TECNOLOGIA | SONAR
Saiba tudo sobre o novo
Sonar8
Parte 1 - Visão Geral
Olá Pessoal!
É com imenso prazer
que neste mês
apresento mais um
lançamento do
Cakewalk Sonar, a
versão 8. Este ano, a
Cakewalk investiu em
plug-ins extras. Novos
instrumentos virtuais
e novos
processadores de
efeitos marcam esta
nova versão que traz
também outras
melhorias bastante
significativas
Daniel Farjoun é autor do livro MIX – O poder
da mixagem, e trabalha com mixagens para
todo o Brasil pelo site:
www.opoderdamixagem.com.br
78 www.backstage.com.br
F
inalmente chegou a tão esperada
versão 8. Como de costume, no
mês de outubro somos brindados com
o anúncio de mais uma nova versão do
Sonar. Há sempre uma grande expectativa em torno do que está por vir.
Estamos sempre em busca daquela ferramenta que irá poupar um bom tempo na edição ou na criação de alguma
coisa. Um novo efeito que nos fará exclamar “UAU!!”, aquele som que tem
que ser “o melhor de todos” (pelo menos da nossa parte) e um software bonito, fácil de mexer, leve e estável.
Nem sempre temos o melhor de todo
o mundo, é bem verdade. Como se
ouve por aí, dizem que as versões pares do Sonar são sempre melhores que
as ímpares, ou seja, de dois em dois
anos temos uma versão estável e com
excelentes recursos acumulados. Se
olharmos para o todo, posso até concordar com tal argumento, mas se
olharmos de perto cada uma das novidades apresentadas ao longo da história deste software, veremos que as
versões ímpares têm um bom motivo
para existir. Trazem muitos bons recursos que dão maior agilidade no
dia-a-dia de quem usa o Sonar na forma mais extensa dele (cria, grava
áudio e midi, edita, mixa e masteriza),
ou seja, não dá para descartar a inventividade das versões ímpares.
Curiosamente ou não, em outubro de
2008 chegou a versão 08 que, para nossa felicidade, é par! Nestes dias que
tive para testar a nova versão antes de
escrever esta matéria, pude conferir
que a maioria dos novos atrativos da
versão 8 são os novos efeitos e instru-
Nestes dias que tive para
testar a nova versão
antes de escrever esta
matéria, pude conferir
que a maioria dos novos
atrativos da versão 8 são
os novos efeitos e
instrumentos virtuais
mentos virtuais. São eles que irão “fazer a cabeça” da maioria dos usuários e
curiosos, mas além deles, outras opções mais “obscuras” da grande massa
foram melhoradas, além de uma melhora de performance bastante significativa em relação ao Sonar 7.0.2.
O Sonar 8 consome menos CPU que
a versão anterior, isto é fato. Os testes
comparativos entre as versões 8 e 7
(feitos pela empresa) indicam que o
playback de um projeto típico, cheio
de plug-ins em tempo-real utilizou de
SONAR |TECNOLOGIA
5 a 20% menos CPU na nova versão.
Um teste de gravação com múltiplas
pistas em 24-bit/192kHz em várias
latências indicou que a redução do
uso da CPU foi de 15 a 20% usando
latência de 2ms, e 50% usando latência de 10ms. O teste de monitoração
de entrada em tempo real (live input
monitoring) com várias pistas habilitadas para a monitoração indicou que
o Sonar 8 usa aproximadamente 45%
menos CPU que sua versão anterior.
Por fim, o último teste realizado utilizou um projeto de teste do Sonar que
a equipe de testadores utiliza para comparar suas DAWs (Digital Audio Workstations). O ganho em performance variou entre 30 e 240%, comparando as
melhoria notável em performance.
