TECNOLOGIA | SONAR Saiba tudo sobre o novo Sonar8 Parte 1 - Visão Geral Olá Pessoal! É com imenso prazer que neste mês apresento mais um lançamento do Cakewalk Sonar, a versão 8. Este ano, a Cakewalk investiu em plug-ins extras. Novos instrumentos virtuais e novos processadores de efeitos marcam esta nova versão que traz também outras melhorias bastante significativas Daniel Farjoun é autor do livro MIX – O poder da mixagem, e trabalha com mixagens para todo o Brasil pelo site: www.opoderdamixagem.com.br 78 www.backstage.com.br F inalmente chegou a tão esperada versão 8. Como de costume, no mês de outubro somos brindados com o anúncio de mais uma nova versão do Sonar. Há sempre uma grande expectativa em torno do que está por vir. Estamos sempre em busca daquela ferramenta que irá poupar um bom tempo na edição ou na criação de alguma coisa. Um novo efeito que nos fará exclamar “UAU!!”, aquele som que tem que ser “o melhor de todos” (pelo menos da nossa parte) e um software bonito, fácil de mexer, leve e estável. Nem sempre temos o melhor de todo o mundo, é bem verdade. Como se ouve por aí, dizem que as versões pares do Sonar são sempre melhores que as ímpares, ou seja, de dois em dois anos temos uma versão estável e com excelentes recursos acumulados. Se olharmos para o todo, posso até concordar com tal argumento, mas se olharmos de perto cada uma das novidades apresentadas ao longo da história deste software, veremos que as versões ímpares têm um bom motivo para existir. Trazem muitos bons recursos que dão maior agilidade no dia-a-dia de quem usa o Sonar na forma mais extensa dele (cria, grava áudio e midi, edita, mixa e masteriza), ou seja, não dá para descartar a inventividade das versões ímpares. Curiosamente ou não, em outubro de 2008 chegou a versão 08 que, para nossa felicidade, é par! Nestes dias que tive para testar a nova versão antes de escrever esta matéria, pude conferir que a maioria dos novos atrativos da versão 8 são os novos efeitos e instru- Nestes dias que tive para testar a nova versão antes de escrever esta matéria, pude conferir que a maioria dos novos atrativos da versão 8 são os novos efeitos e instrumentos virtuais mentos virtuais. São eles que irão “fazer a cabeça” da maioria dos usuários e curiosos, mas além deles, outras opções mais “obscuras” da grande massa foram melhoradas, além de uma melhora de performance bastante significativa em relação ao Sonar 7.0.2. O Sonar 8 consome menos CPU que a versão anterior, isto é fato. Os testes comparativos entre as versões 8 e 7 (feitos pela empresa) indicam que o playback de um projeto típico, cheio de plug-ins em tempo-real utilizou de SONAR |TECNOLOGIA 5 a 20% menos CPU na nova versão. Um teste de gravação com múltiplas pistas em 24-bit/192kHz em várias latências indicou que a redução do uso da CPU foi de 15 a 20% usando latência de 2ms, e 50% usando latência de 10ms. O teste de monitoração de entrada em tempo real (live input monitoring) com várias pistas habilitadas para a monitoração indicou que o Sonar 8 usa aproximadamente 45% menos CPU que sua versão anterior. Por fim, o último teste realizado utilizou um projeto de teste do Sonar que a equipe de testadores utiliza para comparar suas DAWs (Digital Audio Workstations). O ganho em performance variou entre 30 e 240%, comparando as melhoria notável em performance. Falando em performance e agilidade, acabaram com aquela história de ter que reiniciar o Sonar para cada alteração significativa nas configurações de áudio. Para os que fazem testes buscando o melhor tipo de driver (wdm ou asio, por exemplo), as alterações são feitas sem precisar fechar e abrir o Sonar novamente, como de costume. duas versões do Sonar (8 e 7.0.2). Segundo a própria Cakewalk, ainda estão investigando para saber o porquê de tanta disparidade, mas a boa notícia é que todos que fizeram o teste notificaram uma melhoria de pelo menos 30%. Fiz um teste aqui para verificar se isto era só “conversa” da empresa ou se é fato mesmo. Abri um projeto com 46 pistas entre áudio e MIDI com alguns plug-ins e essencialmente bastantes DXis carregados, com samples relativamente grandes. Abri o mesmo projeto no Sonar 7 e 8. No 7, o uso de CPU oscilou na faixa de 40 a 60%, enquanto no 8 ficou na casa de 32 a 39% com latência de 5.3ms. Aumentando