SONHOS E OUSADIAS
Pequena História de Brasilândia
Tudo começou quando a estrada de ferro
Noroeste do Brasil-NOB adentrou o solo sul-matogrossense em 1914, quando Brasilândia ainda não existia.
As matas e cerrados desta região eram habitados somente
pelos pacíficos idígenas Ofaié, chamados Xavante.
Segundo narram equivocadamente os historiadores oficiais,
esses índios, juntamente com os Kayapó de Três Lagoas,
atemorizavam os viajantes e exploradores que, desde 1710,
faziam o percurso pelos rios Tietê-Paraná-Pardo em
direção às minas de ouro de Cuiabá. Nessa época, este
território pertencia ao município de Santana do Paranaíba,
do qual Três Lagoas era apenas um distrito.
Em 1919, a empresa norte-americana, aqui na
região conhecida como firma inglesa da marca Argola,
The Brazil Land Cattle and Packing Company, adquire 800
mil hectares de terra na margem direita do rio Paraná.
Dedica-se inicialmente a criação de cavalos PSI (Puro
Sangue Inglês), que as onças se encarregaram de devorar,
atraídas pelo sabor adocicado da espécie exótica. A
exemplo dos campos da Vacaria do Sul, a empresa passa
então a importar gado bovino do tipo hereford e shourton
europeus. Mais tarde, estes animais foram substituídos pelo
gado da raça zebu, importado da região sudeste da Índia
(Nelore), que era de maior porte e mais resistente à
intempérie e às doenças e que depois firmou-se na região.
Na década de 1940, quando o mundo agitava-se
em guerra mundial contra Adolf Hitler, os acionistas da firma
Brazil Land, sofreram a ação dura do Estado Novo, de
Getúlio Vargas que nacionalizou as propriedades de muitos
estrangeiros no Brasil. Vastos territórios são encampados
pela Superintendência das Empresas Incorporadas ao
Patrimônio Nacional, que se encarrega de promover, a partir
de 1949, a distribuição de terras não exploradas
economicamente através de programas de colonização.
Para aplacar a especulação imobiliária que
campeava no então Mato Grosso, diversas firmas
particulares de colonização foram criadas, entre elas a
Companhia Boa Esperança Comércio de Terras e Pecuária
S.A. (Coterp), de propriedade de Arthur Hoffig, que iria
semear alento a esta terra através da idealização e a
fundação oficial do município de Brasilândia.
Sobre o surgimento do povoado, sabe-se que o
rio Paraná sempre foi a via de navegação utilizada pelas
monções, antigas expedições que desciam e subiam os
rios levando progresso às suas margens. A partir de 1905,
utiliza-se desta via fluvial também a Companhia de Viação
São Paulo-Mato Grosso, que dá suporte comercial às
principais cidades ribeirinhas do lado paulista: Santo
Anastácio, Porto Tibiriçá e Porto XV. O surgimento do
povoado de Porto João André se dá nessa época,
configurando-se aquele porto a única via de acesso ao
futuro município de Brasilândia. O Censo de 1940 acusava
neste povoado, célula mater de Brasilândia, uma população
de apenas 147 pessoas na zona urbana.
O sonho e ousadia do patriarca e professor Arthur
Hoffig materializou-se em 1957, quando o pequeno
patrimônio doado por ele e composto de poucas ruas e
uma praça central, viu erguer na região mais alta da cidade,
uma cruz, que passou a ser conhecida como o Cruzeiro,
simbolizando o marco da fundação e da religiosidade dos
que aqui aportaram. Produto da aglutinação híbrida das
palavras do nome da antiga firma Brazil Land Cattle
(Brazil=Brasil, Land=Terra, Cattle = Gado), BRASIL +
LÂNDIA, foi elevada em 12 de julho de 1961, através da Lei
1.501/61 à condição de Distrito.
Recebendo migrantes de várias partes do país em
função de sua atividade econômica predominante, as
fazendas de gado, em pouco tempo Brasilândia vê seu perfil
transformado em uma verdadeira cidade, e que desperta
interesse administrativo também na matriz Três Lagoas.
Dois anos depois, é apresentado Projeto de Lei na
Assembléia Legislativa do Estado visando à criação do
município de Brasilândia. Em 14 de novembro de 1963,
através da Lei nº 1.790/63, é criado oficialmente o município
de Brasilândia, sendo logo batizada de Cidade Esperança.