Falando em performance e agilidade,
acabaram com aquela história de ter
que reiniciar o Sonar para cada alteração significativa nas configurações de
áudio. Para os que fazem testes buscando o melhor tipo de driver (wdm ou
asio, por exemplo), as alterações são
feitas sem precisar fechar e abrir o
Sonar novamente, como de costume.
duas versões do Sonar (8 e 7.0.2). Segundo a própria Cakewalk, ainda estão
investigando para saber o porquê de
tanta disparidade, mas a boa notícia é
que todos que fizeram o teste notificaram uma melhoria de pelo menos 30%.
Fiz um teste aqui para verificar se isto
era só “conversa” da empresa ou se é
fato mesmo. Abri um projeto com 46
pistas entre áudio e MIDI com alguns
plug-ins e essencialmente bastantes
DXis carregados, com samples relativamente grandes. Abri o mesmo projeto no Sonar 7 e 8. No 7, o uso de
CPU oscilou na faixa de 40 a 60%,
enquanto no 8 ficou na casa de 32 a
39% com latência de 5.3ms. Aumentando a latência para 10ms, o uso de
CPU caiu para a faixa de 20 a 25%.
Realmente esta nova versão traz uma
detecção avançada dos transientes,
altera suas características com filtro
de fase linear (o mesmo usado no
equalizador linear LP-64EQ e no compressor multibanda LP-64 Multiband)
e modelagem de ganho para controlar
os transientes individuais de qualquer
som que tenha amplitude variável em
função do tempo. A tecnologia empregada permite um controle preciso
do timbre dos transientes detectados
sem introduzir coloração, erros de
fase, cancelamentos, comb filtering ou
deixar o som embolado.
NOVOS EFEITOS
TS 64 Transient Shaper – Esta ferramenta foi desenvolvida para quem
deseja alterar as características dos
transientes de qualquer material
percussivo como bateria, percussões,
guitarras, violões, etc. Ela permite a
O algoritmo do filtro de fase linear
permite o ajuste de ganho de acordo
com as freqüências, como no LP-64
Multiband. Diferente de um compressor típico, o TS-64 Transient Shaper
permite que você modele o ataque do
sinal de forma independente do decay/
sustain. Os controles de timbre podem ser aplicados tanto no transiente
quanto no decaimento (decay) dele.
No início, ele pode até te deixar intrigado em como com poucos controles
promete fazer tanta coisa. O fato é
que dar uma olhada nos presets ajuda
bastante a entender o funcionamento dele. Nada melhor do que conferir
os presets e girar os botões para ouvir
os resultados. Este será sempre seu
melhor aprendizado (testar... ouvir...
errar... e acertar).
Eu fiz um teste com uma gravação de
um ganzá (shaker). Com ele, pude dar
ênfase aos transientes fortes e também pude fazer da mesma gravação
uma outra levada, dando ênfase na
volta do shaker. Gostei bastante do
resultado final. Outro teste que fiz foi
com um “surdo” em um samba. Fui
capaz de deixar o instrumento mais
gordo ou mais magro, de acordo com
as alterações em “weight”. Para a esquerda, o deixei mais magro, para a
direita, mais gordo.
Pratique! Experimente! Só se lembre
de que ele foi feito para pistas percussivas. Não adianta usá-lo em um
“pad” de teclado.
TL 64 Tube Leveler – Este novo
processador de efeitos promete simu-
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lar o som quente das válvulas analógicas (analog vacuum-tube circuit
modeling) comumente encontrado
em gravações antigas ou periféricos
caríssimos. Os controles são bem intuitivos. Você pode conseguir desde
um som levemente “aquecido” até
uma saturação bem forte. Com isto,
ele se torna ideal para aplicação em
vocais e até mesmo em guitarras.
Foi projetado o recurso “Dynamic
Response Filter” que, quando acionado, aplica os algoritmos de forma dinâmica e não estática, como quando
desligado.Você deve estar se perguntando: “O que isto quer dizer?”. Na
verdade, isto é uma simulação do
comportamento real da válvula. As
características do som final se alteram de acordo com o sinal que entra,
resultando em um som mais real e
com mais presença.
