Movimentos culturais brasileiros SÉCULO XX VERA CEZAR A cultura brasileira entre o fim dos anos de 1950 e os anos de 1990 foi muito rica e profícua. É importante destacar algumas manifestações culturais, como: Música Artes plásticas Teatro Cinema MÚSICA Gêneros musicais Bossa Nova, Jovem Guarda, Tropicalismo e MPB. Divididos em dois grupos: os “alienados” (Jovem Guarda e Bossa Nova) e os “engajados” (MPB ou música de protesto e Tropicalismo). Bossa nova Características Uma “batida” de violão, um jeito coloquial de cantar e Melodia sofisticada. “Oficialmente”, podemos dizer que a Bossa Nova começou num dia de agosto de 1958, quando chegou às lojas o disco “Chega de saudade”, de João Gilberto. Outros participantes • Tom Jobim • Vinícius de Morais • Baden Powell • Carlos Lyra • Roberto Menescal • Nara Leão Jovem Guarda Surgiu na metade dos anos de 1960. Foi o equivalente nacional ao movimento liderado pelos Beatles, banda inglesa surgida nos anos 1960. Mesclando letras românticas e descontraídas com guitarras elétricas, ditando um novo comportamento voltado para a juventude: a moda das calças Saint Tropez, das mini saias, dos cabelos compridos para os rapazes, das blusas com babados e das gírias como “é uma brasa, mora”, “brotinho”, “é papo firme”, entre outras. “Eu sou terrível” – Roberto Carlos Tropicalismo O Tropicalismo foi um movimento de ruptura que sacudiu o ambiente da música popular e da cultura brasileira entre 1967 e 1968. Seus destaques foram Caetano Veloso e Gilberto Gil, além de Gal Costa e Tom Zé, da banda Mutantes e do Maestro Rogério Duprat. Nara Leão, José Carlos Capinan e Torquato Neto completaram o grupo. A música brasileira pós‐Bossa Nova e a definição da “qualidade musical” no país estavam cada vez mais dominadas pelas posições tradicionais ou nacionalistas de movimentos ligados à esquerda. Contra essas tendências, o grupo baiano e seus colaboradores procuram universalizar a linguagem da MPB, incorporando elementos da cultura jovem mundial, como o rock, a psicodelia e a guitarra elétrica. O Tropicalismo, ao “devorar” a influência da cultura estrangeira, representou a retomada do Movimento Antropofágico, de Oswald de Andrade. “Alegria, alegria” Artes plásticas Hélio Oiticica Artista cuja produção se destaca pelo caráter experimental e inovador. Suas obras pressupõem uma ativa participação do público, e, em grande parte, são acompanhadas de elaborações teóricas, com a presença de textos, comentários e poemas. “Parangolés” Trata-se de tendas, estandartes, bandeiras e capas de vestir que fundem elementos como cor, dança, poesia e música e pressupõem uma manifestação cultural coletiva. Lygia Clark • Lygia rompeu com o espaço bidimensional do quadro, aboliu a moldura, e sua obra invadiu a terceira dimensão. De 1960 a 1964, ela elaborou seus "Bichos", sua obra mais famosa. • Trata-se de um conjunto de chapas de alumínio, articulados com dobradiças que permitem que as pessoas dobrem, virem, mexam, combinem as formas. Ou seja, a obra não é acabada, convidando quem a vê a interagir. Todas suas obras produzidas a partir de "Bichos" seguem este conceito: o público é parte fundamental da obra. Música de Protesto Alguns artistas se empenharam em produzir obras que pudessem expressar o momento político. Ficaram conhecidos como o grupo da “música de protesto”. Exemplo emblemático é a música Para não dizer que não falei das flores (”Caminhando”) de Geraldo Vandré. Ela concorreu no IIIº FIC, em 1968, pouco antes da vigência do Ato Institucional número 5 (AI‐5). “Pra não dizer que não falei das flores” TEATRO “TEATRO DO OPRIMIDO” Dois grupos se destacam: o Oficina, em torno de seu diretor José Celso Martinez Corrêa e o Arena, em torno de Augusto Boal. Extremamente engajados, invocaram Brecht e contribuíram para a história do teatro no país. Ambos os grupos seriam dizimados pelo AI - 5, Ato Institucional, que deflagrou o terror de Estado e exterminou aquilo que fora o mais importante ensaio de socialização da cultura jamais havido no país. Show Opinião Foi um espetáculo musical, dirigido por Augusto Boal, produzido pelo Teatro de Arena e por integrantes do Centro Popular de Cultura da UNE. O elenco era formado por Nara Leão (depois substituída por Maria Bethânia), João do Vale e Zé Kéti. Os atores-cantores intercalavam canções a narrações referentes à problemática social do país. CINEMA NOVO Feito por jovens que queriam a produção de um cinema barato, feito com "uma câmera na mão e uma ideia na cabeça". Os filmes eram voltados à realidade brasileira e com uma linguagem adequada à situação social da época. Os temas mais abordados eram fortemente ligados ao subdesenvolvimento do país. Outra característica dos filmes do cinema novo é que eles tinham imagens com poucos movimentos, cenários simplórios e falas mais longas do que o habitual. Muitos ainda eram rodados em preto e branco. Esses filmes tocavam na problemática do subdesenvolvimento