Exame do sistema cardiovascular Principais sinais e sintomas • • • • Dispneia Dor ou desconforto torácico Palpitações Síncope Dispneia • Percepção anormalmente desconfortável da respiração, desencadeada ao repouso,ou em nível de actividade inderior ao esperado. • Principais causas – Causa cardíaca – Causa respiratória É muito importante fazer a diferenciação • Cardíaca – Dispenia em supinação horizontal (deitado de costas) que alivia ao sentar ou levantar (ortopneia), com o uso de vários travesseiros para dormir, edema dos membros inferiores, dispneia paroxística nocturna (inicia 2-4 horas após o início do sono e demora 15 a 30 minutos a aliviar após o doente se levantar. Associada a tosse, sibilos e sudorese. A dispneia precede a tosse. É muito importante fazer a diferenciação • Respiratória – História prolongada de tabagismo, tosse crónica produtiva, sibilos proeminentes, melhora com inclinação para a frente (uso da musculatura acessória) Dor ou desconforto torácico • Principais causas: – Cardíacas • • • • • Angina EAM Pericardite Dissecção aórtica Miocardiopatia hipertensiva ou hipertrófica (dilatada) – Não cardíacas • • • • • • Embolia pulmonar Pneumotorax Pleurisia Osteomuscular Herpes zoster Tracto digestivo Características associadas à dor torácica de origem cardiovascular • Angina – Qualidade: pressão/aperto, queimadura, indigestão (sinal de Levine) – Localização: rectro-esternal com irradiação para o braço (mais comum o esquerdo), pescoço, mandíbula, ombro ou epigastro – Duração: em geral 2 a 10 minutos – Factores precipitantes: exercício físico, frio, stress emocional – Factores de alívio: repouso, nitratos • EAM – – – – – – Qualidade: pressão/peso, queimadura, em geral mais intensa do que na angina Localização: como a angina Duração: 30 minutos ou mais. Início súbito. Factores precipitantes: (?) pode contecer ao repouso Factores de alívio: não alivia mesmo com o repouso Manifestações associadas: diaforese (sudorese fria), naúsea, vómito e dispneia Características associadas à dor torácica de origem cardiovascular • Pericardite – Qualidade: cortante, como facada – Localização: rectro-esternal em direcção ao ápice cardíaco. Mais localizada que a angina. – Duração: horas a dias – Factores precipitantes: respiração profunda, rotação do tórax – Factores de alívio: posição sentada inclinada para a frente • Dissecção aórtica – – – – – Qualidade: cruciante, lacerante Localização: toráx anterior Duração: início súbito. Factores precipitantes: HTA Factores de alívio: tempo Palpitações • Percepção desagradável de batimentos cardíacos vigorosos ou rápidos. • Pode ocorrer a sensação de que o coração parou de bater por um instante. • Remte para o estudo de uma arritmia. • Quando ocorre ao levantar sugere hipotensão postural. • Na mulher de meia-idade pensar em síndrome menopaúsica Síncope • Perda de consciência normalmente causada por diminuição da perfusão cerebral. • Sincope: – De origem cardiaca tem início rápido, sem aura e sem manifestações associadas comuns aos quadros de convulsão (movimentos convulsivos, incontinência urinária, estado confusional) Sopro • Sopro é o ruído formado a partir do turbilhamento do sangue ao atravessar estruturas cardíacas. – proto, meso ou tele sistólicos de acordo com o seu período de ocorrência (antes, durante ou depois da sístole) – Sopro diastólico • Classificação de Freeman e Levine Fibrilação • Fibrilação auricular ou fibrilação atrial é uma arritmia cardíaca em que há movimentos irregulares das aurículas estando descoordenada a contração muscular • A fibrilação reduz a transferência de sangue para o ventriculo. • O ritmo cardíaco nesta situação é geralmente irregular e rápido • A fibrilação atrial ou auricular classifica-se em – paroxística - episódios de arritmia que se resolvem espontaneamente -, – persistente - que tem duração prolongada, mas também se resolve espontaneamente – permanente, quando não há retorno ao ritmo normal Fibrilação • Confirmação por ECG • Obrigatória a anticoagulação para prevenir a formação de trombos (embolos) e a consequente embolia cerebral (AVC) Principais sindromes • Insuficiência cardíaca esquerda – – – – – – Diminuição da pressão do pulso Taquicardia sinusal Distensão venosa jugular Refluxo hepato-jugular Crepitações Edema dos membros inferiores • Insuficiência cardíaca direita – Distensão venosa jugular – Ascite – É, na maior parte dos casos, secundária a congestão pulmonar e ICC (insuficiência cardíaca congestiva). Sistema respiratório • Principais sinais e sintomas – Sibilo (chiado do peito). • Resulta da redução do calibre da árvore brônquica devido a broncoespasmo ou edema da parede – Cianose. Coloração azulada da pele e mucosas. • Baixa de hemoglobina ou aumento de hemoglobina reduzida. – Coriza – Estridor. • Dificuldade inspiratória por redução do calibre das vias centrais (laringe) – Dispneia – Dor torácia – Epistaxe. • Hemorragia nasal. – Expectoração. • Substância expelida pela tosse. – Hemoptise. • Eliminação, normalmente com a tosse, de sangue proveniente da traqueia, dos brônqios ou dos pulmões Sistema respiratório • Principais sinais e sintomas – Obstrução nasal • Edema da mucosa – Rouquidão • Alteração do timbre da voz por lesão nas cordas vocais. Deve ser investigada sempre que de longa