O Dynamic Mode fica ativo por padrão e ainda traz um outro recurso, o
filtro “low- shelf ”. Com ele, você
pode reduzir os graves existentes no
áudio que está sendo processado, justamente a região que deixa o som
mais “sujo” quando saturado. Ao passo que existe este filtro, o TL 64 oferece um botão para uma compensa-
ção dos graves (bass compensation).
É um recurso que aumenta o volume
de todo o grave que foi reduzido com
o filtro low-shelf.
Uma das coisas que mais me chamou a
atenção no plug-in foi a existência de
um controle do formato do clipping da
onda. É isto mesmo. Você pode controlar se o clipping será mais suave ou
duro e inclusive alterar os valores de
simetria e “offset”, que altera a amplitude das fases positivas e negativas.
Este plug-in é bem sofisticado em seus
algoritmos e a forma com que altera o sinal. Como exemplo, ele traz um botão
chamado “over sample”. Ele habilita o
over-sampling que nada mais é do que
uma ajuda na defesa contra os ruídos de
aliasing e quantização. Muito embora
seja importante, a própria cakewalk recomenda que este botão só seja acionado
ao final do processo, na hora de exportar
o projeto, pois consome muita CPU. A
recomendação é que você só deve acionar esta opção durante o playback se o
áudio em questão tiver muita informação nas altas freqüências.
Channel Tools – Surpreendente recurso para fazer ajustes do posicionamento L/R, ganho, pan (e largura do
som no campo estéreo) e fase. O ajuste
de delay para correção de gravações L/
R é bem interessante, mas ótimo também como ferramenta para deixar um
som mais interessante em uma mix,
mesmo que seja originalmente mono.
Existe também um ajuste para se trabalhar com material gravado com a
técnica de microfonação “Mid-Side”.
Além disso, a cakewalk introduziu um
recurso que permite o estreitamento
ou alargamento do som no campo
estéreo. Você pode deslocar o canal esquerdo mais para o centro, ou deixá-lo
mais amplo ocupando mais espaço
estéreo ou estreitando um sinal estéreo que originalmente é mais amplo
do que se gostaria.
Guitar Rig 3 LE – A nova versão do
Sonar traz uma parceria com a tão famosa empresa Native Instruments.
Nesta versão, a NI apresenta uma
versão “light”, ou seja, reduzida, da
terceira versão do famoso Guitar Rig.
São 3 amps, 11 efeitos, afinador, metrônomo e mais de 50 presets para que
você possa começar a tirar um som diferenciado de sua guitarra. Eu sei que os
guitarristas mais puristas detonam
qualquer simulador em forma de software, mas para o ouvido da grande maioria dos mortais, o Guitar Rig 3 LE irá
atender muito bem.
NOVOS INSTRUMENTOS
VIRTUAIS
TruePianos Amber VSTi Module –
Presente apenas na versão Producer,
esta é uma versão “light” do VSTi
TruePianos que contém apenas um dos
quatro módulos da versão completa.
No primeiro momento que eu apertei
as teclas do piano virtual com o mouse,
senti que o bichinho é infinitamente
superior ao piano já conhecido de tantas versões, Cakewalk TTS-1. Possui
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uma habilidade de se adaptar à forma de
tocar do pianista e seu controlador com
o ajuste de controles bastante intuitivos. Possui reverberador interno bastante interessante que deixa seu som
ainda mais rico.
Apesar de eu não ser um pianista, mas
sim um tecladista, preparei um áudio
de demonstração para que vocês possam escutá-lo e compará-lo com o
TTS-1. É o princípio de uma música
de minha autoria, feita para piano.
TruePianos – www.musilab.com.br/
truepianos_danielfarjoun.wma
TTS-1 – www.musilab.com.br/
pianotts1_danielfarjoun.wma
O bichinho é robusto e
agüenta sampling rate
de 96kHz. Embora nas
opções internas exista
a opção de marcar o
item “MultiCPU Engine”, ele mesmo avisa
que pode haver alguns
“clicks” no áudio, dependendo da aplicação. Eu não tive muito
sucesso com esta opção
marcada. Sem ela, fun82 www.backstage.com.br
cionou lindamente. No
playback destes exemplos,
em 96kHz, o uso de CPU
teve picos em 33%, em
uma média de 22%.
