PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO MESTRADO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE ARTE E COMUNICAÇÃO SOCIAL ANTONIO LAURINDO DOS SANTOS NETO OS CINEJORNAIS DA AGÊNCIA NACIONAL NO SISTEMA DE INFORMAÇÕES DO ARQUIVO NACIONAL (SIAN) E NO PORTAL ZAPPIENS: CONTRIBUIÇÕES PARA ANÁLISE, DESCRIÇÃO E REPRESENTAÇÃO ARQUIVÍSTICA DA INFORMAÇÃO Niterói 2014 ANTONIO LAURINDO DOS SANTOS NETO OS CINEJORNAIS DA AGÊNCIA NACIONAL NO SISTEMA DE INFORMAÇÕES DO ARQUIVO NACIONAL (SIAN) E NO PORTAL ZAPPIENS: CONTRIBUIÇÕES PARA ANÁLISE, DESCRIÇÃO E REPRESENTAÇÃO ARQUIVÍSTICA DA INFORMAÇÃO Dissertação apresentada ao Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal Fluminense (UFF). Linha de Pesquisa: Fluxos e mediações sócio-técnicas da informação Orientadora: Prof.ª Dr.ª Rosa Inês de Novais Cordeiro Niterói 2014 Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca Central do Gragoatá S237 Santos Neto, Antonio Laurindo dos. Os cinejornais da Agência Nacional no Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN) e no Portal Zappiens: contribuições para análise, descrição e representação arquivística da informação / Antonio Laurindo dos Santos Neto. – 2014. 110 f. ; il. Orientadora: Rosa Inês de Novais Cordeiro. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) – Universidade Federal Fluminense, Instituto de Arte e Comunicação Social, 2014. Bibliografia: f. 89-94. 1. Jornalismo no cinema. 2. Repositório institucional. 3. Política de informação. I. Cordeiro, Rosa Inês de Novais. II. Universidade Federal Fluminense. Instituto de Arte e Comunicação Social. III. Título. CDD 070.18 ANTONIO LAURINDO DOS SANTOS NETO OS CINEJORNAIS DA AGÊNCIA NACIONAL NO SISTEMA DE INFORMAÇÕES DO ARQUIVO NACIONAL (SIAN) E NO PORTAL ZAPPIENS: CONTRIBUIÇÕES PARA ANÁLISE, DESCRIÇÃO E REPRESENTAÇÃO ARQUIVÍSTICA DA INFORMAÇÃO Dissertação apresentada ao Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal Fluminense (UFF). Aprovada em: _________________________ Banca Examinadora ___________________________________________________________________________ Prof.ª Dr.ª Rosa Inês de Novais Cordeiro (Orientadora) UFF ___________________________________________________________________________ Prof.ª Dr.ª Lacy Varella Barca de Andrade UNESA ___________________________________________________________________________ Prof. Dr. Carlos Henrique Marcondes de Almeida UFF ___________________________________________________________________________ Prof. Dr. Luiz Augusto Coimbra de Rezende Filho (Suplente) UFRJ ___________________________________________________________________________ Prof.ª Dr.ª Sandra Lucia Rebel Gomes (Suplente) UFF Para Maria Tereza Machado da Silva AGRADECIMENTOS A apresentação de uma dissertação vai muito além do tempo de pesquisa e estudo em um programa de pós-graduação, por isso, agradeço aos encontros que tive com pessoas e instituições durante a minha trajetória profissional e acadêmica. A minha família que possibilitou a minha mudança para Niterói para estudar na Universidade Federal Fluminense (UFF). Aos professores da UFF com quem tive contato desde a faculdade de Arquivologia. Aos professores do Programa de Pós-Graduação stricto sensu em Ciência da Informação – PPGCI/UFF. A professora Rosa Inês de Novais Cordeiro por sua orientação, inspiração, incentivo e paciência. Aos professores da banca de qualificação e dissertação, que muito contribuíram com críticas e sugestões: Antonio Carlos Amancio da Silva, Carlos Henrique Marcondes e Sandra Lúcia Rebel Gomes. Aos colegas da UFF que se tornaram amigos especiais: Aluf Elias e Priscila Xavier. Aos colegas servidores do Arquivo Nacional, especialmente ao Clovis Molinari Jr e ao Marcus Vinícius Pereira Alves por terem me dado oportunidade de trabalhar com imagens em movimento na instituição. Aos colegas da Área de Imagens em Movimento, da Coordenação de Documentos Audiovisuais e Cartográficos (CODAC) e da Coordenação-Geral de Processamento e Preservação do Acervo (COPRA) do Arquivo Nacional pelo convívio e aprendizado. Aos colegas do Arquivo Nacional que se tornaram amigos: Beatriz Monteiro, Claudia Teresa, Fátima Taranto, Heliene Nagasava, Mariana Lambert e Mariana Monteiro. Ao Leonardo Pardi da Cinemateca Brasileira pelo atendimento dedicado durante a pesquisa. Ao Alan Almeida pelo companheirismo. Aos funcionários do Starbucks de Icaraí pelo ótimo atendimento e ambiente agradável de estudo. A Deus pelas oportunidades, encontros, cuidado e proteção. "Todo nosso conhecimento inicia com sentimentos" Leonardo Da Vinci (artista e cientista italiano, 1452-1519) RESUMO Pesquisa sobre os cinejornais da Agência Nacional, elaborada a partir da literatura de Ciência da Informação, Arquivologia, Cinema e História. As descrições e as representações documentárias dos cinejornais são analisadas em dois Sistemas de Recuperação da Informação (SRIs): Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN) e Portal Zappiens. Apresentam-se as características dos cinejornais e são propostos princípios metodológicos que contribuam para a análise e a representação arquivística da informação dos jornais cinematográficos e, em consequência, na recuperação e no acesso desses filmes no SIAN e no Portal Zappiens. Nos procedimentos metodológicos realiza-se pesquisa bibliográfica, análise dos filmes, verificação dos pedidos de informação enviados à Coordenação de Atendimento à Distância (COADI) do Arquivo Nacional, exame dos comentários publicados pelos usuários do Portal Zappiens e estudo comparativo de três instituições que realizam a difusão de audiovisuais. Palavras-chave: Cinejornais (Agência Nacional). Indexação de cinejornais. Descrição arquivística de cinejornais. Análise de cinejornais. Cinejornais – Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN). Cinejornais – Portal Zappiens. Cinejornais – Recuperação da informação. ABSTRACT Research about the newsreels of the Agência Nacional, elaborate from the literature of Information Science, Archival Science, Cinema and History. The descriptions and representations of documentary newsreels are analyzed in two Information Retrieval Systems (SRIs): Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN) and Portal Zappiens. Presents the characteristics of newsreels and methodological principles are proposed to contribute to the analysis and archival information representation of newsreels and, consequently, in retrieval and access of these films in SIAN and Portal Zappiens. The methodological procedures carried out literature search, analysis of the films, verification of information requests sent to Coordenação de Atendimento à Distância (COADI) of the Arquivo Nacional, examination of the comments posted by users Zappiens Portal and comparative study of three institutions that perform broadcasting of audiovisual. Keywords: Newsreels (Agência Nacional). Indexing newsreels. Description of archival newsreels. Analysis of newsreels. Newsreels – Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN). Newsreels – Portal Zappiens. Newsreels – Information retrieval. LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Cartelas com os títulos das notícias do cinejornal Brasil Hoje n.º 7 (1971) …......24 Figura 2 – Cartelas do cinejornal Atualidades Agência Nacional n.º 30 (1963) ….................25 Figura 3 – Cartelas do cinejornal Brasil Hoje n.º 250 (1978) ….............................................25 Figura 4 – Cartelas do cinejornal Cine Jornal Informativo n.º 118 ….....................................26 Figura 5 – Estrutura hierárquica da série filmes do Fundo Agência Nacional …...................34 Figura 6 – Representação das subséries das imagens em movimento do Fundo Agência Nacional …...............................................................................................................................35 Figura 7 – Descrição do conteúdo e cartelas do documentário Itaipu Binacional (1979) …..36 Figura 8 – Descrição do conteúdo e cartelas do documentário Transamazônica (1978) …....37 Figura 9 – Descrição do conteúdo e cartelas do cinejornal Brasil Hoje n.º 237 (1978) ….....37 Figura 10 – Descrição do conteúdo e cartelas do cinejornal Brasil Hoje n.º 207 (1977) …...38 Figura 11 – Descrição do conteúdo e cartelas do cinejornal Brasil Hoje n.º 169 (1976) …...38 Figura 12 – Cartelas e títulos atribuídos do cinejornal Atualidades Agência Nacional n.º 22 (1963) …...................................................................................................................................39 Figura 13 – Extrato do campo 3.1.1 – Especificação do conteúdo do Cine Jornal Informativo n. 118 …....................................................................................................................................49 Figura 14 – Extrato do campo 7.1.1 Termos de indexação do Cine Jornal Informativo n. 118 …...............................................................................................................................................50 Figura 15 – Print screen das informações sobre o cinejornal Brasil Hoje n. 51 (1974) no Portal Zappiens …....................................................................................................................54 Figura 16 – Print screen de um comentário sobre o cinejornal Brasil Hoje n. 206 (1977) ....58 Figura 17 – Print screen de um comentário sobre o cinejornal Brasil Hoje n. 134 (1976) …58 Figura 18 – Print screen de um comentário sobre o cinejornal Atualidades Agência Nacional n. 2 (1963) …............................................................................................................................58 Figura 19 – Print screen de um comentário sobre o cinejornal Cine Jornal Informativo n. 120 (1968) …...................................................................................................................................59 Figura 20 – Print screen de um comentário sobre o cinejornal Cine Jornal Informativo n. 147 (1969) …...................................................................................................................................59 Figura 21 – Extrato de um pedido de informação do ano de 2009 ….....................................61 Figura 22 – Extrato de um pedido de informação do ano de 2010 ….....................................61 Figura 23 – Extrato de um pedido de informação do ano de 2011 ….....................................61 Figura 24 – Extrato de um pedido de informação do ano de 2012 ….....................................62 Figura 25 – Extrato de um pedido de informação do ano de 2013 ….....................................62 Figura 26 – Cartelas dos Noticiarios NO-DO ….....................................................................64 Figura 27 – Extrato da descrição do conteúdo do Noticiario 05-01-1970 Nº 1409A ….........64 Figura 28 – Extrato da descrição de conteúdo dividida por título de notícia do Noticiario 0501-1970 Nº 1409A …................................................................................................................65 Figura 29 – Identidade visual das diferentes redes sociais existentes atualmente no Portal NO-DO ….................................................................................................................................65 Figura 30 – extrato das orientações do espaço “Ajuda” da Base de Dados Accessus ….........67 Figura 31 – Extrato da descrição do conteúdo do filme “Visita da rainha Elizabeth II ao Rio de Janeiro” na Base de Dados Accessus …...............................................................................68 Figura 32 – Exemplo de como funciona a ferramente “Colabore” na Base de Dados Accessus ...................................................................................................................................................69 Figura 33 – Exemplo de como se apresenta uma notícia no Banco de Conteúdos Culturais (BCC) …...................................................................................................................................71 Figura 34 – Tela que representa a maneira de como entrar em contato com o Banco de Conteúdos Culturais (BCC) ….................................................................................................72 Figura 35 – Print screen de fotogramas do cinejornal Atualidades Agência Nacional n. 28 (1963). …..................................................................................................................................78 Figura 36 – Print screen de fotogramas do cinejornal Brasil Hoje n. 1 (1970) …..................79 Figura 37 - Print screen de fotogramas do cinejornal Cine Jornal Informativo n. 120 (1968) …...............................................................................................................................................80 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Comparação entre espectador normal e analista …..............................................27 Quadro 2 – Resultado comparativo de termos pesquisados na BRAPCI e no Portal de Periódicos da Capes ….............................................................................................................56 Quadro 3 – Resultado comparativo de termos pesquisados na BRAPCI e no Portal de Periódicos da Capes ….............................................................................................................56 Quadro 4 – Comparação da quantificação total de cada tipo de cinejornal e os a quantidade de comentários recebidos no Portal Zappiens ..........................................................................57 Quadro 5 – Classificação dos tipos de comentários postados no Portal Zappiens .................57 Quadro 6 – Pedidos de informação enviados à Coordenação de Atendimento à Distância do Arquivo Nacional .....................................................................................................................60 Quadro 7 – Classificação dos pedidos de informação de imagens em movimento enviados ao Arquivo Nacional .....................................................................................................................60 Quadro 8 – Comparação de redes sociais “conectadas” com o Portal Zappiens e com o Portal NO-DO .....................................................................................................................................66 Quadro 9 – Comparação da descrição de conteúdo no Banco de Conteúdos Culturais (BCC), Portal Zappiens e Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN) …...........................71 Quadro 10 – Comparação entre a “especificação do conteúdo” e “termos de indexação” estabelecidos no SIAN com a "narração em off "de um cinejornal ........................................81 Quadro 11 – Comparação entre a representação arquivística da informação no Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN) e no Portal Zappiens ............................................85 LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS AMIA – Association of Moving Image Archivists BRAPCI – Base de Dados Referencial de Artigos e Periódicos em Ciência da Informação BCC – Banco de Conteúdos Culturais CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CGI.br – Comitê Gestor da Internet no Brasil CIA – Conselho Internacional de Arquivos CPDOC – Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil CTAv – Centro Técnico Audiovisual DIP – Departamento de Imprensa e Propaganda DNI – Departamento Nacional de Informações DPDC – Departamento Nacional de Propaganda e Difusão Cultural EBN – Empresa Brasileira de Notícias FIAF - International Federation of Film Archives FIAT – International Federation of Television Archives IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística INCE – Instituto Nacional de Cinema Educativo ISAAR-CPF – Norma internacional de registro de autoridade arquivística para entidades coletivas, pessoas e famílias ISAD (G) - Norma geral internacional de descrição arquivística IASA – Internacional Association of Sound and Audiovisual Archives ISDF-Norma internacional para descrição de funções ISDIAH – Norma internacional para descrição de instituições com acervo arquivístico ISOC – Internet Society MR – Memórias Reveladas NIC.br – Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR NOBRADE – Norma brasileira de descrição arquivística PRODASEN – Centro de Informática e Processamento de Dados do Senado Federal RNP – Rede Nacional de Ensino e Pesquisa RTVE.ES – Corporación Radiotelevisión Española SIAN – Sistema de Informações do Arquivo Nacional TIC – Tecnologias de informação e comunicação UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro UNESA – Universidade Estácio de Sá UNESCO – Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura Unicamp – Universidade Estadual de Campinas USP – Universidade de São Paulo UNISIST – United Nations International Scientific Information URL – Uniform Resource Locator W3C – World Wide Web Consortium SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO …...............................................................................................................14 2 MARCO TEÓRICO CONCEITUAL …...........................................................................18 3 OS CINEJORNAIS DA AGÊNCIA NACIONAL …........................................................30 3.1 ASPECTOS DA HISTÓRIA ARQUIVÍSTICA E TEMÁTICAS RECORRENTES …....33 3.2 DIFUSÃO PARA ACESSO …...........................................................................................41 4 REPRESENTAÇÃO ARQUIVÍSTICA DOS CINEJORNAIS …...................................44 4.1 SISTEMA DE INFORMAÇÕES DO ARQUIVO NACIONAL (SIAN) …......................44 4.2 PORTAL ZAPPIENS ….....................................................................................................52 5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ….................................................................55 5.1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA ….....................................................................................55 5.2 CAMPO EMPÍRICO ….....................................................................................................56 5.3 ANÁLISE DOS PEDIDOS DE INFORMAÇÃO ENVIADOS À COORDENAÇÃO DE ATENDIMENTO À DISTÂNCIA (COADI) DO ARQUIVO NACIONAL ….......................59 5.4 ESTUDO COMPARATIVO SOBRE A DIFUSÃO DE DOCUMENTOS AUDIOVISUAIS ….................................................................................................................63 6 ANÁLISE, DISCUSSÃO E RESULTADOS: APONTANDO PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS ….........................................................................................................75 7 CONCLUSÃO ….................................................................................................................87 REFERÊNCIAS ….................................................................................................................89 APÊNDICE A – Seleção dos cinejornais que receberam comentários dos usuários do Portal Zappiens APÊNDICE B – Categorização dos pedidos de informação enviados à Coordenação de Atendimento à Distância (COADI) do Arquivo Nacional no período de 2009 a 2013 ANEXO A – Artigo de jornal: Todos os planos da nova Agência Nacional ANEXO B – Tela de apresentação do Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN) ANEXO C – Tela de apresentação do Portal Zappiens ANEXO D – Possibilidades de pesquisa no Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN) e no Portal Zappiens 14 1 INTRODUÇÃO O crescimento e a popularização das tecnologias de informação e comunicação (TICs) e da internet estão suscitando novas maneiras de relacionamentos e prestação de serviços. Pessoas, empresas e instituições estão cada vez mais conectadas em rede e compartilhando suas informações, ampliando com isso a possibilidade de contatos e trocas. É possível perceber cada vez mais a interação homem-máquina em diversos cenários, inclusive nos chamados ambientes de informação como os arquivos, bibliotecas e museus. As instituições arquivísticas brasileiras estão inseridas nesse contexto e consequentemente estão sofrendo os impactos dessa transformação. A difusão e compartilhamento de seus documentos e atividades passaram a ser tarefas fundamentais para o cumprimento do papel de disseminadoras de informação e conhecimento. A maneira tradicional como são desempenhadas as atividades nos arquivos carece de uma constante avaliação, considerando a dinâmica do ambiente informacional hoje em dia. Percebe-se que as fronteiras entre os arquivistas e os usuários dos arquivos têm diminuído consideravelmente. As tecnologias de informação e comunicação, mesmo com todas as promessas mágicas, ainda não possuem a capacidade de solucionar todos os anseios dos diferentes usuários de um arquivo. A interferência do fator humano continua sendo de fundamental importância quando o que está em questão é a organização, identificação, descrição, indexação e difusão de documentos arquivísticos. Nos últimos anos houve uma demanda muito grande para a digitalização de documentos, objetivando, principalmente, o acesso. Todavia, é necessário reconhecer que, neste caso, só é possível recuperar aquilo que foi colocado disponível na rede. Depois, é preciso entender que disponibilizar na internet vai muito além da digitalização dos documentos. Não será possível encontrar na rede aquilo que previamente não foi organizado, identificado, descrito e indexado. A digitalização de documentos deve ser encarada como umas das últimas etapas do processamento arquivístico. No caso específico dos documentos audiovisuais, é necessário buscar uma correspondência entre as imagens e sons (juntos ou separados) e os seus significados verbais. O trabalho de análise e representação arquivística das imagens em movimento terão como resultado significados verbais que servirão para a recuperação da informação e consequentemente para o acesso. O Arquivo Nacional do Brasil consciente da necessidade de promover a difusão da informação arquivística pública na internet firmou um acordo de cooperação 15 técnica com o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), por intermédio do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR, no dia 18 de agosto de 2008. O acordo tinha como finalidade a digitalização de obras audiovisuais sob a guarda da instituição (exceto as depositadas em regime de comodato), desde que já telecinadas, para difusão por meio de plataforma virtual na internet no âmbito do Projeto de Conteúdos Digitais do CGI.br. O exemplo pioneiro mostra que muitas das carências financeiras e profissionais das instituições públicas brasileiras podem ser minimizadas com acordos e parcerias para o desenvolvimento de pesquisas e compartilhamento de recursos tecnológicos e informacionais. Para inaugurar o compromisso entre o Arquivo Nacional e o CGI.br o arquivo de imagens em movimento1 da Agência Nacional foi disponibilizado para acesso no Portal Zappiens.br. As cópias digitais e as respectivas descrições arquivísticas dos cinejornais, filmetes institucionais, documentários e transmissões de TV podem ser consultadas na plataforma virtual mantida pelo CGI.br na rede mundial de computadores desde o ano de 2010. Como está ocorrendo com a maioria dos portais e sites, o conteúdo do Portal Zappiens2 pode ser compartilhado nas principais redes sociais, ampliando e diversificando o perfil de usuários. O documentário “O comportamento na estrada (1970)” 3, por exemplo, foi compartilhado 95 vezes no Facebook, 5 vezes no Twitter e recebeu 10 comentários dos usuários do portal desde que foi publicado para acesso no dia 23 de março de 2010. A disponibilização das imagens em movimento da Agência Nacional no Portal Zappiens.br para acesso não foi por acaso. Após consultar os pedidos de atendimento e as requisições de reprodução de documento arquivístico, verificou-se que tais imagens em movimento representam o arquivo audiovisual mais consultado e reproduzido da instituição. Os fragmentos e cópias integrais dessas imagens em movimento são reproduzidos para depois 1 Foi considerada a definição de imagens em movimento estabelecida pela UNESCO na Recomendação sobre a Salvaguarda e a Conservação das Imagens em Movimento, votada por sua Assembléia Geral reunida em Belgrado em 1980: "qualquer série de imagens captadas e fixadas em um suporte (independente do método de captação das mesmas e da natureza do dito suporte – por exemplo, filmes, fitas, disco, etc. - utilizado inicial e ulteriormente para fixá-las) com ou sem acompanhamento sonoro que, ao serem projetadas, dão uma impressão de movimento e estão destinadas à comunicação ou distribuição ao público ou se produzam com fins de documentação; considera-se que compreendem, entre outros, elementos das seguintes categorias: i produções cinematográficas (como filmes de longa metragem, curta metragem, filmes de divulgação científica, documentários e atualidades, desenhos animados e filmes educativos); ii produções televisivas, realizadas por ou para as organizações emissoras; iii produções videográficas (como as contidas nos videogramas) que não sejam mencionadas em i. e ii.” (UNESCO, 1980 apud SOUZA, 2009, p. 6). 