0 UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL DHE – DEPARTAMENTO DE HUMANIDADES E EDUCAÇÃO CURSO DE HISTÓRIA A HISTÓRIA DA INDÚSTRIA MILITAR BRASILEIRA: ORGANIZAÇÕES, COMPLEXO INDUSTRIAL E MERCADO DURANTE O SÉCULO XX RAFAEL LUCIANO WELFER Ijuí – RS 2014 1 RAFAEL LUCIANO WELFER A HISTÓRIA DA INDÚSTRIA MILITAR BRASILEIRA: ORGANIZAÇÕES, COMPLEXO INDUSTRIAL E MERCADO DURANTE O SÉCULO XX Trabalho de Conclusão de Curso Graduação, com vistas à graduação Curso de Licenciatura de História Universidade Regional do Noroeste Estado do Rio Grande do Sul. Orientadora: Profª Vera Lucia Trennepohl Ijuí – RS 2014 de no da do 2 “Como as guerras nascem na mente dos homens, é na mente dos homens que as defesas da paz devem ser construídas” (preâmbulo da Constituição da UNESCO). 3 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 4 1 O BRASIL E O MERCADO NACIONAL DE MATERIAL BÉLICO ......................... 12 1.1 EXÉRCITO ........................................................................................................... 12 1.2 MARINHA DO BRASIL ......................................................................................... 26 1.3 AERONÁUTICA ................................................................................................... 31 1.4 FORÇAS POLICIAIS ............................................................................................ 40 1.5 MERCADO CIVIL E O CRIME ORGANIZADO .................................................... 44 2 INDÚSTRIA DE DEFESA NACIONAL.................................................................... 49 2.1 A INDÚSTRIA DE ARMAS LEVES, PORTÁTEIS E DE MOBILIDADE ................ 50 2.2 A INDÚSTRIA DE VEÍCULOS DE COMBATE DE EMPREGO MILITAR ............. 59 2.3 A INDÚSTRIA AEROESPACIAL E DE MEIOS AERONÁUTICOS ....................... 68 2.4 A INDÚSTRIA DE EMPREGO MARÍTIMO E NAVAL .......................................... 79 2.5 A INDÚSTRIA DE SUPORTE, MANUTENÇÃO, APLICAÇÕES DIVERSAS E SERVIÇOS GERAIS .................................................................................................. 82 3 A PRODUÇÃO E O COMÉRCIO GLOBAL E A INDÚSTRIA DE DEFESA NACIONAL ................................................................................................................ 86 3.1 ARMAS LEVES E PORTÁTEIS ........................................................................... 87 3.2 VEÍCULOS DE COMBATE................................................................................... 90 3.3 EMBARCAÇÕES ................................................................................................. 94 3.4 AERONAVES ....................................................................................................... 95 CONCLUSÃO .......................................................................................................... 100 FONTES BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................... 103 SITES CONSULTADOS .......................................................................................... 107 4 INTRODUÇÃO Nesta pesquisa o objetivo proposto é mapear, analisar, apontar e dar um contexto histórico ao conceito de “complexo industrial militar” em nossas terras tupiniquins, gradualmente constituído principalmente a partir do século XX. Desde os mais remotos tempos a humanidade “concebeu” a possibilidade de estabelecer um processo contínuo de conquista e manutenção do poder através da sua capacidade beligerante. Esse processo de construção do “poder de convencimento” através de armas (prático e retórico) seja ele concebido para uma sociedade tribal ou uma Cidade-Estado, um Estado absoluto ou democrático, em sua essência é basicamente sempre o mesmo. Ferramentas neolíticas provavelmente já eram usadas como armas (graças a seu poder de convencimento) mesmo antes da história registrada. Já na Idade do Bronze e da Idade do Ferro ocorreu o surgimento de indústrias complexas na fabricação de armamento, com o ferro e seu processo de fundição. Em uma escala manufatureira e o uso de moldes de formas específicas para a produção de pontas de flechas, adagas e balistras permitiu a criação de um “complexo militar industrial” utilizado por Qin Shi Huang para unificar o Império Chinês. No entanto, essas indústrias também tinham outras aplicações práticas como a produção de utensílios agrícolas e ferramentas em tempos de paz. Esta realidade da produção militar começou a mudar com o emprego constante de novas tecnologias, desenvolvidas em nome do necessário manuseio deste “poder de convencimento” através das forças militares nesta gradual formatação histórica. Das bigas assírias, do couro e das malhas de ferro usadas pelas legiões de Roma, o complexo militar, cada vez mais foi se tornando um setor fabril e um ramo de atividades mais exclusivo, que 5 necessitava de matérias-primas e recursos próprios e privilégios, muitas vezes em detrimento ao restante da sociedade que esta “força militar” representava. As pedras usadas como “projéteis de artilharia” da antiguidade até a baixa Idade Média, nos “equipamentos de engenharia militar” como o mangonel e o trebuche, viram o surgimento da artilharia com alto poder de fogo detonado pela pólvora, antigo minério explorado pelos chineses, mas de até então baixo resultado prático nos campos de batalha da época. Os “Janízaros” otomanos com seus canhões de tiro portátil, por volta de 1400 representam o modelo primordial de unidade militar de infantaria (0003) que veremos até os nossos dias e tema de nossos estudos. A maior capacidade de fogo dos canhões tornou obsoleta a cidadela murada e a “portabilidade” dos canhões foi completada com as grandes navegações que também agraciou todas as demais “armas de guerra” com suas inovações tecnológicas e possibilitou a chegada dos europeus ao nosso Continente Americano. No que tange ao nosso particular estudo sobre a realidade do complexo militar em nosso país, cabe destacar que já em 1526, ou seja, pouco tempo depois de Portugal tomar posse destas terras, na atual Itália a Fabbrica d'Armi Pietro Beretta fazia sua primeira venda para o Arsenal de Veneza. Comércio de armas que se estende até nossos dias e tem um papel muito relevante em nossa pesquisa particular no Brasil do século XX. Prosseguindo em nossa análise geral da formatação histórica do modelo fabril industrial militar que veremos mais adiante em nosso estudo contemporâneo, cabe destacar uma série de fatos e eventos históricos que estabelecem um novo padrão para a produção industrial de artefatos militares. As campanhas expansionistas Napoleônicas, as questões coloniais (com uso de força militar para combater insurreições), as disputas constantes entre as grandes coroas geram a necessidade de constantes efetivos militares e logicamente um sistema constante de produção e capacitação bélica deste contingente. No início do século XVIII a produção independente de outrora deveria agora ser padronizada e chancelada pela Torre de Londres (Board of Ordnance) no caso Britânico, ou seja, as armas começaram a ser “controladas” tanto na qualidade, quanto na distribuição e quantidades, bem como as licenças de produção. 6 O estabelecimento do Brasil Colônia e seu pacto colonial com a metrópole Portugal veda a possibilidade de se instalarem aqui unidades de fabrico de armas, sendo assim, todas eram providas via Portugal ou contrabando. A mudança deste modelo foi gradual, em 1711 funda-se no Rio de Janeiro a Casa do Trem de Artilharia, com a finalidade de suprir as necessidades de defesa em termos de reparação de material bélico, de fundição e de logística. Em 1763, no Rio de Janeiro, instala-se o Arsenal de Marinha a fim de atender as necessidades navais de nossa força naval de maneira mais complexa e, em 1808, Dom João VI decreta e cria a Fábrica de Pólvora da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Bairro Jardim Botânico, no Rio de Janeiro. Decreto pelo qual Sua Alteza Real há por bem mandar erigir uma fábrica de pólvora, no engenho, e terras denominadas Lagoa de Rodrigo de Freitas; e que pelo Conselho da Fazenda, se proceda logo a incorporar nos próprios, da sua real Coroa o sobredito engenho, e terras, procedendo-se primeiro a competente avaliação. Sendo-me presente a grave e urgente necessidade que há de erigir sem perda de tempo uma fábrica de pólvora, onde se manufature este tão necessário gênero para a defesa dos meus Estados, e igualmente para o mesmo fim outra fábrica para a fundição [forneação] e perfuração das peças de artilharia, o que tudo exige não só um local espaçoso, mas ainda abundância de águas para o movimento das diferentes máquinas, por cujo meio se hão de executar todas as necessárias operações; e constando-me, outrossim, que o engenho e terras denominadas Lagoa de Rodrigo de Freitas, seja o lugar mais próprio para estes grandes estabelecimentos: sou servido ordenar, que pelo Conselho da Fazenda se proceda logo a incorporar nos próprios da minha real Coroa... (http://www.imbel.gov.br/). Essa estrutura criada em 1808 é hoje a pedra fundamental da Indústria de Materiais Bélicos (Imbel), até hoje empresa do ramo militar ligada ao Ministério da Defesa e fornecedora de equipamentos militares especializados para nossas forças armadas desde então e uma das empresas que serão analisadas de maneira individual em nossa pesquisa. Ainda de maneira embrionária outra questão que devemos elencar nesta fase introdutória do modelo industrial militar são os avanços adquiridos com a Segunda Revolução Industrial (eletricidade/eletrônica e comunicações, radiologia, indústria química) e o modelo gerencial da “Paz Armada” europeia. Neste “efervescente” setor industrial que viria a abastecer as trincheiras na “Primeira Grande Guerra”, principalmente com novas peças de artilharia, armas químicas, novos detonantes, carros de combate e veria no aparecimento dos aviões um novo 7 conceito para as guerras posteriores e o fim da guerra de trincheiras. Estes momentos devem ser entendidos como paradigmas primordiais deste novo modelo da indústria militar do século XX que estudaremos a seguir. Foi a partir deste momento final do século XIX ao início do século XX que o armamento militar necessitou de um grande subconjunto de indústrias dedicadas exclusivamente à sua produção. Armas de fogo (metralhadoras e armas anticarro), artilharia com autopropulsão (desenvolvimento de balística e aerodinâmica e os primeiros sistemas de foguetes), navios a vapor (novas funções como o emprego de aeronaves e a defesa aérea), aviões (início da utilização dos primeiros metais leves) e a indústria química (penicilina, antibióticos) num primeiro momento; e a era atômica nuclear (Bomba H) e o desenvolvimento dos radares e sonares e mísseis de longo alcance (V-1) durante e após a Segunda Grande Guerra. Estas mais recentes armas, mais complexas, necessitarão de mão de obra altamente especializada, novos conhecimentos, máquinas e tecnologias. A indústria de apoio necessária para a construção destes sistemas de armas de crescente complexidade e integração maciça, já não seria viável se fossem utilizados somente em tempos de guerra. Em vez disso, as nações passaram a dedicar parte de suas economias para a produção em tempo integral de ativos de guerra. Esta interdependência crescente de militares e governos civilistas sobre a indústria bélica deu origem ao conceito de “complexo militar industrial” que constatamos existir atualmente. Essa necessidade de um complexo industrial militar permanente gera a necessidade de “criar” mercados consumidores, a fim de manter a sustentabilidade do modelo, principalmente sobre o enfoque capitalista. Junto com os movimentos de acomodação geopolíticos derivados da Segunda Grande Guerra e imediata divisão do mundo em zonas de influência da Guerra Fria também marcou esse novo mercado global de armas, do século XX. No Brasil com o governo Getúlio Vargas e a participação do Brasil na Segunda Grande Guerra, que marca o início da maior colaboração comercial entre os setores bélicos do Brasil e dos EUA, em especial após a implementação da Doutrina Truman por parte dos americanos. Desde o início da década e, de forma mais dramática, depois da guerra civil de 1932, havia um nítido consenso na cúpula militar brasileira em torno da debilidade da capacidade de defesa de suas forças armadas. A guerra do Chaco, a escalada militar na Europa e na Ásia, e o programa de rearmamento argentino – o então tradicional rival e inimigo potencial do Brasil – compunham um cenário cuja avaliação pelos militares brasileiros 8 não era nada favorável ao seu país. O temor quanto à superioridade bélica argentina perpassou as negociações do Brasil com os Estados Unidos (SVARTMAN, 2008). Esses momentos, os anos subsequentes e anteriores ao regime militar pré1964 será o momento de “iniciação” de nossa pesquisa propriamente dita. Foi neste período que a aceleração industrial e tecnológica dá uma formatação inicial ao modelo fabril bélico brasileiro pertinente ao nosso estudo, pois tanto o governo “getulista”, a administração JK e as juntas militares, identificavam a necessidade de um desenvolvimento de nossa base industrial de defesa, apesar de seus interesses políticos serem distintos. Primeiro ciclo industrial militar, que se estendeu desde a fundação da Casa do Trem, em 1762, até a Revolução Democrática de 1964, era caracterizado por fábricas pertencentes às Forças Armadas. No segundo ciclo, que vem de se encerrar com a Guerra do Golfo, o incremento da participação civil ensejou o aparecimento de inúmeras empresas nacionais dedicadas à produção de material de defesa (AMARANTE, 2004). Destaco que nesta pesquisa, a metodologia empregada consiste de um levantamento de informações oriundas de diversas fontes, a fim de perfazermos um quadro suscetível de nosso complexo industrial militar brasileiro. Devido ao fato deste “complexo” ser formado de vários setores e segmentos de empregos distintos, como marítimo, aeronáutico, terrestre, químico, telecomunicações e outros, as fontes utilizadas a fim de mapear os respectivos segmentos são logicamente bastante variadas. Para esta análise quantitativa foram necessárias consultas a tabelas, gráficos e relatórios, disponibilizados de maneira “virtual” por organizações não governamentais, privadas e governamentais. Na parte relativa às armas leves a fim de rastrear os “seus caminhos”, os materiais disponibilizados por “ONGs” como a “Sou da Paz”, “A Publica.Org” e a “Viva Rio” foram usados na pesquisa. Os documentos disponibilizados pela The Library of Congress of USA e seus relatórios e estudos em especial aos países “parceiros” do Brasil (importadores e exportadores) além do próprio {http://lcweb2.loc.gov/frd/cs/cshome.html}, são fornecedores de valiosas informações sobre estas temáticas, principalmente em relação ao contexto geopolítico de nossa pesquisa (Brasil, EUA, Iraque, Líbia, Guiana, Chile, Argentina, etc.). Além deste o renomado Stockholm International 9 Peace Research Institute {http://www.sipri.org/research/armaments/milex/ milex_database} foi consultado. Na parte relativa às empresas e organizações foram usados seus próprios históricos disponibilizados, seja no setor privado estrangeiro como: a Remington Arms dos EUA {http://www.remington.com}, a italiana Beretta {http://www.beretta.com/en/}, Magtech {http://www.magtechammunition.com} etc. Do setor nacional empresas como: Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC) {http://www.cbc.com.br}, Forja Taurus {http://www.taurus.com.br}, Imbel {http://www.imbel.gov.br}, assim como a Embraer e a história de suas aeronaves {http://www.embraer.com.br/, http://www.centrohistorico embraer.com.br} e outras. Organismos governamentais como o Ministério da Defesa brasileiro {http://www.defesa.gov.br} e suas organizações como Exército {http://www.eb.mil.br} e Marinha {http://www.mar.mil.br} tem seus dados oficiais de referência. Assim como fontes alternativas como o site especializado no tema Army Guide {http://armyguide.com/} e os trabalhos realizados pelo Centro de Pesquisas Estratégicas “Paulino Soares de Sousa” da Universidade Federal de Juiz de Fora {http://www.ecsbdefesa.com.br/defesa/}, referência em questões militares em termos de Brasil são utilizados nesta pesquisa. A pesquisa também se dará através de uma série de fontes audiovisuais oriundas do Arquivo Nacional, da Casa Civil da Presidência da República, que conta com excelente e vasto material sobre o tema disponibilizado através do endereço {http://zappiens.br/portal/tema.jsp?idTema=3} e documentários, além destes, me nortearei por uma série de publicações especializadas na temática industrial militar e forças armadas (magazines e periódicos), bem como alguns livros como Global Arms Trade e A indústria brasileira de armas leves e de pequeno porte: produção legal e comércio e outros títulos. A primeira parte da pesquisa terá como foco as forças armadas do Brasil, suas