a latência para 10ms, o uso de CPU caiu para a faixa de 20 a 25%. Realmente esta nova versão traz uma detecção avançada dos transientes, altera suas características com filtro de fase linear (o mesmo usado no equalizador linear LP-64EQ e no compressor multibanda LP-64 Multiband) e modelagem de ganho para controlar os transientes individuais de qualquer som que tenha amplitude variável em função do tempo. A tecnologia empregada permite um controle preciso do timbre dos transientes detectados sem introduzir coloração, erros de fase, cancelamentos, comb filtering ou deixar o som embolado. NOVOS EFEITOS TS 64 Transient Shaper – Esta ferramenta foi desenvolvida para quem deseja alterar as características dos transientes de qualquer material percussivo como bateria, percussões, guitarras, violões, etc. Ela permite a O algoritmo do filtro de fase linear permite o ajuste de ganho de acordo com as freqüências, como no LP-64 Multiband. Diferente de um compressor típico, o TS-64 Transient Shaper permite que você modele o ataque do sinal de forma independente do decay/ sustain. Os controles de timbre podem ser aplicados tanto no transiente quanto no decaimento (decay) dele. No início, ele pode até te deixar intrigado em como com poucos controles promete fazer tanta coisa. O fato é que dar uma olhada nos presets ajuda bastante a entender o funcionamento dele. Nada melhor do que conferir os presets e girar os botões para ouvir os resultados. Este será sempre seu melhor aprendizado (testar... ouvir... errar... e acertar). Eu fiz um teste com uma gravação de um ganzá (shaker). Com ele, pude dar ênfase aos transientes fortes e também pude fazer da mesma gravação uma outra levada, dando ênfase na volta do shaker. Gostei bastante do resultado final. Outro teste que fiz foi com um “surdo” em um samba. Fui capaz de deixar o instrumento mais gordo ou mais magro, de acordo com as alterações em “weight”. Para a esquerda, o deixei mais magro, para a direita, mais gordo. Pratique! Experimente! Só se lembre de que ele foi feito para pistas percussivas. Não adianta usá-lo em um “pad” de teclado. TL 64 Tube Leveler – Este novo processador de efeitos promete simu- www.backstage.com.br 79 TECNOLOGIA | SONAR lar o som quente das válvulas analógicas (analog vacuum-tube circuit modeling) comumente encontrado em gravações antigas ou periféricos caríssimos. Os controles são bem intuitivos. Você pode conseguir desde um som levemente “aquecido” até uma saturação bem forte. Com isto, ele se torna ideal para aplicação em vocais e até mesmo em guitarras. Foi projetado o recurso “Dynamic Response Filter” que, quando acionado, aplica os algoritmos de forma dinâmica e não estática, como quando desligado.Você deve estar se perguntando: “O que isto quer dizer?”. Na verdade, isto é uma simulação do comportamento real da válvula. As características do som final se alteram de acordo com o sinal que entra, resultando em um som mais real e com mais presença. O Dynamic Mode fica ativo por padrão e ainda traz um outro recurso, o filtro “low- shelf ”. Com ele, você pode reduzir os graves existentes no áudio que está sendo processado, justamente a região que deixa o som mais “sujo” quando saturado. Ao passo que existe este filtro, o TL 64 oferece um botão para uma compensa- ção dos graves (bass compensation). É um recurso que aumenta o volume de todo o grave que foi reduzido com o filtro low-shelf. Uma das coisas que mais me chamou a atenção no plug-in foi a existência de um controle do formato do clipping da onda. É isto mesmo. Você pode controlar se o clipping será mais suave ou duro e inclusive alterar os valores de simetria e “offset”, que altera a amplitude das fases positivas e negativas. Este plug-in é bem sofisticado em seus algoritmos e a forma com que altera o sinal. Como exemplo, ele traz um botão chamado “over sample”. Ele habilita o over-sampling que nada mais é do que uma ajuda na defesa contra os ruídos de aliasing e quantização. Muito embora seja importante, a própria cakewalk recomenda que este botão só seja acionado ao final do processo, na hora de exportar o projeto, pois consome muita CPU. A recomendação é que você só deve acionar esta opção durante o playback se o áudio em questão tiver muita informação nas altas freqüências. Channel Tools – Surpreendente