PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO
MESTRADO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
INSTITUTO DE ARTE E COMUNICAÇÃO SOCIAL
ANTONIO LAURINDO DOS SANTOS NETO
OS CINEJORNAIS DA AGÊNCIA NACIONAL NO SISTEMA DE INFORMAÇÕES DO
ARQUIVO NACIONAL (SIAN) E NO PORTAL ZAPPIENS: CONTRIBUIÇÕES PARA
ANÁLISE, DESCRIÇÃO E REPRESENTAÇÃO ARQUIVÍSTICA DA INFORMAÇÃO
Niterói
2014
ANTONIO LAURINDO DOS SANTOS NETO
OS CINEJORNAIS DA AGÊNCIA NACIONAL NO SISTEMA DE INFORMAÇÕES DO
ARQUIVO NACIONAL (SIAN) E NO PORTAL ZAPPIENS: CONTRIBUIÇÕES PARA
ANÁLISE, DESCRIÇÃO E REPRESENTAÇÃO ARQUIVÍSTICA DA INFORMAÇÃO
Dissertação apresentada ao Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal Fluminense
(UFF).
Linha de Pesquisa: Fluxos e mediações sócio-técnicas da informação
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Rosa Inês de Novais
Cordeiro
Niterói
2014
Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca Central do Gragoatá
S237 Santos Neto, Antonio Laurindo dos.
Os cinejornais da Agência Nacional no Sistema de Informações do
Arquivo Nacional (SIAN) e no Portal Zappiens: contribuições para
análise, descrição e representação arquivística da informação / Antonio
Laurindo dos Santos Neto. – 2014.
110 f. ; il.
Orientadora: Rosa Inês de Novais Cordeiro.
Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) – Universidade
Federal Fluminense, Instituto de Arte e Comunicação Social, 2014.
Bibliografia: f. 89-94.
1. Jornalismo no cinema. 2. Repositório institucional. 3. Política de
informação. I. Cordeiro, Rosa Inês de Novais. II. Universidade Federal
Fluminense. Instituto de Arte e Comunicação Social. III. Título.
CDD 070.18
ANTONIO LAURINDO DOS SANTOS NETO
OS CINEJORNAIS DA AGÊNCIA NACIONAL NO SISTEMA DE INFORMAÇÕES DO
ARQUIVO NACIONAL (SIAN) E NO PORTAL ZAPPIENS: CONTRIBUIÇÕES PARA
ANÁLISE, DESCRIÇÃO E REPRESENTAÇÃO ARQUIVÍSTICA DA INFORMAÇÃO
Dissertação apresentada ao Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal Fluminense
(UFF).
Aprovada em: _________________________
Banca Examinadora
___________________________________________________________________________
Prof.ª Dr.ª Rosa Inês de Novais Cordeiro (Orientadora) UFF
___________________________________________________________________________
Prof.ª Dr.ª Lacy Varella Barca de Andrade UNESA
___________________________________________________________________________
Prof. Dr. Carlos Henrique Marcondes de Almeida UFF
___________________________________________________________________________
Prof. Dr. Luiz Augusto Coimbra de Rezende Filho (Suplente) UFRJ
___________________________________________________________________________
Prof.ª Dr.ª Sandra Lucia Rebel Gomes (Suplente) UFF
Para Maria Tereza Machado da Silva
AGRADECIMENTOS
A apresentação de uma dissertação vai muito além do tempo de pesquisa e
estudo em um programa de pós-graduação, por isso, agradeço aos encontros que tive com
pessoas e instituições durante a minha trajetória profissional e acadêmica.
A minha família que possibilitou a minha mudança para Niterói para estudar na
Universidade Federal Fluminense (UFF).
Aos professores da UFF com quem tive contato desde a faculdade de
Arquivologia.
Aos professores do Programa de Pós-Graduação stricto sensu em Ciência da
Informação – PPGCI/UFF.
A professora Rosa Inês de Novais Cordeiro por sua orientação, inspiração,
incentivo e paciência.
Aos professores da banca de qualificação e dissertação, que muito contribuíram
com críticas e sugestões: Antonio Carlos Amancio da Silva, Carlos Henrique Marcondes e
Sandra Lúcia Rebel Gomes.
Aos colegas da UFF que se tornaram amigos especiais: Aluf Elias e Priscila
Xavier.
Aos colegas servidores do Arquivo Nacional, especialmente ao Clovis Molinari
Jr e ao Marcus Vinícius Pereira Alves por terem me dado oportunidade de trabalhar com
imagens em movimento na instituição.
Aos colegas da Área de Imagens em Movimento, da Coordenação de
Documentos Audiovisuais e Cartográficos (CODAC) e da Coordenação-Geral de
Processamento e Preservação do Acervo (COPRA) do Arquivo Nacional pelo convívio e
aprendizado.
Aos colegas do Arquivo Nacional que se tornaram amigos: Beatriz Monteiro,
Claudia Teresa, Fátima Taranto, Heliene Nagasava, Mariana Lambert e Mariana Monteiro.
Ao Leonardo Pardi da Cinemateca Brasileira pelo atendimento dedicado
durante a pesquisa.
Ao Alan Almeida pelo companheirismo.
Aos funcionários do Starbucks de Icaraí pelo ótimo atendimento e ambiente
agradável de estudo.
A Deus pelas oportunidades, encontros, cuidado e proteção.
"Todo nosso conhecimento inicia com sentimentos"
Leonardo Da Vinci (artista e cientista italiano, 1452-1519)
RESUMO
Pesquisa sobre os cinejornais da Agência Nacional, elaborada a partir da literatura de Ciência
da Informação, Arquivologia, Cinema e História. As descrições e as representações
documentárias dos cinejornais são analisadas em dois Sistemas de Recuperação da
Informação (SRIs): Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN) e Portal Zappiens.
Apresentam-se as características dos cinejornais e são propostos princípios metodológicos que
contribuam para a análise e a representação arquivística da informação dos jornais
cinematográficos e, em consequência, na recuperação e no acesso desses filmes no SIAN e no
Portal Zappiens. Nos procedimentos metodológicos realiza-se pesquisa bibliográfica, análise
dos filmes, verificação dos pedidos de informação enviados à Coordenação de Atendimento à
Distância (COADI) do Arquivo Nacional, exame dos comentários publicados pelos usuários
do Portal Zappiens e estudo comparativo de três instituições que realizam a difusão de
audiovisuais.
Palavras-chave: Cinejornais (Agência Nacional). Indexação de cinejornais. Descrição
arquivística de cinejornais. Análise de cinejornais. Cinejornais – Sistema de Informações do
Arquivo Nacional (SIAN). Cinejornais – Portal Zappiens. Cinejornais – Recuperação da
informação.
ABSTRACT
Research about the newsreels of the Agência Nacional, elaborate from the literature of
Information Science, Archival Science, Cinema and History. The descriptions and
representations of documentary newsreels are analyzed in two Information Retrieval Systems
(SRIs): Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN) and Portal Zappiens. Presents
the characteristics of newsreels and methodological principles are proposed to contribute to
the analysis and archival information representation of newsreels and, consequently, in
retrieval and access of these films in SIAN and Portal Zappiens. The methodological
procedures carried out literature search, analysis of the films, verification of information
requests sent to Coordenação de Atendimento à Distância (COADI) of the Arquivo Nacional,
examination of the comments posted by users Zappiens Portal and comparative study of three
institutions that perform broadcasting of audiovisual.
Keywords: Newsreels (Agência Nacional). Indexing newsreels. Description of archival
newsreels. Analysis of newsreels. Newsreels – Sistema de Informações do Arquivo Nacional
(SIAN). Newsreels – Portal Zappiens. Newsreels – Information retrieval.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Cartelas com os títulos das notícias do cinejornal Brasil Hoje n.º 7 (1971) …......24
Figura 2 – Cartelas do cinejornal Atualidades Agência Nacional n.º 30 (1963) ….................25
Figura 3 – Cartelas do cinejornal Brasil Hoje n.º 250 (1978) ….............................................25
Figura 4 – Cartelas do cinejornal Cine Jornal Informativo n.º 118 ….....................................26
Figura 5 – Estrutura hierárquica da série filmes do Fundo Agência Nacional …...................34
Figura 6 – Representação das subséries das imagens em movimento do Fundo Agência
Nacional …...............................................................................................................................35
Figura 7 – Descrição do conteúdo e cartelas do documentário Itaipu Binacional (1979) …..36
Figura 8 – Descrição do conteúdo e cartelas do documentário Transamazônica (1978) …....37
Figura 9 – Descrição do conteúdo e cartelas do cinejornal Brasil Hoje n.º 237 (1978) ….....37
Figura 10 – Descrição do conteúdo e cartelas do cinejornal Brasil Hoje n.º 207 (1977) …...38
Figura 11 – Descrição do conteúdo e cartelas do cinejornal Brasil Hoje n.º 169 (1976) …...38
Figura 12 – Cartelas e títulos atribuídos do cinejornal Atualidades Agência Nacional n.º 22
(1963) …...................................................................................................................................39
Figura 13 – Extrato do campo 3.1.1 – Especificação do conteúdo do Cine Jornal Informativo
n. 118 …....................................................................................................................................49
Figura 14 – Extrato do campo 7.1.1 Termos de indexação do Cine Jornal Informativo n. 118
…...............................................................................................................................................50
Figura 15 – Print screen das informações sobre o cinejornal Brasil Hoje n. 51 (1974) no
Portal Zappiens …....................................................................................................................54
Figura 16 – Print screen de um comentário sobre o cinejornal Brasil Hoje n. 206 (1977) ....58
Figura 17 – Print screen de um comentário sobre o cinejornal Brasil Hoje n. 134 (1976) …58
Figura 18 – Print screen de um comentário sobre o cinejornal Atualidades Agência Nacional
n. 2 (1963) …............................................................................................................................58
Figura 19 – Print screen de um comentário sobre o cinejornal Cine Jornal Informativo n. 120
(1968) …...................................................................................................................................59
Figura 20 – Print screen de um comentário sobre o cinejornal Cine Jornal Informativo n. 147
(1969) …...................................................................................................................................59
Figura 21 – Extrato de um pedido de informação do ano de 2009 ….....................................61
Figura 22 – Extrato de um pedido de informação do ano de 2010 ….....................................61
Figura 23 – Extrato de um pedido de informação do ano de 2011 ….....................................61
Figura 24 – Extrato de um pedido de informação do ano de 2012 ….....................................62
Figura 25 – Extrato de um pedido de informação do ano de 2013 ….....................................62
Figura 26 – Cartelas dos Noticiarios NO-DO ….....................................................................64
Figura 27 – Extrato da descrição do conteúdo do Noticiario 05-01-1970 Nº 1409A ….........64
Figura 28 – Extrato da descrição de conteúdo dividida por título de notícia do Noticiario 0501-1970 Nº 1409A …................................................................................................................65
Figura 29 – Identidade visual das diferentes redes sociais existentes atualmente no Portal
NO-DO ….................................................................................................................................65
Figura 30 – extrato das orientações do espaço “Ajuda” da Base de Dados Accessus ….........67
Figura 31 – Extrato da descrição do conteúdo do filme “Visita da rainha Elizabeth II ao Rio
de Janeiro” na Base de Dados Accessus …...............................................................................68
Figura 32 – Exemplo de como funciona a ferramente “Colabore” na Base de Dados Accessus
...................................................................................................................................................69
Figura 33 – Exemplo de como se apresenta uma notícia no Banco de Conteúdos Culturais
(BCC) …...................................................................................................................................71
Figura 34 – Tela que representa a maneira de como entrar em contato com o Banco de
Conteúdos Culturais (BCC) ….................................................................................................72
Figura 35 – Print screen de fotogramas do cinejornal Atualidades Agência Nacional n. 28
(1963). …..................................................................................................................................78
Figura 36 – Print screen de fotogramas do cinejornal Brasil Hoje n. 1 (1970) …..................79
Figura 37 - Print screen de fotogramas do cinejornal Cine Jornal Informativo n. 120 (1968)
…...............................................................................................................................................80
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Comparação entre espectador normal e analista …..............................................27
Quadro 2 – Resultado comparativo de termos pesquisados na BRAPCI e no Portal de
Periódicos da Capes ….............................................................................................................56
Quadro 3 – Resultado comparativo de termos pesquisados na BRAPCI e no Portal de
Periódicos da Capes ….............................................................................................................56
Quadro 4 – Comparação da quantificação total de cada tipo de cinejornal e os a quantidade
de comentários recebidos no Portal Zappiens ..........................................................................57
Quadro 5 – Classificação dos tipos de comentários postados no Portal Zappiens .................57
Quadro 6 – Pedidos de informação enviados à Coordenação de Atendimento à Distância do
Arquivo Nacional .....................................................................................................................60
Quadro 7 – Classificação dos pedidos de informação de imagens em movimento enviados ao
Arquivo Nacional .....................................................................................................................60
Quadro 8 – Comparação de redes sociais “conectadas” com o Portal Zappiens e com o Portal
NO-DO .....................................................................................................................................66
Quadro 9 – Comparação da descrição de conteúdo no Banco de Conteúdos Culturais (BCC),
Portal Zappiens e Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN) …...........................71
Quadro 10 – Comparação entre a “especificação do conteúdo” e “termos de indexação”
estabelecidos no SIAN com a "narração em off "de um cinejornal ........................................81
Quadro 11 – Comparação entre a representação arquivística da informação no Sistema de
Informações do Arquivo Nacional (SIAN) e no Portal Zappiens ............................................85
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
AMIA – Association of Moving Image Archivists
BRAPCI – Base de Dados Referencial de Artigos e Periódicos em Ciência da Informação
BCC – Banco de Conteúdos Culturais
CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
CGI.br – Comitê Gestor da Internet no Brasil
CIA – Conselho Internacional de Arquivos
CPDOC – Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil
CTAv – Centro Técnico Audiovisual
DIP – Departamento de Imprensa e Propaganda
DNI – Departamento Nacional de Informações
DPDC – Departamento Nacional de Propaganda e Difusão Cultural
EBN – Empresa Brasileira de Notícias
FIAF - International Federation of Film Archives
FIAT – International Federation of Television Archives
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
INCE – Instituto Nacional de Cinema Educativo
ISAAR-CPF – Norma internacional de registro de autoridade arquivística para entidades
coletivas, pessoas e famílias
ISAD (G) - Norma geral internacional de descrição arquivística
IASA – Internacional Association of Sound and Audiovisual Archives
ISDF-Norma internacional para descrição de funções
ISDIAH – Norma internacional para descrição de instituições com acervo arquivístico
ISOC – Internet Society
MR – Memórias Reveladas
NIC.br – Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR
NOBRADE – Norma brasileira de descrição arquivística
PRODASEN – Centro de Informática e Processamento de Dados do Senado Federal
RNP – Rede Nacional de Ensino e Pesquisa
RTVE.ES – Corporación Radiotelevisión Española
SIAN – Sistema de Informações do Arquivo Nacional
TIC – Tecnologias de informação e comunicação
UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro
UNESA – Universidade Estácio de Sá
UNESCO – Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura
Unicamp – Universidade Estadual de Campinas
USP – Universidade de São Paulo
UNISIST – United Nations International Scientific Information
URL – Uniform Resource Locator
W3C – World Wide Web Consortium
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO …...............................................................................................................14
2 MARCO TEÓRICO CONCEITUAL …...........................................................................18
3 OS CINEJORNAIS DA AGÊNCIA NACIONAL …........................................................30
3.1 ASPECTOS DA HISTÓRIA ARQUIVÍSTICA E TEMÁTICAS RECORRENTES …....33
3.2 DIFUSÃO PARA ACESSO …...........................................................................................41
4 REPRESENTAÇÃO ARQUIVÍSTICA DOS CINEJORNAIS …...................................44
4.1 SISTEMA DE INFORMAÇÕES DO ARQUIVO NACIONAL (SIAN) …......................44
4.2 PORTAL ZAPPIENS ….....................................................................................................52
5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ….................................................................55
5.1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA ….....................................................................................55
5.2 CAMPO EMPÍRICO ….....................................................................................................56
5.3 ANÁLISE DOS PEDIDOS DE INFORMAÇÃO ENVIADOS À COORDENAÇÃO DE
ATENDIMENTO À DISTÂNCIA (COADI) DO ARQUIVO NACIONAL ….......................59
5.4
ESTUDO
COMPARATIVO
SOBRE
A
DIFUSÃO
DE
DOCUMENTOS
AUDIOVISUAIS ….................................................................................................................63
6
ANÁLISE,
DISCUSSÃO
E
RESULTADOS:
APONTANDO
PRINCÍPIOS
METODOLÓGICOS ….........................................................................................................75
7 CONCLUSÃO ….................................................................................................................87
REFERÊNCIAS ….................................................................................................................89
APÊNDICE A – Seleção dos cinejornais que receberam comentários dos usuários do Portal
Zappiens
APÊNDICE B – Categorização dos pedidos de informação enviados à Coordenação de
Atendimento à Distância (COADI) do Arquivo Nacional no período de 2009 a 2013
ANEXO A – Artigo de jornal: Todos os planos da nova Agência Nacional
ANEXO B – Tela de apresentação do Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN)
ANEXO C – Tela de apresentação do Portal Zappiens
ANEXO D – Possibilidades de pesquisa no Sistema de Informações do Arquivo Nacional
(SIAN) e no Portal Zappiens
14
1 INTRODUÇÃO
O crescimento e a popularização das tecnologias de informação e comunicação
(TICs) e da internet estão suscitando novas maneiras de relacionamentos e prestação de
serviços. Pessoas, empresas e instituições estão cada vez mais conectadas em rede e
compartilhando suas informações, ampliando com isso a possibilidade de contatos e trocas. É
possível perceber cada vez mais a interação homem-máquina em diversos cenários, inclusive
nos chamados ambientes de informação como os arquivos, bibliotecas e museus.
As instituições arquivísticas brasileiras estão inseridas nesse contexto e
consequentemente estão sofrendo os impactos dessa transformação. A difusão e
compartilhamento de seus documentos e atividades passaram a ser tarefas fundamentais para
o cumprimento do papel de disseminadoras de informação e conhecimento. A maneira
tradicional como são desempenhadas as atividades nos arquivos carece de uma constante
avaliação, considerando a dinâmica do ambiente informacional hoje em dia. Percebe-se que as
fronteiras entre os arquivistas e os usuários dos arquivos têm diminuído consideravelmente.
As tecnologias de informação e comunicação, mesmo com todas as promessas
mágicas, ainda não possuem a capacidade de solucionar todos os anseios dos diferentes
usuários de um arquivo. A interferência do fator humano continua sendo de fundamental
importância quando o que está em questão é a organização, identificação, descrição,
indexação e difusão de documentos arquivísticos. Nos últimos anos houve uma demanda
muito grande para a digitalização de documentos, objetivando, principalmente, o acesso.
Todavia, é necessário reconhecer que, neste caso, só é possível recuperar aquilo que foi
colocado disponível na rede. Depois, é preciso entender que disponibilizar na internet vai
muito além da digitalização dos documentos. Não será possível encontrar na rede aquilo que
previamente não foi organizado, identificado, descrito e indexado. A digitalização de
documentos deve ser encarada como umas das últimas etapas do processamento arquivístico.
No caso específico dos documentos audiovisuais, é necessário buscar uma correspondência
entre as imagens e sons (juntos ou separados) e os seus significados verbais. O trabalho de
análise e representação arquivística das imagens em movimento terão como resultado
significados verbais que servirão para a recuperação da informação e consequentemente para
o acesso.
O Arquivo Nacional do Brasil consciente da necessidade de promover a
difusão da informação arquivística pública na internet firmou um acordo de cooperação
15
técnica com o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), por intermédio do Núcleo de
Informação e Coordenação do Ponto BR, no dia 18 de agosto de 2008. O acordo tinha como
finalidade a digitalização de obras audiovisuais sob a guarda da instituição (exceto as
depositadas em regime de comodato), desde que já telecinadas, para difusão por meio de
plataforma virtual na internet no âmbito do Projeto de Conteúdos Digitais do CGI.br. O
exemplo pioneiro mostra que muitas das carências financeiras e profissionais das instituições
públicas brasileiras podem ser minimizadas com acordos e parcerias para o desenvolvimento
de pesquisas e compartilhamento de recursos tecnológicos e informacionais.
Para inaugurar o compromisso entre o Arquivo Nacional e o CGI.br o arquivo
de imagens em movimento1 da Agência Nacional foi disponibilizado para acesso no Portal
Zappiens.br. As cópias digitais e as respectivas descrições arquivísticas dos cinejornais,
filmetes institucionais, documentários e transmissões de TV podem ser consultadas na
plataforma virtual mantida pelo CGI.br na rede mundial de computadores desde o ano de
2010. Como está ocorrendo com a maioria dos portais e sites, o conteúdo do Portal Zappiens2
pode ser compartilhado nas principais redes sociais, ampliando e diversificando o perfil de
usuários. O documentário “O comportamento na estrada (1970)” 3, por exemplo, foi
compartilhado 95 vezes no Facebook, 5 vezes no Twitter e recebeu 10 comentários dos
usuários do portal desde que foi publicado para acesso no dia 23 de março de 2010.
A disponibilização das imagens em movimento da Agência Nacional no Portal
Zappiens.br para acesso não foi por acaso. Após consultar os pedidos de atendimento e as
requisições de reprodução de documento arquivístico, verificou-se que tais imagens em
movimento representam o arquivo audiovisual mais consultado e reproduzido da instituição.
Os fragmentos e cópias integrais dessas imagens em movimento são reproduzidos para depois
1 Foi considerada a definição de imagens em movimento estabelecida pela UNESCO na Recomendação sobre a
Salvaguarda e a Conservação das Imagens em Movimento, votada por sua Assembléia Geral reunida em
Belgrado em 1980: "qualquer série de imagens captadas e fixadas em um suporte (independente do método de
captação das mesmas e da natureza do dito suporte – por exemplo, filmes, fitas, disco, etc. - utilizado inicial e
ulteriormente para fixá-las) com ou sem acompanhamento sonoro que, ao serem projetadas, dão uma impressão
de movimento e estão destinadas à comunicação ou distribuição ao público ou se produzam com fins de
documentação; considera-se que compreendem, entre outros, elementos das seguintes categorias: i produções
cinematográficas (como filmes de longa metragem, curta metragem, filmes de divulgação científica,
documentários e atualidades, desenhos animados e filmes educativos); ii produções televisivas, realizadas por ou
para as organizações emissoras; iii produções videográficas (como as contidas nos videogramas) que não sejam
mencionadas em i. e ii.” (UNESCO, 1980 apud SOUZA, 2009, p. 6).
2 Zappiens.br é um projeto do Comitê Gestor da Internet no Brasil para divulgação, disseminação e distribuição
de conteúdos digitais em língua portuguesa. Disponível em: <http://zappiens.br/portal/home.jsp>. Acesso em:
22 jul. 2013.
3 O comportamento na estrada (1970). Disponível em: <http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do?
_InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgiL8t_3BaWVF7w-FPFNW_a0dfq64PX7nUa24UHlamC_M.&idRepositorio=0>. Acesso em: 7 abr. 2014.
16
serem utilizados, principalmente, em documentários, filmes de ficção, programas de TV e
trabalhos acadêmicos.
O acordo firmado entre o Arquivo Nacional e o Comitê Gestor da Internet no
Brasil segue uma tendência de difusão de acervos na internet. A Cinemateca Brasileira, com
patrocínio do Conselho Federal Gestor do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos coordenado
pelo Ministério da Justiça, disponibilizou em uma base de dados 4 as informações e as imagens
do Acervo Audiovisual Jornalístico da TV Tupi. Na Europa podemos citar iniciativas com
propósitos próximos ao acordo mencionado, como, por exemplo, a parceria entre a Filmoteca
Española e a Corporación Radiotelevisión Española – RTVE.ES, que possibilitou a
disponibilização dos noticiários e documentários NO-DO da época da ditadura franquista.
A partir desta realidade cabe afirmar, que esta pesquisa foi estimulada
considerando que existem aspectos das imagens em movimento, em especial dos aspectos
formais e de conteúdo dos cinejornais, que ainda não foram levados em conta na descrição
arquivística e indexação já estabelecidas e por conta disso o acesso aos conteúdos restringe a
sua recuperação/busca ou fica restrito. Portanto, este estudo teve como objetivo a proposição
de princípios metodológicos para a representação arquivística do conteúdo dos cinejornais.
Diante disso, e com base na experiência da difusão do arquivo de imagens em
movimento da Agência Nacional no Portal Zappiens.br, algumas questões podem e devem ser
estudadas, tais como: qual tipo de análise de filmes pode ser aplicada aos cinejornais da
Agência Nacional para potencializar os pontos de acesso para seu uso? É possível estabelecer
critérios para análise e descrição dos cinejornais? Quais procedimentos da análise
documentária são necessários para representar e possibilitar o acesso aos documentos
audiovisuais em ambientes digitais? Quais as vantagens e as dificuldades para difundir os
documentos audiovisuais na rede mundial de computadores?
Pretende-se também com este trabalho verificar quais são os aspectos comuns
aos cinejornais que deverão estar presentes na representação da informação arquivística,
abordando a indexação intelectual no esforço homem-máquina, com o intuito de contribuir
para a recuperação da informação e, consequentemente, para o acesso no Sistema de
Informações do Arquivo Nacional (SIAN) e no Portal Zappiens.
4 A Cinemateca Brasileira coordenou o projeto Resgate do Acervo Audiovisual Jornalístico da TV Tupi, que
visava a disponibilização das imagens em
movimento na internet. Disponível
em:
<http://www.cinemateca.gov.br/cgi-bin/wxis.exe/iah/?IsisScript=iah/iah.xis&base=TUPI&lang=p>. Acesso em:
22 jul. 2013.
17
Definições clássicas e históricas da Ciência da Informação e o estado da arte
das imagens em movimento na área foi identificado e discutido. Como o objeto de pesquisa,
especificamente no que diz respeito a análise dos cinejornais, possui relação com a
Arquivologia, Cinema e História, buscou-se também a interlocução teórica com essas três
áreas do conhecimento com a finalidade de se realizar uma proposta de descrição e
representação arquivística para os jornais cinematográficos. Também levou-se em conta o que
já está estabelecido nas normas arquivísticas e nas normas de catalogação da International
Federation of Film Archives (FIAF).