políticas e pesquisas no campo militar. Dando maior ênfase nas partes relativas ao esforço de guerra e a modernização experimentada por essas “forças” a partir do estabelecimento do regime militar brasileiro em 1964, que significou um grande salto tecnológico em nossa indústria militar e um maior estreitamento das relações geopolíticas com os interesses tanto comerciais quanto estratégicos com Washington e os demais participantes do círculo estadunidense como: França, Inglaterra, Alemanha Ocidental, Itália e Bélgica. Estas relações de “cooperação” com os membros da OTAN permitiram às nossas forças uma série de dotações que se 10 estenderam desde tratados e acordos de cooperação comercial, negociados no governo Getúlio Vargas nos anos 30 e que se estendem até o final dos anos 70. Essa “parceria” se deu tanto em operações militares conjuntas, como a Segunda Grande Guerra, a Intervenção no Suez, chancelada pela ONU e na República Dominicana, dando suporte aos americanos, além da aliança providenciada durante o regime de “exceção militar” no Brasil e suas campanhas secretas como a guerra do Araguaia ou a operação Condor. Essa “parceria” nas relações políticas e societárias e de ordem econômica faz de nossas forças uma grande importadora de material bélico e tecnologias, principalmente os “produtos” de melhores conceitos tecnológicos. “Brazil and the United States signed a Military Assistance Agreement in 1952, through which the United States provided most of Brazil's major weapons” (LIBRARY OF CONGRESS COUNTRY STUDIES, 1997). Esses equipamentos e dotações de nossas “Armadas” serão mapeados, devido a esses serem os “inspiradores” e fornecedores das tecnologias, por nossas forças, posteriormente replicadas em nosso país. Década de 1930 assinalou o Primeiro Ciclo Industrial Militar, que tinha como base o fato de que todo esse parque industrial utilizava tecnologias estrangeiras, sob licença ou adquiridas. Seus engenheiros sabiam como fazer, mas não porque fazer. Até então não se fabricavam, no Brasil, materiais pesados de emprego militar, como canhões, metralhadoras e viaturas blindadas, só possíveis com a implantação no país da indústria siderúrgica pesada (AMARANTE, 2004). Além do “mercado militar” em nossas forças armadas também faremos apontamentos com relação aos mercados periféricos integrantes deste vasto sistema industrial e comercial em meio a sociedade brasileira que são suas forças policiais, bem como os grupos paramilitares e insurgentes ou criminosos, bem como nosso mercado civil. Já na segunda parte de nossa pesquisa será feita uma análise particular sobre a espinha dorsal de nossa indústria militar brasileira, tanto as empresas públicas ligadas ao Ministério da Defesa (AMRJ e Imbel), quanto às empresas privadas do setor (CBC, Taurus, Avibras, Engesa, Bernardini etc.), as empresas de constituição pública/privada e posteriormente (anos 90) “privatizadas” como a Embraer, serão catalogadas individualmente, com seus históricos, instalações, propósitos e particularidades nos quesitos: produção, comercialização e 11 compartilhamento de tecnologias tanto na fabricação de aviões, veículos militares, armas leves e munições, radares, detonantes e demais equipamentos e produtos, relativos a este setor. Esses segmentos industriais terão seus representantes analisados de acordo com a área de atuação, embora alguns destes “grupos empresariais” atuem em mais de um segmento. Na terceira parte desta pesquisa, terá por fim o intento de mapear a produção e os “consumidores” de nossas armas “Made in Brazil”, geralmente o terceiro mundo, mas há exceções. Daremos destaque aos principais itens fabricados com nossas tecnologias e ferramental, em nossos parques industriais, e assim sendo, realizaremos uma análise específica deste comércio, das principais negociações de nossa indústria de defesa, sua clientela, os mercados a que nossa indústria já teve acesso. Os conflitos e mercados aonde nossas armas ou produtos e equipamentos bélicos foram absorvidos e utilizados serão apontados neste terceiro apêndice. A ordem dos capítulos foi definida nesta sequência devido ao fato, de a necessidade de equipamentos bélicos e a existência de um enorme mercado, era até os anos 30, praticamente todo abastecido via importações. Foi a existência deste vasto mercado de consumo que serviu de referência para que os governos e a iniciativa privada, praticamente já na segunda metade do século XX definissem como “inadiável” a formação de um setor industrial bélico de capacitações e níveis de atender não apenas a este mercado, como os mercados exteriores. Assim sendo, o capítulo secundário de nossa pesquisa, destaca esse segundo momento de esforço de nossos setores públicos e privados, o fomento e o surgimento de um “complexo industrial militar”, e no terceiro, a proposta é destacar essa agora “tangível” base industrial de defesa no mercado global e suas negociações ao redor do mundo. Concluirei a pesquisa buscando contrastar esses processos de transferências de capitais, tecnologias e os interesses que perpassaram o século XX com mercados consumidores pré-estabelecidos em zonas de influência, com o mundo atual em perspectiva, o fim do regime militar brasileiro, o processo de falência do setor privado e a privatização de nossas indústrias “nacionais” nos anos 90. O término da guerra fria e a era da informática e aeroespacial mudaram praticamente todo esse sistema, agora globalizado e de guerras preventivas, com novos atores ganhando destaque e emergindo neste cenário geopolítico atual. 12 1 O BRASIL E O MERCADO NACIONAL DE MATERIAL BÉLICO Este capítulo se torna necessário em nossa pesquisa devido ao fato de ser praticamente impossível uma dissociação do sistema de produção de materiais bélicos e de nossas organizações militares e dos mercados consumidores destes materiais de emprego bélico. Sendo assim, estas organizações e segmentos analisados neste primeiro capítulo, serão mapeadas, apenas no critério de suas dotações de emprego e equiparação bélica e no fomento tecnológico da nossa base industrial de defesa. Durante os períodos anteriores ao século XX, nosso mercado de material bélico era maior que nossa capacidade fabril, essa insuficiente produção caracteriza a necessidade de colocarmos nosso “mercado consumidor” em primeiro plano, com relação ao nosso modelo de produção de material bélico que se dará em um segundo momento. No particular de nossas forças armadas, estas necessitam de equipamentos e veículos que atendam aos seus requisitos técnicos específicos básicos, para isso estas contam com organizações que estabelecem critérios (CTEx, DCTA e IPqM), a fim de regular a produção bélica das “indústrias de armas” de acordo com suas realidades no cenário nacional e global. Diante desta lógica seja as dimensões das “lagartas” dos tanques que deviam atender as exigências das linhas férreas nacionais, o calibre das munições produzidas que devem ser compatíveis com as armas aqui fabricadas e usadas. Estes detalhes muitas vezes “determinam” a qual mercados consumidores estes produtos podem ser encaminhados. Diante disso, em nossa realidade brasileira de provisões de armas que seguem uma tendência de uniformização e padronização com os equipamentos utilizados pelos países integrantes da OTAN, como veremos a partir deste primeiro anexo que tem por finalidade mapear esse compartilhamento de esforços governamentais, militares e privados do Brasil. 1.1 EXÉRCITO Apesar da existência das forças coercitivas e militares aqui instaladas no Brasil Colonial por nossa metrópole portuguesa e a constituição de um corpo militar submetido ao governo geral, nosso Exército é simbolicamente operacional desde 13 1648 (batalha dos Guararapes), aonde o sentimento de autodeterminação e soberania “nacional” é perceptível: “Pela primeira vez, indígenas brasileiros, africanos, escravos e brancos portugueses e brasileiros se uniram para reconquistar o território há anos ocupado pelos holandeses no nordeste do Brasil” (SANTIAGO, 2012). O Exército Nacional (Imperial) e de fato, já a partir de nossa independência, esta “arma de emprego terrestre” do país se faz notar. Participou da questão da independência, como a causa Cisplatina, reprimiu insurreições como a pernambucana revolução dos alfaiates, combateu os inconfidentes mineiros, os beatos no agreste, os farroupilhas separatistas no sul, entre outros. Envolveu-se em guerras regionais, contra o “expansionismo” de seus vizinhos, apenas quando estes representavam perigo real e imediato à nossa soberania, como na questão “Oribe e Rosas” e na campanha expansionista paraguaia, já nestes períodos longínquos utilizava-se em geral de equipamentos “estrangeiros”. Tão logo chegamos ao regime republicano brasileiro e os nossos militares, já estavam participando do controle de nosso Estado de modo político. A República da Espada abrange os governos dos marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto. Foi durante a República da Espada que foi outorgada a Constituição que iria nortear as ações institucionais durante a Primeira República. Além disso, o período foi marcado por crises econômicas, como a do Encilhamento, e por conflitos entre as elites brasileiras, como a Revolução Federalista e a Revolta da Armada (PINTO). É justamente está “presença” militar em nosso processo político do século XX que dará moldes a uma série de eventos ligados ao complexo industrial militar, relativo a esta pesquisa. Os primeiros anos da República foram marcados por grande instabilidade política. Os diversos governos estiveram mais preocupados com a segurança interna do que com a externa, razão pela qual o Exército teve seu reequipamento congelado a partir da 1ª Guerra Mundial, quando cessaram as importações (AMARANTE, 2004). Destacamos ainda que neste período “republicano” e “militarizado” ocorreu uma série de levantes e contestações, com o emprego de materiais bélicos, como a Guerra do Contestado, o levante do Forte de Copacabana, a Revolta da Armada e 14 da Chibata, a Revolta Paulista de 1924, a Revolução Federalista, o Tenentismo, entre outros. No que tange ao estudo do braço militar de emprego terrestre e seus equipamentos no século XX, sua proximidade com este modelo fabril bélico terá seus equipamentos analisados de forma a dar um pequeno prospecto de como foram “simbióticas” as ações desta “força militar” com o sistema de aquisição de armas de países desenvolvidos (França, Estados Unidos e Itália) e o implemento gradual de nossa indústria militar em parceira com nosso Exército Brasileiro (EB). A nossa parca base industrial militar anterior a esse momento (século XX) era unicamente as instalações militares como alguns arsenais e a Fábrica da Estrela pertencente ao Exército, hoje da Imbel. Entre 1900 e 1918, essa “obsolescência” e “defasagem” de equipamentos bélicos nacionais ficaram evidenciadas, se compararmos com aqueles que às indústrias fornecedoras dos equipamentos produzidos na “Paz Armada” e utilizados nas campanhas da Primeira Grande Guerra, por estas mesmas potências industriais do setor bélico. Em 1919, buscando modernizar e mecanizar nosso Exército, o Brasil entra em contato com a França, que era uma das detentoras de tecnologia militar de ponta na época e com esta firma um contrato a fim de suprir nossas deficiências estratégicas. São adquiridos os primeiros carros de combate, com capacidades de assalto e artilharia, as 12 unidades Renault FT-17 chegaram ao Brasil em 1921, vindas direto de suas fábricas francesas, com seis unidades destinadas à função “canhoneira”, outras cinco unidades eram armadas com metralhadoras anticarro e uma unidade era equipada com sistema de comunicação telegráfico. A partir desta incorporação o Brasil tornou-se o primeiro país da América do Sul a contar com esse tipo de veículo “pesado” em suas fileiras. Estes veículos já tiveram seu “batismo de fogo” durante a “Revolução de 1924” em São Paulo que contava com alguns veículos a motor e sobre rodas, blindados de modo artesanal, mas sem poder de fogo, dos Renault FT-17 que se mantiveram na ativa de nosso Exército até 1942, ao lado do “mini-tanques”, Fiat-Ansaldo CV 3-35 de fabricação italiana, além de caminhões Ford, Chevrolet e Dodge americanos. Os revolucionários de 1930 liderados por Getúlio Vargas, sabendo das capacidades militares de nossa força, desenvolveram de modo “empírico” três unidades de combate blindadas, fabricadas pelo estaleiro Alcaraz & Cia e Mabilde Ltda, que eram tratores “Caterpillar” transformados com chapas de aço, em veículos 15 de combate sobre “esteiras”. Estes “blindados artesanais” podem ser considerados os primeiros veículos de combate sobre “lagartas”, produzidos em uma série no Brasil. Com a vitória getulista uma destas unidades chegou a ser integrada ao EB. O “titubeante” presidente Vargas tinha um recente acordo no setor aeronáutico com a Alemanha nazista e “enfadonhamente” postergava nossa entrada no segundo grande conflito mundial do século, até este decidir-se pela manutenção do acordo de cooperação militar já existente antes da guerra com os Estados Unidos. A partir de então estes “aliados” passaram a fornecer uma série de equipamentos a fim de serem estes usados por nossos “homens” nas campanhas da Força Expedicionária Brasileira (FEB). A importância de se analisar todos estes veículos oriundos do contingente da FEB de maneira mais criteriosa é devido ao fato que estes são à base de nossa própria indústria nacional de veículos blindados, que só irá “surgir” a partir da “engenharia reversa” desenvolvida nestes veículos em programas de “modernização”, realizados por empresas privadas e nossos próprios centros bélicos e tecnológicos do Exército já no limiar dos anos 60 e sob julgo da ditadura militar. O nosso desenvolvimento tecnológico foi amortecido pela invasão de equipamentos militares, postos à disposição do Exército a baixo custo e com todas as facilidades de suprimentos e manutenção, em face de um acordo de cooperação militar, firmado com os EUA (AMARANTE, 2004). Sendo assim, os equipamentos de emprego da FEB dignos de um maior destaque são: M-3 A1 Scout Car, que foi um veículo desenhando pela White Motor Company dos Estados Unidos, para ser empregado como carro de transporte de infantaria, servido com uma potente metralhadora anticarro. Apesar de ser blindado com chapas de aço, era totalmente vulnerável ao ataque com granadas ou “coquetéis molotov”. Foram adquiridos pelo EB para o emprego na guerra, 90 unidades, porém “apenas” 51 destas foram entregues até o fim do conflito, as demais posteriormente e foram empregados durante décadas por nossa armada, e foi referência para alguns projetos nacionais de transporte de infantaria, como o EE11 Urutu. Em 1941 entra em cena o carro de combate leve “M-3 Stuart” de fabricação norte-americana, este foi utilizado em larga escala pelos países aliados na Segunda 16 Guerra Mundial. O Brasil que recebeu cerca de 350 unidades deste “pequeno tanque” foi apelidado de “perereca” (devido as suas proporções em nossas forças), fez uso deste modelo na guerra mundial e durante as décadas de 50, 60 e 70. Sendo então retirado da ativa quando passou a ser modificado e modernizado para o EB pela Bernardini S/A e Moto Peças S/A para utilização destes chassis em versões bastante modificadas deste obsoleto veículo de combate, agora “transformado” em Bernardini X-1A ou M3-A1 (80 unidades) e M3-A2 (30 unidades), veículos com canhões de 90 mm ou lança-pontes a serviço de nossa engenharia de combate a partir dos anos 80. Outro veículo adquirido pelo nosso EB neste período de conflitos ao redor do globo foi o modelo Dodge WC-63, fabricado por esta subsidiária da Chrysler Corporation, foram 129 unidades, empregados em vários regimentos e comandos (manutenção, intendência, saúde e transmissões) da FEB na Itália e depois foram trazidos para o Brasil e incorporados ao EB. O M-8 Greyhound foi desenvolvido em 1941 e fabricado pela Ford Motor Company em 1943 nos Estados Unidos; veículo “leve”, de excelente mobilidade sobre rodas 6x6, este foi empregado durante as campanhas da Segunda Guerra, por americanos, britânicos e pela nossa FEB, com grande eficiência, em missões de reconhecimento, escolta de tropas de infantaria, combate contra veículos leves e no suporte logístico direto nos campos de batalha. Os Greyhound tiveram como missão dar apoio ao avanço da 11º Regimento de Infantaria na tomada da cidade e das posições de defesa alemã. Foi um duro teste para soldados e veículos, pois a FEB se viu envolvida em um combate urbano. Algo que nunca o Exército Brasileiro havia enfrentado em toda a sua história, ainda mais no contexto de uma guerra moderna. Apesar do sofrimento, das baixas e dificuldades enfrentadas, a coragem e bravura dos pracinhas lhes valeram a vitória frente ao inimigo bem entrincheirado. Com a conquista de Montese, os aliados conseguiram romper a Linha Gótica. O principal objetivo da Ofensiva de Primavera. A atuação brasileira em Montese repercutiu de forma bastante positiva junto ao comando americano. Alguns escritos dizem que o General Mark Clark teria dito a seguinte frase a respeito da vitória brasileira em Montese: “De todas as tropas sob meu comando, apenas os brasileiros merecem meus cumprimentos. O soldado brasileiro está apto a ensinar a qualquer Exército do mundo como conquistar uma cidade”. ... Após a rendição alemã, todo contingente da FEB foi desmobilizado e teve início seu repatriamento. Os M8, assim como os demais veículos, armas e equipamentos cedidos pelos americanos foram devolvidos pelos pracinhas em Roma. Mas os homens que conduziram os Greyhound da FEB não ficariam longe de seus veículos por muito tempo, já que após algum tempo, os americanos enviaram para o Brasil a maior parte do material utilizado pelos pracinhas deixados na Itália. Incluindo todos os M8 remanescentes (VIANA, 2010). 