Beatscape Loop Performance Instrument – Este
novo instrumento virtual
foi criado para a produção e
manipulação de loops de
forma ainda superior ao
REX presente na versão 7.
Na verdade, o Beatscape
possui 16 pads cheios de recursos. Cada um deles possui um Rex Player, um Step
Generator baseado no Rapture, processadores multiefeitos e sofisticadas ferramentas de subdivisão das batidas que
contam com a tecnologia do AudioSnap, da própria Cakewalk.
Recursos do Beatscape:
• Possibilidade de inserção de qualquer áudio direto do Sonar dentro dos
pads. Eles estarão automaticamente
sincronizados e prontos para usar
• Possibilidade de alteração da ordem
dos “slices” (cada batida dentro de
um loop), usando o recurso de reordenação de acordo com o timbre dos
“slices” (timber reorder), permitindo
a criação de novos loops, ou variações
do mesmo
• 17 efeitos próprios para modificação/melhoria dos seus loops. É possível inserir 3 efeitos em cada pad, somando um total de 48 efeitos ao mesmo tempo
• Um “Step Generator” que permite
de forma rápida e visual as alterações
de amplitude (volume), pan, afinação
e filtros passa-baixa com ressonância
para cada um dos loops ou samples.
• Por meio do Drum Pattern, você
pode endereçar as notas midi para
cada um dos pads dentro do Beatscape.
• Biblioteca REX com aproximadamente 4GB com loops de batidas e
frases de uma série de estilos musicais
como house, drum and bass, hip hop,
techno, latino, dentre outros.
É bom lembrar que o Beatscape também é exclusivo da versão “Producer
Edition”.
Dimension Pro – O Sonar vem agora
com a versão completa deste plug-in. Ele
é um sintetizador que combina instrumentos reais com síntese avançada, criando possibilidades sonoras ilimitadas. O
bacana do Dimension Pro é que ele usa a
tal da “Expression Engine” (máquina de
expressão). Esta “máquina” é o que permite o Dimension Pro usar renderização
multisample, síntese wavetable, waveguide e ainda usar os recursos do REX para
playback e manipulação.
O que vem junto com o Dimension Pro:
• Mais de 7GB de conteúdo incluindo strings, baixos, metais, instrumentos étnicos, texturas, etc.
• Garritan Pocket Orchestra (versão
reduzida com samples em loop do
Garritan Personal Orchestra).
• Digital Sound Factory Classic Keys
Expansion Pack – Aproximadamen-
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que não se pode ter mais
de uma pista MIDI usando o mesmo instrumento
virtual e querer transformálas em instrument track. A
instrument track só aceita
uma pista de áudio (com o
instrumento virtual) e uma
pista de MIDI.
te 1GB de pianos elétricos clássicos.
• Holywood Edge Sound Effects –
Um pacote de mais de 100MB de efeitos especiais, muito usados em cinema. Uma versão bem reduzida de tudo
o que oferece a série Hollywood Edge.
É bom lembrar que todos os efeitos e
instrumentos virtuais estão disponíveis apenas na versão Producer do
Sonar. A versão Studio é mais limitada (e mais barata), por não conter estes “extras”.
GRAVAÇÃO
DE ÁUDIO
LOOP EXPLORER 2.0
O novo loop explorer do Sonar permite a busca e o preview (escutar antes de colocar dentro do projeto) de
arquivos de áudio e MIDI. É possível
clicar e arrastar os arquivos para dentro da track view, mas o mais interessante é poder escutar os arquivos
MIDI de dentro dele, com o instrumento virtual que você quiser. É só
inserir, se já não tiver algum, um DXi
ou VSTi dentro do Synth Rack (pode
ser feito de dentro do loop explorer) e
pronto. Ao clicar no arquivo e dar
PLAY, ele irá usar automaticamente o
Soft Synth que estiver selecionado.
