UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS - MG CÁSSIO FIGUEIREDO MORAIS ESTUDO DA EFICIÊNCIA DE BANCOS NO BRASIL Varginha/MG 2014 CÁSSIO FIGUEIREDO MORAIS ESTUDO DA EFICIÊNCIA DE BANCOS NO BRASIL Trabalho de conclusão de curso apresentado como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Ciências Econômicas com Ênfase em Controladoria pela Universidade Federal de Alfenas. Orientador: Profº. Me. Marçal Serafim Cândido. Varginha/MG 2014 CÁSSIO FIGUEIREDO MORAIS ESTUDO DA EFICIÊNCIA DE BANCOS NO BRASIL A Banca examinadora abaixo-assinada aprova o trabalho de conclusão de curso apresentado como parte dos requisitos para obtenção do título de graduação em Ciências Econômicas com Ênfase em Controladoria pela Universidade Federal de Alfenas. Aprovado em 01 de Agosto de 2014. Profº. Me. Marçal Serafim Cândido Instituição: Universidade Federal de Alfenas Assinatura: Profº. Me. Leandro Lima Resende Instituição: Universidade Federal de Alfenas Assinatura: Profº. Me Leandro Rivelli Teixeira Nogueira Instituição: Universidade Federal de Alfenas Assinatura: Dedico este trabalho aos meus Pais e meus Irmãos que são a minha base e que sempre me apoiam, à minha Namorada pelo apoio e compreensão, e aos professores pelo simples fato de estarem sempre dispostos a ensinar. RESUMO Este trabalho tem como objetivo analisar entre os bancos múltiplos e comerciais que atuam no Brasil, se os que possuem maior valor em ativos são os mais eficientes, e se estes são bancos públicos ou privados. Um banco ser eficiente, significa dizer que ele utiliza da melhor maneira a relação produto/insumo de modo a obter bons resultados. A amostra foi limitada a 18 bancos entre múltiplos e comercias, e os dados foram retirados da base de dados do sítio do Banco Central do Brasil intitulada “50 maiores bancos”, que são classificados de acordo com o valor em ativos, e o período em análise foram os anos de 2011, 2012 e 2013. Para medir a eficiência utilizou-se da técnica DEA que é um modelo não paramétrico, ou seja, ela constrói a fronteira de eficiência a partir dos dados disponibilizados. O modelo DEA utilizado foi o modelo com retornos variáveis de escala (BCC) com orientação a inputs (que verifica a eficiência por meio da minimização dos insumos) e a outputs (que verifica a eficiência por meio da maximização dos produtos). Foram utilizadas duas combinações entre inputs e outputs para verificar a variação nos scores de eficiência. Os resultados apontaram que os bancos com menor valor em ativo e de direito privado foram os mais eficientes, deixando a última posição para o Banco do Brasil quando os modelos foram orientados a input, e para o Banco Votorantim quando os modelos foram orientados a output. Após a DEA, aplicou-se a regressão Tobit para verificar a significância das variáveis utilizadas no modelo em relação aos scores de eficiência. Os resultados destacaram dentre outras variáveis a importância das despesas administrativas quando o modelo é orientado a input, e a importância do lucro líquido quando o modelo é orientado a output na determinação da eficiência. Verificou-se também o efeito marginal das variáveis explicativas sobre os scores de eficiência, e algumas variáveis se mostraram significativas, podendo afetar os scores de eficiência tanto positivamente como negativamente. O software estatístico statistical software STATA foi utilizado, tanto na estimação da DEA quanto, do modelo Tobit. Palavras-chave: Bancos. Eficiência. Modelo DEA. Input. Output. RegressãoTobit. ABSTRACT This study aims to analyze multiple and commercial banks that operate in Brazil, if those that have greater value in assets are the most efficient, and if these are public or private banks. A bank be efficient, means that he uses in the best way the relationship product/input in order to obtain good results. The sample was limited to 18 banks between multiples and the commercial data was taken from the site of the Central Bank of Brazil entitled "50 biggest banks", which are classified according to the value in assets, and the period under review were the years 2011, 2012 and 2013. To measure the efficiency of DEA technique was used which is a non-parametric model, that is, it builds the efficient frontier from the data provided. The DEA model used was the model with variable returns to scale (BCC) with inputs orientation (which seeks to verify the efficiency through minimization of inputs) and outputs (to check the efficiency by means of maximization of products). Two combinations were used between inputs and outputs to check the variation in scores of efficiency. The results showed that banks with less value in active and private law were the most efficient, leaving the last position for the Banco do Brasil when the models were inputoriented, and Banco Votorantim when the templates are output-oriented. After the DEA, Tobit regression was applied to verify the significance of variables used in the model in relation to scores of efficiency. The results highlighted among other variables the importance of administrative expenditure when the model is input-oriented and the importance of net income when the model is oriented to output, in determining the efficiency. It was also verified the marginal effect of the explanatory variables on the scores of efficiency, and some variables were significant, and can affect the efficiency scores both positively and negatively. The statistical software STATA statistical software was used both in the estimation of DEA as Tobit model. Keywords: Banks. Efficiency. DEA Model. Input. Output. Tobit Regression. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 7 2 REFERÊNCIAL TEÓRICO ..................................................................................................... 8 2.1 SISTEMA FINANCEIRO ......................................................................................................... 8 2.2 EFICIÊNCIA BANCÁRIA ....................................................................................................... 8 2.3 REVISÃO DE LITERATURA: UTILIZAÇÃO DA TÉCNICA DEA ..................................... 9 3 METODOLOGIA..................................................................................................................... 14 3.1 METODOLOGIA DA PESQUISA EMPÍRICA. .................................................................... 14 3.2 ANÁLISE ENVOLTÓRIA DE DADOS (DEA) .................................................................... 15 3.3 FUNÇÃO DE PRODUÇÃO ................................................................................................... 19 3.4 MODELO TOBIT ................................................................................................................... 20 3.5 AMOSTRA.............................................................................................................................. 21 3.6 APLICAÇÃO DO MODELO ................................................................................................. 24 4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ................................................................. 25 4.1 ESTIMAÇÃO DOS MODELOS DEA ................................................................................... 25 4.2 ESTIMAÇÃO DO MODELO TOBIT.. .................................................................................. 39 4.2.1 Estimação do efeito marginal ............................................................................................... 41 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................... 44 REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 46 ANEXOS ...................................................................................................................................... 48 7 1 INTRODUÇÃO Nos dias de hoje é possível notar que houve mudanças significativas na relação entre demandantes e ofertantes de serviços, pois os consumidores passaram a exercer mais seus direitos e a exigir mais dos ofertantes, uma vez que podem contar com a concorrência que existe nos mercados, além de outros fatores, que acabam em favorecer os consumidores a fim de aumentar sua fatia no mercado de seu respectivo setor dentro economia (MACEDO. et. al. 2010). Nas instituições financeiras, de um lado encontram-se os consumidores que procuram os melhores serviços, com garantias, menos burocracia, entre outros fatores que lhe tragam facilidades. Do outro lado estão os administradores que buscam oferecer os melhores serviços para seus consumidores buscando sua fidelidade, mas sempre procurando diminuir os custos e/ou aumentar seus lucros. Os investidores e acionistas também cobram bons retornos pelos investimentos feitos, buscando as instituições que mais lhes garantirão bons resultados. Assim, tem-se uma sociedade que busca empresas que aloquem, da melhor maneira, os recursos que possuem, de modo a garantir retornos que lhes satisfaçam (PÉRICO; REBELATTO; SANTANA; 2008). Dessa maneira, e assim como as empresas, os bancos também trabalham no sentido de melhorar seus serviços prestados a sociedade, pois por um lado, além de possuir interesse em manter seus clientes consumindo seus serviços, estão sempre em busca de novos clientes, e por outro lado, objetivam obter bons resultados a fim de manter seus investidores e atrair novos investidores buscando sua ascensão no mercado (MACEDO. et. al. 2010). Nesse sentido, este trabalho tem como objetivo analisar entre os bancos múltiplos e comerciais que atuam no Brasil, se os que possuem maior valor em ativos são os mais eficientes, e se estes são bancos públicos ou privados? Portanto busca-se analisar se tais bancos utilizam da melhor maneira a relação entre produto/insumo, além de verificar se o nível de eficiência de um banco pode ser determinado pelo seu tamanho, de modo que, bancos que possuem maior valor em ativos podem ser tidos como os mais eficientes. Para medir a eficiência dos bancos, será utilizada a Análise Envoltória de Dados – DEA (Data Envelopment Analysis) que busca maximizar a relação produto/insumo, e também a regressão Tobit para verificar a significância das variáveis a serem utilizadas na determinação da eficiência. 8 2 REFERÊNCIAL TEÓRICO 2.1 SISTEMA FINANCEIRO Sistema financeiro pode ser definido como um conjunto de instituições e instrumentos que possibilita a transferência de recursos dos ofertadores finais para os tomadores finais, e cria condições para que os títulos e valores mobiliários tenham liquidez no mercado (CAVALCANTE; MISUMI; RUDGE, 2005). O Sistema Financeiro Nacional (SFN) pode ser definido como “um conjunto de instituições financeiras e instrumentos financeiros que visam, em última análise, transferir recursos dos agentes econômicos superavitários (pessoas, empresas, governo) para os deficitários” (ASSAF NETO, 2009, p. 33-34). Segundo Périco, Rebelatto e Santana (2008) o sistema financeiro nacional é composto por dois subsistemas, o normativo e operacional. O primeiro, baseado em normas legais expedidas pela autoridade monetária, tem a função de regular e controlar o subsistema operacional, e é composto pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), Banco Central do Brasil (BCB) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Já o segundo é composto por instituições financeiras públicas e privadas, como os bancos múltiplos, bancos comercias, bancos de investimento e desenvolvimento, Bolsa de Valores, sociedades seguradoras, entre outras. As instituições financeiras de acordo com Assaf Neto (2009) classificam-se em bancárias e não bancárias. As primeiras são representadas pelos bancos comercias e múltiplos, cuja função é a criação de moeda escritural por meio dos depósitos à vista, além de operar os ativos financeiros monetários utilizados como forma de pagamento na economia. Já as instituições financeiras não bancárias, são os bancos de investimentos, corretoras, entre outras, que não são legalmente autorizadas a trabalharem com depósitos à vista, portanto trabalham com ações, debêntures, letras de câmbio, entre outros que são classificados como ativos não monetários. 