2 Zappiens.br é um projeto do Comitê Gestor da Internet no Brasil para divulgação, disseminação e distribuição de conteúdos digitais em língua portuguesa. Disponível em: <http://zappiens.br/portal/home.jsp>. Acesso em: 22 jul. 2013. 3 O comportamento na estrada (1970). Disponível em: <http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do? _InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgiL8t_3BaWVF7w-FPFNW_a0dfq64PX7nUa24UHlamC_M.&idRepositorio=0>. Acesso em: 7 abr. 2014. 16 serem utilizados, principalmente, em documentários, filmes de ficção, programas de TV e trabalhos acadêmicos. O acordo firmado entre o Arquivo Nacional e o Comitê Gestor da Internet no Brasil segue uma tendência de difusão de acervos na internet. A Cinemateca Brasileira, com patrocínio do Conselho Federal Gestor do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos coordenado pelo Ministério da Justiça, disponibilizou em uma base de dados 4 as informações e as imagens do Acervo Audiovisual Jornalístico da TV Tupi. Na Europa podemos citar iniciativas com propósitos próximos ao acordo mencionado, como, por exemplo, a parceria entre a Filmoteca Española e a Corporación Radiotelevisión Española – RTVE.ES, que possibilitou a disponibilização dos noticiários e documentários NO-DO da época da ditadura franquista. A partir desta realidade cabe afirmar, que esta pesquisa foi estimulada considerando que existem aspectos das imagens em movimento, em especial dos aspectos formais e de conteúdo dos cinejornais, que ainda não foram levados em conta na descrição arquivística e indexação já estabelecidas e por conta disso o acesso aos conteúdos restringe a sua recuperação/busca ou fica restrito. Portanto, este estudo teve como objetivo a proposição de princípios metodológicos para a representação arquivística do conteúdo dos cinejornais. Diante disso, e com base na experiência da difusão do arquivo de imagens em movimento da Agência Nacional no Portal Zappiens.br, algumas questões podem e devem ser estudadas, tais como: qual tipo de análise de filmes pode ser aplicada aos cinejornais da Agência Nacional para potencializar os pontos de acesso para seu uso? É possível estabelecer critérios para análise e descrição dos cinejornais? Quais procedimentos da análise documentária são necessários para representar e possibilitar o acesso aos documentos audiovisuais em ambientes digitais? Quais as vantagens e as dificuldades para difundir os documentos audiovisuais na rede mundial de computadores? Pretende-se também com este trabalho verificar quais são os aspectos comuns aos cinejornais que deverão estar presentes na representação da informação arquivística, abordando a indexação intelectual no esforço homem-máquina, com o intuito de contribuir para a recuperação da informação e, consequentemente, para o acesso no Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN) e no Portal Zappiens. 4 A Cinemateca Brasileira coordenou o projeto Resgate do Acervo Audiovisual Jornalístico da TV Tupi, que visava a disponibilização das imagens em movimento na internet. Disponível em: <http://www.cinemateca.gov.br/cgi-bin/wxis.exe/iah/?IsisScript=iah/iah.xis&base=TUPI&lang=p>. Acesso em: 22 jul. 2013. 17 Definições clássicas e históricas da Ciência da Informação e o estado da arte das imagens em movimento na área foi identificado e discutido. Como o objeto de pesquisa, especificamente no que diz respeito a análise dos cinejornais, possui relação com a Arquivologia, Cinema e História, buscou-se também a interlocução teórica com essas três áreas do conhecimento com a finalidade de se realizar uma proposta de descrição e representação arquivística para os jornais cinematográficos. Também levou-se em conta o que já está estabelecido nas normas arquivísticas e nas normas de catalogação da International Federation of Film Archives (FIAF). As indagações e questões acima foram desenvolvidas nas seções que compõem este trabalho. Começamos com a apresentação e a discussão do “Marco teórico conceitual” (Seção 2), onde selecionamos e incluímos a literatura da Ciência da Informação, Arquivologia, Cinema e História que foram fundamentais para o desenvolvimento desta pesquisa. Em “Os cinejornais da Agência Nacional” (Seção 3) traçamos uma sintética contextualização da produção e exibição de cinejornais no Brasil, com ênfase nos jornais cinematográficos produzidos pela Agência Nacional, alguns “Aspectos da história arquivística e temáticas recorrentes” (Seção 3.1) e maneiras de “Difusão para acesso” (3.2). Na seção 4 discutimos a “Representação arquivística dos cinejornais” com a finalidade de mostrar como os documentos audiovisuais estão sendo contemplados nas normas arquivísticas e nas normas de catalogação da International Federation of Film Archives (FIAF) e sua realização no “Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN) (Subseção 4.1) e no Portal Zappiens (Subseção 4.2). Na seção 5 são apresentados os procedimentos metodológicos da pesquisa, assim definidos: a) da pesquisa bibliográfica (Subseção 5.1); b) do campo empírico (Subseção 5.2); c) análise dos pedidos de informação enviados à Coordenação de Atendimento à Distância (COADI) do Arquivo Nacional (Subseção 5.3); e d) estudo comparativo sobre a difusão de documentos audiovisuais na internet (Subseção 5.4). Finalizamos com a “Análise, discussão e resultados: apontando princípios metodológicos” (Seção 6) e com uma “Conclusão” (7) acerca da pesquisa realizada. 18 2 MARCO TEÓRICO CONCEITUAL O marco teórico conceitual do nosso trabalho está pautado em definições fundadoras e históricas da Ciência da Informação. Relaciona-se também com o panorama atual da área, principalmente, nos estudos e pesquisas acerca da representação e recuperação das imagens em movimento. Somando-se as discussões sobre o tema presente na CI, buscamos também na Arquivologia o arcabouço teórico adequado para nossas discussões, visto que o nosso objeto de pesquisa é de natureza arquivística. Sobre a análise de filmes selecionamos as principais referências do Cinema e da História, que poderão contribuir para a representação arquivística dos cinejornais com foco na recuperação da informação. Começamos com o levantamento e o estudo de referências teóricas da área da Ciência da Informação. Para a finalidade dos nossos estudos chegamos a duas importantes conclusões. Primeiro foi possível perceber que desde o surgimento da área a representação e a recuperação da informação estiveram no centro das discussões. Segundo que a recuperação das imagens, especificamente as imagens em movimento, ainda não mereceu o devido aprofundamento na área. Segundo Cordeiro (2010, p. 235), As pesquisas na área de Ciência da Informação que contemplam a especialidade da Organização do Conhecimento e da Informação de Imagens, englobam, em seu escopo, os audiovisuais e, entre estes, os filmes cinematográficos, no entanto abordados de forma reduzida na literatura da área. (grifo nosso) O resultado da investigação realizada na Base de Dados Referencial de Artigos e Periódicos em Ciência da Informação (BRAPCI) e no Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) revela que no Brasil ainda não foram desenvolvidos estudos e pesquisas com ênfase na representação arquivística de cinejornais, visando a indexação e a recuperação da informação. Os estudos já desenvolvidos com os cinejornais tiveram como ênfase os aspectos históricos e sociológicos da propaganda política transmitida pelas imagens nas salas de cinema. O nosso objeto de pesquisa encontra fundamentação teórica em, pelo menos, duas definições clássicas e históricas do que seria Ciência da Informação. A primeira delas surgiu na conferência realizada no Georgia Institute of Tecnology, em 1962, e faz parte da esclarecedora cronologia da área apresentada por Shera e Cleveland (1977, p. 265) no texto History and Foundations of Information Science. A ciência que investiga as propriedades e o comportamento da informação, as forças que regem o fluxo de informações, bem como os meios de tratamento da informação para otimizar a acessibilidade e o uso. Os processos incluem a produção, difusão, 19 coleta, organização, armazenamento, recuperação, interpretação e uso da informação. O campo é derivado ou relacionado com a matemática, lógica, lingüística, psicologia, informática, pesquisas operacionais, artes gráficas, comunicação, biblioteconomia, gestão, e alguns outros campos. (tradução nossa). Desde o surgimento da definição até agora, muitas mudanças sociais e tecnológicas ocorreram, afetando o processamento e uso da informação. Todavia, a definição continua atual e aplicável, visto que ainda hoje continua sendo desafiador estabelecer “os meios para processar a informação para ótima acessibilidade e uso”. Na concepção de Borko (1968) a Ciência da Informação é “uma ciência interdisciplinar que estuda as propriedades e o comportamento da informação, as forças que dirigem o fluxo e o uso da informação e as técnicas, tanto manuais como mecânicas, de processar a informação visando sua armazenagem, recuperação e disseminação”. Considerando as duas definições mencionadas acima é possível perceber a questão da representação e recuperação da informação, sobretudo dessa última, que está presente na área desde o seu início por conta da necessidade de tratar as informações de caráter científico e tecnológico. Portanto, a Ciência da Informação se apresenta como um ambiente propício epistemologicamente para a reflexão acerca da representação das imagens em movimento da Agência Nacional. Borko (1968) há mais de 50 anos já previa a relação da representação da informação com os computadores e os sistemas de informação. a Ciência da Informação está relacionada com pesquisas que envolvem a representação da informação, tanto em sistemas naturais como artificiais, no uso de códigos para a transmissão eficiente de mensagens e no estudo de dispositivos e técnicas para o processamento da informação, tais como os computadores e os sistemas de informação. Verifica-se que desde o surgimento da Ciência da Informação a questão da recuperação da informação esteve presente nas definições da área e a tendência é de ampliação, principalmente, com o nível acelerado do desenvolvimento e aprimoramento de novas tecnologias de informação e comunicação (TICs). Saracevic (1996, p. 45) acredita que a recuperação da informação foi uma das responsáveis pelo desenvolvimento da Ciência da Informação. […] o trabalho com a recuperação da informação foi responsável pelo desenvolvimento de inúmeras aplicações bem sucedidas (produtos, sistemas, redes, serviços). Mas, também, foi responsável por duas outras coisas: primeiro, pelo desenvolvimento da CI como um campo onde se interpenetram os componentes científicos profissionais. Certamente, a recuperação da informação não foi a única responsável pelo desenvolvimento da CI, mas pode ser considerada como principal; ao longo do tempo, a CI ultrapassou a recuperação da informação, mas os problemas principais tiveram origem aí e ainda constituem seu núcleo. Segundo, a recuperação 20 da informação influenciou a emergência, a forma e a evolução da indústria informacional. Novamente, a recuperação da informação não foi o único fator, mas o principal. Como a CI, a indústria da informação atualmente não é apenas recuperação da informação, mas esta é o seu componente mais importante. As novas tecnologias de informação e comunicação (TICs) fizeram e fazem com que uma nova postura seja adotada, sobretudo quando o foco está no usuário, quem pesquisa e usa a informação. O exercício da cidadania, que está sendo comumente relacionado ao acesso à informação, também tem sido estimulado por leis e pelos meios de comunicação. As instituições detentoras de acervos precisam estar preparadas para atender os anseios dos cidadãos nesse novo contexto. O crescimento da Internet como meio de disponibilização de informação/conhecimento, sob as mais diferentes formas – documentos, imagens, hiperdocumentos, – reforça ainda mais a importância da representação para suportar atividades de descoberta/identificação de informações, avaliação e uso. Estas atividades são essenciais para que o conhecimento, tornado assim disponível, possa ser acessado e se torne operacional. (MARCONDES, 2001, p. 67). O objeto de estudo, especificamente no que diz respeito a análise dos cinejornais, possui relação com a Arquivologia, Cinema e História, portanto, a natureza interdisciplinar da Ciência da Informação proporciona um ambiente apropriado para discutir a representação de imagens em movimento, visando a recuperação da informação. Além disso, possui relação com a Ciência da Computação, já que a utilização das tecnologias de informação e comunicação (TICs) como um meio, uma interface, tem proporcionado o acesso a esses documentos digitais. É importante salientar que os cinejornais da Agência Nacional integram um fundo arquivístico da principal instituição de arquivo do Brasil e, portanto, o tratamento técnico realizado nos documentos seguiu normas, técnicas e padrões arquivísticos reconhecidos e praticados internacionalmente. Entretanto, as peculiaridades do campo arquivístico não impedem a identificação de relações com outros campos, especificamente com a Ciência da Informação, na qual as pesquisas sobre representação e recuperação da informação encontram-se seus fundamentos. Para Saracevic (1996, p. 56) “desde os primórdios da CI, a noção de eficácia (por exemplo, a comunicação eficaz do conhecimento, o acesso eficiente aos recursos informacionais, a relevância e utilidade da informação, a qualidade da informação...) tem sido uma preocupação central”. No século XXI essa noção continua presente na área. A utilização das tecnologias de informação e comunicação (TICs) para processamento, armazenamento e 21 difusão de documentos cresce a cada dia com o barateamento dos preços dos equipamentos e com a disseminação de sistemas e programas de recuperação da informação. As vantagens das novas tecnologias de informação e comunicação (TICs) e as teorias e técnicas da Ciência da Informação e da Arquivologia podem contribuir para organização e representação dos documentos audiovisuais. […] a Ciência da Informação irá favorecer (e poderá ser favorecida com) estudos que coloquem em discussão os impactos que as redes e sistemas de informação virtual vêm causando nas áreas com as quais faz fronteira, sendo a arquivologia uma delas. O enquadramento de acervos arquivísticos no âmbito da internet exigirá, por parte do campo arquivístico, a incorporação de novos princípios conexos com as transformações ocorridas nos processos de produção, gestão e difusão da informação. (MARIZ, 2012, p. 14). O cenário atual, onde a internet proporciona diferentes maneiras de contatos e relacionamentos, uma maior interação entre usuários e arquivistas precisa ser estimulada. Também pode-se aproveitar para manter um constante diálogo com outras áreas do conhecimento, com a finalidade de contribuir para a identificação de conteúdo e organização dos arquivos que possuem cinejornais. Estudos mais recentes da área da Ciência da Informação apontam para o desenvolvimento de pesquisas com foco nos documentos multimídias e nas novas necessidades de informação colocadas a partir do uso da internet como forma de interação entre os arquivos e os seus usuários. Hertzum (2003) no artigo Requests for information from a film archive: a case study of multimedia retrieval, analisou os pedidos de informação dirigidos ao Deutsches Filminstitut (DIF), Frankfurt, Alemanha. Para o autor (2003, p. 169) O aumento da disponibilidade de materiais multimídia é acompanhada por uma necessidade de técnicas de indexação que apoiem uma recuperação eficaz. Isso exige pesquisa sobre técnicas de recuperação multimídia e estudos empíricos sobre por que, quando e como as pessoas buscam material multimídia. (tradução nossa). Ainda no panorama internacional destacam-se os trabalhos desenvolvidos por Peter Enser acerca da recuperação da informação, com ênfase na recuperação da informação visual. O autor (2008) no artigo The evolution of visual information retrieval, apresentou um breve panorama do desenvolvimento da teoria e prática da recuperação da imagem na era digital e defendeu a investigação da recuperação da informação baseada no conteúdo. Em 2012 foi publicado um conjunto de trabalhos de pesquisa relacionados com a indexação e a recuperação de informações não-textuais (Introduction to indexing and retrieval of non-text information, 2012). De acordo com Neal (2012, p.1), organizadora da 22 publicação, o crescimento do número de documentos não-textuais colocados on-line está colocando uma tarefa desafiadora para a indexação e a recuperação da informação. Destaca-se na publicação o artigo de La Barre e Cordeiro (2012, p. 234-262), That obscure object of desire: Facets for film access and discovery, que utilizou o recurso da análise fílmica e de facetas5 para identificar maneiras de melhorar o acesso às imagens em movimento. As autoras (2012, p. 235) esclarecem que o Acesso à informação é um tema predominante em biblioteconomia e ciência da informação. Criação de acesso a recursos de informação envolve os processos básicos de tradução, análise e representação. Prática corrente na criação de simples representações documentais, muitas vezes inclui informações sobre codificação de conteúdo e indicações de como e onde o conteúdo está disponível. (tradução nossa) Cordeiro (2010, p. 88) explica a importância da representação documentária e o papel do indexador como mediador entre os documentos, os usuários e os Sistemas de Recuperação de Informação. Quando o indexador analisa um documento de forma individual, pode-se acreditar que o parâmetro a ser considerado é a interseção entre o universo de documentos e o universo de usuários e, de forma menos intensa, o universo da unidade organizacional, além dos critérios estabelecidos na política de indexação. O indexador irá usar um parâmetro hipotético de possíveis perguntas/interesses de usuários para tal universo de documentos. Diante disto, verifica-se que alguns princípios norteiam a análise do indexador, considerando a representação (indexação) e a recuperação das informações. A representação da informação6 é que poderá garantir a sua disseminação e utilização. Daí é fundamental o trabalho de descrição e indexação dos documentos arquivísticos, independentemente do gênero, com foco no usuário. Inseridos nesse contexto também estão os cinejornais. De acordo com Cordeiro e Amâncio (2005, p. 94), A indexação de qualquer documento é um procedimento redutor do conteúdo total de uma fonte de informação, inclusive o filme, mas a prática da indexação, tendo como base a tentativa de analisar o filme mediante o seu potencial informativo, potencializa [e] possibilita o acesso aos fragmentos do filme e viabiliza a tomada de decisão do usuário sobre a necessidade [d]o acesso e uso do filme. Outro aspecto que deve ser observado no domínio da representação documentária é o estabelecimento de políticas de indexação, pois nos parece que existe uma grande dificuldade em estabelecer tais diretrizes nas instituições. Essa dificuldade pode ser ainda maior quando está em questão um fundo documental arquivístico, visto que diferentes 5 Ver também outro trabalho das autoras acerca da análise de facetas e filmes: CORDEIRO, Rosa Inês Novais de; La Barre, Kathryn. Análise de facetas e obra fílmica. Informação & informação (UEL. Online), v. 16, p. 180-201, 2011. Ainda, as autoras (2012, 240), comparam os pontos de acesso descritos e fornecidos por quatro ambientes informacionais de imagens em movimento: IMDb – Internet Movie Database (USA/UK); Moving Image Archive (USA); Porta Curtas (Brasil); BBC Motion Gallery (UK). 6 Também denominada com tratamento temático da informação (TTI), análise documentária, indexação e representação documentária. 23 gêneros documentais (textuais, iconográficos, cartográficos, audiovisuais) podem integrar esse mesmo fundo. Uma das características dos documentos arquivísticos é a relação orgânica que eles possuem. Entretanto, essa relação orgânica muitas vezes não é percebida e nem aplicada quando o conjunto documental de um fundo é muito grande. Cada gênero documental é tratado tecnicamente de forma específica e a descrição e a indexação são feitas com base em metodologias próprias (ad hoc) e não em uma política institucional de indexação. A partir de uma visão otimista, podemos identificar algumas iniciativas de indexação, mas dificilmente uma política clara e estabelecida. O tratamento arquivístico integrado dos diferentes gêneros documentais deve levar em conta as especificidades de cada um. As imagens, assim como as histórias, nos informam e o reconhecimento do texto imagético como documento nos sinaliza a necessidade de lançarmos mão de metodologia de análise que nos orientem no trabalho de leitura, uma vez que as imagens operam de maneira fragmentária, delimitadas por enquadramentos e pontos de vista onde as informações se encontram em meio a signos e símbolos de naturezas distintas. É nesse sentido que as imagens apresentam vestígios visuais na recomposição material do passado em aspectos triviais do cotidiano, como vestimentas, arranjos domésticos, etc., o que torna importante ressaltar ainda uma vez a distância entre a imagem e a realidade, voltando a questão da representação como contexto intrínseco a qualquer imagem do passado e à necessidade de consideramos sempre o contexto social externo do qual ele é produto. (MUNIZ, 2010, p. 133). O trabalho de representação da informação carece de leituras e interpretações apuradas, levando-se em conta as diferentes formas de apresentação das imagens. Um filme de ficção possui uma estrutura narrativa e uma intenção diferente de uma atualidade cinematográfica. Deve-se atentar, portanto, para a interpretação das imagens em movimento dentre dos seus contextos específicos de produção e intenção. Cordeiro (1996, p.3) defende que a interpretação da imagem consiste, em última instância, em tentar ler o seu significado. É, neste momento, que criador e destinatário irão se encontrar/conhecer. Contar um filme é fazer uma interpretação, uma decodificação por parte de quem o conta. O esforço então concentra-se na tentativa de encontrar o significado da imagem. A interpretação desse significado é que servirá de base para o desenvolvimento da descrição do documento, seja ele textual, iconográfico ou uma imagem em movimento. Cordeiro (1996, p.5) também diz o que mais importa para a área da representação da informação é […] conhecer o potencial informativo do filme, as várias interpretações e os aspectos comuns à interpretação (as semelhanças e diferenças) e que levam a distinguir 24 possíveis variáveis a serem aplicadas à análise/leitura/interpretação de filmes e sua documentação em grandes acervos. Isto permite, também, detectar possíveis segmentos/categorias de usuários, e de como estes olham e se interessam pelo uso desta informação. Por mais que os documentos já estejam organizados, arranjados, descritos e disponibilizados, sempre será necessário avaliar os procedimentos e as metodologias utilizados em um contexto anterior. Os fatos registrados nos cinejornais da Agência Nacional ainda permanecem presentes na memória de grande parte dos cidadãos brasileiros. Esses fatos foram identificados, descritos e representados durante as décadas de 80 e 90 na seção de filmes do Arquivo Nacional. Entretanto, os documentos de arquivo não são estanques e nem limitados. Sempre serão passíveis de novas análises. Em qualquer estágio, a informação sobre os documentos permanece dinâmica e pode ser submetida a alterações à luz de maior conhecimento de seu conteúdo ou do contexto de sua criação. Em especial, sistemas de informação automatizados podem servir para integrar ou selecionar, como exigido, elementos de informação, e atualizá-los ou alterá-los. (ISAD (G), 2000, p. 11). José Inacio de Melo Souza (2003), em artigo que relata a experiência do trabalho com cinejornais, esclarece que a fragmentação dos temas e assuntos dos cinejornais é um dos obstáculos para a leitura histórica do documento fílmico. Para o autor (2003, p. 46) “os vários tópicos cobertos por um número de cinejornal levado semanalmente às telas pedem uma complexa abordagem de enunciados descontínuos e separados no tempo e no espaço.” A fim de mostrar a diversidade de apresentação do formato do conteúdo dos cinejornais, cabe ilustrar algumas situações. Por exemplo, o cinejornal Brasil Hoje n.