Dor crônica indica fibromialgia Síndrome provoca estado de dor nas articulações e músculos; distúrbio pode ser desencadeado por fatores físicos e emocionais. Publicado em 26/05/2013 as 14h15 Beto Pessoa Foto: Divulgação Principal problema de quem tem esta síndorme é a perda da qualidade de vida,disse a médica Fabíola Peixoto Minson A fibromialgia é uma síndrome que gera sintomas como fadiga, indisposição, distúrbios do sono e dores no corpo, principalmente em tendões e articulações. Dados da Associação Brasileira de Fibromiálgicos (Abrafibro) apontam que 10% da população brasileira convive com este distúrbio, que pode ser desencadeado por fatores físicos e emocionais. De origem ainda desconhecida, a fibromialgia é mais presente em mulheres, atingindo cerca de seis mulheres para cada um homem, no início na idade adulta, entre os 25 anos e 40 anos, segundo estudo da Sociedade Brasileira para Estudo da Dor (SBED). O principal problema de quem tem esta síndorme é a perda da qualidade de vida, segundo informou a médica clínica Fabíola Peixoto Minson, da SBED. “Começa com dor generalizada, em várias partes do corpo. Da cabeça à região dos pés. As pessoas sentem fadiga e prejuízo do sono. As dores as deixam mais sedentárias, causam grandes problemas no dia a dia, podendo desenvolver até depressão”, disse. A falta de conhecimento acerca da doença é um desses problemas, que podem trazer maiores complicações na vida dos fibromiálgicos. “Ainda é preciso conhecimento. As pessoas que sofrem de fibromialgia costumam ser alvo de muito preconceito. Algumas costumam faltar ao trabalho, por exemplo, e sofrem preconceito por isso. É uma dor que não se vê, por isso não se acredita. Só quem sabe é quem sofre, isso costuma afetar muito o psicológico das pessoas. Por isso nós, médicos especialistas no tratamento da dor, mostramos à população que é um problema que existe e deve ser estudado”, reforçou a especialista Fabíola Mison. De acordo com o médico clínico Levi Jales, da Sociedade Brasileira para Estudo da Dor (SBED), outra dificuldade no combate a fibromialgia é o diagnóstico do problema, que nem sempre é buscado pelo paciente. “As pessoas sentem a dor e não identificam do que se trata. É uma enfermidade crônica, difusa pelo corpo, pode afetar o sono, gerar distúrbio do humor, entre outros fatores, por isso muitos não percebem a gravidade do problema e acabam relevando”. Apesar dos sintomas difusos, o diagnóstico é fácil de ser identificado pelos profissionais adequados, informou o especialista Levi Jales. “Buscar um médico é fundamental para tratar o problema. Qualquer médico está habilitado para dar o diagnostico, seja ele um profissional clínico, reumatologista ou até mesmo psiquiatra. O médico conhece as manifestações e só ele pode dar o parecer sobre a fibromialgia”. SINDROME NÃO TEM CURA, MAS SIM CONTROLE Como ainda não é clara a origem da fibromialgia, não se pode falar em cura. Entretanto, a síndrome pode ser controlada através de tratamentos complementares, com uso de fármacos e práticas integrativas. Responsável por 70% do controle da doença, os medicamentos vão ser indicados de acordo com os sintomas dos pacientes. Antidepressivos, anticonvulsivantes, relaxantes musculares, além do uso de magnésio, vitamina D, e, às vezes, analgésicos, são alguns dos fármacos utilizados no tratamento da fibromialgia. Aliados aos medicamentos, podem ser utilizados tratamentos complementares, como fisioterapia, acupuntura, entre outros procedimentos mais complexos. “Pode ser usada a estimulação elétrica transcraniana, que libera energia através do crânio. Como nosso organismo é feito de energia, esse procedimento vai facilitar as reações neurológicas, equilibrando os neurotransmissores. Mais recentemente se usa a estimulação magnética transcraniana. É mais sofisticada e passa energia magnética pelo crânio do paciente, eliminando a fadiga”, explicou o especialista Levi Jales. DIAGNÓSTICO NÃO É O MESMO PARA TODOS A médica clínica Fabíola Mison, da Sociedade Brasileira para Estudo da Dor (SBED), ressaltou que o diagnóstico deve ser feito de forma pontual em cada paciente. “O diagnóstico é baseado no quadro clínico, não existe exame laboratorial que dê o diagnóstico. São analisados alguns pontos do corpo, onze regiões que se apalpam e se percebe se o paciente tem as dores características”. De acordo com a médica, exercícios físicos são necessários para combater o problema. “É essencial que o paciente tenha uma vida ativa, fisicamente condicionada. Fazer caminhadas é uma excelente opção, ela libera endorfinas, que são analgésicos naturais. Cerca de 20 a 30 minutos, três vezes por semana”, disse Fabíola Mison. O Centro de Práticas Integrativas e Complementares Equilíbrio do Ser, localizado no bairro dos Bancários, em João Pessoa, é outro espaço dedicado ao tratamento gratuito da dor, entre elas a fibromialgia. Acupuntura, Terapia Floral, Reiki, Massoterapia, Terapia Ayurvédica, Homeopatia, Tai Chi Chuan e Reflexologia são algumas modalidades de tratamento. ACUPUNTURA MINIMIZA AS DORES O acupunturista Carlos Frederico Chrockatt, da Equilíbrio do Ser, disse que ainda há muito para se descobrir sobre a fibromialgia, mas as práticas integrativas podem ajudar no controle do problema. “O que fazemos é verificar os casos específicos, conhecer o paciente para encontrar os pontos que podem estar gerando as dores. Muitos deles têm o lado emocional afetado, são pessoas que costumam guardar o estresse. Para estes, focamos nos pontos emocionais, ósseos e de circulação. O trajeto do coração, figado, baço e pâncreas são meridianos bastante afetados pela fibromialgia, por isso recebem mais atenção”. Nos casos mais graves, o indicado são duas sessões semanais de acupuntura, explicou o especialista. “Em três semanas o paciente já tem maior controle da dor. Quando se chega a este patamar, a sessão é feita uma vez por semana, onde o paciente também passa por tratamentos complementares, como a Terapia Floral, para que a dor seja controlada”, disse Carlos Chrockatt. SERVIÇO O Equilíbrio do Ser funciona de segunda à sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 18h. É necessário apresentar identidade, CPF e Cartão do Sistema Único de Saúde (SUS) para ter acesso aos procedimentos. No local, o paciente é escutado por um terapeuta, que fará o encaminha para o Plano Terapêutico Singular, indicando qual tratamento adequado ao usuário. (Especial para o JP)