UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE FISIOTERAPIA Lucilene Nascimento dos Santos Michele Araújo Chagas INCIDÊNCIA DE ALGIAS POSTURAIS EM CARTEIROS NO MUNICÍPIO DE BELÉM Belém-Pa 2008 Lucilene Nascimento dos Santos Michele Araújo Chagas INCIDÊNCIA DE ALGIAS POSTURAIS EM CARTEIROS NO MUNICÍPIO DE BELÉM Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Fisioterapia do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da UNAMA, como requisito para obtenção do grau de bacharel em Fisioterapia. Orientador: Nelson Higino de Oliveira filho. Belém - Pa 2008 Santos, Lucilene Nascimento dos; Chagas, Michele Araújo. Incidência de Algias Posturais em Carteiros no Município de Belém /Lucilene Nascimento dos Santos; Michele Araújo Chagas – Belém: 2008. 73f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Universidade da Amazônia, 2008. Curso: Fisioterapia. Orientador: Nelson Higino de Oliveira Filho. 1. Algias posturais 2. Carteiros 3. Doença Ocupacional 4.Fisioterapia preventiva I. Chagas, Michele Araújo; Santos, Lucilene Nascimento dos. II. Filho, Nelson Higino de Oliveira. III. Incidência de Algias Posturais em Carteiros no Município de Belém Lucilene Nascimento dos Santos Michele Araújo Chagas INCIDÊNCIA DE ALGIAS POSTURAIS EM CARTEIROS NO MUNICÍPIO DE BELÉM Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Fisioterapia do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da UNAMA, como requisito para obtenção do grau de bacharel em Fisioterapia. Orientador: Nelson Higino de Oliveira filho. Banca Examinadora: ____________________________________________ Avaliador (a) _____________________________________________ Avaliador (a) Data da defesa ___/___/___ Conceito: ______________ DEDICATÓRIA A Deus, agradeço pela força e por estar sempre ao meu lado nesta caminhada. A minha família, em especial aos meus pais Flávio e Nádia e aos meus queridos irmãos Lívia e Fernando. Lucilene dos Santos AGRADECIMENTO Primeiramente a Deus por estar sempre presente nos momentos de minha vida, dando-me força, coragem para lutar sempre, a meus pais Nádia Nascimento e Flávio Rodrigues, pelo amor, carinho e incentivo para que eu não desista nunca dos meus objetivos. Meus queridos irmãos Lívia e Nando que sempre estiveram ao meu lado. Meus queridos avós Walter, Osmarina e Nélia, pelo amor e carinho. Primos, tios, em especial Norma, Sandra, Andréia e Oséias por confiarem em mim, contribuindo para minha formação. Minhas queridas amigas Marcilene, pelos bons e maus momentos compartilhados e Michele pela amizade e companheirismo durante a execução desta pesquisa e ao longo destes anos de curso. Ao professor Nelson Higino, orientador deste TCC, pelos dias dedicando seu tempo a orientar este trabalho, pela sua competência e grande conhecimento. A Isaura que a conheci ao longo da pesquisa de campo, por sua amizade e colaboração durante a pesquisa. A Andreice por sua colaboração, disponibilidade e paciência. A Fisioterapeuta Ana Júlia Brito, pela atenção, estímulo e incentivo. Não esquecendo dos Carteiros por sua contribuição, paciência e compreensão. Sem os quais seria impossível a realização desta pesquisa. Pelo diretor dos correios Roberto Dipólito, Sr.Pantoja,Sr.Levi e Sr.Carlos pela atenção e colaboração conosco. E a todos que diretamente ou indiretamente contribuíram para a realização desta pesquisa. Muito obrigada! Lucilene dos Santos AGRADECIMENTO Em primeiro lugar a Deus por ter me dado primeiramente a vida e em razão disto fé e força necessárias para vencer todos os obstáculos que me são impostos, em segundo lugar uma Mãe maravilhosa que sempre me ensinou a lutar em busca de meus objetivos me preparando psicologicamente, emocionalmente e tecnicamente para isso. E ainda por esta sempre presente me apoiando e incentivando nos momentos mais difíceis da minha caminhada ,e ainda a família maravilhosa a qual pertenço orgulhosamente A minha querida prima Andreici Marcela a qual colaborou com todo o apoio técnico necessário para a confecção desta pesquisa desde o projeto inicial ate o resultado final. A minha grande amiga e companheira Lucilene por ter sido compreensiva, nos momentos em que tive que me ausentar das reuniões por motivos de trabalho e plantões, e por fazer parte desta conquista tão valiosa para nós, nossa graduação, pois sabemos o quanto foi árduo o caminho para que chegássemos a este ideal. A Izaura por ter colaborado e participado ativamente conosco da pesquisa de campo junto aos carteiros. Aos carteiros lotados na Av. presidente Vargas, pela colaboração e atenção nos momentos da pesquisa. Ao professor Nelson Higino pela orientação e tempo dedicado ao trabalho. Michele Chagas. EPÍGRAFE "Toda a felicidade que a humanidade possa desfrutar não consiste no prazer, mas antes, na ausência da dor." John Dryden “Os momentos mais esplêndidos da vida não são os chamados dias de êxito, mas sim, aqueles dias em que, saindo do desânimo e do desespero, sentimos erguer-se dentro de nós um desafio: a vida e a promessa de futuras realizações”. Gustave Flaubert RESUMO Autoras: Chagas, Michele A.; Santos, Lucilene D. Incidência de Algias Posturais em Carteiros no Município de Belém. Universidade da Amazônia. Belém – Pará, 2008. Este trabalho foi realizado com o objetivo de detectar a Incidência de Algias Posturais em Carteiros no Município de Belém. O problema científico desse trabalho consiste em verificar se a função de Carteiro lhe causa ou não Doença Ocupacional. Para tal foram entrevistados 21 Carteiros. Foi realizado um estudo Descritivo qualiquantintativo, utilizando-se um questionário. Para análise da dor, foi utilizada uma escala de desconforto para diferentes partes do corpo adaptado de Iida. Na análise dos resultados foi constatado em nossa pesquisa, que a ocupação profissional dos Carteiros pode lhe causar Algias Posturais, no entanto somente a região lombar foi altamente significativa quando relacionada com o tempo se serviço. Com uma incidência de 42% de Carteiros que apresentaram dor suportável e 19% dor intensa na coluna lombar, seguido de relatos de dor nos ombros e membros inferiores, principalmente nos pés. Com esses resultados é essencial a intervenção da Fisioterapia preventiva para a saúde destes profissionais. Palavras-Chaves: algias posturais, carteiros, doença ocupacional, fisioterapia preventiva. ABSTRACT Authors: Chagas, Michele A.; Santos, Lucilene D. Incidence of Algias Posture in the portfolio in the city of Bethlehem. University of Amazonia. Bethlehem - PA, 2008. This work was carried out to detect the incidence of pain Posture in the portfolio in the city of Belem the problem of scientific work is to see if the wallet or not it causes Occupational Disease. To this end were interviewed 21 postmen. A study Overview qualiquantintativo, using a questionnaire. For analysis of pain, was used a level of discomfort for different parts of the body adapted to Iida. In the analysis of results was found in our research, that the occupation professional portfolio may cause you Algias posture, however only the lumbar region was highly significant when related to the time it serviço.Com an incidence of 42% of portfolios that had pain bearable and 19% severe pain in the lumbar spine, followed by reports of pain in the shoulders and legs, especially in pés.Com these results is required the intervention of physiotherapy for the prevention of these health professionals. Keywords: pain posture, postmen, occupational disease, preventive therapy. LISTA DE TABELAS Tabela 1 Doença e sua Relação com Trabalho........................................................................31 Tabela 2 Faixa etária...............................................................................................................46 Tabela 3 Tempo de serviço......................................................................................................46 Tabela4 Tempo na função........................................................................................................46 Tabela5Estatísticas da variável idade.......................................................................................47 Tabela6 Testes de Correlação entre Algias na Cabeça, Coluna, Quadril e Tempo de serviço.......................................................................................................................................47 Tabela 7 Testes de Correlação entre Algias nos membros superiores (Lado Direito) e Tempo de serviço.................................................................................................................................47 Tabela 8 Testes de Correlação entre Algias nos membros inferiores (Lado Direito) e Tempo de serviço..................................................................................................................................47 Tabela 9 Testes de Correlação entre Algias nos membros superiores (Lado Esquerdo) e Tempo de serviço......................................................................................................................48 Tabela 10Testes de Correlação entre Algias nos membros inferiores (Lado Esquerdo) e Tempo de serviço......................................................................................................................48 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 Membros superiores do lado direito ...................................................................... 38 Gráfico 2 Membros superiores do lado esquerdo ...................................................................38 Gráfico 3 Cabeça, Coluna e Quadril........................................................................................40 Gráfico 4 Membros inferiores do lado direito ......... ...............................................................41 Gráfico 5 Membros inferiores do lado esquerdo......................................................................41 Gráfico 6 Se há pausas no trabalho .........................................................................................42 Gráfico 7 Se há a realização de horas extras no trabalho.........................................................42 Gráfico 8 Total de horas extras trabalhadas semanalmente ....................................................43 Gráfico 9 Classificação em relação às exigências físicas do trabalho.....................................43 Gráfico 10 Como o participante se sente fisicamente após sua jornada de trabalho...............44 Gráfico11 Se o participante sente dor ou desconforto em função da sua jornada de trabalho......................................................................................................................................44 Gráfico 12 Tempo que o participante sente dor ou desconforto..............................................45 Gráfico 13 Número de dias de dispensa do trabalho................................................................45 Gráfico 14 Se os participantes já foram afastados em função de dor ou desconforto................................................................................................................................45 Gráfico 15 Se os participantes sentem dor na coluna.............................................................46 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 14 2. REFERÊNCIAL TEÓRICO ............................................................................................ 19 2.1ALGIAS..............................................................................................................................19 2.2ANATOMIA DA DOR .................................................................................................... 21 2.3TEORIA DE ORIGEM DA DOR.................................................................................... 21 2.3.1 TEORIA NEUROLÓGICA......................................................................................... 22 2.3.2. TEORIA DAS SENSAÇÕES OU PADRÕE..............................................................22 2.3.3–TEORIA PSICONEUROLÓGICA............................................................................22 2.4 FISIOLOGIA DA DOR................................................................................................... 22 2.4.1 TIPOS DE DOR ...........................................................................................................22 2.5ALGIAS POSTURAIS..................................................................................................... 25 2.5.1 TENDINITE ................................................................................................................ 27 2.5.2BURSITE....................................................................................................................... 27 2.5.3 MIALGIA.......................................................................................................................27 2.5.4DORSALGIA................................................................................................................ 27 2.5.5LOMBALGIAS............................................................................................................. 28 2.5.6 POSTURAS ASSIMÉTRICAS.................................................................................... 28 2.6 DOENÇAS OCUPACIONAIS ....................................................................................... 29 2.7 FISIOTERAPIA PREVENTIVA .................................................................................. 