As indagações e questões acima foram desenvolvidas nas seções que compõem
este trabalho. Começamos com a apresentação e a discussão do “Marco teórico conceitual”
(Seção 2), onde selecionamos e incluímos a literatura da Ciência da Informação,
Arquivologia, Cinema e História que foram fundamentais para o desenvolvimento desta
pesquisa. Em “Os cinejornais da Agência Nacional” (Seção 3) traçamos uma sintética
contextualização da produção e exibição de cinejornais no Brasil, com ênfase nos jornais
cinematográficos produzidos pela Agência Nacional, alguns “Aspectos da história arquivística
e temáticas recorrentes” (Seção 3.1) e maneiras de “Difusão para acesso” (3.2). Na seção 4
discutimos a “Representação arquivística dos cinejornais” com a finalidade de mostrar como
os documentos audiovisuais estão sendo contemplados nas normas arquivísticas e nas normas
de catalogação da International Federation of Film Archives (FIAF) e sua realização no
“Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN) (Subseção 4.1) e no Portal Zappiens
(Subseção 4.2). Na seção 5 são apresentados os procedimentos metodológicos da pesquisa,
assim definidos: a) da pesquisa bibliográfica (Subseção 5.1); b) do campo empírico (Subseção
5.2); c) análise dos pedidos de informação enviados à Coordenação de Atendimento à
Distância (COADI) do Arquivo Nacional (Subseção 5.3); e d) estudo comparativo sobre a
difusão de documentos audiovisuais na internet (Subseção 5.4). Finalizamos com a “Análise,
discussão e resultados: apontando princípios metodológicos” (Seção 6) e com uma
“Conclusão” (7) acerca da pesquisa realizada.
18
2 MARCO TEÓRICO CONCEITUAL
O marco teórico conceitual do nosso trabalho está pautado em definições
fundadoras e históricas da Ciência da Informação. Relaciona-se também com o panorama
atual da área, principalmente, nos estudos e pesquisas acerca da representação e recuperação
das imagens em movimento. Somando-se as discussões sobre o tema presente na CI,
buscamos também na Arquivologia o arcabouço teórico adequado para nossas discussões,
visto que o nosso objeto de pesquisa é de natureza arquivística. Sobre a análise de filmes
selecionamos as principais referências do Cinema e da História, que poderão contribuir para a
representação arquivística dos cinejornais com foco na recuperação da informação.
Começamos com o levantamento e o estudo de referências teóricas da área da
Ciência da Informação. Para a finalidade dos nossos estudos chegamos a duas importantes
conclusões. Primeiro foi possível perceber que desde o surgimento da área a representação e a
recuperação da informação estiveram no centro das discussões. Segundo que a recuperação
das imagens, especificamente as imagens em movimento, ainda não mereceu o devido
aprofundamento na área. Segundo Cordeiro (2010, p. 235),
As pesquisas na área de Ciência da Informação que contemplam a especialidade da
Organização do Conhecimento e da Informação de Imagens, englobam, em seu
escopo, os audiovisuais e, entre estes, os filmes cinematográficos, no entanto
abordados de forma reduzida na literatura da área. (grifo nosso)
O resultado da investigação realizada na Base de Dados Referencial de Artigos
e Periódicos em Ciência da Informação (BRAPCI) e no Portal de Periódicos da Coordenação
de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) revela que no Brasil ainda não
foram desenvolvidos estudos e pesquisas com ênfase na representação arquivística de
cinejornais, visando a indexação e a recuperação da informação. Os estudos já desenvolvidos
com os cinejornais tiveram como ênfase os aspectos históricos e sociológicos da propaganda
política transmitida pelas imagens nas salas de cinema.
O nosso objeto de pesquisa encontra fundamentação teórica em, pelo menos,
duas definições clássicas e históricas do que seria Ciência da Informação. A primeira delas
surgiu na conferência realizada no Georgia Institute of Tecnology, em 1962, e faz parte da
esclarecedora cronologia da área apresentada por Shera e Cleveland (1977, p. 265) no texto
History and Foundations of Information Science.
A ciência que investiga as propriedades e o comportamento da informação, as forças
que regem o fluxo de informações, bem como os meios de tratamento da informação
para otimizar a acessibilidade e o uso. Os processos incluem a produção, difusão,
19
coleta, organização, armazenamento, recuperação, interpretação e uso da
informação. O campo é derivado ou relacionado com a matemática, lógica,
lingüística, psicologia, informática, pesquisas operacionais, artes gráficas,
comunicação, biblioteconomia, gestão, e alguns outros campos. (tradução nossa).
Desde o surgimento da definição até agora, muitas mudanças sociais e
tecnológicas ocorreram, afetando o processamento e uso da informação. Todavia, a definição
continua atual e aplicável, visto que ainda hoje continua sendo desafiador estabelecer “os
meios para processar a informação para ótima acessibilidade e uso”.
Na concepção de Borko (1968) a Ciência da Informação é “uma ciência
interdisciplinar que estuda as propriedades e o comportamento da informação, as forças que
dirigem o fluxo e o uso da informação e as técnicas, tanto manuais como mecânicas, de
processar a informação visando sua armazenagem, recuperação e disseminação”.
Considerando as duas definições mencionadas acima é possível perceber a
questão da representação e recuperação da informação, sobretudo dessa última, que está
presente na área desde o seu início por conta da necessidade de tratar as informações de
caráter científico e tecnológico. Portanto, a Ciência da Informação se apresenta como um
ambiente propício epistemologicamente para a reflexão acerca da representação das imagens
em movimento da Agência Nacional.
Borko (1968) há mais de 50 anos já previa a relação da representação da
informação com os computadores e os sistemas de informação.
a Ciência da Informação está relacionada com pesquisas que envolvem a
representação da informação, tanto em sistemas naturais como artificiais, no uso de
códigos para a transmissão eficiente de mensagens e no estudo de dispositivos e
técnicas para o processamento da informação, tais como os computadores e os
sistemas de informação.
Verifica-se que desde o surgimento da Ciência da Informação a questão da
recuperação da informação esteve presente nas definições da área e a tendência é de
ampliação, principalmente, com o nível acelerado do desenvolvimento e aprimoramento de
novas tecnologias de informação e comunicação (TICs). Saracevic (1996, p. 45) acredita que
a recuperação da informação foi uma das responsáveis pelo desenvolvimento da Ciência da
Informação.
[…] o trabalho com a recuperação da informação foi responsável pelo
desenvolvimento de inúmeras aplicações bem sucedidas (produtos, sistemas, redes,
serviços). Mas, também, foi responsável por duas outras coisas: primeiro, pelo
desenvolvimento da CI como um campo onde se interpenetram os componentes
científicos profissionais. Certamente, a recuperação da informação não foi a única
responsável pelo desenvolvimento da CI, mas pode ser considerada como principal;
ao longo do tempo, a CI ultrapassou a recuperação da informação, mas os problemas
principais tiveram origem aí e ainda constituem seu núcleo. Segundo, a recuperação
20
da informação influenciou a emergência, a forma e a evolução da indústria
informacional. Novamente, a recuperação da informação não foi o único fator, mas o
principal. Como a CI, a indústria da informação atualmente não é apenas
recuperação da informação, mas esta é o seu componente mais importante.
As novas tecnologias de informação e comunicação (TICs) fizeram e fazem
com que uma nova postura seja adotada, sobretudo quando o foco está no usuário, quem
pesquisa e usa a informação. O exercício da cidadania, que está sendo comumente relacionado
ao acesso à informação, também tem sido estimulado por leis e pelos meios de comunicação.
As instituições detentoras de acervos precisam estar preparadas para atender os anseios dos
cidadãos nesse novo contexto.
O crescimento da Internet como meio de disponibilização de
informação/conhecimento, sob as mais diferentes formas – documentos, imagens,
hiperdocumentos, – reforça ainda mais a importância da representação para suportar
atividades de descoberta/identificação de informações, avaliação e uso. Estas
atividades são essenciais para que o conhecimento, tornado assim disponível, possa
ser acessado e se torne operacional. (MARCONDES, 2001, p. 67).
O objeto de estudo, especificamente no que diz respeito a análise dos
cinejornais, possui relação com a Arquivologia, Cinema e História, portanto, a natureza
interdisciplinar da Ciência da Informação proporciona um ambiente apropriado para discutir a
representação de imagens em movimento, visando a recuperação da informação. Além disso,
possui relação com a Ciência da Computação, já que a utilização das tecnologias de
informação e comunicação (TICs) como um meio, uma interface, tem proporcionado o acesso
a esses documentos digitais.
É importante salientar que os cinejornais da Agência Nacional integram um
fundo arquivístico da principal instituição de arquivo do Brasil e, portanto, o tratamento
técnico realizado nos documentos seguiu normas, técnicas e padrões arquivísticos
reconhecidos e praticados internacionalmente. Entretanto, as peculiaridades do campo
arquivístico não impedem a identificação de relações com outros campos, especificamente
com a Ciência da Informação, na qual as pesquisas sobre representação e recuperação da
informação encontram-se seus fundamentos.
Para Saracevic (1996, p. 56) “desde os primórdios da CI, a noção de eficácia
(por exemplo, a comunicação eficaz do conhecimento, o acesso eficiente aos recursos
informacionais, a relevância e utilidade da informação, a qualidade da informação...) tem sido
uma preocupação central”. No século XXI essa noção continua presente na área. A utilização
das tecnologias de informação e comunicação (TICs) para processamento, armazenamento e
21
difusão de documentos cresce a cada dia com o barateamento dos preços dos equipamentos e
com a disseminação de sistemas e programas de recuperação da informação.
As vantagens das novas tecnologias de informação e comunicação (TICs) e as
teorias e técnicas da Ciência da Informação e da Arquivologia podem contribuir para
organização e representação dos documentos audiovisuais.
[…] a Ciência da Informação irá favorecer (e poderá ser favorecida com) estudos
que coloquem em discussão os impactos que as redes e sistemas de informação
virtual vêm causando nas áreas com as quais faz fronteira, sendo a arquivologia uma
delas. O enquadramento de acervos arquivísticos no âmbito da internet exigirá, por
parte do campo arquivístico, a incorporação de novos princípios conexos com as
transformações ocorridas nos processos de produção, gestão e difusão da
informação. (MARIZ, 2012, p. 14).
O cenário atual, onde a internet proporciona diferentes maneiras de contatos e
relacionamentos, uma maior interação entre usuários e arquivistas precisa ser estimulada.
Também pode-se aproveitar para manter um constante diálogo com outras áreas do
conhecimento, com a finalidade de contribuir para a identificação de conteúdo e organização
dos arquivos que possuem cinejornais.
Estudos mais recentes da área da Ciência da Informação apontam para o
desenvolvimento de pesquisas com foco nos documentos multimídias e nas novas
necessidades de informação colocadas a partir do uso da internet como forma de interação
entre os arquivos e os seus usuários. Hertzum (2003) no artigo Requests for information from
a film archive: a case study of multimedia retrieval, analisou os pedidos de informação
dirigidos ao Deutsches Filminstitut (DIF), Frankfurt, Alemanha. Para o autor (2003, p. 169)
O aumento da disponibilidade de materiais multimídia é acompanhada por uma
necessidade de técnicas de indexação que apoiem uma recuperação eficaz. Isso exige
pesquisa sobre técnicas de recuperação multimídia e estudos empíricos sobre por
que, quando e como as pessoas buscam material multimídia. (tradução nossa).
Ainda no panorama internacional destacam-se os trabalhos desenvolvidos por
Peter Enser acerca da recuperação da informação, com ênfase na recuperação da informação
visual. O autor (2008) no artigo The evolution of visual information retrieval, apresentou um
breve panorama do desenvolvimento da teoria e prática da recuperação da imagem na era
digital e defendeu a investigação da recuperação da informação baseada no conteúdo.
Em 2012 foi publicado um conjunto de trabalhos de pesquisa relacionados com
a indexação e a recuperação de informações não-textuais (Introduction to indexing and
retrieval of non-text information, 2012). De acordo com Neal (2012, p.1), organizadora da
22
publicação, o crescimento do número de documentos não-textuais colocados on-line está
colocando uma tarefa desafiadora para a indexação e a recuperação da informação.
Destaca-se na publicação o artigo de La Barre e Cordeiro (2012, p. 234-262),
That obscure object of desire: Facets for film access and discovery, que utilizou o recurso da
análise fílmica e de facetas5 para identificar maneiras de melhorar o acesso às imagens em
movimento. As autoras (2012, p. 235) esclarecem que o
Acesso à informação é um tema predominante em biblioteconomia e ciência da
informação. Criação de acesso a recursos de informação envolve os processos
básicos de tradução, análise e representação. Prática corrente na criação de simples
representações documentais, muitas vezes inclui informações sobre codificação de
conteúdo e indicações de como e onde o conteúdo está disponível. (tradução nossa)
Cordeiro (2010, p. 88) explica a importância da representação documentária e
o papel do indexador como mediador entre os documentos, os usuários e os Sistemas de
Recuperação de Informação.
Quando o indexador analisa um documento de forma individual, pode-se acreditar
que o parâmetro a ser considerado é a interseção entre o universo de documentos e o
universo de usuários e, de forma menos intensa, o universo da unidade
organizacional, além dos critérios estabelecidos na política de indexação. O
indexador irá usar um parâmetro hipotético de possíveis perguntas/interesses de
usuários para tal universo de documentos. Diante disto, verifica-se que alguns
princípios norteiam a análise do indexador, considerando a representação
(indexação) e a recuperação das informações.
A representação da informação6 é que poderá garantir a sua disseminação e
utilização. Daí é fundamental o trabalho de descrição e indexação dos documentos
arquivísticos, independentemente do gênero, com foco no usuário. Inseridos nesse contexto
também estão os cinejornais. De acordo com Cordeiro e Amâncio (2005, p. 94),
A indexação de qualquer documento é um procedimento redutor do conteúdo total
de uma fonte de informação, inclusive o filme, mas a prática da indexação, tendo
como base a tentativa de analisar o filme mediante o seu potencial informativo,
potencializa [e] possibilita o acesso aos fragmentos do filme e viabiliza a tomada de
decisão do usuário sobre a necessidade [d]o acesso e uso do filme.
Outro aspecto que deve ser observado no domínio da representação
documentária é o estabelecimento de políticas de indexação, pois nos parece que existe uma
grande dificuldade em estabelecer tais diretrizes nas instituições. Essa dificuldade pode ser
ainda maior quando está em questão um fundo documental arquivístico, visto que diferentes
5 Ver também outro trabalho das autoras acerca da análise de facetas e filmes: CORDEIRO, Rosa Inês Novais
de; La Barre, Kathryn. Análise de facetas e obra fílmica. Informação & informação (UEL. Online), v. 16, p.
180-201, 2011. Ainda, as autoras (2012, 240), comparam os pontos de acesso descritos e fornecidos por quatro
ambientes informacionais de imagens em movimento: IMDb – Internet Movie Database (USA/UK); Moving
Image Archive (USA); Porta Curtas (Brasil); BBC Motion Gallery (UK).
6 Também denominada com tratamento temático da informação (TTI), análise documentária, indexação e
representação documentária.
23
gêneros documentais (textuais, iconográficos, cartográficos, audiovisuais) podem integrar
esse mesmo fundo. Uma das características dos documentos arquivísticos é a relação orgânica
que eles possuem. Entretanto, essa relação orgânica muitas vezes não é percebida e nem
aplicada quando o conjunto documental de um fundo é muito grande. Cada gênero
documental é tratado tecnicamente de forma específica e a descrição e a indexação são feitas
com base em metodologias próprias (ad hoc) e não em uma política institucional de
indexação.
A partir de uma visão otimista, podemos identificar algumas iniciativas de
indexação, mas dificilmente uma política clara e estabelecida. O tratamento arquivístico
integrado dos diferentes gêneros documentais deve levar em conta as especificidades de cada
um.
As imagens, assim como as histórias, nos informam e o reconhecimento do texto
imagético como documento nos sinaliza a necessidade de lançarmos mão de
metodologia de análise que nos orientem no trabalho de leitura, uma vez que as
imagens operam de maneira fragmentária, delimitadas por enquadramentos e pontos
de vista onde as informações se encontram em meio a signos e símbolos de naturezas
distintas. É nesse sentido que as imagens apresentam vestígios visuais na
recomposição material do passado em aspectos triviais do cotidiano, como
vestimentas, arranjos domésticos, etc., o que torna importante ressaltar ainda uma
vez a distância entre a imagem e a realidade, voltando a questão da representação
como contexto intrínseco a qualquer imagem do passado e à necessidade de
consideramos sempre o contexto social externo do qual ele é produto. (MUNIZ,
2010, p. 133).
O trabalho de representação da informação carece de leituras e interpretações
apuradas, levando-se em conta as diferentes formas de apresentação das imagens. Um filme
de ficção possui uma estrutura narrativa e uma intenção diferente de uma atualidade
cinematográfica. Deve-se atentar, portanto, para a interpretação das imagens em movimento
dentre dos seus contextos específicos de produção e intenção. Cordeiro (1996, p.3) defende
que
a interpretação da imagem consiste, em última instância, em tentar ler o seu
significado. É, neste momento, que criador e destinatário irão se encontrar/conhecer.
Contar um filme é fazer uma interpretação, uma decodificação por parte de quem o
conta.
O esforço então concentra-se na tentativa de encontrar o significado da
imagem. A interpretação desse significado é que servirá de base para o desenvolvimento da
descrição do documento, seja ele textual, iconográfico ou uma imagem em movimento.
Cordeiro (1996, p.5) também diz o que mais importa para a área da representação da
informação é
[…] conhecer o potencial informativo do filme, as várias interpretações e os aspectos
comuns à interpretação (as semelhanças e diferenças) e que levam a distinguir
24
possíveis variáveis a serem aplicadas à análise/leitura/interpretação de filmes e sua
documentação em grandes acervos. Isto permite, também, detectar possíveis
segmentos/categorias de usuários, e de como estes olham e se interessam pelo uso
desta informação.
Por mais que os documentos já estejam organizados, arranjados, descritos e
disponibilizados, sempre será necessário avaliar os procedimentos e as metodologias
utilizados em um contexto anterior. Os fatos registrados nos cinejornais da Agência Nacional
ainda permanecem presentes na memória de grande parte dos cidadãos brasileiros. Esses fatos
foram identificados, descritos e representados durante as décadas de 80 e 90 na seção de
filmes do Arquivo Nacional. Entretanto, os documentos de arquivo não são estanques e nem
limitados. Sempre serão passíveis de novas análises.
Em qualquer estágio, a informação sobre os documentos permanece dinâmica e pode
ser submetida a alterações à luz de maior conhecimento de seu conteúdo ou do
contexto de sua criação. Em especial, sistemas de informação automatizados podem
servir para integrar ou selecionar, como exigido, elementos de informação, e
atualizá-los ou alterá-los. (ISAD (G), 2000, p. 11).
José Inacio de Melo Souza (2003), em artigo que relata a experiência do
trabalho com cinejornais, esclarece que a fragmentação dos temas e assuntos dos cinejornais é
um dos obstáculos para a leitura histórica do documento fílmico. Para o autor (2003, p. 46)
“os vários tópicos cobertos por um número de cinejornal levado semanalmente às telas pedem
uma complexa abordagem de enunciados descontínuos e separados no tempo e no espaço.”
A fim de mostrar a diversidade de apresentação do formato do conteúdo dos
cinejornais, cabe ilustrar algumas situações. Por exemplo, o cinejornal Brasil Hoje n.º 7
(1971)7 é composto por quatro assuntos diferentes: “Semana da Asa”, “Caribé”, “História” e
“Cidade Teatro”.
Figura 1: cartelas com os títulos das notícias do cinejornal Brasil Hoje n.º 7 (1971)
Fonte: Brasil Hoje, n.º 7, 1971
7
O
cinejornal
pode
ser
consultado
no
Portal
Zappiens.
Disponível
em:
<http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do?
_InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgiUg3ipJVNsgDx1pylhLyEZHR_JlaQrgWZchktsbpseLU.&idReposit
orio=0&modelo=0>. Acesso em: 30 maio 2013.
25
Geralmente os cinejornais apresentam mais de uma notícia, mas também
podemos encontrar outros que tratam de assuntos específicos. Isso pode ser verificado, por
exemplo, no cinejornal Atualidades Agência Nacional n.º 30 (1963)8, que foge do formato
atualidade ao apresentar o episódio “Manhã na roça” do cineasta Humberto Mauro, na edição
especial do Brasil Hoje n.º 250 (1978)9, que foi inteiramente dedicado ao Teatro Municipal do
Rio de Janeiro e no Cine Jornal Informativo n.º 118 10, que cobriu a visita da Rainha Elizabeth
II ao Brasil.
Atualidades Agência Nacional n.º 30 (1963)
Figura 2: cartelas do cinejornal Atualidades Agência Nacional n.º 30 (1963).
Fonte: Portal Zappiens.
Brasil Hoje n.º 250 (1978)
Figura 3: cartelas do cinejornal Brasil Hoje n.º 250 (1978).
Fonte: Portal Zappiens.
8
O
cinejornal
pode
ser
consultado
no
Portal
Zappiens.
Disponível
em:
<http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do?
_EntityIdentifier=cgibfGBwIMim2Ah1gwsrByVIDvSW01X9SnNgcm7_VvNNqk.&_InstanceIdentifier=0&idR
epositorio=0>. Acesso em: 31 mar 2014.
9
O
cinejornal
pode
ser
consultado
no
Portal
Zappiens.
Disponível
em:
<http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do?
_InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgi6LYTOZVZ2W0hyENYpirmiOmrzSDhEcsUBHUtyIGWKnI.&idR
epositorio=0&modelo=0>. Acesso em: 30 maio 2013.
10
O
cinejornal
pode
ser
consultado
no
Portal
Zappiens.
Disponível
em:
<http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do?
_InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgiqRW56xRInsJhsEGMcF1wuaAl1op8YcFGd1CYOynw2Og.&idRe
positorio=0&modelo=0>. Acesso em: 31 mar 2014.
26
Cine Jornal Informativo n.º 118
Figura 4: cartelas do cinejornal Cine Jornal Informativo n.º 118.
Fonte: Portal Zappiens.
Teóricos do Cinema e também da História já desenvolveram análises de filmes
direcionadas para o interesse das suas respectivas áreas. A Ciência da Informação pode se
valer da interlocução com estas áreas para procurar estabelecer uma análise específica para a
representação dos conteúdos de cinejornais, visando a recuperação da informação em
ambientes digitais.
Além disso, deve-se considerar os trabalhos e discussões que são realizadas no
âmbito do Comitê de Normas de Descrição do Conselho Internacional de Arquivos (CIA) e da
Comissão de Catalogação e Documentação da International Federation of Film Archives
(FIAF)
Para começar as reflexões sobre análise de filmes, para os objetivos desta
pesquisa, foram levantados e estudados alguns trabalhos importantes e consolidados na área
de cinema. Aumont e Marie, teóricos do cinema, entre outros, (2011, p. 11), declararam que
[...] analisar um filme, mesmo enquanto obra artística, é no fundo uma actividade
banal, pelo menos de maneira não sistemática, que qualquer espectador, por pouco
crítico, e distante do objecto, pratica a dado momento da sua visão. O olhar com que
se vê um filme torna-se analítico quando, como a etimologia indica, decidimos
dissociar certos elementos do filme para nos interessarmos mais especialmente por
tal momento, tal imagem ou parte da imagem, tal situação.
Logo, a análise, no sentido mais amplo, seria uma atividade cotidiana.
Qualquer espectador estaria apto a realizá-la. Contudo, a análise de um filme visando à
recuperação da informação vai exigir um olhar mais analítico e criterioso.
Corroborando com essa ideia, Vanoye e Goliot-Lété (1994, p. 12) defendem a análise como
um exame técnico. O filme não seria apenas visto, mas revisto e examinado.
Analisar um filme não é mais vê-lo, é revê-lo e, mais ainda, examiná-lo
tecnicamente. Trata-se de uma outra atitude com relação ao objeto-filme, que, aliás,
pode trazer prazeres específicos: desmontar um filme é, de fato, estender seu registro
perceptivo e, com isso, se o filme for realmente rico, usufruí-lo melhor.
27
Marc Ferro (2010, p. 90), no domínio da História, estabeleceu três aspectos
para a análise das “atualidades cinematográficas (cinejornais)”. O primeiro aspecto é a “crítica
da autenticidade”, depois a “crítica de identificação” e por último a “crítica de análise”. Esses
aspectos também podem ser observados pelo analista que visa a representação da informação
do conteúdo dos cinejornais. Ainda, o autor (2010, p. 98) alerta para a sedução que as imagens
podem provocar.
As imagens fornecem uma espécie de energia de informação, que convém domar
como se faz com um animal. Somos tomados pela força das imagens, dos discursos
ou da música, não é possível, portanto, passar diretamente a um discurso de tipo
magistral, pois esse tipo de discurso não 'colaria'.
O
analista,
portanto,
deverá
buscar
um
certo
distanciamento
do
“encantamento” que as imagens podem provocar. As imagens devem ser submetidas ao
analista e não o contrário. A tarefa não é fácil e nem simples. Os trabalhos já desenvolvidos
nas áreas do cinema e da história, mediante a interlocução com a Ciência da Informação e a
Arquivística, poderão dar o embasamento teórico necessário para a identificação de atributos
e características que devem ser observados durante a análise de um cinejornal.
Vanoye e Goliot-Lété propõem uma diferença entre o espectador normal e o
analista (1994, p. 18). A distinção entre um e outro foi esquematizada pelos autores em forma
de um quadro comparativo. Cordeiro (2010), usando a comparação dos autores citados,
observa que a atividade do analista pode ser cotejada com a do indexador quando ele realiza a
leitura técnica do filme a ser representado no serviço de informação.
Quadro 1: comparação entre espectador normal e analista.
Espectador normal
Analista
Passivo, ou melhor, menos ativo do que o Ativo, conscientemente ativo, ativo de
analista, ou mais exatamente ainda, ativo de maneira racional, estruturada.
maneira instintiva, irracional.
Percebe, vê e ouve o filme, sem desígnio Olha, ouve, observa, examina tecnicamente
particular.
o filme, espreita, procura indícios.
Está submetido ao filme, deixa-se guiar por ele.
Submete o filme a seus instrumentos de
análise, a suas hipóteses.
Processo de identificação.
Processo de distanciamento.
Para ele, o filme pertence ao universo do lazer.
Para ele, o filme pertence ao campo da
Prazer
reflexão, da produção intelectual.
Trabalho
Fonte: VANOYE, Francis, GOLIOT-LÉTÉ, Anne. Ensaio sobre a análise fílmica. Campinas, SP: Papirus, 1994.
28
Resumidamente, ainda conforme os autores (1994, p. 18), o “analista e
espectador 'normal' não receberiam portanto o filme da mesma maneira, pois o primeiro busca
precisamente distinguir-se de forma radical do segundo, não se deixa dominar como o último
pelo filme.”