INSTRUMENT TRACK
Era muito comum a inserção de instrumentos virtuais através do campo
FX de uma pista de áudio. Eu pelo
menos usava assim na maioria das vezes. O Synth Rack também veio para
facilitar a vida, criando as pistas de
áudio e MIDI automaticamente, dentro de uma pasta específica. Hoje,
com a Instrument Track, é criada uma
única pista que possui as informações
MIDI, mas que trabalha como uma
pista de áudio também. Você pode estar se perguntando: “Como assim?”
Eu também me fiz essa pergunta no
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primeiro momento em que li os novos recursos do Sonar. Em testes, percebi que o campo FX aceita plug-ins
tanto de MIDI quanto de áudio. Você
pode ter um equalizador, um compressor e um reverberador inseridos
na mesma pista onde estão os clips
MIDI, na mesma pista que você irá
escolher Bank, Patch, Channel do
MIDI. O controle de volume desta
pista é igual ao das pistas de áudio, ou
seja, ao invés de ir de 0 a 127, é calculado em dB, com zero como padrão. O
Input da pista é referente ao MIDI, já
o output é de uma pista de áudio normal, podendo ser endereçada para um
bus qualquer. Todas as outras opções
são de uma pista MIDI tradicional.
Na imagem, todos os campos vermelhos são os que mantêm as características das pistas de áudio.
O mais bacana nessa história é que as
Instrument Tracks podem ser separadas em pistas de áudio e MIDI normais, assim como as pistas de áudio e
MIDI podem virar automaticamente
“instrument track” por meio de uma
opção ao clicar com o botão direito
do mouse com as pistas selecionadas.
O único problema que encontrei foi
Quem que já gravou áudio
e nunca desejou poder acionar a gravação no meio
de um playback? Você que já está acostumado ao Sonar vai dizer: “Mas isso já
era possível!” – e eu terei que concordar. Só tem um porém. Isto só era possível se você deixasse a pista “armada”
para gravação. Na versão 8, é possível
armar e desarmar as pistas para gravação sem interromper o playback. Uma
mão na roda! Para isto, basta ir ao menu
Transport/Record Options e clicar na
opção Allow Arm Changes During
Playback/Record.
SOLO OVERRIDE
Este novo recurso oferece a opção de
habilitar uma pista para audição,
mesmo que outra pista seja solada, ou
seja, basta apertar a tecla SHIFT enquanto se clica no SOLO de uma pista que esta ficará sempre audível,
mesmo que outra pista seja solada.
Imagine que você costuma, em uma
mixagem, deixar sempre a voz ativa. Aí
toda vez que você quer solar o violão,
por exemplo, tem que solar junto a pista
da voz. Com este recurso, basta habilitar o Solo Override da forma mencionada que mesmo que você sole apenas a
do violão, a pista da voz soará junto. É
sem dúvida um recurso que pode ajudar
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muita gente a clicar menos vezes e acelerar o processo de produção.
EXCLUSIVE SOLO
Outro recurso interessante é o Exclusive Solo. O próprio nome já sugere
sua função. “Solo exclusivo” significa
que apenas uma pista ou bus poderá
ser solado de cada vez. Como padrão,
o Sonar permite que várias pistas e
buses sejam solados ao mesmo tempo.
Basta habilitar esta opção que ao
clicar no “solo” de qualquer pista, ele
automaticamente desarma o “solo”
das outras que possivelmente podem
estar soladas. Se alguma pista estiver
agrupada, ao clicar no “solo” com esta
opção marcada, todas as pistas do grupo serão soladas, mesmo que seja um
quick group.
CLIP SELECTION GROUP
O Sonar 8 pode tratar múltiplos clips
como uma “unidade”. Alterando
apenas um clip, o programa edita todos os clips que pertencem ao mesmo
grupo. Se você dividir um clip (split),
dividirá todos ao mesmo tempo. Se
inserir um efeito em um clip, todos
terão o mesmo efeito, só as configurações de um para o outro que podem
ser diferentes. Nos meus testes, a única coisa que ainda não funciona em
conjunto é inserir uma envelope de
volume ou pan.