2.2 EFICIÊNCIA BANCÁRIA A eficiência bancária, segundo Tabak et. al. (2011), é nada mais que uma medição da proximidade dos bancos de diminuírem seus custos ou elevar seus lucros, dado as mesmas condições dos bancos. Para Périco, Rebelatto e Santana (2008), a eficiência bancária pode ser divida em eficiência microeconômica e eficiência macroeconômica. A primeira refere-se à 9 operacionalização, diminuindo custos e elevando as receitas objetivando maiores lucros, enquanto a segunda está ligada a fatores externos, como funcionamento do sistema de pagamento, estabilidade do sistema financeiro, entre outros. Há também, a chamada eficiência social, que refere-se à parcela da população que são excluídas em parte ou totalmente do setor bancário. Segundo Périco, Rebelatto e Santana (2008), a eficiência bancária, assim como de qualquer outra entidade, está ligada diretamente à fronteira de eficiência, que mostra qual a produção máxima de um bem utilizando determinada quantidade de recursos. Assim ao consumir poucos recursos e obter maior produtividade, mais próximo da fronteira eficiente a entidade estará operando. Existem dois métodos para construir a fronteira de eficiência que geralmente são usadas para medir a eficiência das instituições financeiras, paramétrica e não paramétrica. Amado et. al. (2007) mostraram que os métodos paramétricos possuem determinada forma funcional para a construção da fronteira de eficiência, e os métodos não paramétricos não especificam nenhuma forma funcional para a construção da fronteira de eficiência, pois constrói a fronteira a partir dos próprios dados disponíveis. Não existe ainda um consenso quanto ao melhor método para a medição da fronteira eficiente. A abordagem que utiliza métodos paramétricos impõe uma forma funcional particular que pressupõe ser a forma da fronteira; se essa forma estiver errada, a medida de eficiência pode ser confundida com erro de especificação. Por outro lado, a abordagem que utiliza métodos não-paramétricos impõe menor estrutura na fronteira, porém não permite o erro aleatório; portanto, se esse erro existir, a eficiência medida pode ser confundida com o desvio da verdadeira fronteira eficiente. (Casu e Molyneux2002 apud AMADO et. al., 2007, p. 129). Portanto, a análise da fronteira eficiente está ligada a eficiência microeconômica, já que utiliza os recursos internos das organizações (inputs e outputs) com vista a obter a melhor relação produto/insumo. 2.3 REVISÃO DE LITERATURA: UTILIZAÇÃO DA TÉCNICA DEA Vários estudos utilizando a técnica DEA já foram realizados em diferentes setores, como bancos, empresas de energia elétrica, fundos de pensão, aeroportos, hospitais, entre outros, e todos com o objetivo de mensurar a eficiência das organizações e avaliarem a técnica DEA como 10 instrumento de medida. Destacam-se alguns desses trabalhos em que foram utilizados a DEA para medir a eficiência das organizações. Staub, Souza e Tabak (2009), analisaram a eficiência técnica e alocativa1 para os bancos brasileiros durante o período que compreende entre 2000 e 2007, por meio da técnica DEA. Eles procuravam responder se os bancos estrangeiros eram mais eficientes que bancos nacionais; quais as principais fontes de ineficiência; se bancos maiores são mais eficientes; se bancos privados são mais eficientes que bancos públicos e se os bancos que trabalham com diferentes atividades possuem desempenho diferente em termos de eficiência de custo. Para avaliar a eficiência pela técnica DEA, Staub, Souza e Tabak (2009) utilizaram os investimentos, o total de empréstimos líquidos e depósitos de provisões como outputs, e as despesas com juros, despesas operacionais líquidas de despesas com pessoal e as despesas com pessoal como inputs. A amostra foi composta apenas por bancos que possuem depósitos, que realizam operações de créditos e operações bancárias universais tradicionais. Os resultados mostraram que a eficiência alocativa foi maior durante um período estudado e menor em outro, e que a principal fonte de ineficiência de custo pode ser devido à ineficiência técnica. Os bancos públicos se apresentaram mais eficientes que bancos privados, assim como os nacionais foram mais eficientes que estrangeiros. Em relação ao tamanho do banco, os menores possuíam índices de eficiência melhores que bancos maiores, já os bancos estrangeiros com estrutura para diferentes atividades mostraram-se ineficientes. Nesse sentido, Périco, Rebelatto e Santana (2008) buscaram responder se os maiores bancos brasileiros são também os mais eficientes. Para isso utilizaram a base de dados divulgado pelo Banco Central do Brasil no ano de 2005 “Os Maiores Bancos” que classifica os bancos de acordo com o total de ativos menos a intermediação financeira2. Eles retiraram os 12 primeiros bancos comerciais listados de acordo com o ranking para utilizar como amostra. Para a DEA, utilizaram como inputs o patrimônio líquido, o ativo total e os depósitos e como output o resultado líquido. De acordo com os resultados, cinco bancos foram classificados como eficientes, e a eficiência média dos bancos atingiu 84,14%. 1 A eficiência técnica avalia se as organizações utilizam seus insumos de forma a obter a máxima produção, enquanto a eficiência alocativa refere-se à capacidade das organizações em otimizar a utilização dos insumos, minimizando os custos (STAUB; SOUZA; TABAK, 2009). 2 A intermediação financeira refere-se a todos os recursos que um banco possui, provenientes dos depósitos que se encontram disponíveis para financiamento (PÉRICO; REBELATTO; SANTANA, 2008). 11 Os três últimos bancos selecionados na amostra e classificado de acordo com o Banco Central (10º, 11º e 12º) mostraram serem os mais eficientes, enquanto o maior banco classificado pelo Banco Central foi apenas o 3º em termos de eficiência. Portanto, em resposta à questão levantada pelos autores, os maiores bancos podem ser também os mais eficientes, desde que aloquem de forma mais eficiente seus recursos. A técnica DEA também já foi aplicada em estudos que procuraram avaliar a eficiência de outros intermediários financeiros, que não bancos. Por exemplo, Barrientos e Boussofiane (2005) analisaram a eficiência técnica dos gestores de fundos de pensão no Chile para o período que compreende entre 1982 a 1999, período que ocorreram reformas no setor previdenciário e deram lugar a um mercado de gestão de fundos de aposentadoria. Os gestores são responsáveis por recolherem as contribuições dos trabalhadores em um fundo de pensão e investir esse fundo em vários ativos financeiros, além de administrarem os casos de invalidez, aposentadorias entre outros. Assim para que esse fundo seja bem administrado é necessário que haja uma gestão eficiente. Dessa forma, enquanto alguns gestores procurar maximizar a participação de mercado, outros procuram trabalhar voltados a atrair e reter pessoas com rendimentos elevados através do marketing. Neste estudo em questão, os dados utilizados como inputs na aplicação da DEA foram os custos de marketing e vendas, custos com pessoal de escritório, salários dos executivos e administração e os custos de computação, e como outputs foram utilizados o total das receitas e o número de contribuintes. Os resultados mostraram que, ao longo do período analisado, houve mudanças importantes, porém não houve evidências de melhorias na eficiência técnica dos gestores. Portanto, os gestores de fundos de pensão estão operando abaixo do nível de eficiência desejado e não há evidências de melhoria consistente na eficiência técnicas nos próximos anos. Macedo, Silva e Santos (2006), utilizaram a técnica DEA para avaliarem o desempenho do mercado de seguros no Brasil durante o ano de 2003. Para isso, utilizaram as informações referentes à rentabilidade do patrimônio líquido, margem operacional e sinistralidade das seguradoras dos segmentos de automóveis, saúde, vida e previdência e de segmentos diversos como, por exemplo: patrimonial, habitacional, transportes, etc.. Foram retiradas da amostra algumas seguradoras que já eram ineficientes, portanto o estudo utilizou como amostra 66 seguradoras divididas em 25 do segmento de automóveis, 10 do segmento de saúde, 13 do segmento de vida e previdência e 18 de seguros diversos. 12 Neste estudo, para utilização da DEA, foram utilizados como outputs a rentabilidade de patrimônio líquido e a margem operacional, e como input, utilizou apenas a sinistralidade. Os resultados mostraram que das seguradoras do segmento de automóveis, apenas 1 entre as 25 apresentou-se eficiente, das seguradoras do segmento de saúde 4 entre 10 eram eficientes, já no segmento de vida e previdência 2 seguradoras foram eficientes entre as 13 analisadas, e por fim, das 18 amostradas do segmentos de seguros diversos, apenas 1 apresentou-se eficiente. Neste trabalho a técnica DEA mostrou eficiente ao possibilitar auferir a eficiência de cada uma das seguradoras analisadas. Macedo et. al. (2010) analisaram se as exigências feitas pelos fundos de renda fixa ( como cobrança de taxas de administração, aplicações iniciais e subsequentes, resgates e saldos mínimos) quando se pretende investir é realmente compatível com os benefícios gerados em termos de rentabilidade que os fundos oferecem. Assim, utilizaram da técnica DEA para mensurar a eficiência de atratividade dos fundos de renda fixa no Brasil, e verificar se os fundos que possuem maiores exigências e maiores taxas de administração e de acordo com o nível de risco, também possuem maiores rentabilidades. Como amostra, Macedo et. al. (2010) utilizaram os fundos de renda fixa disponível para aplicações de pessoa física de curto prazo e selecionaram os três maiores bancos de varejo em termos de patrimônio líquido no ano de 2007, que foram: Banco do Bradesco, Banco do Brasil e Itaú, analisando 13 fundos do Bradesco, 19 fundos do Banco do Brasil e 11 fundos do Itaú, totalizando 43 fundos. Ainda foram separados de acordo com o grau de risco, sendo 9 fundos de risco muito baixo, 26 fundos com baixo risco, e 8 fundos com médio risco. Na aplicação da DEA, utilizaram como inputs a aplicação inicial, as aplicações adicionais, o resgate, o saldo mínimo e a taxa de administração, e como output apenas a rentabilidade de 12 meses. Os resultados mostraram que, dos 26 fundos analisados com grau de risco classificado como baixo, 6 apresentavam índices de eficiência acima de 80%. Com grau de risco médio, o fundo mais eficiente atingiu 72,11%, e com grau de risco muito baixo, 68,52% foi o mais eficiente. E segundo os resultados, o desempenho médio de cada grupo foi igual ao desempenho médio total. Assim, o estudo mostrou o quanto cada fundo precisa reduzir suas exigências para se tornarem mais eficientes comparados com outros fundos com o mesmo grau de risco, mantendo constante a rentabilidade. 