17 Essas unidades foram repassadas para o Brasil através do “Lend-Lease Act”, um programa global de repasse de equipamentos militares, desenvolvido pelos norte-americanos a seus aliados durante este conflituoso período. O Lend-Lease Act, de 11 de março de 1941, era o principal meio de fornecimento de ajuda militar dos EUA para nações estrangeiras, durante a Segunda Guerra Mundial. O ato autorizou o presidente a transferir armas ou qualquer outro material de defesa, que o Congresso destinou dinheiro para “o governo de qualquer país cuja defesa o Presidente considere vital para a defesa dos Estados Unidos”. Grã-Bretanha, União Soviética, China, Brasil e muitos outros países receberam armas nos termos desta lei (http://www. history.com/topics/lend-lease-act). E a partir de 1943 estas viaturas do M-8 foram alocadas às unidades de reconhecimento da FEB durante a guerra (15 unidades) e, posteriormente, integralizadas ao EB, que continuou recebendo unidades entre 1944 e 1952, que perfizeram um total de 180 viaturas que serviram na ativa até os anos 70, inclusive participando da campanha antiguerrilha no Araguaia. Cabe também destacar que o M-8 Greyhound foi o referencial, a base e a plataforma de que partiu a indústria brasileira para a concepção e fabrico de viaturas militares com blindagens e multitração sobre rodas, como os “EE-9 Cascavel” e “EE-11 Urutu” da Engesa S/A. Outro exemplo de modelo americano adquirido neste contexto bélico de interesse global foi o “destacado” M-4 Sherman, tanque médio americano que foi o principal tanque utilizado pelas forças americanas e seus aliados durante a Segunda Guerra Mundial. Este foi construído em várias plantas metalúrgicas dos EUA a partir de 1941, sendo imediatamente alocado nas próprias linhas do U.S. Army e ainda sendo repassado a seus aliados através do Lend-Lease Act como os países do Commonwealth, a resistência francesa e polonesa e o Brasil. O EB em 1941 recebeu 53 tanques M-4 Sherman via Lend-Lease Act, mas estes não foram utilizados por nossas tropas (FEB) em solo europeu, ficando a cargo destes tanques a defesa do próprio território nacional, contra possíveis invasores do Eixo. Em 1950 mais 30 tanques Sherman foram agregados ao arsenal brasileiro através do Programa de Assistência Militar com os EUA. O Brasil recebeu um total de 53 tanques Sherman sob Lend-Lease Act, em 1941, todos equipados com a arma de 75 mm. Estes tanques não foram utilizados pela Força Expedicionária Brasileira na Itália durante a guerra, mas enviada diretamente para defender o Brasil (http://en.wikipedia. org/wiki/Lend-Lease_Sherman_tanks). 18 O EB utilizou os M-4 Sherman até 1979, sendo estes substituídos por tanques M-41 Walker Bulldog. Após sua desativação em 1980 os M-4 Sherman passaram por processos de conversão. Visando atender as necessidades de carros especializados, o Centro Tecnológico do Exército (CTEx) e a empresa Moto Peças S/A, desenvolveram a partir do chassi do M-4 Sherman, uma viatura blindada especial de engenharia de combate, agora denominada M-4A1, foram produzidas apenas 11 unidades das 83 possíveis (M-4 não sucateados), pois seu desempenho foi considerado insatisfatório pelo EB e o projeto foi cancelado. Durante os anos 50 a Fábrica Nacional de Motores (FNM) produziu o modelo FNM D-11000 (projeto licenciado pela Alfa Romeo da Itália) que foi incorporado pelo EB e participou do engajamento do EB na crise do Suez em 1956. Embora nas areias do deserto este caminhão tenha encontrado bastante dificuldade de operação a serviço de nossas tropas na “Força de Emergência das Nações Unidas” – criada a fim de garantir o cessar fogo e evitar novos conflitos entre árabes e israelitas – este se manteve na ativa. Algumas versões destes “descontinuados” caminhões seguiram nas fileiras do EB até pelo menos o final dos anos 90. Ele chamou a atenção do Exército Brasileiro, por possuir diversas inovações em relação aos modelos americanos em uso, razão que o levou a ser adquirido em grandes quantidades, visto que até os dias de hoje algumas unidades, principalmente de Intendência e Logística ainda o empregam com sucesso (BASTOS). A Willys Overland Motors de Ohio – EUA, produzindo em sua planta no Brasil, em larga escala, já a partir de 1954 o veículo M-38 A1 modelo utilizado por várias forças militares e conhecido como “jipe” (0031, 0032) e a versão “pickup” (pickup Willys) lançada em 1961, passaram a ser gradualmente adquiridas pelas nossas forças armadas. Esta “pickup” teve uma versão militar da denominada também F-85 quando fabricada pela Ford, ganhou o pitoresco apelido de “Cachorro Louco”, substituiu a partir de 1962 os modelos Dodge WC-67 (importadas) remanescentes da Segunda Guerra. Foi utilizada pelo Exército, servindo para o transporte de pessoal e carga e foram utilizados com equipados acoplados como metralhadoras ou canhões, em inúmeras versões como ambulâncias, viatura da polícia do Exército, lançadores de foguetes, artilharia móvel ligeira, entre outras aplicações, como viatura da polícia do Exército, tem papel destacado nas operações urbanas da repressão impostas pelo regime militar. 19 Mesmo antes do “derradeiro golpe militar” no Brasil, a experiência de assistência militar entre nossos governos e os Estados Unidos, não parou nas aquisições via Lend-Lease Act, pois no final da década de 50, o nosso Exército pactuou o acréscimo de um “prestigiado” veículo militar às suas fileiras o M-41 Walker Bulldog. O M-41 Walker Bulldog é um “imponente” tanque de combate, “ligeiro ou leve”, fabricado nos Estados Unidos com sua produção seriada, iniciando-se em 1951 este tanque deveria ser de múltiplo emprego e capaz de atender a várias missões no campo de batalha. O tanque, como em outros casos, tinha que atender a vários requisitos: ser capaz da luta anticarro com uma arma poderosa, sendo leve e com alguma capacidade anfíbia para fornecer o desembarque rápido de tropas, e ter um tamanho reduzido para proporcionar o embarque em unidades aerotransportáveis (http://es.wikipedia.org/wiki/M41_Walker_Bulldog). Devido a estes requisitos de multitarefas (antitanque, artilharia ligeira e capacidade aerotransportável) foi adotado pelas forças americanas no conflito no Vietnã e foi exportado para muitos outros países, como Espanha, Guatemala, Chile, Tailândia, Taiwan, Filipinas, Líbano, Tunísia, Dinamarca, Bélgica, Áustria, Nova Zelândia, etc. Através de um programa de assistência militar acordado em 1959, o Brasil adquiriu cerca de 340 unidades deste modelo a partir dos anos 60, tornando o tanque M-41 Walker Bulldog o principal carro de combate de nosso Exército e sua adoção nas fileiras do EB, representou um salto operacional e tecnológico sem precedentes na época. Durante os eventos que desencadearam na “revolução” ou “golpe” militar de 1964 em nosso país, estes blindados foram usados pelos “militares” para proteger os locais estratégicos do governo, assim como também desempenharam um destacado papel “simbológico” nestes eventos e ocupações, estacionados ou locomovendo-se pelas ruas, estradas e avenidas do país. Durante essa agora revitalizada, harmoniosa e fraternal “relação” entre o governo americano e nossos militares, na presidência Lyndon Johnson e no governo Castello Branco, já em 1965 o Exército do Brasil participou das operações de intervenção na República Dominicana, comandadas por “americanos”. Com seus próprios equipamentos foi convidado para participar das operações “americanas” no 20 então Vietnã do Sul, com envio de tropas, porém nossos generais declinaram desta possibilidade, enviando apenas recursos logísticos. “O governo brasileiro já providenciou o envio de café e medicamentos para o Vietnã, através da Cruz Vermelha Brasileira” (BIAGI, 2004). Enquanto isto no Brasil o Toyota Bandeirante alcançou 100% de nacionalização em 1968 e foi amplamente utilizado por nossas forças armadas como utilitário, o nosso Exército conta ainda com cerca de 1200 destes veículos deste modelo para várias funções. Assim como o Bandeirante, neste período também foram integralizados os “utilitários pesados” Mercedes, os quais foram adquiridos em vários modelos da Mercedes-Benz do Brasil, que ainda estão na ativa em nosso Exército. Assim como os caminhões Unimog-Mercedes, caminhões importados e de específico emprego militar. Durante este período de um complexo cenário de “guerra fria” e de uma ditadura militar vigente e movimentos guerrilheiros de “esquerda” operacionais no Brasil do final dos anos 60 (guerrilha urbana) e início dos anos 70 (guerrilhas rurais) vale destacar que estes equipamentos militares (armas, veículos, helicópteros, etc.) sejam os de manufatura nacional ou os oriundos do mercado exterior foram amplamente empregados pelo EB nas campanhas de combate aos guerrilheiros subversivos, principalmente na Guerrilha do Araguaia. “Num total de 63 armas longas para 71 guerrilheiros; contra isso havia quase dois mil homens com fuzis FAL e submetralhadoras” ... “Só se deslocam em estradas e picadas e usam muito helicóptero, fazendo com que a guerrilha saiba de antemão de sua aproximação” (http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerrilha_do_Araguaia). Já durante nossa “lenta, gradual e segura abertura política”, cabe destacar que em 1978 um programa de modernização dos M-41 Walker Bulldog foi desenvolvido pelo EB, cabendo à empresa paulistana Bernardini S/A Indústria e Comércio a modernização de canhões, armas e estrutura e à empresa Novatração Artefatos de Borracha S/A a modernização das lagartas ou esteiras destes veículos. Os “recondicionados” Walker Bulldog, de modernização nacional eram agora designados M-41 Caxias e tiveram sua vida operacional estendida até nossos dias. Atualmente (século XXI) estão sendo desativados e alguns foram vendidos pelo EB ao Exército uruguaio. Outro veículo iconográfico incorporado às nossas forças terrestres já sob o julgo dos governos militares ditatoriais, também através dos programas de ajuda 21 militar, entre este governo brasileiro e os Estados Unidos, foram “negociados” e recebidos durante as décadas de 60 e 70 algo em torno de 600 “Viaturas Blindadas de Transporte de Pessoal” (VBTP) de designação M-113. Um veículo anfíbio sobre esteiras levemente blindado, projetado pela Food Machinery Corp (FMC), no final de 1950, nos Estados Unidos, com 584 unidades alocadas no Exército em brigadas de infantaria, cavalaria, engenharia e comunicações. No início dos anos 80 passou por um processo de atualização de modernização de sistemas e componentes e a instalação de motores fabricados pela Mercedes-Benz do Brasil, realizado pela empresa Moto Peças S/A. Ainda hoje está em operação em nossas forças e podem ser vistos atuantes nas recentes ocupações das comunidades cariocas. Como podemos observar até este momento, todo este “aparato” bélico, de procedência estrangeira, é originário do complexo industrial americano, salvo raras exceções e os nossos projetos nacionais nascem da cooperação ou cópia/variante ou modificações de projetos estrangeiros. Entre os nossos projetos nacionais originários, incorporados em nossa armada terrestre e frutos deste intercâmbio com as tecnologias oriundas desde “equipamentos importados” estão os Engesa EE-11 Urutu e EE-9 Cascavel e o Avibras Astros II, desenvolvidos a partir dos anos 70, estes “veículos de combate nacionais” serão analisados posteriormente e individualmente nesta pesquisa. Ainda neste presente anexo devemos também destacar os centros tecnológicos e os arsenais de nosso EB, que ainda realizam atividades fabris em favor do nosso Exército. Dentro desta organização militar encontra-se a Diretoria de Fabricação a qual estão subordinados o Arsenal de Guerra do Rio (AGR), o Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP) e o Arsenal de Guerra General Câmara (AGGC). O arsenal carioca, fundado em 1762, no particular de nosso estudo no século XX, produziu um “morteiro pesado”, para ser usado por nossa artilharia, projeto esse desenvolvido pelo atual CTEx e a partir de 1996 essa unidade é responsável pela produção de equipamentos “optrônicos” (óculos/monóculos de visão noturna e miras laser). Outra unidade sob controle desta “diretoria” é o AGGC, localizado no Rio Grande do Sul, na cidade de General Câmara, próximo a Porto Alegre, fundado em 1773. Atualmente atende ao EB, na fabricação de peças e componentes descontinuados no mercado para a reposição de nossos estoques, bem como peças e componentes para programas de transformação, adaptação, modernização, nacionalização ou padronização de modelos e versões, em nossas 22 armas e equipamentos e materiais de engenharia e intendência. Esta unidade ainda realiza a manutenção de armas leves (fuzis e pistolas), armas pesadas (obuses e canhões). A terceira planta industrial ainda mantida sob controle de nosso Exército, é o AGSP, localizado em Barueri – SP, fundado em 1957, este se constitui de uma estrutura industrial, capaz de atender as necessidades de produção, manutenção e revitalização do EB. Atua na produção de conjuntos de geradores e iluminação elétricos e conjuntos de redes modulares de camuflagem. Atualmente desenvolve programas de revitalização de viaturas blindadas sobre rodas como Urutu e Cascavel. Além destes, o destaque principal destas estruturas produtivas de equipamentos bélicos do EB é o CTEx, vinculado ao DCT, foi criado em 1979 nas antigas dependências do Arsenal da Urca no Rio de Janeiro – RJ, é uma instituição militar de nosso EB que tem por finalidade desenvolver projetos de materiais e sistemas de emprego militar de acordo com os requisitos e necessidades de nossas forças. Com suas pesquisas no campo militar este “centro tecnológico” tem influenciado nossa indústria com seus processos de inovação e constantes programas de aperfeiçoamento de nossos meios e equipamentos bélicos. O CTEx é diretamente subordinado ao atual Comando do Exército (antigo Ministério do Exército). A pesquisa e desenvolvimento no Exército foi institucionalizada em 1946 quando, no âmbito do Ministério da Guerra, foi criado o Serviço de Tecnologia (ST), órgão responsável pela normalização, tecnologia industrial e evolução técnico-científica do material de guerra do Exército. A partir de 1952, essa organização militar evoluiu, recebendo, sucessivamente as seguintes denominações: Diretoria de Estudos e Pesquisas Tecnológicas (DEPT), Diretoria de Pesquisas Tecnológicas (DPT), novamente Diretoria de Estudos e Pesquisas Tecnológicas (DEPT), Diretoria Geral de Pesquisas e Provas (DGPP) e Diretoria de Pesquisa e Ensino Técnico (DPET). A denominação atual, Centro Tecnológico do Exército (CTEx), foi formalizada pelo Decreto nº 84.095, de 16 de outubro de 1979. O CTEx se estruturou, então, a partir da década de 80, com três Organizações Militares Diretamente Subordinadas (OMDS): Campo de Provas da Marambaia (CPrM), Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento (IPD) e Instituto de Projetos Especiais (IPE). Em 1º de outubro de 2001, o IPE foi extinto, sendo seus acervos, linhas de pesquisa, patrimônio e pessoal absorvidos pelo IPD. Em 2005, a Secretaria de Ciência e Tecnologia (SCT) fundiu-se à Secretaria de Tecnologia da Informação (STI), dando origem ao Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT), enquanto o CPrM foi unificado ao Centro de Avaliações do Exército (CAEx) – adotando essa última denominação e passando a subordinar-se diretamente ao Departamento recém-criado (http://www.ctex.eb.br/index.php/o-ctexinstitucionalcols2/historiconossas-ori gens). 