º 7 (1971)7 é composto por quatro assuntos diferentes: “Semana da Asa”, “Caribé”, “História” e “Cidade Teatro”. Figura 1: cartelas com os títulos das notícias do cinejornal Brasil Hoje n.º 7 (1971) Fonte: Brasil Hoje, n.º 7, 1971 7 O cinejornal pode ser consultado no Portal Zappiens. Disponível em: <http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do? _InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgiUg3ipJVNsgDx1pylhLyEZHR_JlaQrgWZchktsbpseLU.&idReposit orio=0&modelo=0>. Acesso em: 30 maio 2013. 25 Geralmente os cinejornais apresentam mais de uma notícia, mas também podemos encontrar outros que tratam de assuntos específicos. Isso pode ser verificado, por exemplo, no cinejornal Atualidades Agência Nacional n.º 30 (1963)8, que foge do formato atualidade ao apresentar o episódio “Manhã na roça” do cineasta Humberto Mauro, na edição especial do Brasil Hoje n.º 250 (1978)9, que foi inteiramente dedicado ao Teatro Municipal do Rio de Janeiro e no Cine Jornal Informativo n.º 118 10, que cobriu a visita da Rainha Elizabeth II ao Brasil. Atualidades Agência Nacional n.º 30 (1963) Figura 2: cartelas do cinejornal Atualidades Agência Nacional n.º 30 (1963). Fonte: Portal Zappiens. Brasil Hoje n.º 250 (1978) Figura 3: cartelas do cinejornal Brasil Hoje n.º 250 (1978). Fonte: Portal Zappiens. 8 O cinejornal pode ser consultado no Portal Zappiens. Disponível em: <http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do? _EntityIdentifier=cgibfGBwIMim2Ah1gwsrByVIDvSW01X9SnNgcm7_VvNNqk.&_InstanceIdentifier=0&idR epositorio=0>. Acesso em: 31 mar 2014. 9 O cinejornal pode ser consultado no Portal Zappiens. Disponível em: <http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do? _InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgi6LYTOZVZ2W0hyENYpirmiOmrzSDhEcsUBHUtyIGWKnI.&idR epositorio=0&modelo=0>. Acesso em: 30 maio 2013. 10 O cinejornal pode ser consultado no Portal Zappiens. Disponível em: <http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do? _InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgiqRW56xRInsJhsEGMcF1wuaAl1op8YcFGd1CYOynw2Og.&idRe positorio=0&modelo=0>. Acesso em: 31 mar 2014. 26 Cine Jornal Informativo n.º 118 Figura 4: cartelas do cinejornal Cine Jornal Informativo n.º 118. Fonte: Portal Zappiens. Teóricos do Cinema e também da História já desenvolveram análises de filmes direcionadas para o interesse das suas respectivas áreas. A Ciência da Informação pode se valer da interlocução com estas áreas para procurar estabelecer uma análise específica para a representação dos conteúdos de cinejornais, visando a recuperação da informação em ambientes digitais. Além disso, deve-se considerar os trabalhos e discussões que são realizadas no âmbito do Comitê de Normas de Descrição do Conselho Internacional de Arquivos (CIA) e da Comissão de Catalogação e Documentação da International Federation of Film Archives (FIAF) Para começar as reflexões sobre análise de filmes, para os objetivos desta pesquisa, foram levantados e estudados alguns trabalhos importantes e consolidados na área de cinema. Aumont e Marie, teóricos do cinema, entre outros, (2011, p. 11), declararam que [...] analisar um filme, mesmo enquanto obra artística, é no fundo uma actividade banal, pelo menos de maneira não sistemática, que qualquer espectador, por pouco crítico, e distante do objecto, pratica a dado momento da sua visão. O olhar com que se vê um filme torna-se analítico quando, como a etimologia indica, decidimos dissociar certos elementos do filme para nos interessarmos mais especialmente por tal momento, tal imagem ou parte da imagem, tal situação. Logo, a análise, no sentido mais amplo, seria uma atividade cotidiana. Qualquer espectador estaria apto a realizá-la. Contudo, a análise de um filme visando à recuperação da informação vai exigir um olhar mais analítico e criterioso. Corroborando com essa ideia, Vanoye e Goliot-Lété (1994, p. 12) defendem a análise como um exame técnico. O filme não seria apenas visto, mas revisto e examinado. Analisar um filme não é mais vê-lo, é revê-lo e, mais ainda, examiná-lo tecnicamente. Trata-se de uma outra atitude com relação ao objeto-filme, que, aliás, pode trazer prazeres específicos: desmontar um filme é, de fato, estender seu registro perceptivo e, com isso, se o filme for realmente rico, usufruí-lo melhor. 27 Marc Ferro (2010, p. 90), no domínio da História, estabeleceu três aspectos para a análise das “atualidades cinematográficas (cinejornais)”. O primeiro aspecto é a “crítica da autenticidade”, depois a “crítica de identificação” e por último a “crítica de análise”. Esses aspectos também podem ser observados pelo analista que visa a representação da informação do conteúdo dos cinejornais. Ainda, o autor (2010, p. 98) alerta para a sedução que as imagens podem provocar. As imagens fornecem uma espécie de energia de informação, que convém domar como se faz com um animal. Somos tomados pela força das imagens, dos discursos ou da música, não é possível, portanto, passar diretamente a um discurso de tipo magistral, pois esse tipo de discurso não 'colaria'. O analista, portanto, deverá buscar um certo distanciamento do “encantamento” que as imagens podem provocar. As imagens devem ser submetidas ao analista e não o contrário. A tarefa não é fácil e nem simples. Os trabalhos já desenvolvidos nas áreas do cinema e da história, mediante a interlocução com a Ciência da Informação e a Arquivística, poderão dar o embasamento teórico necessário para a identificação de atributos e características que devem ser observados durante a análise de um cinejornal. Vanoye e Goliot-Lété propõem uma diferença entre o espectador normal e o analista (1994, p. 18). A distinção entre um e outro foi esquematizada pelos autores em forma de um quadro comparativo. Cordeiro (2010), usando a comparação dos autores citados, observa que a atividade do analista pode ser cotejada com a do indexador quando ele realiza a leitura técnica do filme a ser representado no serviço de informação. Quadro 1: comparação entre espectador normal e analista. Espectador normal Analista Passivo, ou melhor, menos ativo do que o Ativo, conscientemente ativo, ativo de analista, ou mais exatamente ainda, ativo de maneira racional, estruturada. maneira instintiva, irracional. Percebe, vê e ouve o filme, sem desígnio Olha, ouve, observa, examina tecnicamente particular. o filme, espreita, procura indícios. Está submetido ao filme, deixa-se guiar por ele. Submete o filme a seus instrumentos de análise, a suas hipóteses. Processo de identificação. Processo de distanciamento. Para ele, o filme pertence ao universo do lazer. Para ele, o filme pertence ao campo da Prazer reflexão, da produção intelectual. Trabalho Fonte: VANOYE, Francis, GOLIOT-LÉTÉ, Anne. Ensaio sobre a análise fílmica. Campinas, SP: Papirus, 1994. 28 Resumidamente, ainda conforme os autores (1994, p. 18), o “analista e espectador 'normal' não receberiam portanto o filme da mesma maneira, pois o primeiro busca precisamente distinguir-se de forma radical do segundo, não se deixa dominar como o último pelo filme.” Além das imagens em movimento (com ou sem som), o elemento sonoro também pode ser analisado. Jan Asmund Jakobsen relatou sua experiência com os cinejornais noruegueses durante o Congresso da Federação Internacional de Arquivo de Filmes, em 1993. Na oportunidade chamou a atenção para a importância do elemento sonoro. Os meus próprios interesses, preocupações e experiências levam-me a recomendar, aos que estão planejando fazer pesquisas no mesmo campo, que sempre anotem a narração em off do início ao fim, uma vez que o texto falado domina o conteúdo, na medida em que se torna o fator principal da narrativa. (JOKOBSEN, 1996, p. 91). (tradução livre). Barnier (2011, p. 57) esclarece que, geralmente, o som audiovisual é dividido em diálogos, músicas e ruídos. Podemos acrescentar no caso específico dos jornais cinematográficos a narração em off, visto que as imagens em movimento dos cinejornais da Agência Nacional, quase sempre, eram conduzidas por esse tipo de narração. Apesar de contribuir para o entendimento do que está sendo visto, não se deve atribuir à narração em off uma responsabilidade descritiva do conteúdo de um jornal cinematográfico. Já vimos que o analista de filmes deve estar atento às imagens em movimento e ao som. Todavia, isso não parece ser suficiente. As imagens e sons oferecem múltiplas possibilidades de análise. Portanto, é necessário estabelecer critérios a partir de alguns princípios e práticas. Aumont e Marie (2011, p. 39) defendem a fixação de três princípios para a análise de filmes: A. Não existe um método universal para analisar filmes. B. A análise de um filme é interminável, pois seja qual for o grau de precisão e extensão que alcancemos, num filme sempre sobra algo de analisável. C. É necessário conhecer a história do cinema e a história dos discursos que o filme escolhido suscitou para não os repetir; devemos primeiramente perguntar-nos que tipo de leitura desejamos praticar. A análise de um filme com o objetivo de representá-lo por meio da descrição de conteúdo e termos de indexação pode gerar uma certa angústia. Como bem disseram Aumont e Marie (2011, p. 39), “a análise de um filme é interminável”. Logo, é necessário 29 fixar a análise do filme na perspectiva da representação arquivística da informação. Para Fillion (1998, p. 239) Seja como for, é ilusório pensar que a descrição, mesmo a mais detalhada, possa substituir a própria obra. Como para qualquer outro suporte, as várias informações que contêm os documentos cinematográficos obrigam inevitavelmente a efectuar uma escolha, informações essas que devem facilitar a recuperação e reduzir as longas horas de busca e de visionamento. As escolhas serão diferentes dependendo do objetivo da análise fílmica e representação da informação. As escolhas de um analista que trabalha em um banco de imagens certamente não serão as mesmas de um analista que trabalha em uma instituição arquivística. Como já mencionado anteriormente, os documentos arquivísticos de um mesmo fundo, independentemente do suporte e do gênero, possuem uma relação orgânica e são organizados de maneira com que essa relação possa ser percebida. As imagens em movimento devem ser lidas e interpretadas com critérios técnicos para que suas representações possam fazer sentido e consequentemente possam ir ao encontro das necessidades dos mais variados tipos usuários. Também é necessário pensar que tudo isso faz parte de um processo que não se esgota com a disponibilização dos documentos e das suas respectivas representações em sistemas de recuperação de informação e na web. Estamos diante de uma realidade viva e em transformação. As argumentações e as referências citadas nesta parte do trabalho demonstram que a análise dos cinejornais da Agência Nacional no SIAN e no Portal Zappiens, que são meios de acesso e recuperação da informação, está, portanto, bem recepcionada nas reflexões e nas questões epistemológicas fundadoras e atuais da Ciência da Informação. Além disso, pode-se perceber que o aspecto interdisciplinar da área possibilita o diálogo com a Arquivologia, Cinema e História. 30 3 OS CINEJORNAIS DA AGÊNCIA NACIONAL Apresentamos um breve histórico da produção e exibição de cinejornais no Brasil, com ênfase nos jornais cinematográficos produzidos pela Agência Nacional. Destacamos também os esforços para a organização, preservação e disponibilização para acesso de um importante patrimônio audiovisual brasileiro. Convém, antes de mais nada, esclarecer o que significa um cinejornal a partir de uma definição estabelecida em um dicionário especializado. CINEJORNAL – Noticiário produzido especialmente para apresentação em cinemas. É geralmente um filme de curta-metragem. É geralmente um filme de curta-metragem, periódico, e exibido como complemento de filmes em circuito comercial. Diz-se também atualidades ou jornal da tela. (BARBOSA; RABAÇA, 1978, p. 94). Isto posto, é recomendável ir ao cenário histórico da produção cinematográfica para se conhecer o contexto de produção e exibição dos jornais cinematográficos. Os autores Vanoye e Goliot-Lété (1994, p. 23) entendem que “analisar um filme é também situá-lo num contexto, numa história. E, se consideramos o cinema como arte, é situar o filme em uma história das formas fílmicas.” Nesse sentido, pretendemos nos próximos parágrafos contextualizar a produção e a exibição de cinejornais, com ênfase nos cinejornais produzidos pela Agência Nacional. Os primeiros jornais cinematográficos, mais conhecidos como atualidades e cinejornais, apareceram no início das primeiras experiências cinematográficas. Os próprios irmãos Lumière (1909) experimentaram na Europa o uso desse tipo de curta-metragem informativo nos espaços que começavam a exibir filmes. De acordo com Capuzzo (1986, p. 17), “os primeiros filmes eram registros de curta duração sobre autoridades, fatos jornalísticos e alguns espetáculos de variedades”, estrutura bem próxima do que seria um jornal cinematográfico. Assim como o próprio cinema, não demorou muito para que um cinejornal passasse a fazer parte da programação das salas que projetavam os primeiros filmes no Brasil. De acordo com o verbete “cinejornal” da Enciclopédia do Cinema Brasileiro (Ramos; Miranda (Org.) 2000, p. 133-134), Francisco Serrador, em 1910, produziu o Bijou Jornal para ser exibido em São Paulo, e Arnaldo e Cia. trouxe a marca da Pathé para a cidade do Rio de Janeiro. Nos anos posteriores outras empresas e companhias, como Cinédia, Atlântida, Primo Carbonari, também começaram a produzir cinejornais no país. 31 A partir da década de 1930, por meio do Decreto n.º 21.240, de 4 de abril de 1932, passava a ser obrigatória a exibição de curtas-metragens de caráter informativo. O artigo15 do decreto estabelecia “a instituição permanente de um cinejornal, com versões tanto sonoras como silenciosas, filmado em todo o Brasil e com motivos brasileiros, e de reportagens em número suficiente, para inclusão quinzenal, de cada número, na programação dos exibidores.” Nessa época informativos produzidos por particulares, que recebiam incentivos do governo, eram exibidos nas salas de cinema antes do filme que estava em cartaz. A primeira experiência do Estado na produção direta de cinejornais tem início em 1938 no Departamento Nacional de Propaganda e Difusão Cultural (DPDC), que depois se transformou em Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP). O DIP foi criado em 1939, no governo do então Presidente Getúlio Vargas, compreendendo os setores de divulgação, radiodifusão, teatro, cinema, turismo e imprensa. O Cinejornal Brasileiro produzido nessa época funcionou como um importante meio de propaganda da Era Vargas. O Departamento de Imprensa e Propaganda começa a produzir documentários e jornais cinematográficos, e com a produção oficial institucionalizada as produtoras independentes perdem boa parte do seu mercado. Além da concorrência desigual, têm de enfrentar censura sistemática. Alguns produtores e cinegrafistas conseguem transformar-se em funcionários públicos, filmando diretamente para o DIP, ou para suas agências estaduais, mas a maior parte marginalizada. (GALVÃO; SOUZA, p. 472-473). Com a publicação do Decreto-Lei n.º 7.582, de 25 de maio de 1945, o DIP é substituído pelo Departamento Nacional de Informações (DNI). Nesse decreto a Agência Nacional aparece como parte integrante do novo departamento ao lado da Divisão de Imprensa e Divulgação, com a Seção de Biblioteca; Divisão de Radiodifusão, com a Seção de Discoteca; Divisão de Cinema e Teatro, com a Seção de Filmoteca; e Divisão de Turismo; A Agência Nacional tinha um caráter meramente informativo e atuava na distribuição de noticiário e serviço fotográfico à imprensa da Capital e dos Estados. O DNI existiu por menos de dois anos, sendo extinto pelo Decreto-Lei n. 9.788, de 6 de setembro de 1946. Entretanto, a Agência Nacional ficava mantida, subordinada diretamente ao Ministério da Justiça e Negócios Interiores. Permanecia com a função “meramente informativa das atividades nacionais em todos os setores competindo-lhe ministrar ao público, aos particulares, às associações e à imprensa tôda sorte de informações sôbre assuntos de interêsse da nação, ligados à sua vida econômica, industrial, agrícola, 32 social, cultural e artística.”11 Ficava incumbida de manter o jornal cinematográfico de caráter noticioso e o boletim informativo radiofônico de irradiação para todo o país. Tinha como objetivo a divulgação dos atos oficiais e também a divulgação das realizações do governo federal por meio de imagens em movimento, registros fotográficos e gravações em áudio. Funcionou até 1979, quando passou a se chamar Empresa Brasileira de Notícias (EBN). A partir da década de 1970 começa a diminuir a produção e exibição dos informativos cinematográficos nas salas do Brasil. De acordo com o verbete cinejornal (2000, p. 134), da Enciclopédia do Cinema Brasileiro, A partir da década de 70, os cinejornais tornaram-se anacrônicos. O crescimento do número de televisores presentes nos lares brasileiros associado ao jornalismo produzido cada vez mais próximo do tempo real foram dois fatores que empurraram o cinejornal para fora do mercado. O terceiro foi o número cada vez maior de alfabetizados com acesso a jornais e revistas. O jornal O Estado de São Paulo, do dia 26 de setembro de 1976 (ANEXO A), publicou um artigo sobre os planos da Agência Nacional. Os cinejornais seriam substituídos por documentários coloridos sobre o Brasil. As mudanças foram anunciadas pelo diretor da Agência Nacional na época, o jornalista Arnaldo Cavalcanti Lacombe. Na matéria do jornal o diretor “informou que toda a produção de cinejornais acaba de ser suspensa para iniciar, em breve, a serie de documentarios coloridos sobre o País, eliminando-se, assim, os filmes ruins, com iluminação e textos deficientes e divulgação de notícias superadas”. No Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN) estão cadastrados 145 (cento e quarenta e cinco) documentários, que datam dos anos 20 até os anos 80. A maior concentração está na década de 70, onde se pode verificar a existência de 106 (cento e seis registros). Tal constatação confirma a intenção dos novos rumos da Agência Nacional apontada pelo jornalista Arnaldo Cavalcanti Lacombe. Vale ressaltar que nem todos os documentários foram produzidos pela Agência Nacional. Encontra-se, por exemplo, na subsérie do SIAN o “Funeral de Rui Barbosa” (título atribuído), que foi produzido pela Brazilian Film. Os temas dos filmes da década de 70 eram os mais diversos possíveis. Iam desde “Agricultura no Rio Grande do Sul”, de 1974 até “Cidades mineiras do barroco”, de 1977. É importante observar não apenas a produção de cinejornais, mas, sobretudo, a permanência dos cinejornais em instituições públicas. Percebe-se com isso a manutenção das 11 Art. 3º do Decreto-lei nº 9.788, de 6 de setembro de 1946. BRASIL. Decreto-lei nº 9.788, de 6 de setembro de 1946. Extingue o Departamento Nacional de Informações e dá outras providências. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/declei/1940-1949/decreto-lei-9788-6-setembro-1946-458492publicacaooriginal-1-pe.html>. Acesso em: 25 jul. 2013. 33 ideias comprometidas com as intenções do poder dominante. A seleção e a preservação de alguns acervos em instituições públicas acabam atribuindo valor a certos documentos em detrimento de outros. Para Le Goff (p. 535) o que sobrevive não é o conjunto daquilo que existiu no passado, mas uma escolha efetuada quer pelas forças que operam no desenvolvimento temporal do mundo e da humanidade, quer pelos que se dedicam à ciência do passado e do tempo que passa, os historiadores. (grifo nosso) Uma análise básica dos cinejornais da Agência Nacional revela a clara intenção de passar uma ideia de exaltação e prosperidade do Brasil. Ainda segundo Le Goff os monumentos são construídos com a intenção de lembrar e comemorar o que na maioria das vezes possui relação com o poder. Percebe-se, portanto, uma monumentalização 12 dos cinejornais, visto que o mesmo Estado produtor de cinejornais também é responsável pela preservação e acesso a esses documentos. Diante disso é de fundamental importância entender o contexto de produção e exibição dos cinejornais. Os motivos que levaram a diminuição até a completa paralisação da produção também merecem um destaque. 3.1 ASPECTOS DA HISTÓRIA ARQUIVÍSTICA E TEMÁTICAS RECORRENTES A história arquivística dos cinejornais da Agência Nacional começa em 1982, quando a maior parte do arquivo de imagens em movimento foi recolhida ao Arquivo Nacional (em anos anteriores foram recolhidos os outros gêneros documentais como textos e fotografias). A história do arquivo de imagens em movimento da Agência Nacional está intimamente relacionada com o início das atividades de processamento técnico e preservação de documentos audiovisuais no Arquivo Nacional. Mas, se uma seqüência enigmática de onze fotogramas, do final do século XIX, é o marco inaugural do cinema no Arquivo Nacional, não constitui entretanto um acervo. Para justificar a criação de uma seção de filmes, no início dos anos de 1980, durante a primeira fase de modernização institucional, foi preciso que uma montanha de latas de filmes produzida pelo governo (os cinejornais da Agência Nacional), ameaçada de destruição, fosse transferida para a antiga sede do Arquivo, também na Praça da República. A partir daqueles dias, um intenso programa de adaptação foi implementado. Técnicos estão sendo formados e preparados, um exercício permanente de atualização; espaços de guarda foram criados, tudo visando o novo desafio. (MOLINARI, 2003, p. 6). 12 Não é intenção neste trabalho desenvolver a temática monumentalização dos documentos. Para maiores esclarecimentos consultar: LE GOFF, J. “Documento/monumento”. In: ________. História e memória. São Paulo: Unicamp, 1990, p. 535-550. 34 Ainda na década de 80 as imagens em movimento da Agência Nacional começaram a ser identificadas. Em um primeiro momento, a partir da análise das películas em mesa de revisão e das anotações das embalagens e dos documentos correlatos, foram anotados os títulos e os títulos dos segmentos (quando possível) de cada lata/estojo. Logo depois foi feita a identificação do conteúdo por meio da projeção das películas em moviola, o que possibilitou o detalhamento das informações. A organização das imagens em movimento foi realizada de acordo com a série de produção do cinejornal (Atualidades Agência Nacional, Brasil Hoje, Cine Jornal Informativo), período cronológico (que está relacionado ao tipo de série) e as especificidades de acumulação. Hierarquicamente estão subordinadas à “série” filmes do Fundo Agência Nacional e divididas nas seguintes subséries: Figura 5: estrutura hierárquica da série filmes do Fundo Agência Nacional. Fonte: Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN). As imagens abaixo ilustram as diferentes subséries atribuídas às imagens em movimento na descrição multinível integrada do Fundo da Agência Nacional. 