Bebé morre após demolição de casa Jornal ANGOLENSE 05 de Novembro de 211 Durante as demolições do passado dia 25 de Outubro, aconteceu uma surpresa – Jorge Augusto, um recém-nascido que na altura das demolições o pequeno tinha apenas 3 dias de vida, encontrava a dormir na casa dos avós quando a retro-escavadora começou a demolir a residência num clima de gritos, no sentido de avisar as autoridades. O seu irmão de apenas 12 anos decidiu “arriscar a vida” ao romper o cordão policial e introduzir-se para o interior da casa afim de resgatar o seu irmão zinho. Numa atitude que surpreendeu tudo e tocfos, segundo os relatos da mãe, quando o rapaz saiu com o seu irmão aos braços já quase sem vida, os agentes mostraramse frios, mas ainda assim, o rapaz foi levado até ao posto policial, acusado por crime de desobediência às autoridades. “O bebé nasceu com sete meses, como não temos possibilidades de pagar uma incubadora no hospital público, optamos pelo método tradicional de colocá-lo numa casa. Depois de retirado do sítio que era usado como “incubadora artesanal”, o pequeno Jorge Augusto não resistiu e perdeu a vida no dia 27 de Outubro e o funeral aconteceu numa manhã do dia 30 do mês passado. Em face da situação, a família clama por justiça e responsabilização do executivo por tudo que tem acontecido naquela localidade. “Já perdemos três membros na família que não resistiram as injustiças do governador Isaac dos Anjos, perdi a minha irmã Juliana Jamba, de 18 anos, a mãe Catarina Nguenda, de 62 anos de idade, tudo isso, num período de 42 dias, ambas morreram vítimas de trombose e enfartes”, disse. Água potável Os moradores do bairro da Tchavola e Tchimukwa consomem água de riachos e abastecidas pelas cisternas afecto a administração municipal do Lubango, o método optado por alguns populares foi colocar os recipientes com maior capacidade ao longo da estrada e que também servem de reservatórios. Entre os objectos usados como recipientes estão: tambores, baldes e até mesmo contentores de lixo adaptados como recipientes, para reservar água que é consumida no dia-dia. Foi possível vislumbrar esta realidade nos bairros da Tcimukwa e Mitcha, onde encontramos bidões de 5 mil litros colocados nas ruas, aguardando pelo abastecimento. Nesta exuberante tarefa quem mais sofre são as donas de casa. Arlete disse que quando o abastecimento da administração falha, a solução passa pela compra de água em tanques, um exercício que pode oscilar entre 100 à 180 Kwanzas o recipiente de vinte litros. Educação Em relação a educação, cerca de 200 alunos das classes do ensino primário da escola da Tchavola, estudam em condições precárias. O cenário é completamente desolador, pois além de assistirem às aulas num espaço a céu aberto, sentam-se em cadeirinhas levadas de casa. No caso de os alunos cujos, encarregados de educação não possuem capacidades financeiras para as adquirirem então optam por pedras ou latas de leite. O outro problema está relacionado com a localização da escola, que se situa próximo de uma estrada sem asfalto e na qual os automobilistas, ao circularem ria zona levantam poeira para as salas de aula. De acordo com a pequena Maia Caluque nem sempre os professores aparecem, atendendo a distância que têm de percorrer para atingir o local de trabalho. Saúde De acordo com os habitantes, a assistência médica e medicamentosa prestada pelos enfermeiros está longe de uma qualidade exigida, a contar pela falta de técnicos de saúde, bem como medicamentos para os primeiros socorros. De acordo com Catarina Costa, os doentes com malária, diarreia aguda e má nutrição, são evacuados para a cidade de Lubango por falta de condições. “O posto de saúde não possui laboratório de análises clínicas, Raios X, bloco operatório e outros serviços”, frisou. Por outro lado, a fonte lamentou a distância que separa o único posto de saúde e a comunidade da Tchavola. De acordo com Catarina, na calada da noite quando um paciente é levado ao posto de saúde, sem a presença dos agentes da polícia, estes não aceitam abrir as portas para o atender. Energia eléctrica Com relação ao abastecimento de energia eléctrica ao bairro, não existe. Pois, na falta deste meio indispensável a solução para alguns habitantes foi recorrer a energia mecânica. O grande problema para manutenção dos geradores é a distância que têm de percorrer para a compra do combustível, cerca de três quilómetros para adquirir o mesmo no centro da cidade de Lubango. “Na falta de combustível nas bombas nós compramos em alguns revendedores do mercado paralelo. O litro custa 120 Kwanzas, mesmo nas bombas pagamos uma caução”, re· velou Catarina. A rede eléctrica pública abrange apenas o bairro Mitcha onde foram erguidas as casas da juventude e arredores.