BIBLIOTECAS COMUNITÁRIAS O> o o N o a: m :2 w 6z õ a: rn ::J I::J o -' « cr: ~ o w « :2 « a: o z ct 52 Suzano Papel e Celulose), vive em uma animação cotidiana, cheia de crianças, jovens e mulheres interessadas em leitura e computação. Dois catadores, que adoram livros, explicaram, em frases simples, porque se sentiram rejeitados no prédio oficial. "U ma vez entrei lá e um guarda me seguiu", disse um." ão tive coragem de entrar lá descalço", argumentou o outro. A receita talvez seja essa: menos govemo, mais comunidade. Iaís amor e receita caseira, menos ingredientes e burocracia. Na favela do Inferninho, em Embu das Artes, cidade com alto registro de violência, às margens da rodovia Regis Bittencourt, funciona a Biblioteca Comunitária Zumaluma. O nome é composto pelas iniciais de Zumbi dos Palmares, Malcolm X, Martin Luther King e elson Mandela, e rende tributo ao quarteto que lutou contra o racismo e em prol da liberdade. Em tese de pós-graduação apresentada na USP, a professora Elisa Campos Machado relata a aventura que foi a criação da Zunialuma, ao mesmo tempo visada p Ias traficantes da área e pela polícia. "A maioria, jovens, homens, negros, desempregados e sem perspectivas, ocupou uma casa abandonada, utilizada, na época, como espaço para tráfico de drogas, desmanche e até cativeiro de sequestro. A ideia partiu de Cesar Mateus Rosalino, o Vulto. Alguns acharam uma loucura, mas todos se uniram, fizeram mutirão para reforma da casa e se agarraram ao sonho de fazer algo diferente e importante." " IÓS éramos ingênuos e achávamos que íamos mudar o mundo", confessou o Bisturi, que integra a Associação Zumaluma. Mas a polícia estava de olho naquele movimento em torno da casa reformada, mobiliada com estantes precárias e alguns livros. "Eles achavam que nós éramos vagabundos e estávamos na casa para consumir drogas. Entravam armados todo dia para intimidar", lembra o Bisturi. Só depois que um advogado da Câmara Municipal interveio, através de um ofício, é que a Zumaluma pôde, de fato, funcionar-oAlém da biblioteca que serve a toda a população do Inferninho - "aqui é o lugar dos filhos e da família" - a Biblioteca montou um telecentro que funciona em fins de semana com acesso livre (Orkut, Internet etc.), algo que, par-aquem vive recluso em ambiente de favela, descortina uma janela para o mundo. os dias úteis, jovens podem cursar Informática e participar em um projeto de jornalismo comunitário. Os primeiros tempos foram difíceis, claro. Certa vez, os rapazes vibraram com uma doação do Banco do Brasil. Eram vários computadores, a senha de que precisavam para alçar novos voos. Ao abrír as .• Expedição Vaga Lume: crianças ele comunidade ribeirinha na Amazônia aprendem a lidar com livros, orientadas POImediadora de leitura do próprio local .• Índia de I ..:..-=..::::=::::::::~ :::..--:':::':::--- •.. Boca da Mata, Amazonia mostra livro artesanal feito a partir das histórias que contou e depois escreveu e desenhou . Lá, escola tem forma de maloca. A Vagalmne quer perpetuar a memória cultural .• Menina em Bacurí, Amazônia: nas 'rodas de história' montadas pelo mediador, início elo amor pelos livros e pelo hábito da leitura .l caixas, decepção, Os C(]1ffil)üõ:ddon~ eram velho .exígiam reparo , mas ' sezunda com bínação, :\1, ' <lida. A Expedição \ tro tipo de proposta, mas o p e, Fundada em 2001 por trê chamada Amazônia Legal como . Pareceu loueu •. gido dois ano an e Céu, minú cula comamdade As três decidiram tina amazônica, contríbuinde volvimento e pre e ""\'1\"1. expedicao- 'a~-.alulDf·.o! Surgiu, as im, lavras: 'Premo 'er o comunidade A Vaga Lume bliotecas, que Amapá, Amazo Rondônia, Roraí e Tt~;::;.;:ins que funcionam em todas servem a vil ",r."ã.-1.c •.'-'-'."-D. u •••..• a 500 famílias: qui'iJoJJnbo~ índ!ioi. . assentame em diversas g~ e-: beira de estradas, A chegada de u Para isso, assim q e biblioteca - hoje, a 1C' nas! - as providências administrativas são tomadas. O acervo inicial varia entre 150 e 300 livros novos, selecionados com ênfase em títulos de primeiras leituras. A escolha mira tanto qualidade como diversidade. Para abrígá-los, a Vaga Lume despacha estantes de madeira certificada (produzidas pelos detentos de Belérn, PA), livreiras de lona reciclada, que servem para ell.'P0rlivros, revistas e jomais. Sem faltar os tapetes para que os mediadores de leitura realizem seu trabalho, dispondo os livros no chão, sobre a coberta, onde ficam protegidos e podem s r manuseados com mais facilidade. Encerrada a implantação física, a Vaga Lume organiza o tripé composto por (1) estrutura (local, funcionamento), (2) capacitação (para formar mediadores de leitura) e (3) gestão (administração da biblioteca, seu acervo e controle de movimento). Todos os que se envolvem no funcionamento da biblioteca são locais. Adestrados para o trabalho, que exige um mínimo conhecimento e organização, tornam a biblioteca autônoma, em relação ao comando da Vaga Lume. Que recebe regularm nte informações suficientes para monitorar o andamento dos trabalhos. Um desses coordenadores, Marinho Soares da ílva, de Vista Alegre, município de Caracaraí, Roraima, teve a ideia de montar um cartaz, que pendurou diante da escola onde funciona a biblioteca, com estes dizeres: Inauguração ela Biblioteca 1 elson Manelela, no presídio de Bauru, interior ele São Paulo: caçula elo Instituto Ecofuturo, atenele presos elo regime semíaberto CJ) o o N o a: m ::;;: w > o z Ô a: m ::> f::> o ...J « iI f2 ow « ::;;: « a: O z if 53