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Reparação
Reparação
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Texto › Pedro Rodrigues Santos
Pressão
na refrigeração
O sistema de refrigeração é uma das áreas
mais sensíveis do automóvel.
Uma manutenção menos atenta deste circuito
pode ser responsável pela degradação
ou mesmo a falência do motor do veículo.
O inquérito realizado pela Produtos & Serviços junto de
55 marcas e distribuidores de peças e acessórios auto
de refrigeração mais representativos do mercado nacional avança com alguns dados interessantes sobre o
estado actual deste segmento. Sem querer caracterizar este trabalho como um efectivo estudo de mercado mas sim apenas como indicador – já que apenas
responderam ao questionário uma dezena de
empresas –, as respostas obtidas permitem concluir
que os componentes para esta área do motor continuam a ser fortemente pressionados pelo preço.
De certa forma, e em parte devido ao grande número
de marcas presentes no mercado nacional e à elevada
concorrência que existe entre elas, o principal problema prende-se com o nivelamento por baixo no
que à qualidade dos produtos diz respeito. Com efeito, as peças para o circuito de refrigeração, à semelhança de outros segmentos de mercado, são
marcadas por uma “guerra” de preços e descontos,
que muitas vezes se reflecte na qualidade e fiabilidade
desses produtos.
Se a todos estes factores juntarmos o aumento dos
custos de fabrico devido à pressão dos preços sobre
as matérias-primas, é crível que o crescimento do
mercado será menos acentuado do que nos anos anteriores. Em termos de qualidade de serviço prestado
pelos instaladores aos seus clientes, é previsível que
ela aumente, nem que seja pelo facto de os modelos
automóveis lançados recentemente na Europa terem
aumentado a sua complexidade tecnológica nesta área
do motor.
Aliás, até por que é opinião de alguns distribuidores,
que esse factor pode ser um importante diferenciador
entre os vários intervenientes da cadeia de distribuição, já que permite relevar outros indicadores como
a disponibilidade da peça e diminuir a pressão sobre o
preço. Razão por que também é elogiado o facto de
os profissionais de reparação auto terem cada vez
mais conhecimento em relação aos produtos em
causa.
Crescimento ligeiro
Num segmento como é a refrigeração, a larga maioria
dos distribuidores independentes de peças para
reposição auto tem como principais clientes as
empresas de reparação de mecânica independentes,
arrecadando este grupo cerca de 90 a 95% do total.
Oficinas de rede e de concessionário, reparadores
autorizados e serviços rápidos são responsáveis por
“
As peças para o circuito
de refrigeração são marcadas
por uma “guerra” de preços
e descontos, que se reflete na
”
qualidade dos produtos
apenas 5% do volume das empresas distribuidoras
que responderam ao questionário.
Em termos de produtos de substituição, o ano de
2004 registou crescimentos nas linhas de radiadores,
bombas de água e termóstatos. As tubagens do circuito de refrigeração, por seu lado, assim como os respectivos acessórios de aperto e ligação, registaram
uma certa estagnação. O segmento de fluidos de refrigeração, pelo contrário, teve uma quebra acentuada, pelo menos os das marcas com maior notoriedade do mercado.
No entanto, os distribuidores com anti-congelantes
de marca própria registam crescimentos significativos
na comercialização deste produto. Uma das razões
apontadas pelos inquiridos tem a ver com o facto de
o preço destes produtos ser um factor-chave junto
das empresas de reparação auto, com reflexos óbvios
na qualidade do fluido, e por também terem uma rentabilidade muito baixa no conjunto da actividade.
Para este ano, o panorama na distribuição e instalação
destas linhas de produtos não deverá registar alterações muito significativas. Para além de uma ligeira subida dos preços das diversas linhas de produtos de refrigeração, a evolução do mercado em 2005 deverá
ter contornos muito semelhantes ao ano anterior, assim como a qualidade de serviço prestada.
Também as marcas e distribuidoras contam apresentar
um crescimento percentual ligeiro nestas linhas de
produtos durante este ano. Para isso deverá contribuir
a actualização regular das suas linhas de produtos com
novas referências e o lançamento de novos catálogos
com todo o seu programa de componentes de refrigeração, reforçadas com campanhas promocionais
junto de retalhistas e empresas de reparação auto.
Reparação
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Falta de manutenção provoca falhas graves
Negligência na
refrigeração
Texto › Pedro Rodrigues Santos
Uma área que muitas vezes é negligenciada
pelo profissional de reparação auto nas tarefas de manutenção do automóvel é o sistema de refrigeração.
Tendo a manutenção do sistema de refrigeração da viatura
como pano de fundo, a Produtos & Serviços entrevistou
Ricardo Nunes, responsável pela Auto Marinhos, Lda, em
Lisboa. Esta pequena empresa de reparação auto independente, já com mais de 30 anos de existência, tem colocado
a rapidez das intervenções e a qualidade de serviço aos seus
clientes como duas das suas principais responsabilidades
nesta actividade.
O percurso profissional de Ricardo Nunes iniciou-se aos 16
anos como aprendiz numa instalação oficinal de Lisboa. Ainda na década de 60, trabalhou em Angola na representação
local da Alfa Romeo, de onde regressou em 1970. Depois
de vários anos a trabalhar em várias oficinas multimarca independentes, em 1981 decidiu montar o seu próprio negócio, adquirindo a Auto Marinhos, Lda.
Em termos de organização do processo de trabalho, o dia
inicia-se com a preparação dos serviços mais morosos, como por exemplo, todos os ligados à reparação de chapa e
repintura do automóvel. Mas, como é óbvio, “todos os veículos que vêm à nossa oficina para fazer uma mudança de
óleo ou substituir filtros são feitos de imediato”, afirma Ricardo Nunes. “O que complica mais nestes serviços, apesar de
eles serem de simples execução, é que normalmente os
nossos clientes vêm sem marcação, o que obriga a interromper outros trabalhos que temos em curso”. Quando se
trata de alguma avaria no circuito ou num componente do
sistema de refrigeração, a situação é ainda mais complicada
de gerir. “Essas situações, por incrível que possa parecer,
surgem sempre à sexta-feira, porque o cliente só se lembra
Foto: DR
que quer ir passar o fim-de-semana fora na noite anterior”,
ironiza o responsável da Auto Marinhos. “Imaginemos que
um cliente entra na nossa oficina com o seu automóvel a
verter fluido por problemas na bomba de água”, exemplifica
Ricardo Nunes. “Essa situação tem imediatamente de ser
resolvida pelo risco que a integridade do motor corre”,
criticando também o facto de o cliente só fazer a revisão do
veículo “nas últimas”. Com efeito, em condições normais de
funcionamento e feitas as revisões de forma atempada,
“quando o sistema começa a ter problemas, o automóvel já
tem para cima de quatro ou cinco anos”, afirma. Embora
não tenham uma dificuldade técnica muito elevada, “são
intervenções específicas que não podem ser interrompidas
pela sua urgência”.“Se houver o cuidado, quer por parte do
profissional, quer por parte do automobilista, em mudar o
fluido refrigerante segundo o preconizado pela marca do
automóvel, e limpar o circuito de forma eficiente, é difícil que
essas situações cheguem a esse ponto”. Razão por que um
dos riscos mais comuns na manutenção do sistema é a possibilidade de ficar ar no circuito. “É necessário sangrar bem
o circuito porque senão, o motor corre novamente o risco
de aquecer ao ponto de poder danificar a junta da cabeça”.
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