35 Figura 6: representação das subséries das imagens em movimento do Fundo Agência Nacional. Atualidades Agência Nacional Brasil Hoje Cinejornais Cinejornal Brasileiro Cine Jornal Informativo Documentários Filmetes institucionais Transmissões de TV Fonte: Portal Zappiens. Disponível em: <http://zappiens.br/portal/home.jsp>. Acesso em: 22 mai 2014. O período histórico das imagens em movimento da Agência Nacional abarca o governo do Presidente Eurico Gaspar Dutra (31.01.1946 a 31.01.1951) até o início do governo do Presidente João Baptista Figueiredo (15.03.1979 a 15.03.1985). O período cronológico concentra-se nas imagens que foram produzidas e veiculadas durante a ditadura militar brasileira, que teve início no ano de 1964 e durou até 1985. Uma especulação superficial sobre os discursos veiculados pelo Brasil Hoje, apenas para fornecer um contexto que aproxime o cinejornal do leitor, apresenta três temas principais: o desenvolvimento, a cultura, e a descoberta do Brasil. Qualquer um desses assuntos foram preocupações claras dos governos militares, e nisto, o cinejornal mostrou uma sintonia afinada com a esfera central do poder. (CINEMATECA BRASILEIRA, 1994, p. 2) O cinejornal Brasil Hoje n. 12 (1972) exemplifica muito bem a afirmação acima. Apresenta três reportagens de diferentes regiões do país. No Espírito Santo destaca-se a fabricação de apitos que imitam trinados de aves. Em São Paulo o então secretário estadual 36 de transportes, Paulo Salim Maluf, inspeciona a finalização das obras da Rodovia CampinasDutra, que segundo o locutor do cinejornal é uma “arrojada obra de engenharia nacional”. Termina com uma reportagem sobre teatro, com depoimento de Maria Clara Machado e imagens das aulas e ensaios no Teatro Tablado. Os cinejornais e os documentários da Agência Nacional, notadamente os produzidos e exibidos durante a ditadura militar, tinham como temática principal o desenvolvimento e o progresso do país. Obras, construções e inaugurações estão presentes em grande parte dos noticiários. Os presidentes do regime militar seguiram, de alguma maneira, uma tendência iniciada pelo Presidente Getúlio Vargas em anos anteriores nos jornais cinematográficos do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP). Os cinejornais, exibições semanais, traziam ao público dos cinemas brasileiros algumas temáticas específicas que, girando em torno do presidente Vargas, geralmente, ressaltavam algum aspecto de seu governo ou de sua personalidade. Os assuntos mais abordados ao longo dos três anos, aproximadamente, dizem respeito ao processo de industrialização do país; ao cotidiano do presidente no Palácio do Catete; à visita de políticos ou representantes estrangeiros ao país; à ratificação de acordos nacionais e internacionais; às relações diplomáticas de Vargas tanto no âmbito nacional como internacional; às comemorações cívicas com a presença do presidente; marchas militares, festejos públicos, comícios, eventos etc.; as visitas de Vargas a diversas regiões do Brasil; (CASTRO, 2012, p. 93). O modelo de propaganda política por meio dos cinejornais continuou no Brasil após 1964, como pode ser observado nos exemplos abaixo, que enfatizam “grandes obras” realizadas pelos governos militares. Figura 7: descrição do conteúdo e cartelas do documentário Itaipu Binacional (1979). Fonte: Portal Zappiens. Disponível em: <http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do? _InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgi7LnKt9PhD8mV_BS5c0UjpLx90Mvt8n03xsUocYTT_3c.&idRepo sitorio=0&modelo=0>. Acesso em: 22 mai 2014. 37 Figura 8: descrição do conteúdo e cartelas do documentário Transamazônica (1978). Fonte: Portal Zappiens. Disponível em: <http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do? _InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgimZKTl_NHqYCyWeIiQwwAFlEUkxK7A4nA0JBTiHlW86U.&id Repositorio=0&modelo=0>. Acesso em: 22 mai 2014. Figura 9: descrição do conteúdo e cartelas do cinejornal Brasil Hoje n.º 237 (1978). Fonte: Portal Zappiens. Disponível em: <http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do? _InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgiVhdnvoeUIZccgSPLNDgwGNeZjS0Hew35yPWap9bw9o.&idRepositorio=0&modelo=0>. Acesso em: 22 mai 2014. Para Gervaiseau (2006, p. 158), os primeiros filmes suscitaram uma certa fascinação pela possibilidade das pessoas se verem projetadas. Isso não foi diferente com os chefes de Estado de várias partes do mundo, que lançaram mão do cinema para se autoafirmarem e para divulgar os “grandes feitos e realizações” de seus governos. Os encontros diplomáticos, dentro e fora do Brasil, também contribuíram para a projeção das 38 imagens dos governantes. Por meio dos jornais cinematográficos passavam a ideia de bom relacionamento com outras nações. Figura 10: descrição do conteúdo e cartelas do cinejornal Brasil Hoje n.º 207 (1977). Fonte: Portal Zappiens. Disponível em: <http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do? _InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgiN3uqRku71DG2zArYxsOmDjaB9iR4TXAr2ocegxJa8Ns.&idRepo sitorio=0&modelo=0>. Acesso em: 22 mai 2014. Figura 11: descrição do conteúdo e cartelas do cinejornal Brasil Hoje n.º 169 (1976). Fonte: Portal Zappiens. Disponível em: <http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do? _InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgiEM6AcPG_uvgo5F5BXOOce2QptGSUuo93EmsQvPKhrxQ.&idRe positorio=0&modelo=0>. Acesso em: 22 mai 2014. 39 Mesmo sendo instrumentos de propaganda política com alto teor ufanista. as imagens revelam, de acordo com o olhar e a intenção do produtor, as relações do Estado com a sociedade civil e são importantes fontes de informação e estudo para o entendimento e conhecimento acerca da história recente do país. O cinejornal, enquanto objeto de e suporte para estudos de historiadores em todo mundo adquiriu lugar privilegiado. Essa afirmação tem raízes não apenas na quantidade crescente de livros e teses – teóricos ou de estudos de casos – sobre cinejornais, que têm sido produzidos nos últimos anos, como também na escolha do cinejornal como tema de simpósio a ser realizado durante o próximo Congresso da Federação Internacional dos Arquivos de Filme-FIAF, na Noruega, em 1993. (CINEMATECA BRASILEIRA, 1992). De acordo com Bernardet (1979, p. 64) a produção da Agência Nacional não é significativa de 1946 a 1970. O autor acredita que só a partir da década de 1970 é que a Agência Nacional volta a produzir regularmente seu jornal e documentários. Na apresentação do catálogo seletivo de imagens em movimento da Agência Nacional consta a informação sobre um hiato de cinejornais entre o ano de 1963 e 1964. Isto se verifica pela mudança de nomenclatura que o jornal passa durante o período de governo do presidente João Goulart e início do presidente Castelo Branco. Neste período o jornal passa a se intitular Atualidades Agência Nacional. Esta mudança vai se refletir também no conteúdo das matérias. Estas adquirem uma visão mais voltada a questão social, refletindo em suas imagens o debate político que se travava no país. (BERNARDET, 1979, p. 64). Entretanto, verifica-se também outros assuntos nos cinejornais dessa época. O informativo Atualidades Agência Nacional n.º 22 (1963), por exemplo, começa com um informativo sobre a recepção da Miss Universo Ieda Maria Vargas no aeroporto Santos Dumont, passando por uma solenidade com a presença do Presidente João Goulart a bordo do navio Ana Néri e termina com uma procissão religiosa em frente à Igreja Nossa Senhora da Glória, no Rio de Janeiro. O cinejornal em questão apresenta cinco blocos de notícias, que foram descritos no SIAN e no Portal Zappiens conforme segue abaixo. Os títulos foram atribuídos e as imagens13 ilustram cada bloco de notícias. Figura 12: cartelas e títulos atribuídos do cinejornal Atualidades Agência Nacional n.º 22 (1963). [MISS UNIVERSO, IEDA MARIA VARGAS, é recepcionada no aeroporto e desfila sobre carro de bombeiros] 13 Trata-se de um cinejornal antigo e, por isso, a qualidade das imagens está prejudicada. 40 [PRESIDENTE JOÃO GOULART em solenidade a bordo do navio Ana Néri] [JARDIM ZOOLOGICO – aspectos de animais] [PERSONAGENS não identificados dão palestra e visitam instalação de indústria] [PROCISSÃO RELIGIOSA em frente à Igreja Nossa Senhora da Glória, no Rio de Janeiro] Fonte: Portal Zappiens. Disponível em: <http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do? _InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgiG7nLHIPJpUZFJDVitwRbxxZIDyhoNcHvsfv6CBQ2fM.&idRepositorio=0&modelo=0>. Acesso em: 22 mai 2014. O interesse pelos documentos produzidos durante a ditadura militar brasileira tem crescido nos últimos anos e a organização e a digitalização de documentos dessa época estão sendo estimulados e patrocinados pelo governo federal brasileiro. Em 2009 a Casa Civil da Presidência da República institucionalizou o Centro de Referência das Lutas Políticas no Brasil, denominado "Memórias Reveladas" (MR)14. A implantação do centro ficou a cargo do Arquivo Nacional, que reuniu em um banco de dados informações sobre os fatos da história 14 O portal Memórias Reveladas disponibiliza um banco de dados similar ao Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN). Disponível em: <http://www.an.gov.br/mr/Seguranca/Principal.asp>. Acesso em: 27 jul. 2013. 41 política do período de 1964 a 1985. As informações sobre o Fundo Arquivístico da Agência Nacional também estão descritas no banco de dados15 do Memórias Reveladas. 3.2 DIFUSÃO PARA ACESSO Desde o início dos anos 2000 o Arquivo Nacional disponibiliza para acesso on-line no Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN) informações acerca dos seus fundos arquivísticos. Nos últimos anos, além das informações, cópias digitais de uma pequena parcela dos documentos (geralmente documentos textuais e iconográficos) passaram a ser concedidas para acesso por meio do SIAN. Com objetivo de também difundir na internet uma parte dos documentos audiovisuais que estão na instituição foi estabelecido um acordo de cooperação técnica com o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), por intermédio do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR, para a digitalização e difusão das imagens em movimento da Agência Nacional no Portal Zappiens. o Zappiens.br é um projeto experimental criado para ser um serviço gratuito de agregação e distribuição de conteúdo audiovisual científico, educativo, artístico e cultural em língua portuguesa da Comissão de Trabalhos de Conteúdos Digitais (CTConteúdos) do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). 16 Em 2010, no lançamento do Portal Zappiens.br, projeto do CGI.br para divulgação, disseminação e distribuição de conteúdos digitais em língua portuguesa 17, o Diretor-Geral do Arquivo Nacional, Sr. Jaime Antunes, celebrou a parceria: O Portal Zappiens.br, ao disponibilizar os cinejornais da Agência Nacional, irá proporcionar ao cidadão a oportunidade de acessar e pesquisar na web um rico acervo de imagens em movimento, que retratam a história de nosso país entre as 15 “O banco de dados Memórias Reveladas reúne, de forma cooperativa, informações sobre o acervo arquivístico relacionado à repressão política no período 1964-1985, custodiado por diferentes entidades brasileiras. As informações, exibidas em até cinco níveis de detalhamento, acham-se em constante atualização. Proporciona um panorama do acervo disponível à consulta em diferentes pontos do país e permite acompanhar a inventariação das fontes documentais. À medida que o banco cresce em registros, as buscas temáticas, por nomes e/ou datas, favorecem o cruzamento e a confrontação de dados, assim como a identificação dos documentos que servem à reconstituição de fatos e processos. As imagens dos documentos, gradualmente associadas aos registros, tornam possível a visualização de cartas, processos, mapas, desenhos, fotografias, folhetos e panfletos.” Disponível em: <http://www.an.gov.br/mr/Seguranca/Principal.asp>. Acesso em: 31 mar. 2014. 16 Mais informações podem ser consultadas por meio do link Sobre o projeto. Disponível em: <http://zappiens.br/portal/visualizarTexto.jsp?midia=sbprojeto>. Acesso em: 31 mar. 2014. 17 Portugal também possui um portal similar chamado Zappiens.pt, que tem como objetivo a agregação e a visualização de conteúdos multimídia educativos, científicos, culturais ou artísticos produzidos preferencialmente em ambiente escolar e em língua portuguesa. Disponível em: <http://zappiens.pt/>. Acesso em: 19 set. 2011. 42 décadas de 30 e 70, divulgando o acervo, facilitando o acesso e colaborando para um melhor atendimento ao usuário do Arquivo Nacional.18 No mesmo ano o arquivo “Agência Nacional: a informação a serviço do Estado” foi nominado no Registro Nacional do Programa Memória do Mundo da UNESCO – Brasil, após proposição do Arquivo Nacional e da Fundação Cinemateca Brasileira. O Programa Memória do Mundo da UNESCO tem por objetivo identificar documentos ou conjuntos documentais considerados em situação de risco que tenham valor de patrimônio documental da humanidade.19 Os cinejornais hoje são objetos de estudo de diferentes áreas do conhecimento. O que restou desse tipo de jornalismo produzido pelo Estado tem despertado o interesse de especialistas em cinema, história e ciência política (só para citar alguns exemplos). Esses especialistas têm utilizado os cinejornais para o desenvolvimento de pesquisas com diferentes enfoques, revelando a riqueza informacional que esse tipo de objeto pode oferecer. Não por acaso o simpósio do 49º congresso anual da International Federation of Film Archives (FIAF) foi dedicado aos cinejornais. Os maiores especialistas sobre o tema se reuniram em 1993 na Noruega com o intuito de chamar a atenção para a importância de quantificar e localizar o patrimônio de noticiários dos diferentes países do globo. O simpósio “Newsreel Collections in Film Archives” deu origem a uma publicação com o mesmo título no qual estão reunidos diversos relatos de experiências com cinejornais. Destaca-se a experiência de Jan Asmund Jakobsen (1996, p. 90), sociólogo que trabalhou com noticiários noruegueses de 1949. Para ele é de suma importância conhecer o trabalho desenvolvido nos arquivos. Para formar uma percepção clara do noticiário, é necessário abordá-lo a partir de vários ângulos. Por um lado, está a questão de acesso e visão geral do material em si – a coleta e registro dos filmes. Relevante para isso é o nível de conhecimento e experiência do pessoal do arquivo de filmes. (tradução nossa). Logo, quem pretende estudar e pesquisar sobre os cinejornais deve levar em consideração a experiência e o conhecimento produzido no dia a dia dos arquivos de filmes. Trabalhar com os jornais cinematográficos é uma tarefa desafiadora e complexa tanto para os pesquisadores quanto para os arquivistas. Souza (2003, p. 60) acredita que 18 Notícia divulgada no Portal Zappiens. Acervo completo dos Cine Jornais da Agência Nacional já está no Zappiens.br Disponível em: <http://www.zappiens.br/portal/visualizarDivulgacao.jsp?IdDivulgacao=1>. Acesso em: 19 set. 2011. 1 9 A proposição foi feita pelas duas instituições, visto que a Fundação Cinemateca Brasileira também possui em seu acervo alguns documentos da Agência Nacional. Disponível em: <http://www.arquivonacional.gov.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=91>. Acesso em: 19 set. 2011. 43 […] o trabalho com cinejornais está longe de ser uma atividade fácil ou mesmo de gratificação imediata. Os resultados surgem após um longo percurso de arranjo e organização da documentação – situação que vem sendo minorada pelos arquivos –, análise cuidadosa das imagens, muitas vezes após detalhadas decupagens da película impressionada pela câmara e da voz gravada na banda sonora, que reforça o sentido por ela proposto. Destacam-se, portanto, os esforços empreendidos pelo Arquivo Nacional e pela Cinemateca Brasileira. O primeiro por disponibilizar a representação arquivística e os próprios cinejornais no SIAN e no Portal Zappiens e a segunda por já ter editado dois catálogos referentes aos cinejornais da série Brasil Hoje e da série Cine Jornal Informativo. Entretanto, muito ainda precisa ser realizado no que diz respeito à organização, descrição, indexação e difusão dos documentos arquivísticos, cabendo aos profissionais da informação, em especial aos arquivistas, a contribuição para que novas interpretações, leituras e usos sejam realizados quanto aos jornais cinematográficos. Hoje em dia, com a rapidez da circulação das informações em dispositivos móveis de comunicação, a veiculação de notícias nas salas de cinema no formato de jornais cinematográficos parece não fazer muito sentido. Todavia, durante mais de meio século foi um importante instrumento para a divulgação dos acontecimentos de uma cidade, de um país. Os cinejornais estiveram presentes desde os primórdios do cinema e eram nomeados como atualidades. Foram um importante instrumento nas mãos dos governantes, que por meio das telas grandes faziam com que suas ideias e “brilhantes” realizações chegassem até aos frequentadores das salas de cinema. No entanto, é preciso reconhecer que os cinejornais foram muito além da propaganda política. Acabaram sendo responsáveis por registros do cotidiano, história, costume e cultura de uma sociedade em determinada época. Com o passar do tempo o caráter noticioso das imagens dos jornais cinematográficos começou a adquirir um certo valor documental. 44 4 REPRESENTAÇÃO ARQUIVÍSTICA DOS CINEJORNAIS Dedicamos esta parte do trabalho ao entendimento do que é um cinejornal e ao relato de como esse tipo de imagem em movimento da Agência Nacional foi descrito e disponibilizado no Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN) e no Portal Zappiens. Além disso, procuramos mostrar como os documentos audiovisuais estão sendo contemplados nas normas arquivísticas e nas normas de catalogação da International Federation of Film Archives (FIAF). 4.1 SISTEMA DE INFORMAÇÕES DO ARQUIVO NACIONAL (SIAN) Antes de iniciar a exposição acerca da representação arquivística dos cinejornais no Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN) é importante retomar a questão da conceituação do que se denomina cinejornal para se conhecer melhor o nosso objeto de discussão. Um dos caminhos para dar início a esse esclarecimento é a verificação do significado do termo em dicionários e enciclopédias. CINEJORNAL – Noticiário produzido especialmente para apresentação em cinemas. É geralmente um filme de curta-metragem. É geralmente um filme de curta-metragem, periódico, e exibido como complemento de filmes em circuito comercial. Diz-se também atualidades ou jornal da tela. (BARBOSA; RABAÇA, 1978, p. 94). CINEJORNAL – Noticiário produzido especialmente para apresentação em cinemas. É geralmente um curta-metragem periódico, exibido como complemento de filmes em circuito comercial. Diz-se também. Atualidade ou jornal da tela. (BARBOSA; RABAÇA, 1991, p. 133). NEWSREEL (Cinejornal) – Produção que contém uma diversidade de noticiários, variando em conteúdo que vão desde estilo de vida até eventos internacionais. Os cinejornais normalmente tinham cerca de dez minutos de duração e eram exibidos duas vezes por semana nos Estados Unidos no período de 1911-1967. (LIBRARY OF CONGRESS. MOVING IMAGE GENRE LIST). (tradução livre). A partir das definições acima apresentadas podemos compreender que um cinejornal é: 1) Um noticiário para exibição em salas de cinema 2) Geralmente um curta-metragem 3) Geralmente periódico 45 4) Geralmente exibido como complemento de filmes em circuito comercial No contexto arquivístico compreendemos que um cinejornal faz parte do gênero audiovisual, possuindo características próprias em relação a outros tipos de imagens em movimento e gêneros cinematográficos. Logo, é possível perceber que, tanto no contexto cinematográfico quanto no arquivístico, os cinejornais possuem atributos singulares. Como já foi relatado, os cinejornais da Agência Nacional, que estão depositados no Arquivo Nacional, integram um fundo arquivístico e possuem relação orgânica com outros documentos do mesmo fundo. No entanto, nem sempre o tratamento técnico dos diferentes gêneros documentais de um mesmo fundo é realizado de maneira integrada. Rodrigues (2003, p. 223) acredita que “a descrição arquivística deve considerar que um fundo de arquivo é geralmente constituído de diversas categorias de documentos (tipos e suportes) que têm características próprias”. Essas especificidades acabam refletindo na divisão das tarefas durante o tratamento técnico. No Arquivo Nacional, por exemplo, as esquipes de trabalho são divididas de acordo com o gênero e o suporte dos documentos. O fundo Agência Nacional no Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN) obedece ao seguinte sistema de arranjo: • Documentos escritos: organizados [alfanumérica, assunto, cronológica, espécie/tipo, procedência]. • Documentos iconográficos: organizados em oito subséries: Aeronáutica, Estado-Maior das Forças Armadas, Eventos, Exército, Força Expedicionária Brasileira, Marinha, Pessoas públicas, Presidentes da República. • Documentos sonoros: organizados em duas subséries: Discursos (totalmente organizados) e Música. • Filmes: as películas acham-se organizadas em seis subséries, ordenadas cronologicamente: Cine Jornal Informativo, Atualidades Agência Nacional, Brasil Hoje, Documentários, Filmetes Institucionais e Programas de TV. O conteúdo dos documentos está descrito na “ÁREA DE CONTEÚDO E ESTRUTURA” do SIAN: Documentos de caráter administrativo, textos do programa radiofônico A Voz do Brasil e boletins diários distribuídos à imprensa, contendo divulgação dos atos governamentais, discursos do presidente da República e resumo dos principais acontecimentos nacionais e internacionais. Discos, filmes, fitas videomagnéticas e 46 fotografias referentes a eventos ligados aos presidentes da República, às Forças Armadas, a pessoas notórias relacionadas ao governo federal e à administração pública (reuniões ministeriais, revistas a tropas militares, recepção a autoridades, inaugurações e visitas oficiais, cerimônias de posse, celebração de datas cívicas). Filmetes de divulgação de atividades governamentais. Discos de programas musicais produzidos pela Agência Nacional e discos de música popular e erudita. O tratamento técnico do Fundo Agência Nacional foi realizado de acordo com cada gênero documental. As áreas e campos do SIAN relacionadas com as imagens em movimento, por exemplo, foram preenchidas em uma primeira fase de acordo com as descrições já estabelecidas no Catálogo de filmes da Agência Nacional. Após algumas alterações e atualizações que se fizeram necessárias, as imagens em movimento foram relacionadas com os outros documentos do mesmo fundo na série “Filmes” e subdivididas nas seguintes diferentes subséries: 1) Atualidades Agência Nacional (1962-1964): 27 cinejornais 2) Brasil Hoje (1970-1979): 281 cinejornais. Brasil Hoje n. 102 (A e B). Subsérie incompleta, pois falta o Brasil Hoje n. 262. 3) Cinejornais (1960-1975): 60 cinejornais de outras produtoras. Como por exemplo Canal 100, Publicine, Visor Produções Cinematográficas, Primo Carbonari, Herbert Richers. 4) Cinejornal Brasileiro (1940): apenas 1 cinejornal da época do Departamento de Imprensa e Propaganda. 5) Cinejornal Informativo (1950-1970): subsérie incompleta com 406 cinejornais. 6) Documentários (1951-1977): 145 documentários. Produções da Agência Nacional e de outras produtoras como Brazilian Film, Departamento Nacional de Estradas de Rodagem, Jaraguá Filmes Ltda etc. 7) Filmetes institucionais (1970-1979): 129 filmetes de mais ou menos 1 minuto cada. O conteúdo era sobre diferentes assuntos como “nacionalismo”, “patriotismo”, “amamentação”, “higiene”, “cultura”, “merenda escolar” etc. 8) Transmissões de TV (1974-1976): 12 reportagens que foram transmitidas em canais de TV, como, por exemplo, “Posse do Presidente Ernesto Geisel” e “1º Ministro de Portugal, Mário Soares, visita o Brasil”. As informações sobre o Fundo Agência Nacional no SIAN estão detalhadas em diferentes níveis de descrição conforme a NOBRADE. As descrições são revistas e atualizadas quando os usuários e os profissionais das áreas de atendimento verificam alguma incongruência nas informações. Todavia, esse trabalho não é realizado de maneira sistemática e nem está incorporado à rotina das atividades. 