recurso para fazer ajustes do posicionamento L/R, ganho, pan (e largura do som no campo estéreo) e fase. O ajuste de delay para correção de gravações L/ R é bem interessante, mas ótimo também como ferramenta para deixar um som mais interessante em uma mix, mesmo que seja originalmente mono. Existe também um ajuste para se trabalhar com material gravado com a técnica de microfonação “Mid-Side”. Além disso, a cakewalk introduziu um recurso que permite o estreitamento ou alargamento do som no campo estéreo. Você pode deslocar o canal esquerdo mais para o centro, ou deixá-lo mais amplo ocupando mais espaço estéreo ou estreitando um sinal estéreo que originalmente é mais amplo do que se gostaria. Guitar Rig 3 LE – A nova versão do Sonar traz uma parceria com a tão famosa empresa Native Instruments. Nesta versão, a NI apresenta uma versão “light”, ou seja, reduzida, da terceira versão do famoso Guitar Rig. São 3 amps, 11 efeitos, afinador, metrônomo e mais de 50 presets para que você possa começar a tirar um som diferenciado de sua guitarra. Eu sei que os guitarristas mais puristas detonam qualquer simulador em forma de software, mas para o ouvido da grande maioria dos mortais, o Guitar Rig 3 LE irá atender muito bem. NOVOS INSTRUMENTOS VIRTUAIS TruePianos Amber VSTi Module – Presente apenas na versão Producer, esta é uma versão “light” do VSTi TruePianos que contém apenas um dos quatro módulos da versão completa. No primeiro momento que eu apertei as teclas do piano virtual com o mouse, senti que o bichinho é infinitamente superior ao piano já conhecido de tantas versões, Cakewalk TTS-1. Possui 80 www.backstage.com.br TECNOLOGIA | SONAR uma habilidade de se adaptar à forma de tocar do pianista e seu controlador com o ajuste de controles bastante intuitivos. Possui reverberador interno bastante interessante que deixa seu som ainda mais rico. Apesar de eu não ser um pianista, mas sim um tecladista, preparei um áudio de demonstração para que vocês possam escutá-lo e compará-lo com o TTS-1. É o princípio de uma música de minha autoria, feita para piano. TruePianos – www.musilab.com.br/ truepianos_danielfarjoun.wma TTS-1 – www.musilab.com.br/ pianotts1_danielfarjoun.wma O bichinho é robusto e agüenta sampling rate de 96kHz. Embora nas opções internas exista a opção de marcar o item “MultiCPU Engine”, ele mesmo avisa que pode haver alguns “clicks” no áudio, dependendo da aplicação. Eu não tive muito sucesso com esta opção marcada. Sem ela, fun82 www.backstage.com.br cionou lindamente. No playback destes exemplos, em 96kHz, o uso de CPU teve picos em 33%, em uma média de 22%. Beatscape Loop Performance Instrument – Este novo instrumento virtual foi criado para a produção e manipulação de loops de forma ainda superior ao REX presente na versão 7. Na verdade, o Beatscape possui 16 pads cheios de recursos. Cada um deles possui um Rex Player, um Step Generator baseado no Rapture, processadores multiefeitos e sofisticadas ferramentas de subdivisão das batidas que contam com a tecnologia do AudioSnap, da própria Cakewalk. Recursos do Beatscape: • Possibilidade de inserção de qualquer áudio direto do Sonar dentro dos pads. Eles estarão automaticamente sincronizados e prontos para usar • Possibilidade de alteração da ordem dos “slices” (cada batida dentro de um loop), usando o recurso de reordenação de acordo com o timbre dos “slices” (timber reorder), permitindo a criação de novos loops, ou variações do mesmo • 17 efeitos próprios para modificação/melhoria dos seus loops. É possível inserir 3 efeitos em cada pad, somando um total de 48 efeitos ao mesmo tempo • Um “Step Generator” que permite de forma rápida e visual as alterações de amplitude (volume), pan, afinação e filtros passa-baixa com ressonância para cada um dos loops ou samples. • Por meio do Drum Pattern, você pode endereçar as notas midi para cada um dos pads dentro do Beatscape. • Biblioteca REX com aproximadamente 4GB com loops de batidas e frases de uma série de estilos musicais como house, drum and bass, hip hop, techno, latino, dentre outros. É bom lembrar que o Beatscape também é exclusivo da versão “Producer Edition”. Dimension Pro – O Sonar vem agora com a versão completa deste plug-in. Ele é um sintetizador que combina instrumentos reais com síntese avançada, criando