Escola Superior de Ciências da Saúde ESCS Caso Clínico: Massa escrotal Internato em Pediatria/Escola Superior de Ciências da Saúde/ESCS/SE/DF Interna: Marina Rodrigues Bezerra Orientadora: Dra Elisa de Carvalh Relato de caso -Data:27.10.06 1.Identificação ALS, DN: 22.11.01, sexo masculino,natural do Recanto das Emas, 04 anos 2.QP/HDA: Paciente foi operado há 4 dias por herniorrafia inguinal mais orquiopexia(SIC). Logo ao chegar em casa notou “algo estranho” e dor no local operado (escroto). FIXAÇÃO NAS BOLSAS DE UM TESTÍCULO EM POSIÇÃO ANORMAL Relato de caso-Data:27.10.06 Exame Físico: Tumoração em ferida escrotal, tem-se a impressão de que houve deiscência de pontos operados. Hematoma na região testicular Dor + edema + massa escrotal Torção do cordão espermático Torção de apêndice testicular Orquite aguda Dor escrotal associada à Púrpura De Henoch-Shölein Epididimite aguda Hérnia inguinal indireta Trauma escrotal Tumor testicular Complicação pós-operatória Discussão do caso Tumor testicular Representam 1 a 2% dos tumores sólidos pediátricos. O pico de incidência ocorre ao redor dos 2 anos de idade, decresce após os 4 anos, voltando a aumentar na puberdade. Classificação da Seção de Urologia da Academia Americana de Pediatria: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid =S0102-86502003001200019&lng=pt&nrm=iso Discussão do caso Não é conhecida a causa exata, mas têm sido associadas com a ocorrência da síndrome de feminização testicular completa, disgenesia gonadal, criptorquidia,baixo peso ao nascimento. Quadro clínico: Massa escrotal indolor Aumento do testículo Hidrocele Dor abdominal aguda Discussão do caso Diagnóstico Ultra-som Marcadores tumorais: Alfa feto proteína 60 a 90 % dos tumores do saco vitelino secretam, sendo relevante para esses casos. Estadiamento : TC abdome e pelve Radiografia de Tórax Patologia Marcadores séricos após Remoção do tumor Discussão do caso Torção de cordão espermático( torção testicular) Maior incidência na infância até a puberdade; Dor se inicia de forma súbita,à noite,pode irradiar-se para a região inguinal ou fossa ilíaca direita; Náuseas,vômitos,edema escrotal,massa palpável e amolecida( pólo superior do testículo acometido); Dor pode piorar ou não se alterar com a elevação manual do testículo acometido; Acometimento mais comum na dor escrotal aguda Ocorre por um defeito na fixação normal do testículo à túnica vaginal. Discussão do caso Conduta é cirúrgica! Discussão do caso Orquite aguda Geralmente viral,mais frequente o vírus da parotidite Outras causas: síflis, tuberculose e granulomas Acomete mais adolescentes e adultos jovens Quadro clínico: surge 3 a 4 dias após parotidite com edema, dor testicular aguda,febre alta e eritema escrotal associado Discussão do caso Epididimite aguda Etiologia: Chlamydia trachomatis,Micoplasmas e Neisseria gonorrhoeae(agentes de DST) Bactérias Gram- Negativas: E. coli; P.mirabilis, Klebsiella Mais comum em adultos jovens Quadro clínico Aumento da sensibilidade do epidídimo, dor que pode irradiar para cordão espermático, abdome ou flanco homolateral, com secreção ou prurido uretral ou até disúria. Agentes da ITU , o quadro é mais exuberante, com febre e acometimento do estado geral. Discussão do caso Torção de apêndice testicular Dor se desenvolve de forma subaguda, associada a edema e massa amolecida palpável; porém é mais evidente em pólo superior do testículo Estrutura que mais sofre torção é o resquício do Ducto de Müller presente no sexo masculino. Discussão do caso Dor escrotal associada à Púrpura de Henoch- Schölein Púrpura não trombocitopênica + artralgia+ insuficiência renal aguda+ dor abdominal+ Sangramento gastrintestinal + Dor escrotal em 2 a 38% dos casos Discussão do caso Hérnia inguinal indireta Consiste na passagem de estruturas intra- abdominais para a região inguinal através do conduto peritônio vaginal patente. O conduto peritôneo vaginal acompanha o testículo até a bolsa escrotal, sendo reabsorvido ao longo do trajeto de descida testicular Discussão do caso Há uma propensão familiar para a o desenvolvimento