32 3. METODOLOGIA...............................................................................................................35 3.1Tipo de estudo.....................................................................................................................35 3.2Local da pesquisa...............................................................................................................35 3.3 Amostra..............................................................................................................................35 3.4Critérios de inclusão.........................................................................................................36 3.5 Critérios de exclusão........................................................................................................36 3.6 Coleta de dados.................................................................................................................36 3.7 Análise de dados................................................................................................................36 4. RESULTADOS....................................................................................................................38 5. DISCUSSÃO........................................................................................................................49 6. CONCLUSÃO....................................................................................................................54 7.REFERÊNCIAS...................................................................................................................56 APÊNDICES............................................................................................................................60 Apêndice 1.Termo de Aceite do Orientador.........................................................................61 Apêndice 2 Termo de Aceite da Instituição.........................................................................62 Apêndice 3 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido............................................... 63 Apendice4.Cartilha Informativa .......................................................................................... 65 ANEXOS..................................................................................................................................66 Anexo 1. Escala de Desconforto para Diferentes partes do Corpo ................................... 67 Anexo2 Questionário...............................................................................................................69 Anexo3.Certificado de aprovação do Comitê de Ética .......................................................73 14 1. INTRODUÇÃO “Do senso comum e do dicionário vem a idéia de que algia representa dor física, sofrimento,angústia,aflição,amargura.infortúnio,desastre e agravo”.(Mendes1999,p5). Fernandes (2001) ratifica dizendo “algia significa dor, sofrimento. Dor é impressão penosa produzida por lesão ou por qualquer estado anormal do organismo, sofrimento físico ou moral, aflição mágoa, dó, remorso, condolência manifestação de sentimentos” A definição de dor de acordo com Aurélio (2001) é a seguinte “Sensação de sofrimento, decorrente de lesão e percebida por formações nervosas especializadas”. A Algia pode resultar muitas vezes em incapacidade e imobilidade, sendo ainda o principal sintoma de alerta para que o indivíduo busque ajuda especializada. “A dor é um sinal de alerta que ajuda a proteger o corpo de danos nos tecidos”. (CALILLET, 1999 p.19). A ocorrência de dor é crescente, talvez em decorrência dos novos hábitos de vida, das modificações do meio ambiente, do prolongamento da sobrevida dos indivíduos em geral e dos doentes com afecções clínicas naturalmente fatais, do decréscimo da tolerância ao sofrimento do homem moderno e da aplicação dos novos conceitos que traduzem seu significado. Ressaltando ainda que a dor, frequentemente causada por afecções do aparelho locomotor, está presente em mais de 70% dos doentes que buscam os consultórios brasileiros por razões diversas. É a razão das consultas médicas em um terço dos doentes. (TEIXEIRA, 2003). As algias posturais atualmente são consideradas um sério problema de saúde pública, devido à alta incidência na população economicamente ativa dos países, podendo ocasionar afastamento das atividades profissionais temporárias ou definitivamente gerando ônus para o governo. Esses problemas muitas vezes estão diretamente relacionados ao desenvolvimento das atividades profissionais. O quadro álgico relacionado a aspectos posturais vem constituindo-se uma condição extremamente comum no mundo atual (TEIXEIRA, 2003). Afirma-se que cada categoria funcional possui uma característica especifica de exigência mental e física, na mesma proporção dos fatores de riscos existentes e exposições aos mesmos. E, algumas atividades laborativas podem desenvolver sintomas específicos como alterações funcionais e posturais. (QUEIRÓGA, 2000). As algias posturais são alterações corriqueiras encontradas em indivíduos sedentários, devido à inatividade física destes, levando à desarmonia das alavancas musculares. Alterações no alinhamento postural podem ser secundárias a má-formação estrutural, degeneração 15 articular, mudança no centro de gravidade, maus hábitos posturais ou dor recorrente. (TRIBASTONE, 2001) O Trabalho do carteiro é estudado sob diferentes perspectivas e recortes. No geral, indicam a incorporação pelas empresas de serviços postais das novas tecnologias de gestão, bem como tratam das questões de saúde ocupacional e do crescimento dos indicadores de absenteísmo, relacionando tal crescimento aos distúrbios do sistema osteo-muscular 1. Pois, durante a jornada de trabalho os carteiros realizam movimentos considerados para alguns autores como fatores de risco para doenças ocupacionais, pois este trabalho pode apresentar condições ergonômicas inadequadas, execução de movimento de forma repetitiva ou errônea, fatores estes que sobrecarregam as articulações solicitadas na execução de tarefas que se inicia na triagem da correspondência (passando um longo período separando material por logradouros). Armazenando e transportando até o seu destino final, no qual estes profissionais utilizam bolsas (com alças unilaterais) para o transporte de correspondências, passando a carregá-las por até 4 horas diárias consecutivas, adotando postura assimétrica. Eles transportam um peso que é pré-estabelecido pela empresa de correios e telégrafos para o transporte (10 kg para homem e 08 kg para mulheres), mensurado antes da saída de cada profissional para o chamado trabalho externo que se caracteriza pela entrega propriamente dita das correspondências (cartas e objetos). Mensurando-se ainda as correspondências restantes na volta das entregas, ao final do expediente, pois algumas vezes os carteiros retornam ainda portando correspondências em suas bolsas. De acordo com Vieira (2000), trabalhos que solicitam do homem a ação de grupos musculares por meses ou anos constituem um campo propício a lesões. O primeiro sinal de lesão é a dor, que pode progredir para retrações musculares, rigidez articular, instalação de posturas inadequadas, ou seja, a dor é o primeiro sinal de desconforto corporal. Cailliet (1999) considera que uma postura defeituosa está envolvida em todas as condições patológicas dolorosas, devido a lesões, excesso de uso, mau uso e envelhecimento. A postura trata-se de uma atitude, não de uma tarefa. Nessa diferença reside a característica específica da postura. O homem ao assumir uma posição para realizar suas atividades básicas como levantar, deambular, sentar, correr, etc..., adota posturas que influenciam diretamente em sua estrutura 1 Menegon, Nilton Luiz. Projeto de Processos de Trabalho: O Caso da Atividade do Carteiro Rio de Janeiro, RJ Brasil - 2003. 16 anatômica músculo-esquelética, podendo contribuir de forma positiva, causando bem estar físico, emocional e psíquico, ou negativamente ocasionando estresse articular, retração muscular até mesmo deformidade ósseas, algias e patologias. Cailliet (1999) acredita que a postura modifica os aspectos mecânicos, estáticos e cinéticos das funções músculo-esquelética. Ressaltando ainda que a algia está associada diretamente à má postura e é um dos principais sintomas deste mal. Analisando as citações dos autores a respeito das algias posturais, partindo do princípio que os quadros álgicos desencadeiam uma desordem na vida produtiva, social e familiar, intervindo de forma negativa no bem estar físico e emocional do indivíduo, podendo contribuir para o absenteísmo e redução de suas atividades produtivas, sociais e familiares. Consideramos a afirmação de Denys-Struyf (1995) quando diz que o importante é estar em condições de ver, compreender e responder às mensagens gestuais e posturais, desta forma contribuindo para aliviar o desconforto humano no trabalho, colaborando para um bom desempenho nas atividades laborais. Knoplich (2003) ratifica a idéia que o indivíduo como um todo, corpo (agredido na dor e, portanto doente) e mente (alterada pela dor que causa desprazer) pode sofrer uma ruptura social no relacionamento com a família, o emprego e a sociedade de um modo geral. E, afirma ainda, que quatro de cada cinco adultos sofrerão de um ou mais episódios de dor nas costas durante o curso de suas vidas. Tal condição gera consideráveis gastos, com repercussões que vão desde o afastamento do trabalho, custos com previdência social, invalidez, além de inquestionável queda no indicador de qualidade de vida do trabalhador. Bienfaint (1995) diz que o desequilíbrio muscular, por sua vez, é definido como uma desordem do sistema músculo-esquelético, os movimentos corporais resultam de cadeias musculares e, quando há algias posturais, o organismo se reorganiza em cadeias de compensação procurando uma resposta adaptativa a esta desarmonia. As afecções músculo-esquelético têm ocupado os primeiros lugares nas estatísticas de morbidades de vários países, quer sob forma de acidentes ou doenças (MENDES, 1999). Revelando um dado preocupante, pois muito se tem investido em inovação tecnológica, porém observa-se que não se tem dado ênfase às necessidades que a saúde do trabalhador requer, e que as patologias que os acometem muitas vezes são tratadas aleatoriamente de maneira que muitos profissionais nem a relacionam com o exercício de sua atividade profissional. Considerando que a condição de ter saúde pode estar diretamente relacionada ao ambiente que o cerca tanto profissional, quanto familiar e social. 17 Para Mendes (1999, p.35) ter saúde significa “um estado de equilíbrio entre o ser humano, seu ambiente físico, emocional e social, compatível com a plena atividade funcional da pessoa”. De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde) um trabalhador saudável pode ter sua vida produtiva prolongada, propondo ainda que os objetivos da “Saúde do Trabalhador” incluem em seu amplo aspecto o prolongamento da expectativa de vida e minimização da incidência de incapacidade, de doença, de dor e do desconforto” (MENDES, 1999, p.36). É essa saúde ocupacional que iremos abordar, como um dos pontos essenciais do trabalho. Esta pesquisa tem por objetivo geral identificar a Incidência de Algias Posturais nos agentes de correios (carteiros) e, como conseqüência, realizar um mapeamento álgico através da aplicação de uma escala de desconforto e de questionário, ou seja, mapear as queixas mais freqüentes de algias, sua localização, tentando identificar as algias destes profissionais, desenvolvendo uma proposta de atuação preventiva da fisioterapia, através de cartilha com orientações cinesioterápicas, como cinesioflexibilidade muscular antes de iniciar suas tarefas laborais, prevenindo o surgimento ou agravamento de patologias. A pesquisa inicia a partir da seguinte problemática: a ocupação funcional dos carteiros lhes causa ou não algias posturais? Dessa forma, iniciaremos a verificação de uma possível relação entre o tempo de trabalho e as algias, e ainda com as atividades por ele executadas diariamente, considerando também a execução de movimentos repetitivos, desempenhado pela população escolhida em suas tarefas laborais. A análise do universo de amostragem escolhida foi feita objetivando identificar a incidência de algias posturais, analisando também os principais pontos dolorosos apontados pelos indivíduos da amostra, o que caracteriza a pesquisa como um estudo de caráter descritivo qualiquantitativo para a análise da incidência de algias posturais em carteiros na população selecionada. Considerando que a fisioterapia pode oferecer à sociedade brasileira por meio de suas técnicas, medidas e ações preventivas capazes de minimizar ou até mesmo evitar a instalação de algias e futuras patologias, conseqüente da utilização errônea de seu corpo, ou seja, uso inadequado ou de forma repetitiva ou sobrecarga das estruturas ósseas, musculares e ligamentares. Ações estas regulamentadas através do decreto de lei, que define como áreas de 18 atuação da fisioterapia à saúde2 coletiva englobando os programas institucionais, ações básicas de saúde, fisioterapia do trabalho e vigilância sanitária, tendo como atribuição principal a educação, prevenção e assistência fisioterapêutica coletiva na atenção primária em saúde e ,como atribuição especifica, a fisioterapia do trabalho atuando na promoção de ações terapêuticas preventivas à instalações de processos que levam a incapacidade funcional laborativa,analisando os fatores ambientais contributivos ao conhecimento de distúrbios funcionais laborativos e desenvolvendo programas coletivos, contributivos à diminuição dos riscos de acidente de trabalho. Considerando ainda que a fisioterapia possua o importante papel de contribuir para a qualidade de vida, bem estar e desempenho da atividade profissional com conhecimento de seu corpo, sua função no movimento e sua responsabilidade na manutenção de postura adequada, com o uso de técnicas que foram desenvolvidas ao longo do tempo (a partir de vários estudos comprovando sua eficácia) e que pode contribuir atuando preventivamente, ou mesmo na reabilitação deste profissional, prevenindo afastamentos futuros de suas atividades laborais, sociais e ate mesmo do convívio familiar. O capítulo seguinte apresenta o referencial teórico, onde estão expostos, discutidos e analisados os principais pontos referentes ao tema. 2 Atividade de saúde, regulamentada pelo Decreto-Lei 938/69, Lei 6.316/75, Resoluções do COFFITO, Decreto 9.640/84, Lei 8.856/94. 