possibilidades sonoras ilimitadas. O bacana do Dimension Pro é que ele usa a tal da “Expression Engine” (máquina de expressão). Esta “máquina” é o que permite o Dimension Pro usar renderização multisample, síntese wavetable, waveguide e ainda usar os recursos do REX para playback e manipulação. O que vem junto com o Dimension Pro: • Mais de 7GB de conteúdo incluindo strings, baixos, metais, instrumentos étnicos, texturas, etc. • Garritan Pocket Orchestra (versão reduzida com samples em loop do Garritan Personal Orchestra). • Digital Sound Factory Classic Keys Expansion Pack – Aproximadamen- TECNOLOGIA | SONAR que não se pode ter mais de uma pista MIDI usando o mesmo instrumento virtual e querer transformálas em instrument track. A instrument track só aceita uma pista de áudio (com o instrumento virtual) e uma pista de MIDI. te 1GB de pianos elétricos clássicos. • Holywood Edge Sound Effects – Um pacote de mais de 100MB de efeitos especiais, muito usados em cinema. Uma versão bem reduzida de tudo o que oferece a série Hollywood Edge. É bom lembrar que todos os efeitos e instrumentos virtuais estão disponíveis apenas na versão Producer do Sonar. A versão Studio é mais limitada (e mais barata), por não conter estes “extras”. GRAVAÇÃO DE ÁUDIO LOOP EXPLORER 2.0 O novo loop explorer do Sonar permite a busca e o preview (escutar antes de colocar dentro do projeto) de arquivos de áudio e MIDI. É possível clicar e arrastar os arquivos para dentro da track view, mas o mais interessante é poder escutar os arquivos MIDI de dentro dele, com o instrumento virtual que você quiser. É só inserir, se já não tiver algum, um DXi ou VSTi dentro do Synth Rack (pode ser feito de dentro do loop explorer) e pronto. Ao clicar no arquivo e dar PLAY, ele irá usar automaticamente o Soft Synth que estiver selecionado. INSTRUMENT TRACK Era muito comum a inserção de instrumentos virtuais através do campo FX de uma pista de áudio. Eu pelo menos usava assim na maioria das vezes. O Synth Rack também veio para facilitar a vida, criando as pistas de áudio e MIDI automaticamente, dentro de uma pasta específica. Hoje, com a Instrument Track, é criada uma única pista que possui as informações MIDI, mas que trabalha como uma pista de áudio também. Você pode estar se perguntando: “Como assim?” Eu também me fiz essa pergunta no 84 www.backstage.com.br primeiro momento em que li os novos recursos do Sonar. Em testes, percebi que o campo FX aceita plug-ins tanto de MIDI quanto de áudio. Você pode ter um equalizador, um compressor e um reverberador inseridos na mesma pista onde estão os clips MIDI, na mesma pista que você irá escolher Bank, Patch, Channel do MIDI. O controle de volume desta pista é igual ao das pistas de áudio, ou seja, ao invés de ir de 0 a 127, é calculado em dB, com zero como padrão. O Input da pista é referente ao MIDI, já o output é de uma pista de áudio normal, podendo ser endereçada para um bus qualquer. Todas as outras opções são de uma pista MIDI tradicional. Na imagem, todos os campos vermelhos são os que mantêm as características das pistas de áudio. O mais bacana nessa história é que as Instrument Tracks podem ser separadas em pistas de áudio e MIDI normais, assim como as pistas de áudio e MIDI podem virar automaticamente “instrument track” por meio de uma opção ao clicar com o botão direito do mouse com as pistas selecionadas. O único problema que encontrei foi Quem que já gravou áudio e nunca desejou poder acionar a gravação no meio de um playback? Você que já está acostumado ao Sonar vai dizer: “Mas isso já era possível!” – e eu terei que concordar. Só tem um porém. Isto só era possível se você deixasse a pista “armada” para gravação. Na versão 8, é possível armar e desarmar as pistas para gravação sem interromper o playback. Uma mão na roda! Para isto, basta ir ao menu Transport/Record Options e clicar na opção Allow Arm Changes During Playback/Record. SOLO OVERRIDE Este novo recurso oferece a opção de habilitar uma pista para audição, mesmo que outra pista seja solada, ou seja, basta apertar a tecla SHIFT enquanto se clica no SOLO de uma pista que esta ficará sempre audível, mesmo que outra pista seja solada. Imagine que você costuma, em uma mixagem, deixar sempre a voz ativa. Aí toda vez que você quer solar o violão, por exemplo, tem