47 A representação arquivística de um cinejornal deve levar em conta o que está estabelecido nas normas e recomendações da área. Para isso é de fundamental importância conhecer a NOBRADE (Norma brasileira de descrição arquivística), ISDIAH (Norma internacional para descrição de instituições com acervo arquivístico), ISDF (Norma internacional para descrição de funções) e ISAAR-CPF (Norma internacional de registro de autoridade arquivística para entidades coletivas, pessoas e famílias). A partir do conhecimento desses instrumentos normativos é possível saber como as imagens em movimento, especificamente os cinejornais, estão sendo abordados. Mais que isso, saber se são objetos de estudo e discussão no âmbito internacional. Para os objetivos desse trabalho iremos nos deter mais à NOBRADE, que foi publicada pelo Arquivo Nacional no ano 2006, com a finalidade de oferecer diretivas para a descrição no Brasil de documentos arquivísticos, A NOBRADE não é uma mera tradução das normas ISAD(G) e ISAAR(CPF), que já existem, e estão publicadas. Seu objetivo, ao contrário, consiste na adaptação das normas internacionais à realidade brasileira, incorporando preocupações que o Comitê de Normas de Descrição do Conselho Internacional de Arquivos (CDS/CIA) considerava importantes, porém, de foro nacional. Esta norma deve ser intensamente divulgada no âmbito das instituições arquivísticas e nos eventos ligados aos profissionais da área, de modo a possibilitar o seu aperfeiçoamento. (CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS, 2006, p. 9). A NOBRADE estabelece uma descrição multinível, partindo-se do geral para o particular, onde o contexto e a estrutura hierárquica do fundo e suas partes componentes são representados. Considera que existem seis principais níveis de descrição: – acervo da entidade custodiadora (nível 0) – fundo ou coleção (nível 1) – seção (nível 2) – série (nível 3) – dossiê ou processo (nível 4) – item documental (nível 5) Além disso, admite os seguintes três níveis intermediários: – acervo da subunidade custodiadora (nível 0,5) – subseção (nível 2,5) – subsérie (nível 3,5) A NOBRADE também prevê a existência de oito áreas, onde estão compreendidos 28 elementos de descrição. Comparando com a ISAD (G), a norma brasileira 48 possui mais uma área (área 8) e dois elementos de descrição (6.1 e 8.1), ficando assim estruturada e sugerida (CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS, 2006, p. 18). (1) Área de identificação, onde se registra informação essencial para identificar a unidade de descrição; (2) Área de contextualização, onde se registra informação sobre a proveniência e custódia da unidade de descrição; (3) Área de conteúdo e estrutura, onde se registra informação sobre o assunto e a organização da unidade de descrição; (4) Área de condições de acesso e uso, onde se registra informação sobre o acesso à unidade de descrição; (5) Área de fontes relacionadas, onde se registra informação sobre outras fontes que têm importante relação com a unidade de descrição; (6) Área de notas, onde se registra informação sobre o estado de conservação e/ou qualquer outra informação sobre a unidade de descrição que não tenha lugar nas áreas anteriores; (7) Área de controle da descrição, onde se registra informação sobre como, quando e por quem a descrição foi elaborada; (8) Área de pontos de acesso e descrição de assuntos, onde se registra os termos selecionados para localização e recuperação da unidade de descrição. Destacamos, para a representação arquivística da informação e sua posterior recuperação, as seguintes áreas: (3) Área de conteúdo e estrutura, onde se registra informação sobre o assunto e a organização da unidade de descrição. Área de conteúdo e estrutura (CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS, 2006, p. 39). Âmbito e conteúdo Objetivo: Fornecer aos usuários informações relevantes ou complementares ao Título (1.2) da unidade de descrição. Regra (s): Informe, de acordo com o nível, o âmbito (contexto histórico e geográfico) e o conteúdo (tipologia documental, assunto e estrutura da informação) da unidade de descrição. (8) Área de pontos de acesso e descrição de assuntos, onde se registra os termos selecionados para localização e recuperação da unidade de descrição. 49 Pontos de acesso e indexação de assuntos (CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS, 2006, p. 59). Objetivo: Registrar os procedimentos para recuperação do conteúdo de determinados elementos de descrição, por meio da geração e elaboração de índices baseados em entradas autorizadas e no controle do vocabulário adotado. Regra (s): Identificar os pontos de acesso que exigirão maior atenção na geração de índices e realizar a indexação de assuntos de maneira controlada sobre elementos de descrição estratégicos para a pesquisa. Essas duas áreas procuram contemplar o resultado da análise documentária, onde é possível descrever o conteúdo de um documento (3 – de conteúdo e estrutura) e também representá-lo por meio de termos de indexação (8 – área de pontos de acesso e descrição de assuntos). A representação arquivística do Cine Jornal Informativo n. 118, por exemplo, pode ser visualizada da seguinte maneira no Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN): Figura 13: extrato do campo 3.1.1 – Especificação do conteúdo do Cine Jornal Informativo n. 118. Fonte: Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN). 50 Figura 14: extrato do campo 7.1.1 Termos de indexação do Cine Jornal Informativo n. 118. Fonte: Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN). Conforme indicado no campo “2.3.3 – Especificação da história arquivística” do Fundo Agência Nacional no SIAN, a indexação das imagens em movimento foi realizada pelo setor com base no Vocabulário Controlado Básico do Centro de Informática e Processamento de Dados do Senado Federal (PRODASEN), no vocabulário controlado em História do Brasil da Biblioteca do Arquivo Nacional, no volume 2 do Código de Catalogação Anglo-Americano (AACR-2) e nas entradas para “Nomes Geográficos, normas para indexação” do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Atualmente uma equipe especializada é responsável pela normatização e sistematização da descrição multinível integrada e pelo vocabulário controlado do SIAN. Todavia, não é objetivo desta pesquisa a abordagem dos aspectos concernentes as linguagens documentárias usadas no sistema. Portanto, é possível perceber que o resultado da representação arquivística de um cinejornal pode ser realizada no SIAN, visto que o sistema oferece espaços destinados para a descrição do conteúdo e para sua representação com termos de indexação. Além disso, está em consonância com orientações arquivísticas internacionais, que foram plasmadas na NOBRADE. Todavia, isso não impede que avaliações sejam realizadas para saber se a representação arquivística da informação atual está de acordo com as singularidades dos cinejornais e se contribui para a recuperação da informação. 51 As imagens em movimento possuem orientações e regras próprias de catalogação. Conhecer essas normas pode contribuir para uma melhor descrição arquivística dos cinejornais, visto que, de acordo com Edmondson (2013, p. 174) as normas são frequentemente adaptadas das regras de catalogação de imagens em movimento e de sons gravados elaboradas pela Fiaf, Iasa, Amia, Fiat e outras associações, em função das necessidades dos arquivos e de seus usuários, bem como da natureza dos acervos. Entretanto, é importante ressaltar que as normas de catalogação não visam a representação de conteúdos dos documentos e sim sua descrição de natureza formal (elementos formais). Foi criado no ano de 1989, no âmbito do Conselho Internacional de Arquivos (CIA), um Comitê de Normas de Descrição a partir da necessidade de uma normalização de descrição específica para os documentos arquivísticos. Desde 1968 a International Federation of Film Archives (FIAF) abriga e incentiva os trabalhos da Comissão de Catalogação e Documentação20, que tem dentre as suas responsabilidades o estudo de catalogação e processamento automatizado de dados para os materiais de imagens em movimento. A FIAF, felizmente, contempla discussões acerca dos cinejornais. Já foi realizado em 1993, na Noruega, um simpósio inteiramente dedicado aos cinejornais durante o congresso anual da federação. Além disso, os jornais cinematográficos são objeto de estudo, ainda que de maneira pouco exaustiva, em duas iniciativas da Comissão de Catalogação e Documentação: "FIAF Moving Image Cataloguing Manual"21, que está sendo discutido e atualizado e “Glossary of Filmographic Terms”. A maior contribuição dessas duas iniciativas está no fato de categorizar e definir os conceitos para que melhor sejam aplicados na descrição das informações de um filme. Os cinejornais, na maioria das vezes, apresentam diferentes blocos de notícias. A maneira como um jornal cinematográfico foi concebido acaba definindo como deve ser a sua representação para que aconteça a recuperação da informação de seu conteúdo. Estar de acordo com o que tem sido estudado e estabelecido pelas entidades representativas dos arquivos, especificamente dos arquivos de filmes, parece ser um bom caminho, pois facilita o intercâmbio de informações e experiências nos âmbitos nacional e 20 Mais informações sobre o trabalho desenvolvido pela Comissão de Catalogação e Documentação podem ser consultadas no site da FIAF. Disponível em:<http://www.fiafnet.org/~fiafnet/es/commissions/com_cat_intro.html>. Acesso em: 12 abr. 2014. 21 O projeto de revisão das normas de catalogação mantém um documento de trabalho que pode ser acessado pela internet. Disponível em: <http://www.filmstandards.org/fiaf/wiki/doku.php>. Acesso em: 13 abr. 2014. 52 internacional. Os usuários dos arquivos também podem se beneficiar ao perceberem que o tratamento técnico de um arquivo audiovisual foi realizado consoante com metodologias claras e que explicitam respostas às seguintes perguntas: Quais foram as escolhas metodológicas? Quais fatores influenciaram tais escolhas? Qual era o contexto da época do tratamento técnico do acervo? Quais foram as limitações profissionais, de equipamentos e tecnologias durante a realização do tratamento técnico? Um dos maiores problemas da recuperação da informação é não informar como o trabalho de descrição de um documento foi realizado. Um documento arquivístico não vai ser trabalhado da mesma forma que um documento bibliográfico ou museológico, ainda que possa existir pontos de contato e influências. O ambiente de reflexão e tratamento da informação precisa estar bem definido e explicitado. De acordo com a ISAD (G) (2000, p. 12) “as normas de descrição arquivística são baseadas em princípios teóricos aceitos”, destacando o princípio do respeito aos fundos22. Deve-se observar que os conceitos, metodologias e práticas estão relacionados ao que foi construído em ambientes de discussão específicos. Ainda segundo Edmondson (2013, p. 147) “as obras audiovisuais não são produzidas no vácuo mas em uma época e em um lugar concretos. Como tais, só poderão ser apreciadas em seu devido contexto” O autor chama a atenção para a necessidade de contextualização do filme durante a apresentação. Com a internet parece que isso perde um pouco o sentido, visto que os documentos podem estar replicados em diversos sites, porém o esforço tem que ser feito e a NOBRADE prevê um campo onde as informações do contexto podem figurar. 4.2 PORTAL ZAPPIENS Atualmente o Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN) é o principal instrumento de pesquisa desenvolvido com intuito de possibilitar o acesso às informações sobre as imagens em movimento da Agência Nacional. Para ter acesso ao próprio cinejornal o usuário é direcionado ao Portal Zappiens 23, onde foram disponibilizadas todas as 22 Conforme o Dicionário brasileiro de terminologia arquivística (2005, p. 136) o princípio de respeito aos fundos também é conhecido com princípio da proveniência. “Princípio básico da arquivologia segundo o qual o arquivo (1) produzido por uma entidade coletiva, pessoa ou família não deve ser misturado aos de outras entidades produtoras. Também chamado princípio do respeito aos fundos”. 23 Nos dossiês de cada imagem em movimento da Agência Nacional estão anexados no ícone “arquivo digital” os vídeos correspondentes a cada título, que foi hospedado no Portal Zappiens. Só não foram hospedados os vídeos da subsérie “cinejornais” por questão de direitos autorais. 53 imagens em movimento, telecinadas e digitalizadas, e as descrições dos cinejornais a partir das suas respectivas representações arquivísticas estabelecidas no SIAN. O Portal Zappiens funciona como um repositório digital de documentos audiovisuais com o objetivo de divulgar, disseminar e distribuir conteúdos digitais em língua portuguesa de diferentes instituições. Contribuem com conteúdo audiovisual o Arquivo Nacional, Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), Internet Society (ISOC), Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), NIC.br-Youtube, Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade de São Paulo (USP), World Wide Web Consortium (W3C) e o próprio Zappiens, utilizando o serviço como repositório ou como mecanismo de busca. o Zappiens.br é um projeto experimental criado para ser um serviço gratuito de agregação e distribuição de conteúdo audiovisual científico, educativo, artístico e cultural em língua portuguesa da Comissão de Trabalhos de Conteúdos Digitais (CT Conteúdos) do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br).24 O Arquivo Nacional, até o momento, compartilhou por meio do Portal Zappiens as imagens em movimento da Agência Nacional. As imagens representam o arquivo audiovisual mais pesquisado e reproduzido da instituição. Logo, uma difusão mais ampla e abrangente já era uma demanda há alguns anos. Não houve a intenção de se reproduzir no Portal Zappiens a descrição multinível integrada estabelecida no Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN), apesar de cada imagem em movimento disponibilizada no portal possuir a mesma descrição de conteúdo que foi estabelecida no campo “3.1.1 – Especificação do conteúdo” do sistema. As informações sobre cada cinejornal estão relacionadas abaixo e ilustradas na figura 15: – Título: o mesmo estabelecido no SIAN. – Resumo: mesmo estabelecido no campo “3.1.1 – Especificação do conteúdo” do SIAN. – Autor: instituição que disponibilizou a cópia digital. – Publicação: data em que a cópia digital foi disponibilizada no portal. – Duração: tempo total de duração da cópia digital. – Nota: avaliação atribuída pelos usuários. – URL: Uniform Resource Locator. “Padrão de endereçamento da Web. Permite que cada arquivo na Internet tenha um endereço próprio, que consiste de seu nome, diretório, máquina 24 Mais informações podem ser consultadas por meio do link Sobre o projeto. Disponível em:<http://zappiens.br/portal/visualizarTexto.jsp?midia=sbprojeto>. Acesso em: 31 mar. 2014. 54 onde está armazenado e protocolo pelo qual deve ser transmitido. Por isso se diz que cada página da rede tem sua própria URL”25. – Embed: ferramenta que permite a inclusão da cópia digital em outros sites. Figura 15: Print screen das informações sobre o cinejornal Brasil Hoje n. 51 (1974) no Portal Zappiens. Fonte: Portal Zappiens. Disponível em: <http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do? _InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgilRoMW__mSWfP84f1yz0YsXM6lmikdBQRJT00wg8Mx4Q.&idR epositorio=0&modelo=0>. Acesso em: 23 mai. 2014. A busca é feita por palavras, recuperando-se aquelas que constam no título o no resumo de cada vídeo integrante do portal. Também se pode fazer uma busca avançada, onde o usuário tem a possibilidade de definir o tipo, fonte, formato, taxa, resolução e período de publicação do vídeo desejado. No ANEXO D segue um exemplo de possibilidade de pesquisa no SIAN e no Portal Zappiens e também de como as informações sobre os cinejornais estão estruturadas nesses dois SRIs, com suas semelhanças e diferenças. 25 DICIONÁRIO de Informática on-line da Folha de São Paulo. Disponível <http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/sos_dic_uvwxyz.shtml#U>. Acesso em 23 mai. 2014. em: 55 5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Para alcançar os objetivos deste estudo, de natureza exploratória, os seguintes procedimentos metodológicos foram realizados: – Pesquisa bibliográfica (subseção 5.1) – Recorte do campo empírico (subseção 5.2) – Análise dos pedidos de informação enviados à Coordenação de Atendimento à Distância (COADI) do Arquivo Nacional (subseção 5.3) – Estudo comparativo de iniciativas semelhantes de difusão de documentos audiovisuais na internet (subseção 5.4) Para os objetivos da nossa discussão é importante salientar que definimos como amostra do estudo os cinejornais da Agência Nacional que receberam comentários dos usuários do Portal Zappiens. Pois, o artigo Requests for information from a film archive: a case study of multimedia retrieval, de Morten Hertzum (2003) nos despertou sobre a possibilidade do uso e análise dos pedidos de informação dirigidos à Coordenação de Atendimento à Distância (COADI) do Arquivo Nacional, durante o período de 2009 a 2013, com a intenção de verificar como são realizadas as solicitações de imagens em movimento. 5.1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA A pesquisa bibliográfica foi realizada, em âmbito nacional, na Base de Dados Referencial de Artigos e Periódicos em Ciência da Informação (BRAPCI) e no Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). A primeira inclui a produção de artigos de periódicos da Ciência da Informação no Brasil. A segunda abrange publicações nacionais e internacionais de diferentes áreas do conhecimento. Procurou-se levantar nas fontes consultadas publicações sobre os temas imagens em movimento e cinejornais no âmbito brasileiro. Na Base de Dados Referencial de Artigos e Periódicos em Ciência da Informação (BRAPCI), sem a definição de um recorte cronológico para a pesquisa, foram encontradas apenas três (3) referências para o termo “imagem em movimento” e quatro (4) referências para o termo “imagens em movimento”. Um mesmo artigo é recuperado quando se pesquisa “imagem em movimento” e “imagens em movimento”, revelando que o número 56 de referências é ainda menor. O panorama é um pouco melhor no Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Em uma busca no conteúdo gratuito do portal e sem o estabelecimento de um recorte cronológico, foram recuperadas quinze (15) referências para o termo “imagem em movimento” e dezenove (19) para o termo “imagens em movimento”, entre artigos, teses, ata de congresso e resenha de livro. Quadro 2: resultado comparativo de termos pesquisados na BRAPCI e no Portal de Periódicos da Capes. Termo pesquisado BRAPCI Portal de Periódicos da Capes Imagem em movimento 3 referências 15 referências Imagens em movimento 4 referências 19 referências Os termos “cinejornal” e “cinejornais” também foram pesquisados na BRAPCI (sem a definição do recorte cronológico) e no Portal de Periódicos da CAPES (conteúdo gratuito do portal e sem a definição do recorte cronológico). Na base voltada para a área de Ciência da Informação não foi possível recuperar nenhum dos dois termos. Já no Portal de Periódicos da CAPES foram recuperadas cinco (5) referências para “cinejornal” e seis (6) para cinejornais. Quadro 3: resultado comparativo de termos pesquisados na BRAPCI e no Portal de Periódicos da Capes. Termo pesquisado BRAPCI Portal de Periódicos da Capes Cinejornal 0 5 referências Cinejornais 0 6 referências A revisão de literatura foi efetuada de modo a melhor conhecer as concepções teórico-metodológicas sobre o objeto de estudo e sua problematização. 5.2 CAMPO EMPÍRICO O campo empírico da pesquisa é um recorte de parte do fundo arquivístico da Agência Nacional, que integra o acervo do Arquivo Nacional. O fundo é composto por documentos dos gêneros textual, iconográfico e audiovisual. No gênero audiovisual estão inseridos os documentos sonoros e as imagens em movimento. Hoje em dia as imagens em 57 movimento estão relacionadas na série “Filmes” e subdivididas nas seguintes diferentes subséries: 1) Atualidades Agência Nacional 2) Brasil Hoje 3) Cinejornais 4) Cinejornal Brasileiro 5) Cine Jornal Informativo 6) Documentários 7) Filmetes institucionais 8) Transmissões de TV Para este trabalho foram selecionados os cinejornais das subséries Atualidades Agência Nacional, Brasil Hoje e Cine Jornal Informativo que receberam comentários dos usuários do Portal Zappiens (APÊNDICE A), que perfazem um total de 35 jornais cinematográficos (quadro 8). Quadro 4: comparação da quantificação total de cada tipo de cinejornal e os a quantidade de comentários recebidos no Portal Zappiens. Atualidades Agência Nacional Brasil Hoje Cine Jornal Informativo Total de Registros: 27 Total de registros: 281 Total de Registros: 406 Vídeos com comentários: 2 Vídeos com comentários: 13 Vídeos com comentários: 20 Total geral de cinejornais com comentários: 35 Os comentários foram classificados de acordo com o teor das mensagens publicadas pelos usuários. Quadro 5: classificação dos tipos de comentários postados no Portal Zappiens. Tipo de comentário Atualidades Agência Nacional Brasil Hoje Correção 1 Correção e Elogio 1 Elogio 2 6 Reclamação Outro Nota: um mesmo cinejornal pode ter recebido mais de um comentário Cine Jornal Informativo 10 5 8 10 58 Apresentamos, a seguir, alguns comentários para exemplificar a classificação de cada tipo de comentário. 1) CORREÇÃO Brasil Hoje n. 206 (1977) Figura 16: Print screen de um comentário sobre o cinejornal Brasil Hoje n. 206 (1977). Fonte: Portal Zappiens. 2) CORREÇÃO e ELOGIO Brasil Hoje n. 134 (1976) Figura 17: Print screen de um comentário sobre o cinejornal Brasil Hoje n. 134 (1976). Fonte: Portal Zappiens. 3) ELOGIO Atualidades Agência Nacional n. 2 (1963) Figura 18: Print screen de um comentário sobre o cinejornal Atualidades Agência Nacional n. 2 (1963). Fonte: Portal Zappiens. 59 4) RECLAMAÇÃO Cine Jornal Informativo n. 120 (1968) Figura 19: Print screen de um comentário sobre o cinejornal Cine Jornal Informativo n. 120 (1968). Fonte: Portal Zappiens. 5) OUTRO Cine Jornal Informativo n. 147 (1969) Figura 20: Print screen de um comentário sobre o cinejornal Cine Jornal Informativo n. 147 (1969). Fonte: Portal Zappiens. 5.3 ANÁLISE DOS PEDIDOS DE INFORMAÇÃO ENVIADOS À COORDENAÇÃO DE ATENDIMENTO À DISTÂNCIA (COADI) DO ARQUIVO NACIONAL Analisamos também os pedidos de informação enviados pelos usuários para a Coordenação de Atendimento à Distância do Arquivo Nacional (COADI) durante o período de 2009 a 2013, a fim de verificar como os usuários do Arquivo Nacional solicitam informações sobre imagens em movimento. Atualmente existem dois canais formais para solicitação de informações ao Arquivo Nacional. Um é o “Atendimento Presencial” nas cidades do Rio de Janeiro e Brasília. Outro é o “Atendimento à Distância”. Optamos pelo 60 segundo canal em virtude da possibilidade de se ter acesso aos pedidos registrados em cartas, e-mails e formulário próprio26. Quadro 6: pedidos de informação enviados à Coordenação de Atendimento à Distância do Arquivo Nacional. Total geral de cartas expedidas pela Coordenação de Atendimento à Distância (COADI) do Arquivo Nacional em resposta aos pedidos de informação: 4000. Total de pedidos de imagens em movimento enviados à Coordenação de Atendimento à Distância do Arquivo 2009 Nacional: 57. Total geral de cartas expedidas pela Coordenação de Atendimento à Distância (COADI) do Arquivo Nacional em resposta aos pedidos de informação: 2200. 2010 Total de pedidos de imagens em movimento enviados à Coordenação de Atendimento à Distância do Arquivo Nacional: 18. 2011 Total geral de cartas expedidas pela Coordenação de Atendimento à Distância (COADI) do Arquivo Nacional em resposta aos pedidos de informação: 3560. Total de pedidos de imagens em movimento enviados à Coordenação de Atendimento à Distância do Arquivo Nacional: 42. 2012 Total geral de cartas expedidas pela Coordenação de Atendimento à Distância (COADI) do Arquivo Nacional em resposta aos pedidos de informação: 2600. Total de pedidos de imagens em movimento enviados à Coordenação de Atendimento à Distância do Arquivo Nacional: 61. 2013 Total geral de cartas expedidas pela Coordenação de Atendimento à Distância (COADI) do Arquivo Nacional em resposta aos pedidos de informação: 2821. Total de pedidos de imagens em movimento enviados à Coordenação de Atendimento à Distância do Arquivo Nacional: 56. Os pedidos de informação enviados à COADI foram classificados no APÊNDICE B de acordo com a constância dos tipos de informações solicitadas e estão resumidos no quadro abaixo. Quadro 7: classificação dos pedidos de informação de imagens em movimento enviados ao Arquivo Nacional. Ano Pedidos de imagens em movimento Palavras-chave Temas Notação Título Zappiens Youtube / Onomásticas Geográficas Cronológicas Outros 2009 57 40 23 32 19 2 6 0 1 2010 18 10 4 4 4 1 8 2 0 2011 42 26 15 12 15 2 14 8 1 2012 61 24 10 14 10 5 27 11 5 2013 56 28 21 17 20 5 21 13 1 26 Os pedidos de informação podem ser enviados por carta para Arquivo Nacional (Praça da República, 173. Rio de Janeiro, RJ – 20211-350, para o e-mail [email protected] e por meio do preenchimento de um formulário que está disponível em: <http://www.arquivonacional.gov.br/templates/htm/arquivonacional/atendimento-a-distancia_FORM.htm>. Acesso em: 04 mai. 2014. 61 A seguir, relacionamos alguns pedidos de informação para exemplificar como foram classificadas as solicitações. Figura 21: extrato de um pedido de informação do ano de 2009. Palavra-chave temática: “Visita do Rei Leopoldo III da Bélgica no Brasil em 1964”. Palavra-chave onomástica: “Rei Leopoldo III”. Palavras-chave geográficas: “Brasil” / “Parque Indígena do Xingu”. Palavra-chave cronológica: “1964”. Figura 22: extrato de um pedido de informação do ano de 2010. . Título: “Brasil Hoje n. 169 – Edição Especial (1976)” / “Brasil Hoje n. 239 (1978)”. Zappiens: “pesquisei no http://www.zappiens.br”. Figura 23: extrato de um pedido de informação do ano de 2011. Notação: “EH/FIL 0552”. Título: “Brasil Hoje 114”. 62 Figura 24: extrato de um pedido de informação do ano de 2012. Youtube / Outros: “obter o vídeo que aparece no Youtube”. Figura 25: extrato de um pedido de informação do ano de 2013. Palavra-chave temática: “Diretas Já”. Palavras-chave onomásticas: “Miguel Arraes” / “Ulisses Guimarães” / “Fernando Henrique Cardoso” / “Eduardo Suplicy” / “Mario Covas” / “Teotônio Vilela” / “Brizola” / “Dante de Oliveira” / “Tancredo” / “Luis Carlos Prestes” / “Orestes Quercia” / “Luis Inácio Lula da Silva”. 