Além das imagens em movimento (com ou sem som), o elemento sonoro
também pode ser analisado. Jan Asmund Jakobsen relatou sua experiência com os cinejornais
noruegueses durante o Congresso da Federação Internacional de Arquivo de Filmes, em 1993.
Na oportunidade chamou a atenção para a importância do elemento sonoro.
Os meus próprios interesses, preocupações e experiências levam-me a recomendar,
aos que estão planejando fazer pesquisas no mesmo campo, que sempre anotem a
narração em off do início ao fim, uma vez que o texto falado domina o conteúdo, na
medida em que se torna o fator principal da narrativa. (JOKOBSEN, 1996, p. 91).
(tradução livre).
Barnier (2011, p. 57) esclarece que, geralmente, o som audiovisual é dividido
em diálogos, músicas e ruídos. Podemos acrescentar no caso específico dos jornais
cinematográficos a narração em off, visto que as imagens em movimento dos cinejornais da
Agência Nacional, quase sempre, eram conduzidas por esse tipo de narração. Apesar de
contribuir para o entendimento do que está sendo visto, não se deve atribuir à narração em off
uma responsabilidade descritiva do conteúdo de um jornal cinematográfico.
Já vimos que o analista de filmes deve estar atento às imagens em movimento e
ao som. Todavia, isso não parece ser suficiente. As imagens e sons oferecem múltiplas
possibilidades de análise. Portanto, é necessário estabelecer critérios a partir de alguns
princípios e práticas. Aumont e Marie (2011, p. 39) defendem a fixação de três princípios
para a análise de filmes:
A. Não existe um método universal para analisar filmes.
B. A análise de um filme é interminável, pois seja qual for o grau de precisão e extensão que
alcancemos, num filme sempre sobra algo de analisável.
C. É necessário conhecer a história do cinema e a história dos discursos que o filme escolhido
suscitou para não os repetir; devemos primeiramente perguntar-nos que tipo de leitura
desejamos praticar.
A análise de um filme com o objetivo de representá-lo por meio da descrição
de conteúdo e termos de indexação pode gerar uma certa angústia. Como bem disseram
Aumont e Marie (2011, p. 39), “a análise de um filme é interminável”. Logo, é necessário
29
fixar a análise do filme na perspectiva da representação arquivística da informação. Para
Fillion (1998, p. 239)
Seja como for, é ilusório pensar que a descrição, mesmo a mais detalhada, possa
substituir a própria obra. Como para qualquer outro suporte, as várias informações
que contêm os documentos cinematográficos obrigam inevitavelmente a efectuar
uma escolha, informações essas que devem facilitar a recuperação e reduzir as
longas horas de busca e de visionamento.
As escolhas serão diferentes dependendo do objetivo da análise fílmica e
representação da informação. As escolhas de um analista que trabalha em um banco de
imagens certamente não serão as mesmas de um analista que trabalha em uma instituição
arquivística. Como já mencionado anteriormente, os documentos arquivísticos de um mesmo
fundo, independentemente do suporte e do gênero, possuem uma relação orgânica e são
organizados de maneira com que essa relação possa ser percebida.
As imagens em movimento devem ser lidas e interpretadas com critérios
técnicos para que suas representações possam fazer sentido e consequentemente possam ir ao
encontro das necessidades dos mais variados tipos usuários. Também é necessário pensar que
tudo isso faz parte de um processo que não se esgota com a disponibilização dos documentos
e das suas respectivas representações em sistemas de recuperação de informação e na web.
Estamos diante de uma realidade viva e em transformação.
As argumentações e as referências citadas nesta parte do trabalho demonstram
que a análise dos cinejornais da Agência Nacional no SIAN e no Portal Zappiens, que são
meios de acesso e recuperação da informação, está, portanto, bem recepcionada nas reflexões
e nas questões epistemológicas fundadoras e atuais da Ciência da Informação. Além disso,
pode-se perceber que o aspecto interdisciplinar da área possibilita o diálogo com a
Arquivologia, Cinema e História.
30
3 OS CINEJORNAIS DA AGÊNCIA NACIONAL
Apresentamos um breve histórico da produção e exibição de cinejornais no
Brasil, com ênfase nos jornais cinematográficos produzidos pela Agência Nacional.
Destacamos também os esforços para a organização, preservação e disponibilização para
acesso de um importante patrimônio audiovisual brasileiro.
Convém, antes de mais nada, esclarecer o que significa um cinejornal a partir
de uma definição estabelecida em um dicionário especializado.
CINEJORNAL – Noticiário produzido especialmente para apresentação em
cinemas. É geralmente um filme de curta-metragem. É geralmente um filme de
curta-metragem, periódico, e exibido como complemento de filmes em circuito
comercial. Diz-se também atualidades ou jornal da tela. (BARBOSA; RABAÇA,
1978, p. 94).
Isto posto, é recomendável ir ao cenário histórico da produção cinematográfica
para se conhecer o contexto de produção e exibição dos jornais cinematográficos. Os autores
Vanoye e Goliot-Lété (1994, p. 23) entendem que “analisar um filme é também situá-lo num
contexto, numa história. E, se consideramos o cinema como arte, é situar o filme em uma
história das formas fílmicas.” Nesse sentido, pretendemos nos próximos parágrafos
contextualizar a produção e a exibição de cinejornais, com ênfase nos cinejornais produzidos
pela Agência Nacional.
Os primeiros jornais cinematográficos, mais conhecidos como atualidades e
cinejornais, apareceram no início das primeiras experiências cinematográficas. Os próprios
irmãos Lumière (1909) experimentaram na Europa o uso desse tipo de curta-metragem
informativo nos espaços que começavam a exibir filmes. De acordo com Capuzzo (1986, p.
17), “os primeiros filmes eram registros de curta duração sobre autoridades, fatos jornalísticos
e alguns espetáculos de variedades”, estrutura bem próxima do que seria um jornal
cinematográfico.
Assim como o próprio cinema, não demorou muito para que um cinejornal
passasse a fazer parte da programação das salas que projetavam os primeiros filmes no Brasil.
De acordo com o verbete “cinejornal” da Enciclopédia do Cinema Brasileiro (Ramos;
Miranda (Org.) 2000, p. 133-134), Francisco Serrador, em 1910, produziu o Bijou Jornal para
ser exibido em São Paulo, e Arnaldo e Cia. trouxe a marca da Pathé para a cidade do Rio de
Janeiro. Nos anos posteriores outras empresas e companhias, como Cinédia, Atlântida, Primo
Carbonari, também começaram a produzir cinejornais no país.
31
A partir da década de 1930, por meio do Decreto n.º 21.240, de 4 de abril de
1932, passava a ser obrigatória a exibição de curtas-metragens de caráter informativo. O
artigo15 do decreto estabelecia “a instituição permanente de um cinejornal, com versões tanto
sonoras como silenciosas, filmado em todo o Brasil e com motivos brasileiros, e de
reportagens em número suficiente, para inclusão quinzenal, de cada número, na programação
dos exibidores.” Nessa época informativos produzidos por particulares, que recebiam
incentivos do governo, eram exibidos nas salas de cinema antes do filme que estava em
cartaz.
A primeira experiência do Estado na produção direta de cinejornais tem início
em 1938 no Departamento Nacional de Propaganda e Difusão Cultural (DPDC), que depois se
transformou em Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP). O DIP foi criado em 1939,
no governo do então Presidente Getúlio Vargas, compreendendo os setores de divulgação,
radiodifusão, teatro, cinema, turismo e imprensa. O Cinejornal Brasileiro produzido nessa
época funcionou como um importante meio de propaganda da Era Vargas.
O Departamento de Imprensa e Propaganda começa a produzir documentários e
jornais cinematográficos, e com a produção oficial institucionalizada as produtoras
independentes perdem boa parte do seu mercado. Além da concorrência desigual,
têm de enfrentar censura sistemática. Alguns produtores e cinegrafistas conseguem
transformar-se em funcionários públicos, filmando diretamente para o DIP, ou para
suas agências estaduais, mas a maior parte marginalizada. (GALVÃO; SOUZA, p.
472-473).
Com a publicação do Decreto-Lei n.º 7.582, de 25 de maio de 1945, o DIP é
substituído pelo Departamento Nacional de Informações (DNI). Nesse decreto a Agência
Nacional aparece como parte integrante do novo departamento ao lado da Divisão de
Imprensa e Divulgação, com a Seção de Biblioteca; Divisão de Radiodifusão, com a Seção de
Discoteca; Divisão de Cinema e Teatro, com a Seção de Filmoteca; e Divisão de Turismo; A
Agência Nacional tinha um caráter meramente informativo e atuava na distribuição de
noticiário e serviço fotográfico à imprensa da Capital e dos Estados.
O DNI existiu por menos de dois anos, sendo extinto pelo Decreto-Lei n.
9.788, de 6 de setembro de 1946. Entretanto, a Agência Nacional ficava mantida, subordinada
diretamente ao Ministério da Justiça e Negócios Interiores. Permanecia com a função
“meramente informativa das atividades nacionais em todos os setores competindo-lhe
ministrar ao público, aos particulares, às associações e à imprensa tôda sorte de informações
sôbre assuntos de interêsse da nação, ligados à sua vida econômica, industrial, agrícola,
32
social, cultural e artística.”11 Ficava incumbida de manter o jornal cinematográfico de caráter
noticioso e o boletim informativo radiofônico de irradiação para todo o país. Tinha como
objetivo a divulgação dos atos oficiais e também a divulgação das realizações do governo
federal por meio de imagens em movimento, registros fotográficos e gravações em áudio.
Funcionou até 1979, quando passou a se chamar Empresa Brasileira de Notícias (EBN).
A partir da década de 1970 começa a diminuir a produção e exibição dos
informativos cinematográficos nas salas do Brasil. De acordo com o verbete cinejornal (2000,
p. 134), da Enciclopédia do Cinema Brasileiro,
A partir da década de 70, os cinejornais tornaram-se anacrônicos. O crescimento do
número de televisores presentes nos lares brasileiros associado ao jornalismo
produzido cada vez mais próximo do tempo real foram dois fatores que empurraram
o cinejornal para fora do mercado. O terceiro foi o número cada vez maior de
alfabetizados com acesso a jornais e revistas.
O jornal O Estado de São Paulo, do dia 26 de setembro de 1976 (ANEXO A),
publicou um artigo sobre os planos da Agência Nacional. Os cinejornais seriam substituídos
por documentários coloridos sobre o Brasil. As mudanças foram anunciadas pelo diretor da
Agência Nacional na época, o jornalista Arnaldo Cavalcanti Lacombe. Na matéria do jornal o
diretor “informou que toda a produção de cinejornais acaba de ser suspensa para iniciar, em
breve, a serie de documentarios coloridos sobre o País, eliminando-se, assim, os filmes ruins,
com iluminação e textos deficientes e divulgação de notícias superadas”.
No Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN) estão cadastrados
145 (cento e quarenta e cinco) documentários, que datam dos anos 20 até os anos 80. A maior
concentração está na década de 70, onde se pode verificar a existência de 106 (cento e seis
registros). Tal constatação confirma a intenção dos novos rumos da Agência Nacional
apontada pelo jornalista Arnaldo Cavalcanti Lacombe. Vale ressaltar que nem todos os
documentários foram produzidos pela Agência Nacional. Encontra-se, por exemplo, na
subsérie do SIAN o “Funeral de Rui Barbosa” (título atribuído), que foi produzido pela
Brazilian Film. Os temas dos filmes da década de 70 eram os mais diversos possíveis. Iam
desde “Agricultura no Rio Grande do Sul”, de 1974 até “Cidades mineiras do barroco”, de
1977.
É importante observar não apenas a produção de cinejornais, mas, sobretudo, a
permanência dos cinejornais em instituições públicas. Percebe-se com isso a manutenção das
11 Art. 3º do Decreto-lei nº 9.788, de 6 de setembro de 1946. BRASIL. Decreto-lei nº 9.788, de 6 de setembro de
1946. Extingue o Departamento Nacional de Informações e dá outras providências. Disponível em:
<http://www2.camara.leg.br/legin/fed/declei/1940-1949/decreto-lei-9788-6-setembro-1946-458492publicacaooriginal-1-pe.html>. Acesso em: 25 jul. 2013.
33
ideias comprometidas com as intenções do poder dominante. A seleção e a preservação de
alguns acervos em instituições públicas acabam atribuindo valor a certos documentos em
detrimento de outros. Para Le Goff (p. 535)
o que sobrevive não é o conjunto daquilo que existiu no passado, mas uma escolha
efetuada quer pelas forças que operam no desenvolvimento temporal do mundo e da
humanidade, quer pelos que se dedicam à ciência do passado e do tempo que passa,
os historiadores. (grifo nosso)
Uma análise básica dos cinejornais da Agência Nacional revela a clara intenção
de passar uma ideia de exaltação e prosperidade do Brasil. Ainda segundo Le Goff os
monumentos são construídos com a intenção de lembrar e comemorar o que na maioria das
vezes possui relação com o poder. Percebe-se, portanto, uma monumentalização 12 dos
cinejornais, visto que o mesmo Estado produtor de cinejornais também é responsável pela
preservação e acesso a esses documentos. Diante disso é de fundamental importância entender
o contexto de produção e exibição dos cinejornais. Os motivos que levaram a diminuição até a
completa paralisação da produção também merecem um destaque.
3.1 ASPECTOS DA HISTÓRIA ARQUIVÍSTICA E TEMÁTICAS RECORRENTES
A história arquivística dos cinejornais da Agência Nacional começa em 1982,
quando a maior parte do arquivo de imagens em movimento foi recolhida ao Arquivo
Nacional (em anos anteriores foram recolhidos os outros gêneros documentais como textos e
fotografias). A história do arquivo de imagens em movimento da Agência Nacional está
intimamente relacionada com o início das atividades de processamento técnico e preservação
de documentos audiovisuais no Arquivo Nacional.
Mas, se uma seqüência enigmática de onze fotogramas, do final do século XIX, é o
marco inaugural do cinema no Arquivo Nacional, não constitui entretanto um
acervo. Para justificar a criação de uma seção de filmes, no início dos anos de 1980,
durante a primeira fase de modernização institucional, foi preciso que uma montanha
de latas de filmes produzida pelo governo (os cinejornais da Agência Nacional),
ameaçada de destruição, fosse transferida para a antiga sede do Arquivo, também na
Praça da República. A partir daqueles dias, um intenso programa de adaptação foi
implementado. Técnicos estão sendo formados e preparados, um exercício
permanente de atualização; espaços de guarda foram criados, tudo visando o novo
desafio. (MOLINARI, 2003, p. 6).
12
Não é intenção neste trabalho desenvolver a temática monumentalização dos documentos. Para maiores
esclarecimentos consultar: LE GOFF, J. “Documento/monumento”. In: ________. História e memória. São
Paulo: Unicamp, 1990, p. 535-550.
34
Ainda na década de 80 as imagens em movimento da Agência Nacional
começaram a ser identificadas. Em um primeiro momento, a partir da análise das películas em
mesa de revisão e das anotações das embalagens e dos documentos correlatos, foram anotados
os títulos e os títulos dos segmentos (quando possível) de cada lata/estojo. Logo depois foi
feita a identificação do conteúdo por meio da projeção das películas em moviola, o que
possibilitou o detalhamento das informações.
A organização das imagens em movimento foi realizada de acordo com a série
de produção do cinejornal (Atualidades Agência Nacional, Brasil Hoje, Cine Jornal
Informativo), período cronológico (que está relacionado ao tipo de série) e as especificidades
de acumulação. Hierarquicamente estão subordinadas à “série” filmes do Fundo Agência
Nacional e divididas nas seguintes subséries:
Figura 5: estrutura hierárquica da série filmes do Fundo Agência Nacional.
Fonte: Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN).
As imagens abaixo ilustram as diferentes subséries atribuídas às imagens em
movimento na descrição multinível integrada do Fundo da Agência Nacional.
35
Figura 6: representação das subséries das imagens em movimento do Fundo Agência Nacional.
Atualidades Agência Nacional
Brasil Hoje
Cinejornais
Cinejornal Brasileiro
Cine Jornal Informativo
Documentários
Filmetes institucionais
Transmissões de TV
Fonte: Portal Zappiens. Disponível em: <http://zappiens.br/portal/home.jsp>. Acesso em: 22 mai 2014.
O período histórico das imagens em movimento da Agência Nacional abarca o
governo do Presidente Eurico Gaspar Dutra (31.01.1946 a 31.01.1951) até o início do
governo do Presidente João Baptista Figueiredo (15.03.1979 a 15.03.1985). O período
cronológico concentra-se nas imagens que foram produzidas e veiculadas durante a ditadura
militar brasileira, que teve início no ano de 1964 e durou até 1985.
Uma especulação superficial sobre os discursos veiculados pelo Brasil Hoje, apenas
para fornecer um contexto que aproxime o cinejornal do leitor, apresenta três temas
principais: o desenvolvimento, a cultura, e a descoberta do Brasil. Qualquer um
desses assuntos foram preocupações claras dos governos militares, e nisto, o
cinejornal mostrou uma sintonia afinada com a esfera central do poder.
(CINEMATECA BRASILEIRA, 1994, p. 2)
O cinejornal Brasil Hoje n. 12 (1972) exemplifica muito bem a afirmação
acima. Apresenta três reportagens de diferentes regiões do país. No Espírito Santo destaca-se
a fabricação de apitos que imitam trinados de aves. Em São Paulo o então secretário estadual
36
de transportes, Paulo Salim Maluf, inspeciona a finalização das obras da Rodovia CampinasDutra, que segundo o locutor do cinejornal é uma “arrojada obra de engenharia nacional”.
Termina com uma reportagem sobre teatro, com depoimento de Maria Clara Machado e
imagens das aulas e ensaios no Teatro Tablado.
Os cinejornais e os documentários da Agência Nacional, notadamente os
produzidos e exibidos durante a ditadura militar, tinham como temática principal o
desenvolvimento e o progresso do país. Obras, construções e inaugurações estão presentes em
grande parte dos noticiários. Os presidentes do regime militar seguiram, de alguma maneira,
uma tendência iniciada pelo Presidente Getúlio Vargas em anos anteriores nos jornais
cinematográficos do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP).
Os cinejornais, exibições semanais, traziam ao público dos cinemas brasileiros
algumas temáticas específicas que, girando em torno do presidente Vargas,
geralmente, ressaltavam algum aspecto de seu governo ou de sua personalidade. Os
assuntos mais abordados ao longo dos três anos, aproximadamente, dizem respeito
ao processo de industrialização do país; ao cotidiano do presidente no Palácio do
Catete; à visita de políticos ou representantes estrangeiros ao país; à ratificação de
acordos nacionais e internacionais; às relações diplomáticas de Vargas tanto no
âmbito nacional como internacional; às comemorações cívicas com a presença do
presidente; marchas militares, festejos públicos, comícios, eventos etc.; as visitas de
Vargas a diversas regiões do Brasil; (CASTRO, 2012, p. 93).
O modelo de propaganda política por meio dos cinejornais continuou no Brasil
após 1964, como pode ser observado nos exemplos abaixo, que enfatizam “grandes obras”
realizadas pelos governos militares.
Figura 7: descrição do conteúdo e cartelas do documentário Itaipu Binacional (1979).
Fonte:
Portal
Zappiens.
Disponível
em:
<http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do?
_InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgi7LnKt9PhD8mV_BS5c0UjpLx90Mvt8n03xsUocYTT_3c.&idRepo
sitorio=0&modelo=0>. Acesso em: 22 mai 2014.
37
Figura 8: descrição do conteúdo e cartelas do documentário Transamazônica (1978).
Fonte:
Portal
Zappiens.
Disponível
em:
<http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do?
_InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgimZKTl_NHqYCyWeIiQwwAFlEUkxK7A4nA0JBTiHlW86U.&id
Repositorio=0&modelo=0>. Acesso em: 22 mai 2014.
Figura 9: descrição do conteúdo e cartelas do cinejornal Brasil Hoje n.º 237 (1978).
Fonte:
Portal
Zappiens.
Disponível
em:
<http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do?
_InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgiVhdnvoeUIZccgSPLNDgwGNeZjS0Hew35yPWap9bw9o.&idRepositorio=0&modelo=0>. Acesso em: 22 mai 2014.
Para Gervaiseau (2006, p. 158), os primeiros filmes suscitaram uma certa
fascinação pela possibilidade das pessoas se verem projetadas. Isso não foi diferente com os
chefes de Estado de várias partes do mundo, que lançaram mão do cinema para se
autoafirmarem e para divulgar os “grandes feitos e realizações” de seus governos.
Os
encontros diplomáticos, dentro e fora do Brasil, também contribuíram para a projeção das
38
imagens dos governantes. Por meio dos jornais cinematográficos passavam a ideia de bom
relacionamento com outras nações.
Figura 10: descrição do conteúdo e cartelas do cinejornal Brasil Hoje n.º 207 (1977).
Fonte:
Portal
Zappiens.
Disponível
em:
<http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do?
_InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgiN3uqRku71DG2zArYxsOmDjaB9iR4TXAr2ocegxJa8Ns.&idRepo
sitorio=0&modelo=0>. Acesso em: 22 mai 2014.
Figura 11: descrição do conteúdo e cartelas do cinejornal Brasil Hoje n.º 169 (1976).
Fonte:
Portal
Zappiens.
Disponível
em:
<http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do?
_InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgiEM6AcPG_uvgo5F5BXOOce2QptGSUuo93EmsQvPKhrxQ.&idRe
positorio=0&modelo=0>. Acesso em: 22 mai 2014.
39
Mesmo sendo instrumentos de propaganda política com alto teor ufanista. as
imagens revelam, de acordo com o olhar e a intenção do produtor, as relações do Estado com
a sociedade civil e são importantes fontes de informação e estudo para o entendimento e
conhecimento acerca da história recente do país.
O cinejornal, enquanto objeto de e suporte para estudos de historiadores em todo
mundo adquiriu lugar privilegiado. Essa afirmação tem raízes não apenas na
quantidade crescente de livros e teses – teóricos ou de estudos de casos – sobre
cinejornais, que têm sido produzidos nos últimos anos, como também na escolha do
cinejornal como tema de simpósio a ser realizado durante o próximo Congresso da
Federação Internacional dos Arquivos de Filme-FIAF, na Noruega, em 1993.
(CINEMATECA BRASILEIRA, 1992).
De acordo com Bernardet (1979, p. 64) a produção da Agência Nacional não é
significativa de 1946 a 1970. O autor acredita que só a partir da década de 1970 é que a
Agência Nacional volta a produzir regularmente seu jornal e documentários. Na apresentação
do catálogo seletivo de imagens em movimento da Agência Nacional consta a informação
sobre um hiato de cinejornais entre o ano de 1963 e 1964.
Isto se verifica pela mudança de nomenclatura que o jornal passa durante o período
de governo do presidente João Goulart e início do presidente Castelo Branco. Neste
período o jornal passa a se intitular Atualidades Agência Nacional. Esta mudança vai
se refletir também no conteúdo das matérias. Estas adquirem uma visão mais
voltada a questão social, refletindo em suas imagens o debate político que se travava
no país. (BERNARDET, 1979, p. 64).
Entretanto, verifica-se também outros assuntos nos cinejornais dessa época. O
informativo Atualidades Agência Nacional n.º 22 (1963), por exemplo, começa com um
informativo sobre a recepção da Miss Universo Ieda Maria Vargas no aeroporto Santos
Dumont, passando por uma solenidade com a presença do Presidente João Goulart a bordo do
navio Ana Néri e termina com uma procissão religiosa em frente à Igreja Nossa Senhora da
Glória, no Rio de Janeiro. O cinejornal em questão apresenta cinco blocos de notícias, que
foram descritos no SIAN e no Portal Zappiens conforme segue abaixo. Os títulos foram
atribuídos e as imagens13 ilustram cada bloco de notícias.
Figura 12: cartelas e títulos atribuídos do cinejornal Atualidades Agência Nacional n.º 22 (1963).
[MISS UNIVERSO, IEDA MARIA VARGAS, é recepcionada no
aeroporto e desfila sobre carro de bombeiros]
13
Trata-se de um cinejornal antigo e, por isso, a qualidade das imagens está prejudicada.
40
[PRESIDENTE JOÃO GOULART em solenidade a bordo do navio Ana
Néri]
[JARDIM ZOOLOGICO – aspectos de animais]
[PERSONAGENS não identificados dão palestra e visitam instalação
de indústria]
[PROCISSÃO RELIGIOSA em frente à Igreja Nossa Senhora da
Glória, no Rio de Janeiro]
Fonte:
Portal
Zappiens.
Disponível
em:
<http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do?
_InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgiG7nLHIPJpUZFJDVitwRbxxZIDyhoNcHvsfv6CBQ2fM.&idRepositorio=0&modelo=0>. Acesso em: 22 mai 2014.
O interesse pelos documentos produzidos durante a ditadura militar brasileira
tem crescido nos últimos anos e a organização e a digitalização de documentos dessa época
estão sendo estimulados e patrocinados pelo governo federal brasileiro. Em 2009 a Casa Civil
da Presidência da República institucionalizou o Centro de Referência das Lutas Políticas no
Brasil, denominado "Memórias Reveladas" (MR)14. A implantação do centro ficou a cargo do
Arquivo Nacional, que reuniu em um banco de dados informações sobre os fatos da história
14
O portal Memórias Reveladas disponibiliza um banco de dados similar ao Sistema de Informações do
Arquivo Nacional (SIAN). Disponível em: <http://www.an.gov.br/mr/Seguranca/Principal.asp>. Acesso em: 27
jul. 2013.
41
política do período de 1964 a 1985. As informações sobre o Fundo Arquivístico da Agência
Nacional também estão descritas no banco de dados15 do Memórias Reveladas.
3.2 DIFUSÃO PARA ACESSO
Desde o início dos anos 2000 o Arquivo Nacional disponibiliza para acesso
on-line no Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN) informações acerca dos seus
fundos arquivísticos. Nos últimos anos, além das informações, cópias digitais de uma pequena
parcela dos documentos (geralmente documentos textuais e iconográficos) passaram a ser
concedidas para acesso por meio do SIAN.
