Idec mostra que, de 13 empresas testadas, 12 não dão informações sobre descarte de not... Página 1 de 2 ECONOMIA LIXO ELETRÔNICO Idec mostra que, de 13 empresas testadas, 12 não dão informações sobre descarte de notebooks Publicada em 15/08/2010 às 16h03m Nadja Sampaio DÊ SEU VOTO Comentários MÉDIA: 5,0 RIO - Os fabricantes de notebooks ainda não estão preparados para cumprir um dos princípios básicos da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 2 deste mês: o descarte de produtos eletroeletrônicos. Pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) com 13 fabricantes de notebooks constatou que as empresas ainda não assumiram a responsabilidade de informar o consumidor sobre como dar um fim adequado ao seu lixo eletrônico. Foram avaliadas as seguintes marcas: Apple, CCE, Dell, HP, Intelbras, Itautec, Lenovo, LG, Philco/Britânia, Positivo, Samsung, Semp Toshiba e Sony. O objetivo do estudo foi verificar se as empresas divulgam sua política ambiental e orientam o consumidor sobre como fazer o descarte do aparelho fora de uso. Apenas a Itautec obteve resultado bom. - O resultado foi bastante insatisfatório. Em geral, os atendentes dos SACs não souberam dar informações básicas. É difícil achar indicações sobre reciclagem dos produtos nos sites, e apenas cinco empresas responderam ao questionário enviado pelo Idec - afirma Mariana Ferraz, advogada do Idec responsável pela pesquisa. Mariana observa que o direito à informação é garantido pelo Código de Defesa do Consumidor, portanto, mesmo sem haver uma política pública para o descarte dos produtos, a informação sobre a orientação ambiental de cada empresa deveria estar disponível nos canais de atendimento dos fabricantes: - O consumidor tem direito de saber como é o ciclo de vida do produto, qual a política de descarte, para onde vai o lixo eletrônico. Depois de 20 anos de discussão, a PNRS foi finalmente assinada, ou seja, as empresas já sabiam dessa discussão, e não é admissível que ainda esperem haver uma punição para começar a trabalhar nesse tema - afirma Mariana, esclarecendo que a PNRS terá que ser regulamentada no prazo de 90 dias. Ela ressalta que a atitude do consumidor será primordial para que a PNRS funcione e para que as empresas cumpram seu papel: - Pela lei, o setor empresarial fará a coleta, reciclagem e destinação dos resíduos domiciliares (papel, vidro, plástico, metal), o que é chamado de logística reversa. Mas a lei diz também que todos são solidariamente responsáveis por isso, o fornecedor, a autorizada e o poder público. Então o consumidor tem de cobrar e fazer a sua parte. Nenhum dos SACs das empresas soube orientar adequadamente Comentando a pesquisa feita pelo Idec, a socióloga Elisabeth Grimberg, sócia fundadora do Instituto Pólis, observou que os fabricantes deveriam ser obrigados a divulgar a importância de descartar o produto em locais corretos e informar isso no site e em propagandas na TV e no rádio. Por outro lado, os consumidores podem pressionar as empresas por produtos mais duráveis, recusar, no ato da compra, uma quantidade desnecessária de embalagens e reduzir o consumo de produtos e a simples troca por modelos mais novos. A advogada do Idec ressalta que o consumidor precisa se conscientizar do peso de suas escolhas, ao optar por um fabricante que tenha uma política ambiental responsável. E deve pensar em todo o ciclo: a não geração de resíduos, a redução do consumo, a reutilização de produtos e a reciclagem. - E o governo precisa criar uma legislação que crie restrições à produção de eletrônicos programados para durar pouco - diz. Segundo Mariana, na pesquisa nenhum dos SACs soube orientar adequadamente sobre o descarte dos aparelhos obsoletos, o que, para ela, é um absurdo, já que é o primeiro lugar que o consumidor procura: - Muitas vezes as informações dadas nos SACs e nos sites eram diferentes. A Apple afirma que iniciou semana passada um programa completo de reciclagem para a linha de produtos no Brasil: computadores Mac, iPods e iPhones podem ser enviados gratuitamente por Sedex. Os equipamentos são desmontados, os componentes que podem ser reaproveitados são removidos e o restante é reprocessado. A Lenovo informa que as informações sobre devolução de produto antigo podem ser consultadas pelo site ou pelo call center. A LG Electronics esclarece que está em fase final de implantação de uma política estruturada de descarte. Segundo a Samsung, sua política de coleta e destruição de produtos se limita atualmente aos itens destinados à troca, não abrangendo equipamentos obsoletos dos quais os consumidores queiram se desfazer. A Positivo diz que há orientação sobre o descarte de computador no "Fale Conosco" do seu site, no manual do produto, na Central de Relacionamento e nas autorizadas. A Dell do Brasil ressalta que há mais de três anos oferece aos seus consumidores a possibilidade de dar uma destinação responsável aos computadores usados e, neste momento, está fazendo ajustes no programa para adequá-lo à nova lei. A Philco esclarece que está em fase final de implementação o processo que envolve a coleta, reciclagem e destinação final dos http://oglobo.globo.com/economia/mat/2010/08/15/idec-mostra-que-de-13-empresas-testad... 16/8/2010