que solar junto a pista da voz. Com este recurso, basta habilitar o Solo Override da forma mencionada que mesmo que você sole apenas a do violão, a pista da voz soará junto. É sem dúvida um recurso que pode ajudar SONAR |TECNOLOGIA muita gente a clicar menos vezes e acelerar o processo de produção. EXCLUSIVE SOLO Outro recurso interessante é o Exclusive Solo. O próprio nome já sugere sua função. “Solo exclusivo” significa que apenas uma pista ou bus poderá ser solado de cada vez. Como padrão, o Sonar permite que várias pistas e buses sejam solados ao mesmo tempo. Basta habilitar esta opção que ao clicar no “solo” de qualquer pista, ele automaticamente desarma o “solo” das outras que possivelmente podem estar soladas. Se alguma pista estiver agrupada, ao clicar no “solo” com esta opção marcada, todas as pistas do grupo serão soladas, mesmo que seja um quick group. CLIP SELECTION GROUP O Sonar 8 pode tratar múltiplos clips como uma “unidade”. Alterando apenas um clip, o programa edita todos os clips que pertencem ao mesmo grupo. Se você dividir um clip (split), dividirá todos ao mesmo tempo. Se inserir um efeito em um clip, todos terão o mesmo efeito, só as configurações de um para o outro que podem ser diferentes. Nos meus testes, a única coisa que ainda não funciona em conjunto é inserir uma envelope de volume ou pan. Para criar um grupo é simples. Basta selecionar os clips desejados, clicar com o botão direito do mouse em cima de um deles e selecionar a opção Create selection group from selected clips. Para remover algum clip do grupo, é só selecionar o clip desejado e clicando com o botão direito do mouse, escolher a opção Remove selected clips from groups. Gravações multipista podem ser automaticamente agrupadas. Imagine um baterista tentando gravar seu melhor take por duas, três, quatro vezes seguidas. Considerando uma captação com oito microfones, para cada take após o primeiro, teríamos que clicar oito vezes para mutar os clips, por exemplo. Com este recurso, basta clicar em um dos clips que todos os outros que foram gravados ao mesmo tempo são selecionados juntos. Facilita o processo de gravação e edição posterior. Para habilitar este recurso, basta clicar no menu Transport/Record Options e nas opções de Clip Groups selecionar Group Clips Across Tracks. Se por algum motivo você quiser editar apenas um clip, mas não quiser perder a seleção do grupo, basta clicar na seta do ícone da Select Tool e marcar a opção Select Single Clips ou apertar a tecla SHIFT antes de clicar no clip. FREE EDIT TOOL Agora está fácil selecionar livremente um trecho qualquer do áudio sem ter que desabilitar o Snap to Grid e ir na “Time ruler” (a barra que marca os compassos). É só clicar no ícone da ferramenta Free Edit ou apertar as teclas SHIFT+E para fazer a seleção. Percebi que ela se comporta de duas formas. Se você clica no meio do clip, ela funciona como seleção livre mesmo; quando você posiciona o mouse na parte de cima ou de baixo do clip, ela funciona como a Select Tool, selecionando o clip todo. Na verdade, você pode usar a Select Tool e quando precisar fazer a seleção livre, apertar a tecla ALT antes do click do mouse. QUICK GROUP O Quick Group não é nenhuma novidade no Sonar. A novidade é que agora é possível agrupar todas as pistas que estão endereçadas a determinado bus. Para isto, basta apertar a aba da seleção do Quick Group do bus desejado com a tecla ALT apertada. AIM ASSIST LINE Aim Assist é uma linha branca vertical que mostra o posicionamento horizontal do cursor do mouse na tela dos clips. É uma excelente ferramenta de auxílio para posicionamento dos clips. Junto com a linha, aparece também a posição dela no tempo. Se na Time Ruler estiver habilitado para mostrar os compassos, aparecerão os compassos na Aim Assist; se estiver configurado para aparecer o tempo em segundos, o mesmo acontecerá, e assim por diante, para todas as possibilidades do Sonar. As teclas de atalho para ativar/desativar esta opção são ALT+SHIFT+X, mas você pode criar outras teclas de atalho se quiser. Dependendo do esquema de cores que você configurar no Sonar, pode ser interessante mudar a cor da linha vertical. O Sonar também permite esta configuração. Basta clicar no menu Options/Colors. Dentro de Color Category, selecione Track View. Dentro