ, Carlos A. Liquidez e Fluxo de Caixa [mensagem pessoal]. Mensagem recebida por [email protected] em 09 de set. 2012b. SANTOS, Izequias E. Manual de métodos e técnicas de Pesquisa Científica. 8.ed. Niterói: Impetus, 2011. SILVA, Edson C. Como administrar o fluxo de caixa das empresas: guia prático e objetivo de apoio aos executivos. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2006b. SILVA, J. P.Análise e decisão de crédito. São Paulo: Atlas, 1988. SILVA, J. P. Análise financeira das empresas. 8.ed. São Paulo: Atlas, 2006a. TITON, Fabio Luis. Técnicas de avaliação de ativos. 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