A instalação do município de Brasilândia deu-se
oficialmente no dia 25 de abril de 1965. Neste dia, às 10
horas da manhã, foi instalada a primeira Câmara de
Vereadores. Ao tempo dessa emancipação houve quem
resistisse em aceitar o seu desmembramento por se tratar
da melhor parte das terras do município de Três Lagoas
que perdia 11.082 Km² de sua área. Com este ato
Brasilândia, através de seu primeiro Prefeito, José
Francisco Marques Neto, vê empossados Luiz Eugênio
Primo, Manoel Ciríaco Neto, Paulo Simões Braga, Wilson
de Arruda e João Carlos da Silva, seus primeiros
vereadores.
Na década de 970, instala-se no município a
indústria canavieira que passa a dar impulso ao setor
primário e secundário da região. A Usina Brasilândia
Açúcar e Álcool Ltda, (hoje, Energética Brasilândia, do
Grupo José Pessoa), iniciou suas atividades plantando 16
mil hectares de cana de açúcar e produzindo um milhão
de toneladas de cana para corte, gerando mais de dois
mil empregos e com uma expectativa de produção de 74
mil litros de álcool. Hoje a empresa produz 120 milhões
de litros de alcool hidratado por ano.
O fortalecimento deste setor, sem dúvida,
transforma a geografia do município. Ao lado da exploração
agropecuária e do setor oleiro, formado pelas saudosas
olarias do Porto João André, o município firmava-se
econômica e politicamente. A chegada do Laticínio
Brasilândia e empresas agropecuárias de pequeno e
médio porte, consolidam o progresso inaugurado pelo
pioneirismo do patriarca Arhur Hoffig, e trilhado depois
com btilhantismo pelo Grupo Hofig Júnior.
Em 1978 Brasilândia já possuía um banco, o
Banco Financial, um Cartório de Paz; tinha 46 casas
comerciais, 30 escolas, sendo 26 na zona rural e teve até
um cinema. A vila Debrasa tornou-se distrito e é um grande
centro produtor a gerar divisas e empregos para o
município. A criação da Comarca de Brasilândia deu-se
em 18 de setembro de 1986, pela Lei nº 664/86 e a sua
instalação em 11 de março de 1987. O distrito de Xavantina
emancipou-se e foi desmembrado de Brasilândia em 1987,
reduzindo a área do município para 5.806,6 km².
O sonho dos pioneiros, o trabalho dos benfeitores
e agarrra dos construtores dessa terra, venceu 40 anos. A
cada aniversário festejado por Brasilândia, sonhos e
ousadias são partilhados por todos que aqui vivem e
continuam acreditando que é possível transformar a
esperança em sonho e o sonho em realidade.
Indicação- “Que seja encaminhado expediente ao Exmº
Sr. Prefeito Municipal de Brasilândia, com cópia ao Secretário de
Estado de Trabalho, Assistência Social e Economia SolidáriaSETASS, Sérgio Wanderly Silva, ao Diretor Superintendente do
Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Mato Grosso
do Sul-SEBRAE, Laurindo Faria Petelinkar e ao Presidente da
Comissão de Trabalho, Cidadania e Direitos Humanos, da
Assembléia Legislativa do Estado, Deputado Pedro Teruel (PT), no
sentido de QUE SEJA IMPLANTADO UM POSTO DE
ATENDIMENTO DO BANCO DO POVO - MS INSTITUIÇÃO
COMUNITÁRIA DE CRÉDITO, neste município de Brasilândia.
Justificativa- A presente indicação tem por objetivo
atender a crescente necessidade que se faz sentir na população de
Brasilândia de conseguir linha de crédito para capital de giro e
expansão de suas atividades produtivas e comerciais. Diante do
crescente número de pessoas que buscam montar o seu próprio
negócio, um pequeno empréstimo pode mudar a vida de uma família.
E isso levado à várias famílias, pode fortalecer e transformar a
economia de uma cidade inteira do porte de Brasilândia.
A possibilidade de trazer até Brasilândia um Posto de
Atendimento do Banco do Povo, inicialmente cadastrando e
contratualizando pessoas físicas e jurídicas que tenham interesse
em obter empréstimos, com o apoio técnico operacional do SEBRAE
que tem se mostrado fiel parceiro na capacitação de novos e também
de antigos empreendedores, a iniciativa poderá garantir acesso ao
crédito e proporcionar injeção de moeda circulante na economia
local. Autor- Vereador Carlito. Sessão de 26 de Abril de 2005.
