Estrutura, Cultura e Clima organizacional Base para a construção de um instrumento de pesquisa de clima nas organizações do trabalho Professora: Andressa Bertoncello Estrutura Organizacional • Define como as tarefas são formalmente distribuídas, agrupadas e coordenadas. Modelos de estrutura organizacional mais comuns Estrutura Simples Estrutura Burocrática Estrutura Matricial Novos desenhos estruturais Organização virtual Organização sem fronteiras Organização mais enxuta (Downsizing) Impacto dos modelos estruturais no comportamento humano • Uma estrutura organizacional pode ter efeitos significativos sobre seus membros. Entretanto, não é possível generalizar esses impactos. Algumas pessoas preferem liberdade e flexibilidade. Outras sentem-se mais satisfeitas e são mais produtivas quando o trabalho é padronizado e diretivo. • Qualquer discussão sobre a influência da estrutura organizacional no comportamento do ser humano deve levar em consideração as diferenças interpessoais (história de vida, cultura em que a pessoa esta inserida). Definição de cultura O que é cultura?* • Remete a todos os aspectos de uma realidade social, dos conhecimentos, ideias, hábitos, costumes, crenças e valores de um povo. *SANTOS, José Luiz dos. O que é cultura. 16. ed. São Paulo: Brasiliense, 1999. 89 p. “A cultura é como uma lente através da qual o ser humano vê o mundo. Seres humanos diferentes usam lentes diversas e tem visões desencontradas das coisas”. Ruth Benedict, 1972 Cultura organizacional Cultura organizacional • Se refere a um sistema de valores compartilhados pelos membros de uma organização que a diferencia das demais. É a maneira como cada trabalhador percebe as características da cultura da empresa, mas não diz respeito ao fato de gostarem ou não dessas características. Cultura Dominante Expressa valores essenciais compartilhados por todos os membros da organização. Valores Essenciais Valores básicos compartilhados por toda a organização. Subculturas Expressa valores compartilhados alguns grupos dentro da organização. por Culturas fracas versus Culturas fortes Culturas Fracas Culturas Fortes Definição de fronteiras Mecanismo de controle que orienta e direciona comportamentos Função/Objetivo da cultura organizacional Facilitar o comprometimento com algo maior do que os interesses individuais de cada um Sentido de identidade entre os membros “A cultura é, por definição, sutil, intangível, implícita e sempre presente. Mas toda organização desenvolve um conjunto básico de premissas, convicções e regras implícitas que governam o comportamento no dia a dia do trabalho...” (ROBBINS, JUDGE, SOBRAL: 2010) Leitura e definição de estrutura e cultura das organizações apresentadas por Robbins, Judge e Sobral, 2010. A cultura cria o clima • O clima organizacional é composto pelas percepções comuns que os trabalhadores de uma organização têm em relação à empresa e ao ambiente de trabalho. • O clima está fortemente relacionado ao nível individual de satisfação no trabalho, envolvimento, comprometimento e motivação. Consequentemente, entende-se que um clima organizacional positivo no ambiente de trabalho está associado a um alto nível de satisfação do cliente e a um bom desempenho financeiro. Aprofundando o conceito de clima organizacional Conceitos de Clima Transversalidade do conceito • Nos conceitos dos diferentes autores, definem-se três palavras chave que são transversais e estão presentes em quase todos: 1) Satisfação (dos funcionários): Relação do clima com o grau de satisfação das pessoas na organização. 2) Percepção (dos funcionários): Refere-se às percepções que as pessoas tem sobre os diferentes aspectos da empresa, que possam influenciá-lo positiva ou negativamente. 