Jornal de Letras
25­01­2012
Periodicidade: Mensal
Temática:
Cultura
Classe:
Cultura/Lazer
Dimensão:
248
Âmbito:
Nacional
Imagem:
S/Cor
Tiragem:
15968
Página (s):
32
Porto as Casas da Música
ao longo dos tempos
Manuela Paraíso
Quase dois séculos e meio da
vida musical intensa que viu
despontar Guilhermina Suggia e
desmantelado em 1951 com a
foi dinamizada a partir do último
magnificente órgão de tubos
quartel do século XIX por figuras
vida musical e social do Porto
como Bernardo Moreira de Sá
percorridos numa viagem em três
etapas e batendo a muitas portas
o insigne violinista pedagogo
e divulgador musical primeiro
as de todos os edifícios que
diretor do Conservatório de
desde 1860 ano da criação do
Música do Porto fundador da
Teatro do Corpo da Guarda que
se crê ter sido o primeiro recinto
adaptado para a apresentação
de espetáculos públicos de
Sociedade de Quartetos e do
Orpheon Portuense este último
responsável pela atuação na
cidade de nomes consagrados
ópera surgiram na cidade
como Cortot Enesco
invicta O projeto traçado pelos
musicólogos Ana Maria Liberal
e Rui Pereira e pelo jornalista
Paderewski Kempf Ravel ou
Poulenc que se deslocavam a
Portugal sem passar por Lisboa
a história de todos os lugares
Sérgio C Andrade tomou forma
destruição por acréscimo do
São essas Casas da Música
do passado mas também as
de hoje que se revisitam neste
projeto editorial em três volumes
o último dos quais se centra na
segunda metade do século XX
nas profundas transformações
sociais e políticas que
ditaram novos paradigmas
do consumo de espetáculos
com o surgimento das grandes
superfícies comerciais e o
consequente encerramento
sucessivo de diversas salas com
a criação de espaços alternativos
na sequência da programação
pela Casa da Musica no âmbito
do I Festival Suggia de um trajeto
onde todas as músicas se deram
para a fruição da cultura a
a ouvir muitos dos quais não
resistiram à passagem do tempo
democratização do acesso aos
itinerante de recitais em vários
ou à criminosa leviandade
a abertura a todos os géneros
musicais Do Salão Árabe do
numerosos portuenses reterão
espaços públicos portuenses
Que episódios encerravam esses
ainda na memória o destino
teatros e salas que relatos se
do seu Palácio de Cristal
concertos de música clássica e
Palácio da Bolsa recentemente
recuperado ao Cine Teatro
escondiam entre as memórias
Vale Formoso atualmente
de muitos outros que haviam
sido demolidos ou devorados por
propriedade da IURD com
paragens em Serralves no
incêndios
Palácio de Cristal nas Fundações
O desafio pareceu aliciante
Eng António de Almeida e
perscrutar o passado e trazer
Cupertino de Miranda no
à luz de hoje uma história
que nunca havia sido escrita
São João Rivoli Coliseu e
muitos mais recintos esta é
A história de uma sociedade
no conjunto dos três volumes
marcada por uma burguesia
mercantil que à margem da
uma viagem com vista para uma
cidade esquecida um Porto onde
vida da corte e dos faustosos
a música se fazia em muitas
empreendimentos na capital
se empenhou num mesmo
desígnio o da construção de
teatros e espaços destinados à
apresentação pública ou privada
de espetáculos líricos musicais
casas e para uma reflexão sobre
a assimetria do presente em
que uma prática musical de
elevada qualidade fruto de uma
evolução no ensino poucos mais
palcos tem do que os de uma
e teatrais a história de uma
única casa
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