23 O CTEx é subdividido em divisões de “Armamento e Munição”, “Sistemas”, “Tecnologia da Informação” e “Defesa Química, Biológica e Nuclear” (0049). Entre os projetos desenvolvidos durante o século XX estão os dos blindados “nacionais” Cascavel, Jararaca e Urutu, posteriormente fabricados pela Engesa e a modernização dos M-41 Walker Bulldog repotencializado pela Bernardini, e transformados em M-41 Caxias, um modelo nacional de lança-chamas, também fez montagem de 200 mísseis “COBRA”, entre outros. Mais recentemente seus programas mais proeminentes estão a “arma leve anticarro” (ALAC), em parceria com a Imbel e o desenvolvimento de uma aeronave não tripulada “Vant”, em parceria com a Mectron. Ao adquirir em 1996 a fim de substituir definitivamente os M-41 Walker Bulldog, o seu sucessor americano, M-60 Patton, pela primeira vez nossa armada se equipou com um veículo de combate com sistema de visão noturna, foram comprados “usados” dos Estados Unidos 91 unidades desde poderoso “Main Battle Tank”. Neste mesmo período foram adquiridos também os “Main Battle Tank” Leopard 1, de fabricação alemã, mas comprados “usados” do Exército da Bélgica. Toda essa gama de aquisições estrangeiras, projetos nacionais e experiências de engenharia reversa forma a base de defesa de nosso EB até nossos dias atuais. Entre as armas “portáteis” de emprego de nossas forças destacamos os modelos “Mauser”, que permearam o período de transição entre os séculos e dotando nosso Exército neste período inicial do século XX. “Em 1894, a Comissão Técnica Consultiva, que estranhamente já havia deixado de lado a ideia de adotar as carabinas „belgas‟ da Mauser modelo 1889, em favor dos fuzis 88, voltou a pensar nelas como alternativa” (NETO, 2011). Desde então e até as primeiras décadas dos anos 1900 este modelo importado dotou “fartamente” nossas forças. Cerca de 75.000 armas foram entregues ao Governo. Em 1899, um inventário acusou 57.000 delas, só no Rio de Janeiro. Mas, é por volta de 100.000 armas a quantidade estimada da compra desse modelo, que desembarcaram em terras tupiniquins ainda em tempo de participar de diversos conflitos armados tais como a Revolução Federalista, a Revolta da Armada e a Guerra de Canudos, mas ainda convivendo lado a lado com as carabinas belgas Comblain e os fuzis modelo 1888. Como o Exército, na época, contava com um efetivo em tempos de paz de 28.000 homens, e cerca do dobro disso em período de guerra, essa aquisição serviu para substituir todo o estoque de armas antigas existentes (NETO, 2011). 24 Posteriormente este rifle passou a ser “replicado” durante os anos 30, os “Mauser”, fabricados em Itajubá – MG, eram a arma de dotação básica nos anos seguintes. Na década de 40 estes rifles foram empregados nas operações da FEB nas mãos de nossos pracinhas e também foram utilizados na década de 50, quando passaram a ser substituídos em parte pelas submetralhadoras INA M-1950 e pelo fuzil FN-FAL (ainda importados da Bélgica). E deu lugar definitivamente nas mãos de nossos soldados, nos anos 70, com a introdução do fuzil FN-FAL, fabricados sob licença na mesma planta industrial de Itajubá – MG, só que agora sob a “chancela” da recém-criada Imbel. Quanto às pistolas, foram usadas “réplicas” das “Colt”, fabricadas em Itajubá – MG e desde os anos 70 as dotações deste tipo no EB, são basicamente modelos “Beretta” fabricados pela própria Beretta no Brasil ou pela Taurus, como veremos mais adiante em nossa pesquisa. Além destas, algumas unidades do EB são dotadas com as pistolas de fabricação alemã Heckler & Koch. Já as metralhadoras pesadas de nosso EB são todas “importadas do exterior”, visto que não disponibilizamos de “conhecimento e tecnologia” durante este período para essa produção, sendo assim o EB é dotado com as icônicas .50 Browning de fabricação americana. Com relação a este período delimitador de nossa pesquisa, de um inicial e lento processo de modernização de nossos equipamentos, podemos destacar que neste final de século XX e no limiar desta nova era de vertiginosas transformações tecnológicas do século XXI, as dotações sejam entre veículos ou materiais bélicos defasados, sucateados e/ou obsoletos. São equipamentos militares mantidos em nossos arsenais do EB há décadas. Sendo assim, no intuito de mapear conclusivamente sobre estes equipamentos do nosso EB, com os seus números aproximados entre veículos leves e utilitários, peças de artilharia e obuses, blindados e carros de combates, presentes no serviço ativo, bem como suas possibilidades de emprego, em nossos quadros mais recentes dão conta dos seguintes números. Para a realização de intervenções militares e de supremacia territorial, os “tanques pesados de batalha”, de fabricação alemã Leopard 1, dos modelos A1 (128 unidades) e A5 (250 unidades) são os 378 veículos mais capacitados para seus pressupostos de combate presente em nossa força, o outro tanque médio presente 25 na ativa é o M-60 Patton de fabricação americana que tem cerca de 90 unidades ativas (0037). Na década de 1960, o Exército Brasileiro adquiriu centenas de unidades do carro de combate M-41 Walker Bulldog que se tornaram o principal carro de combate brasileiro. Estes são tanques leves de 23,5 toneladas, pois o sistema rodoviário e ferroviário brasileiro não comporta o translado de veículos maiores. Como o desenvolvimento de veículos nacionais, o Tamoyo e o EE-T1 Osório, foi paralisado, e o M-41 se aproximava do fim de sua vida útil, o Brasil procurou no mercado internacional veículos que pudessem substituílo. Entre as opções disponíveis, o Leopard 1 pesa 42,4 toneladas, o M-60, por exemplo, aproximadamente 56. O Exército Brasileiro selecionou o Leopard e adquiriu 128 unidades usadas do Leopard 1A1 da Bélgica com treinamento, ferramental e peças. Interferências políticas levaram a aquisição de 91 carros de combate M-60 dos EUA. Os 128 Leopards foram recebidos entre 1997 e 2000. Os M-60 e os Leopards foram os primeiros MBTs (Main Battle Tank) do Exército (http://pt.wikipedia.org/wiki/Leopard). Entre os carros de “combate leve” no serviço ativo do Exército vemos ainda os “infindáveis” Engesa EE-9 Cascavel (600 unidades) e EE-11 Urutu (226 unidades), o transporte de infantaria sobre lagartas de fabricação americana M-113 (por volta de 550 unidades). Cabe aqui destacar que destes veículos, algumas unidades do Engesa EE-11 Urutu estão operacionais no Haiti, enquanto os M-113 podem ser vistos nas ocupações das “favelas/comunidades” cariocas. Na artilharia pesada autopropulsada destacam-se os modelos americanos M-108 e M-109 “Paladin”, com cerca de 100 unidades, também foram adquiridos no final dos anos 90 o sistema de fabricação nacional ASTROS da Avibras (20 unidades), com propósitos de artilharia por saturação. Entre as armas rebocáveis, como baterias antiaéreas móveis e peças de artilharia e obuses, há nos ativos mais de 600 unidades, dentre modelos americanos (M-101, M-102 e M-114), ingleses (L118), italianos (OTO Melara), alemãs (Oerlikon) e suecos (Bosfors). Já entre as unidades de emprego geral, utilitários, destaca-se a presença de caminhões Mercedes-Benz do Brasil, entre todas as variantes são cerca de 1500 unidades, há ainda 100 unidades da Unimog {divisão de veículos espacializados} do Grupo Mercedes alemão. Há 400 unidades do caminhão militar M-35 adquiridos do US ARMY, cerca de 850 unidades do “Land Rover Defender” e 1200 unidades do Toyota Bandeirante, há ainda 318 Jeep-Willys e 115 Engesa EE-4, há ainda cerca 26 de 20 unidades do helicóptero HB-350 Esquilo, que haviam sido adquiridos nos anos 80, dos quais 15 ainda restam operacionais. A partir dos anos 2000 começou a integralizar novos equipamentos nacionais como o Agrale Marruá, o JPX Montez e caminhões Volkswagen entre outros, mas devido a delimitação de nossa pesquisa, não abordaremos estas recentes incorporações. Numa análise final sobre as dotações de nosso EB constatamos que estes equipamentos estrangeiros usados por nossa força, invariavelmente, são produtos norte-americanos, os de maior tecnologia, enquanto as armas leves e portáteis adquiridas junto a aliados “menores” da OTAN como Itália, Alemanha Ocidental e Bélgica. Constatamos, também, que a participação de nossa indústria se faz presente de maneira “suplementar” e “auxiliar” em nossa armada de combate em solo, de nossas forças militares. 1.2 MARINHA DO BRASIL Antes mesmo desta força marítima ser constituída como uma “armada naval nacional”, ainda sob regime colonial, nossa armada “metropolitana” nestas terras instaladas necessitou de uma série de benfeitorias que podem ser consideradas o primordial “elo de ligação” entre os complexos industriais fabris de emprego militar, com as atividades fim de suprir as forças militares em nosso território. Diante disto, o Arsenal estabelecido no Rio de Janeiro de 1763, para atender a manutenção e os requisitos técnicos das embarcações ali atracadas, posteriormente designado (Arsenal Real da Marinha, Arsenal Imperial da Marinha e etc.), que é atualmente o Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ), uma estrutura até hoje controlada e voltada aos interesses de nossa Marinha. Esta “tricentenária” organização militar da Marinha do Brasil, o AMRJ será analisado posteriormente em um momento próprio dentro de nosso complexo de produção de material bélico no século XX. Após a Independência do Brasil, nossa força naval agiu no combate a insurreições em nossa costa litorânea e teve papel destacado na questão “Cisplatina” e em inúmeras batalhas fluviais da “Guerra do Paraguai” apenas para referenciarmos essa sua construção institucional. A partir da proclamação republicana, o complexo naval e a Marinha do Brasil passam a ser parte de nossa pesquisa de maneira mais relevante. Os novos sistemas de metalurgia, a introdução 27 de sistemas telegráficos, novas técnicas balísticas e a aviação estabelecem um novo patamar tecnológico para as forças navais, que serão pertinentes ao nosso estudo particular. Em nossa Marinha do Brasil devemos observar que boa parte das embarcações é de fabricação nacional, produzidas invariavelmente no AMRJ e em alguns outros estaleiros periféricos. No entanto, aquelas “embarcações” mais especializadas e complexas da Marinha como os porta-aviões e cruzadores, continuaram sendo aquelas embarcações que foram adquiridas de nossos parceiros comerciais do século XX (EUA, França e Grã-Bretanha). Em sua grande parte são embarcações de segunda mão que estavam sendo desligadas de suas marinhas originárias e aqui sofreram processos de modernizações e capacitações, a fim de atender nossas maiores necessidades de emprego marítimo. Outra colocação que se faz pertinente, é o fato que a partir do século XX, com os avanços aeronáuticos, as “forças navais” necessitaram se adaptar às novas formas de combate. Atualmente está é considerada uma Armada, “autossuficiente” quando de seu engajamento em operações, visto que as “marinhas modernas” contam com suas unidades terrestres de desembarque (fuzileiros navais) e o emprego de unidades aeronáuticas como helicópteros, mísseis de cruzeiro e aviões, em suas dotações “aeronavais” embarcadas em suas plataformas oceânicas. Em nossa particular pesquisa propriamente dita, sobre a Marinha do Brasil, a análise se inicia durante um período de total paralisação e estagnação tecnológica desta força. A partir da proclamação republicana em 1889 até o início do regime “getulista” de 1930 a construção naval brasileira de cunho militar em escala industrial esteve praticamente paralisada e abandonada, com apenas embarcações integralizadas apenas para o Lloyd Brasileiro ou Marinha Mercante. A situação era precária neste período inicial republicano e os equipamentos e navios eram defasados. Em 1906 inicia-se a nossa modernização, com a encomenda de três encouraçados de blindagens maciças, equipados com grandes canhões “Dreadnought” a estaleiros ingleses, mas apenas dois foram adquiridos, devido a falta de verbas. Já durante os anos da Primeira Grande Guerra Mundial, a MB enviou algumas embarcações, matérias-primas e pilotos até o “teatro de operações europeu”, a fim de apoiar os britânicos. Em 1937 é retomada a construção de embarcações nos estaleiros do AMRJ, essas apesar de contar com 28 os novos conceitos tecnológicos do período ainda eram embarcações de menor capacidade que as produzidas pelas “potências industriais”. Durante as operações de bloqueio realizadas pela Marinha da Alemanha, no Atlântico, obrigou o titubeante Vargas a se decidir e colocou o Brasil no conflito, ao lado dos “aliados”. Embora em 1942 a nossa Marinha, ainda permanecesse obsoleta em meio aquele moderno conflito bélico, essas embarcações produzidas nos anos 30 tiveram um eficiente emprego como o navio lança-minas, NM Carioca (C-1) e encouraçado NM Parnaíba (U-17), entre outros. A partir da aliança forjada na guerra, com os programas de reaparelhamento e fornecimento de equipamentos, disponibilizados pelos americanos para a nossa Marinha, permitiu a esta se integralizar ativamente a este esforço de “guerra antissubmarina” no Atlântico Sul e em nosso litoral, na zona Central do Atlântico e Caribe. Também foi capaz de participar das operações de escolta nas costas africanas e no Mediterrâneo, inclusive com algumas vitórias em combate. Com o fim do conflito mundial, no início dos anos 50, nossa MB seguiu seu lento e gradual processo de modernização, buscando a excelência com algumas incorporações oriundas do estrangeiro como a classe de navios rebocadores “Audaz” (6 unidades) adquiridas junto ao estaleiro Holland Nautic, da Holanda, também é retomado o desenvolvimento de embarcações no Arsenal de Marinha, estes passam a ser recebidos de maneira gradual e com maior proficiência. Os navios contratorpedeiros produzidos pelo AMRJ da própria Marinha e produzidos exclusivamente para esta serão vistos mais detalhadamente na parte relativa a este Arsenal (AMRJ), no próximo capítulo, como o navio de guerra, F União (F-45) e a corveta Cv Jaceguai (V-31). Neste ponto nossa Marinha também habilita o Brasil ao status de um detentor de um navio de embarque de unidades aéreas, o “NAeL Minas Gerais” (A11) ou navio-aeródromo ligeiro “Minas Gerais”, construído pela Grã-Bretanha e operacional a partir de 1945 na “Royal Navy” com o nome de HMS Vengeance, tinha 212 metros de comprimento, capacidade de transporte de até 14 aeronaves. Em serviço na Marinha Australiana, entre 1953 e 1955, este “porta-aviões” foi comprado no governo JK, pelo Brasil em 1956, modernizado em Rotterdam na Holanda e integralizado a nossa Marinha Brasileira em 1960. Esta aquisição inacreditavelmente gerou um “mal-estar” entre a Marinha e a Aeronáutica, que não admitia a presença de aeronaves de asas fixas sob o comando da primeira. Um arranjo político dotou 29 esta embarcação da Marinha do Brasil com uma unidade da Força Aérea Brasileira (FAB). “Criado o 1º Grupo de Aviação Embarcada da FAB, com a finalidade precípua de guarnecer navios aeródromos da Marinha Brasileira” (http://pt.wikipedia.org/wiki/ NAeL_Minas_Gerais). As unidades que dotavam esta embarcação eram inicialmente os Grumman TBF Avenger, que vieram juntos ao “porta-aviões” entre 1956 a 1965, quando foram substituídos pelos Grumman S-2 Tracker, já sob o programa de melhorias idealizado pelo nosso governo militar. Também foram embarcadas unidades do North American T-28 Trojan no período entre 1963 e 1972. Entre 1987 e 1996, um problema mecânico em sua “catapulta de lançamento” o incapacitou do emprego de aeronaves “transformando” este em um “porta-helicópteros”, no final de sua vida útil embarcou algumas unidades do A-4 Skyhawk, hoje embarcados no NAe São Paulo (A-12). O NAeL Minas Gerais (A-11) foi desativado em 2001, posteriormente vendido e transformado em sucata na Índia. No início dos anos 70, enquanto supostamente no governo militar do general Médici e no governo Nixon dos EUA “tramavam ou idealizavam” a queda de Salvador Allende no vizinho Chile e tão estratégico Atlântico Sul, o governo militar, criou seu programa de desenvolvimento industrial. Este possibilitou à nossa Marinha a encomendar um projeto de uma classe de fragatas que foram construídas e montadas de forma independente tanto nos estaleiros do AMRJ quanto nos estaleiros da Vosper-Tornicroft Ltd., na Inglaterra. Também foram produzidas localmente unidades de navios de patrulha, para emprego fluvial e marítimo. Este governo ditatorial, a partir de 1980 também encomendou corvetas como a Cv Jaceguai (V-31), navios-hospital, navios-escolas, balizadores, rebocadores e de guerra como a fragata F União (F-45), todos construídos nos estaleiros do AMRJ e incorporados pela Marinha. Assim como o Exército (CTEx) e a Aeronáutica (CTA), a Marinha do Brasil também tem suas estruturas de desenvolvimento de materiais e equipamentos de emprego naval designado como IPqM. Devido as transformações tecnológicas por que estava passando o mundo havia a necessidade urgente de um centro de excelência técnica a fim de atender as exigências da nossa força naval. No Brasil, durante o governo JK, em 1959 foi criado o Instituto de Pesquisas da Marinha, que instalado na Ilha do Governador – RJ, passou a capacitar nosso país para a nova realidade da guerra naval (eletrônica, balística, engenharia etc.). A partir dos anos 30 70 passou a desenvolver pesquisas no campo energético, biológico, entre outros, além de suas pesquisas