3) Cultura (organizacional): A cultura influencia o clima de uma organização. São faces da mesma moeda, questões complementares. O termo clima organizacional pode ser analisado como uma metáfora derivada da meteorologia, cujo propósito é a compreensão da complexa realidade que permeia o ambiente organizacional (estilos de gestão, existência de conflitos, representações dos trabalhadores sobre as relações estabelecidas com os demais e com o ambiente). Este caráter do termo clima, enquanto metáfora, o transforma em uma importante ferramenta para o estudo do comportamento humano (individual e coletivo) nas organizações. Isso porque assim como as pessoas respondem de forma diferente às condições atmosféricas, frio, calor, chuva, seca; observa-se que os diversos aspectos (objetivos e subjetivos) presentes no ambiente de trabalho, também, são passíveis de respostas diferenciadas, pois, se sustentam em percepções singulares. • O clima organizacional é um fenômeno ativo e intricado, que se constrói a partir da interação de diversas variáveis organizacionais e pessoais. Somente pode ser avaliado subjetivamente por meio das percepções dos trabalhadores sobre seu ambiente profissional. • Refere-se ao que as pessoas pensam sobre o ambiente da organização em um dado momento. É a caracterização da imagem que essas pessoas têm dos principais aspectos existentes na organizações. • É a mensuração da percepção que os sujeitos inseridos nos mais diferentes espaços organizacionais têm sobre o grau de satisfação em seu trabalho, bem como as percepções em relação a determinadas características do ambiente em que estão inseridos. Indicadores do Clima Organizacional • Embora abstrato, o clima se materializa por meio de alguns indicadores, que são “sinais” sobre sua qualidade. Os indicadores não fornecem subsídios concretos para descobrir as causas que afetam positiva ou negativamente o clima de uma organização. Porém, servem como alerta para evidenciar algo que não está bem ou que está muito bom. Turnover Avaliação de Desempenho Desperdício de Material Absenteísmo Greves Programas de Sugestões Pichações nos banheiros Conflitos Afastamentos médicos Pesquisa de Clima Organizacional Questionário - Quebra o anonimato; - Método mais demorado; - Exige habilidade do aplicador; - Obtém respostas verbais e não verbais; - Se houver número elevado de entrevistados, requer muitos entrevistadores comprometendo a uniformidade na interpretação das respostas. Entrevista Técnica mais utilizada: - Permite aplicação maciça; - Custo baixo; - Mais aceito; - Questões abertas/fechadas; - Entre 40 e 80 questões; - Exige clareza do vocabulário; - Aplicação total ou amostra; - Sigilo, anonimato dos respondentes; - Não exige espaço físico. TÉCNICAS DE PESQUISA DE CLIMA Painel de Debates - Tipo de entrevista (coletiva); - Mais econômico; - 5 a 8 pessoas por sessão; - Quebra o anonimato; - Exige espaço adequado. Principais etapas para elaboração e aplicação de uma pesquisa de clima organizacional Planejamento da pesquisa Definição dos objetivos; Público alvo; Quem vai conduzir; Técnica de coleta; Variáveis que serão observadas; Tabulação; Divulgação dos resultados; Plano de ação com base nos dados. Elementos observados na pesquisa de clima organizacional Reconhecimento Carga de trabalho Trabalho em equipe Condições de Trabalho Comprometimento Organizacional Estilo de Gerência Pesquisa de Clima Clareza organizacional e padrão de desempenho Início da atividade avaliativa (considerada parte da G1): Elaborando um modelo de pesquisa de clima para aplicação prática • Definição do local; • Definição da amostra; • Elaboração dos blocos de questões; • Formatação do instrumento (Cabeçalho explicativo; convite para participação na pesquisa; organização das questões; agradecimento pela participação); • Tabulação dos dados; elaboração de gráficos, porcentagens com base no total de questionários respondidos; • Identificação dos pontos críticos; • Descrição de proposta de melhoria. REFERÊNCIAS CHIAVENATO, Idalberto. Administração de recursos humanos: fundamentos básicos. 7 ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole, 2009. FRITZ, Robert. Estrutura e comportamento organizacional. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 1997. LUZ, Ricardo. Gestão do clima organizacional. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2003. ROBBINS, Stephen (et al). Comportamento organizacional: teoria e prática no contexto brasileiro. São Paulo: Pearson Prentice Hall. SANTOS, José Luiz dos. O que é cultura. 16. ed. São Paulo: Brasiliense, 1999. 89 p.