Para criar um grupo é simples. Basta
selecionar os clips desejados, clicar
com o botão direito do mouse em cima
de um deles e selecionar a opção Create
selection group from selected clips.
Para remover algum clip do grupo, é só
selecionar o clip desejado e clicando
com o botão direito do mouse, escolher a opção Remove selected clips
from groups. Gravações multipista
podem ser automaticamente agrupadas. Imagine um baterista tentando
gravar seu melhor take por duas, três,
quatro vezes seguidas. Considerando
uma captação com oito microfones,
para cada take após o primeiro, teríamos que clicar oito vezes para mutar os
clips, por exemplo. Com este recurso,
basta clicar em um dos clips que todos
os outros que foram gravados ao mesmo
tempo são selecionados juntos. Facilita o
processo de gravação e edição posterior.
Para habilitar este recurso, basta clicar
no menu Transport/Record Options e
nas opções de Clip Groups selecionar
Group Clips Across Tracks.
Se por algum motivo você quiser editar apenas um clip, mas não quiser perder a seleção do grupo, basta clicar na
seta do ícone da Select Tool e marcar a
opção Select Single Clips ou apertar a
tecla SHIFT antes de clicar no clip.
FREE EDIT TOOL
Agora está fácil selecionar livremente um trecho qualquer do áudio sem
ter que desabilitar o Snap to Grid e ir
na “Time ruler” (a barra que marca os
compassos). É só clicar no ícone da
ferramenta Free Edit ou apertar as teclas SHIFT+E para fazer a seleção.
Percebi que ela se comporta de duas
formas. Se você clica no meio do clip,
ela funciona como seleção livre mesmo; quando você posiciona o mouse
na parte de cima ou de baixo do clip,
ela funciona como a Select Tool, selecionando o clip todo. Na verdade,
você pode usar a Select Tool e quando
precisar fazer a seleção livre, apertar a
tecla ALT antes do click do mouse.
QUICK GROUP
O Quick Group não é nenhuma novidade no Sonar. A novidade é que
agora é possível agrupar todas as pistas que estão endereçadas a determinado bus. Para isto, basta apertar a
aba da seleção do Quick Group do bus
desejado com a tecla ALT apertada.
AIM ASSIST LINE
Aim Assist é uma linha branca vertical que mostra o posicionamento horizontal do cursor do mouse na tela
dos clips. É uma excelente ferramenta de auxílio para posicionamento
dos clips. Junto com a linha, aparece
também a posição dela no tempo. Se
na Time Ruler estiver habilitado para
mostrar os compassos, aparecerão os
compassos na Aim Assist; se estiver
configurado para aparecer o tempo
em segundos, o mesmo acontecerá, e
assim por diante, para todas as possibilidades do Sonar. As teclas de atalho para ativar/desativar esta opção
são ALT+SHIFT+X, mas você pode
criar outras teclas de atalho se quiser.
Dependendo do esquema de cores que
você configurar no Sonar, pode ser interessante mudar a cor da linha vertical. O Sonar também permite esta
configuração. Basta clicar no menu
Options/Colors. Dentro de Color
Category, selecione Track View. Dentro da lista de Screen Element, selecione Aim Assist Line. Especifique a
cor desejada e clique OK para fechar.
AUDITION BUTTON
A audição apenas dos clips selecionados também não é nenhuma novidade
da versão 8. O que acontecia era que a
opção era escondida demais. Para ouvir apenas os clips selecionados, era
preciso clicar SHIFT+Barra de Espaço ou acessar o menu Transport e
clicar na opção Audition. Nem todo
mundo sabia disso. Justamente por
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isso criaram um botão exclusivo na
tela principal, chamado Audition
Button. Basta selecionar os clips que
deseja ouvir com a Select Tool e usar a
tecla CTRL para selecionar e adicionar clips distantes.