13 Também pode ser observada a utilização da DEA para a mensuração da eficiência em prestação de serviços, como no estudo de Gonçalves et. al. (2007) que utilizaram da técnica DEA para avaliar o desempenho dos hospitais públicos estaduais do Brasil e Distrito Federal em termos de internações em suas clínicas médicas no ano de 2000 e a eficiência da rede hospitalar. Os dados utilizados no processo foram retirados dos 913 hospitais que funcionavam no ano de 2000 nas capitais estaduais do Brasil e no Distrito Federal e que juntos somaram um total de 742.833 internações referentes à clínica médica de acordo com o Sistema Único de Saúde (SUS). Para aplicar a DEA, utilizaram a taxa de mortalidade e tempo médio de permanência no hospital como inputs e como outputs os percentuais de internação relativos aos três capítulos da Classificação Internacional de Doenças com maior percentual de mortalidade, respectivamente: neoplasias, doenças infecciosas e parasitárias e doenças do aparelho circulatório, e valor médio pago pela Autorização de Internação Hospitalar. Aplicado a técnica DEA, os resultados apontaram que das 27 capitais analisadas, 4 apresentaram eficiência de 100% (Palmas, Macapá, Teresina e Goiânia). Portanto a DEA mostrou-se aplicável ao analisar o desempenho de hospitais públicos, apresentando variação relevante entre as capitais do Brasil e o Distrito Federal no que se refere às internações em clínica médica. Já para medir a eficiência dos aeroportos brasileiros e comparar com a eficiência dos aeroportos brasileiros em conjunto com aeroportos estrangeiros, Mello e Gomes (2004) utilizaram a técnica DEA e calcularam as eficiências operacional, comercial e global. Segundo eles, normalmente mede-se apenas a eficiência operacional dos aeroportos, que diz respeito à capacidade de gerar fluxo de cargas e passageiros utilizando os recursos disponíveis, porém Palhares (2001) apud Mello e Gomes (2004) utilizou a DEA para medir a eficiência das Receitas Não Aeroportuárias (RNAs), colocando os aeroportos como promotores de atividades econômicas nas cidades em que se situam, e sugerindo uma maior atenção a esses valores que são fundamentais para qualquer proposta de modernização aeroportuária no Brasil. Para comparar as eficiências entres os aeroportos brasileiros e aeroportos brasileiros em conjunto com estrangeiros, Mello e Gomes (2004) utilizaram inputs e outputs diferentes para cada modelo. No primeiro modelo (modelo operacional) consideraram como input o número total de funcionários e como outputs, movimento de passageiros e de aviões. Para o segundo modelo (modelo RNA), Mello e Gomes (2004) utilizaram como inputs o movimento de passageiros e de aviões e como output as receitas não aeroportuárias. Já no último modelo utilizado (global), 14 foram considerados como input o número total de funcionários e como outputs o movimento de passageiros, movimento de aviões e RNAs. Os resultados encontrados nos três modelos DEA aplicados, apresentaram alta concordância com os resultados encontrados por Palhares (2001) apud Mello e Gomes (2004). Nos modelos propostos, os aeroportos que apresentaram-se eficientes passam a serem ineficientes quando comparado os modelos. Para Mello e Gomes (2004, p. 7) “Os resultados para os modelos que agregam aeroportos brasileiros e estrangeiros apresentaram grande concordância com os resultados do trabalho de comparação, principalmente por ter sido usado o mesmo modelo de eficiência RNA”. Portanto, a técnica DEA pode ser utilizada como instrumento para a mensuração da eficiência em unidades produtivas como instituições financeiras, prestadoras de serviços, entre outros tipos de organizações, uma vez que permite a utilização de múltiplos produtos e múltiplos insumos com diferentes unidades de medidas, não necessitando de valores médios para se calcular a eficiência. 3 METODOLOGIA 3.1 METODOLOGIA DA PESQUISA EMPÍRICA Nesta seção serão apresentados os procedimentos adotados na parte empírica deste trabalho. Os dados foram retirados do sítio do Banco Central do Brasil3, da base de dados intitulada “50 maiores bancos”, das informações cadastrais e contábeis referentes às instituições financeiras para os anos de 2011, 2012 e 2013. A partir dos dados obtidose retirado à amostra, será aplicada a técnica DEA para verificar quais os bancos mais eficientes, de modo que este modelo fornecerá a eficiência de cada DMU (banco) e o classificará de acordo com seus scores de eficiência que varia entre 0 e 1, assim quanto mais próximo de 1 forem os scores obtidos, mais eficiente serão os bancos, e quanto mais próximo de 0 forem os scores, menos eficientes serão. Posteriormente serão verificadas por meio da regressão Tobit quais as variáveis que foram mais significativas para explicarem os resultados obtidos pela DEA. 3 Todos os dados foram retirados da base de dados do Banco Central do Brasil, e se encontram em Anexo neste trabalho e disponíveis em: <http://www4.bcb.gov.br/top50/port/top50.asp> 15 Todos os cálculos serão realizados através do statistical software STATA (StataCorp LP, 2014). Em relação às variáveis, serão utilizados duas combinações entre inputs e outputs para verificar se os rankings de classificação se alteram conforme a inclusão ou exclusão de variáveis no modelo. 3.2 ANÁLISE ENVOLTÓRIA DE DADOS (DEA) Segundo Krause, Portella e Tabak (2005), a Análise Envoltória de Dados (Data Envelopment Analysis - DEA) desenvolvida por Charnes, Cooper e Rhodes (1978) é uma técnica de programação linear pelo qual, os conjuntos das melhores práticas constituem uma fronteira onde nenhuma outra combinação linear produz mais, dado determinados insumos. A técnica DEA para Ferreira e Gomes (2009) tem como objetivo medir o grau de eficiência das organizações por meio de medidas de eficiência técnica. Eles esclarecem que há diferença entre os conceitos de eficácia e produtividade apesar de serem parecidos em alguns pontos. Assim a eficácia relaciona-se com o produto final, independente da maneira como foi feito, dos gastos e recursos necessários para que se tenha atingido o produto final, enquanto a produtividade preocupa-se em como atingir o produto final utilizando da melhor maneira possível os recursos necessários em sua produção. Portanto, a medição do índice de eficiênciaé feita por meio do quociente da produção pelo insumo empregado: IE=Produção/Insumo (1) Ferreira e Gomes (2009) definem o conceito de eficiência técnica fazendo uma comparação entre o que foi produzido por unidade de insumo utilizado, com o que poderia ser produzido, sendo, portanto: produção/insumo realizada, comparada com a produção/insumo adequada. Amado et. al. (2007, p.133) afirmaram que a “técnica DEA é capaz de avaliar o grau de eficiência relativa de unidades produtivas que realizam uma mesma atividade quanto à utilização dos seus recursos”. Assim a técnica DEA é classificada como não paramétrica, uma vez que constrói sua fronteira de produção a partir dos próprios dados disponíveis. 16 De acordo com Ferreira e Gomes (2009) pelo método DEA, é possível avaliar a eficiência das Unidades que Tomam Decisões ou DMUs (Decision-Making Units) com múltiplos insumos (inputs) e múltiplos produtos (outputs) por meio da construção de uma fronteira de eficiência (Figura 1), de forma que as organizações que apresentarem a melhor relação produto/insumo estarão situadas sobre a fronteira de eficiência, e serão consideradas mais eficientes em relação às DMUs que se apresentarem numa região abaixo e/ou inferior à fronteira de eficiência, chamado de envoltória. A Figura 1 apresenta graficamente a fronteira de eficiência. Figura 1: Fronteira de Eficiência Revelada Fonte: AMADO et. al. (2007, p. 134) Os pontos localizados sobre a fronteira de eficiência correspondem às DMUs que melhor possuem uma relação entre produto/insumo, ou seja, representam as DMUs que utilizaram seus insumos de forma mais adequada obtendo uma maior eficiência, enquanto os pontos que se encontram abaixo da fronteira de eficiência correspondem a DMUs menos eficientes e/ou ineficientes. Através da técnica DEA, de acordo com Krause, Portellae Tabak (2005), é possível avaliar o quão uma DMU é eficiente quanto a utilização dos seus insumos e produtos quando comparadas com outras DMUs, sendo que a mensuração se dá por meio de um indicador que varia entre 0 e 1 ou 0% e 100%, de modo que os valores mais próximos de 1 são considerados os mais eficientes e os mais próximos de 0 menos eficiente ou ineficientes. 17 As medidas de eficiência podem tomar duas formas distintas, sendo orientada a input quando se fundamentam na redução dos insumos mantendo os produtos constantes, e orientada a output quando se fundamentam no aumento dos produtos mantendo constantes os insumos. De acordo com Périco, Rebelatto e Santana (2008), os modelos DEA mais utilizados são os modelos com retornos constantes de escala e com retornos variáveis de escala. Assim, o modelo com retornos constantes de escala é conhecido como modelo CCR (inicias de Charnes, Cooper, Rhodes que foram os autores do modelo), CRS ou RCE (siglas de constant return to scale ou rendimentos constantes de escala), onde uma variação nos insumos leva a uma variação proporcional nos produtos. Assim, por meio da divisão entre as somas ponderadas dos produtos e a soma ponderada dos insumos obtém-se a eficiência técnica, avaliando as unidades mais eficientes e menos eficientes. Já o modelo com retornos variáveis de escala, segundo os autores, ficou conhecido como modelo BCC (com referências as iniciais de Banker, Charnes e Cooper, autores do modelo), VRS ou RVE (siglas de variable returns to scale ou retornos variáveis de escala), modelo este que permite que a superfície da fronteira seja também determinada pela projeção das unidades ineficientes. Dessa maneira, o modelo BCC engloba o modelo CCR ao seu, considerando, portanto rendimentos de escalas, constantes, crescentes e decrescentes. O Quadro 1 apresenta a fórmula do modelo com retornos constantes de escala (modelo CCR) com orientação a input e a output, e o Quadro 2 apresenta a fórmula do modelo com retornos variáveis de escala (modelo BCC) com orientação a input e a output. 18 Quadro 1 - Modelos CCR. Modelo CCR – Orientação input Modelo CCR – Orientação output ∑ ∑ ∑ ∑ ∑ ∑ ∑ ∑ y = outputs; x = inputs; u, v = pesos; y = outputs; x = inputs; u, v = pesos; r = 1,…, m; i = 1,..., n; e j = 1,...,N r = 1,…, m; i = 1,..., n; e j = 1,...,N Fonte: PÉRICO, A. E.; REBELATTO, D. A. N.; SANTANA, N. B. (2008, p. 424). Quadro 2 - Modelos BCC. Modelos BCC – Orientação input Modelos BCC – Orientação output ∑ ∑ ∑ ∑ ∑ ∑ ∑ ∑ y = outputs; x = inputs; u, v = pesos; y=outputs; x=inputs; u, v=pesos; r = 1,…, m; i = 1,..., n; e j = 1,...,N r = 1,…, m; i = 1,..., n; e j = 1,...,N Fonte: PÉRICO, A. E.; REBELATTO, D. A. N.; SANTANA, N. B. (2008, p. 425). 19 A variável é introduzida no modelo, pois representa retornos variáveis de escala, podendo assumir valores positivos ou negativos, segundo Casa Nova (2002) apud Périco, Rebelatto e Santana (2008, p. 425). Os modelos DEA são não paramétricos, assim não especificam uma forma funcional e de acordo com Staub, Souza e Tabak (2010) a definição a cerca dos inputs e outputs nos estudos bancários, é bastante controversa. Dessa forma, este trabalho selecionará seus inputs e outpts baseado no trabalho semelhante a este, feito por Périco, Rebelatto e Santana (2008) - que verificou por meio da DEA se os maiores bancos são os mais eficientes – e de acordo com a função de produção. 3.3 FUNÇÃO DE PRODUÇÃO Uma função de produção, de acordo com Blanchard (2007), mostra a relação entre os inputs e outputs de uma DMU, ou seja, descrevem os produtos que deverão ser obtidos dados diferentes quantidades de insumos. O modelo da função de produção é composto basicamente por dois fatores; capital e trabalho, porém uma vez que a tecnologia pode levar a empresa a obter uma maior produção, passa-se a incluí-la no modelo como uma variável importante. Assim a função de produção pode ser escrita como: Y= f (K,L,T) (2) Essa é a função de produção ampliada com a inclusão da tecnologia. Onde Y representa a quantidade de produto, K o capital empregado, L o trabalho e T representa a tecnologia. A tecnologia, por sua vez, pode ser entendida como parte dos ativos imobilizados, e ativos intangíveis que uma instituição bancária dispõe. Entendem-se como inputs os fatores necessários para que uma empresa funcione (mão de obra, insumos, máquinas e equipamentos, entre outros), e por outputs os produtos finais decorrentes da aplicação e transformação dos inputs. No setor bancário, alguns instrumentos utilizados na geração de receitas são as operações de crédito, aplicações financeiras, despesas administrativas, entre outras as quais podem ser consideradas inputs, enquanto como outputs são considerados o resultado líquido e as receitas, ou seja, os recursos utilizados representam suas matérias-primas, que por sua vez, são negociadas 20 principalmente na forma de crédito e empréstimos concedidos e investimentos, e por meio destes, obtém suas receitas. A geração de receitas por parte dos bancos deve-se ao fato da utilização de algumas estratégias utilizadas e dos fatores de produção, portanto percebe-se que as receitas obtidas pelos bancos podem ser reconhecidas como output, receitas essas que são necessárias para que os bancos sobrevivam, para que acionistas e investidores sejam remunerados, assim como outros fatores que dependem dessas receitas para sua manutenção. Os fatores geradores responsáveis por essas receitas podem ser identificados como os depósitos bancários, operações de crédito, venda de títulos e valores mobiliários, utilização de ativos dos bancos, tecnologia, entre outros. 