PESQUISA
No caminho certo
Pesquisa mostra que Ação Global promove inclusão social
A Ação Global veio para
ficar e não será interrompida
por razões que vão de inúmeros benefícios proporcionados
aos brasileiros de menor renda
à facilidade de usufruir esses
serviços num único dia. Se não
houvesse outras justificativas,
FOTO: MÁRIO CASTELLO
FOTO: ELMAR MEURER
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• Especial Ação Global
valeria essa, que é opinião quase unânime – 98,8% dos 10.614
entrevistados durante a Ação
Global do ano passado.
Os dados constam de amplo
levantamento realizado pela Coordenadoria de Pesquisa, Avaliação e Desenvolvimento do Departamento Nacional. A análise
de informações obtidas pelo
estudo explica por que a Ação
Global não pode parar.
A maior parte dos usuários
do programa pertence aos extratos mais pobres da população brasileira. A renda familiar
dos participantes concentrase na faixa de um a três salários mínimos. A proporção de
pessoas que recebiam até um
salário mínimo era de 26,8% e
entre um e dois, 25,3%. “Cerca de 69% tinham rendimento
extremamente baixo, principalmente se for considerado
o tamanho das famílias”, diz
o coordenador da área, Eliseu
Calsing. O levantamento indica que as famílias atendidas
pela Ação Global no ano passado são formadas em média
por 4,7 pessoas. Cerca de 70%
das famílias tinham quatro ou
mais pessoas e 67% delas tinham uma ou mais crianças
de até 14 anos de idade.
“Os números confirmam um
dos objetivos do programa, que
é mobilizar exatamente esse
segmento visando à inclusão
social e construção da cidadania”, avalia Calsing.
Outro dado importante, segundo a análise do coordenador, é a expressiva participação
feminina, que chegou a 68,4%.
Segundo Calsing, a mulher “tem
o principal papel de provedora
de serviços sociais para a famí-
MORADORES DA REGIÃO
As crianças e os adolescentes corresponderam a
17,3% dos usuários, e o maior
contingente, o equivalente a
28,7%, estava na faixa dos
35 aos 54 anos. Outros 24,8%
tinham entre 25 e 34 anos e
21,1%, de 18 a 24 anos. Os
com mais de 55 anos correspondiam a 7,7% do total.
Outra conclusão da pesquisa é que os serviços oferecidos
mostraram-se muito atraentes
para moradores do entorno do
local onde a Ação Global foi
realizada. Dos participantes
entrevistados, 40% informaram que moravam perto, 37%
disseram que a distância era
grande e 21,3% que a distância
era muito grande.
Dentre os que moravam
perto, 15% chegaram ao local
a pé (40% usaram algum tipo
de transporte, público ou não).
“Essa informação indica haver
uma forte disposição da clientela para enfrentar as dificuldades do acesso aos serviços
sociais oferecidos pela Ação
Global, mesmo que seja necessário andar a pé uma certa
distância ou ter de pagar uma
passagem de ônibus ou qualquer outro meio de transporte
coletivo”, afirma.
A pesquisa confirma também que o SESI é uma marca
conhecida. Cerca de 70% dos
usuários disseram conhecer
o SESI, que sabiam da existência da instituição e que
provavelmente sua atuação
primordial concentra-se na
área social. A imagem também esteve associada à Rede
Globo, o que, segundo especialistas responsáveis pela
pesquisa, confere credibilidade ao evento e relevância
aos serviços oferecidos.
As informações obtidas
na pesquisa são importantes também para definir a
estratégia de manutenção
de oferta de serviços prestados na Ação Global ao
longo do ano. Foram sugeridas 20 ações nesse sentido,
entre as quais a intensificação de ações educativas
e preventivas para tornar a
população menos dependente
de ações do setor público e a
utilização de espaços públicos
ociosos para a prestação de
serviços sociais básicos à população.
Nova pesquisa foi realizada
durante a Ação Global 2004 e
está sendo preparada uma outra, para ser feita entre a população que mora próximo dos
locais de realização do evento.
O objetivo é verificar o impacto da Ação Global ao longo do
ano nessas comunidades. Com
isso, espera-se corresponder
ao máximo às expectativas
dos 98,8% de usuários da Ação
Global que, em 2003, pediram a
continuidade dos serviços.
Santa Catarina: 1. como mostra a pesquisa do DN, a
maior parte do público que comparece ao evento, 68,4%,
é formada por mulheres; Distrito Federal: 2. crianças da
periferia de Brasília; e 3. Tiago Pauli, de três anos, de
Santa Catarina: 70% das famílias pesquisadas têm quatro
ou mais pessoas e 67% têm menores de até 14 anos
FOTO: MIGUEL ÂNGELO
lia” e é ela que em geral acompanha as crianças.
Os homens são menos numerosos também porque o evento
ocorre aos sábados, quando
parte da população masculina
trabalha. Como resultado dessa
intensa participação feminina,
Calsing aponta outro aspecto
positivo: a tranqüilidade em
sua organização. Não há registros de incidentes ou tumultos
que pudessem ter prejudicado
a prestação de serviços.
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FOTO: ELMAR MEURER
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Especial Ação Global •
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