Com objetivo de também difundir na internet uma parte dos documentos
audiovisuais que estão na instituição foi estabelecido um acordo de cooperação técnica com o
Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), por intermédio do Núcleo de Informação e
Coordenação do Ponto BR, para a digitalização e difusão das imagens em movimento da
Agência Nacional no Portal Zappiens.
o Zappiens.br é um projeto experimental criado para ser um serviço gratuito de
agregação e distribuição de conteúdo audiovisual científico, educativo, artístico e
cultural em língua portuguesa da Comissão de Trabalhos de Conteúdos Digitais (CTConteúdos) do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). 16
Em 2010, no lançamento do Portal Zappiens.br, projeto do CGI.br para
divulgação, disseminação e distribuição de conteúdos digitais em língua portuguesa 17, o
Diretor-Geral do Arquivo Nacional, Sr. Jaime Antunes, celebrou a parceria:
O Portal Zappiens.br, ao disponibilizar os cinejornais da Agência Nacional, irá
proporcionar ao cidadão a oportunidade de acessar e pesquisar na web um rico
acervo de imagens em movimento, que retratam a história de nosso país entre as
15 “O banco de dados Memórias Reveladas reúne, de forma cooperativa, informações sobre o acervo
arquivístico relacionado à repressão política no período 1964-1985, custodiado por diferentes entidades
brasileiras. As informações, exibidas em até cinco níveis de detalhamento, acham-se em constante atualização.
Proporciona um panorama do acervo disponível à consulta em diferentes pontos do país e permite acompanhar a
inventariação das fontes documentais. À medida que o banco cresce em registros, as buscas temáticas, por
nomes e/ou datas, favorecem o cruzamento e a confrontação de dados, assim como a identificação dos
documentos que servem à reconstituição de fatos e processos. As imagens dos documentos, gradualmente
associadas aos registros, tornam possível a visualização de cartas, processos, mapas, desenhos, fotografias,
folhetos e panfletos.” Disponível em: <http://www.an.gov.br/mr/Seguranca/Principal.asp>. Acesso em: 31 mar.
2014.
16 Mais informações podem ser consultadas por meio do link Sobre o projeto. Disponível em:
<http://zappiens.br/portal/visualizarTexto.jsp?midia=sbprojeto>. Acesso em: 31 mar. 2014.
17 Portugal também possui um portal similar chamado Zappiens.pt, que tem como objetivo a agregação e a
visualização de conteúdos multimídia educativos, científicos, culturais ou artísticos produzidos
preferencialmente em ambiente escolar e em língua portuguesa. Disponível em: <http://zappiens.pt/>. Acesso
em: 19 set. 2011.
42
décadas de 30 e 70, divulgando o acervo, facilitando o acesso e colaborando para um
melhor atendimento ao usuário do Arquivo Nacional.18
No mesmo ano o arquivo “Agência Nacional: a informação a serviço do
Estado” foi nominado no Registro Nacional do Programa Memória do Mundo da UNESCO –
Brasil, após proposição do Arquivo Nacional e da Fundação Cinemateca Brasileira. O
Programa Memória do Mundo da UNESCO tem por objetivo identificar documentos ou
conjuntos documentais considerados em situação de risco que tenham valor de patrimônio
documental da humanidade.19
Os cinejornais hoje são objetos de estudo de diferentes áreas do conhecimento.
O que restou desse tipo de jornalismo produzido pelo Estado tem despertado o interesse de
especialistas em cinema, história e ciência política (só para citar alguns exemplos). Esses
especialistas têm utilizado os cinejornais para o desenvolvimento de pesquisas com diferentes
enfoques, revelando a riqueza informacional que esse tipo de objeto pode oferecer.
Não por acaso o simpósio do 49º congresso anual da International Federation
of Film Archives (FIAF) foi dedicado aos cinejornais. Os maiores especialistas sobre o tema
se reuniram em 1993 na Noruega com o intuito de chamar a atenção para a importância de
quantificar e localizar o patrimônio de noticiários dos diferentes países do globo.
O simpósio “Newsreel Collections in Film Archives” deu origem a uma
publicação com o mesmo título no qual estão reunidos diversos relatos de experiências com
cinejornais. Destaca-se a experiência de Jan Asmund Jakobsen (1996, p. 90), sociólogo que
trabalhou com noticiários noruegueses de 1949. Para ele é de suma importância conhecer o
trabalho desenvolvido nos arquivos.
Para formar uma percepção clara do noticiário, é necessário abordá-lo a partir de
vários ângulos. Por um lado, está a questão de acesso e visão geral do material em si
– a coleta e registro dos filmes. Relevante para isso é o nível de conhecimento e
experiência do pessoal do arquivo de filmes. (tradução nossa).
Logo, quem pretende estudar e pesquisar sobre os cinejornais deve levar em
consideração a experiência e o conhecimento produzido no dia a dia dos arquivos de filmes.
Trabalhar com os jornais cinematográficos é uma tarefa desafiadora e complexa tanto para os
pesquisadores quanto para os arquivistas. Souza (2003, p. 60) acredita que
18 Notícia divulgada no Portal Zappiens. Acervo completo dos Cine Jornais da Agência Nacional já está no
Zappiens.br Disponível em: <http://www.zappiens.br/portal/visualizarDivulgacao.jsp?IdDivulgacao=1>. Acesso
em: 19 set. 2011.
1 9 A proposição foi feita pelas duas instituições, visto que a Fundação Cinemateca Brasileira também possui em
seu
acervo
alguns
documentos
da
Agência
Nacional.
Disponível
em:
<http://www.arquivonacional.gov.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=91>. Acesso em: 19 set. 2011.
43
[…] o trabalho com cinejornais está longe de ser uma atividade fácil ou mesmo de
gratificação imediata. Os resultados surgem após um longo percurso de arranjo e
organização da documentação – situação que vem sendo minorada pelos arquivos –,
análise cuidadosa das imagens, muitas vezes após detalhadas decupagens da película
impressionada pela câmara e da voz gravada na banda sonora, que reforça o sentido
por ela proposto.
Destacam-se, portanto, os esforços empreendidos pelo Arquivo Nacional e pela
Cinemateca Brasileira. O primeiro por disponibilizar a representação arquivística e os
próprios cinejornais no SIAN e no Portal Zappiens e a segunda por já ter editado dois
catálogos referentes aos cinejornais da série Brasil Hoje e da série Cine Jornal Informativo.
Entretanto, muito ainda precisa ser realizado no que diz respeito à organização, descrição,
indexação e difusão dos documentos arquivísticos, cabendo aos profissionais da informação,
em especial aos arquivistas, a contribuição para que novas interpretações, leituras e usos
sejam realizados quanto aos jornais cinematográficos.
Hoje em dia, com a rapidez da circulação das informações em dispositivos
móveis de comunicação, a veiculação de notícias nas salas de cinema no formato de jornais
cinematográficos parece não fazer muito sentido. Todavia, durante mais de meio século foi
um importante instrumento para a divulgação dos acontecimentos de uma cidade, de um país.
Os cinejornais estiveram presentes desde os primórdios do cinema e eram nomeados como
atualidades. Foram um importante instrumento nas mãos dos governantes, que por meio das
telas grandes faziam com que suas ideias e “brilhantes” realizações chegassem até aos
frequentadores das salas de cinema. No entanto, é preciso reconhecer que os cinejornais foram
muito além da propaganda política. Acabaram sendo responsáveis por registros do cotidiano,
história, costume e cultura de uma sociedade em determinada época. Com o passar do tempo
o caráter noticioso das imagens dos jornais cinematográficos começou a adquirir um certo
valor documental.
44
4 REPRESENTAÇÃO ARQUIVÍSTICA DOS CINEJORNAIS
Dedicamos esta parte do trabalho ao entendimento do que é um cinejornal e ao
relato de como esse tipo de imagem em movimento da Agência Nacional foi descrito e
disponibilizado no Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN) e no Portal
Zappiens. Além disso, procuramos mostrar como os documentos audiovisuais estão sendo
contemplados nas normas arquivísticas e nas normas de catalogação da International
Federation of Film Archives (FIAF).
4.1 SISTEMA DE INFORMAÇÕES DO ARQUIVO NACIONAL (SIAN)
Antes de iniciar a exposição acerca da representação arquivística dos
cinejornais no Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN) é importante retomar a
questão da conceituação do que se denomina cinejornal para se conhecer melhor o nosso
objeto de discussão. Um dos caminhos para dar início a esse esclarecimento é a verificação do
significado do termo em dicionários e enciclopédias.
CINEJORNAL – Noticiário produzido especialmente para apresentação em
cinemas. É geralmente um filme de curta-metragem. É geralmente um filme de
curta-metragem, periódico, e exibido como complemento de filmes em circuito
comercial. Diz-se também atualidades ou jornal da tela. (BARBOSA; RABAÇA,
1978, p. 94).
CINEJORNAL – Noticiário produzido especialmente para apresentação em
cinemas. É geralmente um curta-metragem periódico, exibido como complemento
de filmes em circuito comercial. Diz-se também. Atualidade ou jornal da tela.
(BARBOSA; RABAÇA, 1991, p. 133).
NEWSREEL (Cinejornal) – Produção que contém uma diversidade de noticiários,
variando em conteúdo que vão desde estilo de vida até eventos internacionais. Os
cinejornais normalmente tinham cerca de dez minutos de duração e eram exibidos
duas vezes por semana nos Estados Unidos no período de 1911-1967. (LIBRARY
OF CONGRESS. MOVING IMAGE GENRE LIST). (tradução livre).
A partir das definições acima apresentadas podemos compreender que um
cinejornal é:
1) Um noticiário para exibição em salas de cinema
2) Geralmente um curta-metragem
3) Geralmente periódico
45
4) Geralmente exibido como complemento de filmes em circuito comercial
No contexto arquivístico compreendemos que um cinejornal faz parte do
gênero audiovisual, possuindo características próprias em relação a outros tipos de imagens
em movimento e gêneros cinematográficos. Logo, é possível perceber que, tanto no contexto
cinematográfico quanto no arquivístico, os cinejornais possuem atributos singulares.
Como já foi relatado, os cinejornais da Agência Nacional, que estão
depositados no Arquivo Nacional, integram um fundo arquivístico e possuem relação orgânica
com outros documentos do mesmo fundo. No entanto, nem sempre o tratamento técnico dos
diferentes gêneros documentais de um mesmo fundo é realizado de maneira integrada.
Rodrigues (2003, p. 223) acredita que “a descrição arquivística deve considerar que um fundo
de arquivo é geralmente constituído de diversas categorias de documentos (tipos e suportes)
que têm características próprias”. Essas especificidades acabam refletindo na divisão das
tarefas durante o tratamento técnico. No Arquivo Nacional, por exemplo, as esquipes de
trabalho são divididas de acordo com o gênero e o suporte dos documentos. O fundo Agência
Nacional no Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN) obedece ao seguinte
sistema de arranjo:
•
Documentos escritos: organizados [alfanumérica, assunto, cronológica, espécie/tipo,
procedência].
•
Documentos iconográficos: organizados em oito subséries: Aeronáutica, Estado-Maior
das Forças Armadas, Eventos, Exército, Força Expedicionária Brasileira, Marinha,
Pessoas públicas, Presidentes da República.
•
Documentos sonoros: organizados em duas subséries: Discursos (totalmente
organizados) e Música.
•
Filmes:
as
películas
acham-se
organizadas
em
seis
subséries,
ordenadas
cronologicamente: Cine Jornal Informativo, Atualidades Agência Nacional, Brasil
Hoje, Documentários, Filmetes Institucionais e Programas de TV.
O conteúdo dos documentos está descrito na “ÁREA DE CONTEÚDO E
ESTRUTURA” do SIAN:
Documentos de caráter administrativo, textos do programa radiofônico A Voz do
Brasil e boletins diários distribuídos à imprensa, contendo divulgação dos atos
governamentais, discursos do presidente da República e resumo dos principais
acontecimentos nacionais e internacionais. Discos, filmes, fitas videomagnéticas e
46
fotografias referentes a eventos ligados aos presidentes da República, às Forças
Armadas, a pessoas notórias relacionadas ao governo federal e à administração
pública (reuniões ministeriais, revistas a tropas militares, recepção a autoridades,
inaugurações e visitas oficiais, cerimônias de posse, celebração de datas cívicas).
Filmetes de divulgação de atividades governamentais. Discos de programas musicais
produzidos pela Agência Nacional e discos de música popular e erudita.
O tratamento técnico do Fundo Agência Nacional foi realizado de acordo com
cada gênero documental. As áreas e campos do SIAN relacionadas com as imagens em
movimento, por exemplo, foram preenchidas em uma primeira fase de acordo com as
descrições já estabelecidas no Catálogo de filmes da Agência Nacional. Após algumas
alterações e atualizações que se fizeram necessárias, as imagens em movimento foram
relacionadas com os outros documentos do mesmo fundo na série “Filmes” e subdivididas nas
seguintes diferentes subséries:
1) Atualidades Agência Nacional (1962-1964): 27 cinejornais
2) Brasil Hoje (1970-1979): 281 cinejornais. Brasil Hoje n. 102 (A e B). Subsérie incompleta,
pois falta o Brasil Hoje n. 262.
3) Cinejornais (1960-1975): 60 cinejornais de outras produtoras. Como por exemplo Canal
100, Publicine, Visor Produções Cinematográficas, Primo Carbonari, Herbert Richers.
4) Cinejornal Brasileiro (1940): apenas 1 cinejornal da época do Departamento de Imprensa e
Propaganda.
5) Cinejornal Informativo (1950-1970): subsérie incompleta com 406 cinejornais.
6) Documentários (1951-1977): 145 documentários. Produções da Agência Nacional e de
outras produtoras como Brazilian Film, Departamento Nacional de Estradas de Rodagem,
Jaraguá Filmes Ltda etc.
7) Filmetes institucionais (1970-1979): 129 filmetes de mais ou menos 1 minuto cada. O
conteúdo era sobre diferentes assuntos como “nacionalismo”, “patriotismo”, “amamentação”,
“higiene”, “cultura”, “merenda escolar” etc.
8) Transmissões de TV (1974-1976): 12 reportagens que foram transmitidas em canais de TV,
como, por exemplo, “Posse do Presidente Ernesto Geisel” e “1º Ministro de Portugal, Mário
Soares, visita o Brasil”.
As informações sobre o Fundo Agência Nacional no SIAN estão detalhadas em
diferentes níveis de descrição conforme a NOBRADE.
As descrições são revistas e
atualizadas quando os usuários e os profissionais das áreas de atendimento verificam alguma
incongruência nas informações. Todavia, esse trabalho não é realizado de maneira sistemática
e nem está incorporado à rotina das atividades.
47
A representação arquivística de um cinejornal deve levar em conta o que está
estabelecido nas normas e recomendações da área. Para isso é de fundamental importância
conhecer a NOBRADE (Norma brasileira de descrição arquivística), ISDIAH (Norma
internacional para descrição de instituições com acervo arquivístico), ISDF (Norma
internacional para descrição de funções) e ISAAR-CPF (Norma internacional de registro de
autoridade arquivística para entidades coletivas, pessoas e famílias). A partir do conhecimento
desses instrumentos normativos é possível saber como as imagens em movimento,
especificamente os cinejornais, estão sendo abordados. Mais que isso, saber se são objetos de
estudo e discussão no âmbito internacional.
Para os objetivos desse trabalho iremos nos deter mais à NOBRADE, que foi
publicada pelo Arquivo Nacional no ano 2006, com a finalidade de oferecer diretivas para a
descrição no Brasil de documentos arquivísticos,
A NOBRADE não é uma mera tradução das normas ISAD(G) e ISAAR(CPF), que
já existem, e estão publicadas. Seu objetivo, ao contrário, consiste na adaptação das
normas internacionais à realidade brasileira, incorporando preocupações que o
Comitê de Normas de Descrição do Conselho Internacional de Arquivos (CDS/CIA)
considerava importantes, porém, de foro nacional. Esta norma deve ser intensamente
divulgada no âmbito das instituições arquivísticas e nos eventos ligados aos
profissionais da área, de modo a possibilitar o seu aperfeiçoamento. (CONSELHO
NACIONAL DE ARQUIVOS, 2006, p. 9).
A NOBRADE estabelece uma descrição multinível, partindo-se do geral para o
particular, onde o contexto e a estrutura hierárquica do fundo e suas partes componentes são
representados. Considera que existem seis principais níveis de descrição:
– acervo da entidade custodiadora (nível 0)
– fundo ou coleção (nível 1)
– seção (nível 2)
– série (nível 3)
– dossiê ou processo (nível 4)
– item documental (nível 5)
Além disso, admite os seguintes três níveis intermediários:
– acervo da subunidade custodiadora (nível 0,5)
– subseção (nível 2,5)
– subsérie (nível 3,5)
A NOBRADE também prevê a existência de oito áreas, onde estão
compreendidos 28 elementos de descrição. Comparando com a ISAD (G), a norma brasileira
48
possui mais uma área (área 8) e dois elementos de descrição (6.1 e 8.1), ficando assim
estruturada e sugerida (CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS, 2006, p. 18).
(1) Área de identificação, onde se registra informação essencial para identificar a unidade de
descrição;
(2) Área de contextualização, onde se registra informação sobre a proveniência e custódia da
unidade de descrição;
(3) Área de conteúdo e estrutura, onde se registra informação sobre o assunto e a organização
da unidade de descrição;
(4) Área de condições de acesso e uso, onde se registra informação sobre o acesso à unidade
de descrição;
(5) Área de fontes relacionadas, onde se registra informação sobre outras fontes que têm
importante relação com a unidade de descrição;
(6) Área de notas, onde se registra informação sobre o estado de conservação e/ou qualquer
outra informação sobre a unidade de descrição que não tenha lugar nas áreas anteriores;
(7) Área de controle da descrição, onde se registra informação sobre como, quando e por
quem a descrição foi elaborada;
(8) Área de pontos de acesso e descrição de assuntos, onde se registra os termos selecionados
para localização e recuperação da unidade de descrição.
Destacamos, para a representação arquivística da informação e sua posterior
recuperação, as seguintes áreas:
(3) Área de conteúdo e estrutura, onde se registra informação sobre o assunto e a organização
da unidade de descrição.
Área de conteúdo e estrutura (CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS, 2006, p. 39).
Âmbito e conteúdo
Objetivo: Fornecer aos usuários informações relevantes ou complementares ao Título (1.2) da
unidade de descrição.
Regra (s): Informe, de acordo com o nível, o âmbito (contexto histórico e geográfico) e o
conteúdo (tipologia documental, assunto e estrutura da informação) da unidade de descrição.
(8) Área de pontos de acesso e descrição de assuntos, onde se registra os termos selecionados
para localização e recuperação da unidade de descrição.
49
Pontos de acesso e indexação de assuntos (CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS, 2006,
p. 59).
Objetivo: Registrar os procedimentos para recuperação do conteúdo de determinados
elementos de descrição, por meio da geração e elaboração de índices baseados em entradas
autorizadas e no controle do vocabulário adotado.
Regra (s): Identificar os pontos de acesso que exigirão maior atenção na geração de índices e
realizar a indexação de assuntos de maneira controlada sobre elementos de descrição
estratégicos para a pesquisa.
Essas duas áreas procuram contemplar o resultado da análise documentária,
onde é possível descrever o conteúdo de um documento (3 – de conteúdo e estrutura) e
também representá-lo por meio de termos de indexação (8 – área de pontos de acesso e
descrição de assuntos).
A representação arquivística do Cine Jornal Informativo n. 118, por exemplo,
pode ser visualizada da seguinte maneira no Sistema de Informações do Arquivo Nacional
(SIAN):
Figura 13: extrato do campo 3.1.1 – Especificação do conteúdo do Cine Jornal Informativo n. 118.
Fonte: Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN).
50
Figura 14: extrato do campo 7.1.1 Termos de indexação do Cine Jornal Informativo n. 118.
Fonte: Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN).
Conforme indicado no campo “2.3.3 – Especificação da história arquivística”
do Fundo Agência Nacional no SIAN, a indexação das imagens em movimento foi realizada
pelo setor com base no Vocabulário Controlado Básico do Centro de Informática e
Processamento de Dados do Senado Federal (PRODASEN), no vocabulário controlado em
História do Brasil da Biblioteca do Arquivo Nacional, no volume 2 do Código de Catalogação
Anglo-Americano (AACR-2) e nas entradas para “Nomes Geográficos, normas para
indexação” do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Atualmente uma equipe
especializada é responsável pela normatização e sistematização da descrição multinível
integrada e pelo vocabulário controlado do SIAN. Todavia, não é objetivo desta pesquisa a
abordagem dos aspectos concernentes as linguagens documentárias usadas no sistema.
Portanto, é possível perceber que o resultado da representação arquivística de
um cinejornal pode ser realizada no SIAN, visto que o sistema oferece espaços destinados
para a descrição do conteúdo e para sua representação com termos de indexação. Além disso,
está em consonância com orientações arquivísticas internacionais, que foram plasmadas na
NOBRADE. Todavia, isso não impede que avaliações sejam realizadas para saber se a
representação arquivística da informação atual está de acordo com as singularidades dos
cinejornais e se contribui para a recuperação da informação.
51
As imagens em movimento possuem orientações e regras próprias de
catalogação. Conhecer essas normas pode contribuir para uma melhor descrição arquivística
dos cinejornais, visto que, de acordo com Edmondson (2013, p. 174)
as normas são frequentemente adaptadas das regras de catalogação de imagens em
movimento e de sons gravados elaboradas pela Fiaf, Iasa, Amia, Fiat e outras
associações, em função das necessidades dos arquivos e de seus usuários, bem como
da natureza dos acervos.
Entretanto, é importante ressaltar que as normas de catalogação não visam a
representação de conteúdos dos documentos e sim sua descrição de natureza formal
(elementos formais).
Foi criado no ano de 1989, no âmbito do Conselho Internacional de Arquivos
(CIA), um Comitê de Normas de Descrição a partir da necessidade de uma normalização de
descrição específica para os documentos arquivísticos.
Desde 1968 a International
Federation of Film Archives (FIAF) abriga e incentiva os trabalhos da Comissão de
Catalogação e Documentação20, que tem dentre as suas responsabilidades o estudo de
catalogação e processamento automatizado de dados para os materiais de imagens em
movimento.
A FIAF, felizmente, contempla discussões acerca dos cinejornais. Já foi
realizado em 1993, na Noruega, um simpósio inteiramente dedicado aos cinejornais durante o
congresso anual da federação. Além disso, os jornais cinematográficos são objeto de estudo,
ainda que de maneira pouco exaustiva, em duas iniciativas da Comissão de Catalogação e
Documentação: "FIAF Moving Image Cataloguing Manual"21, que está sendo discutido e
atualizado e “Glossary of Filmographic Terms”.
A maior contribuição dessas duas iniciativas está no fato de categorizar e
definir os conceitos para que melhor sejam aplicados na descrição das informações de um
filme. Os cinejornais, na maioria das vezes, apresentam diferentes blocos de notícias. A
maneira como um jornal cinematográfico foi concebido acaba definindo como deve ser a sua
representação para que aconteça a recuperação da informação de seu conteúdo.
Estar de acordo com o que tem sido estudado e estabelecido pelas entidades
representativas dos arquivos, especificamente dos arquivos de filmes, parece ser um bom
caminho, pois facilita o intercâmbio de informações e experiências nos âmbitos nacional e
20 Mais informações sobre o trabalho desenvolvido pela Comissão de Catalogação e Documentação podem ser
consultadas
no
site
da
FIAF.
Disponível
em:<http://www.fiafnet.org/~fiafnet/es/commissions/com_cat_intro.html>. Acesso em: 12 abr. 2014.
21 O projeto de revisão das normas de catalogação mantém um documento de trabalho que pode ser acessado
pela internet. Disponível em: <http://www.filmstandards.org/fiaf/wiki/doku.php>. Acesso em: 13 abr. 2014.
52
internacional. Os usuários dos arquivos também podem se beneficiar ao perceberem que o
tratamento técnico de um arquivo audiovisual foi realizado consoante com metodologias
claras e que explicitam respostas às seguintes perguntas: Quais foram as escolhas
metodológicas? Quais fatores influenciaram tais escolhas? Qual era o contexto da época do
tratamento técnico do acervo? Quais foram as limitações profissionais, de equipamentos e
tecnologias durante a realização do tratamento técnico?
Um dos maiores problemas da recuperação da informação é não informar como
o trabalho de descrição de um documento foi realizado. Um documento arquivístico não vai
ser trabalhado da mesma forma que um documento bibliográfico ou museológico, ainda que
possa existir pontos de contato e influências. O ambiente de reflexão e tratamento da
informação precisa estar bem definido e explicitado. De acordo com a ISAD (G) (2000, p. 12)
“as normas de descrição arquivística são baseadas em princípios teóricos aceitos”, destacando
o princípio do respeito aos fundos22. Deve-se observar que os conceitos, metodologias e
práticas estão relacionados ao que foi construído em ambientes de discussão específicos.
Ainda segundo Edmondson (2013, p. 147) “as obras audiovisuais não são
produzidas no vácuo mas em uma época e em um lugar concretos. Como tais, só poderão ser
apreciadas em seu devido contexto” O autor chama a atenção para a necessidade de
contextualização do filme durante a apresentação. Com a internet parece que isso perde um
pouco o sentido, visto que os documentos podem estar replicados em diversos sites, porém o
esforço tem que ser feito e a NOBRADE prevê um campo onde as informações do contexto
podem figurar.
4.2 PORTAL ZAPPIENS
Atualmente o Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN) é o
principal instrumento de pesquisa desenvolvido com intuito de possibilitar o acesso às
informações sobre as imagens em movimento da Agência Nacional. Para ter acesso ao próprio
cinejornal o usuário é direcionado ao Portal Zappiens 23, onde foram disponibilizadas todas as
22 Conforme o Dicionário brasileiro de terminologia arquivística (2005, p. 136) o princípio de respeito aos
fundos também é conhecido com princípio da proveniência. “Princípio básico da arquivologia segundo o qual o
arquivo (1) produzido por uma entidade coletiva, pessoa ou família não deve ser misturado aos de outras
entidades produtoras. Também chamado princípio do respeito aos fundos”.
23 Nos dossiês de cada imagem em movimento da Agência Nacional estão anexados no ícone “arquivo digital”
os vídeos correspondentes a cada título, que foi hospedado no Portal Zappiens. Só não foram hospedados os
vídeos da subsérie “cinejornais” por questão de direitos autorais.
53
imagens em movimento, telecinadas e digitalizadas, e as descrições dos cinejornais a partir
das suas respectivas representações arquivísticas estabelecidas no SIAN.
O Portal Zappiens funciona como um repositório digital de documentos
audiovisuais com o objetivo de divulgar, disseminar e distribuir conteúdos digitais em língua
portuguesa de diferentes instituições. Contribuem com conteúdo audiovisual o Arquivo
Nacional, Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), Internet Society (ISOC), Núcleo de
Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), NIC.br-Youtube, Rede Nacional de Ensino
e Pesquisa (RNP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade de São
Paulo (USP), World Wide Web Consortium (W3C) e o próprio Zappiens, utilizando o serviço
como repositório ou como mecanismo de busca.
o Zappiens.br é um projeto experimental criado para ser um serviço gratuito de
agregação e distribuição de conteúdo audiovisual científico, educativo, artístico e
cultural em língua portuguesa da Comissão de Trabalhos de Conteúdos Digitais (CT
Conteúdos) do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br).24
O Arquivo Nacional, até o momento, compartilhou por meio do Portal
Zappiens as imagens em movimento da Agência Nacional. As imagens representam o arquivo
audiovisual mais pesquisado e reproduzido da instituição. Logo, uma difusão mais ampla e
abrangente já era uma demanda há alguns anos.