de hérnia Correlaciona-se à presença de líquido na cavidade peritoneal Preponderância no sexo masculino O lado direito é o mais acometido( 60 %) Há uma maior incidência no 1º ano de vida, com um pico maior no 1º mês Há associação com fibrose cística, luxação congênita do quadril e malformações genitais Hérnia inguinal direta e hérnia crural são muito raras em crianças, pois sua origem estaria relacionada à fraqueza da parede abdominal. Discussão do caso Discussão do caso Diagnóstico Na maioria das vezes é clínico, com aumento do volume da bolsa escrotal ou abaulamento da região escrotal com aumento da pressão intra- abdominal ( choro, constipação) Exame Físico: Discussão do caso Exame Físico Palpação da região inguinal, avaliando o cordão espermático Deve ser realizada tracionando o testículo caudalmente e palpando-se com o dedo indicador o cordão espermático de encontro ao púbis. Técnica inadequada na Criança-manobra dolorosa Discussão do caso Tratamento Cirurgia A relativa urgência em realizar-se a correção cirúrgica deve levar em conta a tendência de estrangulamento que a hérnia apresenta Realizar a exploração contralateral meninos < 1 ano e meninas <2 anos com patologias associadas Discussão do caso Discussão do caso - - - - Complicações Na cirurgia eletiva são pouco freqüentes , mais comum nas realizadas em caráter de urgência Supuração da incisão é rara quando se tomam os cuidados locais pré-operatórios de assepsia. A atrofia testicular pode decorrer da isquemia testicular de um encarceramento ou por lesão iatrogênica do pedículo vascular durante a dissecção do saco herniário Hematomas podem ser evitados por uma hemostasia rigorosa, os tecidos são frouxos, o que propicia uma rápida expansão do hematoma. É auto-limitada e pode reabsorve-se em semanas. Discussão do caso Trauma escrotal A lesão testicular grave é incomum e geralmente resulta de golpe direto no escroto ou de lesão tipo cavaleiro. A epididimite traumática é uma condição inflamatória nãoinfecciosa que geralmente ocorre poucos dias depois de um golpe no testículo. Pode também causar hematoma intratesticular, hematocele ou laceração da túnica albugínea (ruptura testicular). A ultra-sonografia colorida de Doppler é a técnica de diagnóstico por imagem de escolha. Discussão do caso Sempre se deve ficar atento ao desenvolvimento de complicações tardias ao trauma, como algum rompimento ou edema evolutivo não identificado ou não presente à primeira análise do paciente. Traumatismo escrotal fechado Hematoma subcutâneo Ruptura testicular Relato da cirurgia - 27/10/06 Ruptura de bolsa escrotal direita pós- orquiopexia +hematoma local 1.Retirada dos pontos de sutura da bolsa escrotal (não houve deiscência houve ruptura da bolsa escrotal abaixo da incisão, com extrusão de tecido peri-testicular e hematoma) 2.Abertura da bolsa escrotal; identificados testículo e epidídimo com áreas de hematoma 3.Lavagem das estruturas e da neo- bolsa escrotal esvaziamento do hematoma 4.Hemostasia 5.Colocação do testículo,epidídimo e tecidos na neobolsa 6.Sutura 7.Curativo Escroto agudo Dor + edema + massa escrotal Torção do cordão espermático Torção de apêndice testicular Orquite aguda Dor escrotal associada à Púrpura De Henoch-Shölein Epididimite aguda Hérnia inguinal indireta Trauma escrotal Tumor testicular Complicação pós-operatória Ruptura de bolsa Escrotal + hematoma Considerações Finais Aprender o manejo de hérnia inguinal em crianças, tanto no préoperatório, analisando suas condições físicas, a indicação cirúrgica, por conseguinte, realizando um bom pós-operatório, visto que a cirurgia é simples, se realizada por profissional competente, adotando adequada técnica cirúrgica, assepsia e antisepsia. Orientar os pais no cuidado pós-operatório, para evitar nova intervenção cirúrgica, o que aconteceu com o caso clínico em questão. Sempre realizar uma boa anamnese e exame físico para não se passarem desapercebidas afecções cirúrgicas de urgência, como as mencionadas antes, para prevenir danos maiores à saúde das crianças. O B R I G A D A OBRIGADA!! PARABÉNS GI!!!!!! !