SONHOS E OUSADIAS
40 ANOS DE
ESPERANÇA
BANCO DO POVO
FAZENDA FLÓRIDA E CISALPINA:
PROTEÇÃO À NATUREZA
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BANCO E CRÉDITO PARA O POVO
Copyright @ Dr. Carlos Alberto dos Santos Dutra. Vereador Carlito. Brasilândia-MS. 26 de Abril de 2005.
Indicação- “Que seja enviado expediente ao
Excelentíssimo Senhor Prefeito Municipal de Brasilândia, com cópia
ao Presidente da Companhia Energética de São Paulo-CESP, Sr.
Guilherme Augusto Cirne de Toledo; ao Comandante da Companhia
Independente de Polícia Militar Ambiental, Tenente Coronel Ademar
Brites Cardoso; ao Promotor de Justiça e do Meio Ambiente da
Comarca de Brasilândia, Dr. Arthur Dias Júnior, ao Secretário de
Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos-SEMA, José Elias
Moreira, e à Ministra de Estado do Meio Ambiente, Maria Osmarina
Silva Lima, SOLICITANDO AO PODER PÚBLICO MUNICIPAL
E AOS ÓRGÃOS COMPETENTES MAIOR RIGOR NA
FISCALIZAÇÃO JUNTO ÀS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO
AMBIENTAL DA FAZENDA FLÓRIDA E FAZENDA CISALPINA,
neste município de Brasilândia.
Justificativa- O pedido justifica-se pelo fato de que essas
áreas que somam mais de 15 mil hectares de reserva, hoje, estão
no mais completo abandono. Na Fazenda Flórida, ali estão sendo
colocadas centenas de cabeças de gado que para lá são levadas
por pessoas inescrupulosas, pois são sabedoras de que aquela
área é de preservação ambiental. Há informação de que o pasto é
arrendado para diversos proprietários de animais que não dispõe
de terra e criam seus animais em pastos alheios ou arrendando de
terceiros. No caso da Fazenda Flórida, tal prática configura flagrante
desrespeito à legislação que coíbe o arrendamento daquela área
para a criação de gado, uma vez que os mais de 6 mil hectares de
mata, varjões e pastagens, foram desapropriados justamente para
garantir a sobrevivência da flora e da fauna da margem do lago da
Hidrelétrica Eng. Sérgio Motta (ex-Porto Primavera).
O pedido também denuncia uma urgente necessidade,
qual seja, a de que a Companhia Energética de São Paulo-CESP
seja intimada a posicionar-se sobre o abandono em que se encontra
as instalações da antiga sede da Fazenda Cisalpina, igualmente
desapropriada para ser transformada em Reserva Particular de
Preservação Natural-RPPN e até hoje, não apresentou ao município
o Plano de Manejo de suas ações na reserva. Na atualidade, aquele
verdadeiro patrimônio histórico do município de Brasilândia está
sendo dilapidado por vândalos que já subtraíram a maior parte da
estrutura física que lá existia. Verdadeiro crime de lesa pátria, a
BRASILÂNDIA
Mandato Participativo e Popular do
Vereador Carlito
CADERNO DE EDUCAÇÃO POPULAR-
CESP deverá ser responsabilizada pelo Ministério Público, bem
como responder junto aos órgãos da fiscalização Estadual, pelo
desleixo e os prejuízos que vem causando à sobrevivência da
fauna que ali existia.
Registre-se que, com a interrupção dos trabalhos de
pesquisa que a CESP ali desenvolvia, a não alimentação dos
animais, bem como a não vigilância e o abandono da área que
deixou de ser monitorada pelos técnicos, os animais acabaram
sendo abatidos: onças, veados, catetos, antas; quase toda a
diversidade faunística que, a custos elevadíssimos, para lá foi
transferida, hoje, está reduzida a alguns poucos espécimes, o que
requer medidas urgentes do Poder Público. Autor- Vereador Carlito
FAZENDA FLÓRIDA E CISALPINA
PRECISAM DE PROTEÇÃO
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Brasilândia, sonhos e ousadias: 40 anos de