Não houve a intenção de se reproduzir no Portal Zappiens a descrição
multinível integrada estabelecida no Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN),
apesar de cada imagem em movimento disponibilizada no portal possuir a mesma descrição
de conteúdo que foi estabelecida no campo “3.1.1 – Especificação do conteúdo” do sistema.
As informações sobre cada cinejornal estão relacionadas abaixo e ilustradas na figura 15:
– Título: o mesmo estabelecido no SIAN.
– Resumo: mesmo estabelecido no campo “3.1.1 – Especificação do conteúdo” do SIAN.
– Autor: instituição que disponibilizou a cópia digital.
– Publicação: data em que a cópia digital foi disponibilizada no portal.
– Duração: tempo total de duração da cópia digital.
– Nota: avaliação atribuída pelos usuários.
– URL: Uniform Resource Locator. “Padrão de endereçamento da Web. Permite que cada
arquivo na Internet tenha um endereço próprio, que consiste de seu nome, diretório, máquina
24 Mais informações podem ser consultadas por meio do link Sobre o projeto. Disponível
em:<http://zappiens.br/portal/visualizarTexto.jsp?midia=sbprojeto>. Acesso em: 31 mar. 2014.
54
onde está armazenado e protocolo pelo qual deve ser transmitido. Por isso se diz que cada
página da rede tem sua própria URL”25.
– Embed: ferramenta que permite a inclusão da cópia digital em outros sites.
Figura 15: Print screen das informações sobre o cinejornal Brasil Hoje n. 51 (1974) no Portal Zappiens.
Fonte:
Portal
Zappiens.
Disponível
em:
<http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do?
_InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgilRoMW__mSWfP84f1yz0YsXM6lmikdBQRJT00wg8Mx4Q.&idR
epositorio=0&modelo=0>. Acesso em: 23 mai. 2014.
A busca é feita por palavras, recuperando-se aquelas que constam no título o no
resumo de cada vídeo integrante do portal. Também se pode fazer uma busca avançada, onde
o usuário tem a possibilidade de definir o tipo, fonte, formato, taxa, resolução e período de
publicação do vídeo desejado.
No ANEXO D segue um exemplo de possibilidade de pesquisa no SIAN e no
Portal Zappiens e também de como as informações sobre os cinejornais estão estruturadas
nesses dois SRIs, com suas semelhanças e diferenças.
25 DICIONÁRIO de Informática on-line da Folha de São Paulo. Disponível
<http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/sos_dic_uvwxyz.shtml#U>. Acesso em 23 mai. 2014.
em:
55
5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para alcançar os objetivos deste estudo, de natureza exploratória, os seguintes
procedimentos metodológicos foram realizados:
– Pesquisa bibliográfica (subseção 5.1)
– Recorte do campo empírico (subseção 5.2)
– Análise dos pedidos de informação enviados à Coordenação de Atendimento à Distância
(COADI) do Arquivo Nacional (subseção 5.3)
– Estudo comparativo de iniciativas semelhantes de difusão de documentos audiovisuais na
internet (subseção 5.4)
Para os objetivos da nossa discussão é importante salientar que definimos
como amostra do estudo os cinejornais da Agência Nacional que receberam comentários dos
usuários do Portal Zappiens. Pois, o artigo Requests for information from a film archive: a
case study of multimedia retrieval, de Morten Hertzum (2003) nos despertou sobre a
possibilidade do uso e análise dos pedidos de informação dirigidos à Coordenação de
Atendimento à Distância (COADI) do Arquivo Nacional, durante o período de 2009 a 2013,
com a intenção de verificar como são realizadas as solicitações de imagens em movimento.
5.1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA
A pesquisa bibliográfica foi realizada, em âmbito nacional, na Base de Dados
Referencial de Artigos e Periódicos em Ciência da Informação (BRAPCI) e no Portal de
Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). A
primeira inclui a produção de artigos de periódicos da Ciência da Informação no Brasil. A
segunda abrange publicações nacionais e internacionais de diferentes áreas do conhecimento.
Procurou-se levantar nas fontes consultadas publicações sobre os temas imagens em
movimento e cinejornais no âmbito brasileiro.
Na Base de Dados Referencial de Artigos e Periódicos em Ciência da
Informação (BRAPCI), sem a definição de um recorte cronológico para a pesquisa, foram
encontradas apenas três (3) referências para o termo “imagem em movimento” e quatro (4)
referências para o termo “imagens em movimento”. Um mesmo artigo é recuperado quando
se pesquisa “imagem em movimento” e “imagens em movimento”, revelando que o número
56
de referências é ainda menor. O panorama é um pouco melhor no Portal de Periódicos da
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Em uma busca no
conteúdo gratuito do portal e sem o estabelecimento de um recorte cronológico, foram
recuperadas quinze (15) referências para o termo “imagem em movimento” e dezenove (19)
para o termo “imagens em movimento”, entre artigos, teses, ata de congresso e resenha de
livro.
Quadro 2: resultado comparativo de termos pesquisados na BRAPCI e no Portal de Periódicos da Capes.
Termo pesquisado
BRAPCI
Portal de Periódicos da Capes
Imagem em movimento
3 referências
15 referências
Imagens em movimento
4 referências
19 referências
Os termos “cinejornal” e “cinejornais” também foram pesquisados na BRAPCI
(sem a definição do recorte cronológico) e no Portal de Periódicos da CAPES (conteúdo
gratuito do portal e sem a definição do recorte cronológico). Na base voltada para a área de
Ciência da Informação não foi possível recuperar nenhum dos dois termos. Já no Portal de
Periódicos da CAPES foram recuperadas cinco (5) referências para “cinejornal” e seis (6)
para cinejornais.
Quadro 3: resultado comparativo de termos pesquisados na BRAPCI e no Portal de Periódicos da Capes.
Termo pesquisado
BRAPCI
Portal de Periódicos da Capes
Cinejornal
0
5 referências
Cinejornais
0
6 referências
A revisão de literatura foi efetuada de modo a melhor conhecer as concepções
teórico-metodológicas sobre o objeto de estudo e sua problematização.
5.2 CAMPO EMPÍRICO
O campo empírico da pesquisa é um recorte de parte do fundo arquivístico da
Agência Nacional, que integra o acervo do Arquivo Nacional. O fundo é composto por
documentos dos gêneros textual, iconográfico e audiovisual. No gênero audiovisual estão
inseridos os documentos sonoros e as imagens em movimento. Hoje em dia as imagens em
57
movimento estão relacionadas na série “Filmes” e subdivididas nas seguintes diferentes
subséries:
1) Atualidades Agência Nacional
2) Brasil Hoje
3) Cinejornais
4) Cinejornal Brasileiro
5) Cine Jornal Informativo
6) Documentários
7) Filmetes institucionais
8) Transmissões de TV
Para este trabalho foram selecionados os cinejornais das subséries Atualidades
Agência Nacional, Brasil Hoje e Cine Jornal Informativo que receberam comentários dos
usuários do Portal Zappiens (APÊNDICE A), que perfazem um total de 35 jornais
cinematográficos (quadro 8).
Quadro 4: comparação da quantificação total de cada tipo de cinejornal e os a quantidade de comentários
recebidos no Portal Zappiens.
Atualidades Agência Nacional
Brasil Hoje
Cine Jornal Informativo
Total de Registros: 27
Total de registros: 281
Total de Registros: 406
Vídeos com comentários: 2
Vídeos com comentários: 13
Vídeos com comentários: 20
Total geral de cinejornais com comentários: 35
Os comentários foram classificados de acordo com o teor das mensagens
publicadas pelos usuários.
Quadro 5: classificação dos tipos de comentários postados no Portal Zappiens.
Tipo de comentário
Atualidades Agência Nacional
Brasil Hoje
Correção
1
Correção e Elogio
1
Elogio
2
6
Reclamação
Outro
Nota: um mesmo cinejornal pode ter recebido mais de um comentário
Cine Jornal Informativo
10
5
8
10
58
Apresentamos, a seguir, alguns comentários para exemplificar a classificação
de cada tipo de comentário.
1) CORREÇÃO
Brasil Hoje n. 206 (1977)
Figura 16: Print screen de um comentário sobre o cinejornal Brasil Hoje n. 206 (1977).
Fonte: Portal Zappiens.
2) CORREÇÃO e ELOGIO
Brasil Hoje n. 134 (1976)
Figura 17: Print screen de um comentário sobre o cinejornal Brasil Hoje n. 134 (1976).
Fonte: Portal Zappiens.
3) ELOGIO
Atualidades Agência Nacional n. 2 (1963)
Figura 18: Print screen de um comentário sobre o cinejornal Atualidades Agência Nacional n. 2 (1963).
Fonte: Portal Zappiens.
59
4) RECLAMAÇÃO
Cine Jornal Informativo n. 120 (1968)
Figura 19: Print screen de um comentário sobre o cinejornal Cine Jornal Informativo n. 120 (1968).
Fonte: Portal Zappiens.
5) OUTRO
Cine Jornal Informativo n. 147 (1969)
Figura 20: Print screen de um comentário sobre o cinejornal Cine Jornal Informativo n. 147 (1969).
Fonte: Portal Zappiens.
5.3 ANÁLISE DOS PEDIDOS DE INFORMAÇÃO ENVIADOS À COORDENAÇÃO DE
ATENDIMENTO À DISTÂNCIA (COADI) DO ARQUIVO NACIONAL
Analisamos também os pedidos de informação enviados pelos usuários para a
Coordenação de Atendimento à Distância do Arquivo Nacional (COADI) durante o período
de 2009 a 2013, a fim de verificar como os usuários do Arquivo Nacional solicitam
informações sobre imagens em movimento. Atualmente existem dois canais formais para
solicitação de informações ao Arquivo Nacional. Um é o “Atendimento Presencial” nas
cidades do Rio de Janeiro e Brasília. Outro é o “Atendimento à Distância”. Optamos pelo
60
segundo canal em virtude da possibilidade de se ter acesso aos pedidos registrados em cartas,
e-mails e formulário próprio26.
Quadro 6: pedidos de informação enviados à Coordenação de Atendimento à Distância do Arquivo Nacional.
Total geral de cartas expedidas pela Coordenação de Atendimento à Distância (COADI) do Arquivo Nacional
em resposta aos pedidos de informação: 4000.
Total de pedidos de imagens em movimento enviados à Coordenação de Atendimento à Distância do Arquivo
2009 Nacional: 57.
Total geral de cartas expedidas pela Coordenação de Atendimento à Distância (COADI) do Arquivo Nacional
em resposta aos pedidos de informação: 2200.
2010
Total de pedidos de imagens em movimento enviados à Coordenação de Atendimento à Distância do Arquivo
Nacional: 18.
2011 Total geral de cartas expedidas pela Coordenação de Atendimento à Distância (COADI) do Arquivo Nacional
em resposta aos pedidos de informação: 3560.
Total de pedidos de imagens em movimento enviados à Coordenação de Atendimento à Distância do Arquivo
Nacional: 42.
2012 Total geral de cartas expedidas pela Coordenação de Atendimento à Distância (COADI) do Arquivo Nacional
em resposta aos pedidos de informação: 2600.
Total de pedidos de imagens em movimento enviados à Coordenação de Atendimento à Distância do Arquivo
Nacional: 61.
2013 Total geral de cartas expedidas pela Coordenação de Atendimento à Distância (COADI) do Arquivo Nacional
em resposta aos pedidos de informação: 2821.
Total de pedidos de imagens em movimento enviados à Coordenação de Atendimento à Distância do Arquivo
Nacional: 56.
Os pedidos de informação enviados à COADI foram classificados no
APÊNDICE B de acordo com a constância dos tipos de informações solicitadas e estão
resumidos no quadro abaixo.
Quadro 7: classificação dos pedidos de informação de imagens em movimento enviados ao Arquivo Nacional.
Ano
Pedidos de
imagens em
movimento
Palavras-chave
Temas
Notação Título Zappiens Youtube /
Onomásticas Geográficas Cronológicas
Outros
2009
57
40
23
32
19
2
6
0
1
2010
18
10
4
4
4
1
8
2
0
2011
42
26
15
12
15
2
14
8
1
2012
61
24
10
14
10
5
27
11
5
2013
56
28
21
17
20
5
21
13
1
26 Os pedidos de informação podem ser enviados por carta para Arquivo Nacional (Praça da República, 173. Rio
de Janeiro, RJ – 20211-350, para o e-mail [email protected] e por meio do preenchimento de
um
formulário
que
está
disponível
em:
<http://www.arquivonacional.gov.br/templates/htm/arquivonacional/atendimento-a-distancia_FORM.htm>.
Acesso em: 04 mai. 2014.
61
A seguir, relacionamos alguns pedidos de informação para exemplificar como
foram classificadas as solicitações.
Figura 21: extrato de um pedido de informação do ano de 2009.
Palavra-chave temática: “Visita do Rei Leopoldo III da Bélgica no Brasil em 1964”.
Palavra-chave onomástica: “Rei Leopoldo III”.
Palavras-chave geográficas: “Brasil” / “Parque Indígena do Xingu”.
Palavra-chave cronológica: “1964”.
Figura 22: extrato de um pedido de informação do ano de 2010.
.
Título: “Brasil Hoje n. 169 – Edição Especial (1976)” / “Brasil Hoje n. 239 (1978)”.
Zappiens: “pesquisei no http://www.zappiens.br”.
Figura 23: extrato de um pedido de informação do ano de 2011.
Notação: “EH/FIL 0552”.
Título: “Brasil Hoje 114”.
62
Figura 24: extrato de um pedido de informação do ano de 2012.
Youtube / Outros: “obter o vídeo que aparece no Youtube”.
Figura 25: extrato de um pedido de informação do ano de 2013.
Palavra-chave temática: “Diretas Já”.
Palavras-chave onomásticas: “Miguel Arraes” / “Ulisses Guimarães” / “Fernando Henrique
Cardoso” / “Eduardo Suplicy” / “Mario Covas” / “Teotônio Vilela” / “Brizola” / “Dante de
Oliveira” / “Tancredo” / “Luis Carlos Prestes” / “Orestes Quercia” / “Luis Inácio Lula da
Silva”.
63
5.4
ESTUDO
COMPARATIVO
SOBRE
A
DIFUSÃO
DE
DOCUMENTOS
AUDIOVISUAIS
Selecionamos três experiências de difusão de documentos audiovisuais na
internet para serem comparadas com os cinejornais da Agência Nacional no Portal Zappiens,
com o objetivo de conhecermos as ferramentas disponíveis para a interação do usuário com o
portal e sites. Assim, começamos descrevendo a parceria entre a Filmoteca Española e a
Corporación Radiotelevisión Española - RTVE.ES que possibilitou a disponibilização dos
noticiários e os documentários NO-DO na internet, depois apresentamos sucintamente a base
de dados Accessus do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do
Brasil (CPDOC) e terminamos com o Banco de Conteúdos Culturais (BCC), que é um
resultado do trabalho realizado pela Cinemateca Brasileira e pelo Centro Técnico Audiovisual
(CTAv).
A experiência com os noticiários e documentários NO-DO na internet é aqui
que mais se aproxima dos cinejornais da Agência Nacional no Portal Zappiens. O NO-DO e a
Agência Nacional eram empresas, respectivamente, dos governos da Espanha e do Brasil.
Tinham como finalidade a cobertura e divulgação dos atos e atividades de seus governantes.
Os noticiários, na maioria das vezes, foram instrumentos de propaganda política. Segundo
Castro (2012, p. 12) “o enfoque na Propaganda Política como forma de expressão do poder e
de sua consciência de identidade nos permite enxergar parte das demandas de uma época,
através dos conteúdos produzido”.
O NO-DO foi criado no ano de 1942 durante a ditadura do General Francisco
Franco. Após uma parceria entre a Filmoteca Espanhola e RTVE.ES todas as imagens do
maior fundo audiovisual da Espanha foram disponibilizadas para acesso por meio da internet.
As imagens em movimento do NO-DO possuem uma grande identificação com as imagens da
Agência Nacional, pois são noticiários cinematográficos, como se pode observar nas cartelas
da figura 26. A outra relação está no conteúdo, visto que a maior parte dos cinejornais que
serão analisados cobrem os governos dos ditadores militares brasileiros.
64
Figura 26: cartelas dos Noticiarios NO-DO.
Fonte: Portal NO-DO.
A descrição do conteúdo dos Noticiarios y documentales cinematográficos é
apresentada de duas maneiras. Na primeira delas é descrito um breve resumo das imagens.
figura 27). Na segunda maneira o conteúdo é dividido por notícias, com a indicação do timecode de cada uma delas. (figura 28).
Noticiario 05-01-1970 Nº 1409A27
Primeira maneira
Figura 27: extrato da descrição do conteúdo do Noticiario 05-01-1970 Nº 1409A.
Fonte: Portal NO-DO.
27
O noticiario pode ser consultado no Portal NO-DO. Disponível em: <http://www.rtve.es/filmoteca/nodo/not-1409/1487064/>. Acesso em: 7 abr. 2014.
65
Segunda maneira
Figura 28: extrato da descrição de conteúdo dividida por título de notícia do Noticiario 05-01-1970 Nº 1409A.
Fonte: Portal NO-DO.
A segunda maneira direciona o usuário para uma notícia específica. Com a
divisão e indicação do time-code de cada notícia não é necessário assistir o noticiario na
íntegra, facilitando a pesquisa pelo conteúdo.
O Portal NO-DO oferece uma gama maior de opções de compartilhamento em
redes sociais (figura 29 e quadro 8) dos seus vídeos em relação ao Portal Zappiens.
Entretanto, isso não parece ser uma desvantagem muito relevante, já que o portal brasileiro
está conectado com duas redes sociais bem populares no país: Facebook e Twitter.
Figura 29: identidade visual das diferentes redes sociais existentes atualmente no Portal NO-DO.
Fonte: Google Imagens.
66
Quadro 8: comparação de redes sociais “conectadas” com o Portal Zappiens e com o Portal NO-DO.
Portal Zappiens
Portal NO-DO
Twitter
Facebook
Não possui conexão
Google +
Não possui conexão
Tuenti
Não possui conexão
Menéame
Não possui conexão
Delicious
Não possui conexão
Envio por e-mail
Diferentemente do Portal Zappiens, o Portal NO-DO não oferece um espaço
destinado para os comentários dos usuários. O contato com a Filmoteca Espanhola, onde estão
depositadas as matrizes e cópias dos noticiários e documentários, pode ser realizado por meio
de um correio eletrônico: [email protected].
Outra experiência que possui pontos de contatos com o Portal Zappiens é a do
Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC). O
CPDOC é um dos mais importantes centros de pesquisa e documentação do Brasil. Reúne
manuscritos, impressos, fotos, discos, filmes e fitas sobre a história recente do país, com
destaque para arquivos pessoais de homens públicos. As informações sobre os documentos e
grande parte do acervo estão disponíveis na base de dados Accessus, que pode ser acessada
por meio da internet. Os usuários podem realizar suas buscas pelo tipo dos documentos
(“textual”, “audiovisual”, “livro/folheto”, “capítulo de livro”, “exemplar periódico”, “artigo
periódico”), por assunto, título, autor e data de produção.
Partindo do assunto “visita da Rainha Elizabeth II ao Brasil”, que está presente
nos cinejornais da Agência Nacional, realizamos uma busca simples na base de dados
Accessus pela palavra-chave “Rainha Elizabeth”, seguindo uma das recomendações do
espaço “Ajuda”.
67
Figura 30: extrato das orientações do espaço “Ajuda” da Base de Dados Accessus.
A nossa busca resultou em um total de 16 ocorrências. Selecionamos um
documento audiovisual para exemplificar como as informações sobre um filme estão
registradas e estruturadas na base de dados Accessus. É possível notar três grandes áreas para
a descrição de um documento. Na área de “Identificação” estão descritas informações
sumárias como: notação, gênero documental, título, data de produção, quantidade e descrição
física. A área “Arquivo” relaciona o documento a um fundo específico. Por último a área
“Resumo” é dedicada ao conteúdo do documento.
68
Figura 31: extrato da descrição do conteúdo do filme “Visita da rainha Elizabeth II ao Rio de Janeiro” na Base
de Dados Accessus.
Fonte: Base de Dados Accessus do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil
(CPDOC).
Destaca-se na base de dados a ferramenta “Colabore”, que tem por objetivo a
melhoria da qualidade das informações disponíveis no portal. Por meio do “Colabore” Os
usuários podem enviar correções e/ou novas informações sobre determinado item documental.
É recomendável que os usuários enviem a fonte utilizada para que os técnicos do CPDOC
possam confirmar a exatidão das informações para posterior incorporação.
69
Figura 32: exemplo de como funciona a ferramente “Colabore” na Base de Dados Accessus.
Fonte: Base de Dados Accessus do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil
(CPDOC).
A ferramenta “Colabore” proporciona um diálogo constante entre os usuários e
os técnicos responsáveis pelo tratamento técnico de um arquivo. Por meio de um
acompanhamento sistemático as informações sobre um determinado documento poderão ser
enriquecidas. Os usuários poderão contribuir, principalmente, com informações sobre pessoas,
lugares, eventos e datas.
O Portal Zappiens pode receber contribuições dos usuários por meio de um
campo destinado a comentários. Entretanto, não funciona como uma ferramenta para a
melhoria da qualidade das informações. O “Colabore” do CPDOC é um bom exemplo a ser
avaliado pelo Arquivo Nacional. Uma verificação sistemática do que tem sido postado poderá
enriquecer as informações sobre os cinejornais. Lembrando que a digitalização e
disponibilização de documentos na internet não é o fim. Um constante diálogo com os
usuários deve ser uma nova atividade a ser incorporada. Além de elogios e sugestões, alguns
70
comentários apontam para equívocos que precisam ser corrigidos, como pode ser verificado
no Apêndice A.
Por último apresentamos brevemente o Banco de Conteúdos Culturais (BCC),
que foi viabilizado pelo Ministério da Cultura e o Ministério da Ciência e Tecnologia, por
meio do trabalho realizado pela Cinemateca Brasileira e pelo Centro Técnico Audiovisual
(CTAv). A finalidade do Banco de Conteúdos Culturais é a disponibilização de conteúdo
cultural na internet. Atualmente o conteúdo do site está dividido em cinco (5) blocos:
FILMES: Atlântida, Vera Cruz, Silenciosos e Instituto Nacional de Cinema Educativo (INCE)
CARTAZES: Nacionais e Estrangeiros
FOTOS: Galerias
TV TUPI: Telejornalismo, Roteiros de telejornalismo e Telenovelas
PROJETOS ESPECIAIS: Encontros transversais e Arquivo para uma obra-acontecimento
O conteúdo do telejornalismo da TV Tupi é o exemplo que mais se aproxima
dos cinejornais, visto que tanto o primeiro quanto o segundo possuem caráter noticioso. O que
difere, basicamente, um do outro é o meio de veiculação da notícia. Realizamos, portanto,
uma pesquisa básica pela palavra “Pelé”, sem especificação de data, no espaço do banco de
conteúdos destinado ao acervo audiovisual jornalístico da TV Tupi. A busca resultou em 140
reportagens que traziam a palavra “Pelé”, que podia estar configurada nos campos “assunto”,
“identidades”, “descritores primários” e “descritores secundários”.
Abaixo segue um exemplo de como as informações sobre uma reportagem da
TV Tupi estão estruturadas no Banco de Conteúdos Culturais.
Pelé dá autógrafos28
Telejornal:?
Data: 31/12/1969
Descritores primários: Futebol
Identidades: Pelé; Nascimento, Edson Arantes do
Número de entrada: 18305-10
28 O vídeo pode ser consultado no Banco de Conteúdos
<http://www.bcc.org.br/tupi/detalhe/44890>. Acesso em: 10 fev. 2014.
Culturais.
Disponível
em:
71
Figura 33: exemplo de como se apresenta uma notícia no Banco de Conteúdos Culturais (BCC).
Fonte: Banco de Conteúdos Culturais (BCC).
Por meio de um quadro comparativo podemos perceber que a representação da
informação dos cinejornais da Agência Nacional no Portal Zappiens é bem parecida com a
representação das notícias da TV Tupi no Banco de Conteúdos Culturais.
Quadro 9: comparação da descrição de conteúdo no Banco de Conteúdos Culturais (BCC), Portal Zappiens e
Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN).
Banco de Conteúdos Culturais
Portal Zappiens e Sistema de Informações do
Arquivo Nacional (SIAN)
Título
Descrição
conteúdo
Data
Representantes
informação
Telejornal:?
Brasil Hoje n. 6 (1971)
Pelé dá autógrafos
O REI PELE
do Não tem
31/12/1969
[Comemoração do 87º aniversário de Três Corações,
MG e inauguração de uma estátua do jogador Pelé]
1971
da Descritores primários: Futebol / Termos de indexação: Futebol; Nascimento, Edson
Identidades: Pelé; Nascimento, Edson Arantes do; Três Corações (MG).
Arantes do
Não foi possível identificar a existência de um vocabulário controlado. A
pesquisa básica que realizamos levou a concluir que a recuperação da informação está
72
baseada em palavras que constam no título, assunto, descritores primários e secundários e
também em datas e número de entrada.
A interação dos usuários com o Banco de Conteúdos Culturais pode ser
realizada por meio do ícone “contato”.
Figura 34: tela que representa a maneira de como entrar em contato com o Banco de Conteúdos Culturais (BCC).
Fonte: Banco de Conteúdos Culturais (BCC).
No campo “categoria” estão listados os possíveis tipos de assuntos que os
usuários podem enviar: exibição, cartazes, filmes, fotos, pesquisa de imagens, problemas no
site, licenciamento de imagens TV Tupi e outros. Todavia, não foi possível constatar se a
ferramenta de “Contato” contribui para a melhoria da “qualidade das informações”.