3.4 MODELO TOBIT O modelo Tobit será utilizado para verificar quais variáveis entre as utilizadas na aplicação da DEA foram mais significantes para explicar os resultados encontrados (scores de eficiência). Segundo Gujarati e Porter (2008) o modelo Tobit foi desenvolvido por James Tobin para explicar observações conhecidas como amostras censuradas, tendo em uma amostra que as informações do regressando são disponíveis apenas para algumas observações, assim este modelo é tido como uma extensão do modelo Probit4. O modelo Tobit também é conhecido como regressão Tobit, e chamada por alguns autores de modelos de regressão com variável dependente limitada, por haver restrição aos valores assumidos pelo regressando (GUJARATI e PORTER, 2008). Para Kennedy (2009), uma característica importante da estimação está contida na lógica do procedimento de regressão Tobit, onde se torna necessário que a variável dependente possa assumir valores próximos ao limite. O modelo Tobit segundo Wooldridge (2010, p. 549), ”expressa a resposta observada, y, em termos de uma variável latente subjacente.” y*= β0+ xiβ+ui, ui ~ Normal (0,σ2) 4 Para uma boa discussão sobre o modelo Probit, ver Wooldridge (2010 ). (3) 21 Em que i = 1,2,3...N, sendo N número de observações, y* a variável latente, x um vetor de variáveis independentes, β um vetor de coeficientes desconhecidos e ui o termo de erro independentemente distribuído com média zero e variância constante. A variável y*, denominada variável latente, satisfaz as mesmas hipóteses que um modelo linear clássico, possuindo distribuição normal5, homocedasticidade6, com média condicional linear. A variável observada y, relaciona-se com a variável latente y*, por meio da variável observada y, de modo que, y, será igual a y* quando y* ≥ 0, e y igual a 0, quando y* < 0. Porém como y* possui uma distribuição normal, y terá uma distribuição contínua apenas sobre valores positivos. A estimação de máxima verossimilhança7 é usada para encontrar o ˆ ótimo e a variância dos resíduos σ2. Portanto, o modelo Tobit usa toda a informação, incluindo a relacionada à censura, e fornece estimativa consistente dos parâmetros, assim utiliza-se desse modelo quando a variável dependente é limitada, de modo que o limite para censura à esquerda será zero. 3.5 AMOSTRA A amostra limitou-se a 18 bancos entre múltiplos e comerciais, e de acordo com a literatura DEA, que mostra que o número mínimo de DMUs para a análise, deve ser a soma dos inputs mais outputs, multiplicado pelo número 2 ou 3, assim também a exclusão dos demais bancos se dá pelo fato de não ser o objetivo deste trabalho analisar quais são os mais eficientes dentre os 50 bancos, mas sim se os maiores por valor de ativos entre múltiplos e comerciais são os mais eficientes, e se são bancos públicos ou privados, portanto 18 bancos são o suficiente para atingir o objetivo proposto neste trabalho. O período em análise se deu de acordo com a disponibilidade dos dados pelo Banco Central, considerando os períodos mais recentes que possuíam os dados necessários que serão utilizados no trabalho, além de que, três anos fornece uma base para que se possam analisar as variações de eficiência nos rankings de classificação. 5 A normalidade é verificada por meio de teste, assim verifica-se se a variável aleatória é bem modelada por uma distribuição normal ou não, ver Wooldridge (2010) e Gujarati e Porter (2008). 6 A homocedasticidade ocorre quando os dados regredidos encontram-se mais homogeneamente e menos dispersos em torno da reta de regressão do modelo, ver Wooldridge (2010) e Gujarati e Porter (2008). 7 Para uma boa discussão da máxima verossimilhança, ver Wooldridge (2010). 22 Périco, Rebelatto e Santana (2008) em seu trabalho, tomaram como inputs o patrimônio líquido, o ativo total e os depósitos, e como output apenas o resultado líquido. Neste trabalho será utilizado algumas destas variáveis, além de outras como, aplicações interfinanceiras, operações de crédito, títulos e valores mobiliários, despesas administrativas como inputs, e retorno sobre o patrimônio líquido e retorno sobre o ativo total como outputs, e dessa forma verificar se o ranking de classificação se alterará com a introdução ou retirada das variáveis do modelo. Portanto as variáveis selecionadas para compor o modelo, são os inputs: ativo total, depósitos total, aplicações interfinanceiras, títulos e valores mobiliários, operações de crédito, patrimônio líquido e despesas administrativas; e os outputs: retorno sobre o patrimônio líquido, retorno sobre o ativo total, sendo estas, portanto as variáveis que apresentam as maiores rubricas contábeis e um alto grau de importância no funcionamento dos bancos. As medidas de retorno sobre o patrimônio líquido e sobre o ativo total mostram o retorno em percentual dos investimentos feitos em relação a cada banco e foram tomadas como as medidas apropriadas para a análise deste trabalho. A Tabela 1 apresenta o conceito de cada variável a ser utilizada na DEA. Tabela 1 – Conceituação das variáveis a serem utilizadas no trabalho. (continua) Variáveis Ranking Conceitos Ordem de classificação pelo Banco Central por valor de ativo. Instituições São os bancos. A.T. Ativo Total: São todas as aplicações de recursos efetuadas pela empresa. T.V.M. Títulos e Valores Mobiliários e Instrumentos Financeiros Derivativos: Envolvem as aplicações na carteira própria da instituição, os títulos de renda fixa vinculada e recompra e aqueles vinculados a negociação e intermediação. O.C. Operações de Crédito e Arrendamento Mercantil Total: São empréstimos, títulos descontados e financiamentos colocados a disposição do tomador, o qual compromete-se o tomador a devolver esses recursos em um determinado prazo, acrescido de juros. A.I. Aplicações Interfinanceiras: São registrados os saldos de revenda de títulos de renda fixa a liquidarenvolvendo a posição bancada e financiada, além de aplicações em depósitos no mercado interfinanceiro e em moedas estrangeiras. 23 (conclusão) Variáveis DEP. Conceitos Depósitos Total: São recursos recebidos pela instituição do público e entidades governamentais. DESP. Despesas Administrativas: Incluem salários do pessoal da administração, encargos sociais, honorários da diretoria, despesas legais e judiciais, material de escritório, entre outras despesas operacionais. P.L. Patrimônio Líquido: São os recursos próprios da empresa, sendo formado pelo capital investido pelos acionistas, mais os lucros gerados nos exercícios e que foram retidos na empresa. L.L. Lucro Líquido: É a remuneração oferecida no exercício do capital próprio investido na empresa. ROE Retorno sobre o Patrimônio Líquido: Fornece o ganho percentual auferido pelos proprietários como uma consequência das margens de lucro, da eficiência operacional, do leverage e do planejamento eficiente de seus negócios. É obtido pela relação Lucro Líquido/Patrimônio Líquido. ROA Retorno sobre o Ativo Total: É a medida de eficiência influenciada principalmente pela qualidade do gerenciamento da lucratividade dos ativos e juros passivos. Indica o retorno apurado sobre o capital total investido. É obtido pela relação Lucro Líquido/Ativo Total. Fonte: ASSAF NETO (2010). Das variáveis apresentadas na Tabela 1, todas, com exceção do lucro líquido, serão utilizadas para calcular a DEA. O lucro líquido passa a ser utilizado indiretamente na DEA, pois ele é necessário na determinação do ROE e da ROA, mas ele será utilizado diretamente na regressão Tobit a fim de verificar sua significância para explicar os resultados obtidos por meio da DEA. 24 3.6 APLICAÇÃO DO MODELO Na aplicação da DEA será utilizado o statistical software STATA. Assim, uma vez importados os dados para dentro do software e programado os comandos necessários, este fornece um ranking de classificação e os scores de eficiência de cada DMU. No STATA é possível trabalhar com primeiro ou segundo estágios, de modo que estes estágios fornecem as folgas das variáveis utilizadas no modelo, de acordo com Ferreira e Gomes (2009), porém neste trabalho será utilizado o estágio padrão do software (segundo estágio) que consiste em maximizar a soma das folgas. Os dados originais (com exceção do ROE e ROA) sofreram uma redução de escala por meio da aplicação logarítmica, pois ao aplicar o logaritmo, este reduz a representação a uma escala mais fácil de ser visualizada e manejada. Segundo Freaza, Guedes e Gomes (2006), uma dificuldade de aplicação da DEA a partir de dados retirados de demonstrações contábeis, está em trabalhar com valores negativos, pois a DEA não trabalha com estes valores. Porém algumas rubricas contábeis podem assumir valores negativos, que neste trabalho é o caso do prejuízo, e consequentemente, das medidas de retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) e sobre o ativo total (ROA), pois utilizam o lucro líquido em seu cálculo. De acordo com Freaza, Guedes e Gomes (2006), se a quantidade de DMUs for grande e houver poucas DMUs assumindo valores negativos, pode-se avaliar a possibilidade de exclusão dessas DMUs que possuam valores negativos. Outra forma de superar esse problema de valores negativos é por meio da chamada translation invariance, que nada mais é que uma transformação dos dados, passando os valores negativos à positivos, onde para cada valor dos dados, soma-se o menor valor, acrescido de mais uma unidade. Essa propriedade faz com que a solução do modelo não seja afetada. Como em todos os anos analisados houve bancos que obtiveram prejuízo durante o exercício, foi necessário utilizar a transformação (translation invariance) nos dados da amostra. Porém, como foi aplicado o logaritmo nestes dados com a finalidade de reduzir a escala, foi necessário somar a todos os valores, o menor valor acrescido de duas unidades e não uma unidade como diz a literatura sobre DEA. O acréscimo de duas unidades possui relação direta com a aplicação logarítmica, pois ao somar o menor valor acrescido de uma unidade e fazer a aplicação logarítmica, o valor retornado será zero, desse modo não haveria um valor estimado de 25 eficiência para o banco que apresentasse o maior prejuízo. Mas ao somar a todos os valores, o menor valor acrescido de duas unidades e fazer a aplicação logarítmica, o valor retornado será positivo, sendo possível obter retorno sobre o valor estimado de eficiência. Dessa maneira a solução do modelo não será afetada, pois todos os valores sofrerão o mesmo acréscimo. Neste trabalho, será calculado por meio da DEA, duas combinações entre inputs e outputs, a fim de verificar se o ranking de classificação se mantém, quando utilizadas diferentes variáveis dentre as selecionadas para o modelo. Será utilizado o modelo BCC orientado a input e a output, já que este modelo trabalha com retornos de escala crescentes, constantes e decrescentes, ou seja, se uma DMU é eficiente no modelo CCR, também será eficiente no modelo BCC. Portanto, para os anos de 2011, 2012 e 2013, serão utilizadas duas as combinações entre inputs e outputs a fim de verificar as alterações no ranking de eficiência quando alterada as variáveis no modelo DEA. Na primeira combinação será utilizado como inputs: patrimônio líquido, ativo total e depósitos e os outputs: retorno sobre o patrimônio líquido e retorno sobre o ativo total. E na segunda combinação será utilizado como inputs: ativo total, títulos e valores mobiliários e instrumentos financeiros e derivativos, operações de crédito e arrendamento mercantil total, aplicações interfinanceiras, depósitos total, despesas administrativas e patrimônio líquido e como output: retorno sobre o patrimônio líquido e retorno sobre o ativo total. 