63 5.4 ESTUDO COMPARATIVO SOBRE A DIFUSÃO DE DOCUMENTOS AUDIOVISUAIS Selecionamos três experiências de difusão de documentos audiovisuais na internet para serem comparadas com os cinejornais da Agência Nacional no Portal Zappiens, com o objetivo de conhecermos as ferramentas disponíveis para a interação do usuário com o portal e sites. Assim, começamos descrevendo a parceria entre a Filmoteca Española e a Corporación Radiotelevisión Española - RTVE.ES que possibilitou a disponibilização dos noticiários e os documentários NO-DO na internet, depois apresentamos sucintamente a base de dados Accessus do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC) e terminamos com o Banco de Conteúdos Culturais (BCC), que é um resultado do trabalho realizado pela Cinemateca Brasileira e pelo Centro Técnico Audiovisual (CTAv). A experiência com os noticiários e documentários NO-DO na internet é aqui que mais se aproxima dos cinejornais da Agência Nacional no Portal Zappiens. O NO-DO e a Agência Nacional eram empresas, respectivamente, dos governos da Espanha e do Brasil. Tinham como finalidade a cobertura e divulgação dos atos e atividades de seus governantes. Os noticiários, na maioria das vezes, foram instrumentos de propaganda política. Segundo Castro (2012, p. 12) “o enfoque na Propaganda Política como forma de expressão do poder e de sua consciência de identidade nos permite enxergar parte das demandas de uma época, através dos conteúdos produzido”. O NO-DO foi criado no ano de 1942 durante a ditadura do General Francisco Franco. Após uma parceria entre a Filmoteca Espanhola e RTVE.ES todas as imagens do maior fundo audiovisual da Espanha foram disponibilizadas para acesso por meio da internet. As imagens em movimento do NO-DO possuem uma grande identificação com as imagens da Agência Nacional, pois são noticiários cinematográficos, como se pode observar nas cartelas da figura 26. A outra relação está no conteúdo, visto que a maior parte dos cinejornais que serão analisados cobrem os governos dos ditadores militares brasileiros. 64 Figura 26: cartelas dos Noticiarios NO-DO. Fonte: Portal NO-DO. A descrição do conteúdo dos Noticiarios y documentales cinematográficos é apresentada de duas maneiras. Na primeira delas é descrito um breve resumo das imagens. figura 27). Na segunda maneira o conteúdo é dividido por notícias, com a indicação do timecode de cada uma delas. (figura 28). Noticiario 05-01-1970 Nº 1409A27 Primeira maneira Figura 27: extrato da descrição do conteúdo do Noticiario 05-01-1970 Nº 1409A. Fonte: Portal NO-DO. 27 O noticiario pode ser consultado no Portal NO-DO. Disponível em: <http://www.rtve.es/filmoteca/nodo/not-1409/1487064/>. Acesso em: 7 abr. 2014. 65 Segunda maneira Figura 28: extrato da descrição de conteúdo dividida por título de notícia do Noticiario 05-01-1970 Nº 1409A. Fonte: Portal NO-DO. A segunda maneira direciona o usuário para uma notícia específica. Com a divisão e indicação do time-code de cada notícia não é necessário assistir o noticiario na íntegra, facilitando a pesquisa pelo conteúdo. O Portal NO-DO oferece uma gama maior de opções de compartilhamento em redes sociais (figura 29 e quadro 8) dos seus vídeos em relação ao Portal Zappiens. Entretanto, isso não parece ser uma desvantagem muito relevante, já que o portal brasileiro está conectado com duas redes sociais bem populares no país: Facebook e Twitter. Figura 29: identidade visual das diferentes redes sociais existentes atualmente no Portal NO-DO. Fonte: Google Imagens. 66 Quadro 8: comparação de redes sociais “conectadas” com o Portal Zappiens e com o Portal NO-DO. Portal Zappiens Portal NO-DO Twitter Facebook Não possui conexão Google + Não possui conexão Tuenti Não possui conexão Menéame Não possui conexão Delicious Não possui conexão Envio por e-mail Diferentemente do Portal Zappiens, o Portal NO-DO não oferece um espaço destinado para os comentários dos usuários. O contato com a Filmoteca Espanhola, onde estão depositadas as matrizes e cópias dos noticiários e documentários, pode ser realizado por meio de um correio eletrônico: [email protected]. Outra experiência que possui pontos de contatos com o Portal Zappiens é a do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC). O CPDOC é um dos mais importantes centros de pesquisa e documentação do Brasil. Reúne manuscritos, impressos, fotos, discos, filmes e fitas sobre a história recente do país, com destaque para arquivos pessoais de homens públicos. As informações sobre os documentos e grande parte do acervo estão disponíveis na base de dados Accessus, que pode ser acessada por meio da internet. Os usuários podem realizar suas buscas pelo tipo dos documentos (“textual”, “audiovisual”, “livro/folheto”, “capítulo de livro”, “exemplar periódico”, “artigo periódico”), por assunto, título, autor e data de produção. Partindo do assunto “visita da Rainha Elizabeth II ao Brasil”, que está presente nos cinejornais da Agência Nacional, realizamos uma busca simples na base de dados Accessus pela palavra-chave “Rainha Elizabeth”, seguindo uma das recomendações do espaço “Ajuda”. 67 Figura 30: extrato das orientações do espaço “Ajuda” da Base de Dados Accessus. A nossa busca resultou em um total de 16 ocorrências. Selecionamos um documento audiovisual para exemplificar como as informações sobre um filme estão registradas e estruturadas na base de dados Accessus. É possível notar três grandes áreas para a descrição de um documento. Na área de “Identificação” estão descritas informações sumárias como: notação, gênero documental, título, data de produção, quantidade e descrição física. A área “Arquivo” relaciona o documento a um fundo específico. Por último a área “Resumo” é dedicada ao conteúdo do documento. 68 Figura 31: extrato da descrição do conteúdo do filme “Visita da rainha Elizabeth II ao Rio de Janeiro” na Base de Dados Accessus. Fonte: Base de Dados Accessus do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC). Destaca-se na base de dados a ferramenta “Colabore”, que tem por objetivo a melhoria da qualidade das informações disponíveis no portal. Por meio do “Colabore” Os usuários podem enviar correções e/ou novas informações sobre determinado item documental. É recomendável que os usuários enviem a fonte utilizada para que os técnicos do CPDOC possam confirmar a exatidão das informações para posterior incorporação. 69 Figura 32: exemplo de como funciona a ferramente “Colabore” na Base de Dados Accessus. Fonte: Base de Dados Accessus do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC). A ferramenta “Colabore” proporciona um diálogo constante entre os usuários e os técnicos responsáveis pelo tratamento técnico de um arquivo. Por meio de um acompanhamento sistemático as informações sobre um determinado documento poderão ser enriquecidas. Os usuários poderão contribuir, principalmente, com informações sobre pessoas, lugares, eventos e datas. O Portal Zappiens pode receber contribuições dos usuários por meio de um campo destinado a comentários. Entretanto, não funciona como uma ferramenta para a melhoria da qualidade das informações. O “Colabore” do CPDOC é um bom exemplo a ser avaliado pelo Arquivo Nacional. Uma verificação sistemática do que tem sido postado poderá enriquecer as informações sobre os cinejornais. Lembrando que a digitalização e disponibilização de documentos na internet não é o fim. Um constante diálogo com os usuários deve ser uma nova atividade a ser incorporada. Além de elogios e sugestões, alguns 70 comentários apontam para equívocos que precisam ser corrigidos, como pode ser verificado no Apêndice A. Por último apresentamos brevemente o Banco de Conteúdos Culturais (BCC), que foi viabilizado pelo Ministério da Cultura e o Ministério da Ciência e Tecnologia, por meio do trabalho realizado pela Cinemateca Brasileira e pelo Centro Técnico Audiovisual (CTAv). A finalidade do Banco de Conteúdos Culturais é a disponibilização de conteúdo cultural na internet. Atualmente o conteúdo do site está dividido em cinco (5) blocos: FILMES: Atlântida, Vera Cruz, Silenciosos e Instituto Nacional de Cinema Educativo (INCE) CARTAZES: Nacionais e Estrangeiros FOTOS: Galerias TV TUPI: Telejornalismo, Roteiros de telejornalismo e Telenovelas PROJETOS ESPECIAIS: Encontros transversais e Arquivo para uma obra-acontecimento O conteúdo do telejornalismo da TV Tupi é o exemplo que mais se aproxima dos cinejornais, visto que tanto o primeiro quanto o segundo possuem caráter noticioso. O que difere, basicamente, um do outro é o meio de veiculação da notícia. Realizamos, portanto, uma pesquisa básica pela palavra “Pelé”, sem especificação de data, no espaço do banco de conteúdos destinado ao acervo audiovisual jornalístico da TV Tupi. A busca resultou em 140 reportagens que traziam a palavra “Pelé”, que podia estar configurada nos campos “assunto”, “identidades”, “descritores primários” e “descritores secundários”. Abaixo segue um exemplo de como as informações sobre uma reportagem da TV Tupi estão estruturadas no Banco de Conteúdos Culturais. Pelé dá autógrafos28 Telejornal:? Data: 31/12/1969 Descritores primários: Futebol Identidades: Pelé; Nascimento, Edson Arantes do Número de entrada: 18305-10 28 O vídeo pode ser consultado no Banco de Conteúdos <http://www.bcc.org.br/tupi/detalhe/44890>. Acesso em: 10 fev. 2014. Culturais. Disponível em: 71 Figura 33: exemplo de como se apresenta uma notícia no Banco de Conteúdos Culturais (BCC). Fonte: Banco de Conteúdos Culturais (BCC). Por meio de um quadro comparativo podemos perceber que a representação da informação dos cinejornais da Agência Nacional no Portal Zappiens é bem parecida com a representação das notícias da TV Tupi no Banco de Conteúdos Culturais. Quadro 9: comparação da descrição de conteúdo no Banco de Conteúdos Culturais (BCC), Portal Zappiens e Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN). Banco de Conteúdos Culturais Portal Zappiens e Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN) Título Descrição conteúdo Data Representantes informação Telejornal:? Brasil Hoje n. 6 (1971) Pelé dá autógrafos O REI PELE do Não tem 31/12/1969 [Comemoração do 87º aniversário de Três Corações, MG e inauguração de uma estátua do jogador Pelé] 1971 da Descritores primários: Futebol / Termos de indexação: Futebol; Nascimento, Edson Identidades: Pelé; Nascimento, Edson Arantes do; Três Corações (MG). Arantes do Não foi possível identificar a existência de um vocabulário controlado. A pesquisa básica que realizamos levou a concluir que a recuperação da informação está 72 baseada em palavras que constam no título, assunto, descritores primários e secundários e também em datas e número de entrada. A interação dos usuários com o Banco de Conteúdos Culturais pode ser realizada por meio do ícone “contato”. Figura 34: tela que representa a maneira de como entrar em contato com o Banco de Conteúdos Culturais (BCC). Fonte: Banco de Conteúdos Culturais (BCC). No campo “categoria” estão listados os possíveis tipos de assuntos que os usuários podem enviar: exibição, cartazes, filmes, fotos, pesquisa de imagens, problemas no site, licenciamento de imagens TV Tupi e outros. Todavia, não foi possível constatar se a ferramenta de “Contato” contribui para a melhoria da “qualidade das informações”. Ressaltamos que as iniciativas apresentadas demonstram que a internet e as novas tecnologias de informação e comunicação (TICs) contribuíram para uma importante mudança na maneira de difundir e proporcionar o acesso às imagens em movimento em diferentes ambientes de informação. De acordo com Edmondson (2013, p. 125), As novas tecnologias ampliam rapidamente as possibilidades de consulta pela Internet a base de dados, a documentos sonoros e visuais (mediante autorização do titular dos direitos de autor) e essas possibilidades criam, em contrapartida, novas demandas. O catálogo tradicional está em processo de mudança. O texto das 73 entradas enriquece-se com ícones, imagens e sons. Também é possível realizar pesquisas simultâneas em múltiplas bases de dados. Esses sistemas, cada vez mais aperfeiçoados, revolucionarão as práticas de catalogação e de acesso dos arquivos audiovisuais, e oferecerão ao usuário maiores possibilidades e opções. Cada vez mais o perfil dos usuários dos arquivos se diversifica. A internet tem possibilitado diferentes tipos de pesquisas. Alguém que busca uma imagem, no Google por exemplo, poderá chegar até a uma instituição arquivística. Há alguns anos o relacionamento dessas instituições era muito mais frequente com usuários especializados e pesquisadores acadêmicos. Hoje em dia um adolescente que “navega” pela rede mundial de computadores poderá conhecer um outro universo. Os exemplos mostram que existe uma necessidade real de se estabelecer novos tipos de relacionamentos. Os arquivos, bibliotecas e museus precisam estar preparados para atender as diferentes demandas colocadas pelos seus usuários e pelo público em geral. Podem assumir um papel importante na mediação de trocas de informações e conhecimento. De acordo com Weinberger (2007, p. 147) À medida que as pessoas se comunicam on-line, a troca de ideias torna-se parte de um conhecimento digital público vibrante e significativo – em vez de conversar por alguns momentos com um pequeno grupo de amigos ou colegas, cada pessoa tem, potencialmente, acesso a um público universal de interlocutores. Como um todo, essa troca de ideias cria também uma forma de saber que jamais esteve disponível antes; como a subjetividade, tem raízes em pontos de vista e paixões individuais que lhe conferem autenticidade. O autor continua dizendo que “agora podemos constatar que o saber não está na nossa cabeça, está entre nós. Emerge do pensamento público e social e ali permanece[...]” ( WEINBERGER, 2007, p. 147). Essa constatação afeta diretamente os tradicionais ambientes de informação, que durante muito tempo foram espaços privilegiados de saber e conhecimento. Tanto o que foi concebido ao longo da história, quanto o que está sendo produzido nos dias atuais, podem circular de uma nova maneira. Deve-se levar em conta que a difusão de documentos na internet gera novas demandas. As ferramentas de contato disponibilizadas precisam ser bem gerenciadas. No Portal Zappiens, por exemplo, o campo destinado aos comentários deveria ser constantemente verificado para saber quais são as dúvidas, interesses, críticas e problemas encontrados pelos usuários. As ferramentas oferecidas para o contato devem ser vistas como espaços reais de intercâmbio de informação e conhecimento. Os usuários podem se tornar colaboradores em potencial. É preciso salientar que a difusão na internet não é o final. Pelo contrário. Pode 74 gerar novos desafios e demandas. Uma relação de diálogo pode trazer alguns benefícios, como a melhoria das descrições arquivísticas e pontos de acesso. 75 6 ANÁLISE, DISCUSSÃO E RESULTADOS: APONTANDO PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS A partir do arcabouço teórico do nosso estudo, das características próprias dos cinejornais e dos pedidos de informação direcionados à Coordenação de Atendimento à Distância (COADI) do Arquivo Nacional concluímos que os princípios metodológicos para a análise e a representação dos cinejornais devem levar em consideração, principalmente, o contexto de produção e os aspectos que são comuns aos jornais cinematográficos. Para esclarecer melhor a importância do contexto de produção de um filme, retomamos, algumas reflexões do domínio da história. Rosenstone (2010, p. 48) acredita que uma obra considerada filme histórico pode ser dividida em três partes: gênese, sinopse e julgamento. a) Gênese: quem teve a ideia para o filme, quais foram as suas fontes, como vários produtores-roteiristas-diretores o levaram para a tela e quais eram as intenções; b) Sinopse: que destaca os personagens e os acontecimentos e também indica os principais desvios em relação ao registro histórico; c) Julgamento: por que devemos dar importância ao filme, o que ele contém que nos faz pensar de maneira séria a respeito do passado e como ele poderia ser modificado para se tornar mais valioso como obra histórica? A “gênese” é a que mais nos interessa, visto que está explicitamente relacionada com o contexto de produção de um filme. A partir do exposto pelo autor, acreditamos que alguns questionamentos podem ser feitos com a finalidade de se conhecer a “gênese” ou o contexto de produção de um filme. – Quem teve a ideia para o filme? – Quais foram as fontes de quem teve a ideia? – De que maneira produtores, roteiristas e diretores levaram o filme para a tela? – Quais eram as intenções? Ainda que Rosenstone não fale sobre os cinejornais especificamente, acreditamos que os mesmos questionamentos não se restringem aos filmes considerados históricos. Ao interrogar um filme, vários filmes, ou parte de um ou mais filmes mediante determinada opção metodológica, deve-se tratar esse objeto de estudo como um conjunto de representações que remetem direta ou indiretamente ao período e à sociedade que o produziu. A análise das narrativas e do momento de produção dos filmes comprova que estes sempre falam do presente. Dizem algo a respeito do 76 momento e do lugar que constituem o contexto de sua produção. (VALIM, 2012, p. 285) Nessa mesma linha de raciocínio Lagny (2011, p. 113) acredita que a abordagem histórica de um filme passa por questionamentos tradicionalmente já realizados em relação a um texto: “onde, quando, por quem, por que foi feito?” Partindo do que foi exposto sobre o contexto de produção de um filme, dos pedidos de informação enviados para Coordenação de Atendimento à Distância (COADI) do Arquivo Nacional, dos comentários que foram publicados no Portal Zappiens, do Glossary of Filmographic Terms da FIAF e do FIAF Moving Image Cataloguing Manual, identificamos e estabelecemos alguns princípios que devem ser considerados na análise, descrição e representação dos cinejornais. Os princípios estão relacionados com a ESTRUTURA, o CONTEÚDO e as RESPONSABILIDADES que representam, quase sempre, os jornais cinematográficos da Agência Nacional. Portanto, consideramos que esses três aspectos devem ser contemplados na linguagem natural (descrição do conteúdo) e controlada (termos de indexação / descritores / cabeçalhos de assunto). ESTRUTURA: Considerando que os jornais cinematográficos seguem quase sempre uma forma de apresentação, é importante perceber como são estruturadas as notícias. 1) A maior parte dos cinejornais veiculava mais de uma notícia. Geralmente a notícia era antecedida por uma cartela. O Glossary of Filmographic Terms da FIAF define esse tipo de cartela como “título do segmento” ou “título da notícia” (Título que apresenta um segmento individual dentro de um cinejornal ou filme de atualidades); 2) De acordo com o Glossary of Filmographic Terms da FIAF um cinejornal ou um filme de atualidades, na maioria das vezes, possui o “número do volume” e o “número da edição”, o primeiro geralmente indica o ano e o segundo a ordem sequencial do filme dentro do volume; 3) De acordo com o FIAF Moving Image Cataloguing Manual a hierarquia indicada pelo “número do volume” e o “número da edição” deve ser respeitada, visto que a maioria dos cinejornais pertence a uma série específica. 4) Certificado de censura, geralmente antecedendo o título do cinejornal. CONTEÚDO: 77 1) Os cinejornais foram produzidos por uma agência de propaganda do governo federal brasileiro. Portanto, é recomendável que o contexto de produção seja muito bem explicitado; 2) O conteúdo dos cinejornais privilegiava as atividades do governo federal, como, por exemplo: obras, construções, inaugurações, visitas, paradas militares, encontros diplomáticos; 3) As autoridades governamentais eram destacadas nas imagens e na narração em off. Presidentes da República, ministros, governadores, prefeitos, presidentes e diretores de empresas públicas e privadas; 4) Além das atividades do governo federal, notícias sobre cultura, esportes e localidades geográficas também foram veiculadas, destacando artistas, esportistas etc. RESPONSABILIDADES: Considerando que os cinejornais são obras coletivas, com funções e atribuições quase sempre muito bem definidas, é recomendável que as responsabilidades sejam identificadas e representadas arquivisticamente. 1) Créditos Iniciais, Créditos de Abertura, Letreiros Iniciais. Créditos que aparecem no início do filme. Glossary of Filmographic Terms – FIAF 2) Créditos Finais, Letreiros Finais. Créditos que aparecem no final do filme. Glossary of Filmographic Terms – FIAF 3) Narração Escrita por, Texto de Narração, Texto de Locução Escrito por, Comentário. Autor de um texto informativo e explicativo, normalmente lido em off. Não confundir com Narrado por/Comentário por (B.7.10). Glossary of Filmographic Terms – FIAF 4) Narrador, Narração, Narrado por, Comentador, Locutor, Comentários, Comentário Falado por. Não confundir com Narração Escrita por/Comentário Escrito por (B.4.15). Glossary of Filmographic Terms – FIAF Narração descritiva do evento, personagens e lugares 5) Trilha Musical, Trilha Sonora, Música. Música arranjada ou composta para o filme com as partes para instrumentos ou vozes tanto gravada ou em partitura. Glossary of Filmographic Terms – FIAF De maneira geral os diferentes aspectos reunidos nos três grandes grupos podem ser percebidos nos jornais cinematográficos da Agência Nacional e contemplam os comentários publicados no Portal Zappiens (APÊNDICE A) e principais descritores identificados nos pedidos de informação (APÊNDICE B). 78 ESTRUTURA: descritor cronológico. A partir das cartelas e dos certificados de censura pode ser possível a identificação da data de um cinejornal. CONTEÚDO: descritores temáticos, onomásticos e geográficos. RESPONSABILIDADES: descritores onomásticos. Todavia, não se pode esquecer que nem sempre todos os aspectos referentes à ESTRUTURA, CONTEÚDO e RESPONSABILIDADES estarão presentes concomitantemente em um mesmo cinejornal. Retomando os aspectos da ESTRUTURA cabem algumas considerações sobre o título do segmento. Julgamos que por meio da identificação do “título do segmento” ou “título da notícia” e também da “narração em off” outros aspectos de um cinejornal poderão ser percebidos ou indicados. Primeiramente, destacamos da amostra selecionada três exemplos que exprimem como se pode apresentar o “título do segmento” ou “título da notícia” em um cinejornal. Exemplo 1: Atualidades Agência Nacional n. 28 (1963) Figura 35: Print screen de fotogramas do cinejornal Atualidades Agência Nacional n. 28 (1963). 1 2 4 Fonte: Portal Zappiens. 3 5 79 A partir da análise das cartelas acima podemos concluir que o cinejornal em questão foi produzido pela “Agência Nacional” (1 e 2), faz parte da série “Atualidades Agência Nacional” (1 e 3), tem como título da notícia “Tito no Brasil” (4) e indica os responsáveis pela fotografia, narração e roteiro (4). Logo, partindo de um aspecto relacionado à ESTRUTURA temos condições de perceber aspectos relacionados ao CONTEÚDO e às RESPONSABILIDADES. CONTEÚDO: Trata-se de uma visita - “Tito no Brasil”. RESPONSABILIDADES: “Fotografia Ramon Garcia e Romeu Pascoalini” / “Narração Alberto Cury” / Roteiro Almôr Azevedo”. Exemplo 2: Brasil Hoje n. 1 (1970) Figura 36: Print screen de fotogramas do cinejornal Brasil Hoje n. 1 (1970). 1 2 5 3 4 6 7 Fonte: Portal Zappiens. No segundo exemplo constatamos pelas cartelas que o cinejornal pertence à série “Brasil Hoje” (1), indica as responsabilidades (2, 3, 4, 5, 6 e 7) e por fim o “título de cada notícia” (3, 4, 5, 6, e 7). Partindo-se também de um aspecto relacionado à ESTRUTURA temos condições de RESPONSABILIDADES. perceber aspectos relacionados ao CONTEÚDO e às 80 CONTEÚDO: notícias sobre “Cerveja em Blumenau”, “Colheita da uva”, “Quebra-mar de Salvador”, “Paisagem de Burle” e “Parque dos Guararapes”. RESPONSABILIDADES: “texto Edson Nequete”, “locutor Alberto Curi”, “montagem Pery Santos”, “laboratório Lider Cinematográfica” e “fotografia André Palluchi, Fernando Stamato e Valmir Ribeiro”. Exemplo 3: Cine Jornal Informativo n. 120 (1968) Figura 37: Print screen de fotogramas do cinejornal Cine Jornal Informativo n. 120 (1968). 1 2 3 Fonte: Portal Zappiens. Com base na análise das cartelas do último exemplo sabemos que se trata de mais um cinejornal da “Agência Nacional” (1), integrante da série “Cine Jornal Informativo” (2) e com notícias do especial “Imagens do Brasil” (3). O conhecimento dos títulos dos segmentos ou notícias é fundamental para iniciar a representação arquivística do cinejornal. Os documentos não-gráficos (audiovisuais, visuais ou sonoros), de acordo com os “Princípios de indexação” do UNISIT (1981, p. 87), algumas vezes são indexados a partir do título ou da sinopse, mas isto carece de cuidados especiais. Além disso, como demonstrado no quadro sobre pedidos de informação, os usuários muitas vezes buscam os filmes e os cinejornais pelos títulos. Vale ressaltar, que na maioria das vezes, o analista de filmes terá condições de ir muito além dos títulos. Somente a partir do que foi visto e escutado, tivemos condições de constatar o seguinte: – Atualidades Agência Nacional n. 28 (1963) é realmente monotemático; – Brasil Hoje n. 1 (1970) é composto por diferentes notícias, conforme já indicado nos “títulos das notícias”; 4 81 – Cine Jornal Informativo n. 120 (1968) é composto por diferentes notícias, embora não apresente cartelas com os respectivos “títulos das notícias”. O “título do segmento” ou “título da notícia” pode oferecer pistas sobre aspectos do CONTEÚDO e das RESPONSABILIDADES de um cinejornal. Todavia, somente o visionamento de um cinejornal na íntegra, atentando-se para as imagens e sons, fará com que a sua representação seja muito mais completa. Além das cartelas com os títulos das notícias, a narração em off é um outro aspecto comum aos jornais cinematográficos que deve ser observado. A partir do que é narrado pode ser possível identificar personagens, lugares, eventos, datas etc. Apresentamos um exemplo da representação arquivística de um cinejornal e a sua narração em off. Atualidades Agência Nacional nº 2 (1963) Quadro 10: comparação entre a “especificação do conteúdo” e “termos de indexação” estabelecidos com a “narração em off de um cinejornal. Sistema de Informações do Arquivo Nacional Transcrição da narração em off (SIAN) - Especificação do conteúdo e termos de indexação [PRESIDENTE JOÃO GOULART E MINISTRO SANTIAGO DANTAS em reunião, após concluída a missão econômica desempenhada por este último nos EUA] / “Dantas, Francisco Clementino de San Tiago, 1911-1964” / “Estados Unidos” / “Goulart, João Belchior Marques, 1919-1976” / “Relações exteriores” / “Ribeiro, Darci”. “Vitorioso na missão que o levou aos EUA o ministro Santiago Dantas, valiosos recursos econômicos foram obtidos num clima de alto entendimento em que se fizeram respeitar mais uma vez as diretrizes da independência política. Graças a sua importante atuação, inspirada no plano da nossa recuperação econômica, revitalizasse o conceito internacional de confiança no governo João Goulart. As linhas de crédito do Brasil nos EUA serão dinamizadas sem que se comprometam os princípios básicos de nossa soberania.” [LOGRADOUROS DO RIO DE JANEIRO – Denúncia sobre a falta de preservação de locais históricos, como Arcos da Lapa, Igreja da Glória, Largo do Boticário, Igreja da Candelária etc] / “Arcos da Lapa (Rio de Janeiro, RJ)” / “Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro (Rio de Janeiro, RJ)” / “Largo do Boticário (Rio de Janeiro, RJ)” / “Patrimônio histórico” “Os aspectos tradicionais do Rio antigo resistem ainda apesar das imposições da vida moderna, mas nem todos resistirão muito tempo à onda de demolições, trazida por uma urbanização que não respeita os nossos mais preciosos valores históricos. O famoso Largo do Boticário, por exemplo, encantador recanto do Cosme Velho está ameaçado pela picareta dos violadores de nossa paisagem. A providencial abertura de um túnel, velho projeto que se arrasta através de sucessivas administrações, por si só não deveria implicar na mutilação de lugares pitorescos como este. Além do inestimável valor da sua arquitetura colonial, o Largo do Boticário frequentemente serve de palco às mais expressivas e admiráveis manifestações de arte.” [REFORMA AGRÁRIA – Problemas de terra e o “Não são muito numerosas no nosso imenso Brasil as ricas interesse do governo em resolvê-los mediante projeto propriedades como esta, mas são cada vez mais prósperas. enviado ao Congresso Nacional] / “Reforma agrária” E sua prosperidade cresce na medida em que se isolam os 82 menos afortunados dando razão a quem disse que no arame farpado está a desgraça de nosso país. No entanto, não é mais possível ignorar o clamor dos que são íntimos da terra e dela não podem sequer colher o seu sustento. O homem do campo, esquecido e abandonado durante séculos, ver surgir no horizonte de nossa terra uma esperança de melhores dias. A reforma agrária, já proposta ao congresso, poderá ser a realização dessa esperança. A de uma justa distribuição de nossos recursos.” [SANTOS X FLAMENGO – Torneio de futebol entre o time paulista e o carioca, no Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro] / “Estádio Mário Filho (Rio de Janeiro, RJ)” / “Futebol” “Santos mais uma vez campeão. Agora do último torneio Rio x São Paulo. Mas o Flamengo chegou a dar no primeiro tempo a impressão de que as coisas não seriam assim tão fáceis para o seu adversário. A um ataque do Santos, como sempre sob a inspiração do Pelé, segue-se um ataque do Flamengo buscando impor-se pela abertura da contagem. A segunda etapa se inicia sob a impressão de que o Flamengo poderá ainda repetir o recente feito do Fluminense, resistindo às investidas dos Santos e por sua vez pondo em perigo a defesa contrária. Aos 8 minutos, todavia, Coutinho recebe um passe magistral de Pelé e armando uma meia bicicleta consigna o primeiro gol do Santos. Inutilmente o Flamengo procura igualar a contagem. Em pouco seria vencido outra vez. O terceiro tempo do Santos assinalado ainda num belo drible de Pelé confirma a magnífica vitória. Com base no exemplo selecionado podemos perceber que nem sempre o que é narrado aparece nas imagens. Como também o contrário. Em sua análise dos cinejornais da Era Vargas, Castro (2012, p. 102) identificou uma característica da narração em off que permaneceu durante a ditadura militar: exaltação e supervalorização do que estava sendo apresentado. Segundo a autora (2012, p. 102), a narração guia todas as cenas e muitas vezes as exalta e valoriza, conferindo a elas uma importância ou um status além do exposto. Palavras que conferem grandeza e monumentalização eram empregadas, às vezes até destoando das próprias imagens. O narrador preocupava-se em enaltecer todos os feitos do governo, tornando impecáveis as aparições de seus elementos e incutindo nestes uma maior credibilidade e segurança. A falta de sincronia entre a imagem e o som da documentação audiovisual de televisão foi observada por Caldera-Serrano e Arranz-Escacha (2012, p. 71), por isso, os autores recomendam que na análise de conteúdo deve se separar a banda de imagem da banda de som, visto que em algumas ocasiões não oferecem a mesma informação. A relação não é sempre sincrônica e às vezes vai por um lado a informação da banda sonora e por outro a informação da banda visual. Igualmente é necessária a descrição das duas bandas de forma conjunta quando estão sincronizadas, embora em caso de redundância terá prioridade a descrição da parte visual. (CALDERA-SERRANO, ARRANZ-ESCACHA, 2012, p. 72). (tradução livre). 83 A representação arquivística da informação de um cinejornal pode ser facilitada pelo conhecimento que o analista de filmes tem acerca de determinado assunto. No caso específico dos jornais cinematográficos da Agência Nacional é de fundamental importância uma certa especialização em história do cinema e do Brasil. O tratamento das imagens em movimento requer que esteja familiarizado com o vocabulário específico e com o processo de produção cinematográfica, e se tenha um bom conhecimento da história do cinema e da sua evolução. Os instrumentos técnicos utilizados, a forma e o género cinematográfico, a originalidade dos temas, e até o modo como são abordados são outros tantos elementos que podem influenciar a avaliação e a selecção. (FILLION, 1998, p. 238). Souza (2003, p. 66) diz que “o desafio da leitura proposto pelos cinejornais é tão complexo quanto o dos filmes de ficção [...] faltam fichas técnicas, documentação escrita sobre as condições de filmagem, quais foram os redatores dos textos de locução”. A ausência dessa documentação correlata faz com que o trabalho de análise dos cinejornais seja mais complexo, demandando um tempo maior de pesquisa. Logo, o conhecimento especializado dos assuntos veiculados pelos cinejornais da Agência Nacional contribui para o reconhecimento dos aspectos relacionados ao CONTEÚDO, que como já vimos, enfatizaram obras, construções, inaugurações, visitas, paradas militares, encontros diplomáticos; autoridades governamentais: Presidentes da República, ministros, governadores, prefeitos, presidentes e diretores de empresas públicas e privadas; e notícias sobre cultura, esportes e localidades geográficas, destacando artistas, esportistas etc. Caldera-Serrano e Arranz-Eschacha (2012, p. 70), que são especialistas em análise de imagens em movimento de televisão, preconizam que a indexação de um documento audiovisual deve levar em conta as “pessoas físicas e jurídicas, lugares geográficos e termos que sirvam para a descrição temática do documento” (tradução livre). Partindo das características próprias dos cinejornais, das demandas dos usuários diante desse tipo de documento audiovisual e considerando a política de indexação do sistema de informação é que pode se estabelecer o que deverá ser indexado. O indexador não necessita obrigatoriamente registrar, como termos indexadores, todos os conceitos identificados durante o exame do documento. A escolha dos conceitos que serão selecionados ou rejeitados depende do objetivo para o qual as informações são indexadas. (UNISIST, 1981, p. 88). Deve-se oferecer a maior e melhor qualidade de informações para que a multiplicidade de usuários possa ser capaz de fazer as análises críticas concernentes as suas 84 áreas de estudo e pesquisa. O analista de filmes deve procurar, portanto, ser o mais fiel possível ao que as imagens e sons “dizem” e não o que queriam “dizer”. As contribuições para a análise, descrição e representação arquivística da informação dos cinejornais poderão ser realizadas no Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN) e no Portal Zappiens. Aspectos relacionados à ESTRUTURA, CONTEÚDO e RESPONSABILIDADES podem ser descritos em áreas e campos específicos do SIAN, isto é, áreas 1, 3 e 7 do sistema. Tomemos como exemplo o cinejornal Brasil Hoje n. 1. – Área relacionada à ESTRUTURA no SIAN: 1 – ÁREA DE IDENTIFICAÇÃO 1.1 – Código de Referência: BR AN,RIO EH.0.FIL, BHO.1 1.2 – Título 1.2.1 Indicação do título Brasil Hoje n. 1 – Áreas relacionadas ao CONTEÚDO no SIAN: 3 – ÁREA DE CONTEÚDO E ESTRUTURA 3.1 – Âmbito e conteúdo 3.1.1 – Especificação do conteúdo CERVEJA EM BLUMENAL [SC – Aspectos do 5º Festival da Cerveja] COLHEITA DA UVA [em Bento Gonçalves, RS] QUEBRA MAR DE SALVADOR [Ministro Mário Andreazza visita obras] PAISAGENS DE BURLE [MARX Depoimento do paisagista e aspectos de jardins projetados por ele] PARQUE DOS GUARARAPES [em Jaboatão, PE – Cerimônia de inauguração; presentes o presidente Médici, a primeira-dama Scila e o governador Eraldo Gueiros] 7 – ÁREA DE CONTROLE 7.1 – Nota do Arquivista 7.1.1 Termos de indexação: Termo Andreazza, Mário Davi Bento Gonçalves (RS) Blumenau (SC) Festival da Cerveja, 5º, Blumenau (SC), 1971 Leite, Eraldo Gueiros 85 Marx, Roberto Burle Médici, Emílio Garrastazu Médici, Scila Gaffrée Paisagismo Parque dos Guararapes (Jaboatão, PE) Vinicultura – Área relacionada às RESPONSABILIDADES no SIAN: 1 – ÁREA DE IDENTIFICAÇÃO 1.1 – Código de Referência: BR AN,RIO EH.0.FIL, BHO.1 1.2 – Título 1.2.1 Indicação do título Brasil Hoje n. 1 1.2.2 – Indicação de Responsabilidade As cartelas do Brasil Hoje n.1 apresentam as “RESPONSABILIDADES” do cinejornal, mas na representação arquivística da informação já estabelecida elas não foram consideradas. Acreditamos que a 7 – ÁREA DE CONTROLE, na qual são estabelecidos os termos de indexação, também poderá ser utilizada para as RESPONSABILIDADES, visto que algumas vezes os usuários estão em busca de um narrador, roteirista etc. A representação arquivística da informação no Portal Zappiens está de acordo com o SIAN apenas no que diz respeito à “indicação do título” e “especificação do conteúdo”. Quadro 11: comparação entre a representação arquivística da informação no Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN) e no Portal Zappiens. Sistema de Informações do Arquivo Portal Zappiens Nacional (SIAN) 1.2.1 Indicação do título: Brasil Hoje n. 1 Título: Brasil Hoje n. 1 (1970) 3.1.1 – Especificação do conteúdo Resumo: CERVEJA EM BLUMENAL [SC – Aspectos do 5º Festival da Cerveja] COLHEITA DA UVA [em Bento Gonçalves, RS] QUEBRA MAR DE SALVADOR [Ministro Mário Andreazza visita obras] PAISAGENS DE BURLE [MARX – Depoimento do paisagista e aspectos de jardins projetados por ele] PARQUE DOS GUARARAPES [em Jaboatão, PE – Cerimônia de inauguração presentes o presidente Médici, a primeira-dama Scila e o CERVEJA EM BLUMENAL [SC – Aspectos do 5º Festival da Cerveja] COLHEITA DA UVA [em Bento Gonçalves, RS] QUEBRA MAR DE SALVADOR [Ministro Mário Andreazza visita obras] PAISAGENS DE BURLE [MARX Depoimento do paisagista e aspectos de jardins projetados por ele] PARQUE DOS GUARARAPES [em Jaboatão, PE – Cerimônia de inauguração; presentes o presidente Médici, a primeiradama Scila e o governador Eraldo Gueiros] 86 governador Eraldo Gueiros] 7.1.1 Termos de indexação: Não possui termos de indexação Andreazza, Mário Davi Bento Gonçalves (RS) Blumenau (SC) Festival da Cerveja, 5º, Blumenau (SC), 1971 Leite, Eraldo Gueiros Marx, Roberto Burle Médici, Emílio Garrastazu Médici, Scila Gaffrée Paisagismo Parque dos Guararapes (Jaboatão, PE) Vinicultura Percebe-se que falta uma correspondência entre a representação arquivística da informação do SIAN com a do Portal Zappiens no que diz respeito aos termos de indexação, que são fundamentais para a representação e a recuperação da informação, demonstrando a necessidade de ajustes de critérios entre esses dois Sistemas de Recuperação da Informação (SRIs). O estudo aqui pretende contribuir para a análise dos cinejornais da Agência Nacional, considerando que outras maneiras de analisar filmes e documentos arquivísticos existem. [...]seja qual for a abordagem escolhida, o objectivo da análise é elaborar uma espécie de 'modelo' do filme (no sentido cibernético, e não no normativo, como é evidente), e que por consequência, tal como qualquer objecto de pesquisa, o objecto da análise do filme exige ser construído. (AUMONT; MARIE, 2011, p. 39). Por fim, julga-se adequado que uma metodologia específica para a análise, descrição e representação arquivística da informação de um cinejornal esteja em conformidade com as normas arquivísticas e também com as normas de catalogação da International Federation of Film Archives (FIAF), visando a possibilidade de garantir o acesso aos documentos audiovisuais em ambientes digitais. 87 7 CONCLUSÃO A experiência do Arquivo Nacional em disponibilizar o seu mais importante arquivo audiovisual na internet abriu caminhos para estudos e pesquisas acerca da análise, descrição e representação arquivística da informação de documentos audiovisuais em ambientes digitais. No âmbito da Ciência da Informação, por causa principalmente de seu caráter interdisciplinar, foi possível agregar reflexões de diferentes áreas do conhecimento que possuem relação com os jornais cinematográficos da Agência Nacional, com destaque para a Arquivologia, História e Cinema. Percebemos que a análise dos cinejornais da Agência Nacional a partir das descrições arquivísticas estabelecidas no Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN) e dos próprios vídeos disponibilizados no Portal Zappiens vai ao encontro da necessidade de se incorporar novas reflexões e práticas de representação arquivística da informação, visando, principalmente, o acesso. Procuramos conhecer um pouco o perfil e os interesses dos usuários por meio da verificação dos pedidos de informação que foram enviados à Coordenação de Atendimento à Distância (COADI) do Arquivo Nacional durante o período de 2009 a 2013 e também dos comentários que foram publicados sobre os cinejornais no Portal Zappiens, acreditando que a qualidade da representação arquivística da informação poderá ser melhorada por meio da interação com os usuários. A identificação de iniciativas semelhantes de difusão de imagens em movimento na internet demonstrou que estamos em uma época de oportunidades inéditas, onde as trocas e compartilhamentos de informação estão colaborando para o alargamento da concepção de lugar e materialidade dos documentos. Portanto, a partir do estudo comparativo realizado na pesquisa (três experiências, subseção 5.4), apontamos a necessidade de incorporação das informações que são fornecidas pelos usuários sobre os cinejornais no campo destinado aos comentários no Portal Zappiens e a inclusão de um campo semelhante no SIAN. O propósito principal do nosso estudo foi buscar princípios metodológicos que contribuíssem para análise, descrição e representação arquivística da informação dos cinejornais da Agência Nacional, considerando que a representação já estabelecida no Sistema de Informação do Arquivo Nacional (SIAN) e no Portal Zappiens não estava contemplando 88 todos os aspectos formais e as singularidades dos jornais cinematográficos. Acreditamos que o nosso objetivo foi atingido, reconhecendo que outras maneiras de análise possam existir. Os princípios propostos por esta pesquisa, expostos na seção 6 do trabalho, referem-se aos aspectos relacionados à ESTRUTURA, CONTEÚDO e RESPONSABILIDADES. Para os cinejornais esses aspectos precisam estar sempre presentes na descrição e representação dos mesmos nos sistemas (SIAN e Portal Zappiens), pois muitas vezes não são incluídos ou ficam dispersos. Percebemos que trabalhar com os jornais cinematográficos, com enfoque na representação arquivística da informação, é uma tarefa desafiadora e complexa. Ficou ao final da pesquisa um desejo de continuar conhecendo melhor os usuários dos cinejornais da Agência Nacional com o propósito de estreitar os laços entre o fazer análise, descrição e representação arquivística da informação com os interesses de quem busca e utiliza as informações. Após a apresentação desse estudo no ambiente acadêmico, com base em discussões teóricas fundamentais e comparação de experiências, esperamos contribuir para a realização de mais estudos e pesquisas acerca das imagens, principalmente as imagens em movimento, na Ciência da Informação, levando em consideração as maneiras inovadoras e contemporâneas de disseminação e compartilhamento possibilitadas pela internet. 89 REFERÊNCIAS ANDRADE, Ricardo Sodré; SILVA, Rubens R. G.. 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Cinejornal Informativo v. 2 n. 52 (1951) O cinejornal pode ser consultado no Portal Zappiens. Disponível em: <http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do?_InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgid8Usyxh1eYlXb5nkQuK1CA_Qft-Ted9fWVAC2Rs0NY.&idRepositorio=0&modelo=0>. Acesso em: 02 abr. 2014. Cinejornal Informativo v. 3 n. 22 (1952) O cinejornal pode ser consultado no Portal Zappiens. Disponível em: <http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do?_InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgidQQH2T2Vzg3WxBatfAUvo7ALS3GZlBjOuuyr8cB788.&idRepositorio=0&modelo=0>. Acesso em: 02 abr. 2014. 101 Cinejornal Informativo v. 3 n. 37 (1952) O cinejornal pode ser consultado no Portal Zappiens. Disponível em: <http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do? _InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgiX8XqOikhPDqzaVt875L4gg4frWvu2J5tmSHjhFeeHZk.&idReposit orio=0&modelo=0>. Acesso em: 02 abr. 2014. Cinejornal Informativo v. 3 n. 38 (1952) O cinejornal pode ser consultado no Portal Zappiens. 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Disponível em: <http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do? _InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgiqRW56xRInsJhsEGMcF1wuaAl1op8YcFGd1CYOynw2Og.&idRe positorio=0&modelo=0>. Acesso em: 02 abr. 2014. Cinejornal Informativo n. 119 (1968) O cinejornal pode ser consultado no Portal Zappiens. Disponível em: <http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do? _InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cginouPYTB0nplHX78xrmen4OqQi0avRLvdOmD4ljtqr_U.&idReposi torio=0&modelo=0>. Acesso em: 02 abr. 2014. 104 Cinejornal Informativo n. 120 (1968) O cinejornal pode ser consultado no Portal Zappiens. Disponível em: <http://zappiens.br/portal/VisualizarVideo.do? _InstanceIdentifier=0&_EntityIdentifier=cgi2MNe5pb41LAD5JOoRvPJKvYJuRVpzM2ldxqSV8_6gu8.&idRep ositorio=0&modelo=0>. Acesso em: 02 abr. 2014. . 105 APÊNDICE B – Categorização dos pedidos de informação enviados à Coordenação de Atendimento à Distância (COADI) do Arquivo Nacional no período de 2009 a 2013 2009 Total geral de cartas expedidas pela Coordenação de Atendimento à Distância (COADI) do Arquivo Nacional em resposta aos pedidos de informação: 4000 Total de pedidos de imagens em movimento enviados à Coordenação de Atendimento à Distância do Arquivo Nacional: 57 Palavras-chave Youtube / Pedidos Notação Título Zappiens Outros Temas Onomásticos Geográficos Cronológicos 1 “trem em movimento” 1 “navios brasileiros perseguidos por alemães na Segunda Guerra” / “soldados da 2 borracha” 1 1 3 Compositor, radialista, ator e apresentador “Gordurinha” 1 Títulos específicos: “Brasil ano 2000” e “Nossa Senhora dos Remédios”. 4 Imagens de “Paraty” “Festas religiosas” “Divino” São Benedito” 1 1 5 “Brigitte Bardot” em “Búzios” 1 1 “coffee plantation with workers” / “motives of Rio (architecture, monuments)” / “everiday life in favelas or mid class neighbordhoods” / “kids playing and swimming in river or waterfalls” / “kids playing soccer in dusty streets, or on beach etc” / “nostalgic motives (not so rich) of fisherman's ships, beaches, little 6 fisherman's village (Brazil)” 1 1 “Golpe de 64”: “imagens relacionadas ao evento”, “conflitos entre a força 7 policial e a população” 1 8 “Bar Zicartola” / “Show Opinião” / “conjunto “A voz do morro”” 1 1 9 “Construção de Brasília” 1 1 10 “Brasília” 1 “Passagem de refugiados durante a Segunda Guerra Mundial por Lisboa em 11 direcção ao continente americano”. 