Ressaltamos que as iniciativas apresentadas demonstram que a internet e as
novas tecnologias de informação e comunicação (TICs) contribuíram para uma importante
mudança na maneira de difundir e proporcionar o acesso às imagens em movimento em
diferentes ambientes de informação. De acordo com Edmondson (2013, p. 125),
As novas tecnologias ampliam rapidamente as possibilidades de consulta pela
Internet a base de dados, a documentos sonoros e visuais (mediante autorização do
titular dos direitos de autor) e essas possibilidades criam, em contrapartida, novas
demandas. O catálogo tradicional está em processo de mudança. O texto das
73
entradas enriquece-se com ícones, imagens e sons. Também é possível realizar
pesquisas simultâneas em múltiplas bases de dados. Esses sistemas, cada vez mais
aperfeiçoados, revolucionarão as práticas de catalogação e de acesso dos arquivos
audiovisuais, e oferecerão ao usuário maiores possibilidades e opções.
Cada vez mais o perfil dos usuários dos arquivos se diversifica. A internet tem
possibilitado diferentes tipos de pesquisas. Alguém que busca uma imagem, no Google por
exemplo, poderá chegar até a uma instituição arquivística. Há alguns anos o relacionamento
dessas instituições era muito mais frequente com usuários especializados e pesquisadores
acadêmicos. Hoje em dia um adolescente que “navega” pela rede mundial de computadores
poderá conhecer um outro universo.
Os exemplos mostram que existe uma necessidade real de se estabelecer novos
tipos de relacionamentos. Os arquivos, bibliotecas e museus precisam estar preparados para
atender as diferentes demandas colocadas pelos seus usuários e pelo público em geral. Podem
assumir um papel importante na mediação de trocas de informações e conhecimento. De
acordo com Weinberger (2007, p. 147)
À medida que as pessoas se comunicam on-line, a troca de ideias torna-se parte de
um conhecimento digital público vibrante e significativo – em vez de conversar por
alguns momentos com um pequeno grupo de amigos ou colegas, cada pessoa tem,
potencialmente, acesso a um público universal de interlocutores. Como um todo,
essa troca de ideias cria também uma forma de saber que jamais esteve disponível
antes; como a subjetividade, tem raízes em pontos de vista e paixões individuais que
lhe conferem autenticidade.
O autor continua dizendo que “agora podemos constatar que o saber não está
na nossa cabeça, está entre nós. Emerge do pensamento público e social e ali permanece[...]” (
WEINBERGER, 2007, p. 147). Essa constatação afeta diretamente os tradicionais ambientes
de informação, que durante muito tempo foram espaços privilegiados de saber e
conhecimento. Tanto o que foi concebido ao longo da história, quanto o que está sendo
produzido nos dias atuais, podem circular de uma nova maneira.
Deve-se levar em conta que a difusão de documentos na internet gera novas
demandas. As ferramentas de contato disponibilizadas precisam ser bem gerenciadas. No
Portal Zappiens, por exemplo, o campo destinado aos comentários deveria ser constantemente
verificado para saber quais são as dúvidas, interesses, críticas e problemas encontrados pelos
usuários. As ferramentas oferecidas para o contato devem ser vistas como espaços reais de
intercâmbio de informação e conhecimento. Os usuários podem se tornar colaboradores em
potencial. É preciso salientar que a difusão na internet não é o final. Pelo contrário. Pode
74
gerar novos desafios e demandas. Uma relação de diálogo pode trazer alguns benefícios,
como a melhoria das descrições arquivísticas e pontos de acesso.
75
6
ANÁLISE,
DISCUSSÃO
E
RESULTADOS:
APONTANDO
PRINCÍPIOS
METODOLÓGICOS
A partir do arcabouço teórico do nosso estudo, das características próprias dos
cinejornais e dos pedidos de informação direcionados à Coordenação de Atendimento à
Distância (COADI) do Arquivo Nacional concluímos que os princípios metodológicos para a
análise e a representação dos cinejornais devem levar em consideração, principalmente, o
contexto de produção e os aspectos que são comuns aos jornais cinematográficos.
Para esclarecer melhor a importância do contexto de produção de um filme,
retomamos, algumas reflexões do domínio da história. Rosenstone (2010, p. 48) acredita que
uma obra considerada filme histórico pode ser dividida em três partes: gênese, sinopse e
julgamento.
a) Gênese: quem teve a ideia para o filme, quais foram as suas fontes, como vários
produtores-roteiristas-diretores o levaram para a tela e quais eram as intenções; b) Sinopse:
que destaca os personagens e os acontecimentos e também indica os principais desvios em
relação ao registro histórico; c) Julgamento: por que devemos dar importância ao filme, o que
ele contém que nos faz pensar de maneira séria a respeito do passado e como ele poderia ser
modificado para se tornar mais valioso como obra histórica?
A “gênese” é a que mais nos interessa, visto que está explicitamente
relacionada com o contexto de produção de um filme. A partir do exposto pelo autor,
acreditamos que alguns questionamentos podem ser feitos com a finalidade de se conhecer a
“gênese” ou o contexto de produção de um filme.
– Quem teve a ideia para o filme?
– Quais foram as fontes de quem teve a ideia?
– De que maneira produtores, roteiristas e diretores levaram o filme para a tela?
– Quais eram as intenções?
Ainda que Rosenstone não fale sobre os cinejornais especificamente,
acreditamos que os mesmos questionamentos não se restringem aos filmes considerados
históricos.
Ao interrogar um filme, vários filmes, ou parte de um ou mais filmes mediante
determinada opção metodológica, deve-se tratar esse objeto de estudo como um
conjunto de representações que remetem direta ou indiretamente ao período e à
sociedade que o produziu. A análise das narrativas e do momento de produção dos
filmes comprova que estes sempre falam do presente. Dizem algo a respeito do
76
momento e do lugar que constituem o contexto de sua produção. (VALIM, 2012, p.
285)
Nessa mesma linha de raciocínio Lagny (2011, p. 113) acredita que a
abordagem histórica de um filme passa por questionamentos tradicionalmente já realizados
em relação a um texto: “onde, quando, por quem, por que foi feito?”
Partindo do que foi exposto sobre o contexto de produção de um filme, dos
pedidos de informação enviados para Coordenação de Atendimento à Distância (COADI) do
Arquivo Nacional, dos comentários que foram publicados no Portal Zappiens, do Glossary of
Filmographic Terms da FIAF e do FIAF Moving Image Cataloguing Manual, identificamos e
estabelecemos alguns princípios que devem ser considerados na análise, descrição e
representação dos cinejornais. Os princípios estão relacionados com a ESTRUTURA, o
CONTEÚDO e as RESPONSABILIDADES que representam, quase sempre, os jornais
cinematográficos da Agência Nacional. Portanto, consideramos que esses três aspectos devem
ser contemplados na linguagem natural (descrição do conteúdo) e controlada (termos de
indexação / descritores / cabeçalhos de assunto).
ESTRUTURA:
Considerando que os jornais cinematográficos seguem quase sempre uma
forma de apresentação, é importante perceber como são estruturadas as notícias.
1) A maior parte dos cinejornais veiculava mais de uma notícia. Geralmente a notícia era
antecedida por uma cartela. O Glossary of Filmographic Terms da FIAF define esse tipo de
cartela como “título do segmento” ou “título da notícia” (Título que apresenta um segmento
individual dentro de um cinejornal ou filme de atualidades);
2) De acordo com o Glossary of Filmographic Terms da FIAF um cinejornal ou um filme de
atualidades, na maioria das vezes, possui o “número do volume” e o “número da edição”, o
primeiro geralmente indica o ano e o segundo a ordem sequencial do filme dentro do volume;
3) De acordo com o FIAF Moving Image Cataloguing Manual a hierarquia indicada pelo
“número do volume” e o “número da edição” deve ser respeitada, visto que a maioria dos
cinejornais pertence a uma série específica.
4) Certificado de censura, geralmente antecedendo o título do cinejornal.
CONTEÚDO:
77
1) Os cinejornais foram produzidos por uma agência de propaganda do governo federal
brasileiro. Portanto, é recomendável que o contexto de produção seja muito bem explicitado;
2) O conteúdo dos cinejornais privilegiava as atividades do governo federal, como, por
exemplo: obras, construções, inaugurações, visitas, paradas militares, encontros diplomáticos;
3) As autoridades governamentais eram destacadas nas imagens e na narração em off.
Presidentes da República, ministros, governadores, prefeitos, presidentes e diretores de
empresas públicas e privadas;
4) Além das atividades do governo federal, notícias sobre cultura, esportes e localidades
geográficas também foram veiculadas, destacando artistas, esportistas etc.
RESPONSABILIDADES:
Considerando que os cinejornais são obras coletivas, com funções e atribuições
quase sempre muito bem definidas, é recomendável que as responsabilidades sejam
identificadas e representadas arquivisticamente.
1) Créditos Iniciais, Créditos de Abertura, Letreiros Iniciais. Créditos que aparecem no início
do filme. Glossary of Filmographic Terms – FIAF
2) Créditos Finais, Letreiros Finais. Créditos que aparecem no final do filme. Glossary of
Filmographic Terms – FIAF
3) Narração Escrita por, Texto de Narração, Texto de Locução Escrito por, Comentário. Autor
de um texto informativo e explicativo, normalmente lido em off. Não confundir com Narrado
por/Comentário por (B.7.10). Glossary of Filmographic Terms – FIAF
4) Narrador, Narração, Narrado por, Comentador, Locutor, Comentários, Comentário Falado
por. Não confundir com Narração Escrita por/Comentário Escrito por (B.4.15). Glossary of
Filmographic Terms – FIAF
Narração descritiva do evento, personagens e lugares
5) Trilha Musical, Trilha Sonora, Música. Música arranjada ou composta para o filme com as
partes para instrumentos ou vozes tanto gravada ou em partitura. Glossary of Filmographic
Terms – FIAF
De maneira geral os diferentes aspectos reunidos nos três grandes grupos
podem ser percebidos nos jornais cinematográficos da Agência Nacional e contemplam os
comentários publicados no Portal Zappiens (APÊNDICE A) e principais descritores
identificados nos pedidos de informação (APÊNDICE B).
78
ESTRUTURA: descritor cronológico. A partir das cartelas e dos certificados de censura pode
ser possível a identificação da data de um cinejornal.
CONTEÚDO: descritores temáticos, onomásticos e geográficos.
RESPONSABILIDADES: descritores onomásticos.
Todavia, não se pode esquecer que nem sempre todos os aspectos referentes à
ESTRUTURA,
CONTEÚDO
e
RESPONSABILIDADES
estarão
presentes
concomitantemente em um mesmo cinejornal.
Retomando os aspectos da ESTRUTURA cabem algumas considerações sobre
o título do segmento. Julgamos que por meio da identificação do “título do segmento” ou
“título da notícia” e também da “narração em off” outros aspectos de um cinejornal poderão
ser percebidos ou indicados.
Primeiramente, destacamos da amostra selecionada três exemplos que
exprimem como se pode apresentar o “título do segmento” ou “título da notícia” em um
cinejornal.
Exemplo 1: Atualidades Agência Nacional n. 28 (1963)
Figura 35: Print screen de fotogramas do cinejornal Atualidades Agência Nacional n. 28 (1963).
1
2
4
Fonte: Portal Zappiens.
3
5
79
A partir da análise das cartelas acima podemos concluir que o cinejornal em
questão foi produzido pela “Agência Nacional” (1 e 2), faz parte da série “Atualidades
Agência Nacional” (1 e 3), tem como título da notícia “Tito no Brasil” (4) e indica os
responsáveis pela fotografia, narração e roteiro (4). Logo, partindo de um aspecto relacionado
à ESTRUTURA temos condições de perceber aspectos relacionados ao CONTEÚDO e às
RESPONSABILIDADES.
CONTEÚDO: Trata-se de uma visita - “Tito no Brasil”.
RESPONSABILIDADES: “Fotografia Ramon Garcia e Romeu Pascoalini” / “Narração
Alberto Cury” / Roteiro Almôr Azevedo”.
Exemplo 2: Brasil Hoje n. 1 (1970)
Figura 36: Print screen de fotogramas do cinejornal Brasil Hoje n. 1 (1970).
1
2
5
3
4
6
7
Fonte: Portal Zappiens.
No segundo exemplo constatamos pelas cartelas que o cinejornal pertence à
série “Brasil Hoje” (1), indica as responsabilidades (2, 3, 4, 5, 6 e 7) e por fim o “título de
cada notícia” (3, 4, 5, 6, e 7). Partindo-se também de um aspecto relacionado à ESTRUTURA
temos
condições
de
RESPONSABILIDADES.
perceber
aspectos
relacionados
ao
CONTEÚDO
e
às
80
CONTEÚDO: notícias sobre “Cerveja em Blumenau”, “Colheita da uva”, “Quebra-mar de
Salvador”, “Paisagem de Burle” e “Parque dos Guararapes”.
RESPONSABILIDADES: “texto Edson Nequete”, “locutor Alberto Curi”, “montagem Pery
Santos”, “laboratório Lider Cinematográfica” e “fotografia André Palluchi, Fernando Stamato
e Valmir Ribeiro”.
Exemplo 3: Cine Jornal Informativo n. 120 (1968)
Figura 37: Print screen de fotogramas do cinejornal Cine Jornal Informativo n. 120 (1968).
1
2
3
Fonte: Portal Zappiens.
Com base na análise das cartelas do último exemplo sabemos que se trata de
mais um cinejornal da “Agência Nacional” (1), integrante da série “Cine Jornal Informativo”
(2) e com notícias do especial “Imagens do Brasil” (3).
O conhecimento dos títulos dos segmentos ou notícias é fundamental para
iniciar a representação arquivística do cinejornal. Os documentos não-gráficos (audiovisuais,
visuais ou sonoros), de acordo com os “Princípios de indexação” do UNISIT (1981, p. 87),
algumas vezes são indexados a partir do título ou da sinopse, mas isto carece de cuidados
especiais. Além disso, como demonstrado no quadro sobre pedidos de informação, os usuários
muitas vezes buscam os filmes e os cinejornais pelos títulos.
Vale ressaltar, que na maioria das vezes, o analista de filmes terá condições de
ir muito além dos títulos. Somente a partir do que foi visto e escutado, tivemos condições de
constatar o seguinte:
– Atualidades Agência Nacional n. 28 (1963) é realmente monotemático;
– Brasil Hoje n. 1 (1970) é composto por diferentes notícias, conforme já indicado nos “títulos
das notícias”;
4
81
– Cine Jornal Informativo n. 120 (1968) é composto por diferentes notícias, embora não
apresente cartelas com os respectivos “títulos das notícias”.
O “título do segmento” ou “título da notícia” pode oferecer pistas sobre
aspectos do CONTEÚDO e das RESPONSABILIDADES de um cinejornal. Todavia, somente
o visionamento de um cinejornal na íntegra, atentando-se para as imagens e sons, fará com
que a sua representação seja muito mais completa.
Além das cartelas com os títulos das notícias, a narração em off é um outro
aspecto comum aos jornais cinematográficos que deve ser observado. A partir do que é
narrado pode ser possível identificar personagens, lugares, eventos, datas etc.
Apresentamos um exemplo da representação arquivística de um cinejornal e a
sua narração em off.
Atualidades Agência Nacional nº 2 (1963)
Quadro 10: comparação entre a “especificação do conteúdo” e “termos de indexação” estabelecidos com a
“narração em off de um cinejornal.
Sistema de Informações do Arquivo Nacional Transcrição da narração em off
(SIAN) - Especificação do conteúdo e termos
de indexação
[PRESIDENTE JOÃO GOULART E MINISTRO
SANTIAGO DANTAS em reunião, após concluída a
missão econômica desempenhada por este último nos
EUA] / “Dantas, Francisco Clementino de San Tiago,
1911-1964” / “Estados Unidos” / “Goulart, João
Belchior Marques, 1919-1976”
/ “Relações
exteriores” / “Ribeiro, Darci”.
“Vitorioso na missão que o levou aos EUA o ministro
Santiago Dantas, valiosos recursos econômicos foram
obtidos num clima de alto entendimento em que se fizeram
respeitar mais uma vez as diretrizes da independência
política. Graças a sua importante atuação, inspirada no
plano da nossa recuperação econômica, revitalizasse o
conceito internacional de confiança no governo João
Goulart. As linhas de crédito do Brasil nos EUA serão
dinamizadas sem que se comprometam os princípios
básicos de nossa soberania.”
[LOGRADOUROS DO RIO DE JANEIRO –
Denúncia sobre a falta de preservação de locais
históricos, como Arcos da Lapa, Igreja da Glória,
Largo do Boticário, Igreja da Candelária etc] / “Arcos
da Lapa (Rio de Janeiro, RJ)” / “Igreja de Nossa
Senhora da Glória do Outeiro (Rio de Janeiro, RJ)” /
“Largo do Boticário (Rio de Janeiro, RJ)” /
“Patrimônio histórico”
“Os aspectos tradicionais do Rio antigo resistem ainda
apesar das imposições da vida moderna, mas nem todos
resistirão muito tempo à onda de demolições, trazida por
uma urbanização que não respeita os nossos mais
preciosos valores históricos.
O famoso Largo do
Boticário, por exemplo, encantador recanto do Cosme
Velho está ameaçado pela picareta dos violadores de nossa
paisagem. A providencial abertura de um túnel, velho
projeto que se arrasta através de sucessivas
administrações, por si só não deveria implicar na
mutilação de lugares pitorescos como este. Além do
inestimável valor da sua arquitetura colonial, o Largo do
Boticário frequentemente serve de palco às mais
expressivas e admiráveis manifestações de arte.”
[REFORMA AGRÁRIA – Problemas de terra e o “Não são muito numerosas no nosso imenso Brasil as ricas
interesse do governo em resolvê-los mediante projeto propriedades como esta, mas são cada vez mais prósperas.
enviado ao Congresso Nacional] / “Reforma agrária” E sua prosperidade cresce na medida em que se isolam os
82
menos afortunados dando razão a quem disse que no
arame farpado está a desgraça de nosso país. No entanto,
não é mais possível ignorar o clamor dos que são íntimos
da terra e dela não podem sequer colher o seu sustento. O
homem do campo, esquecido e abandonado durante
séculos, ver surgir no horizonte de nossa terra uma
esperança de melhores dias. A reforma agrária, já proposta
ao congresso, poderá ser a realização dessa esperança. A
de uma justa distribuição de nossos recursos.”
[SANTOS X FLAMENGO – Torneio de futebol entre
o time paulista e o carioca, no Estádio do Maracanã,
no Rio de Janeiro] / “Estádio Mário Filho (Rio de
Janeiro, RJ)” / “Futebol”
“Santos mais uma vez campeão. Agora do último torneio
Rio x São Paulo. Mas o Flamengo chegou a dar no
primeiro tempo a impressão de que as coisas não seriam
assim tão fáceis para o seu adversário. A um ataque do
Santos, como sempre sob a inspiração do Pelé, segue-se
um ataque do Flamengo buscando impor-se pela abertura
da contagem. A segunda etapa se inicia sob a impressão de
que o Flamengo poderá ainda repetir o recente feito do
Fluminense, resistindo às investidas dos Santos e por sua
vez pondo em perigo a defesa contrária. Aos 8 minutos,
todavia, Coutinho recebe um passe magistral de Pelé e
armando uma meia bicicleta consigna o primeiro gol do
Santos. Inutilmente o Flamengo procura igualar a
contagem. Em pouco seria vencido outra vez. O terceiro
tempo do Santos assinalado ainda num belo drible de Pelé
confirma a magnífica vitória.
Com base no exemplo selecionado podemos perceber que nem sempre o que é
narrado aparece nas imagens. Como também o contrário. Em sua análise dos cinejornais da
Era Vargas, Castro (2012, p. 102) identificou uma característica da narração em off que
permaneceu durante a ditadura militar: exaltação e supervalorização do que estava sendo
apresentado. Segundo a autora (2012, p. 102), a narração
guia todas as cenas e muitas vezes as exalta e valoriza, conferindo a elas uma
importância ou um status além do exposto. Palavras que conferem grandeza e
monumentalização eram empregadas, às vezes até destoando das próprias imagens.
O narrador preocupava-se em enaltecer todos os feitos do governo, tornando
impecáveis as aparições de seus elementos e incutindo nestes uma maior
credibilidade e segurança.
A falta de sincronia entre a imagem e o som da documentação audiovisual de
televisão foi observada por Caldera-Serrano e Arranz-Escacha (2012, p. 71), por isso, os
autores recomendam que na análise de conteúdo deve se separar a banda de imagem da banda
de som, visto que em algumas ocasiões não oferecem a mesma informação.
A relação não é sempre sincrônica e às vezes vai por um lado a informação da banda
sonora e por outro a informação da banda visual. Igualmente é necessária a descrição
das duas bandas de forma conjunta quando estão sincronizadas, embora em caso de
redundância terá prioridade a descrição da parte visual. (CALDERA-SERRANO,
ARRANZ-ESCACHA, 2012, p. 72). (tradução livre).
83
A representação arquivística da informação de um cinejornal pode ser facilitada
pelo conhecimento que o analista de filmes tem acerca de determinado assunto. No caso
específico dos jornais cinematográficos da Agência Nacional é de fundamental importância
uma certa especialização em história do cinema e do Brasil.
O tratamento das imagens em movimento requer que esteja familiarizado com o
vocabulário específico e com o processo de produção cinematográfica, e se tenha
um bom conhecimento da história do cinema e da sua evolução. Os instrumentos
técnicos utilizados, a forma e o género cinematográfico, a originalidade dos temas, e
até o modo como são abordados são outros tantos elementos que podem influenciar
a avaliação e a selecção. (FILLION, 1998, p. 238).
Souza (2003, p. 66) diz que “o desafio da leitura proposto pelos cinejornais é
tão complexo quanto o dos filmes de ficção [...] faltam fichas técnicas, documentação escrita
sobre as condições de filmagem, quais foram os redatores dos textos de locução”. A ausência
dessa documentação correlata faz com que o trabalho de análise dos cinejornais seja mais
complexo, demandando um tempo maior de pesquisa.
Logo, o conhecimento especializado dos assuntos veiculados pelos cinejornais
da Agência Nacional contribui para o reconhecimento dos aspectos relacionados ao
CONTEÚDO, que como já vimos, enfatizaram obras, construções, inaugurações, visitas,
paradas militares, encontros diplomáticos; autoridades governamentais: Presidentes da
República, ministros, governadores, prefeitos, presidentes e diretores de empresas públicas e
privadas; e notícias sobre cultura, esportes e localidades geográficas, destacando artistas,
esportistas etc.
Caldera-Serrano e Arranz-Eschacha (2012, p. 70), que são especialistas em
análise de imagens em movimento de televisão, preconizam que a indexação de um
documento audiovisual deve levar em conta as “pessoas físicas e jurídicas, lugares
geográficos e termos que sirvam para a descrição temática do documento” (tradução livre).
Partindo das características próprias dos cinejornais, das demandas dos
usuários diante desse tipo de documento audiovisual e considerando a política de indexação
do sistema de informação é que pode se estabelecer o que deverá ser indexado.
O indexador não necessita obrigatoriamente registrar, como termos indexadores,
todos os conceitos identificados durante o exame do documento. A escolha dos
conceitos que serão selecionados ou rejeitados depende do objetivo para o qual as
informações são indexadas. (UNISIST, 1981, p. 88).
Deve-se oferecer a maior e melhor qualidade de informações para que a
multiplicidade de usuários possa ser capaz de fazer as análises críticas concernentes as suas
84
áreas de estudo e pesquisa. O analista de filmes deve procurar, portanto, ser o mais fiel
possível ao que as imagens e sons “dizem” e não o que queriam “dizer”.
As contribuições para a análise, descrição e representação arquivística da
informação dos cinejornais poderão ser realizadas no Sistema de Informações do Arquivo
Nacional (SIAN) e no Portal Zappiens. Aspectos relacionados à ESTRUTURA,
CONTEÚDO e RESPONSABILIDADES podem ser descritos em áreas e campos específicos
do SIAN, isto é, áreas 1, 3 e 7 do sistema. Tomemos como exemplo o cinejornal Brasil Hoje
n. 1.
– Área relacionada à ESTRUTURA no SIAN:
1 – ÁREA DE IDENTIFICAÇÃO
1.1 – Código de Referência: BR AN,RIO EH.0.FIL, BHO.1
1.2 – Título
1.2.1 Indicação do título
Brasil Hoje n. 1
– Áreas relacionadas ao CONTEÚDO no SIAN:
3 – ÁREA DE CONTEÚDO E ESTRUTURA
3.1 – Âmbito e conteúdo
3.1.1 – Especificação do conteúdo
CERVEJA EM BLUMENAL [SC – Aspectos do 5º Festival da Cerveja]
COLHEITA DA UVA [em Bento Gonçalves, RS]
QUEBRA MAR DE SALVADOR [Ministro Mário Andreazza visita obras] PAISAGENS DE
BURLE [MARX Depoimento do paisagista e aspectos de jardins projetados por ele]
PARQUE DOS GUARARAPES [em Jaboatão, PE – Cerimônia de inauguração; presentes o
presidente Médici, a primeira-dama Scila e o governador Eraldo Gueiros]
7 – ÁREA DE CONTROLE
7.1 – Nota do Arquivista
7.1.1 Termos de indexação:
Termo
Andreazza, Mário Davi
Bento Gonçalves (RS)
Blumenau (SC)
Festival da Cerveja, 5º, Blumenau (SC), 1971
Leite, Eraldo Gueiros
85
Marx, Roberto Burle
Médici, Emílio Garrastazu
Médici, Scila Gaffrée
Paisagismo
Parque dos Guararapes (Jaboatão, PE)
Vinicultura
– Área relacionada às RESPONSABILIDADES no SIAN:
1 – ÁREA DE IDENTIFICAÇÃO
1.1 – Código de Referência: BR AN,RIO EH.0.FIL, BHO.1
1.2 – Título
1.2.1 Indicação do título
Brasil Hoje n. 1
1.2.2 – Indicação de Responsabilidade
As cartelas do Brasil Hoje n.1 apresentam as “RESPONSABILIDADES” do
cinejornal, mas na representação arquivística da informação já estabelecida elas não foram
consideradas.
Acreditamos que a 7 – ÁREA DE CONTROLE, na qual são estabelecidos os
termos de indexação, também poderá ser utilizada para as RESPONSABILIDADES, visto
que algumas vezes os usuários estão em busca de um narrador, roteirista etc.
A representação arquivística da informação no Portal Zappiens está de acordo
com o SIAN apenas no que diz respeito à “indicação do título” e “especificação do conteúdo”.
Quadro 11: comparação entre a representação arquivística da informação no Sistema de Informações do Arquivo
Nacional (SIAN) e no Portal Zappiens.