militares. Para a Marinha do Brasil esse instituto produz “minas detonantes” de emprego marítimo “Mina de Casco Temporizada” (MCT), “Mina de Fundo” (MF), propelentes e componentes para mísseis, sistemas de guerra eletrônica, sistema de defesa aéreo e navegação e aplicações digitais, até nossos dias atuais. Com relação às unidades de emprego em operações terrestres a serviço da Marinha do Brasil esta tem uma origem remota. Já em 1797 a Marinha Brasileira identificou a necessidade de criar um conjunto de forças responsável por atividades e propósitos em terra aliado dos meios navais, assim sendo, foi estabelecida na “Brigada Real da Marinha”, com funções de infantaria naval, atualmente designado Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil. No atual contexto de nossa pesquisa, os nossos “fuzileiros”, têm como recursos e equipamentos próprios para suas operações de desembarque e missões com objetivos terrestres três embarcações de grande calado, próprias para tal, sendo uma de fabricação inglesa e as demais americanas. Entre seus veículos de combate terrestre, pertencentes a estas forças estão: cerca de 50 unidades do “Assault Amphibious Vehicle” AAV-7A1, veículo de transporte de tropas sobre “lagartas” e anfíbio (americano), blindados de combate sobre rodas e pneumáticos Mowag Piranha, de fabricação suíça (30 unidades) e o blindado sobre lagartas M-113 americano (24 unidades) que estão substituindo os Engesa “EE-11 Urutu”. Este corpo especialista de nossa Marinha ainda conta com veículos utilitários Toyota Bandeirante (270 unidades) e Land Rover Defender (250 unidades) e caminhões Unimog (220 unidades), para funções utilitárias. E entre suas armas neste período estão basicamente as mesmas dotações de nossas unidades de infantaria do EB. Em 1982 foi criada pelo governo militar a Emgepron, a fim de desenvolver ainda mais a nossa indústria naval militar e estes programas passaram a ser incorporados no final dos anos 90 já sobre o novo regime democrático brasileiro. Em 1994 foi incorporada a corveta, a Cv Frontin (V-33), montada no estaleiro Verolme Estaleiros Reunidos do Brasil S/A, em Angra dos Reis – RJ. Também nos anos 90 nas instalações estatais do AMRJ se produziram e montaram os submarinos da classe “Tupi”, um projeto de origem alemã, iniciado no Brasil ainda sob regime militar, além destes, os navios-patrulha NPa Grajaú (P-40) e NPa Guaíba 31 (P-41), foram produzidos localmente (AMRJ e Inace) e também incorporados a nossa atual frota naval. Mais recentemente o destaque se dá à incorporação dos novos “usados” equipamentos adquiridos no mercado externo de equipamentos militares por nossa Marinha, como o “porta-aviões” NAe São Paulo (A-12) e os caças americanos comprados usados do Kuwait, A-4 Skyhawk, modernizados pela nossa Embraer para a MB. Concluindo, destacamos que excluímos de nossos estudos os equipamentos integralizados a nossas forças após 2000, sejam estes oriundos de nossas fábricas nacionais ou estrangeiras devido ao fato que a proposta desta pesquisa é apenas mapear o quadro deste complexo militar e industrial no século XX. 1.3 AERONÁUTICA A história dos desbravadores da aviação nacional mereceria um capítulo próprio, pois vários projetos foram realizados nesta área no início deste século, no entanto, nenhum destes projetos foi realmente voltado para a questão militar especificamente e não foram desenvolvidos por nossas organizações oficiais públicas. Sendo assim, a aviação militar do Exército chegou a ter alguns biplanos franceses e alguns “Muniz” de fabricação nacional a partir das décadas iniciais do século XX. No entanto, viu-se uma mudança radical do ponto de vista da engenharia aeronáutica. Os biplanos com estruturas de madeira foram substituídos por aviões monoplanos de fuselagem metálica, muito mais pesados que o ar, mas “potencializados” por enormes motores turboélices e capacidades de empregos multiplicadas, passaram a ser a referência em todas as potências industriais e nas forças militares que se confrontariam mais adiante na Segunda Grande Guerra. Este material aeronáutico vai ser adquirido gradualmente por nossas forças, que compartilhara esta tecnologia com indústrias de nosso complexo aeroespacial como veremos a seguir. Sendo assim, destacaremos algumas das principais aquisições da nossa FAB. Nos anos 30, durante o período getulista, com intento de dotar a MB (pois não existia a FAB) este firma um acordo para a produção local de quatro modelos de aeronaves de origem alemã da empresa Focke-Wulf Flugzeugbau G.m.b.H sob licença, que seriam montadas nas instalações da Fábrica do Galeão, mas apenas 32 algumas unidades de dois destes modelos foram montados até a entrada do Brasil na guerra ao lado dos aliados. Neste cenário em 1941, em plena grande guerra, o governo brasileiro decide pela criação de um novo Ministério da Aeronáutica. Com isto a aviação naval da Marinha, a aviação militar do Exército e o departamento de aviação civil que estavam alocados no Ministério da Viação e Obras Públicas passam a integralizar esta nova pasta, que tem sua agora a FAB como armada, integralizada pelas aeronaves das armadas aéreas extintas. O Brasil recebeu a partir de 1944 as primeiras aeronaves que comporiam sua dotação inicial para operação na Itália durante a guerra, cerca de 30 unidades do modelo Republic Aviation P-47 Thunderbolt, que foram fabricados e fornecidos pelos americanos. Destes versáteis e possantes “caças, interceptadores e bombardeiros” com motor a pistão, mais de 30 aeroplanos realizando missões, 12 foram abatidos pela artilharia antiaérea inimiga durante o conflito e ao término desta campanha militar restavam operacionais apenas 15 unidades que foram remetidas ao Brasil e integralizadas à nossa força a partir de 1946. Outro destacado modelo é o hidroavião bimotor Consolidated PBY Catalina produzido a partir de 1936 pela Consolidated Aircraft e também usado pelos americanos e seus aliados na Segunda Guerra. A partir de 1943 foram recebidos pela FAB por volta de 30 hidroaviões que eram utilizados no Brasil, em missões de patrulha e vigilância aérea do litoral brasileiro e operações “antissubmarinas”, que resultaram no afundamento de um submarino U-199 do Eixo, em águas do Atlântico Sul. Depois da guerra passaram a exercer a função de busca e salvamento no litoral e múltiplas funções (cargueiro/transporte) na bacia amazônica, foi retirado de operação em 1982. Neste período “conflituoso” também foi recebido o “Fairchild PT-19”, treinador primário monomotor americano desenvolvido e construído pela Fairchild Aircraft, que serviu os Estados Unidos e outros tantos países a partir de 1940. No Brasil, o emprego da aeronave (cerca de 100 unidades) se deu no treinamento acadêmico de pilotos entre 1942 e 1960. Além deste outro modelo fabricado nos EUA pela North American Company, o B-25 Mitchell é um bombardeiro de porte médio, utilizado em larga escala na Segunda Guerra Mundial. Foi empregado com sucesso em vários “palcos de operações” distintos como na África e Itália. Foi fornecido a países aliados “periféricos” durante este conflito, como China, Indonésia e Brasil. As 75 unidades que dotaram a FAB, a partir da década de 40 foram desativas em 1975. A aquisição 33 destes modelos específicos encerrou a possibilidade de encomendas serem realizadas pela FAB, a nossa indústria nacional então colapsou e só ressurgiria nos anos 60. Ainda também foram incorporados os modelos “Lockheed A-28 Hudson” oferecido dentro do programa Lend-Lease Act, esta aeronave americana fabricada pela Lockheed Corporation foi adquirida pelo Reino Unido (450 unidades), das quais revendeu algumas modificadas para o transporte de cargas (27 unidades) para a FAB. “… A-28 with convertible interiors as troop transports; 450 delivered to RAF as Hudson VI; 27 units passed to the Brazilian Air Force…” (http://en.wikipedia.org/wiki/Lockheed_Hudson). Estas aeronaves foram integradas e operaram em nosso território de 1942 até 1951. Logo após a guerra, a FAB recebeu com atraso, devido às necessidades americanas em suas campanhas, o Douglas A-20 Havoc que era um caça de “ataque noturno” norte-americano, interceptador e bombardeiro “leve”, utilizado na Segunda Guerra, por americanos, russos, holandeses, britânicos e canadenses. O Brasil recebeu 30 destas aeronaves após o término dos confrontos no front europeu da guerra em 1944. Sendo assim, estas não participarão dos confrontos, mantendose na ativa em nossas forças apenas até 1955, pois já estavam defasados em relação às aeronaves de emprego tanto diurno quanto noturno. Outra aeronave já obsoleta recebida nesta época foi o renomado bombardeiro Boeing B-17 Flying Fortress (Fortaleza Voadora), utilizado decisivamente pelos americanos na guerra mundial, já totalmente obsoleto foi revendido para as nossas forças nacionais em 1951 (13 unidades), aonde modificado passou a operar apenas em missões de busca e salvamento, transporte, patrulha e reconhecimento aéreo até 1968. O Gloster Meteor foi o primeiro “caça a jato” britânico e o único utilizado pelas forças aliadas durante a Segunda Guerra Mundial, fabricado pela Gloster Aircraft Company de 1943 até 1954, para a Royal Air-Force (RAF) do Reino Unido, foi revendido para Egito, Israel, Síria, Bélgica, Suécia e para os “hermanos” Brasil e Argentina (100 unidades). Em nossas forças foram incorporados cerca de 70 unidades e kits (montados na fábrica do Galeão) dos Gloster Meteor F-8 versão com assento ejetável, tecnologia inovadora para a época, estes operaram entre 1953 e 1974 na FAB. Em 1957, com a incorporação destes “novos” caças F-8 Gloster Meteor (a jato) em nossa Força Aérea, aliado a dificuldade de reposição de peças, levou a FAB a decidir pela desativação operacional dos P-47. Cabe aqui destacar 34 também que deste “espolio” deixado pelo P-47 Thunderbolt seus tubos de foguetes (sob as asas) foram retirados, recondicionados e usados pelo nosso Exército no desenvolvimento de nossos primeiros foguetes e veículos lançadores de foguetes. Sendo este o marco inicial de uma indústria nacional de lançadores de foguetes mundialmente reconhecida atualmente, como veremos mais adiante na parte relativa ao sistema ASTROS da Avibras e nos mísseis “Piranha” da AEL Sistemas. Em 1956, em um grande salto rumo à modernização, o Brasil adquire seus T-33 fabricados pela “gigante” do setor aeroespacial americano Lockheed Corporation, o caça Lockheed T-33 Shooting Star foi utilizado pelas forças aeronavais da Marinha e Força Aérea Americana, foi vendido para cerca de 30 nações “amigas” de Washington, como Brasil, Turquia, Tailândia, Holanda, Grécia, México, etc. Também foi produzido pelo Canadá (CT-133), com vendas para os países da América Latina, também aliados como a Bolívia. Em nosso particular estudo, no Brasil, esses “eficientes” jatos entraram em operação em 1956. E no ano de 1967, um desses exemplares se envolveu no “ruidoso acidente aéreo” que vitimou o ex-presidente Castelo Branco, apenas três meses após este deixar a presidência, quando um caça T-33 “Shooting Star” da FAB atingiu a cauda do bimotor Piper PA-23 Aztec que o transportava. Com a crise do petróleo esses grandes consumidores de combustíveis, de reatores obsoletos, foram desativados pela FAB em 1975. Outro modelo adotado da “gigante” Lockheed pela FAB foi o seu projeto desenvolvido especificamente para realizar missões de patrulha marítima e AntiSubmarine Warfare (ASW) ou guerra antissubmarina a pedido da Marinha Americana, o Lockheed P-2 Neptune, que teve sua produção iniciada em 1946 e foi utilizado por esta organização militar (US Navy) e exportado para vários países a partir de 1947. No Brasil, em 1958, a FAB adquiriu 14 unidades “usadas” deste modelo oriundas da RAF britânica, aonde atuou até 1976. Em 1959 a FAB adquiriu os Neiva P-56 Paulistinha, fabricado pela Indústria Aeronáutica Neiva, aeronave monomotor leve de utilidade e ligação, que veremos mais detalhadamente na parte relativa à nossa indústria aeronáutica. Na década de 60, já sob o regime ditatorial militar, foram adquiridos os Cessna T-37 “Tweet” na versão civil ou de treinamento e instrução e Cessna T-37 “Dragonfly” em sua versão militar “contrainsurgência” (antiguerrilha), é um avião ainda muito usado em vários países do mundo, apesar de ter sido fabricado entre 35 1955 e 1975 pela Cessna Corporation americana. Empregado com destaque na guerra do Vietnã e na Guerra Civil colombiana esta aeronave adquirida pela junta militar, entra em operação em 1968, mas devido à falta de peças de reposição e fadiga do material “contrainsurgência” teve pelos de ser substituído modelos nacionais, em 1978 Neiva nas T-25 missões de Universal e, posteriormente, o Embraer EMB-312 Tucano, que serão analisados em momento oportuno. Em 1968 passou a ser incorporado aos quadros da FAB na instrução básica e treinamento o Aerotec T-23 Uirapuru. No total foram vendidos 100 destas aeronaves para a FAB, que também será analisada mais adiante, na parte relativa à nossa indústria aeronáutica nacional. Desenvolvido pela De Havilland Aircraft Company canadense, que o produz desde 1965, o De Havilland DHC-5 Buffalo é um avião utilitário de médio porte, com destinação militar, podendo transportar mais de 50 paraquedistas ou transportar carros de combate leve entre outras utilidades como resgate de feridos, que pode abrigar cerca de 20 macas em sua versão ambulatório. Em nossa realidade aérea brasileira, esta aeronave talvez seja o mais icônico e representativo avião a serviço de nossas forças, tamanho foi seu emprego em missões “aerotransportáveis” da bacia amazônica até o continente antártico. As 24 aeronaves DHC-5 “Buffalo” de nossas asas cruzaram nossos céus de 1968 até o recente ano de 2008 quando foram substituídos pelos CASA C-295, fabricados na Espanha pelo consórcio europeu EADS. O mesmo vale para os “gigantes” Lockheed C-130 Hercules, adquiridos a partir de 1964 por nossa junta militar e que tinham as mesmas funções básicas do “Buffalo”, porém em maior escala, das 29 unidades engajadas durante a metade final do século XX restam 23 ativas. Muitas destas aeronaves “importadas” recebidas a partir dos anos 40 e desligadas de nossas forças passaram por processos de desmonte e “engenharia reversa” nos centros de tecnologias do Brasil como ITA e o CTA (hoje DCTA). E estes conhecimentos obtidos são os fundamentos de nosso primeiro “grande” projeto nacional neste setor, que após ser desenvolvido é denominado “Bandeirante” e leva o nosso governo militar decidir pela fundação da Embraer a fim de iniciar sua produção em 1969. Dentro do Estado-Maior da Aeronáutica existem alguns centros, departamentos e divisões que devem ser destacados aqui, devido as suas destinações, quanto ao nosso tema, que é o “material bélico” desta força. 36 Primeiramente o Centro de Catalogação da Aeronáutica (CECAT), responsável pela padronização dos equipamentos de nossa força e racionalizando os inventários de peças e itens, e seu aproveitamento nos processos de modernização desenvolvidos pela FAB. Há também a “Diretoria de Material Aeronáutico e Bélico” (DIRMAB), que tem como atividade fim o controle, a manutenção, o armazenamento e a distribuição dos equipamentos e armas da FAB. O Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), que tem como missão desenvolver pesquisas e inovações no campo aeroespacial e em nossa realidade local, tem o controle dos parâmetros necessários à indústria aeronáutica e aeroespacial nacional através de seus processos de homologação e requerimentos e especificações para o emprego de equipamentos militares com alto grau de complexidade como aviões e mísseis em nossas forças aéreas e aeronavais e na certificação e homologação do mercado civil. Criado pelo Decreto nº 5.657, de 30 de dezembro de 2005, através de uma reestruturação organizacional entre o antigo Centro Técnico Aeroespacial e o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) é o órgão do Comando da Aeronáutica ao qual compete a consecução dos objetivos da Política Aeroespacial Nacional para os setores da Ciência, Tecnologia e Indústria e a contribuição para a formação e condução da Política Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais. Com sede em São José dos Campos – SP, o DCTA é formado por 10 organizações militares, nas áreas de ensino, pesquisa, desenvolvimento e de infraestrutura e apoio operacional, estando algumas de suas OM‟s localizadas em outras regiões do país, como o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão. Através dos seus quatro institutos (ITA, IAE, IFI e IEAv), o DCTA vem realizando atividades técnico-científicas de alto nível, nos mais diferentes campos da pesquisa tecnológica aeroespacial, participando, assim, de importantes projetos da indústria nacional, e contribuindo de forma acentuada para o desenvolvimento da região, considerado o mais importante polo de indústria e tecnologia aeroespacial do Brasil. Com a reestruturação implantada, esses institutos – engenharia, aeronáutica e espaço, fomento à indústria e estudos avançados – passaram a ser subordinados diretamente ao novo Comando, tornando mais ágeis os processos do antigo Centro. Além do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), ainda fazem parte do organograma do DCTA o Grupo Especial de Ensaios em Voo (GEEV), o Centro de Preparação de Oficiais da Reserva (CPOR-SJ), a Prefeitura de Aeronáutica de São José dos Campos (PASJ) e o Grupamento de Infraestrutura e Apoio de São José dos Campos (GIA-SJ), unidade ímpar na Força Aérea Brasileira (FAB), que tem a missão de prover apoio de saúde, segurança, alimentação e administrativo a toda a Guarnição de Aeronáutica de São José dos Campos (Guarnaer-SJ). Em meio século de história, o CTA, hoje Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), conquistou o reconhecimento da comunidade científica internacional, sendo considerado um dos mais importantes centros de ensino, pesquisa e desenvolvimento aeroespacial da América Latina e do mundo (http://www.fcmf.org.br/sitenovo/cta.php). 