19 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 ALGIAS “A dor e suas teorias vêm sendo descritas na literatura desde que a humanidade começou a escrever e, aparentemente começou a sofrer”. (CAILLET, 1999). Mesmo com todo o avanço da medicina, o desenvolvimento de novas e modernas técnicas para o seu tratamento e cura, a dor ainda se faz muito presente e continua a atormentar a humanidade com suas sensações, angústias e limitações peculiares. Se nos remetermos á Antiguidade, constataremos que há evidencias de relatos de dor desde o Antigo Egito, Grécia e Roma. Entretanto o que diferenciava a concepção de dor do indivíduo daquele contexto histórico para o indivíduo moderno é a concepção ideológica, ou seja, na época das civilizações antigas a dor geralmente era vista como uma forma de punição dos Deuses para com os mortais e os remédios utilizados eram caseiros somados com muita oração3. O que nos leva a crer que o conceito de dor era definido de forma religiosa, baseado em uma crença, num imaginário da época. Com a evolução da humanidade e o aprimoramento de diversas técnicas, a concepção de dor foi se tornando cada vez mais científica, pois a partir de Hipócrates, o fundador da medicina, observou-se uma mudança de mentalidade em relação à dor, pois ele postulou que “nossos corpos eram controlados por quatro humores: sangue, fleuma, bile amarela e bile branca, surgindo a dor quando ocorria um desequilíbrio na proporção desses humores.” (CAILLET,1999). Antagonizando com o pensamento religioso predominante da época, principalmente depois do surgimento da Medicina com Hipocrátes no século V a. C., somente a partir do século XV que irá iniciar a aplicação de novos medicamentos para o alívio da dor, como a papoula e, posteriormente a aspirina, no século XIX4. Instituindo então uma definição conceitual para a dor, segundo o comitê de Taxonomia da Associação Internacional para o estudo da dor é uma desagradável experiência sensorial e emocional associada a uma lesão tecidual já existente ou potencial,ou relatada como se uma lesão existisse. Cerca de 90 milhões de pessoas sofrem de dor crônica nos Estados Unidos, o que representa custos anuais de 1,25 bilhões de dólares com o tratamento destes pacientes. (IASP apud TRIBIOLI, 2003). 3 TEIXEIRA, Manoel J. OKADA, Massako A dor na Antiguidade: punição dos Deuses á qualidade sensorial. in: http://ligadador.ufcspa.edu.br/Paginas/historiadador.html.acessado em:12//10/2008 4 Ibdi. 20 Sendo que no Brasil, a dor crônica atinge cerca de 30% a 40% da população, estando como a principal causa de absenteísmo, afastamentos e incapacidades (TRIBIOLI, 2003). É uma sensação desagradável, que varia desde desconforto leve a excruciante, associada a um processo destrutivo atual ou potencial dos tecidos que se expressa através de uma reação orgânica e emocional5. Merskey (1975) apud Knoplich (2003, p.89) ratifica a idéia de que “é uma sensação desagradável e uma experiência emocional associada a um dano tissular real ou potencial”. Porém, Porto (2001, p.62) diz que ela pode existir mesmo com ausência de um dano, ou lesão real “dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a uma lesão tissular potencial ou real ou mesmo a nenhuma lesão”. Sua definição é complexa e difícil por estar diretamente relacionada a fatores que cercam a vida do indivíduo onde muitas vezes não há possibilidades de mudanças como fatores genéticos, anatômicos, doenças crônicas e ocupacionais (DORTS), e ainda fatores psicológicos, físicos e ambientais, ocasionando “limitação funcional e a incapacidade de executar tarefas motoras” (LUNDY, 2004,p128). Ainda que os estudos sobre sua origem, definição, fisiopatologia e mecanismos acompanhem a história da humanidade ainda existem muitas incertezas em relação a quantificá-la e qualificá-la, pois sua avaliação é algo extremamente relativo, não existindo um método objetivo para se mensurar a intensidade desta sensação. “A dor é uma experiência subjetiva, com múltiplos fatores influenciando sua percepção e manifestação.”( PALMER, 2000, p.35). Em relação à definição e aos fatores que ocasionam dores, Knoplich (2003, p.88) afirma que há inúmeras dificuldades em definir o conceito de dor na espécie humana, pois é intrínseca a fatores da própria personalidade de quem sente e de fatores originários do ambiente em que vive o indivíduo, tornando-se dessa forma, uma definição de caráter mais subjetivo do que um conceito estritamente científico. Segundo o mesmo autor, a dor é responsável por cerca de 60% a 70% dos motivos de todas as consultas médicas, manifestando-se de diversas formas e tornando-se assim, um dos fenômenos mais dramáticos, complexos e universalmente difundidos, também é um importante guardião orgânico, pois sua presença detecta que algo errado está ocorrendo na fisiologia orgânica afetando de forma agressiva o corpo e que isto pode acarretar em danos funcionais futuros, danos estes que podem levar um indivíduo a incapacidade não só física, mas também mental sinalizando então 5 Disponível em:http://pt.wikipedia.org/wiki/Dor/consultado em 10/08/2008. (s/ autor) 21 para que possam ser tomadas medidas que busquem interromper esse estímulo nocivo, atuando preventivamente a sua instalação. Apesar das incertezas sobre os diversos conceitos, os autores convergem num ponto em comum: a definição é algo complexo, pois deve-se considerar componentes influentes como o psicológico,somado às próprias experiências individuais de cada ser humano e ainda a fatores culturais e ambientais, porém sua presença é considerada um importante sinal clínico que em hipótese alguma deve ser desconsiderada,contribuindo para o sucesso ou fracasso da terapêutica aplicada. E afirmam ainda que sua presença geralmente está associada a existência de uma lesão real ou tecidual. Um estímulo que cause ou que está no limite de causar lesão tecidual geralmente incita uma sensação de dor. (SHERMAN ,2006). 2.2 Anatomia da dor Mesmo com a complexidade em relação a sua definição, constata-se que para haver uma manifestação álgica é imprescindível a integridade anatômica do sistema nervoso. “A dor de qualquer parte do corpo e de qualquer tipo de causa necessita da presença da estrutura anatômica do sistema nervoso para se manifestar”. (KNOPLICH, 2003, p.89). Toda sensação dolorosa aguda é geralmente produzida ou por um agente externo, ou por um distúrbio orgânico interno devido o estímulo nocivo, nociceptivo as terminações nervosas enviam mensagens ao sistema nervoso central, o qual responde através de reações diversas, emoções e respostas que contribuem para a adaptação ou restabelecimento do equilíbrio orgânico, que fora alterado. Na dor crônica ocorre um desequilíbrio homeostático. (KNOPLICH, 2003, p.90). 2.3 Teorias a respeito do mecanísmo e origem da dor Knoplich (2003) didaticamente dividiu em três as teorias, que explicam o mecanismo, trajeto e a origem da dor: em teoria neurológica, teoria das sensações ou padrões e teoria psiconeurológica. 22 2.3.1 Teoria neurológica Em todo o tecido orgânico, existem terminações nervosas específicas para a dor que, por ligações sinápticas,ativam neurônios do corno posterior da medula.Os eixos desses neurônios cruzam o lado oposto da medula espinhal e ascendem para o quadrante ventro-lateral como trato espinotalâmico.Os neurônios do núcleo pósterolateral-ventral do tálamo recebem o trato espinotalâmico e o prejetam para o córtex somatosensorial.A sensação,ou a percepção de dor, supostamente resultaria quando os impulsos espinotalâmicos ativassem certos neurônios do núcleo póstero-lateralventral do tálamo ou do córtex, ou de ambos. (Knoplich,2003, p.90). 2.3.2 Teoria das sensações ou padrões: “A percepção da dor pelo indivíduo não é devida à estimulação por vias nervosas específicas da dor, mas ocorre como resultado da interpretação de sensações de estimulação que chegaram aos centros nervosos superiores.Tudo ocorreria como se estímulos nocivos agredissem receptores não específicos para dor, com uma estimulação intensa, e essa estimulação fosse transmitida por via nervosas, também não-específicas. Vários padrões de estimulação sensitivas, espaço-temporais, seriam interpretadas pelo sistema nervoso como dor ” (knoplich,2003 p.90). 2.3.3Teoria psiconeurológica: (teoria das comportas) “Ambos os tipos de fibras, de pequeno e de grande diâmetro, entram na porção dorsal de substancia cinzenta da medula nervosa, onde formam sinapses com neurônios. As fibras cutâneas de grande diâmetro, exitam a população de neurônios espinhais que se encontram na chamada substância gelatinosa que, por sua vez, deprime a transmissão sináptica tanto das fibras de grande como de pequeno diâmetro.” 2.4 Fisiologia da Dor: Para um melhor entendimento das alterações fisiológicas que acontecem no organismo na dor . Knoplich (2003), utilizou o problema da síndrome geral da adaptação ou “stress” de Selye. O organismo agredido, com dano tecidual, sente dor aguda e responde com uma variedade grande de mecanismos de defesa fisiológica que estão ligados ao funcionamento do córtex supra-renal, produzindo a reação de “luta ou fuga’’, e na fase seguinte, que é a de resistência ou compensação orgânica ,se o fator causal inicial continuar existindo, quer seja real ou não, haveria um mecanismo de adaptação que poderá ser descompensado ou entrar em exaustão, surgindo uma moléstia de adaptação. (Knoplich, 2003, p.95), 2.4.1 Tipos de dor Neste capítulo será abordado quais os tipos de dor, e qual o tipo de dor mais freqüente nos carteiros. 23 Porto (2001) classifica as algias de acordo com sua distribuição temporal: em dor aguda e crônica. A dor Aguda: é uma importantíssima modalidade sensorial, desempenhando entre outros o papel de alerta, comunicando ao cérebro que algo está errado. Acompanha-se de manifestações neurovegetativas e desaparece com a remoção do fator causal e resolução do processo patológico. (Porto, 2001, p.62) A dor Crônica: é a que persiste por um período superior àquele necessário para a cura de um processo mórbido ou aquela associada a afecções crônicas (câncer, artrite reumatóide, alterações degenerativas da coluna) ou ainda a decorrente de lesão do sistema nervoso. Não tem qualquer função de alerta e determina acentuado estresse, sofrimento e perda na qualidade de vida. E a maior causa de afastamento do trabalho, gerando um enorme ônus para o país. (Porto,2001, p.62). Segundo Teixeira (2003) a dor classifica-se também quanto à sua origem, em: dor somática superficial e dor somática profunda. Dor Somática Superficial: é a forma de dor nociceptiva decorrente da estimulação de nocicpetores do tegumento. Tende a ser bem localizada e apresentar qualidade bem distinta (picada, pontada, rasgando, queimor), na dependência do estímulo aplicado. Sua intensidade é variável e, de certa forma, proporcional à intensidade do estímulo. Decorre usualmente de trauma, queimadura e processo inflamatório. Dor Somática Profunda: é a modalidade de dor nociceptiva conseqüente à ativação de nociceptores dos músculos, fáscias, tendões, ligamentos e articulações. Suas principais causas são estiramento muscular, contração muscular isquêmica (exercício exaustivo prolongado), contusão, ruptura tendinosa e ligamentar, síndrome miofascial, artrite e artrose. Um exemplo de Dor Somática Profunda está as lesões músculo-esqueléticas, que será enfatizada, pois haja vista sua grande incidência encontrada em diversos profissionais, o que indica que tal alteração se encontra entre as mais comuns, sendo uma das grandes responsáveis pela incapacitação na produção do trabalhador (TEIXEIRA,2003). De acordo com Rio (2001) as lesões músculo-esquelética não são lesões propriamente ditas, mas disfunções que podem comprometer a eficácia do sistema músculo-esquelético, por sintomas como a dor. O sistema músculo-esquelético é o mais volumoso do organismo e está sujeito a constantes variações de solicitações mecânicas e traumatismos durante as atividades habituais, respondendo reflexamente frente aos transtornos emocionais e a ocorrência da dor. O excesso 24 de atividade física ou inatividade prolongada são causas comuns de agravamento das lesões músculo-esquelética, sendo a região lombar sede de estruturas que transferem a carga do tronco para os membros inferiores e esforços repetitivos, sobrecargas mecânicas e contrações musculares reflexas geradas por disfunções viscerais e anormalidades comportamentais (TEIXEIRA, 2003). Na profissão de carteiro, supõe-se que a região de maior incidência de dor musculoesquelética esteja na coluna vertebral. Esta