ANÁLISE DE ACESSIBILIDADE DE SISTEMAS OPERACIONAIS EM MÁQUINAS
REAIS E VIRTUAIS
Vinicius Oliveira Souza – [email protected]
Laider Lucas Comin Vieira – [email protected]
Pedro Clarindo da Silva Neto – [email protected]
IFMT – Campus Fronteira Oeste – Pontes e Lacerda / MT
RESUMO
A inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho é um assunto
amplamente discutido e é tema de legislação brasileira. Este trabalho aborda testes
realizados pelos alunos do curso médio integrado de informática do IFMT – Campus
Fronteira Oeste / Pontes e Lacerda, Vinicius Oliveira, com deficiência visual, e Laider
Lucas, em sistemas operacionais de rede, tipo servidor na disciplina de
Administração de Sistemas Operacionais, na qual são discentes. São apresentadas
as dificuldades encontradas na navegação dos menus dos sistemas operacionais
instalados. O tema inclusão digital é bem amplo e vem sendo discutido muito nos
últimos anos. O crescimento do uso da tecnologia, como consequência da facilidade
de acesso a computadores por pessoas de todos os níveis sociais traz um grande
desafio aos docentes e empresas da área de TI - Tecnologia da Informação, que é
desenvolver tecnologias que sejam acessíveis para profissionais com deficiência. O
IFMT – Campus Fronteira Oeste, localizado na cidade de Pontes e Lacerda em Mato
Grosso, possui na sua grade de cursos o Integrado de Informática no qual deve
capacitar os alunos para o mercado de trabalho para se tornarem técnicos na área
de TI. A partir desse princípio, surgiu a iniciativa de verificar a acessibilidade dos
sistemas operacionais utilizados na disciplina de Administração de Sistemas
Operacionais frente às necessidades do aluno Vinicius e saber quais os pontos
fortes e fracos desses softwares. Assim, verifica-se a eficácia da metodologia e os
materiais utilizados em sala aula e se os mesmos servirão como base para
encaminhar esse aluno ao mercado de trabalho. Para este trabalho foram realizados
testes com dois computadores, um estilo desktop, que chamaremos de Computador
01, e outro tipo notebook que chamaremos Computador 2. Na Tabela 1 constam as
especificações de hardware dos equipamentos.
Tabela 1 – Equipamentos utilizados nos testes
Computador 01
Computador 02
Modelo
Dell Optiplex 790
Modelo
Positivo
Memória
8 GB
Memória
4 GB
HD
1TB
HD
500 GB
Processador
Intel i3
Processador
Intel i3
Foram realizados quatro testes, cada um com sistemas operacionais, leitores de
tela, e computadores distintos. Para este trabalho os testes serão chamados Casos.
Caso 01: Computador 02, executando o SO - Sistema Operacional, Windows 7
Profissional e o software leitor de tela NVDA. O integrante Vinícius fez uso do
programa navegando os mais diferentes ambientes do sistema operacional, inclusive
os ambientes mais específicos, de configurações mais avançadas. Caso 02: Teste
do software Dosvox no Computador 02 executando o SO Windows 7 Profissional.
Caso 03: Utilizando o Computador 02 com o SO Windows 7 Profissional e o leitor de
tela NVDA. Utilizou-se a ferramenta de virtualização “Virtual Box”, onde foi criada
uma máquina virtual com o SO Debian 6.0. Novamente, o integrante do grupo
Vinícius com a ajuda do integrante Laider, navegou pelos menus do Virtual Box, até
o momento em que se inicializou a máquina virtual, após isso, o leitor não captou
nenhum evento. Caso 04: Utilizando o Computador 01, foi instalado o SO Windows
Server 2008 R2 e o leitor de tela NVDA, após a instalação do sistema operacional na
máquina o integrante Vinícius interagiu com o sistema operacional navegando por
seus menus, conhecendo melhor o SO e, após isto, instalando um servidor web com
o auxilio do Integrante Laider. Ficou evidente nos testes realizados que no Caso 01
foi obtido uma boa leitura das telas pelo NVDA, possibilitando assim efetuar
configurações avançadas dentro do SO da Máquina 02, apesar de alguns
inconvenientes; por exemplo, o NVDA não efetua a leitura de alguns avisos
importantes do próprio SO ou de alguns programas específicos, não havendo
interação com alguns programas. No Caso 2, o qual o integrante Vinícius teve um
contato com o SO Dosvox, não se obteve o resultado esperado, pois o ambiente do
Dosvox não permitiu uma navegação satisfatória, pois não possibilitou efetuar
tarefas mais avançadas ou específicas, apenas um contato superficial. No Caso 03,
os resultados foram: o Virtual Box permitiu uma interação regular, pois o NVDA não
consegui realizar a leitura de alguns avisos e menus do programa, possibilitando ao
deficiente visual realizar configurações e tarefas no Virtual box, inclusive a criação
das máquinas virtuais, mas impossibilitou a leitura da tela após a inicialização da
máquina virtual, não sendo encontrado um programa de leitura de tela para a
plataforma Linux. No caso 04, o qual foi utilizado o SO Windows Server 2008 R2, o
resultado foi bastante satisfatório, pois o integrante Vinícius pôde fazer a
familiarização com o sistema, através do NVDA, o qual fez uma boa leitura do
ambiente operacional, oportunizando configurações avançadas e até a instalação e
configuração de um servidor web. O NVDA se mostrou a ferramenta mais
interessante nesse aspecto de adaptação e interação do deficiente visual, pois ele é
um programa que permite que o usuário portador de necessidades especiais interaja
com um sistema operacional (Windows) com todos os seus recursos, claro que com
algumas limitações mas apesar disso foi a ferramenta que obteve melhor
desempenho para o deficiente visual utilizar em um sistema operacional de servidor.
O Dosvox é uma ferramenta desenvolvida a partir do Linux, mais precisamente o
Debian, contudo não ofereceu uma ferramenta de recurso avançado,
impossibilitando a pessoa com deficiência visual desenvolver um trabalho mais
específico principalmente na área de servidores. Serve, apenas, para uma inclusão
inicial e bem superficial. A ferramenta Virtual Box é relevante, pois apresenta uma
navegação regular com o NVDA dentro de seu menu, mas não oferece uma
navegação dentro da máquina virtual. O ambiente tanto no Windows server 2008 R2
quanto Windows 7 ofereceram uma ótima leitura das telas por meio do NVDA
oportunizando ao deficiente visual interagir com estes SO de uma forma bastante
satisfatória, deixando a desejar apenas em aplicativos específicos.
PALAVRAS-CHAVE
Inclusão digital, acessibilidade, sistemas operacionais
Tipo de Trabalho Iniciação Científica
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