37 Há ainda o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) que realiza os testes e provas das aeronaves e armamentos aeronáuticos (foguetes) desenvolvidos pela indústria nacional, bem como suas homologações, para emprego tanto civil como militar. É através destes institutos (ITA, IAE, IFI e IEAv) já a partir de 1946 que o CTA (atualmente DCTA) realiza sua integração ao complexo industrial militar aeroespacial, seja as empresas de personalidades jurídicas distintas como as público/privadas, privadas, públicas, bem como aquelas que foram extintas, incorporadas ou privatizadas. Foram nestes núcleos tecnológicos e complexos militares de destinação aeroespacial em “parceria” com as empresas nacionais (Embraer, Avibras, Mectron, Gespi, etc.) que se estabeleceram os padrões e requisitos que moldam tanto nossa indústria aeronáutica quanto nossa Força Aérea. Nos anos 70, o Brasil sob seus “anos de chumbo”, adquiriu uma aeronave considerada um dos mais eficientes caças de combate de sua época devido ao seu êxito nos conflitos árabes-isralenses nos anos 60, os supersônicos Dassault Mirage III fabricados pelos franceses da Dassault Aviation e vendidos para várias nações ao redor do mundo a partir de 1961, como Israel, Paquistão, Argentina, Chile, Venezuela, entre outros. Foram incorporados em nossa FAB os Dassault Mirage III “F-103” (32 unidades) que foram operados como “caça interceptador” de 1972 até 2005, substituídos pelos Mirage 2000. Ainda na ativa e atualmente o equipamento de ataque padrão de nossa força de elite, o Northrop F-5 (em várias versões) foi recebido a partir de 1975. Este “grande sucesso” do segmento industrial militar aeronáutico americano foi introduzido comercialmente no início da década de 60, este eficiente caça de combate extremamente ágil e manobrável teve grande eficiência no emprego em “campo de batalha” no Vietnã e no Oriente Médio. Introduzido no Brasil em 1975 a FAB recebeu seus F-5 adquiridos em dois momentos distintos. O primeiro lote foi encomendado no início dos anos 70 direto da fábrica no valor de US$ 115 milhões e o segundo lote negociado durante o governo Reagan em 1988, com unidades usadas ex-USAF (United States Air-Force) ao preço módico de US$ 13,1 milhões. O emprego destas aeronaves na defesa de nosso país é muito importante até hoje. No início dos anos 90 iniciou-se um processo de modernização realizado pela Embraer e AEL Sistemas que transformou um caça originalmente de terceira 38 geração em um de quarta geração, com aviônicos, eletrônicos, sistemas de armas, radares e trem de pouso, atualizados. O F5BR (F5M) é uma versão brasileira modernizada do caça F-5 Tiger II empregada na Força Aérea Brasileira. O projeto F5BR (posteriormente chamado de F5M) foi realizado pela Embraer, na cidade de São José dos Campos, em São Paulo, e pela AEL Sistemas, subsidiária da israelense Elbit, a pedido da FAB e teve custo de US$ 285 milhões. O projeto consistiu na aplicação de aviônicos de última geração, atualização dos sistemas de navegação, armamentos e autodefesa, inclusive com equipamentos recentes de contramedidas eletrônicas. A modernização destes caças foi uma alternativa ao Projeto FX original do governo Brasileiro a fim de conseguir um sistema de defesa aérea efetivo na segurança aérea brasileira. Ela inclui a última tecnologia disponível, com a capacidade técnica de ambas empresas para desenvolver a solução certa para os cenários operacional e orçamentário da Força Aérea Brasileira. São aproximadamente 60 caças F-5E/F que serão atualizados e irão assegurar a sua vida operacional por mais 15 anos (http://pt.wikipedia.org/wiki/ Northrop_F-5E_Tiger_II). Esta versão nacionalizada e atualizada/modernizada está programada para se manter em atividade na FAB até por volta de 2030. Em outras forças armadas ao redor do mundo a processos semelhantes de atualização de seus F-5 como Irã, Turquia, México e Chile. Com o estabelecimento da Embraer e o estímulo maçivo do regime militar nesta, começaram a surgir projetos “nacionais” nos esquadrões e unidades da FAB a partir do início dos anos 70, o Embraer EMB-326 Xavante, que era uma “réplica” do italiano Aermacchi MB-326, que havia sido produzido em 1962 e foi construído sobre licença no Brasil para dar “know-how” a nossos “engenheiros” na fabricação de aviões de combate. Outro exemplo desta presença da Embraer nesta nova etapa da FAB foi o EMB-121 Xingu, incorporado em 1976, além destes na década de 80, há os EMB-120 Brasília e EMB-312 Tucano e o AMX International, mas todos estes projetos terão destaque mais adiante em nosso estudo. Na parte relativa a aeronaves de asas rotativas na FAB destacamos o Bell UH-1 Iroquois “Huey”, fabricado a partir de 1960 pela americana Bell Helicopter Textron, esse que é talvez o mais “reconhecido” helicóptero militar já produzido no mundo, devido a sua participação na guerra do Vietnã. O Brasil que passou a receber unidades deste modelo a partir de 1971 ainda conta com cerca de 30 destas aeronaves de asas rotativas da FAB. Atua em missões de ataque, no deslocamento de tropas “aerotransportáveis”, salvamento e resgate em combate. O outro relevante 39 helicóptero de dotação de nossa FAB, durante o século XX, é o Helibras HB-350 Esquilo, que será analisado na parte relativa à nossa produção local. Vale destacar que no período 1986/87 a FAB adquiriu quatro aeronaves Boeing 707 que estavam sendo substituídas pela VARIG. Destas unidades, três foram convertidas em unidades de abastecimento aéreo nos EUA e uma foi destinada para o “transporte VIP e presidencial”, esta posteriormente foi apelidada de “sucatão”, devido a alguns incidentes em voo, foi substituída do serviço presidencial durante o governo Lula, mas ainda segue nos quadros ativos da FAB, assim como as demais unidades de “reabastecimento aéreo”. Além destes destacamos aqui que entre os equipamentos utilizados em nossas aeronaves destacam-se as cópias dos “canhoneiros” franceses DEFA, reproduzidos no Brasil pela Bernardini para vários modelos da FAB. Mísseis e foguetes são geralmente adquiridos junto aos mesmos complexos estrangeiros desenvolvidos e fornecedores das aeronaves, em “pacotes fechados” e há também projetos nacionais que são via de regra reproduções de tecnologias já ultrapassadas, oriundas de nossos principais parceiros (americanos e franceses), como o programa de criação do MAN-1 ou nosso “Exocet” brasileiro da atualidade, além dos projetos de foguetes e mísseis fornecidos pela Equipaer, exclusivamente para a FAB e outras empresas como: Avibras, AEL e Mectron. Atualmente, lentos e arrastados processos de aquisições e modernizações de nossas armas estão sendo realizados, embora as políticas públicas não sejam satisfatórias para o segmento. Entre nossas principais dotações atuais da FAB, advindas do século XX, mas ainda em uso do serviço ativo, destacamos então estas aeronaves, algumas estão “modernizadas” e outras em fase de desligamento. Citaremos genericamente essas aeronaves quanto emprego e unidades ativas. Entre as aeronaves atuais em números aproximados de ativos, destacamos no emprego de ataque ligeiro e leve os Northrop F-5 americanos (50 unidades) e os “AMX Internacional A1” montados pelo consórcio ítalo-brasileiro realizado nos anos 90, também com cerca de 50 unidades em operação. No emprego de guerra “antiinsurgência”, patrulhamento e treinamento há ainda cerca de 100 aeronaves EMB312 Tucano. Produzidos nos anos 80 pela Embraer estão sendo gradualmente substituídos pelos seus sucessores “Super Tucanos” a partir do século XXI. De fabricação nacional para os serviços utilitários há cerca de 70 unidades dos Embraer EMB-110 Bandeirante e 12 unidades modificadas para “patrulha marítima” e guerra 40 “antissubmarina” EMB-111 Bandeirulha. Para o treinamento acadêmico de nossa Força Aérea ainda estão ativos os Neiva T-25 Universal (cerca de 80 unidades), destinadas à instrução inicial dos pilotos. Há ainda cerca de 20 unidades do utilitário Cessna 208 Caravan americano e os Embraer EMB-810 Seneca, fabricados sob licença da Piper americana. Os helicópteros Bell UH-1 Iroquois e Bell 206 “Jet Ranger” são as unidades de “asas rotatórias” integradas neste período específico da pesquisa e ainda ativos. 1.4 FORÇAS POLICIAIS A origem histórica de nossas forças coercitivas ou “policiais” datam mesmo antes da vinda da realeza portuguesa ao Brasil, pois em 1775 já havia em terras mineiras (atual Ouro Preto – MG) um regimento de cavalaria regular (mercenários) considerada a mais antiga força militar de patrulhamento, responsável pela manutenção da ordem pública nestas áreas durante esta época de intensa extração de minérios valiosos como o ouro. O estabelecimento de forças coercitivas, de constituição estatal data de 1809 com a instituição “Guarda Real de Polícia”, por Dom João VI. Durante os períodos regenciais, com a sua frequente instabilidade, o ainda então Ministro da Justiça, padre Antonio Diogo Feijó, estabelece a ideia de “corporações de guardas municipais permanentes”, a fim da preservação da ordem. Primeiramente instala-se uma corporação no Rio de Janeiro e posteriormente nas demais províncias. A ideia de Feijó foi aceita e no dia 10 de outubro de 1831 foi criado o Corpo de Guardas do Rio de Janeiro, através de um decreto regencial, que também permitia que as outras províncias brasileiras criassem suas guardas, ou seja, as suas próprias polícias. E a partir de 1831, vários Estados aderiram a ideia e foram montando suas próprias polícias (SOUZA, 2008). Nossa pesquisa ganha vulto com a proclamação republicana e o advento do século XX. Estas forças coercitivas estaduais constituíam uma força militar de representatividade semelhante a um Exército de caráter e escala estadual. Estas forças compravam e se supriam de equipamentos de forma independente e a “revelia” do governo central brasileiro, apesar deste governo federal ter feito algumas 41 doações de rifles “Mauser” usados pelo EB a essas forças estaduais no início do século. Muitas delas foram equipar as Polícias Militares de alguns Estados, como o do Rio de Janeiro, que mesmo nos anos 90 ainda eram vistas nas mãos de integrantes da PM daquele Estado. Este fuzil passou a ser denominado aqui como Mauser modelo 1908 (NETO, 2011). Diante deste e outros fatos, em vários momentos deste período inicial do século, estas se confrontaram com as Forças Armadas da “República” de modo equivalente. Em 1921 a Polícia Militar do Rio de Janeiro adquire duas Automitralleuse White 4x2, e em 1924 os primeiros “blindados sobre rodas” brasileiros foram montados no Quartel da Luz em São Paulo – SP e “batizados em fogo” na revolução do mesmo ano no lado paulistano, ao mesmo tempo unidades da polícia militar paranaense entravam em combate na fronteira paulista ao lado de tropas federais. Já em Pernambuco em 1928 sua Força Pública do Estado também operou veículos motorizados, assim como alguns veículos foram operados por “militares estaduais paulistas” em 1932. Em 1930 durante o engajamento revolucionário orquestrado por Getúlio Vargas algumas destas forças policiais estavam devidamente equipadas para o enfrentamento de tropas federais, no lado do levante “getulista”. “O apoio dos principais comandantes da Brigada Militar, milícia estadual tão bem equipada quanto às forças do Exército estacionadas no Estado. Em Minas, a Força Pública também estava pronta para a luta” (http://antoniolassance.blogspot. com.br/2010/10/ destaques_26.html). Em 1935 a Polícia Especial de São Paulo operava blindados holandeses e motocicletas “blindadas” de fabricação belga. Durante a “intentona comunista” de 1935 no nordeste brasileiro ocorreram combates entre militares rebeldes sitiados em Natal – RN e forças policiais da Paraíba e Rio Grande do Norte, que utilizavam recursos e equipamentos próprios nestes embates. Após este período de constantes “tensões entre forças militares”, com a Constituição Federal de 1946, as corporações militares dos Estados passam a ser designadas Polícia Militar, salvo no Rio Grande do Sul, aonde foi mantido a designação Brigada Militar, e suas dotações e equipamentos passaram a seguir um mesmo modelo. 42 O surgimento de fábricas de revólveres, carabinas, rifles e munições como a CBC, Taurus, Rossi, INA entre outras no início do século, que fabricavam reproduções de modelos estrangeiros, estas invariavelmente abasteceram os “guardas” de nossas forças policiais, dando ao país, autossuficiência, no emprego de armas leves, de produção nacional a partir do final dos anos 40 e início dos anos 50. O mesmo vale para a instalação das indústrias de veículos automotores de capital estrangeiro que se instalaram no Brasil, principalmente a partir dos anos 50. Essas montadoras, Ford Motors (Corcel), Volkswagen (Fusca), Willys Overland (Rural Willys) e Mercedes-Benz (Caminhões) abasteceram nossas forças policiais com suas “viaturas” e, posteriormente, nos anos 70, a Toyota (Bandeirante) e a Chevrolet (Veraneio e Opala) se uniram a estas neste fornecimento de unidades automotoras para as Polícias Militares e Civis subordinadas aos seus respectivos Estados e as Polícias Federal e Rodoviária Federal, subordinadas a União. Destacamos ainda o papel destas forças, que durante os anos anteriores ao regime militar e após a instalação deste “golpe” exerceram papéis distintos, porém destacados em nossa história. As forças paulistas se engajaram em movimentos insurgentes na defesa dos interesses de seu Estado como já havíamos citado e a Brigada Militar que teve destacada participação nos esforços na campanha da legalidade em 1961, por exemplo. Mas já a partir do golpe militar de 1964 as forças policiais estaduais passaram a ter o controle “atrelado e subordinado” ao comando de nossas Forças Armadas. De suma importância em nosso estudo, destaca-se que em 1967 o regime militar cria a Inspetoria Geral das Polícias Militares (IGPM), órgão subordinado ao EB que a partir de então tem o objetivo de coordenar e controlar as Polícias Militares dos Estados de nossa federação. Em 1970 a Polícia Militar paulista combateu a guerrilha rural encampada por Lamarca em várias ocasiões no “cerco militar” estabelecido pelo EB, no Vale do Ribeira, região sul deste Estado. Em 1971 agentes da Polícia Federal e da Polícia Militar da Bahia participaram dos esforços militares que terminaram com a morte de Lamarca. 