NOTA DE IMPRENSA Há cerca de um ano, a COREMA denunciou, junto da Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN), a colocação de um posto de transformação da EDP dentro da área dos 50 metros de protecção do Santuário de São João de Arga, classificado como Monumento Nacional, através do Decreto n.º 18/2013, de 24 de Junho. Curiosamente, este vetusto imóvel, conservou-se, ao longo dos séculos, incólume e livre de intervenções que o descaracterizassem e conflituassem com o seu valor histórico, arquitectónico e estético, incluindo-se aqui o seu espaço envolvente. Chamávamos a atenção precisamente para o facto de, só após a sua classificação vir a ser alvo de intervenções que considerámos inqualificáveis no capítulo da salvaguarda do património. A mesma Direção Regional confirmou-nos, um mês depois da nossa denúncia, que o posto de transformação tinha sido colocado sem a sua competente autorização e que, na sequência de uma reunião realizada na Câmara Municipal de Caminha com técnicos da EDP, e de uma deslocação ao local, “a localização onde instalaram o referido poste não era merecedora da concordância da DRCN pelo que seria necessário proceder à sua retirada, ficando desta forma acautelada a salvaguarda daquele monumento, nomeadamente a minimização do seu enquadramento visual”. Mais nos esclareceu que tinham sido dadas “indicações aos técnicos daquela entidade [a EDP] do local para onde deveria ser deslocalizado o equipamento”. Quase um ano depois, o posto de transformação mantem-se no mesmo sítio, à revelia daquilo que nos foi comunicado pelo Director de Serviços dos Bens Culturais da DRCN. Através de um investimento de 577 mil euros – 485 dos quais comparticipados pela União Europeia – foi efectuada uma intervenção de fundo, figurando a electrificação deste património classificado como uma prioridade, com a qual sempre estivemos em desacordo por a considerarmos de todo desnecessária. Questionamos, igualmente, algumas das opções tomadas pela Direcção Regional de Cultura do Norte relativamente a certas soluções de engenharia adoptadas e em relação a algum do material utilizado nas obras agora concluídas. Não poderemos consentir que as entidades responsáveis estejam a tentar passar uma esponja por cima do grave atentado que a instalação do posto de transformação representa, constituindo a sua implantação um impacto visual severo sobre o conjunto edificado classificado. A condução da energia eléctrica nunca deveria ter sido autorizada pelos meios aéreos mas antes de forma subterrânea. As entidades responsáveis, nomeadamente a Direção Regional de Cultura do Norte, não poderão contar com o silêncio da COREMA, no sentido de poderem tornar definitiva (legalizarem) a situação denunciada há cerca de um ano. Caminha, 23 de Agosto de 2015 A Direção da Corema