idéia está em função da realização da tarefa, pois é necessário permanecer sentado ou em pé com constantes inclinações, rotações do pescoço, vibrações, bem como a manutenção de determinados grupos musculares contraídos por um determinado tempo, pois antes de fazer a entrega domiciliar os carteiros fazem a triagem das cartas. Também há exigências de repetição de movimentos nos membros superiores e inferiores durante o percurso das entregas de correspondências, contudo, ainda não se sabe o quanto estas ações são prejudiciais para estes segmentos corporais. Solicitações necessárias para execução de movimentos repetitivos podem causar fadiga e estressar estas regiões (membros superiores, inferiores), em especial a coluna vertebral. De acordo com Knoplich (2003) na maioria das doenças crônicas de evolução lenta associadas com a idade e o desgaste causado pelo trabalho, como as dores da coluna, é recomendada uma intervenção preventiva pelas principais agências internacionais de saúde”. A prevenção primária para as dores da coluna lombar e da cervical, que são os cuidados que as pessoas sadias fazem para evitar ter futuras dores tais como: evitar carregar malas escolares pesadas, trabalho infantil com pesos excessivos, evitar acidentes esportivos e automobilíticos, incentivar a prática de exercícios. (Knoplich, 2003,p.274) Para Barbosa (2002) é importante observar que, devido aos movimentos que o trabalhador realiza em seu posto de trabalho, todo o membro superior pode sofrer o processo de desgaste, e o acometimento costuma ser generalizado. Quase sempre a dor é desencadeada e/ou agravada pelo movimento repetitivo, e nas fases iniciais costuma ser aliviada com o repouso. A combinação dos elementos desencadeadores e da solicitação física resulta no uso abusivo dos músculos e tendões, elevando o risco de lesões quando associados à movimentos rápidos, repetitivos, em ações nas quais prevalecem as contrações musculares estáticas e posturas inadequadas. Estes fatores respondem, em parte, pelos elevados índices de dor músculoesquelética (OLIVEIRA, 1998). No Capítulo subseqüente será enfatizado a definição de Postura, as causas de algias posturais relacionando com a atividade profissional dos carteiros. 25 2.5 Algias Posturais A Postura é definida como o arranjo relativo das partes do corpo no espaço, considerase boa postura como estado de equilíbrio muscular e esquelético que protege as estruturas de sustentação do corpo contra as lesões ou as deformidades progressivas, independentemente da atitude nas quais essas estruturas estão trabalhando ou repousando. Por sua vez a má postura está relacionada à ausência de relacionamento adequado entre essas estruturas (OLIVEIRA, 1998). Cailliet (1999, p.121) define postura como, “uma atitude assumida pelos ser humano na posição sentada ou de pé,influenciando em todos os aspectos do sistema músculoesquelético”. O mesmo autor acredita que a “postura correta” seja aquela sem esforço cosmeticamente correta e indolor. Ela faz sentir-se bem. Uma postura que preencha todos esses critérios e seja, mesmo assim defeituosa é, potencialmente, lesiva aos tecidos, podendo vir a produzir dor. (Cailliet,1999). James, Parker apud VIEIRA (2000) - citam que há uma adaptação da estrutura músculo-articular de um indivíduo frente ao trabalho. Ocorrendo em resposta às tarefas e cargas mecânicas, para quais os músculos são habitualmente sujeitos e pela repetição de movimentos específicos em relação à postura cotidiana. Com o tempo o sistema corporal torna-se desalinhado e desequilibrado. De acordo com Barbosa (2002) é recomendado dividir a carga a ser transportada manualmente em duas, evitando sobrecarregar a musculatura paravertebral de um só lado. A dor é apenas o primeiro sinal do desconforto corporal inicial que pode surgir e, dependendo do caso, até evoluir para uma doença ocupacional. O uso repetido e forçado de grupos musculares, bem como a manutenção de posturas inadequadas pode comprometer gradativamente a estrutura corporal de um indivíduo que se submete a realizar atividades assim caracterizadas. O ser humano necessita de prevenções e correções posturais a fim de evitar ou eliminar algias e desconfortos provenientes de posições inadequadas em função do exercício do trabalho. São cinco os fatores listados por Barbosa tidos como os principais causadores das Doenças Ocupacionais, porém é importante salientar que existe uma tríade responsável pelo surgimento da lesão Ocupacional e ela se caracteriza pelo surgimento e perpetuação de três fatores. 26 Tríade da lesão ocupacional: mobiliário inadequado, ausência de conhecimento sobre ergonomia e estilo de vida incoerente (Barbosa 2002, p.41). Causas: “conhecimento do processo etiológico é de extrema importância” devemos identificar as causas de algias apresentadas pelos profissionais, com efeitos através de movimentos repetitivos, postura errônea, força excessiva, compressão e vibração Repetitividade: Quanto mais repetitivo o movimento durante o desenvolvimento da atividade realizada pelo colaborador, maior será a probabilidade de aparecimento de distúrbios. Força Excessiva: A força necessária à realização de uma tarefa agrava o desgaste físico; logo, o quanto maior for a força exercida, maior será o risco. Postura Inadequada: As posturas inadequadas impõem esforços adicionais e desequilibrados e inesperados, podendo atingir a coluna vertebral e as extremidades superiores. As posturas inadequadas podem levar a fadiga muscular pela manutenção prolongada de contrações musculares estáticas. Compressão e Vibração Mecânica: A compressão mecânica de regiões como, por exemplo, a região da palma das mãos por chaves de parafuso, ou região do punho pelo contato vivo de mesas, são especialmente danosas aos tecidos vivos. Predisposição: A predisposição, ou seja, a capacidade aumentada de uma pessoa de contrair determinada doença tem sido considerada em virtude de que é muito comum encontrarmos colaboradores em uma mesma atividade laboral, com postos de trabalho idênticos, nível sócio-econômico parecido e um deles desenvolver o DORT e o outro nada sentir. (Barbosa2002,p.42-45) Ao relacionar estas causas com a atividade profissional dos Carteiros, analisamos que as algias que provavelmente acometem estes profissionais, possuem uma intima ligação com as afecções do sistema osteo-mio-articular, e estas afecções por sua vez tem relação intima com a execução de movimentos repetitivos durante a jornada de trabalho, com o peso das correspondências, o transporte de maneira inadequada, tarefas estas executadas diariamente no ambiente laboral. Considerando que estes profissionais passam algumas horas triando correspondências antes que elas possam ser enviadas ao seu destinatário final e que para a execução desta tarefa as condições de mobiliário e equipamentos não estão adequadas, pois durante este procedimento eles se mantém flexionando ou hiperestendendo o pescoço, tentando colocar as cartas no Box , utilizam os ombros e braços repetidas vezes, separando as cartas por logradouros,sentando de maneira “largada” nas cadeiras,com os braços sem apoio. Dentre os principais acometimentos que os carteiros apresentam destacam-se as disfunções do sistema osteo-mio-articular, como as tendinites, mialgias, bursites, dorsalgias, lombalgias e posturas assimétricas, e dores nos membros inferiores relacionadas ao esforço e execução de movimentos de forma repetitiva sem que haja uma preparação prévia da 27 musculatura exigida para tal função e que muitas vezes requer o uso de força, podendo causar lesões mecânicas localizadas e, com o tempo, ocasionar dores. Os principais acometimentos serão descritos abaixo: 2.5.1 Tendinite Segundo Brentice (2003) ,tendinite é um termo genérico que pode descrever muitas afecções patológicas de um tendão. Isto é, qualquer resposta inflamatória no interior do tendão, sem inflamação do paratendão. O termo paratendinite é a inflamação que ocorre apenas na camada externa do tendão e, geralmente, surge quando o tendão se atrita com alguma proeminência óssea. E tendinose refere-se a um tendão que sofreu alterações degenerativas sem sinais clínicos ou histológicos de resposta inflamatória. Na tendinite crônica há degenerações significativas do tendão, perda da estrutura normal de colágeno e perda da celularidade na área, mas não há resposta inflamatória celular no tendão”. Quadro Clínico: Para Barbosa (2002, p.48) “o quadro clínico varia desde sensações de peso até dor local. A dor pode ser muito incômoda e é exacerbada por movimentos. Podem apresentar-se quadros álgicos violentos, associados à completa impotência funcional da articulação”. 2.5.2 Bursite De acordo com Barbosa (2002): a localização mais importante das bursites é nos ombros, mas podem ser encontradas também em outras regiões. São decorrentes de processso inflamatório que acomete as bursas, pequenas bolsas de paredes finas, constituídas de fibras colágenas e revestidas de membrana sinovial, encontradas em regiões onde os tecidos são submetidos à fricção, geralmente próximas a inserções tendinosas e articulações”. (Barbosa, 2002,p.47). Quadro Clínico: Dores importantes nos ombros, principalmente para realização de certos movimentos como a abdução, rotação externa e elevação do membro superior. 2.5.3 Mialgia É um termo utilizado para caracterizar dores musculares em qualquer parte do corpo.A dor surge devido a tensões nos músculos (Teixeira,2003). 2.5.4 Dorsalgia Para Miller (1999) dorsalgia é a dor sentida nas costas que pode provir dos músculos,nervos, ossos,articulações ou outras estruturas na coluna vertebral. A dor pode ser constante ou intermitente, permanecer em um lugar ou deslocar-se ou espalhar-se para/por outras áreas. Pode ser uma dor surda ou uma sensação aguda de perfuração ou 28 ardência. A dor pode ser sentida no pescoço (e deslocar-se pelo braço e mão), na parte superior das costas, ou na parte inferior (e deslocar-se pela perna e pé ), e pode incluir fraqueza e dormência.(MILLER, 1999,p. 23) 2.5.5 Lombalgia Para Teixeira (2003) a lombalgia é a dor que ocorre nas regiões lombares inferiores, lombossacrais ou sacroilíacas da coluna lombar. Ela pode ser acompanhada de dor que se irradia para uma ou ambas as nádegas ou para as pernas na distribuição do nervo ciático (dor ciática). Sendo a Lombalgia e a dorsalgia com maior incidência de acometimento pelos carteiros. 2.5.6 Posturas assimétricas “Em posições habitualmente tensas ou rígidas, os músculos exercem desnecessariamente pressões elevadas sobre as articulações e podem desencadear alterações degenerativas precoces” (OLIVER, 1999, p.61). As posturas assimétricas prolongadas também podem acarretar alterações estruturais fazendo com que os fibroblastos dos músculos se multipliquem ao longo das linhas de tensão e produzem mais colágeno”. “Ocorre que essas fibras de colágeno extra, invadem o espaço do tecido conjuntivo do músculo e também o espaço que deveria ser ocupado por nervos, vasos sanguíneos e linfático, ocasionando perda da elasticidade muscular, tornando-o doloroso para realizar algum trabalho em especial estaticamente (parado). (Editorial, 1979 apud Oliver,1999, p.61). Devido o uso das bolsas durante a locomoção com as correspondências os carteiros acabam assumindo posturas assimétricas prejudicando sua musculatura. Considerando ainda os problemas de ordem psicológica, relacionados ao estresse causado pelos trabalhos externo (executados durante a entrega propriamente das correspondências nas residências e prédio comercias) todos os riscos que ele pode oferecer como o ataque de cães, por exemplo, e a distância percorrida diariamente. é fácil de perceber que a atividade laborativa deve causar danos às estruturas ósseas, articulares, musculares, tendinosas e nervosas, resultando em dores. As afecções músculo-esqueléticas são muito freqüentes na população adulta, e em especial entre os trabalhadores. (Kesley apud Mendes, 1999, p215) Considerando a importância das algias posturais na vida dos trabalhadores, acreditamos que provavelmente estas possam contribuir decisivamente para o surgimento das doenças ocupacionais, pois estas afecções osteo-mio-articulares, estão intimamente 29 relacionadas às algias e representam um sério problema em saúde pública devido ser importante fator gerador de absenteísmos e incapacidades nos trabalhadores afetados. No capítulo seguinte será abordado sobre as doenças ocupacionais, assim como seus estágios evolutivos. 2.6 Doenças ocupacionais A Doença Ocupacional é definida como sendo toda moléstia causada pelo trabalho ou pelas condições do ambiente em que é executado (MONTEIRO, 1998). As doenças ocupacionais e os acidentes do trabalho no Brasil revelam quadro estarrecedor. Segundo a Previdência Social, são registrados no País anualmente cerca de 500 mil acidentes do trabalho, com a média de 2.800 mortes e mais de 12.500 casos de invalidez permanente de trabalhadores6. Em termos monetários, estima-se o gasto anual de cerca de R$ 20 bilhões com os acidentes e doenças, não estando aí computados os números referentes aos trabalhadores rurais e domésticos, o mercado informal e as subnotificações decorrentes da omissão de registros. Monteiro (1998) diz que as doenças ocupacionais estão conceitualmente subdivididas de acordo com a lei em doenças profissionais e doenças do trabalho, estando previstos nos artigos 20, I e II. Doença Profissional: São as produzidas ou desencadeadas pelo exercício profissional peculiar a determinada atividade. Doença do Trabalho:São aquelas desencadeadas em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacionem diretamente. (Monteiro, 1999,p11). Miranda (1988) ratifica a diferença conceitual entre doença profissional e doença de trabalho: Doença Profissional: é a entidade mórbida produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade. Doença de Trabalho: é aquela adquirida ou desencadeada em funções de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relaciona diretamente. (Miranda 1998, p.52). 