NOVA TRANSPORT BAR
A nova transport bar traz algumas
novidades interessantes. Dentre elas,
o botão de PAUSE, que temporariamente pausa o playback sem mover o
cursor da “now time” nem o marcador. Outra novidade são os botões de
Rewind e Fast Forward como nos
players que estamos acostumados no
dia-a-dia, tipo CDs e DVDs.
A nova transport bar
traz algumas novidades
interessantes. Dentre
elas, o botão de PAUSE,
que temporariamente
pausa o playback sem
mover o cursor da “now
time” nem o marcador
Basta clicar em uma das opções e segurar o botão pressionado. O marcador da
barra que mostra o tempo (now time)
irá correr mais rápido que o playback.
Basta você soltar o mouse no ponto desejado que o play continua (ou volta)
daquele ponto. Nos meus testes, funcionou bem para arquivos leves. Arquivos pesados com uso da CPU girando
na casa dos 80% permitiram escolher o
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ponto de forma leve, mas o reinício do
playback no novo ponto causou drop
out algumas vezes, principalmente
quando voltava a um momento anterior. Não ocorreu drop out nas tentativas
de avançar o ponto da música. É válido
lembrar que o Audition Button também foi inserido na nova Transport Bar.
SELECT ALL AUDIOSNAP/
SLIPSTRETCHED CLIPS
Aumentar a duração de um clip já
não é mais novidade no Sonar. Clips
isolados podem ser aumentados ou
diminuídos com o auxílio da tecla
CTRL no Slip Editing; o mesmo
acontece com os áudios modificados
pelo AudioSnap. O que acontece é
que esta alteração consome muito
processamento do computador. Para
facilitar a vida, a Cakewalk implementou um recurso para a seleção de
todos os clips que foram modificados
pelo audiosnap ou manualmente
(slipstretched). Você pode estar se
perguntando: “Mas de que adianta
selecionar estes clips?”. Simples. Para
aplicar a função Bounce to Clip(s).
Existem dois motivos básicos para
você realizar tal operação:
1) Liberar CPU (processamento) durante o playback
2) Para salvar arquivos no formato
Bundle (.cwb), que não aceita clips
com AudioSnap.
Para isto, basta ir ao menu Edit/
Select/All AudioSnap/SlipStretched
ou apertar as teclas CTRL+ALT+A
de seu teclado.
Para efeito de análise, segue a configuração do computador em que foram realizados os meus testes:
Processador:
AMD X2 4600+ (dual core)
Placa-mãe:
DFI Lanparty RDX200 CF-DR
Placa de vídeo:
ATI Radeon X550 256Mb
Memória: 2Gb
Placa de áudio: M-Audio Delta 44
HDs: mais de 1TB em 4 HDs Sata II Os arquivos dos projetos foram utilizados em um HD separado do sistema
operacional, desfragmentado, com
300GB de espaço livre.
Já que falei lá no início da busca incessante pelo melhor som, não se esqueça
de que a definição de “o melhor som”
será sempre pessoal e relativa. Será que
temos a real noção do que é o melhor
som? Será que ouvimos hoje as coisas
da mesma forma que no ano passado?
No mês passado? Na semana passada?
Como mixador posso dizer que não!
Não temos a mesma percepção do som
ao longo do tempo. Quanto mais estudamos, mais praticamos, melhor será
nossa percepção, logo, não podemos
comparar nossas impressões com as do
passado. É necessário sempre reavaliar
e buscar fazer testes para que possamos
confirmar por conta própria. Com diz
o comercial, é preciso poder dizer
“Humm, esse é Sadia”, por sua própria
conta e risco. Nunca se deixe levar por
comentários que são um verdadeiro
“telefone sem fio” (quem nunca brincou disto na infância?).
Espero que a cobertura de algumas
das novidades desta nova versão tenha sido tão valiosa para vocês como
foi para mim.
Um forte abraço e até a próxima edição
com mais informações para vocês!
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Daniel Farjoun