4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 4.1 ESTIMAÇÃO DOS MODELOS DEA A seguir, são apresentados os valores estimados para as duas combinações com orientação para input e output, para os anos de 2011, 2012 e 2013, com seus respectivos rankings de eficiência, gerado por meio do STATA. As Tabelas de 2 a 5, apresentam os resultados da aplicação da DEA para o ano de 2011. Os resultados estimados pelo STATA por meio da aplicação da DEA forneceram os rankings de eficiência, de modo que, para a análise desses rankings, deve-se verificar os coeficientes Theta, pois é este que mostra a eficiência de cada banco. Assim o valor Theta=1 entende-se que o banco é eficiente, e quanto mais afastado de 1 estiver este valor, menos eficiente 26 será o banco. Portanto, o ranking de eficiência é formado a partir dos valores Theta obtidos, ocupando a 1a posição no ranking o banco que for mais eficiente. Dessa forma, deve-se analisar a eficiência de um banco por duas óticas: pela ótica dos investidores e/ou acionista – esses visam o lucro, portanto procuram analisar o modelo com orientação a output, ou seja, aumento do produto, com utilização fixas dos insumos – e pela ótica gerencial – esses visam reduzir os custos, portanto buscam a análise com orientação a input, buscando manter o produto, porém com insumos reduzidos. Tabela 2 – Primeira combinação com orientação para input para o ano de 2011. DMUs BCO COOPERATIVO SICREDI S.A. JP MORGAN CHASE DEUTSCHE BNP PARIBAS BMG BIC BCO DO NORDESTE DO BRASIL S.A. CITIBANK BANRISUL BTG PACTUAL SAFRA VOTORANTIM HSBC SANTANDER CAIXA ECONÔMICA FEDERAL BRADESCO ITAU BB Ranking 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 Theta 1 1 1 1 1 0.994 0.971 0.958 0.951 0.941 0.915 0.899 0.883 0.833 0.829 0.816 0.807 0.803 Fonte: Próprio autor. Nota: DMUs correspondem aos bancos. Ranking é a ordem de classificação dos bancos de acordo com os scores de eficiência obtidos pela DEA. O coeficiente Theta representa os scores de eficiência. Os resultados obtidos por meio da aplicação da DEA para o ano de 2011, quando orientado a input, primeiramente evidenciam que os bancos com menor valor de ativos e privados, se apresentaram como sendo os mais eficientes, da mesma forma, os bancos com maior valor de ativos foram os menos eficientes dentro da amostra. 27 A última posição ficou ocupada pelo Banco do Brasil, tido neste ano como o maior banco por valor de ativos, enquanto o Banco Cooperativo Sicredi S. A. que foi o 17º na classificação pelo Banco Central do Brasil, ocupou a primeira posição do ranking de eficiência. Tabela 3 – Segunda combinação com orientação para input para o ano de 2011. DMUs DEUTSCHE JP MORGAN CHASE BNP PARIBAS BCO COOPERATIVO SICREDI S.A. BIC BMG BTGPACTUAL CITIBANK BANRISUL BCO DO NORDESTE DO BRASILS.A. SAFRA VOTORANTIM HSBC CAIXA ECONÔMICA FEDERAL SANTANDER BRADESCO ITAU BB Ranking 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 Theta 1 1 1 1 1 1 1 1 0.972 0.971 0.923 0.900 0.884 0.840 0.833 0.816 0.808 0.803 Fonte: Próprio autor. Nota: DMUs correspondem aos bancos. Ranking é a ordem de classificação dos bancos de acordo com os scores de eficiência obtidos pela DEA. O coeficiente Theta representa os scores de eficiência. Nota-se que mesmo com a inclusão de mais variáveis na segunda combinação, a variação de posições dos bancos no ranking de eficiência pouco se alternou, entre 0 e 4 posições, como foi o caso do Banco Cooperativo Sicredi S.A. que passou da 1a posição do ranking na primeira combinação para a 4a posição na segunda combinação, o Banco do Nordeste do Brasil S. A. que passou da 7a posição para a 10a posição da primeira para a segunda combinação, e o BTG Pactual que passou da 10 a posição para a 7 a posição também da primeira para a segunda combinação, entre os outros bancos houve pequena ou nenhuma alteração de posição no ranking 28 de eficiência entre as duas combinações, de modo que as três últimas posições do ranking de eficiência são ocupadas pelos mesmos bancos. Tabela 4 – Primeira combinação com orientação para output para o ano de 2011. DMUs BMG BCO COOPERATIVO SICREDI S.A. CITIBANK BTG PACTUAL BANRISUL BNP PARIBAS BIC DEUTSCHE CAIXA ECONÔMICA FEDERAL SAFRA BCO DO NORDESTE DO BRASIL S.A. ITAU BRADESCO BB JP MORGAN CHASE HSBC SANTANDER VOTORANTIM Ranking 1 1 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 Theta 1 1 1 0.853 0.836 0.785 0.725 0.705 0.686 0.671 0.659 0.627 0.605 0.593 0.421 0.405 0.226 7E-07 Fonte: Próprio autor. Nota: DMUs correspondem aos bancos. Ranking é a ordem de classificação dos bancos de acordo com os scores de eficiência obtidos pela DEA. O coeficiente Theta representa os scores de eficiência. O modelo orientado a output apresentou um resultado diferente comparado ao orientado a input. Percebe-se que os bancos com menor valor em ativos e de direito privado assumem as primeiras posições do ranking de eficiência. O banco que se destaca neste modelo, que busca verificar os resultados obtidos (DEA com orientação para output), é o Banco Votorantim que ocupou a última posição do ranking apresentando um score de eficiência próximo de zero, o que pode ser devido ao prejuízo que obteve durante o exercício de 2011. Os três primeiros bancos apresentaram os coeficientes Theta=1, porém a DEA organiza o ranking de eficiência, classificando internamente no modelo algumas variáveis como mais 29 importantes que outras, isso explica porque dois bancos (BMG e Banco Cooperativo Sicredi S.A.) estão classificados como os primeiros do ranking de eficiência. Tabela 5 – Segunda combinação com orientação para output para o ano de 2011. DMUs BMG BCO COOPERATIVO SICREDI S.A. CITIBANK SANTANDER BTG PACTUAL BANRISUL BNP PARIBAS BIC DEUTSCHE CAIXA ECONÔMICA FEDERAL SAFRA BCO DO NORDESTE DO BRASIL S.A. ITAU BRADESCO BB JP MORGAN CHASE HSBC VOTORANTIM Ranking 1 1 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 Theta 1 1 1 1 0.935 0.865 0.825 0.777 0.726 0.686 0.671 0.665 0.627 0.605 0.593 0.447 0.405 7E-07 Fonte: Próprio autor. Nota: DMUs correspondem aos bancos. Ranking é a ordem de classificação dos bancos de acordo com os scores de eficiência obtidos pela DEA. O coeficiente Theta representa os scores de eficiência. Percebe-se que as três primeiras posições são mantidas quando variam a quantidade de inputs no modelo. A partir da 4a posição até a 16a todos os bancos caem apenas uma posição no ranking de eficiência, apenas o Banco Santander se destaca passando da 17a posição do ranking na primeira combinação para ocupar a 4a posição no ranking na segunda combinação, e o banco Votorantim que ocupa a 18a posição nas duas combinações. Em 2011, há cinco bancos que se destacam no valor de ativos, são eles: Banco do Brasil, Itaú, Bradesco, Caixa Econômica Federal e Santander. Porém a DEA não considera o quão grande um banco é para classificá-lo como eficiente, ela considera apenas a utilização dos recursos (inputs) para alcançar o produto (outputs). 30 Portanto, os resultados mostraram que os bancos que possuem maior valor em ativos, utilizaram de forma menos eficientes seus recursos, ficando entre as últimas posições da amostra, principalmente quando se analisa com vistas à redução dos insumos, onde a última posição ficou ocupada pelo banco que possui maior valor em ativo para este ano, o Banco do Brasil. Já os bancos privados e que possuem menor valor em ativos, apresentaram bons resultado tanto na maximização dos produtos, quanto na minimização dos insumos, ocupando as primeiras posições dos rankings de eficiência. Diante da maximização dos produtos, ou seja, o modelo orientado a output se destaca o Banco Votorantim, que obteve o baixo valor do coeficiente Theta como resposta ao prejuízo ocorrido durante o exercício do ano de 2011. Para o ano de 2012, as Tabelas de 6 a 9 apresentam os resultados da aplicação DEA. Tabela 6 – Primeira combinação com orientação para input para o ano de 2012. DMUs BCO COOPERATIVO SICREDI S.A. DEUTSCHE BNP PARIBAS BIC JP MORGAN CHASE BMG BCO DO NORDESTE DO BRASIL S.A. BANRISUL CITIBANK SAFRA BTGPACTUAL VOTORANTIM HSBC CAIXA ECONÔMICA FEDERAL SANTANDER BRADESCO ITAU BB Ranking 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 Theta 1 1 1 1 1 0.985 0.978 0.952 0.945 0.939 0.935 0.932 0.906 0.860 0.848 0.830 0.822 0.816 Fonte: Próprio autor. Nota: DMUs correspondem aos bancos. Ranking é a ordem de classificação dos bancos de acordo com os scores de eficiência obtidos pela DEA. O coeficiente Theta representa os scores de eficiência. 31 No ano de 2012, ao analisar o modelo orientado a input, percebe-se que os bancos com menor valor em ativos também apresentaram o coeficiente Theta maior que os bancos que possuem maior valor em ativos, ocupando assim as primeiras posições do ranking de eficiência. Assim como em 2011, o Banco Cooperativo Sicredi S.A. liderou o ranking se mostrando eficiente quanto à utilização de seus insumos, e o Banco do Brasil ocupou a última posição sendo o menos eficiente. Tabela 7 – Segunda combinação com orientação para input para o ano de 2012. DMUs DEUTSCHE BIC BNP PARIBAS BCO COOPERATIVO SICREDI S.A. JP MORGAN CHASE BMG BTG PACTUAL BCO DO NORDESTE DO BRASIL S.A. BANRISUL SAFRA VOTORANTIM CITIBANK HSBC CAIXA ECONÔMICA FEDERAL SANTANDER BRADESCO ITAU BB Ranking 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 Theta 1 1 1 1 1 1 0.987 0.981 0.981 0.981 0.964 0.962 0.934 0.900 0.885 0.879 0.874 0.872 Fonte: Próprio autor. Nota: DMUs correspondem aos bancos. Ranking é a ordem de classificação dos bancos de acordo com os scores de eficiência obtidos pela DEA. O coeficiente Theta representa os scores de eficiência. Não houve grandes variações no ranking de eficiência, quando foram alteradas as combinações entre inputs e outputs, sendo a maior variação ocorrida com o BTG Pactual, que passou da 11ª posição do ranking na primeira combinação para a 7ª posição na segunda combinação. 32 O Banco do Brasil foi tido como o banco menos eficiente neste modelo, e o Banco Deutsche ocupou a primeira posição do ranking de eficiência, mantendo os bancos privados e com menos valor em ativos como sendo os mais eficientes. Tabela 8 – Primeira combinação com orientação para output para o ano de 2012. DMUs BCO COOPERATIVO SICREDI S.A. BIC BNP PARIBAS DEUTSCHE BCO DO NORDESTE DO BRASIL S.A. JP MORGAN CHASE BANRISUL BMG BTG PACTUAL CITIBANK SAFRA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL HSBC BB BRADESCO ITAU SANTANDER VOTORANTIM Ranking 1 1 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 Theta 1 1 0.966 0.774 0.752 0.621 0.584 0.547 0.458 0.433 0.431 0.363 0.327 0.258 0.226 0.225 0.105 2E-07 Fonte: Próprio autor. Nota: DMUs correspondem aos bancos. Ranking é a ordem de classificação dos bancos de acordo com os scores de eficiência obtidos pela DEA. O coeficiente Theta representa os scores de eficiência. Na primeira combinação para o ano de 2012 com o modelo orientado a output, os bancos privados e menores em valor de ativos, continuam a liderar o ranking de eficiência. O Banco Votorantim, devido ao prejuízo obtido no ano de 2012, obteve um score de eficiência próximo de zero, enquanto os bancos BIC e Cooperativo Sicredi S. A. lideram o ranking de eficiência com o coeficiente Theta=1. Neste modelo também, nota-se que alguns bancos além do Banco Votorantim, obtiveram valores bastante baixos dos scores de eficiência, podendo concluir que estes bancos não foram eficientes na geração de resultados. 33 Tabela 9 – Segunda combinação com orientação para output para o ano de 2012. DMUs BCO COOPERATIVO SICREDI S.A. BIC BNP PARIBAS DEUTSCHE BCO DO NORDESTE DO BRASIL S.A. JP MORGAN CHASE BANRISUL BMG BTG PACTUAL CITIBANK SAFRA CAIXA ECONÔMICAFEDERAL HSBC BB BRADESCO ITAU SANTANDER VOTORANTIM Ranking 1 1 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 Theta 1 1 1 0.785 0.752 0.650 0.584 0.553 0.465 0.433 0.431 0.363 0.327 0.258 0.226 0.225 0.105 2E-07 Fonte: Próprio autor. Nota: DMUs correspondem aos bancos. Ranking é a ordem de classificação dos bancos de acordo com os scores de eficiência obtidos pela DEA. O coeficiente Theta representa os scores de eficiência. Neste modelo novamente o Banco Votorantim ocupa a última posição do ranking, isso pode ser consequência de ser o banco que obteve maior prejuízo no exercício de 2012. O banco BMG no ano de 2012 também apresentou prejuízo, porém o fato dele não estar entre os últimos do ranking de eficiência, pode estar relacionado proporcionalmente com o investimento realizado para o mesmo ano, ocupando assim a 8ª posição do ranking nas duas combinações entre inputs e outputs. Da mesma forma, os bancos com menor valor em ativos, quando estimado o modelo orientado a output, também ocuparam as primeiras posições do ranking de eficiência mantendo os maiores bancos em valor de ativos nas últimas posições. Ao analisar os dois modelos – orientado a input e a output – nota-se a diferença nos valores do coeficiente Theta, que quando orientado a output, apresenta valores muitos baixos que pode ser explicado pelo fato da baixa variação nos lucros dos bancos em relação ao ano de 2011 34 que não responderam de forma relativa ao aumento dos ativos e recursos realizados não ano de 2012. Portanto neste ano, os bancos que se destacam no valor dos ativos (Banco do Brasil, Itaú, Bradesco, Caixa Econômica Federal e Santander) ocuparam nos dois modelos e nas duas combinações as últimas posições do ranking de eficiência, ficando na ponta do ranking os bancos que possuem menor valor de ativos, mostrando que utilizam de forma eficiente, os recursos que possuem. Para o ano de 2013, as Tabelas de 10 a 13 mostram os resultados da aplicação DEA. Tabela 10 – Primeira combinação com orientação para input para o ano de 2013. DMUs DEUTSCHE BCO COOPERATIVO SICREDI S.A. BNP PARIBAS PANAMERICANO JP MORGAN CHASE BMG BCO DO NORDESTE DO BRASIL S.A. BANRISUL CITIBANK VOTORANTIM SAFRA BTG PACTUAL HSBC SANTANDER CAIXA ECONÔMICA FEDERAL BRADESCO ITAU BB Ranking 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 Theta 1 1 1 0.999 0.998 0.984 0.975 0.950 0.947 0.929 0.919 0.910 0.897 0.843 0.826 0.825 0.814 0.809 Fonte: Próprio autor. Nota: DMUs correspondem aos bancos. Ranking é a ordem de classificação dos bancos de acordo com os scores de eficiência obtidos pela DEA. O coeficiente Theta representa os scores de eficiência. Em 2013 os bancos com menor valor em ativos, continuaram se mostrando eficiente quanto à alocação de seus recursos, ocupando as primeiras posições do ranking de eficiência. 