6 (Site: http: www.previdênciasocial. gov.br)Debate:problema das doenças ocupacionais e acidente do trabalho no Brasil(Agosto 11, 2008 — Carlos Alberto -consultado em: 01/10/08). 30 Elas são decorrentes da exposição do trabalhador aos riscos da atividade que desenvolve. Podendo causar afastamentos temporários, repetitivos e até definitivos. A sua maior incidência ocorre na faixa etária entre 30 e 40 anos, prejudicando a produtividade do trabalhador e podendo interromper sua carreira e desestabilizar a sua vida7. Estágios de Doenças Ocupacionais de acordo com Monteiro (1998, p.54) a atual Norma Técnica do INSS didaticamente considera quatro estágios evolutivos das Doenças Ocupacionais. Grau I: Sensação de peso e desconforto no membro afetado. Dor espontânea localizada nos membros superiores ou cintura escapular. Grau II: A dor é mais persistente e mais intensa e aparece durante a jornada de trabalho e de modo intermitente. A dor torna-se mais localizada e pode estar acompanhada de um formigamento e calor, além de distúrbios de sensibilidade. Pode haver uma irradiação definida. Grau III: A dor torna-se persistente, é mais forte e tem irradiação mais definida. O repouso em geral atenua a intensidade da dor, nem sempre a fazendo desaparecer por completo, persistindo o dolorimento.São freqüentes a perda da força muscular e parestesias.Há sensível queda da produtividade,quando não impossibilidade de executar a função.O edema é freqüente e recorrente, a hipotonia muscular é constante,as alterações da sensibilidade estão quase sempre presentes. Grau IV: A dor é forte, contínua por vezes insuportável, levando o paciente a intenso sofrimento. Os movimentos acentuam consideravelmente a dor, que em geral se estende a todo o membro afetado. A perda da força e a perda do controle do movimento se fazem constantes. O edema é persistente e podem aparecer deformidades, provavelmente por processos fibróticos, reduzindo a circulação linfática de retorno. As atrofias, principalmente dos dedos, são comuns e atribuídas ao desuso. A capacidade de trabalho é anulada e a invalidez se caracteriza pela impossibilidade de um trabalho produtivo regular. (Monteiro,1998, p54) Considerando sua a importância na vida do trabalhador e ainda sociedade em geral, devido todos os danos causados, quando diagnosticada ainda se observa um registro tímido de sua ocorrência,porém segundo dados do Ministério da Previdência tem se observado um crescente aumento nos registros das doenças ocupacionais em torno de 134%. O registro de doenças ocupacionais deu um salto nos últimos 11 meses. As notificações de doenças do sistema osteo-muscular, nas quais se incluem as lesões por esforço repetitivo (LER) e que representam 84,77% do total de doenças do trabalho, aumentaram 512,3%, segundo dados do Ministério da Previdência. 8 7 site:htpp:www.google.com.br Mureile Mücke-Ergonomia e Ginástica Laboral para Intérpretes de Língua de Sinais,Informação, Prevenção e Diagnóstico(artigo consultado em 01/10/08) 8 (Site:htpp:www.previdênciasocial.gov.br)Debate: problema das doenças ocupacionais e acidente do trabalho no Brasil(Agosto 11, 2008 — Carlos Alberto -consultado em: 01/10/08). 31 A impressionante variação é creditada ao Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário (NTEP), mecanismo que relaciona determinada doença às atividades nas qual a moléstia ocorre com maior incidência. Em vigor desde abril do ano passado, o nexo obriga a perícia do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) a aplicar uma lista que relaciona cada uma das profissões às doenças de maior incidência na atividade. Os trabalhadores compartilham os perfis de adoecimento e morte da população em geral, em função de sua idade, gênero, grupo social de inserção e um grupo específico de risco. Além disso, os trabalhadores podem adoecer ou morrer por causas relacionadas ao trabalho, como conseqüência da profissão que exercem, ou pelas condições adversas em que seu trabalho é ou foi realizado. Assim o perfil de adoecimento e morte dos trabalhadores resultará da amalgmação desses fatores.(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001) Tabela n° 1 Doença e sua Relação com Trabalho (Adaptado Schilling,1984) *Destacado pelas autoras Categoria Exemplos I-Trabalho como causa necessária II-Trabalho como fator II-Trabalho como Provocador de um distúrbio latente, ou agravador de doença já estabelecida. -Intoxicação por Chumbo -Silicose -Doenças Profissionais Legalmente Reconhecida. -Doença Coronariana -*Doença do Aparelho Locomotor* -Câncer -Varizes dos membros Inferiores -Bronquite Crônica -Dermatite de contato -Asma -Doença mental Descreve ainda alguns fatores de risco para a saúde e segurança dos trabalhadores presentes ou relacionados ao trabalho, e dentre eles estão. Ergonômico e Pssicosociais: decorrem da organização e gestão do trabalhado, como, por exemplo:da utilização de equipamento, máquinas e mobiliário inadequados ,levando a postura e posição incorretas,locais adaptados com más condições de iluminação,ventilação e de conforto para os trabalhadores , trabalho em turnos e noturno,monotonia ou ritmo de trabalho excessivo,exigências de produtividade relações de trabalho autoritárias,falhas no treinamento e supervisão dos trabalhadores ,entre outros9. 9 Ministério da Saúde do Brasil. Representação no Brasil da OPAS/OMS, Doenças Relacionadas ao Trabalho. Brasília –DF-Brasil 2001 .Manual de Procedimentos para os Serviços de Saúde Serie/ A.Organizado por Elizabeth Costa Dias et al... 32 “Ouvir o trabalhador falando de seu trabalho, de suas impressões e sentimentos em relação ao trabalho, de como seu corpo reage no trabalho e fora dele, é de fundamental importância para a identificação das relações saúde-trabalho-doença.10” No capítulo subseqüente será abordado a definição da fisioterapia preventiva e suas intervenções na saúde do trabalhador. 2.7 Fisioterapia Preventiva Segundo o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional11 a Fisioterapia é uma ciência da área da saúde voltada para o entendimento da funcionalidade humana. Ela estuda, diagnostica, previne e trata os distúrbios dos movimentos humano decorrentes de alterações de órgãos e sistemas humanos. A atenção fisioterapêutica propicia o desenvolvimento de ações preventivas primárias, secundárias e terciárias. Mesmo antes da doença atingir o horizonte clínico, ou seja, de exibir sinais e sintomas, podem ser desenvolvidas intervenções preventivas¹¹. a fisioterapia preventiva vem a ser um conjunto de ações que visam, fundamentalmente, atuar na amenização das causas das dores e desconfortos no trabalho. Quando se trata de distúrbios ocupacionais, a fisioterapia vem a ser um complemento da ergonomia na orientação de posturas e movimentos mais funcionais e menos críticos a serem adotados durante as atividades de trabalho. As orientações devem ser individuais, considerando o modo de operação de cada trabalhador, assim como orientações para a prática de exercícios preventivos e compensatórios que permitam o relaxamento das estruturas músculo-esqueléticas mais utilizadas. (Schmidt,2002, p. 74). O mesmo autor classifica as intervenções da fisioterapia preventiva, que se inicia com a Intervenção primária, ou seja, antes que lesões se instalem. Pode ser aplicada através de exercícios e orientações posturais durante a jornada de trabalho; Prevenindo compensações ou complicações, isto é, quando já existe algum distúrbio osteomuscular, o trabalhador tende a realizar compensações posturais e sobrecarga em regiões ainda sadias. Nesta situação, as orientações de pausas e restrições de tarefas auxiliariam muito o trabalhador durante a jornada de trabalho. Barbosa (2002) cita que a prevenção pressupõe uma forma de atuar com a saúde, não considerando mais o indivíduo apenas como paciente, e sim como uma pessoa na qual se deve impedir que o processo de doença se instale. 10 11 Ibdi. Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional: RESOLUÇÃO Nº. 80, DE 9 DE MAIO DE 1987. (Diário Oficial da União nº. 093 - de 21/05/87, Seção I, Págs. 7609), acessado em agosto de 2008. 33 Segundo Schmidt (2002) A prevenção primária impede que o processo da doença se torne estabelecido, ao eliminar as causas da doença ou aumentar a resistência para a doença; a prevenção secundária interrompe o processo de doença antes que ela se torne sintomática; e a prevenção terciária limita as conseqüências físicas e sociais de doenças sintomáticas. (SCHMIDT,2002, p.75) De acordo com Barbosa (2002 p.110) “é muito comum encontrarmos certa dificuldade em entender a intervenção e, principalmente, o atendimento preventivo, visto que nossa cultura é curativa”. Portanto, o mesmo autor cita que a imagem que se tem da intervenção preventiva é apenas a da apresentação de palestra, avaliações posturais, ou mesmo confecção de cartazes. É preciso entender que esta modalidade preventiva vai além de cartazes, palestras, avaliação postural. A intervenção preventiva pode ser feita em diversos momentos, inclusive com a aplicação dos diversos recursos físicos utilizados na fisioterapia. Recursos como, alongamento, massoterapia, eletrotermofototerapia, cinesioterapia; estes recursos têm como objetivos de aliviar a dor, promover relaxamento muscular e prevenção de deformidades. Alongamento: Alongamento é um termo geral usado para descrever qualquer manobra fisioterapêutica, elaborada para aumentar a mobilidade dos tecidos moles e subseqüentemente melhorar a amplitude de movimento por meio de estiramento de estruturas que tiveram encurtamento adaptativo e tornaram-se hipomóveis com o tempo.( Kisner,1998, p.143) Refere ainda sobre o auto-alongamento que é também chamando de exercício de flexibilidade ou alongamento ativo, é o tipo de procedimento de alongamento que a própria pessoa pode realizar independentemente, após cuidadosa e prática supervisionada. Ele possibilita à pessoa de manter ou aumentar sua amplitude de movimento e ganhar como resultado da intervenção direta do fisioterapeuta. Massoterapia: Para Hollis (2001) é a utilização de diversas técnicas holísticas de origem orientais e ocidentais, exercidas por meio de toques (massagens) proporcionando grandes virtudes terapêuticas, relaxantes, anti-estresse, estéticas, emocionais e desportivas. Possibilita maior contato com o próprio físico, valorizando a respiração e desenvolvendo uma melhor percepção corporal, aumentando a consciência e dando a devida importância ao equilíbrio na vida para o dia a dia. 34 Eletrotermofototerapia: Eletroterapia, Termoterapia e Fototerapia - são procedimentos com aparelhos geradores de energia elétrica, térmica e luminosa, como o Ultra-som Terapêutico, o LASER, TENS (STARKEY, 2001). Cinesioterapia: Terapia por movimentos. São procedimentos onde se usa o movimento com os músculos, articulações, ligamentos, tendões e estruturas do sistema nervoso central e periférico, que têm como objetivo recuperar a função dos mesmos¹¹. Kisner (1998); Anderson (1999) propõe que através da confecção de cartazes e fôlderes, cria-se um direcionamento através de orientações para atividade que será realizada por cada trabalhador, com uma linguagem correta, figuras explicativas e modelo de fácil assimilação. Inserindo essa prática a diária de trabalho com trabalhos de exercícios laborais individuais ou em grupos pequenos, de forma rotineira. Sendo essas atividades lúdicas e agradáveis complementando o trabalho de prevenção, orientando também esses a prática de atividades físicas dentro e fora da empresa, impedindo que esse desconhecimento seja um fator insucesso pelo sedentarismo. Caso já estejam presentes sinais de instalação de alguma algia postural, o trabalho preventivo permanece presente impedindo a evolução do mal utilizando os recursos de alongamento, cinesioterapia, massoterapia e orientação para recursos fisioterápicos de fácil acesso como gelo e calor, desenvolvendo um programa específico iniciando de forma passiva e progredindo para a independência. No seguinte Capítulo será apresentado os itens que fizeram parte da metodologia adotada, tendo por objetivo esclarecer o modo como a pesquisa foi estruturada metodologicamente. 35 3. METODOLOGIA A pesquisa foi desenvolvida após a aprovação do orientador (apêndice1), da instituição onde foi realizada a pesquisa (apêndice 2), dos carteiros pelo termo de Consentimento Livre e Esclarecido (anexo 2) e do Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade da Amazônia-UNAMA (anexo 3). O levantamento bibliográfico que deram suporte ao estudo, foi realizado através de pesquisa nos acervos da biblioteca central da Universidade da Amazônia-UNAMA e Universidade Estadual do Pará (UEPA), em artigos científicos, livros, monografias de conclusão de curso, dissertações de mestrado e site do Conselho de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO), além da biblioteca virtual em saúde. 3.1 Tipo de Estudo: Esta pesquisa teve como caráter um estudo Descritivo qualiquantitativo para a análise da incidência de algias posturais em carteiros na população selecionada. 