duração – Tosse • Inspiração rápida e profunda seguida do fecho da glote e contracção dos músculos inspiratórios, terminando com uma expiração forçada após abertura súbita da glote – Vómica • Eliminação, geralmente brusca, através da glote, de quantidades abundantes de pus ou de líquido de aspecto seroso ou mucóide Principais síndromes (excluindo neoplasias) • Abcesso pulmonar – Clinicamente designa uma infecção com necrose do parênquima, em geral causada por bactérias. • Asma – Doença inflamatória crónica caracterizada por hiper-reactividade da traqueia e dos brônquios, manifestando-se por estreitamento das vias aéreas. Principais sindromes • Bronquiectasias – Dilatação anormal e permanente dos brônquios. Normalmente por causas infecciosas. • Derrame pleural – Acumulação anormal de líquido no espaço pleural. • DPOC – Enfisema pulmonar e/ou bronquite crónica obstrutiva cujo principal factor causal é o tabagismo Principais sindromes • Pneumonia – Termo usado para indicar a inflamação das vias aéreas terminais, dos espaços alveolares e do interstício decorrente principalmente de infecções por vírus ou bactérias. • Pneumotórax – Acumulação de ar no espaço pleural • Espontâneo: ocorre sem acidente ou trauma primário • Traumático: resulta de traumatismos torácicos penetrantes ou não penetrantes Principais sindromes • Tuberculose – Infecção crónica causada pelo Mycobacterium tuberculosis que pode infectar vários orgãos, embora seja mais frequente no pulmão – Tuberculose primária • Condição que ocorre numa pessoa não infectada previamente, com rápida disseminação dos bacilos a outros orgãos ou tecidos, ali permanecendo em quiescência por períodos variáveis de tempo. – Tuberculose pós-primária (reactivação ou reinfecção) • Geralmente em adultos. Início insidioso com fadiga, emagrecimento, anorexia, febre intermitente e sudorese nocturna. Tosse e pode haver hemoptise. Sistema digestivo Principais sinais e sintomas • Aftas – Erosões ou úlceras da cavidade oral, circunscritas e dolorosas, comumente recobertas por pseudo-membranas fibrinosas • Cólica biliar – Dor de forte intensidade localizada no quadrante superior direito do abdomen. Pode significar obstrução mecânica do canal cístico e colédoco, normalmente por litíase • Obstipação – Diminuição da frequência das dejecções ou aumento da consistência das fezes. • Diarreia – Aumento do número de dejecções, normalmente acompanhada da diminuição da consistência das fezes • Disfagia – Sensação de dificuldade na deglutição dos alimentos • Dor abdominal – Todos os quadros abdominais dolorosos, agudos ou crónicos, causados por patologias ou distúrbios funcionais com origem tanto nas vísceras do sistema digestivo, como por alterações patológicas funcionais de outros sistemas. Principais sinais e sintomas • Vómito – Ejecção forçada do conteúdo gástrico pela boca • Tenesmo – Falsa vontade de defecar. Aplica-se, também, na situação de dor espasmódica após uma dejecção diarreica. • Melena – Eliminação de sangue digerido pelas fezes • Pirose – Sensação dolorosa de queimadura ascendente rectro-esternal • Proctalgia – Dor na região anal • Odinofagia – Dor associada à deglutição • Regurgitação – Retorno involuntário, sem esforço e não acompanhado de naúsea, do conteúdo alimentar deglutido Principais sinais e sintomas • Enterorragia – Eliminação de sangue vivo pelo anus. • Hematoquezia – Dejecção com sange vivo misturado nas fezes • Flatulência – Percepção de gases no intestino • Halitose – Sensação subjectiva de odor desagradável que emana da boca • Hematemese – Vómito com sangue • Hipocolia – Coloração esbranquiçada das fezes (massa vitrea) • Icterícia – Coloração amarelada da esclerótica, da conjuntiva e da pele, secundária à deposição de bilirrubina. Principais sindromes • Abdomen agudo – Dor abdominal forte, intensa, associada a febre, naúsea, vómito, enterorragia e distenção abdominal. • • • • • Quadros inflamatórios: apendicite, pancreatite, diverticulite, adenite mesentérica) Perfuração de víscera oca (úlcera péptica perfurada, intestino delgado perfurado) Isquémia de vasos (artéria ou veia mesentérica) Ruptura de aneurisma da aorta Dispesia – Dor ou desconforto localizado ao epigastro • Ulcera péptica, DRGE, neoplasia gástrica, pancreatite crónica • Colon irritável – Dor abdominal difusa (localização inespecífica) acompanhada de alteração dos hábitos intestinais – diarreia, obstipação ou alternância entre estes dois estados • Má absorção – Presença de esteatorreia associada a perda de peso e diminuição da visão noturna, cansaço, osteopenia e hematomas. (ADEK) • Encefalopatia hepática – Quadro neuropsiquiátrico caracterizado por alterações comportamentais, inversão do ritmo do sono, tremores e confusão mental. Encefalopatia hepática • Secundária à insuficiência hepática (hepatites, cirrose, hepatocarcinoma) – Grau I: inversão do padrão de sono, confusão ligeira, ansiedade, irritabilidade. No exame físico encontram-se tremores e incoordenação motora. – Grau II: mudanças de personalidade, comportamento inadequado, alterações de memória, desorientação tempo/espacial. No exame físico pode-se encontrar “flapping”, alteração do tónus muscular e resistência a movimentos passivos. – Grau III: comportamento bizarro, delírio, convulsões – Grau IV: coma