35 O modelo que propõe a minimização dos insumos mostrou que os bancos que obtiveram o coeficiente Theta=1, são os bancos que possuem menor valor de ativos, deixando as últimas posições do ranking de eficiência para os bancos que possuem maior valor em ativos. Tabela 11 – Segunda combinação com orientação para input para o ano de 2013. DMUs DEUTSCHE JP MORGANCHASE BNP PARIBAS PANAMERICANO BCO COOPERATIVO SICREDI S.A. BMG BANRISUL BCO DO NORDESTE DO BRASIL S.A. CITIBANK BTG PACTUAL SAFRA VOTORANTIM HSBC CAIXA ECONÔMICA FEDERAL SANTANDER BRADESCO ITAU BB Ranking 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 Theta 1 1 1 1 1 1 1 0.975 0.948 0.947 0.946 0.929 0.905 0.852 0.844 0.826 0.815 0.809 Fonte: Próprio autor. Nota: DMUs correspondem aos bancos. Ranking é a ordem de classificação dos bancos de acordo com os scores de eficiência obtidos pela DEA. O coeficiente Theta representa os scores de eficiência. Houve pouca variação entre os dois modelos estimados com orientação a input, de modo que a primeira e a última posição do ranking de eficiência se manteve inalterada. Neste modelo, sete bancos apresentaram o coeficiente Theta=1, tidos como os mais eficientes, e entre eles encontra-se o Banco Panamericano que passou a fazer parte da amostra este ano e já apresentou um bom desempenho de eficiência, quanto a utilização dos recursos. Os cinco maiores bancos em valor de ativos classificados pelo Banco Central ocuparam as últimas posições nas duas combinações quando estimados os modelos com orientação a input. 36 Tabela 12 – Primeira combinação com orientação para output para o ano de 2013. DMUs BCO COOPERATIVO SICREDI S.A. DEUTSCHE BNP PARIBAS BMG BTG PACTUAL BCO DO NORDESTE DO BRASIL S.A. BANRISUL CITIBANK CAIXA ECONÔMICA FEDERAL JP MORGAN CHASE SAFRA BB BRADESCO ITAU PANAMERICANO HSBC SANTANDER VOTORANTIM Ranking 1 1 1 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 Theta 1 1 1 1 0.872 0.827 0.787 0.641 0.609 0.601 0.580 0.566 0.543 0.485 0.348 0.226 0.171 7E-07 Fonte: Próprio autor. Nota: DMUs correspondem aos bancos. Ranking é a ordem de classificação dos bancos de acordo com os scores de eficiência obtidos pela DEA. O coeficiente Theta representa os scores de eficiência. Os resultados estimados para o modelo que propõe a maximização dos produtos mostraram que novamente os bancos privados e menores em valor de ativos lideraram o ranking de eficiência. Chama a atenção o baixo valor do coeficiente Theta para os bancos com maior valor em ativos, classificando-os como os menos eficientes da amostra, juntamente com o Banco Panamericano e o Banco Votorantim, estes últimos obtiveram prejuízos durante o exercício deste ano. O Banco Panamericano que entrou na amostra neste ano, obteve um bom resultado nos modelos orientados a input, mas nos modelos orientados a output, seus resultados foram bem diferentes, ficando entre as últimas posições do ranking de classificação e apresentando um score de eficiência baixo. 37 Tabela 13 – Segunda combinação com orientação para output para o ano de 2013. DMUs BMG BCO COOPERATIVO SICREDI S.A. DEUTSCHE BNP PARIBAS BTG PACTUAL BANRISUL BCO DO NORDESTE DO BRASIL S.A. JP MORGAN CHASE CITIBANK CAIXA ECONÔMICA FEDERAL SAFRA BB BRADESCO ITAU PANAMERICANO HSBC SANTANDER VOTORANTIM Ranking 1 1 1 1 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 Theta 1 1 1 1 0.872 0.836 0.827 0.659 0.642 0.609 0.580 0.566 0.543 0.485 0.359 0.226 0.171 7E-07 Fonte: Próprio autor. Nota: DMUs correspondem aos bancos. Ranking é a ordem de classificação dos bancos de acordo com os scores de eficiência obtidos pela DEA. O coeficiente Theta representa os scores de eficiência. Os resultados dos dois modelos e de suas respectivas combinações, colocaram os bancos com menor valor de ativos como sendo os mais eficientes, tanto quando se verifica a minimização dos insumos como a maximização dos produtos. A diferença mais evidente entre os modelos encontra-se no coeficiente Theta, que quando orientado a output apresenta valores baixos, que podem ser explicados pelo fato do lucro líquido do exercício não corresponder relativamente aos incrementos dos ativos e recursos realizados em 2013. Portanto, o período em análise mostra claramente que os maiores bancos (Banco do Brasil, Itaú, Bradesco, Caixa Econômica Federal e Santander) não foram os mais eficientes, mesmo estando entre os bancos que mais aumentaram seus recursos entre os anos de 2011 e 38 2013. Porém, nesse mesmo período, esses bancos podem não terem obtidos lucros que correspondessem, proporcionalmente, aos aumentos em seus recursos. Os resultados estimados para os bancos com menor valor em ativos, mostraram que estes alocam de forma mais eficiente os recursos disponíveis para a geração de resultados, mesmo mantendo constante ou aumentado pouco seus recursos. Porém, seus resultados corresponderam melhor e mais relativamente à aplicação dos recursos. Portanto, em todos os anos, nota-se que os bancos que possuem menor valor em ativos foram os mais eficientes, ou seja, um banco possuir um valor alto em ativos não significa dizer que ele é o mais eficiente no sentido de otimizar seus recursos. Além disso, em todos os anos analisados, as três primeiras posições dos rankings de eficiência foram lideradas por bancos privados, enquanto os bancos públicos ocuparam as posições intermediárias dos rankings. A última posição em todos os anos da amostra, quando os modelos foram orientados a input ficaram sempre ocupados pelo Banco do Brasil. Essa questão pode ser explicada por este ter aumentado bastante seus recursos no decorrer dos anos, e pelo seu lucro não ter aumentado na mesma proporção, já que este modelo busca minimizar os custos e manter o produto constante. Por outro lado, quando estimado o modelo orientado a output, o Banco Votorantim ocupou sempre a última posição dos rankings de eficiência. Isto pode ter ocorrido pelo fato de ser o banco que apresentou o maior prejuízo em todos os anos, já que este modelo busca verificar o aumento dos produtos mantendo os recursos constantes. Há de se destacar o Banco BMG que liderou o ranking de eficiência em 2011, obteve prejuízo no ano de 2012 e caiu de posição, mas se recuperou em 2013 ocupando novamente a primeira posição do ranking, no modelo com orientação a output e utilizando a segunda combinação. Portanto,os bancos com menor valor em ativos e de direito privado se mostraram eficientes quanto à utilização dos seus recursos, tanto com vistas a reduzir os custos, quanto a maximizar os produtos, de modo que esses níveis de eficiência alcançados podem estar diretamente relacionados com a administração das instituições financeiras. 39 4.2 ESTIMAÇÃODO MODELO TOBIT Após estimaros modelos DEA, estimou-se o modelo Tobit para verificar quais variáveis entre as utilizadas na DEA foram mais significantes para explicar os resultados encontrados (scores de eficiência). Portanto, tem-se os scores de eficiência como a variável a ser explicada pelo modelo, tido como a variável dependente, e as outras variáveis (ativo total, títulos e valores mobiliários e instrumentos financeiros e derivativos, operações de crédito e arrendamento mercantil total, aplicações interfinanceiras, depósitos total, despesas administrativas, patrimônio líquido, retorno sobre o patrimônio líquido, retorno sobre o ativo total e o lucro líquido) como variáveis independentes que buscam explicar a variável dependente. Para executar a regressão Tobit também foi utilizado o software STATA, e uma vez programado os comandos no software, este fornece os resultados. Os Quadros 3 e 4, apresentam os resultados da regressão Tobit para as variáveis utilizadas nos modelos DEA com orientação a input e a output. Quadro 3 – Resultado da regressão Tobit para os scores de eficiência do modelo DEA orientado a input. Modelos orientados a input Primeira combinação para o ano de 2011. Segunda combinação para o ano de 2011. Primeira combinação para o ano de 2012. Segunda combinação para o ano de 2012. Primeira combinação para o ano de 2013. Segunda combinação para o ano de 2013. Fonte: Próprio autor. Variáveis significativas no modelo Depósitos Total***(+); Lucro Líquido***(+); Patrimônio Líquido***(+); Retorno sobre o Patrimônio Líquido**(+). Depósitos Total**(+); Despesas Administrativas**(-); Patrimônio Líquido**(+). Despesas Administrativas**(-). Despesas Administrativas***(-); Aplicações Interfinanceiras**(-); Patrimônio Líquido**(+); Lucro Líquido**(+). Títulos e Valores Mobiliários***(-); Aplicações Interfinanceiras***(-); Despesas Administrativas***(-); Lucro Líquido***(+). Títulos e Valores Mobiliários***(-); Operações de Crédito ***(+); Aplicações Interfinanceiras ***(-); Despesas Administrativas ***(-); Patrimônio Líquido***(+), Lucro Líquido***(+), Retorno sobre o Patrimônio Líquido***(+); Retorno sobre o Ativo Total***(-). 40 Notas: Os modelos foram testados para verificar os pressupostos da normalidade e homocedasticidade. Os resultados apontaram para a rejeição da hipótese nula de normalidade e da hipótese nula de homocedasticidade nos dados. Há meios para modelar os dados para que atendam aos pressupostos da normalidade e da homocedasticidade (um estimador semiparamétrico proposto por Powell 8 é uma alternativa ao modelo Tobit quando não há a presença de homocedasticidade) mas não cabe a este trabalho verificá-los. Obs.: ** Estatisticamente significativo ao nível de 5%. *** Estatisticamente significativo ao nível de 1%. Os sinais (+) e (-) indicam os sinais do coeficiente de cada variável. O resultado da regressão Tobit apresentou as variáveis que possuem significância para explicar os scores de eficiência dos modelos DEA quando orientado a input. Nota-se que as variáveis significativas variam de acordo com o ano e com a combinação para a qual foi estimado a regressão. Porém quando se trata de inputs, busca-se verificar a eficiência dos insumos, assim há de se destacar algumas rubricas contábeis, como as despesas administrativas, que foi significante em todas as regressões estimadas, exceto a primeira regressão para 2011, sendo esta a principal variável significante para todos os anos. O patrimônio líquido e o lucro líquido também foram significativos em algumas regressões, mas em todos os anos. Assim estas variáveis são tidas como importantes para o modelo, uma vez que todo banco possui um valor patrimonial significativo, dos quais utilizam na geração do lucro. Nota-se também que no decorrer dos anos, a quantidade de variáveis significativas aumentaram, e no ano de 2013 quase todas as variáveis foram significantes ao nível de 1%, mostrando que os bancos assim como muitas instituições, trabalham no sentido de serem mais eficientes na utilização de seus recursos. A regressão Tobit, também foi estimada para os scores de eficiência dos modelos orientados para output, a fim de verificar dentre as variáveis que foram utilizadas na estimação dos modelos DEA, quais foram as mais significativas, ou seja, quais foram as variáveis que mais explicaram os scores de eficiência e consequentemente, os rankings de classificação. O Quadro 4 apresenta as variáveis que foram significativas na obtenção dos scores de eficiência estimados pela DEA, quando os modelos foram orientados a output. 