Sistema de Informações do Arquivo
Portal Zappiens
Nacional (SIAN)
1.2.1 Indicação do título: Brasil Hoje n. 1
Título: Brasil Hoje n. 1 (1970)
3.1.1 – Especificação do conteúdo
Resumo:
CERVEJA EM BLUMENAL
[SC – Aspectos do 5º Festival da Cerveja]
COLHEITA DA UVA [em Bento Gonçalves,
RS] QUEBRA MAR DE SALVADOR
[Ministro Mário Andreazza visita obras]
PAISAGENS DE BURLE [MARX –
Depoimento do paisagista e aspectos de
jardins projetados por ele] PARQUE DOS
GUARARAPES [em Jaboatão, PE –
Cerimônia de inauguração presentes o
presidente Médici, a primeira-dama Scila e o
CERVEJA EM BLUMENAL [SC – Aspectos do 5º
Festival da Cerveja]
COLHEITA DA UVA [em Bento Gonçalves, RS]
QUEBRA MAR DE SALVADOR [Ministro Mário
Andreazza visita obras] PAISAGENS DE BURLE
[MARX Depoimento do paisagista e aspectos de
jardins projetados por ele]
PARQUE DOS GUARARAPES [em
Jaboatão, PE – Cerimônia de inauguração;
presentes o presidente Médici, a primeiradama Scila e o governador Eraldo Gueiros]
86
governador Eraldo Gueiros]
7.1.1 Termos de indexação:
Não possui termos de indexação
Andreazza, Mário Davi
Bento Gonçalves (RS)
Blumenau (SC)
Festival da Cerveja, 5º, Blumenau (SC),
1971
Leite, Eraldo Gueiros
Marx, Roberto Burle
Médici, Emílio Garrastazu
Médici, Scila Gaffrée
Paisagismo
Parque dos Guararapes (Jaboatão, PE)
Vinicultura
Percebe-se que falta uma correspondência entre a representação arquivística da
informação do SIAN com a do Portal Zappiens no que diz respeito aos termos de indexação,
que são fundamentais para a representação e a recuperação da informação, demonstrando a
necessidade de ajustes de critérios entre esses dois Sistemas de Recuperação da Informação
(SRIs).
O estudo aqui pretende contribuir para a análise dos cinejornais da Agência
Nacional, considerando que outras maneiras de analisar filmes e documentos arquivísticos
existem.
[...]seja qual for a abordagem escolhida, o objectivo da análise é elaborar uma
espécie de 'modelo' do filme (no sentido cibernético, e não no normativo, como é
evidente), e que por consequência, tal como qualquer objecto de pesquisa, o objecto
da análise do filme exige ser construído. (AUMONT; MARIE, 2011, p. 39).
Por fim, julga-se adequado que uma metodologia específica para a análise,
descrição e representação arquivística da informação de um cinejornal esteja em
conformidade com as normas arquivísticas e também com as normas de catalogação da
International Federation of Film Archives (FIAF), visando a possibilidade de garantir o
acesso aos documentos audiovisuais em ambientes digitais.
87
7 CONCLUSÃO
A experiência do Arquivo Nacional em disponibilizar o seu mais importante
arquivo audiovisual na internet abriu caminhos para estudos e pesquisas acerca da análise,
descrição e representação arquivística da informação de documentos audiovisuais em
ambientes digitais.
No âmbito da Ciência da Informação, por causa principalmente de seu caráter
interdisciplinar, foi possível agregar reflexões de diferentes áreas do conhecimento que
possuem relação com os jornais cinematográficos da Agência Nacional, com destaque para a
Arquivologia, História e Cinema.
Percebemos que a análise dos cinejornais da Agência Nacional a partir das
descrições arquivísticas estabelecidas no Sistema de Informações do Arquivo Nacional
(SIAN) e dos próprios vídeos disponibilizados no Portal Zappiens vai ao encontro da
necessidade de se incorporar novas reflexões e práticas de representação arquivística da
informação, visando, principalmente, o acesso.
Procuramos conhecer um pouco o perfil e os interesses dos usuários por meio
da verificação dos pedidos de informação que foram enviados à Coordenação de Atendimento
à Distância (COADI) do Arquivo Nacional durante o período de 2009 a 2013 e também dos
comentários que foram publicados sobre os cinejornais no Portal Zappiens, acreditando que a
qualidade da representação arquivística da informação poderá ser melhorada por meio da
interação com os usuários.
A identificação de iniciativas semelhantes de difusão de imagens em
movimento na internet demonstrou que estamos em uma época de oportunidades inéditas,
onde as trocas e compartilhamentos de informação estão colaborando para o alargamento da
concepção de lugar e materialidade dos documentos. Portanto, a partir do estudo comparativo
realizado na pesquisa (três experiências, subseção 5.4), apontamos a necessidade de
incorporação das informações que são fornecidas pelos usuários sobre os cinejornais no
campo destinado aos comentários no Portal Zappiens e a inclusão de um campo semelhante
no SIAN.
O propósito principal do nosso estudo foi buscar princípios metodológicos que
contribuíssem para análise, descrição e representação arquivística da informação dos
cinejornais da Agência Nacional, considerando que a representação já estabelecida no Sistema
de Informação do Arquivo Nacional (SIAN) e no Portal Zappiens não estava contemplando
88
todos os aspectos formais e as singularidades dos jornais cinematográficos. Acreditamos que o
nosso objetivo foi atingido, reconhecendo que outras maneiras de análise possam existir.
Os princípios propostos por esta pesquisa, expostos na seção 6 do trabalho,
referem-se
aos
aspectos
relacionados
à
ESTRUTURA,
CONTEÚDO
e
RESPONSABILIDADES. Para os cinejornais esses aspectos precisam estar sempre presentes
na descrição e representação dos mesmos nos sistemas (SIAN e Portal Zappiens), pois muitas
vezes não são incluídos ou ficam dispersos.
Percebemos que trabalhar com os jornais cinematográficos, com enfoque na
representação arquivística da informação, é uma tarefa desafiadora e complexa. Ficou ao
final da pesquisa um desejo de continuar conhecendo melhor os usuários dos cinejornais da
Agência Nacional com o propósito de estreitar os laços entre o fazer análise, descrição e
representação arquivística da informação com os interesses de quem busca e utiliza as
informações.
Após a apresentação desse estudo no ambiente acadêmico, com base em
discussões teóricas fundamentais e comparação de experiências, esperamos contribuir para a
realização de mais estudos e pesquisas acerca das imagens, principalmente as imagens em
movimento, na Ciência da Informação, levando em consideração as maneiras inovadoras e
contemporâneas de disseminação e compartilhamento possibilitadas pela internet.
89
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1,
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<www.brapci.ufpr.br/download.php?dd0=15948>. Acesso em: 7 abr. 2014.
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WEINBERGER, David. A nova desordem digital: os novos princípios que estão
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Elsevier; Campus, 2007.
95
APÊNDICE A – Seleção dos cinejornais que receberam comentários dos usuários do Portal
Zappiens
Atualidades Agência Nacional
Total de Registros: 27
Vídeos com comentários: 2
Atualidades Agência Nacional n. 2 (1963)
O
cinejornal
pode
ser
consultado
no
Portal
Zappiens.
Disponível
em:
<http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do?
_InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgiBDVTRMYHL9_Yqm1LLZTmBoRVpwo3D1t02VP_yUddY5Q.&i
dRepositorio=0&modelo=0>. Acesso em: 02 abr. 2014.
Atualidades Agência Nacional n. 28 (1963)
O
cinejornal
pode
ser
consultado
no
Portal
Zappiens.
Disponível
em:
<http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do?
_InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgilnTMIyWTx3w3tDhfcy5ttDpNsMuISivOvLSrtsgbFS8.&idReposito
rio=0&modelo=0>. Acesso em: 02 abr. 2014.
96
Brasil Hoje
Total de registros: 281
Vídeos com comentários: 13
Brasil Hoje n. 1 (1970)
O
cinejornal
pode
ser
consultado
no
Portal
Zappiens.
Disponível
<http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do?
_InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgifxv0W8uQLwOqQ4KLjJO40-APg2DnqI0OWnRIWWhpSg.&idRepositorio=0&modelo=0>. Acesso em: 02 abr. 2014.
em:
Brasil Hoje n. 29 (1973)
O
cinejornal
pode
ser
consultado
no
Portal
Zappiens.
Disponível
em:
<http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do?
_InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgiQEsB7cdYETBtoutSiE2fvPB6a0aD0S9lhwsSAQnFXAU.&idRepo
sitorio=0&modelo=0>. Acesso em: 02 abr. 2014.
Brasil Hoje n. 51 (1974)
O
cinejornal
pode
ser
consultado
no
Portal
Zappiens.
Disponível
em:
<http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do?
_InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgilRoMW__mSWfP84f1yz0YsXM6lmikdBQRJT00wg8Mx4Q.&idR
epositorio=0&modelo=0>. Acesso em: 02 abr. 2014.
Brasil Hoje n. 57 (1974)
O cinejornal pode ser consultado no Portal Zappiens. Disponível em:
<http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do?_InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgiPyx09NdZIsQ6eE7M10cqSnecQIueuLbUtJ3-umqfk0.&idRepositorio=0&modelo=0>. Acesso em: 02 abr. 2014.
97
Brasil Hoje n. 78 (1974)
O
cinejornal
pode
ser
consultado
no
Portal
Zappiens.
Disponível
em:
<http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do?
_InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgiNZZkuMjr45uqQo7qlyWZkRaBLYKFWRa1yyeosAPZqeM.&idRe
positorio=0&modelo=0>. Acesso em: 02 abr. 2014.
Brasil Hoje n. 129 – Edição Especial (1975)
O
cinejornal
pode
ser
consultado
no
Portal
Zappiens.
Disponível
em:
<http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do?_InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgiS4KIR73eVcfDjdMQTluEry0tJMZj054bWVjTrCNvCA.&idRepositorio=0&modelo=0>. Acesso em: 02 abr. 2014.
Brasil Hoje n. 134 (1976)
O
cinejornal
pode
ser
consultado
no
Portal
Zappiens.
Disponível
em:
<http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do?
_InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgi30zErmrDtMIPg8a_9H2Z5EzB7r_esqy0jpY6d2ChFpo.&idReposit
orio=0&modelo=0>. Acesso em: 02 abr. 2014.
Brasil Hoje n. 139 – Edição Especial (1976)
O
cinejornal
pode
ser
consultado
no
Portal
Zappiens.
Disponível
em:
<http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do?_InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgid-jkseubtiOd44epijsufjETKAO4D_0mHrG5GOq6MQ.&idRepositorio=0&modelo=0>. Acesso em: 02 abr. 2014.
98
Brasil Hoje n. 169 – Edição Especial (1976)
O
cinejornal
pode
ser
consultado
no
Portal
Zappiens.
Disponível
em:
<http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do?
_InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgiEM6AcPG_uvgo5F5BXOOce2QptGSUuo93EmsQvPKhrxQ.&idRe
positorio=0&modelo=0>. Acesso em: 02 abr. 2014.
Brasil Hoje n. 198 (1977)
O
cinejornal
pode
ser
consultado
no
Portal
Zappiens.
Disponível
em:
<http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do?
_InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgix1M8frRq6FJVML0AP80ZuOtPoleKVQmCZhyN8lzrRhg.&idRep
ositorio=0&modelo=0>. Acesso em: 02 abr. 2014.
Brasil Hoje n. 206 (1977)
O
cinejornal
pode
ser
consultado
no
Portal
Zappiens.
Disponível
em:
<http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do?
_InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgi040MiZC7xXaJroaH2WTn4qmFMQwI6M7_8qVg3UlKvIE.&idRe
positorio=0&modelo=0>. Acesso em: 02 abr. 2014.
Brasil Hoje n. 264 (1979)
O
cinejornal
pode
ser
consultado
no
Portal
Zappiens.
<http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do?
_InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgiYXmCvbm8XAKziiEiq0NiR-DP57EwxjitvntKCoA1LY.&idRepositorio=0&modelo=0>. Acesso em: 02 abr. 2014.
Disponível
em:
99
Brasil Hoje n. 274 (1979)
O
cinejornal
pode
ser
consultado
no
Portal
Zappiens.
Disponível
em:
<http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do?
_InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgiMshL3G0PpMIUOdOFr2_4mFRVwdebn1pMacrzmDzA3ug.&idRe
positorio=0&modelo=0>. Acesso em: 02 abr. 2014.
100
Cine Jornal Informativo
Total de Registros: 406
Vídeos com comentários: 20
Cinejornal Informativo v. 2 n. 37 (1951)
O
cinejornal
pode
ser
consultado
no
Portal
Zappiens.
Disponível
em:
<http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do?
_InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgikXUegaRNOsEl_CyJUubTEEw_JuQ5jT0tRoSk6FNxXh8.&idRepo
sitorio=0&modelo=0>. Acesso em: 02 abr. 2014.
Cinejornal Informativo v. 2 n. 52 (1951)
O
cinejornal
pode
ser
consultado
no
Portal
Zappiens.
Disponível
em:
<http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do?_InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgid8Usyxh1eYlXb5nkQuK1CA_Qft-Ted9fWVAC2Rs0NY.&idRepositorio=0&modelo=0>. Acesso em: 02 abr.
2014.
Cinejornal Informativo v. 3 n. 22 (1952)
O
cinejornal
pode
ser
consultado
no
Portal
Zappiens.
Disponível
em:
<http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do?_InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgidQQH2T2Vzg3WxBatfAUvo7ALS3GZlBjOuuyr8cB788.&idRepositorio=0&modelo=0>. Acesso em: 02 abr. 2014.
101
Cinejornal Informativo v. 3 n. 37 (1952)
O
cinejornal
pode
ser
consultado
no
Portal
Zappiens.
Disponível
em:
<http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do?
_InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgiX8XqOikhPDqzaVt875L4gg4frWvu2J5tmSHjhFeeHZk.&idReposit
orio=0&modelo=0>. Acesso em: 02 abr. 2014.
Cinejornal Informativo v. 3 n. 38 (1952)
O
cinejornal
pode
ser
consultado
no
Portal
Zappiens.
Disponível
em:
<http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do?
_InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgiJsJEf48tjAVDAoqQiGLRHenHBhwLZcEi8N9kxDPOz5U.&idRep
ositorio=0&modelo=0>. Acesso em: 02 abr. 2014.
Cinejornal Informativo n. 38/53 (1953)
O
cinejornal
pode
ser
consultado
no
Portal
Zappiens.
Disponível
em:
<http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do?
_InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgiFMATvHRPfZUCJHN_3zJxORc8LX7tEcLQVQlE4yXg1bI.&idRe
positorio=0&modelo=0>. Acesso em: 02 abr. 2014.
Cinejornal Informativo n. 39/54 (1954)
O
cinejornal
pode
ser
consultado
no
Portal
Zappiens.
Disponível
<http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do?
_InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgipA45yBYMKNS76D8HXBiCHV5skFoF-j3aP03rofmt8U.&idRepositorio=0&modelo=0>. Acesso em: 02 abr. 2014.
em:
102
Cinejornal Informativo n. 2/55 (1955)
O
cinejornal
pode
ser
consultado
no
Portal
Zappiens.
Disponível
em:
<http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do?_InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgier1skedwdHrUlXU6l1Sl_0ScNiUz-LTn1Y25qzmSyA.&idRepositorio=0&modelo=0>. Acesso em: 02 abr. 2014.
Cinejornal Informativo n. 17/55 (1955)
O
cinejornal
pode
ser
consultado
no
Portal
Zappiens.
Disponível
em:
<http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do?
_InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgiG3KPRIDPoMiM1tcvAPjB1yO9UVMvJlfzECQYVn5PFrg.&idRe
positorio=0&modelo=0>. Acesso em: 02 abr. 2014.
Cinejornal Informativo n. 20/58 (1958)
O
cinejornal
pode
ser
consultado
no
Portal
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Disponível
em:
<http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do?
_InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgigkA1QX87ut82j0bgpLZmKXPQ6Ra31XPGRf37F0WRa0E.&idRe
positorio=0&modelo=0>. Acesso em: 02 abr. 2014.
Cinejornal Informativo n. 4/60 (1960)
O
cinejornal
pode
ser
consultado
no
Portal
Zappiens.
Disponível
em:
<http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do_InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgi161pNqPhrOqOf55hizj
lV6IVHg4AQGDYhEzogI-16O8.&idRepositorio=0&modelo=0>. Acesso em: 02 abr. 2014.
103
Cinejornal Informativo n. 10 (1965)
O
cinejornal
pode
ser
consultado
no
Portal
Zappiens.
Disponível
em:
<http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do?
_InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgiY0c6Xj0JdPHLC_EaF8l_2vUKo4S57VI3qkmWJ4CPCAo.&idRep
ositorio=0&modelo=0>. Acesso em: 02 abr. 2014.
Cinejornal Informativo n. 112 (1968)
O
cinejornal
pode
ser
consultado
no
Portal
Zappiens.
Disponível
em:
<http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do?
_InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgionM5pjHy9FrPCYRYJEyPvUxz3jjTJ8hSIRw3OswpS3o.&idRepos
itorio=0&modelo=0>. Acesso em: 02 abr. 2014.
Cinejornal Informativo n. 118 (1968)
O
cinejornal
pode
ser
consultado
no
Portal
Zappiens.
Disponível
em:
<http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do?
_InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgiqRW56xRInsJhsEGMcF1wuaAl1op8YcFGd1CYOynw2Og.&idRe
positorio=0&modelo=0>. Acesso em: 02 abr. 2014.
Cinejornal Informativo n. 119 (1968)
O
cinejornal
pode
ser
consultado
no
Portal
Zappiens.
Disponível
em:
<http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do?
_InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cginouPYTB0nplHX78xrmen4OqQi0avRLvdOmD4ljtqr_U.&idReposi
torio=0&modelo=0>. Acesso em: 02 abr. 2014.
104
Cinejornal Informativo n. 120 (1968)
O
cinejornal
pode
ser
consultado
no
Portal
Zappiens.
Disponível
em:
<http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do?
_InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgi2MNe5pb41LAD5JOoRvPJKvYJuRVpzM2ldxqSV8_6gu8.&idRep
ositorio=0&modelo=0>. Acesso em: 02 abr. 2014.
.
105
APÊNDICE B – Categorização dos pedidos de informação enviados à Coordenação de Atendimento à Distância (COADI) do Arquivo Nacional no
período de 2009 a 2013
2009
Total geral de cartas expedidas pela Coordenação de Atendimento à Distância (COADI) do Arquivo Nacional em resposta aos pedidos de informação: 4000
Total de pedidos de imagens em movimento enviados à Coordenação de Atendimento à Distância do Arquivo Nacional: 57
Palavras-chave
Youtube /
Pedidos
Notação Título Zappiens
Outros
Temas
Onomásticos Geográficos Cronológicos
1 “trem em movimento”
1
“navios brasileiros perseguidos por alemães na Segunda Guerra” / “soldados da
2 borracha”
1
1
3 Compositor, radialista, ator e apresentador “Gordurinha”
1
Títulos específicos: “Brasil ano 2000” e “Nossa Senhora dos Remédios”.
4 Imagens de “Paraty” “Festas religiosas” “Divino” São Benedito”
1
1
5 “Brigitte Bardot” em “Búzios”
1
1
“coffee plantation with workers” / “motives of Rio (architecture, monuments)” /
“everiday life in favelas or mid class neighbordhoods” / “kids playing and
swimming in river or waterfalls” / “kids playing soccer in dusty streets, or on
beach etc” / “nostalgic motives (not so rich) of fisherman's ships, beaches, little
6 fisherman's village (Brazil)”
1
1
“Golpe de 64”: “imagens relacionadas ao evento”, “conflitos entre a força
7 policial e a população”
1
8 “Bar Zicartola” / “Show Opinião” / “conjunto “A voz do morro””
1
1
9 “Construção de Brasília”
1
1
10 “Brasília”
1
“Passagem de refugiados durante a Segunda Guerra Mundial por Lisboa em
11 direcção ao continente americano”.
1
1
“Vídeos de futebol” oriundos da “TV Tupi” das décadas de “60 e 70”, mais
12 especificamente do “Botafogo”
1
1
“Visita do Rei Leopoldo III da Bélgica” no “Brasil” em “1964”, mais
13 especificamente no “Parque Indígena do Xingu”
1
1
1
1
“Visita do Vice-Presidente João Goulart à China” / “Presidente Juscelino
14 Kubitscheck vista as obras de construção de Brasília”
1
1
1
1
106
“Nelson Leirner” / “Grupo Rex”: “Geraldo de Barros”, “Wesley Duke Lee”,
“Carlos Fajardo”, “José Resende” / “José Celso Martinêz Correa” (ver também
15 “Zé Celso”) / “Teatro Oficina”
“Diretas Já” / “Presidentes na ditadura” / “Grande depressão de 29” / “CSN” /
16 “Governo Getulio Vargas”
“animation during WWII” / “animated films from Brasil which the
17 military/political situation during WWII”
18 Título específico: “O Barão Otelo no barato dos bilhões”
“Governador do estado de Sergipe Seixas Doria” no dia “13 de março de 1964”
19 na “Central do Brasil”
20 “Bienal Internacional de São Paulo de 1951”
21 Título específico: “O preço da vitória”
22 “Brasília sendo construída, nos anos 60”
“Rio de Janeiro do ano de 1948/50” / “ruas da Urca, Flamengo” e de “artistas” e
ou “exposições” do “primeiro núcleo de arte abstrata”, do qual fazia parte
23 “Abraham Palatinik”
“manifestações populares a acontecimentos acerca da política nacional entre os
anos de 1974 a 1981” / “Movimento estudantil no Brasil de 1974 a 1981” /
“Movimento estudantil e de acontecimentos políticos em Santa Catarina de 1974
24 a 1981”
“Usina de Itaipu”: “construção”, “trabalhadores”, “custos”, “relações com
25 Paraguai no período ditatorial”
26 “Filmes do Ipês (Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais)”
27 “História dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro”
28 “Construção de Brasília”
“Discurso do ex-presidente João Goulart – Jango – na Central do Brasil em 1964”
/ “Golpe militar” nos “desfiles de canhões, caminhões” / “repressão às
29 manifestações políticas nas ruas do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília”
Títulos específicos: “Ninguém segura essas mulheres” / “Marília e Marina” /
30 “Insônia”
“reportagem” da cobertura do “Título de Cidadão Francano” a “Francisco
Cândido Xavier” / “TV Tupi” / “Franca” / “Clube dos Bagres” / “outubro31 novembro de 1975”
32 “Lei da Anistia no Congresso Federal” / “Geisel” / “Wladimir Herzog”
33 “Tancredo Neves” “1950 à 1951”
34 Apenas notação
35 “Pelé”
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
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1
1
1
1
1
1
1
1
1
107
“presidente deposto João Goulart, deposição do presidente” / “tropas nas
ruas” / “prisão de militantes” / “repressão, imagens de repressão nas ruas” /
“tortura, protestos” / “as passeatas pela abertura política” / “posse de Castelo
Branco, em 9 de abril” / assaltos a bancos” / “13 de março de 1964 – Comício da
Central” / “30 de março de 1964 – Jango discursa no Automóvel Clube” /
36 “Imagens dos Atos Institucionais” - relaciona todos os atos
37 “Geada negra” / “Discurso da pá de cal”
“Flavio de Carvalho (1899-1973)” / “New look, traje para um homem tropical” cobriram o evento “O Cruzeiro” / “Atualidades Atlântida” / “Amplavisão” / “TV
Tupi”. Indica palavras-chaves: “Flavio de Carvalho” / “New look” / “Saiote” /
“Clube de artistas modernos” / Experiencia numero 3” / “Experiencia No 3” /
“Experiencia 3” / “Experiencia social numero 3” / “Experiencia numero tres” / “De
saiote de blusa de nylon” / “A fleugma do genio” / “A idumentaria do homem do
38 futuro” / “Flavio de saia e blusa” / “A arte e o homem social” / “moda” / “verao”
“Raul Seixas” / “Ouro de tolo” no “Programa Flavio Cavalcanti” “TV Tupi” do
39 “Rio de Janeiro”
40 “ditadura militar” / “manifestações” / “golpe” / “Diretas Já”
41 “Obras da Transamazônica” / “Presidente Médici” / “Ministro Andreaza”
42 “FEB (Força Expedicionária Brasileira)” / “1944 até nossos dias”
“criação e início das atividades da EMBRAFILME” / “seus ex-presidentes no
exercício do cargo” / “criação do INC, CONCINE” / “órgãos públicos da política
43 audiovisual do cinema brasileiro”
“Brasília”: “tratores iniciando as obras” / “Presidente Juscelino visitando as
obras” / “Oscar Niemayer” / “Maquete das obras” / “Aérea sobre a cidade” /
“Formato do avião” / “Cena de pessoas chegando de ônibus, trabalhadores das
obras” / “Cena externa de ônibus trazendo os imigrantes” / “Outras mais sobre o
44 assunto”
“Discurso do presidente Jango na Central do Brasil dia 13 de março de 1964” /
“imagens diversas/avulsas do presidente Jango no referido período” / “imagens
45 da repressão militar”
46 Filme apresentado no REcine censura
47 “Programa Abertura” / “TV Tupi” / “Fevereiro de 1979 até julho de 1980”
48 “Brigitte Bardot” em “Copacabana” em “1964” / Agência Nacional” / “TV Tupi”
“José Antonio de Aguirre y Lecube (1904-1960)” / “Presidente del Gobierno
Vasco” / 7 de octubre de 1936” / “Lehendakari Aguirre” visitou o “Brasil” em
49 “1942”
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
108
Vídeo da exposição “O cinema nas ondas do rádio” que aconteceu no Arquivo
50 Nacional
“Território federal de Rondônia” nos “anos 30, 40, 50, 60, 70” / “Estrada de Ferro
51 Madeira-Mamoré”
“Epitácio Pessoa inaugurando a I exposição de gados e derivados e, Cordeiro RJ,
52 em 1921, e de Getúlio Vargas inaugurando a mesma exposição em 1943”
“cinejornal do DIP” com imagens de bastidores de um filme chamado “Moleque
53 Tião”
54 “doação de acervo para Memórias Reveladas”
55 “Dalva de Oliveira” nos arquivos da “TV Tupi”
“Escola de Música da UFRJ” localizada na “Rua Luiz de Camões” e que hoje
56 abriga o “Centro Cultural Helio Oiticica”
“Golpe militar de 1964 no Brasil” / “Golpe militar no Chile em 1973” / “Santigo do
Chile no período de 1965-73” / “Aeroporto de Viracopos em 197?” / “aeroportos
57 internacionais brasileiros na década de 70 – congonhas, viracopos, galeão, etc”
Total
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
40
23
1
32
1
19
2
6
0
1
109
2010
Total geral de cartas expedidas pela Coordenação de Atendimento à Distância (COADI) do Arquivo Nacional em resposta aos pedidos de informação: 2200
Total de pedidos de imagens em movimento enviados à Coordenação de Atendimento à Distância do Arquivo Nacional: 18
Palavras-chave
Youtube /
Pedidos
Notação Título Zappiens
Outros
Temas
Onomásticos Geográficos Cronológicos
1 “David Cardoso”
1
2 IPÊS – Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais
1
“Desenhos animados da Disney” sobre a “Política da Boa Vizinhança entre
3 Brasil e EUA”
1
Cinejornais específicos pelo título: “Brasil Atualidades” / “Imprensa Animada” /
“Cine Jornal Brasileiro” / “Bandeirante da Tela” / “DEIP Jornal” / “Novos
combatentes para a Força Aérea Brasileira” / “Escola Técnica de Aviação de São
4 Paulo”
1
5 “Posse de Anísio Teixeira na direção do INEP”
1
1
1
1
6 Títulos específicos: “Mateo 00” e “Mieczyslaw”
1
7 “Amaral Neto, o repórter”
1
Vídeo sobre a exposição “Capitais da Bossa Nova” que aconteceu no Arquivo
8 Nacional
1
“Tuca”/ “Valeniza Zagni da Silva” / “Rolando Farias (les etóiles)” / “Teca
Calazans” / “Ricardo Vilas” / “Nara Leão” / “Produção musical de artistas
9 brasileiros na França” durante o período de “1964 a 1985”
1
1
1
1
10 “trem em movimento e em estações”
1
11 Cinejornais da Agência Nacional: descrição
1
1
“DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda)” / “cine-jornais” / “Discurso do
G. Vargas sobre DIP, etc” / “Discurso de Vargas proferido em 1943” /
12 “Consolidação da CLT” / “Discurso em defesa/exaltação da Pátria”
13 Cinejornais da Agência Nacional
14 IPÊS
“CEI (Campanha de Erradicação de Invasões)”, que originou a cidade de
“Ceilândia/DF” / “anos de 1969 a 1971” / “campanha governamental” / “A cidade
15 é uma só” / “jingle” ou “campanha veiculada em tevê”
Cinejornais da Agência Nacional / “Graminha”, pequeno município de “Oscar
16 Bressane”, a 45 km de “Marília”
17 “Departamento Nacional de Informações (DNI)”
18 “Campanha Esporte para Todos – EPT” / “1977 e 1979”
Total
1
1
1
1
1
4
4
1
1
1
8
2
1
1
1
1
10
1
1
1
4
1
0
110
2011
Total geral de cartas expedidas pela Coordenação de Atendimento à Distância (COADI) do Arquivo Nacional em resposta aos pedidos de informação: 3560
Total de pedidos de imagens em movimento enviados à Coordenação de Atendimento à Distância do Arquivo Nacional: 42
Palavras-chave
Youtube /
Pedidos
Notação Título Zappiens
Outros
Temas
Onomásticos Geográficos Cronológicos
“anos 80”: “mobilizações”, “atos”, “passeatas”, “comícios de 80 a 92” /
1 “impeachment de Collor de Melo”
1
1
1
2 Cinejornal da Agência Nacional
1
1
“Rio Amazonas” / “Arvores sendo derrubadas” / “tratores e plainadoras” /
“construção da transamazônica” / “vista aerea da Floresta Amazonica e da
estrada” / “tratores na transamazônica” / “trator no Rio Xingu” / “Presidente
Medici hasteia a bandeira do Brasil, em Itaituba” / “O min. dos transportes,
3 Mario Andreazza fazendo palestra mostrando o mapa / “construção de estrada”
cantor “Taiguara” / “TV Tupi” / “1966 a 1968” / “Programa Fahrenheit 2000” com
4 a cantora “Eliana Pittman”
5 Notícias da TV Tupi com a indicação dos títulos e notações
6 informações sobre o “acervo do cineasta Cesar Nunes”
7 Cinejornais da Agência Nacional
“Discurso do Getúlio Vargas em 31 de dezembro de 1937” / “Irmãos Villas
8 Boas” / “Expedição Roncador Xingu”
“prisioneiro no momento da troca dos mesmos pelo embaixador” / “Ilha das
9 Flores” / “embaixador suíço, em 1971”
10 “filmes angolanos” realizados a partir de “1975”
11 URL do Zappiens (apenas)
Indicação de palavras-chaves: “Uberaba” / “ABCZ” / “Sociedade Rural do
Triângulo Mineiro” / “exposições de gado em Uberaba”. / Cinejornais da
12 Agência Nacional
13 “Posse do Presidente Castello Branco”, no dia “15 de abril de 1964”
“Graciliano Ramos” / “viagem e retorno de Graciliano à União Soviética em 1952”
/ “comemoração de seus 60 anos na Câmara Municipal em 1952” / “falecimento
em 1953” na “TV Tupi”. Listagem de “eventos públicos” relacionados ao
14 Graciliano Ramos
15 Cinejornais da Agência Nacional
16 “Pronunciamento do Presidente Geisel na inauguração da ferrovia do trigo”
17 “Goiânia”, independente da época
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
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1
1
1
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1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
111
18 “Posse do Presidente Castello Branco, no dia “15 de abril de 1964”
19 Cópia do catálogo da TV Tupi
“Fundação Brasil Central” / “Projeto Altamira-1/Transamazônica” / “1a Missa
realizada em Brasília” / 'Processo Constituinte / Participação-presença da
20 questão indígena e dos índios no processo constituinte de 1988”
21 “Projeto Rondon”
“visita do diretor de cinema americano, Orson Welles, ao Brasil, em 1942 e de
22 Carmem Miranda” / “Orson Welles” / “Carmem Miranda”
23 “acontecimentos políticos brasileiros” / “anos 70 e 80”
24 Cinejornais da Agência Nacional e César Nunes
Gravação “Integralismo Brasileiro” / “Getúlio Vargas” anunciando o “Plano
25 Cohen”
26 “Núcleo colonial Pio XII”
“Cinegráfica São Luiz” / “Cinegrafista Eurico Richardes” / “Realizado em
20/12/1951” / “Natal no Rio Grande do Norte”. Tem mais informações
27 relacionadas às responsabilidades
“usina elétrica de Itaipú” / “redes elétricas de alta tensão” / “pesquisa e
produção de biodisel” / “médicos trabalhado e tratamentos de ponta na área da
28 medicina” / “pesquisadores e produtos da Embrapa”
29 Títulos específicos sobre Marc Ferrez
“cinejornais” e/ou “documentários” de “curta-metragem” produzidos pela(o)
“Agência Nacional/DIP” entre os “anos de 1942 a 1945” que tenham como
assunto a “Segunda Guerra Mundial” e a “Força Expedicionária Brasileira” ou
outros arquivos de “conteúdo propagandístico” sobre a “Segunda Guerra” e a
30 participação brasileira.
