64º Congresso Nacional de Botânica Belo Horizonte, 10-15 de Novembro de 2013 MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO RIO BRÍGIDA, PE – LISTA FLORÍSTICA E FORMAS DE VIDA 1 2 Wesley P. F. de S. Cordeiro *, André Laurênio de Melo 1,2 Universidade Federal Rural de Pernambuco – Unidade Acadêmica de Serra Talhada *[email protected]. Introdução O Rio Brígida é um importante afluente do Rio São Francisco, no semiárido do Estado de Pernambuco [1], pois é fonte de subsistência humana e da biota. Estudos florísticos de corpos d’água no semiárido indicam que esses ambientes são ricos em organismos [2] e, que as macrófitas favorecem a manutenção da qualidade da água dos rios [3]. Apesar disso, o conhecimento sobre a fitodiversidade ainda é escasso. Dessa forma, o presente trabalho propõe-se a inventariar as macrófitas aquáticas do rio Brígida. Metodologia De 27 de abril a 3 de maio de 2013 foram realizadas coletas em sete pontos do rio Brígida, no município de Parnamirim, Estado de Pernambuco. Na região, o clima é semiárido com chuvas de novembro a abril, a precipitação média anual é de 431,8 mm e a temperatura média de 26°C [4]. As coletas procederam conforme a metodologia usual em botânica sistemática [5] e as formas de vida das espécies foram classificadas [6] em: anfíbias – ciclo vital em solo encharcado ou seco; emergentes – mantém as raízes no substrato e emitem parte do corpo vegetativo para fora da água; flutuantes livres – flutuam na superfície da água sem fixar ao solo; flutuantes fixas – flutuam na superfície da água, mas fixam as raízes ao solo; submersas – cobertas pela lâmina d’água, mantem-se livres ou fixas ao substrato; epífitas – vivem sobre macrófitas aquáticas. No checklist o conceito das famílias seguiu o APGIII [7]. Resultados e Discussão Foram encontradas 79 espécies, 44 gêneros e 29 famílias. Números superiores aos encontrados na barragem de Sobradinho no Rio São Francisco [8], mas inferiores aos encontrados na planície alagável de Marimbus, no Rio Santo Antônio [9]. Cyperaceae foi a mais numerosa (11,39%), seguida por Poaceae (8,86%). Quatro famílias apresentaram três espécies e 10 foram monoespecíficas. Cyperaceae e Poaceae são as mais frequentes em ambientes aquáticos [8; 9]. As espécies exclusivamente anfíbias predominaram (46,84%), sendo seguidas pelas exclusivamente emergentes (16,46%). Dezessete espécies (21,52%) ocorreram simultaneamente como anfíbias e emergentes. As formas de vida flutuante livre e epífita apresentaram seis e três espécies, respectivamente 7,69% e 3,85%. Flutuante fixa, submersa fixa e submersa livre apresentaram uma espécie cada. Outros trabalhos para rios no Nordeste do Brasil indicaram o predomínio de espécies anfíbias [9] e de espécies emergentes [8]. Conclusões Apesar do curto período de coletas o rio Brígida apresentou grande diversidade taxonômica, podendo ser ainda maior, visto que a composição de espécies deve variar ao longo do ano, conforme a dinâmica do rio. Agradecimentos Ao PIBIC/UFRPE/CNPq pela bolsa concedida ao primeiro autor e à FACEPE/Proc. n. APQ 0664-2.05/10 pelo apoio financeiro. Referências Bibliográficas [1] Pernambuco (Secretaria de Recursos Hídricos e Energéticos). Bacia Hidrográfica do Rio Brígida. Disponível em <http://www.srhe.pe.gov.br/attachments/article/55/Brigida_GI9_at las2006.pdf>. Acesso em: 29 de jul. de 2013. [2] Campelo, M.J.A.; Siqueira-Filho, J.A.; Cantarelli, V.M.; Souza, E.B.; Pimenta, W.A. & Pott, V.J. Macrófitas Aquáticas nas Áreas do Projeto de Integração do Rio São Francisco. In.: SiqueiraFilho, J. A. Flora das Caatingas do Rio São Francisco: História Natural e Conservação. Rio de Janeiro: Andrea Jakobsson Estúdio Editorial [3] Esteves, F. A. 1998. Fundamentos de Limnologia. 2 ed. Rio de janeiro: Interciência. [4] Pernambuco. 2005. Projeto de cadastro de fontes de abastecimento por água subterrânea: diagnóstico do município de Parnamirim. [5] Mori, S. A., Mattos-Silva, L. A., Lisboa, G. & Cordin, L. 1989. Manual de manejo de herbário fanerogâmico. 2a ed., CEPLAC, Ilhéus. [6] Irgang, B. E.; Gastal Junior, C. V. S. 1996. Macrófitas aquáticas da planície costeira do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: UFRGS. [7] The Angiosperm Phylogeny Group. 2009. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG III. Botanical Journal of the Linnean Society 161: 105–121. [8] Moura-Junior, E.D.; Abreu, M.C.; Sevari, W.; Lima, G.A.S.T. 2011. O gradiente rio-barragem do reservatório de sobradinho afeta a composição florística, riqueza e formas biológicas das macrófitas aquáticas?. Rodriguésia 62(4): 731-742. [9] França, F.; Melo, E.; Oliveira, I.B.; Reis, A.T.C.C.; Alves, G.L.; Costa, M. F. 2010. Plantas vasculares das áreas alagadas dos Marimbus, Chapada Diamantina, BA, Brasil. Hoehnea 37(4): 719-730.