8 Powell (1984) recomenda o uso de um estimador robusto para avaliar o modelo de regressão Tobit. 41 Quadro 4 – Resultado da regressão Tobit para os scores de eficiência do modelo DEA orientado a output. Modelos orientados a output Primeira combinação para o ano de 2011. Segunda combinação para o ano de 2011. Primeira combinação para o ano de 2012. Segunda combinação para o ano de 2012. Primeira combinação para o ano de 2013. Segunda combinação para o ano de 2013. Variáveis significativas no modelo Lucro Líquido***(+); Ativo Total**(-); Depósitos Total**(+). Depósitos Total***(+); Patrimônio Líquido***(+); Ativo Total**(-); Lucro Líquido**(+); Retorno sobre o Patrimônio Líquido**(+). Lucro Líquido**(+). Lucro Líquido**(+). Aplicações Interfinanceiras***(-); Lucro Líquido***(+); Títulos e Valores Mobiliários**(-). Aplicações Interfinanceiras***(-), Lucro Líquido***(+); Títulos e Valores Mobiliários**(-). Fonte: Próprio autor. Notas: Os modelos foram testados para verificar os pressupostos da normalidade e homocedasticidade. Os resultados rejeitaram a hipótese nula de normalidade e a hipótese nula de homocedasticidade nos dados. Obs.: ** Estatisticamente significativo ao nível de 5%. *** Estatisticamente significativo ao nível de 1%. Os sinais (+) e (-) indicam os sinais do coeficiente de cada variável. Os resultados da regressão Tobit para os scores de eficiência do modelo DEA com orientação a output - uma vez que este modelo busca a maximização dos produtos – mostrou as variáveis que possuem significância estatística para explicar os scores de eficiência. A rubrica contábil, lucro líquido, foi a que mais se destacou, estando presente em todos os anos e em todas as regressões, se apresentando uma variável importante para explicar os scores de eficiência obtidos nos modelos DEA. Além do lucro líquido, outras variáveis foram significativas para explicar os scores de eficiência, como o patrimônio líquido em 2011, e as aplicações financeiras em 2013, ambas ao nível de significância estatística de 1%. 4.2.1 Estimação do efeito marginal O efeito marginal (EM) mostra o efeito sobre a variável dependente, dado mudanças nas variáveis independentes. 42 Em uma regressão censurada (quando a variável dependente é limitada), há vários efeitos marginais, porém neste trabalho, o modelo Tobit considera o EM quando há censura no valor de y, que neste caso os valores são censurados entre 0 e 1. No Quadro 5 é apresentada a regressão Tobit dos efeitos marginais para os scores de eficiência do modelo DEA orientado a input. Quadro 5 – Resultado da regressão Tobit dos efeitos marginais para os scores de eficiência dos modelos DEA orientado a input. Modelos orientados a input Primeira combinação para o ano de 2011. Segunda combinação para o ano de 2011. Primeira combinação para o ano de 2012. Segunda combinação para o ano de 2012. Primeira combinação para o ano de 2013. Segunda combinação para o ano de 2013. Variáveis significativas no modelo Depósitos Total***(+);Patrimônio Líquido***(+); Lucro Líquido***(+); Retorno sobre o Patrimônio Líquido***(+);Ativo Total**(-). Depósitos Total** (+); Despesas Administrativas***(-); Patrimônio Líquido ***(+);Lucro Líquido***(+). Despesas Administrativas ***(-); Lucro Líquido**(+). Despesas Administrativas***(-); Patrimônio Líquido***(+);Lucro Líquido***(+);Retorno sobre o Ativo***(+); Títulos e Valores Mobiliários**(-); Aplicações Interfinanceiras**(-). Títulos e Valores Mobiliários***(-); Aplicações Interfinanceiras***(-); Despesas Administrativas ***(-); Lucro Líquido***(+). Títulos e Valores Mobiliários***(-); Aplicações Interfinanceiras***(-), Despesas Administrativas***(-); Patrimônio Líquido***(+); Lucro Líquido***(+);Operações de Crédito**(+); Retorno sobre o Ativo***(-). Fonte: Próprio autor. Obs.: ** Estatisticamente significativo ao nível de 5%. *** Estatisticamente significativo ao nível de 1%. Os sinais (+) e (-) indicam os sinais do coeficiente de cada variável. Os resultados mostraram as variáveis que são significativas no modelo, de modo que uma variação nessas variáveis afetam os scores de eficiência. Os sinais antes das variáveis indicam o efeito sobre a eficiência, assim o modelo orientado a input mostra que um aumento nas despesas administrativas diminui a eficiência do banco, desse modo essa rubrica esteve presente em todos os anos apresentando significância, assim como o 43 lucro líquido e o patrimônio líquido que também se mostraram significantes em todos os anos, e que um aumento nessas rubricas contábeis causam um efeito positivo na eficiência. De acordo com a regressão Tobit, um aumento no ativo total no ano em 2011, possui efeito negativo sobre a eficiência. Neste trabalho foi apresentado que o valor dos ativos não correspondem à eficiência, tanto que os menores bancos por valor de ativos foram tidos como os mais eficientes. Porém, os sinais de positivo e negativo apresentado pelas rubricas contábeis não serão discutido nesse trabalho por não ser este o objetivo do mesmo. Portanto nota-se que muitas das variáveis utilizadas neste trabalho se apresentaram como importantes para explicar os scores de eficiência. O Quadro 6 apresenta de que forma uma variação nas variáveis explicativas afetam os scores de eficiência obtidos nos modelos DEA orientados a output. Quadro 6 – Resultado da regressão Tobit dos efeitos marginais para os scores de eficiência do modelo DEA orientado a output. Modelos orientados a output Primeira combinação para o ano de 2011. Segunda combinação para o ano de 2011. Primeira combinação para o ano de 2012. Segunda combinação para o ano de 2012. Primeira combinação para o ano de 2013. Segunda combinação para o ano de 2013. Variáveis significativas no modelo Ativo Total***(-); Depósitos Total***(+); Patrimônio Líquido***(+); Lucro Líquido***(+); Retorno sobre o Patrimônio Líquido**(+). Ativo Total***(-); Depósitos Total***(+); Patrimônio Líquido***(+); Lucro Líquido***(+); Retorno sobre o Patrimônio Líquido***(+). Lucro Líquido***(+); Aplicações Interfinanceiras**(-); Despesas Administrativas**(-). Lucro Líquido***(+); Aplicações Interfinanceiras**(-); Despesas Administrativas**(-). Títulos e Valores Mobiliários***(-); Aplicações Interfinanceiras***(-); Lucro Líquido***(+); Retorno sobre o Patrimônio Líquido**(+). Títulos e Valores Mobiliários***(-); Aplicações Interfinanceiras***(-); Lucro Líquido***(+); Despesas Administrativas**(-), Patrimônio Líquido**(+); Retorno sobre o Patrimônio Líquido**(+). Fonte: Próprio autor. Obs.: ** Estatisticamente significativo ao nível de 5%. *** Estatisticamente significativo ao nível de 1%. Os sinais (+) e (-) indicam os sinais do coeficiente de cada variável. 44 Para os modelos orientados a output, os valores estimados apresentaram as variáveis significativas, de modo que variações nestas afetam a eficiência dos bancos, seja positivamente ou negativamente. O lucro líquido, patrimônio líquido, e as despesas administrativas foram as mais significantes no decorrer dos anos, de modo que variações nestas variáveis afetam o resultado final (scores de eficiência). Nota-se que são bastante as variáveis, que dado variações nestas afetarão os resultados da medida de eficiência dos bancos. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A técnica DEA se mostrou um método eficiente para estimar a relação entre insumos e produtos. Ao ser aplicada em bancos a fim de verificar suas eficiências, a DEA mostrou que a eficiência não é mensurada pela quantidade em valor de ativos que um banco possui, mas sim pelo modo como seus recursos são utilizados. Portanto os bancos com menor valor em ativos acabaram sendo os bancos que melhor utilizam a relação produto/insumo, além de serem os bancos privados mais eficientes que bancos públicos. Essa relação se dá tanto no modelo orientado a input como no modelo orientado a output, mostrando que estes bancos trabalham tanto no sentido de otimizar os recursos disponíveis como no sentido de maximizar os produtos mantendo os outros fatores constantes. Os resultados não mostram que os bancos que possuem maior valor em ativos são ineficientes, ou não fazem uma boa utilização de seus recursos, eles foram apenas os bancos menos eficientes dentro da amostra. Pode-se levar em conta que há uma diferença entre administrar um valor menor de ativos e um valor maior em ativos, mas não cabe a este trabalho averiguar tais situações. As variáveis selecionadas para compor o modelo DEA, foram a sua maioria significativa para estimar a eficiência dos bancos. Isso foi comprovado por meio da regressão Tobit que identificam quais variáveis foram significativas para estimar o modelo. A regressão também mostra por meio dos sinais dos coeficientes, de que forma as variáveis são significativas dentro do modelo assim como no efeito marginal, de modo que (+) afetam os scores de eficiência positivamente e (-) negativamente, assim como mostraram os 45 resultados e as contas que mais se destacaram, um aumento nas despesas administrativas (-) diminuem os scores de eficiência e um aumento no lucro líquido (+) aumentam os scores de eficiência. Assim os bancos que se mostraram menos eficientes devem buscar aumentar sua eficiência reduzindo seus custos e/ou aumento seus produtos, e isso pode partir das gerências de tais instituições, buscando melhorias nos modelos de administração e utilização dos recursos. 46 REFERÊNCIAS AMADO, A.; et. al. Sistema financeiro: uma análise do setor bancário brasileiro. Rio de Janeiro, RJ: Elsevier: Campus, 2007. ASSAF NETO, A. Mercado Financeiro. 8. ed. São Paulo, SP: Atlas, 2008. ASSAF NETO, A. Estrutura e análise de balanços: um enfoque econômico-financeiro. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2010. BANCO CENTRAL DO BRASIL. Informações cadastrais e contábeis. 50 maiores bancos. Brasil, 2014. BANCO CENTRAL DO BRASIL. Relatório de Economia Bancária e Crédito. Brasil, 2008. BARRIENTOS, A.; BOUSSOFIANE, A. How efficiente are pension fund managers in Chile? R. Econ. Contemp., Rio de Janeiro, 9 (2): 289-311, mai/ago, 2005. BERGER, A. N.; HUMPHREY, D. B.; Measurement and Efficiency Issues in Commercial Banking.University of Chicago Press. January, 1992. BLANCHARD, O. Macroeconomia. 4. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. CAMERON, A. C. Microeconometrics Using Stata. Texas: StataCorp LP, 2009. CAVALCANTE, F.; MISUMI, J. Y.; RUDGE, L. F. Mercado de Capitais. 6. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2005. FERREIRA, C. M. C.; GOMES, A. P. Introdução à análise envoltória de dados: teoria, modelos e aplicações. 