31 Cinejornais da Agência Nacional
32 Título específico: “Um morto ao telefone”
33 “Samba” / “Carnaval” / “Bossa Nova”
34 “Novelas” da “TV Excelsior” “A muralha” 1968 e “Sangue do meu sangue” 1969
Discurso “João Batista Figueiredo” / “terceiro aniversário do seu governo” /
35 “pornografia”
“fotograma” de uma das entrevistas que o “Glauber” fez com o “Nelson Motta”
36 para o programa “Abertura” na “TV Tupi” em 1979
37 Cinejornais da Agência Nacional e César Nunes
38 “Assis Valente” / “Mario Lago”
39 Títulos específicos: “Jornal da Tela 66*04” e “Resenha de 1967”
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
112
“Brasília” / “construção” / “inauguração”, enfim, imagens de fatos importantes
40 para a história da cidade
41 “Jogos Pan-Americanos de São Paulo”, em “1963”
42 Cinejornais da Agência Nacional: trechos selecionados
Total
1
1
26
1
1
15
12
1
15
1
2
1
14
8
1
113
2012
Total geral de cartas expedidas pela Coordenação de Atendimento à Distância (COADI) do Arquivo Nacional em resposta aos pedidos de informação: 2600
Total de pedidos de imagens em movimento enviados à Coordenação de Atendimento à Distância do Arquivo Nacional: 61
Palavras-chave
Youtube /
Pedidos
Notação Título Zappiens
Outros
Temas
Onomásticos Geográficos Cronológicos
1 “Trapalhões” da “TV Tupi”
1
2 Cinejornal da Agência Nacional
1
1
3 Cinejornais da Agência Nacional
1
1
4 São Cristovão
1
5 Título específico: “Jardim de guerra”
1
6 Cinejornal da Agência Nacional
1
trechos do “discurso pronunciado por Vargas” no “Estádio São Januário”, no
7 “Rio de Janeiro”, em “1951”
1
1
1
1
8 “telejornais” da “TV Tupi”
1
9 Cinejornais da Agência Nacional
1
1
10 “Canal 100”
1
11 Cinejornais da Agência Nacional
1
1
12 “telejornais censurados” “Excelsior” / “Tupi” / “Globo”
1
13 Cinejornais da Agência Nacional: trechos selecionados
1
1
14 “morte de Getúlio Vargas”
1
15 Cinejornal da Agência Nacional
1
“Desfile de 07 de setembro1975” / “Ditadura militar” / “Posse de João Figueiredo
– 1979” / “Posse de Geisel – 1974” / “Pessoas em Brasília durante as Diretas Já” /
“Morte de Tancredo/Bandeira em Brasília” / “Personalidades voltando para o
16 Brasil pós anistia
1
1
1
1
1
17 Cinejornal da Agência Nacional: trecho selecionado
1
1
18 Cinejornais da Agência Nacional: trechos selecionados
1
1
“Garimpeiros trabalhando em Serra Pelada no auge do garimpo” / “Closes dos
garimpeiros de Serra Pelada cobertos de lama. “Detalhes do ouro que era
extraído” / “Maços de dinheiro. Homens armados” / “Por último, a imensa cava
19 com mais de 100 mil homens trabalhando” /
1
1
20 Cinejornais da Agência Nacional
1
21 “Santos-Dumont”
1
22 Cinejornais da Agência Nacional: trechos selecionados
1
1
23 Cinejornais da Agência Nacional: trechos selecionados
1
1
114
24 “comemorações do 4a Centenário da Cidade de Vitória”
“Cemitério da Quarta Parada”, em “São Paulo”, do “final da década de 50/início
25 da década de 60”
Cinejornal da Agência Nacional. Print-screen da tela do cinejornal selecionado a
26 partir do Zappiens
27 “TV Record”
28 Cinejornal da Agência Nacional
29 “TV Tupi” do “Rio de Janeiro”
30 “Programa Amaral Neto, o repórter”
31 “vídeos antigos da Avenida Paulista”
32 “vídeos antigos da construção do Aeroporto Santos Dumont”
33 cenas do “presidente Figueiredo” em “1979”
34 Título específico: “Vidas secas”
35 “material institucional” sobre a história da “caderneta da poupança”
36 “Dalva de Oliveira”
37 Cinejornais da Agência Nacional
38 lista dos diálogos em inglês do filme “Os herdeiros”
possibilidade de visualizar os “desfiles” de algumas “escolas de samba” do “Rio
39 de Janeiro”, nos “anos 70”
40 Cinejornais da Agência Nacional
41 Filme da “Vickers Limited” / distribuído por “Marc Ferrez e Filhos”
42 Cinejornais da Agência Nacional
43 Títulos específico: “O apito da panela de pressão”
44 “Marcha dos 100 anos”
“história do álcool” / Transmissão de TV e cinejornais selecionados a partir do
45 SIAN
46 vídeos antigos do “Corcovado” e “Cristo Redentor”
Títulos específicos: “Ganga Zumba”, “Desesperato”, “Máscara da traição”, “Se
47 segura malandro”, “Tudo bem”, “Bye Bye Brasil”, “Eu te amo”
48 “Discurso de posse de João Goulart” em “7 de setembro de 1962”
49 Título específico: “DVD Rádio Nacional”
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
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1
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1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
115
“Manifesto feminino nas décadas de 40, 50, 60 e 70” / “Candidatas votando”,
como por exemplo: a “Deputada Benedita da Silva”, mas pode ser qualquer outra
também / “Artistas famosas em algum manifesto ou votando” / “mulheres em
50 algumas atividades de trabalho, etc”
51 “instalação dos postes do Aterro do Flamengo”
52 “Adhemar Ferreira da Silva”
53 Cinejornal da Agência Nacional
54 Cinejornal da Agência Nacional: trecho selecionado
construção do “Elevado da Perimetral no Rio de Janeiro” nas “décadas de 60 e
70” / “Viaduto JK” / “Zona Portuária do Rio de Janeiro” / Cinejornal da Agência
55 Nacional selecionado a partir do SIAN
56 “Estado Novo”
“construção da BR 101” nos “anos 70 e 80” / “desmatamentos” / “madeireiras” /
57 “queimadas”
“Queima das sacas de café no Brasil devido a crise de 1929” / “delegação
brasileira no navio Itaquicê, no Rio de Janeiro, na tarde do dia 26 de junho de
1932, dia da partida para as Olimpíadas de Los Angeles. Getúlio Vargas estava
presente” / “mulheres em sua vida cotidiana, nas ruas, no cafés. De 1930 a
1933” / “cidade de SP no início da década de 30” / “Qualquer vídeo que tenha o
nadador MARIA LENK presente” / “nadadores realizando a Travessia de SP a
nado no Rio Tietê. As travessias foram realizadas nos anos de 1932 a 1936” /
58 “Imagens do voto feminino em 1932”
59 Cinejornais da Agência Nacional
60 Programas da TVE
61 algum filme sobre “Ruy Santos” e “Jorge Amado”
Total
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
24
1
10
14
10
1
1
5
1
1
1
27
11
5
116
2013
Total geral de cartas expedidas pela Coordenação de Atendimento à Distância (COADI) do Arquivo Nacional em resposta aos pedidos de informação: 2821
Total de pedidos de imagens em movimento enviados à Coordenação de Atendimento à Distância do Arquivo Nacional: 56
Descritores
Youtube /
Pedidos
Notação Título Zappiens
Outros
Temáticos Onomásticos Geográficos Cronológicos
“construção e inauguração do sanatorio de curicica em jacarepagua rio de
1 janeiro”, que aconteceu entre “1946-1942”
1
1
1
2 “Dorival Caymmi” / “TV Tupi”
1
3 Cinejornais da Agência Nacional
1
1
Títulos específicos: “Garota de Ipanema” / “O homem Nu” / “Rio 40 graus” /
4 “Cinema Novo” / “Vinícius de Moraes, um rapaz de família”
1
5 Cinejornais da Agência Nacional: descrição e trechos selecionados
1
1
6 Cinejornais da Agência Nacional: trechos selecionados
1
“discurso de JK”, em “31 de maio de 1958”, na “inauguração da “Rádio Nacional
7 de Brasília”
1
1
1
1
“Eduardo Marcic” / “inventor da Máquina de Amaciar Carnes” / “início dos
8 anos de 1960” / “TV Tupi”
1
1
1
9 “filmes produzidos pelo IPES”
1
10 “candidatura de Ernesto Geisel à Presidência da República, datado de 1973”
11 Cinejornais da Agência Nacional: descrição
12 Cinejornais da Agência Nacional: trechos selecionados
“Diretas Já” / “Miguel Arraes” / “Ulisses Guimarães” / “Fernando Henrique
Cardoso” / “Eduardo Suplicy” / “Mario Covas” / “Teotônio Vilela” / “Brizola” /
“Dante de Oliveira” / “Tancredo” / “Luis Carlos Prestes” / “Orestes Quercia” /
13 “Luis Inácio Lula da Silva”
“RIO DE JANEIRO, FINAL DOS ANOS 50/INICIO ANOS 60” / “BRASIL ANOS
50: VIDA URBANA/INDUSTRIALIZAÇÃO/ESTRANGEIRISMOS” / “Ônibus
(trajeto Centro-Copacabana), anos 50” / “pessoas batucando nas mesas, em
garrafas, caixas de fósforo, latas. (vídeo em anexo, obtido de produção amiga,
com a informação de que pertencia ao arquivo nacional)” / “Anúncios de
'produtos bossa nova': geladeiras, roupas, etc.” / “IMAGENS DE PESSOAS
DANÇANDO, CLUBES/BAILES ANOS 60” / “Rio de Janeiro, anos 60, praia” /
14 “Brasil anos 70, discotecas, programas de auditório”
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
117
“cinejornais mais antigos, dos períodos de 1920/1930/1940?” / “imagens mais
antigas, da cidade do Rio de Janeiro ou mesmo de outras capitais” / “Petróleo é
15 nosso” / “cantoras do rádio” / surgimento da bossa nova”
“cine-jornais” referentes à “história política do Brasil” / “Instituto de Pesquisas e
16 Estudos Sociais – IPES”
“Mariel Mariscott” / “Homem de Ouro da polícia carioca” / “Escuderia Detetive
Le COCQ” / “Esquadrão da Morte” / “Estado da Guanabara” / “Guarda-Vidas” /
“Copacabana Palace” / “Mário Andreazza” / “Elza de Castro” / “Darlene Glória” /
“bicheiros” / “Castor” / “Anísio” / “China” / “Raul Capitão” / “Jorge Elefante” /
“Luisinho Drummond” / “presídios” / “Regimento Marechal Floriano de Faria” /
“Freia Caneca” / “Ilha Grande” / “Mariscot” / “Mariscote” / “Mariscott” /
“Mariscotte” / “Mariscoty” / “Moriscot” / “Mouriscott” / “Mouriscot” /
17 “Mouriscote”
18 Cópia da descrição a partir do SIAN
19 “final da Copa de 50”
20 “Brasil do século XX”
“linhas de montagens” na “industria automobilística” no final da “década de 50”
e início dos “anos de 1960” / “industria automobilística brasileira” / “primeiros
dias de trabalho da Mercedes, Volks ou outra empresa multinacional” /
“construção e inauguração da via Anchieta” em “São Paulo” / “Industria
Naval” / “Industria Siderúrgica” / “abandono dos estaleiros e portos” nos anos
de “1980 e 1990” / “cinejornal sobre a industria naval brasileira na década de
1970” / “presidente Lula inaugurando estaleiros ou portos” entre os “anos de
2003 e 2010” / “ex-presidente Lula no Estaleiro Mauá (RJ), no Porto de Suape
21 (PE) ou no Porto de Itajaí (SC) / “Siderúrgica” / “Iperó/SP” / “Fazenda Ipanema”
22 Título específico: “A constituição acima de tudo”
23 “Porto do Rio de Janeiro” / “prefeito Pereira Passos” / “1902 a 1915”
24 “Cacilda Becker”
“Juscelino Kubitscheck” “inaugurando a fábrica da Mercedes Benz e Volks” em
25 “São Bernardo do Campo” em 28/09/1956”
“Elza Soares / Carnaval” / “Elza Soares / Grande Otelo” / “Elza Soares /
Garrincha” / “Elza Soares / Garrinchinha” / “Elza Soares / Copas do Mundo” /
“Elza Soares / Louis Armstrong” / “ Elza Soares / rádio” / Elza Soares / TV” / Elza
26 Soares / Jornais” / “Festa de São Jorge no Rio de Janeiro”
27 Cinejornais da Agência Nacional
28 Cinejornais da Agência Nacional: trechos selecionados
1
1
1
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1
1
1
1
1
1
1
1
118
“governo do Presidente Juscelino Kubitscheck” no ano de “1958” / “Copa do
29 Mundo de Futebol”
30 “TV Excelsior” / “A cidade se diverte”
31 Cinejornais da Agência Nacional: trechos selecionados
32 Cinejornais da Agência Nacional: trechos selecionados, print screen da tela
“indústria naval” / “máquinas antigas” / “J.K (Juscelino Kubitscheck e seu
período)” / “Metalúrgicas em geral” / “Operários e máquinas trabalhando nas
33 ruas e Maracanã” / “Estradas do Brasil com carros antigos”
34 Título específico: “Carlos Castello Branco, o jornalista”
35 “Jogos Pan Americanos” de “1963” ocorridos em “São Paulo”
36 “imagens de arquivo” da “época da Chancada” no “Brasil”
37 “Paraty-rj” / “aldeias indígenas”
Cinejornais, filmetes e documentários da Agência Nacional: trechos
38 selecionados
39 Cinejornais da Agência Nacional a partir do SIAN: trechos selecionados
40 Cinejornais da Agência Nacional
41 Cinejornais da Agência Nacional
“transplante cardiaco” na “africa do sul” em “Camp Town” pelo “Pr. Barnard”
42 em “1967”
“lutas” / “Maguila x Holifield – Disputa pelo título mundial do Conselho Mundial
de Boxe – 1989” / “Acelino Freitas (Popó) x Anatoly Alexandrov – título Mundial
Superpena da WBO – 1999” / “Sarah Menezes x Alina Dumitru, nos Jogos
Olímpicos de 2012” / “Tiago Camilo x Anthony Rodriguez, no Campeonato
Mundial de Judô, em 2007” / “Aurélio Miguel x Marc Meiling, nas Olimpiadas de
1988” / “Waldemar Santana x Helio Gracie, 1955” / “Sertão x Phafrakorb
Rakkietgym , 2006” / “Waldemar Santana x Carlson Gracie, década de 50 (foram
várias lutas, durante a década)” / “Servílio de Oliveira x Toni Moreno, mundial de
boxe, 1971” / “Eder Jofre x Eloy Sanchez – Final do Mundial de Boxe – Peso Galo
43 – 1960
44 Cinejornal da Agência Nacional: trechos selecionados
“ex-presidente Médici” recebendo a “Seleção Brasileira de Futebol” no “Palácio
45 do Planalto” após a vitória na “Copa do Mundo de Futebol” de “1970”
46 Cinejornais e filmete da Agência Nacional: trechos selecionados
47 Cinejornais da Agência Nacional
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
119
“11/04/1964: Castello Branco e eleito presidente (vídeo da posse)” / “março de
1967: Costa e Silva toma posse (vídeo da posse) / “outubro de 1969: reaberto, o
48 Congresso elege Médici (vídeo da posse)”
49 Cinejornal da Agência Nacional: trecho selecionado
50 “Ivon Curi”
51 URL do Youtube
52 “campanha publicitária do cruzado” / “governo Sarney”
53 “cine-jornal 'Atualidades O Globo' de 1942”
“cinematógrafo” / “Instituto Nacional de Cinema Educativo – INCE” /
“exposição de aparelhos de projeção fixa e animada de 1929” / “Escola José de
Alencar” no “Largo de Alfandega” / “Cecília Meirelles e a Exposição” /
“Jonathan Serrano e o Instituto Nacional de Cinema” / “Nereu Ramos” /
“Cecília Meirelles, Carlos Drummond e Vinicius de Moraes no Instituto Nacional
do Cinema Educativo” / “Propaganda sobre o Instituto Nacional do Cinema
Educativo” / “venda de cinematógrafos” / “exposição de 1929” / “difusão das
54 ações para o cinema educativo”
55 “agricultura brasileira”
“centenas de policiais fardados marchando na rua”, em algum “desfile militar” ou
56 imagens de “confronto entre militares e a população civil”
Total
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
28
1
1
1
21
17
20
1
5
21
13
1
120
ANEXO A – Artigo de jornal: Todos os planos da nova Agência Nacional1
1 O Estado de São Paulo disponibiliza as edições dos seus jornais no site “Acervo Estadão”. Disponível em:
<http://acervo.estadao.com.br/pagina/#!/19700920-29281-nac-0035-999-35-not/busca/Agencia+Nacional>.
Acesso em: 22 jul. 2013.
121
ANEXO B – Tela de apresentação do Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN)
122
ANEXO C – Tela de apresentação do Portal Zappiens
ANEXO D – Possibilidades de pesquisa no Sistema de Informações do Arquivo Nacional
(SIAN) e no Portal Zappiens
Nas páginas seguintes segue um exemplo de como as informações sobre os
cinejornais estão estruturadas no Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN) e no
Portal Zappiens, com suas semelhanças e diferenças. O exemplo também mostra como pode
ser realizada a pesquisa nos dois Sistemas de Recuperação da Informação (SRIs).
SIAN: pesquisa “multinível” e “livre”
Zappiens: pesquisa “livre”
Cinejornal selecionado: Atualidades Agência Nacional n. 2
Caminho a ser percorrido para a pesquisar o cinejornal Atualidades Agência Nacional n. 2
Multinível
Fundo/Coleção – Nível 1
Agência Nacional
Série – Nível 3
Filmes
Subsérie – Nível 3.5
Atualidades Agência Nacional
Brasil Hoje
Cinejornais
Cinejornal Brasileiro
Cinejornal Informativo
Documentários
Filmetes institucionais
Transmissões de TV
Fundo/Coleção:
Associação: Atualidades Agência Nacional – Nível 3.5
Dossiê – Nível 4
Atualidades Agência Nacional n. 2
Todas as informações sobre o cinejornal podem ser consultadas no endereço
<http://www.an.gov.br/sian/Multinivel/Exibe_Pesquisa.asp?v_CodReferencia_ID=145899 > e
estão reproduzidas nas próximas telas.
1 – ÁREA DE IDENTIFICAÇÃO – SISTEMA DE INFORMAÇÕES DO ARQUIVO NACIONAL (SIAN)
2 – ÁREA DE CONTEXTUALIZAÇÃO – SISTEMA DE INFORMAÇÕES DO ARQUIVO NACIONAL (SIAN)
3 – ÁREA DE CONTEÚDO E ESTRUTURA – SISTEMA DE INFORMAÇÕES DO ARQUIVO NACIONAL (SIAN)
4 – ÁREA DE CONDIÇÕES DE ACESSO E USO – SISTEMA DE INFORMAÇÕES DO ARQUIVO NACIONAL (SIAN)
5 – ÁREA DE FONTES RELACIONADAS – SISTEMA DE INFORMAÇÕES DO ARQUIVO NACIONAL (SIAN)
6 – ÁREA DE NOTAS – SISTEMA DE INFORMAÇÕES DO ARQUIVO NACIONAL (SIAN)
7 – ÁREA DE CONTROLE – SISTEMA DE INFORMAÇÕES DO ARQUIVO NACIONAL (SIAN)
PESQUISA “LIVRE” NO SISTEMA DE INFORMAÇÕES DO ARQUIVO NACIONAL (SIAN)
Termo pesquisado: Santiago
Total de registros recuperados: 444
Entre eles o cinejornal: Atualidades Agência Nacional n. 2
Problema do termo pesquisado: diferença na grafia do nome nos níveis de descrição “Especificação do conteúdo” e “Termos de indexação”
PESQUISA LIVRE NO PORTAL ZAPPIENS
Termo pesquisado: Santiago
Total de vídeos recuperados: 3
Entre eles o cinejornal: Atualidades Agência Nacional n. 2
Download

os cinejornais da agência nacional no sistema de informações do