nacional e, por isso, inseriam trabalhadores rurais e sertanejos nordestinos em suas histórias. Essas foram as vias seguidas pelo cinema novo para criticar o artificialismo e a alienação atribuídos ao cinema norte-americano. “Vidas secas” NÉLSON PEREIRA DOS SANTOS 1970 • Elis Regina • Clube da Esquina: Milton Nascimento • Djavan • Fagner • Belchior • Zé Ramalho • Geraldo Azevedo • Elba Ramalho • Raul Seixas • Secos e Molhados Rock Nacional O Rock dos Anos 1980 O rock brasileiro da década de 80 foi um movimento musical que surgiu já no início da década em Brasília, depois espalha-se pelo Rio de Janeiro e São Paulo. Posteriormente envolve grande parte da juventude brasileira. O BRock se caracterizou por influências variadas, do punk à música pop emergente do final da década de 70. Em alguns casos, tomou por referência ritmos como o reggae e a soul music. Suas letras falam na maioria das vezes sobre amores perdidos ou bem sucedidos, não deixando de abordar algumas temáticas sociais. O grande diferencial das bandas deste período era a capacidade de falar sobre esses assuntos sem deixar a música tomar um peso emocional ou político exagerados. Uma característica desse rock foi a capacidade que seus integrantes tinham de falar a respeito de quase tudo com um tom de ironia e de leveza. Tudo começou com o aparecimento de bandas como a Blitz, e seu grande sucesso “Você não soube me amar”. • Kid Abelha • Lobão • Barão Vermelho • Titãs • Ultraje a rigor • RPM • IRA • Engenheiros do Hawaii • Legião Urbana • Capital inicial • Camisa de vênus • O RPM foi a banda que mais fez sucesso de público e de vendagem de discos. • A Legião urbana foi o grupo que criou uma maior identidade com o público e permanece até hoje com inúmeros seguidores mesmo após a morte de seu líder Renato Russo. RPM LEGIÃO URBANA Com o enfraquecimento e desarticulação do movimento pop-rock brasileiro e internacional do fim dos anos 80, surgem renovadas categorias musicais de forte apelo popular que predominam por toda a década no Brasil. O samba-pagode, a axé music e a nova música sertaneja de sotaque country americano. Do pagode destacam-se os grupos Fundo de Quintal, Raça Negra, Só Pra Contrariar e centenas de outros. Da nova música sertaneja, Chitãozinho & Xororó, Zezé Di Camargo e Luciano, Leandro e Leonardo, e outros. HIP HOP É uma cultura artística que iniciou-se durante a década de 1970 nas áreas centrais de comunidades jamaicanas, latinas e afro-americanas da cidade de Nova Iorque. Afrika Bambaataa, é o criador oficial do movimento e estabeleceu quatro pilares essenciais na cultura hip hop: o rap, o DJ, a breakdance e a escrita do grafite. Os jovens que viviam nos subúrbios, verdadeiros guetos, enfrentavam diversos problemas de ordem social como pobreza, violência, racismo, tráfico de drogas, carência de infra estrutura e de educação, entre outros. Os jovens encontravam na rua o único espaço de lazer. Grafite Os Gêmeos • Otávio e Gustavo Pandolfo são formados em desenho de comunicação pela Escola Técnica Estadual Carlos de Campos, começaram a pintar grafites no bairro em que cresceram, o Cambuci, e gradualmente tornaram-se uma das influências mais importantes na cena paulistana, ajudando a definir um estilo brasileiro de grafite. • Os trabalhos da dupla estão presentes em diferentes cidades dos Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, Grécia, Cuba, entre outros países. • Os temas vão de retratos de família à crítica social e política; o estilo formou-se tanto pelo hip hop tradicional como pela pichação. RAP O rap tem uma batida rápida e acelerada e a letra vem em forma de discurso, muita informação e pouca melodia. Geralmente as letras falam das dificuldades da vida dos habitantes de bairros pobres das grandes cidades. As gírias das gangues destes bairros são muito comuns nas letras de rap. O rap surgiu no Brasil na cidade de São Paulo. Na década de 1980 as pessoas não aceitavam o rap, pois consideravam esse estilo musical como sendo algo violento e tipicamente de periferia. Os primeiros rappers a fazerem sucesso foram Thayde e DJ Hum. Logo a seguir começam a surgir novas caras no rap nacional : Racionais MCs, Pavilhão 9 e Gabriel, O Pensador. “Caboclinho comum” - Thaíde Mangue beat Em 1994 é lançado o primeiro disco de Chico Science & Nação Zumbi, “Da Lama Ao Caos”. Música que resgata os tradicionais tambores de maracatu, introduz o jeito peculiar hip-hop abrasileirado de Chico Science cantar além de incorporar a batida da música eletrônica. Outro grande expoente do movimento é Fred 04 e sua banda Mundo Livre S/A. Junto com Chico, Fred é o autor do manifesto "Caranguejo com Cérebro". É uma mistura da música pop internacional de ponta e os gêneros tradicionais da música de Pernambuco (maracatu, coco, ciranda, caboclinho etc.). Isso pode ser entendido como uma retomada da Antropofagia, de Oswald de Andrade. “Maracatu atômico” – Chico Science e Nação Zumbi