3.2 Local da Pesquisa: A pesquisa realizou-se durante o período compreendido de Setembro á Outubro do corrente ano, com os carteiros selecionados da amostra no próprio local de trabalho interno (CDD-Centro de Distribuição Domiciliar) na Avenida Presidente Vargas, no bairro do Comércio, em Belém do Pará, tendo como horário para a realização dos questionamentos o próprio horário estabelecido pela Empresa de Correios e Telégrafos, no início do turno de trabalho o qual inicia-se às 08:00h e o final do expediente às 17:00h,sendo que este horário é dividido em 02 tempos de 04 horas de trabalho (turno matutino,das 08:00 às 12:00 sendo destinado a triagem do material e turno vespertino das 13:00 às 17:00 onde são realizados os serviços externo,ou seja, a entrega do material triado no período matutino e uma hora de intervalo para o almoço. 3.3 Amostra: Para a amostra foram selecionados 30 agentes de correios (carteiros), lotados no CDD (Centro de Distribuição Domiciliar) do Edifício Sede da Empresa de Correios e Telégrafos da Avenida Presidente Vargas em Belém do Pará, do sexo masculino, com faixa etária variando entre 24 e 64 anos de idade, que fazem diariamente a triagem e a entrega das correspondências, entretanto do total de 30 carteiros, foram excluídos da pesquisa 9 ,devido os critérios de exclusão, 4 carteiros haviam sofrido trauma através de acidente fora do ambiente de trabalho,1 é agente de correios motorizado,utilizando bicicleta para entregar as correspondências, 3 por apresentarem algias antes de exercer a profissão de carteiro, 1 é agente dos correios do sexo feminino. 36 3.4 Critérios de Inclusão: Foram incluídos na pesquisa os agentes de correios (carteiros) que tenham no mínimo 3 anos de exercício nesta atividade profissional, que sejam submetidos há uma jornada de trabalho de 40 horas semanais e aceitem participar da pesquisa após o devido esclarecimento. 3.5 Critérios de Exclusão: Como critério de exclusão os agentes de correios (carteiros) que já apresentavam algias posturais com diagnóstico médico (como lombalgia, por exemplo) antes de adentrarem nesta profissão, ou ainda aqueles que tenham sofrido algum tipo de trauma ou acidente (automobilístico, quedas) fora do ambiente de trabalho, e ainda aqueles que se encontram aposentados ou de licença médica, e as agentes de correio do sexo feminino (em função da única funcionária existente estar em período gestacional), e ainda os agentes de correios motorizados (são os que utilizam moto ou bicicleta na entrega de materiais que ultrapassam o limite de peso da carga, ou seja, 10 kg para homem e 8 kg para mulheres, que é permitido para o transporte). 3.6 Coleta de Dados: Foi utilizado um questionário adaptado de Scheffer- 2002 (anexo 2). Constando os seguintes dados: idade, tempo de trabalho na empresa, tempo de exercício na função de carteiro, o horário de trabalho, e se existe pausas durante o expediente, se realiza horas extras, como eles avaliam suas condições de trabalho se estão adequadas ou não, se necessitam fazer grande esforço tanto físico quanto mental para realizar suas atividades profissionais, como se sentem ao final da jornada de trabalho, tanto fisicamente quanto mentalmente (cansados ou não) e ainda se sentem dor ou desconforto durante a realização do seu trabalho, se receberam algum treinamento para adoção de posturas adequadas durante o trabalho, se sentem dores articulares, ou nas costas (em que momento do dia profissional) sentem “dormência” ou cãibras em alguma parte do corpo, se já foram afastados das atividades profissionais por licença médica ou fisioterápica, se realizam alguma atividade física, acrescido de uma Escala de Desconforto para as Diferentes Partes do Corpo (anexo 1) Escala de desconforto adaptada de Iida (2005), que consiste em graduar o nível de desconforto manifesto sob a forma de dor em cada parte do corpo, numa escala representada por cores, sendo:(Verde corresponde a nenhuma dor, amarelo a dor suportável,alaranjado corresponde a dor intensa e vermelho uma dor insuportável. A coleta de dados realizou-se em duas visitas semanais. 3.7 Análise dos Dados: Os participantes foram divididos em grupos conforme o tempo de serviço, inferior á dez anos de trabalho como carteiro e superior á dez anos. Esses grupos foram analisados com objetivo de identificar a incidência de algias posturais, analisando também os principais pontos dolorosos apontados pelos indivíduos da amostra. Os dados 37 coletados através de questionário e da Escala de Desconforto para diferentes partes do corpo foram exportados para tabulação e análise. Utilizando-se de estatísticas descritivas (média, desvio padrão, e porcentagens) para representar sumariamente as variáveis do banco de dados e o teste de Correlação de Spearman com o objetivo de identificar se há ou não correlação entre o tempo de serviço com as algias posturais. 38 4. RESULTADOS Neste Capítulo abordaremos sobre os resultados encontrados através desta pesquisa. A amostra foi constituída por 21 carteiros. Com idade média de 44,6 anos. O desconforto corporal segundo a escala de desconforto para diferentes partes do corpo, referidos pelos carteiros identificou um alto índice em partes específicas do corpo. Membros Sup.(Lado 1 Mão Direita 3 17 1 1 Punho Direito 4 15 Dor Insuportável 1 1 Antebraço Direito Dor Intensa 19 1 Cotovelo Direito Dor Suportável 20 Nenhuma Dor 1 Braço Direito 20 1 1 Ombro Direito 8 5 0 11 10 15 20 25 Frequência Fonte: Pesquisa de campo Menbros Superiores (Lado Esquerdo) Gráfico 1 – Membros superiores do lado direito dos participantes do estudo sobre a incidência de Algias posturais em carteiros no município de Belém em 2008. 1 Mão Esquerda 3 17 2 Punho Esquerdo 3 Antebraço Esquerdo 1 1 1 Cotovelo Esquerdo 1 1 Braço Esquerdo 1 1 16 Dor Insuportável 18 Dor Intensa Dor Suportável 19 Nenhuma Dor 19 1 Ombro Esquerdo 0 3 8 5 9 10 15 Frequência 20 Fonte: Pesquisa de campo. Gráfico 2 – Membros superiores do lado esquerdo dos participantes do estudo sobre a incidência de Algias posturais em carteiros no município de Belém em 2008. 39 Na região dos membros superiores tanto no lado direito quanto no esquerdo a parte específica do corpo que foi identificada maior índice de dor suportável foi no ombro, sendo referida por 8 carteiros (38%) do total de 21. Sendo também que 3 carteiros apresentaram dor intensa em ombro esquerdo. 1 Cabeça, Coluna e Quadriil Quadril 2 5 2 Coluna Lombar 13 4 6 9 Dor Insuportável 1 Coluna Torácica Dor Intensa 4 Coluna Cervical 1 Dor Suportável 16 Nenhuma Dor 2 6 12 1 Cabeça 4 0 5 16 10 Frequência 15 20 Fonte: Pesquisa de campo. Gráfico 3 – Cabeça, Coluna e Quadril dos participantes do estudo sobre a incidência de Algias posturais em carteiros no município de Belém em 2008. Identificamos que o acometimento maior de dor suportável e dor intensa localizou-se na coluna vertebral em especial, na coluna lombar, onde 9 (42%) carteiros apresentaram dor suportável e 4 carteiros (19%) dor intensa. Sendo que a coluna cervical apresentou um índice considerável de 6 carteiros (29%) com dor suportável. 40 Membros Inferiores (Lado 2 Direito) 5 Pé Direito 4 Tornozelo Direito 10 1 5 Dor Insuportável 15 Dor Intensa 1 Perna Direita 6 Dor Suportável 14 Nenhuma Dor 2 Joelho Direito 5 14 1 1 Coxa Direita 19 5 0 10 15 Frequência 20 Fonte: Pesquisa de campo Membros Inferiores (Lado Esquerdo) Gráfico 4 – Membros inferiores do lado direito dos participantes do estudo sobre a incidência de Algias posturais em carteiros no município de Belém em 2008. 2 Pé Esquerdo 4 Tornozelo Esquerdo 1 Perna Esquerda 1 5 10 5 Dor Insuportável 15 Dor Intensa 6 Dor Suportável 14 Nenhuma Dor 2 Joelho Esquerdo 5 14 1 1 Coxa Esquerda 0 19 5 10 15 20 Frequência Fonte: Pesquisa de campo. Gráfico 5- Membros inferiores do lado esquerdo dos participantes do estudo sobre a incidência de Algias posturais em carteiros no município de Belém em 2008. Para as regiões dos membros inferiores tanto no lado direito quanto no lado esquerdo 5 carteiros apresentaram dor suportável no tornozelo, e joelho. Sendo que 4 carteiros apresentaram dor suportável no pé e 6 na perna, apresentado também dor intensa por 5 participantes na região do pé. 41 5% Sim Em branco 95% Fonte: Pesquisa de campo Gráfico 6 – Se há pausas no trabalho dos participantes do estudo sobre a incidência de Algias posturais em carteiros no município de Belém em 2008. Quando se questionou sobre as pausas ou intervalos realizados durante a jornada de trabalho, 95% dos carteiros afirmaram terem pausas de 1 hora. 38% Sim Não 62% Fonte: Pesquisa de campo Gráfico 7 – Se há a realização de horas extras no trabalho dos participantes do estudo sobre a incidência de Algias posturais em carteiros no município de Belém em 2008. Nos gráfico 7 quando questionado sobre a realização de horas extras, 62% realizam, sendo 2 horas a mais trabalhadas. 42 39% 47% Duas Seis Dez Não realizam 5% 9% Fonte:Pesquisa de campo. Gráfico 8 - Total de horas extras trabalhadas semanalmente dos participantes do estudo sobre a incidência de Algias posturais em carteiros no município de Belém em 2008. Quando questionado sobre o total de horas extras trabalhadas semanalmente, 47% dos carteiros responderam realizarem duas horas, 9 % seis horas, 5 % dez horas e 39% não realizam horas extras. 14% 5% 14% Muito boa Boa Moderada Baixa 67% Fonte: Pesquisa de campo Gráfico 9 – Classificação em relação às exigências físicas do trabalho dos participantes do estudo sobre a incidência de Algias posturais em carteiros no município de Belém em 2008. No gráfico 9 em relação às exigências físicas do trabalho realizado pelos carteiros, analisou-se que 67% dos carteiros da amostra acreditam estar em boas condições físicas. 43 5% 14% 14% Muito boa Boa Moderada Baixa 67% Fonte: Pesquisa de campo Gráfico 10 – Como o participante se sente fisicamente após sua jornada de trabalho, do estudo sobre a incidência de Algias posturais em carteiros no município de Belém em 2008. Quando questionado, em relação como se sente fisicamente após sua jornada de trabalho, 42% dos carteiros responderam sentirem-se cansado. 14% Sim Não 86% Fonte: Pesquisa de campo Gráfico 11 – Se o participante sente dor ou desconforto em função da sua jornada de trabalho, do estudo sobre a incidência de Algias posturais em carteiros no município de Belém em 2008. Como pode ser constatado através da análise do gráfico11, 86% dos carteiros relatam apresentarem dor ou desconforto em função da sua jornada de trabalho, que surgem da realização e execução de suas tarefas diárias. 44 14% 38% Dias Meses Anos Em branco 38% 10% Fonte: Pesquisa de campo Gráfico 12 – Tempo que o participante sente dor ou desconforto, do estudo sobre a incidência de Algias posturais em carteiros no município de Belém em 2008. Quando questionado há quanto tempo sentiam dor ou desconforto, 38% afirmaram sentir tanto há dias quanto há anos, apresentando a mesma porcentagem de carteiros, 10% à meses. 14% 19% Nenhum Até 9 dias 10% De 10 a 24 dias De 25 a 99 dias 10% 14% 33% De 100 a 365 dias Em branco Fonte: Pesquisa de campo Gráfico 13 – Número de dias de dispensa do trabalho, do estudo sobre a incidência de Algias posturais em carteiros no município de Belém em 2008. Em relação ao número de dias de dispensa do trabalho, 33% dos carteiros estiveram afastados por 9 dias, devido apresentarem algum tipo de algia. 45 48% Sim 52% Não Fonte: Pesquisa de campo Gráfico 14– Se os participantes já foram afastados em função de dor ou desconforto, do estudo sobre a incidência de Algias posturais em carteiros no município de Belém em 2008. Como pode ser observado 52% dos carteiros afirmam que já foram afastados em função de dor ou desconforto. Não 5% 24% 10% Sim, ao iniciar o trabalho Durante o trabalho 24% Ao final do trabalho 37% Sempre Fonte: Pesquisa de campo Gráfico 15- Se os participantes sentem dor na coluna, do estudo sobre a incidência de Algias posturais em carteiros no município de Belém em 2008. Quando questionado sobre a presença de dor na coluna, 37% dos carteiros disseram que sentem dor ao final do trabalho. E foi apresentado a mesma porcentagem de 24 % sentirem dor tanto durante o trabalho quanto sentirem sempre, independentemente se for ao iniciar, durante ou após o trabalho. 