da lista de Screen Element, selecione Aim Assist Line. Especifique a cor desejada e clique OK para fechar. AUDITION BUTTON A audição apenas dos clips selecionados também não é nenhuma novidade da versão 8. O que acontecia era que a opção era escondida demais. Para ouvir apenas os clips selecionados, era preciso clicar SHIFT+Barra de Espaço ou acessar o menu Transport e clicar na opção Audition. Nem todo mundo sabia disso. Justamente por www.backstage.com.br 85 TECNOLOGIA | SONAR isso criaram um botão exclusivo na tela principal, chamado Audition Button. Basta selecionar os clips que deseja ouvir com a Select Tool e usar a tecla CTRL para selecionar e adicionar clips distantes. NOVA TRANSPORT BAR A nova transport bar traz algumas novidades interessantes. Dentre elas, o botão de PAUSE, que temporariamente pausa o playback sem mover o cursor da “now time” nem o marcador. Outra novidade são os botões de Rewind e Fast Forward como nos players que estamos acostumados no dia-a-dia, tipo CDs e DVDs. A nova transport bar traz algumas novidades interessantes. Dentre elas, o botão de PAUSE, que temporariamente pausa o playback sem mover o cursor da “now time” nem o marcador Basta clicar em uma das opções e segurar o botão pressionado. O marcador da barra que mostra o tempo (now time) irá correr mais rápido que o playback. Basta você soltar o mouse no ponto desejado que o play continua (ou volta) daquele ponto. Nos meus testes, funcionou bem para arquivos leves. Arquivos pesados com uso da CPU girando na casa dos 80% permitiram escolher o 86 www.backstage.com.br ponto de forma leve, mas o reinício do playback no novo ponto causou drop out algumas vezes, principalmente quando voltava a um momento anterior. Não ocorreu drop out nas tentativas de avançar o ponto da música. É válido lembrar que o Audition Button também foi inserido na nova Transport Bar. SELECT ALL AUDIOSNAP/ SLIPSTRETCHED CLIPS Aumentar a duração de um clip já não é mais novidade no Sonar. Clips isolados podem ser aumentados ou diminuídos com o auxílio da tecla CTRL no Slip Editing; o mesmo acontece com os áudios modificados pelo AudioSnap. O que acontece é que esta alteração consome muito processamento do computador. Para facilitar a vida, a Cakewalk implementou um recurso para a seleção de todos os clips que foram modificados pelo audiosnap ou manualmente (slipstretched). Você pode estar se perguntando: “Mas de que adianta selecionar estes clips?”. Simples. Para aplicar a função Bounce to Clip(s). Existem dois motivos básicos para você realizar tal operação: 1) Liberar CPU (processamento) durante o playback 2) Para salvar arquivos no formato Bundle (.cwb), que não aceita clips com AudioSnap. Para isto, basta ir ao menu Edit/ Select/All AudioSnap/SlipStretched ou apertar as teclas CTRL+ALT+A de seu teclado. Para efeito de análise, segue a configuração do computador em que foram realizados os meus testes: Processador: AMD X2 4600+ (dual core) Placa-mãe: DFI Lanparty RDX200 CF-DR Placa de vídeo: ATI Radeon X550 256Mb Memória: 2Gb Placa de áudio: M-Audio Delta 44 HDs: mais de 1TB em 4 HDs Sata II Os arquivos dos projetos foram utilizados em um HD separado do sistema operacional, desfragmentado, com 300GB de espaço livre. Já que falei lá no início da busca incessante pelo melhor som, não se esqueça de que a definição de “o melhor som” será sempre pessoal e relativa. Será que temos a real noção do que é o melhor som? Será que ouvimos hoje as coisas da mesma forma que no ano passado? No mês passado? Na semana passada? Como mixador posso dizer que não! Não temos a mesma percepção do som ao longo do tempo. Quanto mais estudamos, mais praticamos, melhor será nossa percepção, logo, não podemos comparar nossas impressões com as do passado. É necessário sempre reavaliar e buscar fazer testes para que possamos confirmar por conta própria. Com diz o comercial, é preciso poder dizer “Humm, esse é Sadia”, por sua própria conta e risco. Nunca se deixe levar por comentários que são um verdadeiro “telefone sem fio” (quem nunca brincou disto na infância?). Espero que a cobertura de algumas das novidades desta nova versão tenha sido tão valiosa para vocês como foi para mim. Um forte abraço e até a próxima edição com mais informações para vocês! e-mail para esta coluna: [email protected]