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DEP. 1º BB 935.009.463 121.266.802 397.521.161 166.159.742 442.770.913 2º ITAU 815.220.206 122.841.268 289.207.383 108.063.098 252.560.902 3º BRADESCO 666.320.079 144.250.437 237.202.827 82.180.017 217.996.658 4º CAIXA ECONOMICA FEDERAL 511.031.048 119.404.875 249.548.776 29.746.966 259.846.975 5º SANTANDER 431.759.588 73.607.714 172.896.728 25.484.876 121.803.414 6º HSBC 146.593.297 22.529.491 47.849.270 15.543.402 74.069.064 7º VOTORANTIM 115.373.092 26.732.611 54.669.101 16.306.572 25.624.643 8º SAFRA 87.728.360 5.754.063 40.570.918 21.534.769 16.554.887 9º BTG PACTUAL 58.159.704 25.961.666 4.515.443 16.842.722 15.578.416 10º CITIBANK 57.766.434 9.760.617 12.816.507 12.142.183 16.499.638 11º BANRISUL 37.826.937 9.716.140 19.751.531 2.667.197 22.644.281 12º JP MORGAN CHASE 29.426.948 16.837.362 187.137 5.871.834 956.161 13º BCO DO NORDESTE DO BRASIL S.A. 26.435.588 10.107.787 11.212.168 3.240.283 8.964.499 14º DEUTSCHE 25.300.834 1.984.406 1.279.751 3.995.910 2.458.736 15º BMG 17.443.995 1.018.979 11.021.647 1.486.230 8.805.355 16º BIC 17.192.813 993.715 9.852.394 3.574.797 8.819.803 17º BCO COOPERATIVO SICREDI S.A. 16.822.247 3.004.652 7.093.337 6.056.321 7.244.450 18º BNP PARIBAS 15.312.674 2.279.741 5.939.685 453.995 4.929.926 DESP. P.L. L.L. ROE ROA Ranking Instituições 1º BB 13.085.987 58.592.586 12.340.463 21.061% 1.320% 2º ITAU 15.328.136 72.528.414 14.668.576 20.225% 1.799% 3º BRADESCO 12.363.083 55.767.699 11.047.055 19.809% 1.658% 4º CAIXA ECONOMICA FEDERAL 7.278.391 19.561.381 5.182.525 26.494% 1.014% 5º SANTANDER 11.147.683 66.122.836 3.639.864 5.505% 0.843% 6º HSBC 4.036.087 8.796.661 1.117.583 12.705% 0.762% 7º VOTORANTIM 1.654.165 8.041.428 -201.077 -2.501% -0.174% 8º SAFRA 848.822 6.015.659 1.254.444 20.853% 1.430% 9º BTG PACTUAL 265.659 6.343.965 1.481.222 23.349% 2.547% 10º CITIBANK 2.069.044 6.829.472 1.856.002 27.176% 3.213% 11º BANRISUL 729.752 4.400.290 904.372 20.553% 2.391% 12º JP MORGAN CHASE 113.884 2.716.618 124.711 4.591% 0.424% 13º BCO DO NORDESTE DO BRASIL S.A. 775.242 2.329.499 314.799 13.514% 1.191% 14º DEUTSCHE 86.038 1.379.792 166.330 12.055% 0.657% 15º BMG 1.429.473 3.617.645 583.519 16.130% 3.345% 16º BIC 160.685 2.011.638 233.572 11.611% 1.359% 17º BCO COOPERATIVO SICREDI S.A. 18º BNP PARIBAS 96.992 437.889 54.078 12.350% 0.321% 542.882 2.412.650 267.588 11.091% 1.747% 49 Fonte: Banco Central do Brasil. Notas: Os valores do ROE e ROA são obtidos em percentual. Ranking: Ordem de classificação pelo Banco Central por valor de ativo. Instituições: São os bancos. A.T. = Ativo Total dos Bancos: São todas as aplicações de recursos efetuadas pela empresa. T.V.M. = Títulos e Valores Mobiliários e Instrumentos Financeiros Derivativos: Envolvem as aplicações na carteira própria da instituição, os títulos de renda fixa vinculada e recompra e aqueles vinculados a negociação e intermediação. O.C. = Operações de Crédito e Arrendamento Mercantil Total: São empréstimos, títulos descontados e financiamentos colocados a disposição do tomador, o qual compromete-se o tomador a devolver esses recursos em um determinado prazo, acrescido de juros. A.I. = Aplicações Interfinanceiras: São registados os saldos de revenda de títulos de renda fixa a liquidar envolvendo a posição bancada e financiada, além de aplicações em depósitos no mercado interfinanceiro e em moedas estrangeiras. DEP. = Depósitos Total: São recursos recebidos pela instituição do público e entidades governamentais. DESP. = Despesas Administrativas: Incluem salários do pessoal da administração, encargos sociais, honorários da diretoria, despesas legais e judiciais, material de escritório, entre outras despesas operacionais. P.L. = Patrimônio Líquido: São os recursos próprios da empresa, sendo formado pelo capital investido pelos acionistas, mais os lucros gerados nos exercícios e que foram retidos na empresa. L.L. = Lucro Líquido: É a remuneração oferecida no exercício do capital próprio investido na empresa. ROE = Retorno sobre o Patrimônio Líquido: Fornece o ganho percentual auferido pelos proprietários como uma consequência das margens de lucro, da eficiência operacional, do leverage e do planejamento eficiente de seus negócios, é dado por: Lucro Líquido/Patrimônio Líquido. ROA = Retorno sobre o Ativo Total: É a medida de eficiência influenciada principalmente pela qualidade do gerenciamento da lucratividade dos ativos e juros passivos. Indica o retorno apurado sobre o capital total investido, é dado por: Lucro Líquido/Ativo Total. 50 Anexo B – Classificação dos bancos múltiplos e comercias no Brasil por valor em ativo total. Dados referentes ao ano de 2012. Ranking Instituições 1º BB 2º A.T. T.V.M. O.C. A.I. DEP. 1.087.268.923 123.093.960 490.532.302 219.182.719 472.872.818 ITAU 951.222.533 192.936.112 312.386.639 175.851.767 246.784.385 3º BRADESCO 755.467.474 165.010.715 259.804.405 151.639.123 212.596.236 4º CAIXA ECONOMICA FEDERAL 702.939.666 138.465.317 353.739.502 75.183.272 319.041.023 5º SANTANDER 458.329.044 79.691.759 184.579.767 36.770.827 126.624.902 6º HSBC 127.044.415 22.818.481 47.420.586 14.126.386 54.319.625 7º VOTORANTIM 123.408.819 37.163.651 54.127.518 16.761.242 15.454.333 8º SAFRA 111.752.867 30.035.516 41.982.184 21.917.130 12.046.015 9º BTG PACTUAL 87.878.773 39.813.198 6.938.682 25.163.491 15.340.248 10º CITIBANK 61.185.316 15.214.950 13.833.712 7.332.285 15.880.493 11º BANRISUL 46.834.051 12.352.706 23.177.797 4.591.635 27.054.722 12º JP MORGAN CHASE 36.551.169 14.698.465 467.251 12.138.374 2.512.283 13º BCO DO NORDESTE DO BRASIL S.A. 31.888.888 11.243.163 11.323.086 6.514.841 9.821.438 14º DEUTSCHE 31.371.729 2.417.807 1.982.712 7.264.776 3.202.769 15º BMG 26.120.319 1.728.536 17.859.919 1.489.409 8.019.253 16º BNP PARIBAS 20.715.391 3.886.385 5.386.232 4.270.011 4.776.378 17º BCO COOPERATIVO SICREDI S.A. 19.350.956 3.210.163 8.744.658 6.553.053 9.338.068 18º BIC 18.333.680 2.324.283 10.703.823 1.594.222 8.048.901 Ranking Instituições DESP. P.L. L.L. ROE ROA 1º BB 15.671.937 66.350.927 12.465.920 18.788% 1.147% 2º ITAU 14.991.522 82.825.221 13.662.759 16.496% 1.436% 3º BRADESCO 13.383.323 70.236.524 11.392.610 16.220% 1.508% 4º CAIXA ECONOMICA FEDERAL 8.569.416 25.056.944 6.066.054 24.209% 0.863% 5º SANTANDER 12.306.431 66.470.355 2.798.648 4.210% 0.611% 6º HSBC 4.049.067 9.973.196 1.224.512 12.278% 0.964% 7º VOTORANTIM 1.619.076 8.210.437 -1.987.774 -24.210% -1.611% 8º SAFRA 778.554 7.246.761 1.280.978 17.677% 1.146% 9º BTG PACTUAL 528.721 10.068.496 2.024.065 20.103% 2.303% 10º CITIBANK 1.936.192 7.650.437 737.165 9.636% 1.205% 11º BANRISUL 842.740 4.895.003 818.608 16.723% 1.748% 12º JP MORGAN CHASE 142.339 3.499.574 244.269 6.980% 0.668% 13º BCO DO NORDESTE DO BRASIL S.A. 824.987 2.683.751 508.363 18.942% 1.594% 14º DEUTSCHE 100.362 1.498.628 118.836 7.930% 0.379% 15º BMG 1.414.678 3.175.227 -413.053 -13.009% -1.581% 16º BNP PARIBAS 569.219 2.559.229 221.624 8.660% 1.070% 17º BCO COOPERATIVO SICREDI S.A. 146.285 477.572 34.911 7.310% 0.180% 18º BIC 187.801 1.958.439 110.117 5.623% 0.601% Fonte: Banco Central do Brasil. 51 Notas: Os valores do ROE e ROA são obtidos em percentual. Ranking: Ordem de classificação pelo Banco Central por valor de ativo. Instituições: São os bancos. A.T. = Ativo Total dos Bancos: São todas as aplicações de recursos efetuadas pela empresa. T.V.M. = Títulos e Valores Mobiliários e Instrumentos Financeiros Derivativos: Envolvem as aplicações na carteira própria da instituição, os títulos de renda fixa vinculada e recompra e aqueles vinculados a negociação e intermediação. O.C. = Operações de Crédito e Arrendamento Mercantil Total: São empréstimos, títulos descontados e financiamentos colocados a disposição do tomador, o qual compromete-se o tomador a devolver esses recursos em um determinado prazo, acrescido de juros. A.I. = Aplicações Interfinanceiras: São registados os saldos de revenda de títulos de renda fixa a liquidar envolvendo a posição bancada e financiada, além de aplicações em depósitos no mercado interfinanceiro e em moedas estrangeiras. DEP. = Depósitos Total: São recursos recebidos pela instituição do público e entidades governamentais. DESP. = Despesas Administrativas: Incluem salários do pessoal da administração, encargos sociais, honorários da diretoria, despesas legais e judiciais, material de escritório, entre outras despesas operacionais. P.L. = Patrimônio Líquido: São os recursos próprios da empresa, sendo formado pelo capital investido pelos acionistas, mais os lucros gerados nos exercícios e que foram retidos na empresa. L.L. = Lucro Líquido: É a remuneração oferecida no exercício do capital próprio investido na empresa. ROE = Retorno sobre o Patrimônio Líquido: Fornece o ganho percentual auferido pelos proprietários como uma consequência das margens de lucro, da eficiência operacional, do leverage e do planejamento eficiente de seus negócios, é dado por: Lucro Líquido/Patrimônio Líquido. ROA = Retorno sobre o Ativo Total: É a medida de eficiência influenciada principalmente pela qualidade do gerenciamento da lucratividade dos ativos e juros passivos. Indica o retorno apurado sobre o capital total investido, é dado por: Lucro Líquido/Ativo Total. 52 Anexo C – Classificação dos bancos múltiplos e comercias no Brasil por valor em ativo total. Dados referentes ao ano de 2013. Ranking Instituições A.T. T.V.M. O.C. A.I. DEP. 1º BB 1.218.525.361 125.827.223 583.349.637 230.945.228 491.349.464 2º ITAU 1.027.324.008 205.825.510 350.693.120 152.366.820 282.591.653 3º CAIXA ECONOMICA FEDERAL 858.475.356 162.666.456 485.487.787 44.904.342 361.055.188 4º BRADESCO 776.724.294 160.442.709 290.645.062 135.303.782 219.022.884 5º SANTANDER 495.443.913 81.558.184 195.090.085 47.655.144 134.467.027 6º HSBC 159.948.239 31.248.811 53.740.961 14.835.745 55.003.829 7º SAFRA 130.111.584 36.820.499 45.713.543 28.827.748 10.180.197 8º BTG PACTUAL 115.901.631 41.427.321 14.295.977 27.451.418 19.917.631 9º VOTORANTIM 106.975.088 32.515.903 52.257.466 11.705.500 8.472.080 10º CITIBANK 54.297.355 17.791.825 10.745.666 8.913.639 14.871.484 11º BANRISUL 53.114.488 18.356.546 25.407.900 509.587 30.898.709 12º BCO DO NORDESTE DO BRASIL S.A. 33.817.503 12.004.013 11.124.768 7.737.065 10.991.446 13º JP MORGAN CHASE 29.953.776 9.909.112 810.014 11.160.958 2.462.910 14º BMG 28.140.779 2.428.967 20.001.747 562.731 6.883.904 15º BCO COOPERATIVO SICREDI S.A. 23.812.778 3.080.814 10.928.338 8.706.049 10.812.107 16º DEUTSCHE 22.207.579 2.546.525 1.626.626 3.284.494 2.355.512 17º PANAMERICANO 21.725.860 1.376.221 13.380.130 1.230.698 9.475.354 18º BNP PARIBAS 20.932.555 5.502.429 5.828.922 2.150.629 4.706.011 DESP. P.L. ROE ROA Ranking Instituições L.L. 1º BB 17.240.559 70.537.212 16.002.647 22.687% 1.313% 2º ITAU 15.597.411 88.966.202 13.937.879 15.666% 1.357% 3º CAIXA ECONOMICA FEDERAL 9.624.458 27.373.363 6.723.372 24.562% 0.783% 4º BRADESCO 14.489.775 71.135.989 12.030.220 16.912% 1.549% 5º SANTANDER 13.038.494 63.760.958 2.246.403 3.523% 0.453% 6º HSBC 4.200.284 10.009.031 411.426 4.111% 0.257% 7º SAFRA 844.824 7.559.378 1.358.722 17.974% 1.044% 8º BTG PACTUAL 814.700 12.074.449 2.642.967 21.889% 2.280% 9º VOTORANTIM 1.558.991 7.140.683 -512.076 -7.171% -0.479% 10º CITIBANK 1.501.864 6.851.341 637.766 9.309% 1.175% 11º BANRISUL 1.024.662 5.148.638 791.608 15.375% 1.490% 12º BCO DO NORDESTE DO BRASIL S.A. 825.507 3.039.830 360.357 11.855% 1.066% 13º JP MORGAN CHASE 14º BMG 15º 194.331 3.569.290 69.245 1.940% 0.231% 1.783.996 3.398.625 428.512 12.608% 1.523% BCO COOPERATIVO SICREDI S.A. 166.605 799.247 46.545 5.824% 0.195% 16º DEUTSCHE 119.718 1.622.745 167.884 10.346% 0.756% 17º PANAMERICANO 1.401.402 2.531.525 -258.029 -10.193% -1.188% 18º BNP PARIBAS 641.083 2.723.335 205.111 7.532% 0.980% Fonte: Banco Central do Brasil. 53 Notas: Os valores do ROE e ROA são obtidos em percentual. Ranking: Ordem de classificação pelo Banco Central por valor de ativo. Instituições: São os bancos. A.T. = Ativo Total dos Bancos: São todas as aplicações de recursos efetuadas pela empresa. T.V.M. = Títulos e Valores Mobiliários e Instrumentos Financeiros Derivativos: Envolvem as aplicações na carteira própria da instituição, os títulos de renda fixa vinculada e recompra e aqueles vinculados a negociação e intermediação. O.C. = Operações de Crédito e Arrendamento Mercantil Total: São empréstimos, títulos descontados e financiamentos colocados a disposição do tomador, o qual compromete-se o tomador a devolver esses recursos em um determinado prazo, acrescido de juros. A.I. = Aplicações Interfinanceiras: São registados os saldos de revenda de títulos de renda fixa a liquidar envolvendo a posição bancada e financiada, além de aplicações em depósitos no mercado interfinanceiro e em moedas estrangeiras. DEP. = Depósitos Total: São recursos recebidos pela instituição do público e entidades governamentais. DESP. = Despesas Administrativas: Incluem salários do pessoal da administração, encargos sociais, honorários da diretoria, despesas legais e judiciais, material de escritório, entre outras despesas operacionais. P.L. = Patrimônio Líquido: São os recursos próprios da empresa, sendo formado pelo capital investido pelos acionistas, mais os lucros gerados nos exercícios e que foram retidos na empresa. L.L. = Lucro Líquido: É a remuneração oferecida no exercício do capital próprio investido na empresa. ROE = Retorno sobre o Patrimônio Líquido: Fornece o ganho percentual auferido pelos proprietários como uma consequência das margens de lucro, da eficiência operacional, do leverage e do planejamento eficiente de seus negócios, é dado por: Lucro Líquido/Patrimônio Líquido. ROA = Retorno sobre o Ativo Total: É a medida de eficiência influenciada principalmente pela qualidade do gerenciamento da lucratividade dos ativos e juros passivos. Indica o retorno apurado sobre o capital total investido, é dado por: Lucro Líquido/Ativo Total.