46 Tabela2 - Faixa etária dos participantes do estudo sobre a incidência de Algias posturais em carteiros no município de Belém em 2008. Idade Frequência Percentual 24.0 |— 32 2 9,5 32.0 |— 40 6 28,6 40.0 |— 48 6 28,6 48.0 |— 56 4 19,0 56.0 |— 64 3 14,3 Total 21 100,0 Fonte: Pesquisa de campo. A faixa etária dos carteiros entrevistados foi de 24 a 64 anos, com percentual igual de 28.6 na média de idade entre 32 a 48 anos. Tabela 3 – Tempo de serviço dos participantes do estudo sobre a incidência de Algias posturais em carteiros no município de Belém em 2008. Tempo de serviço Frequência 4|----11 5 11|----18 9 18|----25 1 25|----32 1 32|----39 5 Total 21 Fonte: Pesquisa de campo. Percentual 23.8 42.9 4.8 4.8 23.8 100.0 O tempo de serviço nos correios apresentado foi no mínimo de 4 anos e máximo de 39 anos na mesma empresa. Tabela 4 – Tempo na função dos participantes do estudo sobre a incidência de Algias posturais em carteiros no município de Belém em 2008. Tempo na função Frequência 4|----11 5 11|----18 11 18|----25 1 25|----32 1 32|----39 3 Total 21 Fonte: Pesquisa de campo. Percentual 23.8 52.4 4.8 4.8 14.3 100.0 47 Quanto ao tempo na função de carteiros, identificou-se que de 11 à 18 anos apresentou uma porcentagem maior sendo de 52.4%. Tabela 5 – Estatísticas da variável idade com que começou a trabalhar nessa atividade. Estatísticas Valor Média 28,3 Desvio padrão 2,9 Mínimo 23 Máximo 32 A média de idade em que começou a trabalhar nesta atividade, como podemos constatar foi de 28,3, com desvio padrão de 2,9, sendo o mínimo 23 e máximo 32 anos. Obs. Na pergunta sobre o horário de trabalho, 100% dos entrevistados responderam que trabalham de manhã e a tarde (100%). Ao aplicar-se a Correlação de Spearman, com objetivo de determinar se há associação do tempo de serviço com as algias verificou-se que somente a coluna lombar pode ser considerada altamente significativa com p- valor de 0,006. CORRELAÇÃO DE SPEARMAN Tabela 6 – Testes de Correlação entre Algias na Cabeça, Coluna, Quadril e Tempo de serviço. Algias (Cabeça e Coluna) Tempo de serviço Cabeça Coluna Cervical Coluna Torácica Coluna Lombar Quadril Coeficiente de Correlação p-valor Análise 0,231 0,319 0,152 0,580 0,354 0,314 0,158 0,512 0,006 0,116 Não Significativo Não Significativo Não Significativo Altamente Significativo Não Significativo Tabela 7 – Testes de Correlação entre Algias nos membros superiores (Lado Direito) e Tempo de serviço. Algias (Membros Superiores D) Tempo de serviço Ombro Direito Braço Direito Cotovelo Direito Antebraço Direito Punho Direito Mão Direita Coeficiente de Correlação p-valor Análise 0,064 0,241 0,241 -0,047 0,053 -0,090 0,784 0,292 0,292 0,838 0,819 0,699 Não Significativo Não Significativo Não Significativo Não Significativo Não Significativo Não Significativo Tabela 8- Testes de Correlação entre Algias nos membros inferiores (Lado Direito) e Tempo de serviço. 48 Algias (Membros Inferiores D) Tempo de serviço Coxa Direita Joelho Direito Perna Direita Tornozelo Direito Pé Direito Coeficiente de Correlação p-valor Análise -0,073 0,154 0,226 -0,150 -0,047 0,753 0,505 0,325 0,517 0,840 Não Significativo Não Significativo Não Significativo Não Significativo Não Significativo Tabela 9 - Testes de Correlação entre Algias nos membros superiores (Lado Esquerdo) e Tempo de serviço. Algias (Membros Superiores E) Tempo de serviço Ombro Esquerdo Braço Esquerdo Cotovelo Esquerdo Antebraço Esquerdo Punho Esquerdo Mão Esquerda Coeficiente de Correlação p-valor Análise -0,056 0,388 0,388 0,157 -0,244 -0,214 0,81 0,082 0,082 0,497 0,287 0,352 Não Significativo Não Significativo Não Significativo Não Significativo Não Significativo Não Significativo Tabela 10- Testes de Correlação entre Algias nos membros inferiores (Lado Esquerdo) e Tempo de serviço. Algias (Membros Inferiores E) Tempo de serviço Coxa Esquerda Joelho Esquerda Perna Esquerda Tornozelo Esquerda Pé Esquerdo Coeficiente de Correlação p-valor Análise -0,073 0,207 0,231 -0,007 0,142 0,753 0,368 0,313 0,977 0,538 Não Significativo Não Significativo Não Significativo Não Significativo Não Significativo COEFICIENTE DE CORRELAÇÃO DE SPEARMAN Trata-se de uma prova não paramétrica com a finalidade de determinar o grau de associação entre duas variáveis mensuradas pelo menos ao nível ordinal e dispostas em postos ordenados em duas séries: X e Y. N = Número de pares; rs = 1 − t = rs 2 i 6∑ D ; N ( N 2 − 1) N −2 1 − rs2 D = Diferença entre postos; 49 5. DISCUSSÃO Este capítulo descreve analiticamente os dados levantados nos resultados encontrados nesta pesquisa. O trabalho humano possui um duplo caráter: por um lado é fonte de realização, satisfação, prazer, estruturando e conformando o processo de identidade dos sujeitos, por outro, pode também se transformar em elemento patogênico, tornando-se nocivo à saúde (Dejours apud DELCOR et al, 2003). A atividade profissional pode ocasionar lesões em estruturas do sistema músculoesquelético. Quando se mencionam os distúrbios relacionados ao trabalho, torna-se importante lembrar que ele ocupa grande parte da vida humana (ALENCAR et al;2001). Por meio da análise das respostas obtidas pelo questionário, e da escala de desconforto para diferentes partes do corpo realizada no local de trabalho dos carteiros, pode se constatar que a maior incidência de algia apresentou-se na coluna vertebral, que é um conjunto de vértebras sobrepostas uma sobre as outras, desta forma temos também um conjunto de articulações sobrepostas que tem por mobilidade os movimentos de flexão, extensão, hiperextensão, rotação, flexão lateral e circundação, mas cada articulação se limita em apenas alguns graus para cada movimento. Estes movimentos variam de amplitude entre as regiões da coluna (CAMPOS, 2000). Concentrando-se as considerações sobre as algias mais referidas por 9 carteiros,com percentual de 42% apresentando dor suportável e 4 carteiros (19%) apresentando dor intensa na região lombar (lombalgia). A lombalgia é definida como uma dor localizada na região lombar da coluna vertebral (parte inferior das costas), constituindo um sintoma muito freqüente, representando um alto custo para o sistema atual de saúde (Mendes, 1999). O mesmo autor refere que paradoxalmente, esta afecção- a lombalgia é benigna, sendo a maioria das vezes de recuperação espontânea, mas causa enormes perdas para a economia do país, elevando as taxas de absenteísmo das fábricas, transtornando a vida do próprio trabalhador e de suas famílias. Para Nascimento; Moraes (2000 p.80) “lombalgia é uma dor localizada na região lombar decorrente de postura viciosa no trabalho, lazer em casa ou no dormir, pegar peso de forma inadequada”. Segundo Ferreira Junior (2000), a lombalgia para se ter uma idéia de sua importância clínico-epidemiológica, cerca de 80% das pessoas apresentam dores lombares ao longo de sua 50 vida, e a lombalgia é a maior causa de incapacidade de curta e longa duração entre trabalhadores. Dezan apud Scheffer (2001) a lombalgia é a doença osteomuscular que com maior freqüência limita as atividades profissionais e cotidianas dos trabalhadores. De acordo com Teixeira (2001, p.2) a dor crônica geralmente localiza-se na região lombar e nas articulações em até dois terço das vezes e, no segmento cefálico, em um quarto dos indivíduos. Nas clínicas de dor, há queixa de desconforto em mais de uma região do corpo na maioria dos casos. Para o mesmo autor as lombalgias são uma das causas mais comum de incapacidade por afecção do aparelho locomotor. Ressaltando ainda que ela torna-se crônica em 10 a 15% dos trabalhadores. Teixeira (2003, p.4) Foi realizado um estudo sobre as atividades exercidas pelos carteiros onde creditou-se a dor lombar presente nestes profissionais muito mais pelo esforço e conseqüente fadiga muscular e contração assimétrica prolongada, do que pela ação de forças ao nível de L3. (MENEGON, 2002) Sendo a fadiga muscular definida por Itiro (2005, p.72) como uma redução da força, provocada pele deficiência da irrigação sanguínea do músculo. Ela um processo reversível, que pode ser superada por um período de descanso. Afirmando ainda que a lombalgia “é provocada pela fadiga da musculatura das costas, [...] ocorrendo principalmente quando se permanece durante muito tempo na mesma postura, com a cabeça inclinada para frente”. Na pesquisa observou-se que 95% dos carteiros afirmaram terem pausas durante sua jornada de trabalho. É importante que haja pausas com a finalidade de evitar a sobrecarga músculo-esquelético, pois “deve-se proporcionar um período de descanso, para que a circulação tenha tempo para remover os produtos do metabolismo (ácido lático, potássio, dióxido de carbono e água) acumulados no interior dos músculos” e a fadiga muscular, freqüentemente expressa através de irritabilidade, queixas inespecíficas e dificuldade para memorização (Itiro, 2005). É necessária a resistência à fadiga muscular para manter o controle postural. Posturas mantidas requerem continuamente pequenas adaptações nos músculos estabilizadores para suportar o tronco contra forças flutuantes. Grandes movimentos repetitivos também requerem músculos que respondam controlando a atividade. Nos dois casos, quando o músculo se cansa a carga é transferida para os tecidos inertes que suportam a coluna nos finais de amplitude. Com a manutenção da carga, ocorre atrito e distensão nos tecidos inertes, levando a sobrecarga mecânica (Kisner,1998). 51 Mendes (1999, p.217) cita que “a região lombar, na altura da L5-S é o segmento mais móvel e, portanto mais sujeito as alterações de desgaste”. Ressaltando ainda que a duração da jornada deve ser compatível com o ritmo do corpo.É comum, principalmente em nosso país, que possui uma das maiores jornadas de trabalho do mundo, a exposição prolongada aos movimentos repetitivos. De acordo com Bernardino (1999) através de sua pesquisa de campo “Em indicadores epidemiológicos em operadores postais” pela Universidade Federal de São Carlos, analisaram-se os impactos da carga de trabalho sobre a saúde dos operadores postais, sendo sistematizados a partir dos dados disponíveis nos relatórios de Absenteísmo, prontuários médicos das unidades participantes do projeto e atestado médico arquivados nas unidades de referência. Dados pesquisados durante a execução de sua pesquisa de campo que revelaram através de buscas realizadas em prontuários médicos referentes aos anos de 1996 a 1998 as principais patologias osteomioarticulares responsáveis por afastamentos maiores que 15 dias em se tratando de algias encontrou-se o seguinte: 10 casos de lombalgia, 3 casos de cervicalgia, 5 casos de dorsalgia, 1 caso de cervicobraquialgia, 2 casos de lombociatalgia e 1 caso de hérnia de disco para os carteiros do estudo em questão. Uma outra estrutura acometida referidas pelos carteiros foi o ombro tanto o lado direito quanto o lado esquerdo, que é uma articulação complexa e requer coordenada interação de ossos e tecidos moles para que ocorra uma função normal do membro superior. Região esta onde ocorre uma sobrecarga local causada pelos movimentos de elevação e sustentação dos braços, durante o momento da triagem ou mesmo durante a distância percorrida com a “bolsa unilateral” utilizadas pelos carteiros para levar as correspondências mantendo os ombros contraídos. De acordo com (Ilda apud PLENTZ, 2004) a fadiga muscular, o estresse mecânico sobre a cartilagem, os movimentos repetitivos e as contrações musculares contínuas provocam a isquemia local, que pode se manifestar por dor difusa, cansaço e desconforto nos membros superiores e região cervical. No ambiente de trabalho, os processos de desgaste do corpo são determinados em boa parte pelo tipo de trabalho e pela forma como este está organizado. Para Mendes (1999, p.184) “é importante observar que, devido aos movimentos que o trabalhador realiza em seu posto de trabalho, todo o membro superior pode sofrer o processo de desgaste, o acometimento costuma ser generalizado”. 52 De acordo com o movimento operário, citado pela 2ª câmara cível do tribunal de justiça12 inúmeros carteiros adquirem problemas nos ombros, em função da exigência de metas na triagem de cartas, as quais obrigam o trabalhador a ficar durante horas fazendo o mesmo movimento, nos chamados armários de triagem. As algias nos ombros são influenciadas por fatores biomecânicos relacionados ao trabalho, como flexão ou abdução dos ombros por tempo prolongado, vibrações, postura estática ou com carga no membro superior (Teixeira, 2003). Observamos que em relação aos membros inferiores, 5 carteiros com percentual de 14% apresentaram dor intensa tanto no pé direito quanto no pé esquerdo, devido as longas caminhadas durante a distribuição das correspondências, e por não praticarem alongamento antes de sua atividade profissional. Para o Ministério da Saúde13 (2002), a dor poderá causar comprometimento da qualidade de vida e da saúde do ser humano. Esta manifestação de comprometimento foi observada nesta pesquisa, quando 86% dos carteiros relataram queixas de dor e desconforto em função da sua jornada de trabalho. Dos carteiros que relataram realizar horas extras, verificou-se uma forte tendência à presença de dor, pelo maior número de horas trabalhadas, mostrando-se maior a relação com o surgimento de algia. As horas extras geram sobrecargas para aqueles que permanecem na mesma atividade extra-jornada, sobrecarregando a musculatura e articulações (IIDA, 2005), o que exacerbará os sintomas de algias posturais. Quando questionados como se sentiam fisicamente após a jornada de trabalho, 42% dos carteiros referiam-se cansados. Para Rio (2001), o cansaço é um mecanismo de proteção contra cargas de atividade acima de certos limites (...). A sensação subjetiva de cansaço é o principal sintoma de fadiga, que pode inibir as atividades até quase paralisá-las. O que nos leva a concluir que tarefas realizadas, às vezes, de modo inadequado e desconfortável, na maior parte do dia, carga excessiva de trabalho e pausas insuficientes ou mal programadas, acabam originando condições de trabalho desfavoráveis em detrimento à sua saúde. Podendo agravar a saúde do 12 Doença ocupacional por excesso de trabalho gera aposentadoria e indenização por danos morais. Disponível em: http://www.pco.org.br/conoticias/causaoperaria,acesso em 28 de Setembro de 2008. 13 ___________ Portaria nº. 19/GM, de 03 de janeiro de 2002. Disponível em: http://dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/Port2002/Gm/GM-19.htm. Acesso em: 29 de Setembro 2008. 