Cardiologia
Miocardiopatias
Prof. Cláudio L. Pereira da Cunha
2007
Cardiologia
Conceito
Miocardiopatias ou Cardiomiopatias:
São definidas como doenças do miocárdio
que se apresentam com disfunção cardíaca.
Classificação:
1. Anátomo-funcional
2. Etiopatogênica
Cardiologia
Miocardiopatias
Classificação Anátomo-Funcional
1. Dilatada
2. Hipertrófica
3. Restritiva
4. Miocardiopatia ventricular
direita arritmogênica
Cardiologia
Miocardiopatias
Classificação Etiopatogênica I
1. Inflamatórias:
a. Infecciosas: virais, bacterianas, parasitárias
b. Não infecciosas: colagenoses
2. Metabólicas:
a. Nutricionais (Pelagra, Kwashiorkor,Tiamina)
b. Endócrinas (Acromegalia, disfunção de tireóide)
3. Tóxicas
ex. álcool, cobalto, quimioterápicos, insetos, cobras,
cocaína
4. Infiltrativas
ex. amiloidose, hemocromatose, sarcoidose,
neoplasia
Cardiologia
Miocardiopatias
Classificação Etiopatogênica II
5. Fibroplásticas
ex. endomiocardiofibrose, fibroelastose endocárdica
6. Hematológicas
ex. leucemia, anemia falciforme
7. Hipersensibilidade
ex. drogas, rejeição a transplante
8. Genética
ex. miocardiopatia hipertrófica, doenças neuromusculares
9. Agentes físicos
ex. frio, taquicardia, radiação
10. Miscelânea
ex. MCP pós-parto, obesidade
11. Idiopática
Cardiologia
Miocardiopatia Dilatada
Característica:

Dilatação e hipocontratilidade ventricular
Ocorrência:

É a miocardiopatia mais comum
Clínica:





Insuficiência cardíaca congestiva progressiva
Arritmias,
Morte Súbita
Tromboembolismo,
Exame físico:

Terceira bulha

Sopro sistólico apical
Cardiologia
Miocardiopatia Dilatada
Expectativa de vida de 104 pacientes em 10 anos (Fuster 1981)
Cardiologia
Miocardiopatia Dilatada
Etiologia
1. Famíliar/genética (ex.:D. neuromusculares)
2. Inflamatórias
 Infecciosas: bacteriana, viral, parasitária (Chagas)
 Não infecciosas: auto-imune, rejeição, periparto(?)
3. Tóxicas: álcool, quimioterápicos, cocaína
4. Metabólicas: nutricional, endócrina
5. Idiopática (pós-viral ?)
Cardiologia
Miocardiopatia Alcoólica
Cardiologia
Miocardiopatia Dilatada
Características:



Dilatação ventricular
Função global do VE reduzida
Paredes com espessura normal
Achados Secundários:





Insuficiência mitral funcional
Excursão reduzida das cúspides valvares
Cavidades atriais aumentadas
VD aumentado
Trombo mural apical
Miocardiopatia dilatada
Cardiologia
Miocardiopatia Dilatada
Tratamento
Medidas Gerais:

Peso, sal, álcool, fumo, exercício, anemia
Drogas:





Diuréticos, digoxina, inibidores
ECA/vasodilatadores
Antiarrítmicos
Anticoagulantes
Beta-bloqueadores (+alfa = carvedilol)
Inotrópicos positivos (dobutamina, dopamina)
Cirurgia:


Transplante
Ventriculectomia parcial
Cardiologia
Miocardiopatia Hipertrófica
Características:
 Hipertrofia VE (e/ou VD), em geral assimétrica, envolvendo
predominantemente o septo ventricular
 Obstrutiva ou não
 Volume VE normal ou reduzido
 Gradientes intracardíacos sistólicos (VSVE)
 Contratilidade normal, função diastólica reduzida
Causa predominante:
 Genética (herança autossômica dominante), com mutações nos
genes da miosina
++ miocárdico
 Outras: Maior conteúdo de Ca
Estimulação simpática aumentada
Patologia:
 Hipertrofia dos miócitos, desarranjo das fibras, aumento do
tecido conetivo
Cardiologia
Miocardiopatia Hipertrófica
Achados Clínicos
Sintomas:


Dispnéia, angina, síncope
Pode: morte súbita ( arritmia ?)
Exame físico:






Pulso carotídeo bisferiens
Impulso apical duplo
Frêmito sistólico(ápice, borda esternal esq.)
B4
Sopro sistólico ejetivo paraesternal
Sopro sistólico regurgitativo mitral
Cardiologia
Miocardiopatia Hipertrófica
Maioria:

hipertrofia septal
Forma obstrutiva:



Movimento sistólico anterior VM
Fechamento mesosistólico Vao
Fluxo VSVE com pico tardio (espada)
Regurgitação mitral
Relaxamento anormal
Cardiologia
Miocardiopatia Hipertrófica
Gradiente intraventricular sub-aórtico
140 mmHg  80 mmHg
Cardiologia
Miocardiopatia Hipertrófica
Tratamento
1. Beta-bloqueadores
2. Antagonistas do cálcio
3. Antiarrítmicos
4. Profilaxia da endocardite infecciosa
5. Cirurgia (miectomia; menos = troca v. mitral)
6. Marcapasso artificial
Cardiologia
Miocardiopatia Restritiva
Características:




Há restrição ao enchimento ventricular
Volume diastólico reduzido em um ou ambos ventrículos
Função sistólica e espessura das paredes preservadas
Pode ou não ter obliteração das cavidades
Etiologia:
1. Miocárdica: Infiltrativa (Amiloidose, sarcoidose)
Não infiltrativa (Esclerodermia)
Doença de acúmulo (Hemocromatose)
2. Endomiocárdica: Endomiocardiofibrose
Síndrome hipereosinofílica
Carcinóide
Cardiologia
Miocardiopatia Restritiva
Não-obliterativa


Primária (idiopática)
Secundária : Infiltrativa (amiloidose,
hemocromatose)
Esclerose sistêmica
Pós-irradiação do mediastino
Obliterativa


Endomiocardiofibrose
Síndrome hipereosinofílica de Löffler
Cardiologia
Miocardiopatia Restritiva
Quadro clínico semelhante ao da Pericardite Constritiva
Queixas: dispnéia, fadiga, edema, ascite
Exame físico:


Distensão jugular, descenso Y proeminente, B3 e/ou
B4
Sopro sistólico apical se envolve valvas (EMF)
Exames complementares:

ECG, Eco, TC, Cateterismo, Biópsia
Tratamento:



Etiológico se possível (hemocromatose)
Se há obliteração e dano valvar: correção cirúrgica
Demais: tratamento suportivo, transplante (?)
Cardiologia
Miocardiopatia Restritiva

Paredes com espessuras normais

Cavidades ventriculares de tamanho normal

Função VE relativamente preservada

Aumento biatrial

Enchimento diastólico restritivo
Cardiologia
Miocardiopatia Ventricular Direita
Arritmogênica
Características:

Reposição progressiva do miocárdio do VD por tecido
fibro-adiposo, inicialmente regional e depois global
Etiologia:

Herança autossômica dominante com penetrância
incompleta
Clínica:

Arritmias severas,morte súbita comum, principalmente
em jovens
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Conceito - Hospital de Clínicas/UFPR