Estudo e Prática da
Mediunidade
Módulo I
Fundamentação Espírita: As
Reuniões Mediúnicas
Roteiro 5
Avaliação da reunião
mediúnica
Mas o que sai da boca procede do coração,
e isso contamina o homem. Porque do
coração procedem os maus pensamentos,
mortes, adultérios, prostituição, furtos,
falsos testemunhos e blasfêmias.
(Mateus, 15:18-19)
1. Conceitos sobre avaliação.
Essencialmente, avaliar é emitir juízo de valor.
Esse juízo, porém, só é confiável se
fundamentado em informações válidas e
imparciais. A avaliação não é um fim, mas um
meio que permite verificar até que ponto os
objetivos ou as finalidades de um trabalho estão
sendo alcançados. A avaliação da prática
mediúnica deve focalizar aspectos doutrinários
espíritas do trabalho e a conduta dos
participantes perante a manifestação dos
Espíritos.
Não permita que suscetibilidades lhe conturbem
o coração. Dê aos outros a liberdade de pensar,
tanto quanto você é livre para pensar como
deseja. Cada pessoa vê os problemas da vida
em ângulo diferente. Muita vez, uma opinião
diversa da sua pode ser de grande auxilio em
sua experiência ou negócio, se você se dispuser
a estudá-la. Melindres arrasam as melhores
plantações de amizade. Quem reclama, agrava
as dificuldades. Não cultive ressentimentos.
Melindrar-se é um modo de perder as melhores
situações. Não se aborreça, coopere. Quem vive
de se ferir, acaba na condição de espinheiro. (17)
2. Fins e Benefícios da Avaliação
Avaliamos para estimular uma reflexão crítica
sobre as ações desencadeadas num trabalho ou
atividade. Os resultados da avaliação permitem
correção de rumos e melhoria de processos,
desde que decisões efetivas sejam tomadas.
Revela também precioso instrumento de auxílio
mútuo numa equipe, se utilizado com
responsabilidade. Emmanuel, a propósito, nos
esclarece com sabedoria:
Abraçando na Doutrina Espírita o clima da própria fé, lembra-te
de Jesus, à frente do povo a que se propunha servir. Não se
localiza o Divino Mestre em tribuna garantida por assessores
plenamente identificados com os seus princípios. Ele é alguém
que caminha diante da multidão. Chama açoitada pela ventania
das circunstancias adversas... Árvore sublime batida pelas varas
da exigência incessante... Ninguém o vê rodeado de
colaboradores completos, mas de problemas a resolver. E,
renteando com os doentes e aflitos que lhe solicitam apoio, todas
as personalidades que lhe cruzam a senda representam atitudes
diversas, reclamando-lhe paciência. [...] Assim também, na
instituição em que transitas, encontrarás em quase todos os
companheiros oportunidades de aprender ou de auxiliar. [...]
Entretanto, se conheces o caminho exato, é preciso ajudes aos
que se transviam; se te equilibras, é preciso socorras os que se
perturbam; se te manténs firme, é preciso sustentar os que caem,
e, se já entesouraste leve migalha de luz, é preciso auxilies os
que se debatem nas trevas. (13)
3. A Prática Mediúnica: Critérios de Avaliação
Como foi dito no roteiro três, a avaliação não deve
ser dispensada, uma vez que é sempre importante
fazer uma reflexão sobre o conteúdo das comunicações mediúnicas recebidas e as percepções e sensações captadas pelos integrantes do grupo.
Nesse aspecto, são considerados critérios básicos
da avaliação de um grupo mediúnico: a) impessoalidade; b) autocrítica; c) esforço de cada participante
para transformar o grupo num todo coletivo e homogêneo, unidos como num feixe de varas; (2) d) análise das comunicações recebidas pelos médiuns.
São indicadores de avaliação da prática mediúnica seria:
• Tem base na orientação espírita existente nas
obras editadas por Allan Kardec e nas
complementares a estas, de autores fiéis à
Codificação, assim como nos preceitos morais do
Evangelho de Jesus. Na reunião mediúnica “[...]
há que considerar a excelência da codificação
kardequiana; contudo, será sempre útil a
lembrança de que as reuniões doutrinárias
devem observar o máximo de simplicidade, como
as assembléias humildes e sinceras do
Cristianismo primitivo[...]”(9)
• Há sigilo quanto ao conteúdo das
comunicações mediúnicas relacionadas a
pessoas conhecidas ou não do grupo, evitandose manifestações de curiosidade e cuidando-se
para não expor a intimidade das pessoas. “É por
isso que, em nossas atividades, precisamos
todos de obrigação cumprida e atitude exata,
humildade vigilante e fé operosa, com a caridade
e a tolerância infatigáveis para com todos, sem
desprezar a ninguém.” (14)
• Há conscientização de que os acontecimentos
ocorridos durante a reunião mediúnica não
devem ser comentados com pessoas estranhas
ao trabalho.
“Necessário, assim, saibamos reconhecer por
nós mesmos o que seja essencial a fazer pelo
rendimento digno da atividade geral”. (8)
• Revela compromisso com a tarefa pelo
pontualidade e assiduidade demonstradas.
Diante das obrigações naturais que a
mediunidade impõe em sua prática, muitos
companheiros trazem à baila desculpas diversas
que lhes justifiquem a fuga, embora demonstrem
vivo interesse na aquisição de poderes psíquicos.
[...] Não admitas possa haver construção útil sem
estudo e atividade, atenção e suor. [...]
Mediunidade na lavoura do espírito é igual a
planta nobre na lavoura comum. Deus dá a
semente, mas, para que a semente produza, não
prescinde do esforço de nossas mãos. (16)
• Considera medida de bom senso não fazer
registros de assuntos ou acontecimentos
relacionados a pessoas, em fichas ou cadernos.
“Ninguém alegue conquistas intelectuais ou
sentimentos como razão para desentendimentos
com os irmãos da Terra.” (3)
• Identifica dificuldades que possam impedir o
bom andamento do trabalho, assim como as
respectivas soluções. “Se queres que Jesus
venha santificar as tuas atividades, endireita os
caminhos da existência, regenera os teus
impulsos. Desfaze as sombras que te rodeiam e
senti-Lo-ás, ao teu lado, com a sua benção.” (4)
• Desestimula o excesso de entusiasmo pelo
fenômeno mediúnico. “As manifestações
mediúnicas não são a base essencial do
Espiritismo. Descentralizar a atenção das
manifestações fenomênicas [...] para deter-se no
sentido moral dos fatos e das lições. Na
mediunidade, o fenômeno constitui o envoltório
externo que reveste o fruto do ensinamento”. (5)
• Dificulta, firmemente, manifestações de vaidade
e evidência pessoal. “A primeira necessidade do
médium (aqui entendido como todo trabalhador
do grupo mediúnico) é evangelizar-se a si
mesmo antes de se entregar às grandes
atividades doutrinárias [...]”. (10)
• Analisa e organiza as mensagens transmitidas
pelos Espíritos, somente divulgando-as sob aval
da direção da Casa Espírita. Kardec aconselha
submeter todas as comunicações mediúnicas
“[...] a um exame escrupuloso, em se lhes
perscrutando e analisando o pensamento e as
expressões, como é de uso fazer-se quando se
trata de julgar uma obre literária, rejeitando-se,
sem hesitação, tudo o que peque contra a lógica
e o bom senso, tudo o que desminta o caráter do
Espírito que se supõe ser o que se está
manifestando [...]”. (1)
• Observa atentamente o comportamento e
atitudes dos participantes, sobretudo os dos
médiuns ostensivos, quanto ao controle das
próprias manifestações mediúnicas (bocejos, tom
de voz alterado – alto ou baixo demais –
gesticulação exagerada, respiração ofegante,
uso de palavras rudes ou inconvenientes, etc). A
“[...] mediunidade, acima de tudo, precisa
levantar-se e esclarecer-se, edificar-se e servir,
com bases na educação”. (15)
• Reconhece a inconveniência de consultas
contínuas aos Espíritos benfeitores ou das
seguidas orientações que, supostamente, tais
orientadores transmitem aos companheiros
encarnados. Admitamos que os benfeitores
espirituais, por mais dedicados e evoluídos, não
devem interferir nos mecanismos de
manifestação da lei de causa e efeito dos seus
protegidos.
O costume de tudo aguardar de um guia pode
transformar-se em vício detestável, infirmando as
possibilidades mais preciosas da alma.
Chegando-se a esse desvirtuamento, atinge-se o
declive das mistificações e das extravagâncias
doutrinárias, tornando-se o médium preguiçoso e
leviano responsável pelo desvio de sua tarefa
sagrada. (11)
• Impede a utilização de práticas e métodos
exóticos ou estranhos à Doutrina Espírita no
atendimento aos desencarnados. “Em suma,
diante do acesso aos mais altos valores da vida,
Jesus e Kardec estão perfeitamente conjugados
pela Sabedoria Divina. Jesus, a porta, Kardec, a
chave.” (12)
Considerando os fins e os benefícios do
processo avaliativo, podemos representá-lo por
meio deste esquema:
Avaliação
Reflexão
Ação
Correção
4. Avaliação da Prática Mediúnica
4.1 Quando deve ser realizada a avaliação no grupo
mediúnico?
A avaliação da prática mediúnica deve ser realizada em
dois momentos específicos: a) após a prece final de
cada reunião; b) em dias, horas e locais específicos,
previamente estipulado. É importante que os
participantes, dirigente, assessores, médiuns
psicofônicos e demais integrantes da equipe, “[...] finda
a reunião, analisem, sempre que possível, as
comunicações havidas, indicando-se para exame
proveitoso os pontos vulneráveis dessa ou daquela
transmissão.” (6) Esta avaliação deve ser breve, cerca
de 15 minutos, não se prendendo a detalhes.
A outra avaliação, ao contrário, abrange um período maior de
tempo, necessário à análise das mensagens, da troca de idéias a
respeito do trabalho desenvolvido, das dificuldades surgidas e
das propostas de melhoria do trabalho. Segue um calendário
previamente definido pelo grupo, ou se reúne sempre que se fizer
necessário. Há situações específicas que não necessitam a
presença de todos os participantes nessas reuniões. André Luiz
destaca, nesse sentido, a reunião de médiuns esclarecedores
(dialogadores), os quais, reunidos periodicamente, analisam
tópicos do trabalho ou apresentam “[...] planos entre si com o
objetivo de melhoria e aperfeiçoamento do grupo. Semelhantes
reuniões são absolutamente necessárias para que se aparem
determinadas arestas da máquina em ação e se ajustem
providencias e beneficio das obras em andamento. Esses ajustes,
à maneira de sodalícios doutrinários, constituem, ainda, meios de
atuação segura e direta dos mentores espirituais do grupo para
assumirem medidas ou plasmarem advertências, aconselháveis
ao equilíbrio e ao rendimento do conjunto”. (7)
4.2 O que avaliar ?
• Conteúdos e significância das comunicações mediúnicas.
• Habilidades, atitudes e comportamentos dos participantes, em relação ao atendimento dos Espíritos comunicantes.
• Métodos e critérios utilizados pelo dirigente da reunião,
pelos médiuns, pelos dialogadores e pela equipe de
apoio.
• Relações interpessoais.
• Nível de comprometimento dos participantes com o
trabalho mediúnico.
“De semelhante providencia, efetuada com
apreço recíproco que necessitamos
sustentar uns para com os outros, resultará
que todos os componentes da reunião se
investirão, por si mesmos, na
responsabilidade que nos cabe manter no
estudo constante para a eficiência do
grupo.” (6)
4.3 Quem deve avaliar ?
Os integrantes da reunião: dirigente, assessores,
dialogadores, médiuns e equipe de apoio. (5)
4.4 Como avaliar ?
O processo avaliativo comporta, em síntese, tres
etapas: avaliação de si mesmo (auto-avaliação),
avaliação da conduta ou ações do outro (não se
avalia a pessoa) e a avaliação que o outro faz, da
nossa conduta ou das nossas ações. Assim:
1
Avaliação
3
1. Auto avaliação
2
2. Avaliar o outro
3. Ser pelo outro avaliado
A avaliação realizada no grupo mediúnico
deve, necessariamente, ter um caráter
fraterno. “As observações fraternas e
desapaixonadas, nesse sentido, alertarão
os companheiros da mediunidade quanto a
senões que precisem evitar e recordarão
aos encarregados do esclarecimento
pequenas inconveniências de atitude ou
palavras nas quais não devem reincidir.” (6)
Estudo e Prática da
Mediunidade
Prática I
As reuniões Mediúnicas
Atividade 5
Observação da prática mediúnica
1. KARDEC, Allan. O livro dos médiuns, Segunda parte, cap 24, item 266
2. _______, Cap 29, item 331
3. XAVIER, Francisco C . Caminho, verdade e vida., Cap 8
4. _______, Cap 16
5. VIEIRA, Waldo. Conduta Espírita. Cap (Perante o fenômeno)
6. XAVIER, Francisco C e VIEIRA, Waldo, Desobsessão, Cap 60
7. _______, Cap 65
8. XAVIER, Francisco C . Educandário de Luz. Cap 5
9. _______, O Consolador, questão 373
10. _______, questão 387
11. _______, questão 392
12. XAVIER, Francisco C e VIEIRA, Waldo, Opinião Espírita, Cap 2
13. XAVIER, Francisco C . Seara dos médiuns, item: Em tarefa espírita
14. _______, item: Caridade e tolerância
15. _______, item: Mediunidade e alienação mental
16. _______, item: Mediunidade e trabalho
17. _______, Sinal Verde, cap 23
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