53 profissional, levando-o ao afastamento de suas atividades e elevando o índice de absenteísmo, o que afetará na sua qualidade de vida, e na organização dos serviços. Na pesquisa 33% dos carteiros relataram dispensa do trabalho até 9 dias,por apresentarem algais posturais, devido a sua atividade profissional . Quando se aplicou a correlação de Spearman para analisar se havia alguma relação de algias com o tempo de serviço, verificou-se que somente as algias da coluna lombar apresentou significância com o tempo de serviço, o que mostra que mesmo os carteiros que estão na função no mínimo 4 anos podem apresentar algum tipo de algia, independentemente do tempo que estejam nesta função. Nessa pesquisa a maioria dos dados obtidos não foi estatisticamente significativa, já que não foram utilizados recursos suficientemente precisos, porém esta pesquisa foi de grande valia para conhecer as possíveis complicações que um Carteiro possa vir a apresentar por realizar diariamente movimentos repetitivos durante a triagem, podendo adotar posturas incorretas durante a sua jornada de trabalho. Sabe-se que essa postura é um dos fatores desencadeantes da dor lombar, por isso tornou-se importante um estudo visando esses profissionais, uma vez que, durante os movimentos realizados diversas articulações estão sendo solicitadas para execução do posicionamento, e qualquer movimento inadequado, o corpo responderá com Algia. Apesar dos dados apresentados não possuírem estatisticamente uma significância, os resultados condizem com a literatura pesquisada. 54 6. CONCLUSÃO Observamos no decorrer desta pesquisa que a saúde ocupacional ainda não se tem o devido valor que merece, apesar de toda sua importância (comprovada por vários estudos) e influencia na qualidade de vida do trabalhador podendo interferir diretamente na sua vida profissional, social e familiar, a julgar pela incidência de algias encontradas nos carteiros, algias esta que poderiam ser prevenidas ou amenizadas com a aplicação de medidas simples como adoção e posturas adequadas, por exemplo, na execução das atividades cotidianas dos carteiros, através da educação por meio de palestras ou mesmo uma demonstração prática do mal que estes indivíduos possam vir a adquirir em virtude da prática diária de posturas errôneas, e tarefas repetitivas sem o devido preparo da musculatura solicitada para tal função, em suas tarefas laborais e ainda com a aplicação dos recursos fisioterápicos, que poderiam ser aplicados na prevenção das algias posturais a aqueles indivíduos que ainda não referem algias, ou mesmo em indivíduos que já apresentam algum tipo de algia e ate mesmo patologia, ou afecção do sistema músculo esquelético. Contribuindo para uma diminuição significativa do índice de absenteísmo destes trabalhadores. Após a análise dos dados concluiu-se que a ocupação funcional dos Carteiros lhe causa Algias Posturais, mesmo a maioria das variáveis não apresentar significância estatística entre o tempo de trabalho e as Algias, percebemos uma maior incidência de Algias na região lombar, seguida de Algias nos ombros, através de movimentos repetitivos executados por estes profissionais durante a triagem das cartas, ou até mesmo devido adotarem posturas inadequadas durante sua jornada de trabalho, sendo fatores desencadeantes para o surgimento de Algias. Esta pesquisa foi de grande valia para conhecer as possíveis complicações que um Carteiro possa vir a apresentar por realizar diariamente movimentos repetitivos durante a triagem, podendo adotar posturas incorretas durante a sua jornada de trabalho. Fato que merece atenção especial em futuros estudos, trazendo orientações posturais e exercícios preventivos para a área dolorosa. Torna-se essencial a inclusão da fisioterapia como medida de intervenção primária, a fim de se evitar surgimento das complicações osteomio-articulares decorrentes do esforço repetitivo, e posturas incorretas constantes que a profissão requer. Além da intervenção secundária e terciária se já estiver instalada alguma patologia. Enfim, ressaltamos a importância da Fisioterapia como medida de prevenção, para uma melhor qualidade de vida destes profissionais. E novas pesquisas precisam ser realizadas através de avaliações e testes minuciosos, tanto da ergonomia no ambiente de trabalho dos carteiros quanto do indivíduo, observando-se fatores intrínsecos e extrínsecos que podem 55 influenciar diretamente sobre o posicionamento corporal, e consequentemente na dor apresentada por esses profissionais. 56 7. REFERÊNCIAS AYRES, M; AYRES JR., M; AYRES D.L. e SANTOS, A.S. BioEstat 5.0: Aplicações estatísticas nas área de Ciências Biológicas e Médicas. Belém: Sociedade Civil Mamirauá, MCT – CNPq, Conservation International, 2007. ALENCAR, Maria do Carmo Baracho. A Avaliação Preventiva: Um Enfoque Sobre os Distúrbios Osteomusculares em Trabalhadores de Cabinas de Arrecadação. Revista Reabilitar, nº13. P.8-15, 2001. ANDERSON, Bob Exercícios de Alongamento para Escritório e Computador. ed.Summus editoral LTda.São Paulo.SP.1998. ÂNGELA, Santos. Diagnóstico Clínico Postural: um guia prático. São Paulo: Summus, 2001. BARBOSA, Luis Guilherme. Fisioterapia Preventiva nos Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho – DORTs- A Fisioterapia do Trabalho Aplicada.Rio de Janeiro:Guanabara Koogan, 2002. BERNARDINO, M.T.S.M., Indicadores epidemiológicos em operadores postais. UFSCar, Laboratório de Análise e Projeto do Trabalho, 1999. BIEFAINT, Marcel. 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Acesso em: 06 Setembro. 2008. 60 APÊNDICES 61 APÊNDICE 1: TERMO DE ACEITE DO ORIENTADOR 62 APÊNDICE 2: TERMO DE ACEITE DA INSTITUIÇÃO 63 APÊNDICE 3 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ESTUDO: INCIDÊNCIA DE ALGIAS POSTURAIS EM CARTEIROS NO MUNICÍPIO DE BELÉM Você está sendo convidado (a) a participar do projeto de pesquisa acima citado. O documento abaixo contém todas as informações necessárias sobre a pesquisa que estamos fazendo. Sua colaboração neste estudo será de muita importância para nós, mas se desistir a qualquer momento, isso não causará nenhum prejuízo a você. Eu, ___________________________ , portador da Cédula de identidade, RG ____________ , e inscrito no CPF_________________ nascido (a) em _____ / _____ /_______ , abaixo assinado (a), concordo de livre e espontânea vontade em participar como voluntário (a) do estudo “INCIDÊNCIA DE ALGIAS POSTURAIS EM CARTEIROS NO MUNICÍPIO DE BELÉM”. Estou ciente que: I) “O estudo se faz necessário para que se possa identificar as possíveis causas de algias presentes nos Carteiros no Município de Belém”. II) Os dados serão coletados através de questionário e escala de desconforto para diferentes partes do corpo. III) A participação neste projeto não tem objetivo de me submeter a um tratamento, bem como não me causará nenhum gasto com relação aos procedimentos médico-clínico-terapêuticos efetuados com o estudo; IV) Tenho a liberdade de desistir ou de interromper a colaboração neste estudo no momento em que desejar, sem necessidade de qualquer explicação; V) A desistência não causará nenhum prejuízo à minha saúde ou bem estar físico. Não virá interferir no atendimento ou tratamento médico; VI) A minha participação neste projeto contribuirá para acrescentar à literatura dados referentes ao tema, direcionando as ações voltadas para a promoção da saúde e não causará nenhum risco; VII) Não receberei remuneração e nenhum tipo de recompensa nesta pesquisa, sendo minha participação voluntária; VIII) Os resultados obtidos durante este ensaio serão mantidos em sigilo; 64 IX) Concordo que os resultados sejam divulgados em publicações científicas, desde que meus dados pessoais não sejam mencionados; X) Caso eu desejar, poderei pessoalmente tomar conhecimento dos resultados parciais e finais desta pesquisa. ( ) Desejo conhecer os resultados desta pesquisa. ( ) Não desejo conhecer os resultados desta pesquisa. Belém, de de 2008 Declaro que obtive todas as informações necessárias, bem como todos os eventuais esclarecimentos quanto às dúvidas por mim apresentadas. Voluntário _______________________________________ Testemunha 1 : __________________________________________ Nome / RG / Telefone Testemunha 2 : ____________________________________ Nome / RG / Telefone Responsável pelo Projeto: ___________________________________________________________ Prof. NELSON HIGINO DE OLIVEIRA FILHO Telefone para contato: (91) 8852-3106 - Lucilene Nascimento dos Santos (91) 8803-7530 - Michele Araújo Chagas 65 APÊNDICE 4: CARTILHA INFORMATIVA 66 ANEXOS 67 ANEXO 1: ESCALA DE DESCONFORTO PARA AS DIFERENTES PARTES DO CORPO: Escala de desconforto adaptada de Iida (2000), consiste em graduar o nível de desconforto manifesto sob a forma de dor em cada parte do corpo, numa escala representada por cores, sendo: Verde: nenhuma dor; Amarelo: dor suportável, dor que se caracteriza como um leve desconforto consegue-se trabalhar mesmo sentindo-a; Alaranjado: dor intensa, dor forte que obriga o trabalhador por alguns instantes parar o trabalho manter-se em repouso ou mudar de posição para aliviar a dor possibilitando depois continuar o trabalho e; Vermelho: dor insuportável caracteriza a incapacidade de continuar o trabalho obrigando-o a parar. A escala divide o corpo humano em segmentos e, para cada um deles, registrou-se o nível de desconforto relatado subjetivamente através da escala ao final de um período de trabalho, utilizando protocolo próprio conforme a figura abaixo. 68 Escala de desconforto para as diferentes partes do corpo. 69 ANEXO 2: QUESTIONÁRIO Este questionário tem a finalidade de obter informações sobre as condições de trabalho, a capacidade para o trabalho e fatores que podem afetá-la. Portanto responda cuidadosamente a todas as questões, escrevendo quando for solicitado ou assinalando a alternativa que melhor refletir sua opinião. Saliento a importância da devolução do questionário respondido, pois as informações obtidas serão analisadas e servirão como subsídios para melhorar seu serviço. Obs: TODAS AS INFORMAÇÕES FORNECIDAS SERÃO MANTIDAS EM SIGILO E SERÃO UTILIZADAS SOMENTE PARA FINS DE PESQUISA. QUESTIONÁRIO DO TRABALHADOR Nº de ordem___________ I. DADOS PESSOAIS: 1.Nome:(iniciais)____________________________________ Idade:_______anos Telefone: 1.1. Há quanto tempo trabalha nesta empresa? [ 1.2. Há quanto tempo trabalha nesta função? [ ] anos [ ] meses ] anos 1.3. Com que idade começou a trabalhar nesta atividade? [ ] anos II. CONDIÇÕES DE TRABALHO 2. Qual é seu horário de trabalho? [1] manhã [2] tarde [3] noite [4] outro 2.1. Existem pausas no seu trabalho? [1] sim [2] não 2.2. Você realiza horas extras? [1] sim [2] não Caso afirmativo, quantas horas por semana?____________________________ 2.3. Com relação às condições de trabalho, você afirmaria que: [1] são adequadas [2] poderia melhorar [3] não são adequadas [4] está completamente inadequado 2.4. O seu ambiente de trabalho é: a) Quanto ao espaço b) Quanto à ventilação c) Quanto à temperatura 70 [1] adequado [1] adequada [1] adequada [2] satisfatório [2] satisfatória [2] satisfatória [3] inadequado [3] inadequada [3] inadequada 2.5. Como você classificaria sua capacidade atual para o trabalho em relação às exigências físicas do seu trabalho? [1] muito boa [2] boa [3] moderada [4] baixa [5] muito baixa 2.6. Como você classificaria sua capacidade atual para o trabalho em relação às exigências mentais do seu trabalho? [1] muito boa [2] boa [3] moderada [4] baixa [5] muito baixa 2.7. Seu ritmo de trabalho é? [1] lento [2] normal [3] rápido [4] muito rápido 2.8. Você recebeu treinamento da empresa para exercer sua função? [1] sim [2] não 2.9. Ao final da jornada de trabalho você se sente? Fisicamente: [1] bem [2] um pouco cansado [3] cansado [4] muito cansado [5] exausto Mentalmente: [1] bem [2] um pouco cansado [3] cansado [4] muito cansado [5] exausto 2.10. Você sente dor ou desconforto em função do seu trabalho? [1] sim [2] não 2.11. Há quanto tempo você sente dor ou desconforto? [1] dias [2] semanas [3] meses [4] anos 2.12. Você recebeu algum tipo de treinamento ou orientação para adoção de posturas adequadas na realização do trabalho? [1] sim nesta empresa [2] sim em outra empresa [3] não 71 2.13. Você considerada esta orientação importante? [1] sim [2] não III. CONDIÇÕES DE SAÚDE 3. Você já foi dispensado do trabalho devido a problemas de saúde relacionados com o seu trabalho? [1] nenhum [2] até 9 dias [3] de 10 a 24 dias [4] de 25 a 99 dias [5] de 100 a 365 dias 3.1. Tem problemas de: (pode assinalar mais de um item) [1] coluna [2] visão [3] gastrite [4] audição [5] estresse [6] outros: ___________________________________________________________ [7] nenhum 3.2. Você sente dores nas articulações (juntas)? [1] não sim [2] ao iniciar o trabalho [3] durante o trabalho [4] ao final do trabalho [5] sempre 3.3. Você sente dores na coluna? [1] não sim [2] ao iniciar o trabalho [3] durante o trabalho [4] ao final do trabalho [5] sempre 3.4. Você já foi afastado do trabalho em função desta dor ou desconforto? [1] sim [2] não 3.5. Você sente dormência em alguma parte do corpo? [1] não sim [2] início do trabalho [3] durante o trabalho [4] ao final do trabalho 72 3.6. Sente cãibras? [1] não sim [2] início do trabalho [3] durante o trabalho [4] final do trabalho 3.8. Pratica alguma atividade física regularmente? [1] sim [2] não Qual?_______________________________________________________________ 3.7. Com que freqüência semanal a(s) atividade(s) física(s) é(são) feita(s)? [1] uma vez [2] duas vezes [3] três vezes [4] cinco vezes [5] todos os dias 3.8. Qual a duração da atividade física a cada vez que ela é feita? [1] menos de 15 minutos [2] 15 a 30 minutos [3] mais de 30 minutos 3.9. Quanto tempo faz que você pratica a atividade física? [1] dias [2] semanas [3] meses [4] anos 73 ANEXO 3 :CERTIFICADO DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA