CIDADES
C2
a crítica
MANAUS, DOMINGO,
2 DE FEVEREIRO DE 2014
.
VAGA LUME
Bibliotecas na floresta
OngVagaLume,criadaemSãoPaulo,jádooumilharesdelivroseformoubibliotecasem160comunidadesdaAmazôniaLegal
Divulgação
ANA CELIA OSSAME
Em números
[email protected]
O município de São Gabriel da
Cachoeira (a 858 quilômetros
de Manaus) e cuja maioria da
população é indígena, é um contemplados pela organização
não-governamental Vaga Lume,
com a montagem e bibliotecas.
O projeto, que chega a 42 comunidades de cinco municípios no
Estado do Amazonas e está concentrado na Região Norte leva,
em coloridos livros, a alegria da
leitura para crianças e adolescentes. Para chegar em comunidades de São Gabriel, conta com
o trabalho voluntário de pessoas como a professora de Matemática Ana Keila Firmo Soares,
39, da etnia dessana, que coordenou a implantação das bibliotecas em comunidades indígenas e celebra a iniciativa como
das mais importantes.
Iniciado há 12 anos após uma
viagem de três amigas, Sylvia
Guimarães, Laís Fleury e Maria
Teresa Meinberg, à região e do
desejo delas de deixar algo em
troca nos locais visitados, o projeto planta livros na vida das
crianças e é sucesso em todos as
160 comunidades onde chega
atualmente em 23 municípios da
região, explica Laura Mattar, 36,
advogada, 36. Desde o início trabalhando como voluntária, ela
agora é gerente de desenvolvimento institucional e comemora
feitos como o da ONG ter distribuído mais de 83 mil livros nas
#
4,1
pontos é o Índice de Desenvolvimento de Educação
Básica(Ideb) local no ensino fundamental, inferior à
média nacional. Além disso,
os municípios do Norte são
os menos equipados em termos de bibliotecas.
Região
A chamada Amazônia Legal compreende nove estados brasileiros: Amazonas,
Pará, Acre, Amapá, Roraima, Rondônia, Tocantins,
Mato Grosso e Maranhão.
Sete deles pertencem à região Norte. Nesses locais,
o índice relativo aos professores de áreas rurais
com apenas nível fundamental é o maior do País.
não há telefone, internet e até
mesmo luz elétrica, argumenta.
Com as doações a ONG montou bibliotecas em 42 comunidades do Estado
comunidades rurais onde atua.
Quando se fala nessas comunidades, é importante lembrar das
distâncias quilométricas e na
precariedade dos meios de comunicação, já que em algumas
Comunicado
A UNIMED MANAUS comunica aos seus clientes
que a Assembleia Geral Extraordinária (AGE)
ocorrida no dia 21 de janeiro de 2014, na sede do
Conselho Regional de Medicina (CRM-AM),
aprovou novas ações para fortalecer a
estrutura de atendimento de suas
unidades próprias.
Como resultado, serão feitos novos investimentos
no Hospital Maternidade, no Pronto-Socorro
Infantil e no terreno da Central de Serviços, que no
futuro próximo abrigará o tão sonhado e planejado
Hospital UNIMED MANAUS.
Enquanto isso, os atendimentos no Hospital
Unimed Parque das Laranjeiras , localizado
na Nilton Lins, continuam normais.
UNIMED MAO
Marketing
A UNIMED MANAUS reitera sua vocação em cuidar
das pessoas e o compromisso em prestar a melhor
assistência ambulatorial, médica e hospitalar.
MEDIADORES
Utilizando metodologia própria,
a Vaga Lume oferece estrutura,
formação e apoio à autogestão
de bibliotecas comunitárias.
Nos municípios de Barcelos, Ca-
rauari, São Gabriel da Cachoeira, Tefé e Uarini, a Vaga Lume
atende cerca de 4,5 mil alunos
nas escolas das comunidades
participantes, desde 2002. O
trabalho inicial é na formação
de mediadores de leitura, mas
houve, ano passado, na comunidade Terra Nova, em Barcelos,
outro projeto levando “Cinema
na Comunidade”, quando as
crianças assistiram ao documentário no qual estrelaram.
Houve ainda uma seleção de
curtas metragens com filmes
para todas as faixas etárias e de
diferentes origens, incluindo relatos da realidade regional.
Nesses anos, 160 comunidades
denoveEstadosforamecontinuam
sendobeneficiadas.Aongtambém
promoveu intercâmbios, com foco
no desenvolvimento sustentável,
entre 306 estudantes de São Paulo
edaAmazôniaanopassado.
De barco, segundo a ONG, seguem os lotes que variam de 50 a
150exemplaresque,quandochegam, enchem os olhos de crianças e adultos em localidades pouco acessíveis. Em depoimento no
sítio eletrônico da organização, a
historiadora Sylvia Guimarães
diz que a educação não é uma tarefa só da escola e do poder público, mas deve ser assumida coletivamente pelos indivíduos, pela
famíliaepelacomunidade.Porisso, a Vaga Lume, como quem
plantas luzes, entrega livros que,
ação que numa das mais comuns
analogias recebidas, distribui luzes na Amazônia.
Experiência
com em São
Gabriel
A professora Ane Keila Firmo Alves, 39, está na coordenação do
projetodaVagaLumeemSãoGabriel no qual está desde 2007,
quando trabalhava na Secretaria
Municipal de Educação (Semed)
do município, situado na região
doAltoRioNegro.
Com longas distâncias a serem vencidas muitas vezes em
voadeiras, Ane disse ter dificuldades hoje para acompanhar o
projeto porque está mais em sala
de aula, mas oito bibliotecas foramimplantadascomsucesso.O
que falta agora, segundo explica,
éfazeroacompanhamento,complicado dadas as distâncias das
comunidades. Mesmo assim, relata a alegria das crianças em receber os livros, muitos dos quais,
voltados para a cultura amazônicaeindígena.“Nósrecebíamoslivros de histórias infantis, poesia,
literatura infanto-juvenil e até livros escritos na língua espanhola, que favoreciam a comparação
das línguas”, explicou ela, elogiandooprojeto.“Ascriançasgostammuito,masprecisateroapoio
do município e isso muitas vezes
falta, apesar dos benefícios trazidospeloprojeto”,asseguraela.
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