1 1 “Vídeos de futebol” oriundos da “TV Tupi” das décadas de “60 e 70”, mais 12 especificamente do “Botafogo” 1 1 “Visita do Rei Leopoldo III da Bélgica” no “Brasil” em “1964”, mais 13 especificamente no “Parque Indígena do Xingu” 1 1 1 1 “Visita do Vice-Presidente João Goulart à China” / “Presidente Juscelino 14 Kubitscheck vista as obras de construção de Brasília” 1 1 1 1 106 “Nelson Leirner” / “Grupo Rex”: “Geraldo de Barros”, “Wesley Duke Lee”, “Carlos Fajardo”, “José Resende” / “José Celso Martinêz Correa” (ver também 15 “Zé Celso”) / “Teatro Oficina” “Diretas Já” / “Presidentes na ditadura” / “Grande depressão de 29” / “CSN” / 16 “Governo Getulio Vargas” “animation during WWII” / “animated films from Brasil which the 17 military/political situation during WWII” 18 Título específico: “O Barão Otelo no barato dos bilhões” “Governador do estado de Sergipe Seixas Doria” no dia “13 de março de 1964” 19 na “Central do Brasil” 20 “Bienal Internacional de São Paulo de 1951” 21 Título específico: “O preço da vitória” 22 “Brasília sendo construída, nos anos 60” “Rio de Janeiro do ano de 1948/50” / “ruas da Urca, Flamengo” e de “artistas” e ou “exposições” do “primeiro núcleo de arte abstrata”, do qual fazia parte 23 “Abraham Palatinik” “manifestações populares a acontecimentos acerca da política nacional entre os anos de 1974 a 1981” / “Movimento estudantil no Brasil de 1974 a 1981” / “Movimento estudantil e de acontecimentos políticos em Santa Catarina de 1974 24 a 1981” “Usina de Itaipu”: “construção”, “trabalhadores”, “custos”, “relações com 25 Paraguai no período ditatorial” 26 “Filmes do Ipês (Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais)” 27 “História dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro” 28 “Construção de Brasília” “Discurso do ex-presidente João Goulart – Jango – na Central do Brasil em 1964” / “Golpe militar” nos “desfiles de canhões, caminhões” / “repressão às 29 manifestações políticas nas ruas do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília” Títulos específicos: “Ninguém segura essas mulheres” / “Marília e Marina” / 30 “Insônia” “reportagem” da cobertura do “Título de Cidadão Francano” a “Francisco Cândido Xavier” / “TV Tupi” / “Franca” / “Clube dos Bagres” / “outubro31 novembro de 1975” 32 “Lei da Anistia no Congresso Federal” / “Geisel” / “Wladimir Herzog” 33 “Tancredo Neves” “1950 à 1951” 34 Apenas notação 35 “Pelé” 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 107 “presidente deposto João Goulart, deposição do presidente” / “tropas nas ruas” / “prisão de militantes” / “repressão, imagens de repressão nas ruas” / “tortura, protestos” / “as passeatas pela abertura política” / “posse de Castelo Branco, em 9 de abril” / assaltos a bancos” / “13 de março de 1964 – Comício da Central” / “30 de março de 1964 – Jango discursa no Automóvel Clube” / 36 “Imagens dos Atos Institucionais” - relaciona todos os atos 37 “Geada negra” / “Discurso da pá de cal” “Flavio de Carvalho (1899-1973)” / “New look, traje para um homem tropical” cobriram o evento “O Cruzeiro” / “Atualidades Atlântida” / “Amplavisão” / “TV Tupi”. Indica palavras-chaves: “Flavio de Carvalho” / “New look” / “Saiote” / “Clube de artistas modernos” / Experiencia numero 3” / “Experiencia No 3” / “Experiencia 3” / “Experiencia social numero 3” / “Experiencia numero tres” / “De saiote de blusa de nylon” / “A fleugma do genio” / “A idumentaria do homem do 38 futuro” / “Flavio de saia e blusa” / “A arte e o homem social” / “moda” / “verao” “Raul Seixas” / “Ouro de tolo” no “Programa Flavio Cavalcanti” “TV Tupi” do 39 “Rio de Janeiro” 40 “ditadura militar” / “manifestações” / “golpe” / “Diretas Já” 41 “Obras da Transamazônica” / “Presidente Médici” / “Ministro Andreaza” 42 “FEB (Força Expedicionária Brasileira)” / “1944 até nossos dias” “criação e início das atividades da EMBRAFILME” / “seus ex-presidentes no exercício do cargo” / “criação do INC, CONCINE” / “órgãos públicos da política 43 audiovisual do cinema brasileiro” “Brasília”: “tratores iniciando as obras” / “Presidente Juscelino visitando as obras” / “Oscar Niemayer” / “Maquete das obras” / “Aérea sobre a cidade” / “Formato do avião” / “Cena de pessoas chegando de ônibus, trabalhadores das obras” / “Cena externa de ônibus trazendo os imigrantes” / “Outras mais sobre o 44 assunto” “Discurso do presidente Jango na Central do Brasil dia 13 de março de 1964” / “imagens diversas/avulsas do presidente Jango no referido período” / “imagens 45 da repressão militar” 46 Filme apresentado no REcine censura 47 “Programa Abertura” / “TV Tupi” / “Fevereiro de 1979 até julho de 1980” 48 “Brigitte Bardot” em “Copacabana” em “1964” / Agência Nacional” / “TV Tupi” “José Antonio de Aguirre y Lecube (1904-1960)” / “Presidente del Gobierno Vasco” / 7 de octubre de 1936” / “Lehendakari Aguirre” visitou o “Brasil” em 49 “1942” 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 108 Vídeo da exposição “O cinema nas ondas do rádio” que aconteceu no Arquivo 50 Nacional “Território federal de Rondônia” nos “anos 30, 40, 50, 60, 70” / “Estrada de Ferro 51 Madeira-Mamoré” “Epitácio Pessoa inaugurando a I exposição de gados e derivados e, Cordeiro RJ, 52 em 1921, e de Getúlio Vargas inaugurando a mesma exposição em 1943” “cinejornal do DIP” com imagens de bastidores de um filme chamado “Moleque 53 Tião” 54 “doação de acervo para Memórias Reveladas” 55 “Dalva de Oliveira” nos arquivos da “TV Tupi” “Escola de Música da UFRJ” localizada na “Rua Luiz de Camões” e que hoje 56 abriga o “Centro Cultural Helio Oiticica” “Golpe militar de 1964 no Brasil” / “Golpe militar no Chile em 1973” / “Santigo do Chile no período de 1965-73” / “Aeroporto de Viracopos em 197?” / “aeroportos 57 internacionais brasileiros na década de 70 – congonhas, viracopos, galeão, etc” Total 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 40 23 1 32 1 19 2 6 0 1 109 2010 Total geral de cartas expedidas pela Coordenação de Atendimento à Distância (COADI) do Arquivo Nacional em resposta aos pedidos de informação: 2200 Total de pedidos de imagens em movimento enviados à Coordenação de Atendimento à Distância do Arquivo Nacional: 18 Palavras-chave Youtube / Pedidos Notação Título Zappiens Outros Temas Onomásticos Geográficos Cronológicos 1 “David Cardoso” 1 2 IPÊS – Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais 1 “Desenhos animados da Disney” sobre a “Política da Boa Vizinhança entre 3 Brasil e EUA” 1 Cinejornais específicos pelo título: “Brasil Atualidades” / “Imprensa Animada” / “Cine Jornal Brasileiro” / “Bandeirante da Tela” / “DEIP Jornal” / “Novos combatentes para a Força Aérea Brasileira” / “Escola Técnica de Aviação de São 4 Paulo” 1 5 “Posse de Anísio Teixeira na direção do INEP” 1 1 1 1 6 Títulos específicos: “Mateo 00” e “Mieczyslaw” 1 7 “Amaral Neto, o repórter” 1 Vídeo sobre a exposição “Capitais da Bossa Nova” que aconteceu no Arquivo 8 Nacional 1 “Tuca”/ “Valeniza Zagni da Silva” / “Rolando Farias (les etóiles)” / “Teca Calazans” / “Ricardo Vilas” / “Nara Leão” / “Produção musical de artistas 9 brasileiros na França” durante o período de “1964 a 1985” 1 1 1 1 10 “trem em movimento e em estações” 1 11 Cinejornais da Agência Nacional: descrição 1 1 “DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda)” / “cine-jornais” / “Discurso do G. Vargas sobre DIP, etc” / “Discurso de Vargas proferido em 1943” / 12 “Consolidação da CLT” / “Discurso em defesa/exaltação da Pátria” 13 Cinejornais da Agência Nacional 14 IPÊS “CEI (Campanha de Erradicação de Invasões)”, que originou a cidade de “Ceilândia/DF” / “anos de 1969 a 1971” / “campanha governamental” / “A cidade 15 é uma só” / “jingle” ou “campanha veiculada em tevê” Cinejornais da Agência Nacional / “Graminha”, pequeno município de “Oscar 16 Bressane”, a 45 km de “Marília” 17 “Departamento Nacional de Informações (DNI)” 18 “Campanha Esporte para Todos – EPT” / “1977 e 1979” Total 1 1 1 1 1 4 4 1 1 1 8 2 1 1 1 1 10 1 1 1 4 1 0 110 2011 Total geral de cartas expedidas pela Coordenação de Atendimento à Distância (COADI) do Arquivo Nacional em resposta aos pedidos de informação: 3560 Total de pedidos de imagens em movimento enviados à Coordenação de Atendimento à Distância do Arquivo Nacional: 42 Palavras-chave Youtube / Pedidos Notação Título Zappiens Outros Temas Onomásticos Geográficos Cronológicos “anos 80”: “mobilizações”, “atos”, “passeatas”, “comícios de 80 a 92” / 1 “impeachment de Collor de Melo” 1 1 1 2 Cinejornal da Agência Nacional 1 1 “Rio Amazonas” / “Arvores sendo derrubadas” / “tratores e plainadoras” / “construção da transamazônica” / “vista aerea da Floresta Amazonica e da estrada” / “tratores na transamazônica” / “trator no Rio Xingu” / “Presidente Medici hasteia a bandeira do Brasil, em Itaituba” / “O min. dos transportes, 3 Mario Andreazza fazendo palestra mostrando o mapa / “construção de estrada” cantor “Taiguara” / “TV Tupi” / “1966 a 1968” / “Programa Fahrenheit 2000” com 4 a cantora “Eliana Pittman” 5 Notícias da TV Tupi com a indicação dos títulos e notações 6 informações sobre o “acervo do cineasta Cesar Nunes” 7 Cinejornais da Agência Nacional “Discurso do Getúlio Vargas em 31 de dezembro de 1937” / “Irmãos Villas 8 Boas” / “Expedição Roncador Xingu” “prisioneiro no momento da troca dos mesmos pelo embaixador” / “Ilha das 9 Flores” / “embaixador suíço, em 1971” 10 “filmes angolanos” realizados a partir de “1975” 11 URL do Zappiens (apenas) Indicação de palavras-chaves: “Uberaba” / “ABCZ” / “Sociedade Rural do Triângulo Mineiro” / “exposições de gado em Uberaba”. / Cinejornais da 12 Agência Nacional 13 “Posse do Presidente Castello Branco”, no dia “15 de abril de 1964” “Graciliano Ramos” / “viagem e retorno de Graciliano à União Soviética em 1952” / “comemoração de seus 60 anos na Câmara Municipal em 1952” / “falecimento em 1953” na “TV Tupi”. Listagem de “eventos públicos” relacionados ao 14 Graciliano Ramos 15 Cinejornais da Agência Nacional 16 “Pronunciamento do Presidente Geisel na inauguração da ferrovia do trigo” 17 “Goiânia”, independente da época 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 111 18 “Posse do Presidente Castello Branco, no dia “15 de abril de 1964” 19 Cópia do catálogo da TV Tupi “Fundação Brasil Central” / “Projeto Altamira-1/Transamazônica” / “1a Missa realizada em Brasília” / 'Processo Constituinte / Participação-presença da 20 questão indígena e dos índios no processo constituinte de 1988” 21 “Projeto Rondon” “visita do diretor de cinema americano, Orson Welles, ao Brasil, em 1942 e de 22 Carmem Miranda” / “Orson Welles” / “Carmem Miranda” 23 “acontecimentos políticos brasileiros” / “anos 70 e 80” 24 Cinejornais da Agência Nacional e César Nunes Gravação “Integralismo Brasileiro” / “Getúlio Vargas” anunciando o “Plano 25 Cohen” 26 “Núcleo colonial Pio XII” “Cinegráfica São Luiz” / “Cinegrafista Eurico Richardes” / “Realizado em 20/12/1951” / “Natal no Rio Grande do Norte”. Tem mais informações 27 relacionadas às responsabilidades “usina elétrica de Itaipú” / “redes elétricas de alta tensão” / “pesquisa e produção de biodisel” / “médicos trabalhado e tratamentos de ponta na área da 28 medicina” / “pesquisadores e produtos da Embrapa” 29 Títulos específicos sobre Marc Ferrez “cinejornais” e/ou “documentários” de “curta-metragem” produzidos pela(o) “Agência Nacional/DIP” entre os “anos de 1942 a 1945” que tenham como assunto a “Segunda Guerra Mundial” e a “Força Expedicionária Brasileira” ou outros arquivos de “conteúdo propagandístico” sobre a “Segunda Guerra” e a 30 participação brasileira. 31 Cinejornais da Agência Nacional 32 Título específico: “Um morto ao telefone” 33 “Samba” / “Carnaval” / “Bossa Nova” 34 “Novelas” da “TV Excelsior” “A muralha” 1968 e “Sangue do meu sangue” 1969 Discurso “João Batista Figueiredo” / “terceiro aniversário do seu governo” / 35 “pornografia” “fotograma” de uma das entrevistas que o “Glauber” fez com o “Nelson Motta” 36 para o programa “Abertura” na “TV Tupi” em 1979 37 Cinejornais da Agência Nacional e César Nunes 38 “Assis Valente” / “Mario Lago” 39 Títulos específicos: “Jornal da Tela 66*04” e “Resenha de 1967” 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 112 “Brasília” / “construção” / “inauguração”, enfim, imagens de fatos importantes 40 para a história da cidade 41 “Jogos Pan-Americanos de São Paulo”, em “1963” 42 Cinejornais da Agência Nacional: trechos selecionados Total 1 1 26 1 1 15 12 1 15 1 2 1 14 8 1 113 2012 Total geral de cartas expedidas pela Coordenação de Atendimento à Distância (COADI) do Arquivo Nacional em resposta aos pedidos de informação: 2600 Total de pedidos de imagens em movimento enviados à Coordenação de Atendimento à Distância do Arquivo Nacional: 61 Palavras-chave Youtube / Pedidos Notação Título Zappiens Outros Temas Onomásticos Geográficos Cronológicos 1 “Trapalhões” da “TV Tupi” 1 2 Cinejornal da Agência Nacional 1 1 3 Cinejornais da Agência Nacional 1 1 4 São Cristovão 1 5 Título específico: “Jardim de guerra” 1 6 Cinejornal da Agência Nacional 1 trechos do “discurso pronunciado por Vargas” no “Estádio São Januário”, no 7 “Rio de Janeiro”, em “1951” 1 1 1 1 8 “telejornais” da “TV Tupi” 1 9 Cinejornais da Agência Nacional 1 1 10 “Canal 100” 1 11 Cinejornais da Agência Nacional 1 1 12 “telejornais censurados” “Excelsior” / “Tupi” / “Globo” 1 13 Cinejornais da Agência Nacional: trechos selecionados 1 1 14 “morte de Getúlio Vargas” 1 15 Cinejornal da Agência Nacional 1 “Desfile de 07 de setembro1975” / “Ditadura militar” / “Posse de João Figueiredo – 1979” / “Posse de Geisel – 1974” / “Pessoas em Brasília durante as Diretas Já” / “Morte de Tancredo/Bandeira em Brasília” / “Personalidades voltando para o 16 Brasil pós anistia 1 1 1 1 1 17 Cinejornal da Agência Nacional: trecho selecionado 1 1 18 Cinejornais da Agência Nacional: trechos selecionados 1 1 “Garimpeiros trabalhando em Serra Pelada no auge do garimpo” / “Closes dos garimpeiros de Serra Pelada cobertos de lama. “Detalhes do ouro que era extraído” / “Maços de dinheiro. Homens armados” / “Por último, a imensa cava 19 com mais de 100 mil homens trabalhando” / 1 1 20 Cinejornais da Agência Nacional 1 21 “Santos-Dumont” 1 22 Cinejornais da Agência Nacional: trechos selecionados 1 1 23 Cinejornais da Agência Nacional: trechos selecionados 1 1 114 24 “comemorações do 4a Centenário da Cidade de Vitória” “Cemitério da Quarta Parada”, em “São Paulo”, do “final da década de 50/início 25 da década de 60” Cinejornal da Agência Nacional. Print-screen da tela do cinejornal selecionado a 26 partir do Zappiens 27 “TV Record” 28 Cinejornal da Agência Nacional 29 “TV Tupi” do “Rio de Janeiro” 30 “Programa Amaral Neto, o repórter” 31 “vídeos antigos da Avenida Paulista” 32 “vídeos antigos da construção do Aeroporto Santos Dumont” 33 cenas do “presidente Figueiredo” em “1979” 34 Título específico: “Vidas secas” 35 “material institucional” sobre a história da “caderneta da poupança” 36 “Dalva de Oliveira” 37 Cinejornais da Agência Nacional 38 lista dos diálogos em inglês do filme “Os herdeiros” possibilidade de visualizar os “desfiles” de algumas “escolas de samba” do “Rio 39 de Janeiro”, nos “anos 70” 40 Cinejornais da Agência Nacional 41 Filme da “Vickers Limited” / distribuído por “Marc Ferrez e Filhos” 42 Cinejornais da Agência Nacional 43 Títulos específico: “O apito da panela de pressão” 44 “Marcha dos 100 anos” “história do álcool” / Transmissão de TV e cinejornais selecionados a partir do 45 SIAN 46 vídeos antigos do “Corcovado” e “Cristo Redentor” Títulos específicos: “Ganga Zumba”, “Desesperato”, “Máscara da traição”, “Se 47 segura malandro”, “Tudo bem”, “Bye Bye Brasil”, “Eu te amo” 48 “Discurso de posse de João Goulart” em “7 de setembro de 1962” 49 Título específico: “DVD Rádio Nacional” 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 115 “Manifesto feminino nas décadas de 40, 50, 60 e 70” / “Candidatas votando”, como por exemplo: a “Deputada Benedita da Silva”, mas pode ser qualquer outra também / “Artistas famosas em algum manifesto ou votando” / “mulheres em 50 algumas atividades de trabalho, etc” 51 “instalação dos postes do Aterro do Flamengo” 52 “Adhemar Ferreira da Silva” 53 Cinejornal da Agência Nacional 54 Cinejornal da Agência Nacional: trecho selecionado construção do “Elevado da Perimetral no Rio de Janeiro” nas “décadas de 60 e 70” / “Viaduto JK” / “Zona Portuária do Rio de Janeiro” / Cinejornal da Agência 55 Nacional selecionado a partir do SIAN 56 “Estado Novo” “construção da BR 101” nos “anos 70 e 80” / “desmatamentos” / “madeireiras” / 57 “queimadas” “Queima das sacas de café no Brasil devido a crise de 1929” / “delegação brasileira no navio Itaquicê, no Rio de Janeiro, na tarde do dia 26 de junho de 1932, dia da partida para as Olimpíadas de Los Angeles. Getúlio Vargas estava presente” / “mulheres em sua vida cotidiana, nas ruas, no cafés. De 1930 a 1933” / “cidade de SP no início da década de 30” / “Qualquer vídeo que tenha o nadador MARIA LENK presente” / “nadadores realizando a Travessia de SP a nado no Rio Tietê. As travessias foram realizadas nos anos de 1932 a 1936” / 58 “Imagens do voto feminino em 1932” 59 Cinejornais da Agência Nacional 60 Programas da TVE 61 algum filme sobre “Ruy Santos” e “Jorge Amado” Total 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 24 1 10 14 10 1 1 5 1 1 1 27 11 5 116 2013 Total geral de cartas expedidas pela Coordenação de Atendimento à Distância (COADI) do Arquivo Nacional em resposta aos pedidos de informação: 2821 Total de pedidos de imagens em movimento enviados à Coordenação de Atendimento à Distância do Arquivo Nacional: 56 Descritores Youtube / Pedidos Notação Título Zappiens Outros Temáticos Onomásticos Geográficos Cronológicos “construção e inauguração do sanatorio de curicica em jacarepagua rio de 1 janeiro”, que aconteceu entre “1946-1942” 1 1 1 2 “Dorival Caymmi” / “TV Tupi” 1 3 Cinejornais da Agência Nacional 1 1 Títulos específicos: “Garota de Ipanema” / “O homem Nu” / “Rio 40 graus” / 4 “Cinema Novo” / “Vinícius de Moraes, um rapaz de família” 1 5 Cinejornais da Agência Nacional: descrição e trechos selecionados 1 1 6 Cinejornais da Agência Nacional: trechos selecionados 1 “discurso de JK”, em “31 de maio de 1958”, na “inauguração da “Rádio Nacional 7 de Brasília” 1 1 1 1 “Eduardo Marcic” / “inventor da Máquina de Amaciar Carnes” / “início dos 8 anos de 1960” / “TV Tupi” 1 1 1 9 “filmes produzidos pelo IPES” 1 10 “candidatura de Ernesto Geisel à Presidência da República, datado de 1973” 11 Cinejornais da Agência Nacional: descrição 12 Cinejornais da Agência Nacional: trechos selecionados “Diretas Já” / “Miguel Arraes” / “Ulisses Guimarães” / “Fernando Henrique Cardoso” / “Eduardo Suplicy” / “Mario Covas” / “Teotônio Vilela” / “Brizola” / “Dante de Oliveira” / “Tancredo” / “Luis Carlos Prestes” / “Orestes Quercia” / 13 “Luis Inácio Lula da Silva” “RIO DE JANEIRO, FINAL DOS ANOS 50/INICIO ANOS 60” / “BRASIL ANOS 50: VIDA URBANA/INDUSTRIALIZAÇÃO/ESTRANGEIRISMOS” / “Ônibus (trajeto Centro-Copacabana), anos 50” / “pessoas batucando nas mesas, em garrafas, caixas de fósforo, latas. (vídeo em anexo, obtido de produção amiga, com a informação de que pertencia ao arquivo nacional)” / “Anúncios de 'produtos bossa nova': geladeiras, roupas, etc.” / “IMAGENS DE PESSOAS DANÇANDO, CLUBES/BAILES ANOS 60” / “Rio de Janeiro, anos 60, praia” / 14 “Brasil anos 70, discotecas, programas de auditório” 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 117 “cinejornais mais antigos, dos períodos de 1920/1930/1940?” / “imagens mais antigas, da cidade do Rio de Janeiro ou mesmo de outras capitais” / “Petróleo é 15 nosso” / “cantoras do rádio” / surgimento da bossa nova” “cine-jornais” referentes à “história política do Brasil” / “Instituto de Pesquisas e 16 Estudos Sociais – IPES” “Mariel Mariscott” / “Homem de Ouro da polícia carioca” / “Escuderia Detetive Le COCQ” / “Esquadrão da Morte” / “Estado da Guanabara” / “Guarda-Vidas” / “Copacabana Palace” / “Mário Andreazza” / “Elza de Castro” / “Darlene Glória” / “bicheiros” / “Castor” / “Anísio” / “China” / “Raul Capitão” / “Jorge Elefante” / “Luisinho Drummond” / “presídios” / “Regimento Marechal Floriano de Faria” / “Freia Caneca” / “Ilha Grande” / “Mariscot” / “Mariscote” / “Mariscott” / “Mariscotte” / “Mariscoty” / “Moriscot” / “Mouriscott” / “Mouriscot” / 17 “Mouriscote” 18 Cópia da descrição a partir do SIAN 19 “final da Copa de 50” 20 “Brasil do século XX” “linhas de montagens” na “industria automobilística” no final da “década de 50” e início dos “anos de 1960” / “industria automobilística brasileira” / “primeiros dias de trabalho da Mercedes, Volks ou outra empresa multinacional” / “construção e inauguração da via Anchieta” em “São Paulo” / “Industria Naval” / “Industria Siderúrgica” / “abandono dos estaleiros e portos” nos anos de “1980 e 1990” / “cinejornal sobre a industria naval brasileira na década de 1970” / “presidente Lula inaugurando estaleiros ou portos” entre os “anos de 2003 e 2010” / “ex-presidente Lula no Estaleiro Mauá (RJ), no Porto de Suape 21 (PE) ou no Porto de Itajaí (SC) / “Siderúrgica” / “Iperó/SP” / “Fazenda Ipanema” 22 Título específico: “A constituição acima de tudo” 23 “Porto do Rio de Janeiro” / “prefeito Pereira Passos” / “1902 a 1915” 24 “Cacilda Becker” “Juscelino Kubitscheck” “inaugurando a fábrica da Mercedes Benz e Volks” em 25 “São Bernardo do Campo” em 28/09/1956” “Elza Soares / Carnaval” / “Elza Soares / Grande Otelo” / “Elza Soares / Garrincha” / “Elza Soares / Garrinchinha” / “Elza Soares / Copas do Mundo” / “Elza Soares / Louis Armstrong” / “ Elza Soares / rádio” / Elza Soares / TV” / Elza 26 Soares / Jornais” / “Festa de São Jorge no Rio de Janeiro” 27 Cinejornais da Agência Nacional 28 Cinejornais da Agência Nacional: trechos selecionados 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 118 “governo do Presidente Juscelino Kubitscheck” no ano de “1958” / “Copa do 29 Mundo de Futebol” 30 “TV Excelsior” / “A cidade se diverte” 31 Cinejornais da Agência Nacional: trechos selecionados 32 Cinejornais da Agência Nacional: trechos selecionados, print screen da tela “indústria naval” / “máquinas antigas” / “J.K (Juscelino Kubitscheck e seu período)” / “Metalúrgicas em geral” / “Operários e máquinas trabalhando nas 33 ruas e Maracanã” / “Estradas do Brasil com carros antigos” 34 Título específico: “Carlos Castello Branco, o jornalista” 35 “Jogos Pan Americanos” de “1963” ocorridos em “São Paulo” 36 “imagens de arquivo” da “época da Chancada” no “Brasil” 37 “Paraty-rj” / “aldeias indígenas” Cinejornais, filmetes e documentários da Agência Nacional: trechos 38 selecionados 39 Cinejornais da Agência Nacional a partir do SIAN: trechos selecionados 40 Cinejornais da Agência Nacional 41 Cinejornais da Agência Nacional “transplante cardiaco” na “africa do sul” em “Camp Town” pelo “Pr. Barnard” 42 em “1967” “lutas” / “Maguila x Holifield – Disputa pelo título mundial do Conselho Mundial de Boxe – 1989” / “Acelino Freitas (Popó) x Anatoly Alexandrov – título Mundial Superpena da WBO – 1999” / “Sarah Menezes x Alina Dumitru, nos Jogos Olímpicos de 2012” / “Tiago Camilo x Anthony Rodriguez, no Campeonato Mundial de Judô, em 2007” / “Aurélio Miguel x Marc Meiling, nas Olimpiadas de 1988” / “Waldemar Santana x Helio Gracie, 1955” / “Sertão x Phafrakorb Rakkietgym , 2006” / “Waldemar Santana x Carlson Gracie, década de 50 (foram várias lutas, durante a década)” / “Servílio de Oliveira x Toni Moreno, mundial de boxe, 1971” / “Eder Jofre x Eloy Sanchez – Final do Mundial de Boxe – Peso Galo 43 – 1960 44 Cinejornal da Agência Nacional: trechos selecionados “ex-presidente Médici” recebendo a “Seleção Brasileira de Futebol” no “Palácio 45 do Planalto” após a vitória na “Copa do Mundo de Futebol” de “1970” 46 Cinejornais e filmete da Agência Nacional: trechos selecionados 47 Cinejornais da Agência Nacional 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 119 “11/04/1964: Castello Branco e eleito presidente (vídeo da posse)” / “março de 1967: Costa e Silva toma posse (vídeo da posse) / “outubro de 1969: reaberto, o 48 Congresso elege Médici (vídeo da posse)” 49 Cinejornal da Agência Nacional: trecho selecionado 50 “Ivon Curi” 51 URL do Youtube 52 “campanha publicitária do cruzado” / “governo Sarney” 53 “cine-jornal 'Atualidades O Globo' de 1942” “cinematógrafo” / “Instituto Nacional de Cinema Educativo – INCE” / “exposição de aparelhos de projeção fixa e animada de 1929” / “Escola José de Alencar” no “Largo de Alfandega” / “Cecília Meirelles e a Exposição” / “Jonathan Serrano e o Instituto Nacional de Cinema” / “Nereu Ramos” / “Cecília Meirelles, Carlos Drummond e Vinicius de Moraes no Instituto Nacional do Cinema Educativo” / “Propaganda sobre o Instituto Nacional do Cinema Educativo” / “venda de cinematógrafos” / “exposição de 1929” / “difusão das 54 ações para o cinema educativo” 55 “agricultura brasileira” “centenas de policiais fardados marchando na rua”, em algum “desfile militar” ou 56 imagens de “confronto entre militares e a população civil” Total 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 28 1 1 1 21 17 20 1 5 21 13 1 120 ANEXO A – Artigo de jornal: Todos os planos da nova Agência Nacional1 1 O Estado de São Paulo disponibiliza as edições dos seus jornais no site “Acervo Estadão”. Disponível em: <http://acervo.estadao.com.br/pagina/#!/19700920-29281-nac-0035-999-35-not/busca/Agencia+Nacional>. Acesso em: 22 jul. 2013. 121 ANEXO B – Tela de apresentação do Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN) 122 ANEXO C – Tela de apresentação do Portal Zappiens ANEXO D – Possibilidades de pesquisa no Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN) e no Portal Zappiens Nas páginas seguintes segue um exemplo de como as informações sobre os cinejornais estão estruturadas no Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN) e no Portal Zappiens, com suas semelhanças e diferenças. O exemplo também mostra como pode ser realizada a pesquisa nos dois Sistemas de Recuperação da Informação (SRIs). SIAN: pesquisa “multinível” e “livre” Zappiens: pesquisa “livre” Cinejornal selecionado: Atualidades Agência Nacional n. 2 Caminho a ser percorrido para a pesquisar o cinejornal Atualidades Agência Nacional n. 2 Multinível Fundo/Coleção – Nível 1 Agência Nacional Série – Nível 3 Filmes Subsérie – Nível 3.5 Atualidades Agência Nacional Brasil Hoje Cinejornais Cinejornal Brasileiro Cinejornal Informativo Documentários Filmetes institucionais Transmissões de TV Fundo/Coleção: Associação: Atualidades Agência Nacional – Nível 3.5 Dossiê – Nível 4 Atualidades Agência Nacional n. 2 Todas as informações sobre o cinejornal podem ser consultadas no endereço <http://www.an.gov.br/sian/Multinivel/Exibe_Pesquisa.asp?v_CodReferencia_ID=145899 > e estão reproduzidas nas próximas telas. 1 – ÁREA DE IDENTIFICAÇÃO – SISTEMA DE INFORMAÇÕES DO ARQUIVO NACIONAL (SIAN) 2 – ÁREA DE CONTEXTUALIZAÇÃO – SISTEMA DE INFORMAÇÕES DO ARQUIVO NACIONAL (SIAN) 3 – ÁREA DE CONTEÚDO E ESTRUTURA – SISTEMA DE INFORMAÇÕES DO ARQUIVO NACIONAL (SIAN) 4 – ÁREA DE CONDIÇÕES DE ACESSO E USO – SISTEMA DE INFORMAÇÕES DO ARQUIVO NACIONAL (SIAN) 5 – ÁREA DE FONTES RELACIONADAS – SISTEMA DE INFORMAÇÕES DO ARQUIVO NACIONAL (SIAN) 6 – ÁREA DE NOTAS – SISTEMA DE INFORMAÇÕES DO ARQUIVO NACIONAL (SIAN) 7 – ÁREA DE CONTROLE – SISTEMA DE INFORMAÇÕES DO ARQUIVO NACIONAL (SIAN) PESQUISA “LIVRE” NO SISTEMA DE INFORMAÇÕES DO ARQUIVO NACIONAL (SIAN) Termo pesquisado: Santiago Total de registros recuperados: 444 Entre eles o cinejornal: Atualidades Agência Nacional n. 2 Problema do termo pesquisado: diferença na grafia do nome nos níveis de descrição “Especificação do conteúdo” e “Termos de indexação” PESQUISA LIVRE NO PORTAL ZAPPIENS Termo pesquisado: Santiago Total de vídeos recuperados: 3 Entre eles o cinejornal: Atualidades Agência Nacional n. 2