43 Já a partir da Constituição Federal de 1988 esta “Inspetoria/Agência”, a IGPM, ainda subordinada ao nosso EB, passa a ter como atribuições, regular os aspectos e ações relativos aos efetivos equipamentos e todo material bélico de emprego em nossas polícias e corporações de bombeiros militares, de jurisdições estaduais. Dentre os equipamentos de uso de nossas forças policiais, regulados pela IGMP destacam-se: armamentos, munição, material e equipamentos motomecanizados, material de comunicações, material de emprego em guerra química, aeronaves e embarcações e materiais de engenharia de campanha que podem ser empregados por nossas forças coercitivas pertencentes aos Estados da União. Devido a este fato, abordaremos algumas destas instituições policiais, de modo mais apartado, destacando seus equipamentos de dotação básica, em suas atividades operacionais durante os períodos relativos às décadas de 60, 70, 80 e 90, embora já esteja explicitado que estas dotações de nossas forças estaduais são basicamente supridas pela indústria nacional. Já a nossa Polícia Federal tem uma tendência de incorporar alguns exemplares de armas importadas, como também veremos a seguir. Nas armas leves como já citamos, as modelagens produzidas pela INA, Taurus e a Fábrica de Itajubá (hoje Imbel) foram largamente usados nestas forças policiais durantes essas décadas, assim como as munições da “nossa” CBC. Mais recentemente os modelos do fuzil FN-FAL da Imbel e o AR-15 de fabricação americana e as pistolas Beretta/Taurus também passaram a fazer parte desta dotação básica. Quanto aos veículos, usando como paradigma as dotações tanto da Brigada Militar do Rio Grande do Sul, a Polícia Militar do Estado de São Paulo e a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, nos anos 50 foram usados Volkswagen Fusca; nos anos 60 apontamos a presença dos modelos Ford Corcel, os Fuscas e as Rural Willys, em forças paulistas e na Polícia Rodoviária Federal. Já nos anos 70 os destaques foram os veículos da Chevrolet do Brasil (General Motors) Chevrolet Veraneio, utilizados amplamente por todas as forças como “camburão” e o Opala utilizado como viatura tática de combate ao crime. Nos anos 80 o Volkswagen Gol e outros e a “pickup” Chevrolet D-20 são destaques nestas forças policiais. Com o incremento e multiplicação dos modelos oferecidos pelo setor automotivo nacional a partir dos anos 90 essas forças policiais ganharam uma maior “variação” em suas aquisições de veículos automotores. Mesmo assim é notada com destaque a 44 utilização das “caminhonetes” Blazer e S-10 da Chevrolet, tanto em nossa Polícia Federal e Rodoviária Federal, quanto em nossas forças policiais estaduais. No período final da ditadura militar, nos derradeiros anos dos anos 80 e início dos anos 90, com o incremento nas dotações do crime organizado nos grandes centros urbanos, algumas forças policiais necessitaram adotar “novos” equipamentos de requisitos específicos como os veículos de “emprego blindado urbano” apelidados de “Caveirão”, estes foram e são montados por algumas empresas brasileiras como Ceppe e Bernardini, para este tipo de força militar, sob chassis de “caminhões” Ford, Volks ou Mercedes em nosso território nacional, para serem utilizados no combate ao crime. Há também o uso de unidades aéreas de asas rotatórias, geralmente helicópteros HB-350 Esquilo, fabricados no Brasil pela Helibras, mas há também alguns modelos americanos fabricados pela Bell como os Bell UH-1 Iroquois e o Bell 206 “Jet Ranger” em algumas forças policiais. As polícias militares do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais foram pioneiras na utilização do helicóptero como fator inibidor do crime. Hoje, as corporações do Distrito Federal e dos Estados do Acre, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Roraima, Tocantins e Santa Catarina, além da Força Nacional de Segurança Pública e da Polícia Federal, operam com aeronaves Esquilo (BENI, 2011). Também devemos destacar que atualmente essas forças fazem o uso de equipamentos como capacetes, escudos, armas não letais e armas químicas leves que são produzidos por empresas “nacionais” como Inbrafiltro, Condor e Taurus. 1.5 MERCADO CIVIL E O CRIME ORGANIZADO Ao nos dedicarmos a analisar o Brasil durante o século XX e suas armas, devemos nem que seja, de maneira sucinta, destacar como este setor fabril bélico se faz inserir dentro de nossa sociedade civil durante os conturbados períodos de nossa instável República. Esse mercado de armas que durante décadas foi livremente instalado só acabou sofrendo processos de regulamentações durante a “repressão” aos movimentos de cunho revolucionário durante o período militar. E recentemente com as campanhas de desarmamento e as proibições do comércio 45 deste setor industrial com o nosso vizinho Paraguai, devido ao fato que esta produção retornava e abastecia nosso mercado paralelo e clandestino de armas de fogo. O mercado das armas leves e portáteis em nossa esfera de estudo deve observar as seguintes questões sobre esta massiva produção. O Brasil é um dos líderes atuais deste segmento industrial bélico (pistolas, carabinas, rifles, submetralhadoras e munições), no entanto, apesar de sermos um dos líderes mundiais em produção e vendas, estas companhias (Taurus, CBC e Imbel), devido as “recentes” e “necessárias” políticas governamentais de controle desta produção e comércio, a fim de evitar o “armamento” da população, normatiza algumas regulações tanto ao seu comércio no mercado civil, quanto as exportações e ao emprego militar. Ao abordamos o mercado civil, dentro de nossa sociedade brasileira, é impossível desprezarmos a existência do crime organizado, do contrabando e descaminho na produção e comércio de artefatos de emprego militar ou bélico. Sendo assim, faremos alguns apontamentos sobre esta porção do setor produtivo de armas e com impacto direto à população civil deste país. Durante os anos 40 e 50, as gaúchas (Rossi e Taurus) e as paulistas (CBC e INA), revólveres mais vendidos, se “digladiavam” no comércio de armas leves, formado por revólveres e alguns modelos de rifles e munições para atender a demanda de consumo de nossa população civil neste período pré-regulamentação e controle de armas imposto pela ditadura militar. Logicamente essas armas também serviram os primeiros grupos (quadrilhas) de criminosos organizados nos centros urbanos e também serviram aos grupos insurgentes e revolucionários, esses também se utilizaram do modelo “Mauser” e das submetralhadoras INA, usadas no nosso EB e roubadas durante suas expropriações revolucionárias, como já descrevia Mariguella em seu manual de guerrilha. A metralhadora ideal para o guerrilheiro urbano é a INA calibre .45. Outros tipos de metralhadoras de diferentes calibres podem ser usados – com o prévio conhecimento, dos problemas de munições. É preferível que o potencial industrial do guerrilheiro urbano permita a produção de um só tipo de metralhadora, para que a munição utilizada possa ser padronizada. Cada grupo de tiro das guerrilhas urbanas tem que ter uma metralhadora manejada por um bom atirador. Os outros componentes dos grupos têm que estarem armados com revólveres calibre .38, nossa arma “padrão”. O calibre .32 também é útil para aqueles que querem participar. Mas o .38 é 46 preferível já que seu impacto usualmente põe o inimigo fora de ação (MARIGUELLA, 1969). A produção de armas leves cresceu de forma progressiva nos últimos 30 anos, principalmente durante o período da ditadura militar, mas tiveram que se voltar para o mercado civil externo, devido ao controle de nosso governo ditatorial. Muitas destas armas retornavam ou chegavam rapidamente ao país de maneira ilegal via Paraguai, Estados Unidos, Argentina e chegaram às mãos dos grupos criminosos organizados cariocas, como o Comando Vermelho e outros. As armas de vários calibres muitos destes “pesados” representaram uma mudança necessária, inclusive nas dotações de nossas forças policiais para poder manter a capacidade de enfrentamento, pois esses grupos criminosos, que logicamente sempre foram dotados de forma bastante irregular, passaram a ter um diferenciado “poder de fogo”. Apesar desta informalidade na formação de seus arsenais, segundo informações do início dos anos 90, esses grupos criminosos tinham a seu dispor alguns modelos dignos de destaque pela sua constante presença em seus arsenais, sejam estes obtidos através de “descaminho, contrabando ou importações ilegais”, algumas outras são de uso exclusivo de uso de nossas forças armadas ou coercitivas, produzidas por nossa própria indústria que seguem distintos caminhos “tortuosos” até chegar a estes grupos. Há ainda modelos artesanais ou variantes e modificações sob peças de armas corrompidas ou sucateadas. Nas armas de grosso calibre usadas por essas verdadeiras “forças paramilitares” a serviço do crime estão os modelos de fuzil AR-15 de fabricação americana e uso da infantaria do US ARMY sob a designação (M-16), o fuzil de assalto de projeto soviético AK-47 {Avtomat Kalashnikova}, em inúmeras versões ou variantes, principalmente o AKM. Essas armas foram construídas em mais 20 países no século XX, mas apenas em um no continente americano, Cuba, mesmo assim, não conseguimos identificar suas origens. Outra arma seguidamente encontrada em posse dos criminosos organizados nas comunidades cariocas no final dos anos 80 e início dos 90, no entanto de fácil verificação de procedência, era a submetralhadora UZI, fabricada pela Israel Military Industries. Desde 1948 é uma das armas mais disseminadas ao redor do mundo, principalmente por ser barata e poderosa, embora de mira deficiente, logicamente também está a serviço de criminosos. Entre outras dotações dos grupos criminosos brasileiros se encontram nossas próprias armas 47 “Made in Brazil”, o fuzil FN-FAL (e suas variantes), produzido pela Imbel. Para nosso EB, é constantemente “encontrado” junto de nossos criminosos, assim como submetralhadoras CBC/Magtech fabricadas nos Estados Unidos pela nossa “brasileira” CBC e revólveres INA e Taurus, fabricados a partir dos anos 40, também são acessórios comuns a estes grupos. Quanto aos veículos empregados pelo crime, apenas a título de ilustração e comparação junto dos demais receptores destes veículos que podem ser empregados de forma beligerante, devemos destacar ainda neste espaço, com relação aos veículos automotores usados por nossos criminosos, que estes “logicamente” apesar de serem os mesmos modelos disponibilizados no mercado regular brasileiro do século XX (Volks, Willys, Ford, Chevrolet, Mercedes e Toyota) têm diferentes “empregos” nas ações destes criminosos. Enquanto que em crimes, infelizmente “cotidianos” em nossos centros urbanos como as execuções sumárias e assaltos à mão armada são geralmente utilizadas motocicletas de baixa cilindragem. O crime organizado tem dado ênfase ao emprego de veículos de grandes proporções como caminhonetes e carros de três volumes, tipo “sedan” em ações de assaltos a banco, sequestros ou roubos de cargas. Os narcotraficantes e os traficantes de armas utilizavam aeronaves bimotores ou monomotores nas suas rotas andinas e latinas, mas atualmente no século XXI, devido ao melhor controle de nosso espaço aéreo, a FAB impossibilitou essas operações, atualmente nota-se o uso de caminhões e outros meios terrestres e iates e lanchas (meio fluvial) como principais meios de distribuição de entorpecentes e armas. Brasil tem para evitar o contrabando e a entrada de drogas e armas no país é o tamanho de suas fronteiras. São 16 mil quilômetros só por terra. Para combater o tráfico feito por via aérea, em 2004 foi regulamentada a lei 7.565, conhecida como a “Lei do Abate”, que permite que aeronaves consideradas suspeitas (que não tenham plano de voo aprovado) sejam derrubadas em território nacional. Com medo, os contrabandistas de armas e drogas que usavam o espaço aéreo para transportar suas mercadorias, voltaram a usar as rotas terrestres. Segundo a Polícia Federal, grande parte das armas e drogas também chega pelo mar (SOUZA, 2008). Ainda destacamos que segundo dados dos serviços de inteligência dos Estados Unidos, a tríplice fronteira (Paraguai, Argentina e Foz do Iguaçu no Brasil) é um dos maiores sustentáculos do crime organizado no Brasil. Sendo ao mesmo tempo o “elo de ligação” entre diversos tipos de crimes, desde o roubo de veículos 48 automotores e cargas, contrabando e descaminho, tráfico de drogas e de armas. “Dois principais centros de recepção de veículos roubados e mercadorias contrabandeadas são as Cataratas do Iguaçu do lado brasileiro e Ciudad del Este” (REX, 2003). Atualmente a rígida regulação governamental imposta ao mercado de armas para a nossa população civil engessa ao menos as vendas legais à população civil em território nacional. De acordo com estudos recentes divulgados pela organização www.ilanud.org.br, 57% das armas em circulação no Brasil estão ilegais, e segundo os dados do Instituto Sou da Paz, que desenvolve pesquisas na área, de cada dez armas apreendidas em mãos de criminosos sete são de fabricação nacional. 49 2 INDÚSTRIA DE DEFESA NACIONAL Ao nos dedicarmos a mapear e apontar os integrantes de nosso “incipiente” complexo industrial militar brasileiro, nesta segunda parcela de nossa pesquisa observamos de pronto algumas diferenciações que se fazem necessárias, dentre estas indústrias, além das distinções óbvias (aeronáutica, armas de fogo, veículos, etc.) cabe destacar que estas também se dividem em outros dois tipos. Há indústrias de ponta com capacidades e recursos técnicos especializados: capazes de realizar trabalhos de nível tecnológico e excelência de alto nível, em nosso cenário geralmente através de esforços governamentais, como os do ITA e do CTA e, posteriormente, compartilhados e repassados, para este setor privado especialista (Avibras, Embraer e Mectron). Este parque industrial militar brasileiro mais tecnológico está centralizado na cidade de São José dos Campos – SP. Há um segundo grupo de indústrias metalúrgicas de laminação que atuam na retificação de equipamentos obsoletos e de produção de artefatos em metais como aço ou alumínio, ou minérios e químicos. Estas estão descentralizadas e compartilham das tecnologias oriundas de organizações como o IPqM e o CTEx. Estas indústrias têm seus parques em vários Estados como no Rio Grande do Sul (Taurus e Rossi), Ceará (Inace), Minas Gerais (Imbel), Rio de Janeiro (AMRJ) e principalmente em São Paulo – SP, particularmente sua região metropolitana (Bernardini, Imbel, CBC, Mercedes, Toyota, Beretta, etc.). Durante o período de 1970-1990, vários dos países em desenvolvimento alcançaram um crescimento notável em suas capacidades de produção de defesa. A expansão das indústrias de defesa tem sido acompanhada pelo aumento da sofisticação dos produtos militares, suas aeronaves avançadas de ataque, tanques, veículos blindados, mísseis e desenvolvimento naval. Brasil tem demonstrado as suas capacidades de marketing, exportando sistemas de armas de nível intermediário para muitos países em desenvolvimento (U.S. CONGRESS, OFFICE OF TECHNOLOGY ASSESSMENT, 1991). Apesar das distinções entre as tecnologias e destinações destas indústrias, algumas flutuam entre ambas (Engesa e Avibras) e ambos os modelos de fabricação utilizam-se amplamente da “engenharia reversa”, ou seja, são indústrias copistas (desmontam equipamentos importados antigos para remontá-los ou modernizá-los), e assim adquirem “novas tecnologias”. Nossa indústria nacional bélica também se 50 caracteriza pela aquisição de projetos desenvolvidos em outros países para a produção local sob licença ou pré-fabricados para serem montados no Brasil. 2.1 A INDÚSTRIA DE ARMAS LEVES, PORTÁTEIS E DE MOBILIDADE - Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC Group): Fundada em 1926 com capitais nacionais (família Matarazzo), com o nome de Fábrica Nacional de Cartuchos e Munições (FNCM). Esta além desta produção dedicou-se também a importação de material bélico. Em 1932 forneceu “cartuchos e munições” para as tropas “paulistas” durante a revolução constitucionalista, e já em 1936 teve seu controle adquirido pela Remington Arms Company (americana) e a Imperial Chemical Industries (ICI) do Reino Unido, quando passou a se chamar Companhia Brasileira de Cartuchos S/A (CBC). Durante os conturbados anos da Segunda Guerra nos anos 40 essa indústria forneceu toda sua produção de munições para as forças brasileiras (FEB) no conflito. “Durante a Segunda Guerra Mundial, CBC dedicou toda a sua produção para as tropas brasileiras, que lutou ao lado dos Aliados” (http://intl.cbc.com.br/the-company/history). Continuou atuando neste seguimento desde então e como constante fornecedor destas matérias a nossas forças armadas e nos anos 60 introduziu-se na produção de rifles com a tecnologia da Remington Arms (sua proprietária). Nos anos 70 incrementa sua participação no mercado externo através de importações, e em 1978 instala uma nova planta fabril em Ribeirão Pires – SP (munições), e em 1979 a CBC volta a ser uma empresa de capital nacional com a aquisição desta junto a Remington por seus ex-diretores brasileiros. Agora a “renacionalizada” CBC em 1980 firma um contrato de fornecimento com a Marinha do Brasil de cartuchos de grande calibre para as embarcações de nossas flotilhas. Estabelece a partir de 1983 exportações para o território americano, sem a participação de sua antiga dona, e em 1987 inaugura mais uma planta fabril em Ribeirão Pires – SP (pólvora). Em 1990 a CBC cria a marca subsidiária “Magtech” (com uma linha de armas leves), de enorme distribuição ao redor do mundo, sendo vendida em mais de 90 países e sendo uma das principais empresas do segmento nos Estados Unidos, o maior mercado consumidor destas “armas leves e munições” do mundo. 