Previdência Social nos países das Américas A 24ª Assembléia Geral da Conferência Interamericana de Seguridade Social (CISS), que se realiza em Salvador, no período de 10 a 13 de novembro, é uma oportunidade para troca de experiências em torno dos sistemas de previdência social existentes nas Américas. Estaremos recebendo mais de 1.200 pessoas – 400 delas, representando 37 países que integram a CISS. Mais do que uma oportunidade de integração e troca de informações, o evento recoloca a questão previdenciária no debate público. O Brasil, que resistiu à onda neoliberal da década de 90 e manteve um modelo de previdência pública, tem bons resultados a apresentar. E um dos aspectos mais importantes diz respeito à ampliação da cobertura previdenciária. Hoje são mais de 40 milhões de trabalhadores e trabalhadoras contribuintes e com direito a proteção previdenciária. A complexidade do nosso sistema, que paga, mensalmente, 26 milhões de aposentadorias, pensões e outros benefícios, religiosamente em dia, em qualquer ponto do país, é outro aspecto que chama a atenção. Foram muitos os avanços nos últimos 20 anos, com a promulgação da Constituição de 1988. Os trabalhadores rurais tiveram seus direitos equiparados aos segurados urbanos. Estes integram um regime contributivo, enquanto a Previdência Rural será sempre subsidiada, conforme determinou o constituinte. As mulheres conquistaram o direito à aposentadoria rural e à licença maternidade de quatro meses. O menor valor de benefício pago pela nossa Previdência Social passou a ser o salário-mínimo. Outra informação importante diz respeito ao impacto da Previdência Social na redução da pobreza. Dados obtidos a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad/IBGE), mostram que, em 2007, os pagamentos da Previdência Social elevaram a renda de mais de 22 milhões de pessoas, evitando que figurassem abaixo da linha da pobreza. Para cada um real de 1 arrecadação previdenciária, a Previdência brasileira repassa até três reais para o município, movimentando o comércio e estimulando o desenvolvimento local. Ampliar a rede de proteção social do país continua sendo uma tarefa importante da nossa Previdência e uma recomendação do presidente Lula. É por isso que estamos criando um novo sistema de inclusão previdenciária para os microempreendedores individuais – feirantes, camelôs, sacoleiros, pipoqueiros, borracheiros e outros profissionais – hoje na informalidade. Eles ficarão isentos de impostos federais e contribuirão com R$ 45,65 para ter direito à proteção previdenciária. Que sejam bem-vindos todos os participantes da CISS e que possamos continuar o processo de discussão, aprimoramento e troca de experiências na área da Seguridade Social, em favor dos povos que integram os países das Américas. José Pimentel – 7/11/08 Ministro da Previdência Social 2