51 Entre seus produtos encontram-se rifles (variantes de modelos Remington e Winchester), revólveres e pistolas (variantes de modelos Smith & Wesson, Magnum e Luger) e a submetralhadora Magtech, além de uma imensa gama de munições e projéteis tanto de calibres civis quanto calibres especializados e de grande porte para instituições militares. “CBC, que produz munições para canhões de médio calibre” (FERREIRA; SARTI, 2011). Recentemente a CBC adquiriu o controle da Metallwerk Elisenhütte GmbH (MEN) da Alemanha e a Sellier & Bellot da República Tcheca, ambas fábricas de munições. Por ter suas armas “amplamente difundidas” entre os criminosos nos Estados Unidos esta sofre constantes processos nos tribunais americanos, junto com os demais gigantes do setor, processos estes movidos por associações de vítimas de armas de fogo contra este segmento industrial e comercial nos Estados Unidos. Atualmente ainda é a maior fornecedora de munições e cartuchos, tanto para nossas forças armadas quanto policiais e para o nosso controlado mercado civil. - Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel): Em meio ao período ditatorial brasileiro em que nossa indústria nacional de materiais de defesa experimentava seu maior crescimento e desenvolvimento, nosso governo militar decide-se pela criação de uma empresa estatal de direito público/privado. Sendo assim, em 1975 é constituída a Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel), uma empresa que iria reunir e centralizar as até então “independentes” plantas de produção de equipamento bélico que já eram controladas pelo EB, objetivando melhor desempenho. A INDÚSTRIA DE MATERIAL BÉLICO DO BRASIL – Imbel®, constituída nos termos da Lei 6.227 de 14 de julho de 1975, é uma empresa pública dependente, com personalidade de direito privado, vinculada ao Ministério da Defesa por intermédio do Comando do Exército, com a missão de produzir e comercializar produtos de defesa e segurança, para clientes institucionais, especialmente Forças Armadas e Forças Policiais, e clientes privados (http://www.imbel.gov.br/index.php). Apesar desta fundação institucional durante os anos 70, suas origens remontam ao período relativo à chegada da realeza portuguesa em terras coloniais, pois já se entendia então a necessidade de nossa força militar ter uma estrutura 52 fabril própria de atender suas necessidades logísticas para a sua plena dotação. Assim sendo, em 1808 D. João VI decreta e cria a Fábrica de Pólvora da Lagoa Rodrigo de Freitas, transferida para Magé – RJ em 1824, atuante na produção de pólvora negra. A Fábrica da Estrela foi fundada por D. João VI em 1808, com o nome de Fábrica de Pólvora da Lagoa Rodrigo de Freitas, localizada no Jardim Botânico, no Rio de Janeiro. Em 1824 foi transferida para a atual localização, com a denominação de Real Fábrica de Pólvora da Estrela, mediante Decreto de D. Pedro I (http://www.imbel.gov.br/index.php/pt/ features-mainmenu-48/fe). Esta planta industrial, especialista na produção de detonantes, estava totalmente operacional em 1831, e desde então, até nossos dias, estas estruturas fabris, por onde passava a primeira linha férrea do Brasil, seguem “agregadas” às nossas organizações militares até nossos dias, suprindo nossas forças com cordéis detonantes, petardos, traçados, pólvora negra militar, entre outros detonantes, porém hoje sob controle da Imbel. Além desta primordial unidade fabril, outras organizações de manufatura especializada do Exército, que haviam sido criadas, também foram reunidas a esta para dar forma à estrutura e capital da Imbel. Buscando nossa autossuficiência na produção de pólvora e detonantes em 1909 foi criada a fábrica de Piquete – SP, permitindo ao nosso Exército ser suprido “internamente”, evitando-se a dependência do mercado externo. Ativa desde então no interior paulista, esta planta originalmente era voltada para a fabricação de “pólvora sem fumaça”, inclusive sendo assim denominada. Ainda hoje segue produzindo detonantes e produtos químicos, explosivos e propelentes de emprego civil e militar. Entre seus produtos estão: nitrocelulose, TNT, nitroglicerina, gelatina explosiva, pólvora a base simples e de base dupla, éter sulfúrico, emulsão explosiva, dinamites, propelentes e explosivos carbonitratos. Assim como as demais plantas foi incorporada à Imbel nos anos 70, atualmente a “Fábrica de Pólvora sem Fumaça de Piquete – SP” é denominada Fábrica Presidente Vargas. Outra planta integralizada ao capital da Imbel foi a unidade fabril do EB, inaugurada em 1934 com o nome de Fábrica de Canos e Sabres para Armamento Portátil em Itajubá – MG, com a destinação de fabricar armas portáteis. Já nos anos 30 passou a produzir o fuzil “Mauser” sob um contrato de licenciamento com a Deutsch Waffen und Munitionsfabrik (DWM). 53 Foi então que a partir de 1934, e como forma de minimizar a dependência de importação de armas, a Fábrica de Itajubá decidiu produzir fuzis e carabinas no Brasil, originando assim o chamado modelo 1908/34, uma versão “nacionalizada” e encurtada, nos moldes das carabinas (NETO, 2011). Esta planta integrada ao patrimônio da Imbel em 1975 passou a suprir integralmente nosso EB com o fuzil FN-FAL, produzido sob licença da “Fabrique Nationale de Herstal” (FN Herstal) da Bélgica. Desde então “substituíram” estes rifles e as submetralhadoras INA do nosso Exército, além deste também forneceu os rifles “Mosque-FAL” para treinamento de recrutas, “lançando mão de pouquíssimo investimento, a Fábrica de Itajubá resolve transformá-los em uma arma para venda no comércio, destinada à caça; uma espingarda de alma lisa” (NETO, 2011). É a principal fornecedora de armas deste emprego em nosso Exército. Além de suas linhas de fuzil, variantes dos modelos belgas FN-FAL. Produz revólveres e pistolas que são derivadas dos projetos licenciados da Colt Americana e importa para o mercado americano de armas leves por intermédio da Springfield Inc. Em Juiz de Fora – MG, já durante a era “getulista” e criada dentro da organização fabril do nosso Exército, entra em operação em 1937, com o nome de Fábrica de Estojos e Espoletas de Artilharia (FEEA). Esta estrutura industrial é especializada na fabricação de materiais de emprego militar como foguetes, projéteis e munições de vários calibres e suas embalagens/cartuchos, que são utilizados em morteiros e obuses, conhecidos popularmente/vulgarmente como “balas de canhão”. Além de material bélico esta unidade é fornecedora de ferramentas de produção e controle e serviços de radiografia industrial, tratamento térmico e superficial de metais, bem como serviços laboratoriais, mecânicos e balísticos, para clientes nacionais e internacionais. Em 1939 a fim de suprir as carências e defasagens tecnológicas de nossas forças decide-se pela criação dentro do organograma do EB a “Fábrica de Material de Transmissões” (FMT). Com instalações no Rio de Janeiro esta também foi incorporada à Imbel, agora designada Fábrica de Material de Comunicações e Eletrônica (FMCE), esta unidade destina-se ao fabrico de diversos equipamentos largamente empregados em nosso Exército, desde então, tais como, os rádios transmissores e receptores, telefones de campanha, sistemas e redes de comunicação de uso militar. 54 Essas cinco unidades produtoras de material bélico e de interesse militar anexadas sob a estrutura corporativa da Imbel em 1975 e de grandes aportes financeiros durante os derradeiros anos do regime militar mantém-se ativa no suprimento de nossas forças. Atualmente é responsável pela elaboração final dos produtos da South America Ordnance (SAO), uma “joint venture” da Imbel com a Royal Ordnance, uma subsidiária da British Aerospace Defense Group inglesa, como foguetes, projéteis, jaquetas, munições e cartuchos, que são utilizados em morteiros e obuses, que são fabricados na unidade de Juiz de Fora – MG e vendidos ao mercado internacional. A partir de 1992 o CTEx elaborou estudos de viabilidade tanto técnicas quanto econômicas, a fim de atender seus requisitos operacionais básicos de uma “arma leve anticarro” (bazuca) ou ALAC de produção nacionalizada, um prático canhão sem recuo capaz de proporcionar ao combatente terrestre um meio eficaz de enfrentar uma ameaça blindada. Várias organizações e empresas participaram do projeto como a Emgepron e a GESPI Aeronáutica Ltda. Cabendo à Imbel a produção desta arma “anticarro”, que desde então dotam nossas tropas do Exército, além desta, continua atendendo as demais necessidades em armas como fuzis, munições e explosivos de nossas forças terrestres e os demais mercados deste segmento no século XXI. “Os maiores clientes são as Forças Armadas, a Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP), Forças Auxiliares, compreendendo a Polícia Civil e Polícia Militar, Polícia Federal, mercado civil nacional e o mercado de exportação” (DELLAGNEZZE, 2008). - Indústria Nacional de Armas S/A (INA): Sua fundação se dá no ano de 1949 em Santo André – SP (região metropolitana), tendo como principal produto a submetralhadora INA modelo-1950, projeto “variante” do modelo Madsen modelo-1946, doado pelo governo dinamarquês após o fim da Segunda Guerra para o proprietário desta indústria de armas, de capital genuinamente nacional. Desde 1950, incorporada em nossas Forças Armadas a submetralhadora INA modelo-1950 foi utilizada largamente até 1972 quando foi substituída. É um dos mais emblemáticos equipamentos de dotação de nosso EB, presente na ocupação da República Dominicana (a partir de 1965), nas mãos de nossos soldados também foram notados nas operações de repressão à guerrilha urbana, em nossos grandes 55 centros metropolitanos durante os anos 60. Entre as várias forças policiais estaduais a utilizarem o modelo-1950 da INA encontram-se as Polícias Militares do Rio de Janeiro e São Paulo e a Brigada Militar do Rio Grande do Sul, que fazia uso destas “armas” durante os dias da crise institucional da “legalidade”, para a posse de Jango. Unidades destas submetralhadoras foram exportadas para países próximos como: Chile, Paraguai e Uruguai. Produziu também revólveres variantes dos modelos americanos Smith & Wesson, em distintos calibres, que eram chamados TIGRE no Brasil e TIGER nos Estados Unidos, para aonde foi regularmente exportado. Este modelo foi o revólver mais vendido no mercado civil brasileiro, pré-regulamentação e controle de armas imposto pela ditadura militar e fabricou uma diminuta série de pequenas pistolas denominadas “Chanticler”, uma variante do modelo de pistola CZ-45, da tcheca Česká Zbrojovka. A partir do golpe de 1964 esta empresa entrou em um momento de estagnação e insolvência, entre as causas estariam a falta de pagamento de armas vendidas ao mercado exterior, despesas oriundas do desenvolvimento de vários projetos ao mesmo tempo, insolvência de órgãos públicos, restrições impostas pelo governo militar e até mesmo uma “suposta sabotagem” orquestrada pela Junta Militar, que teria levado a Indústria Nacional de Armas S/A a sua derrocada e falência em 1972, seu parque fabril foi adquirido posteriormente pela CBC. - Forjas Taurus S/A (Taurus): Iniciando suas atividades em 1937 no Rio Grande do Sul, como uma planta industrial de ferramental, produziu seu primeiro revólver em 1941, mas devido às dificuldades para o recebimento de máquinas e materiais metalúrgicos durante os anos 40, em 1949 tornou-se uma sociedade anônima e em 1951 começou a produção de “revólveres” em escala industrial. Com o fim da Segunda Guerra, a importação de máquinas começou a ser feita com facilidade e a preços muito baixos. Isto tornava a comercialização dos produtos nacionais extremamente difícil. Hora de voltar ao objetivo original e redirecionamos os investimentos, começando a fabricar revólveres e ferramentas manuais. Em 27 de junho de 1949, a Forjas Taurus se transformou em uma Sociedade Anônima, dando início a um novo ciclo de crescimento (http://www.taurus.com.br/?on=empresas&in=historico&decada =1940). 56 Na década de 50 aumenta sua produção e vendas de armas leves devido a demanda do mercado interno e inicia o aumento de seu parque fabril em Porto Alegre – RS, que é concluída já na década seguinte e sobre o regime militar brasileiro, que passou a regular o mercado civil destas armas leves e levando a Taurus S/A a uma situação econômica delicada. A década de 60 foi marcada por grandes tensões políticas no país, que resultaram numa regulamentação extremamente rígida para a comercialização de armas. Ainda sem estrutura para concorrer no mercado externo, vimos o controle acionário da Forjas Taurus passar para uma empresa estrangeira no início da década de 70 (http://www.taurus.com.br/?on=empresas&in=historico&decada=1960). Passou a exportar para os Estados Unidos em 1968 e teve 54% de suas ações adquiridas em 1970 por um conglomerado chamado Bangor Punta, controladora da americana “Smith & Wesson”, essas duas empresas se tornaram “irmãs” e compartilharam projetos e tecnologias, mas se mantiveram concorrentes em mercado americano até a reaquisição das ações da Taurus, pertencentes a Bangor Punta, pela Polimetal – Indústria e Comércio de Produtos Metálicos Ltda em 1977. Nesse meio tempo, a Smith & Wesson tinha sido comprada por um conglomerado chamado Bangor Punta. Em 1970, Bangor Punta também compraram 54% da Taurus. Assim, as duas empresas se tornaram “irmãs”. Smith & Wesson nunca possuiu Taurus. Ambas eram empresas independentes. No entanto, durante os próximos sete anos, uma grande quantidade de tecnologia e metodologia foi passada entre os dois ... 1977 os atuais proprietários compram os 54% da Taurus que eram da Bangor Punta (http://www.taurususa.com/history.cfm). Em 1980 adquire a integralidade das operações da Indústria e Comércio Beretta S/A, empresa subsidiária da Beretta italiana localizada em São Paulo – SP, especializada na fabricação de pistolas e metralhadoras. A Taurus S/A absorveu o departamento técnico e pessoal, as instalações, o ferramental e maquinário, assim como os projetos e desenhos das pistolas e submetralhadoras aqui fabricadas pela Beretta para as nossas forças armadas e policiais. Em 1981 a Taurus S/A cria a Taurus International Manufacturing Inc (TIMI), em Miami, Flórida – EUA, com o objetivo de produzir e vender armas em solo norteamericano, aonde ainda hoje atua solidamente no mercado americano de armas. 57 Ainda na década de 80, mais precisamente em 1983 inicia-se na atuação de blindagens e soluções balísticas com a criação da Taurus Blindagens Ltda, produzindo em “kevlar” desde 1986, destaca-se na produção de escudos antitumulto e coletes à prova de balas para as nossas forças coercitivas brasileiras. Entre os produtos principais da Taurus Armas destacamos as pistolas réplicas dos modelos Beretta (PT-92/PT-99 etc.) e submetralhadoras (M-12), produz ainda revólveres e carabinas, alguns de calibragem proibidas no Brasil e vendidos apenas no exterior e a submetralhadora MT-40 projeto desenvolvido pela estatal chilena de produção de armas FAMAE, também é produzida pela Taurus voltada ao mercado policial militar brasileiro e atualmente dota várias forças policiais no Brasil. Em 1997 adquiriu o controle da Amadeo Rossi S/A, outra empresa também gaúcha do setor e até então sua maior concorrente no mercado brasileiro de rifles e revólveres. Taurus Armas, maior fabricante de armas curtas do mundo. Produzimos armas, carabinas, pistolas, revólveres, espingardas, metralhadoras, submetralhadoras, carabinas de ar comprimido, pistolas de ar comprimido de uso para polícia civil, forças armadas, atiradores, magistrados (http://www.taurusarmas.com.br/). Em 1999 a Taurus já ocupava a posição de uma das três maiores fabricantes mundiais de armas curtas, com vendas em mais de 70 países em cinco continentes, mercado este que detém ainda hoje. Atualmente está detentora na liderança mundial na produção de armas portáteis, realiza uma parceria com a IMI de Israel para a montagem de um moderno fuzil de assalto, a fim de competir com os modelos da Imbel, na modernização de nossas forças do EB. - Indústria e Comércio Beretta S/A (Beretta): A Indústria e Comércio Beretta S/A (Brasil) foi criada no Brasil pela Fabbrica d'Armi Pietro Beretta (S.p.A.). Companhia de capital fechado e administração familiar que tem suas atividades registradas desde 1526 no norte da atual Itália (Lombardia). “Transmitida através de 15 gerações da família Beretta, a empresa já era ativa na Gardone Valtrompia em 1400 e seu trabalho tem sido documentado desde 1526” (http://www.beretta.com/en/world-of-beretta/today/). Primeiro veio o lendário Bartolomeo (desde antes de 1498 a 1565-8). Em seguida, Pietro (1791-1853), que foi o primeiro a trazer o nome Beretta na família, iniciou as obras para expandir o negócio. Seu filho Giuseppe (1840- 58 1903) abriu novos horizontes internacionais e por sua vez o filho do último Pietro (1870-1957) transformou o negócio artesão em uma empresa de fabricação através da introdução de técnicas modernas de produção. Sob a orientação de filhos de Pietro Giuseppe (1906-1993) e Carlo (1908-1984), a empresa tornou-se uma multinacional e alcançou sucesso brilhante nos setores militares e desportivo. Beretta sempre produziu armas (http://www.beretta.com/en/world-of-beretta/today/). No início dos anos 70, ganha vulto a participação desta empresa estrangeira em nosso cenário armamentístico brasileiro, a italiana Fabbrica d'Armi Pietro Beretta, firma um grande contrato de fornecimento com o governo militar, que exigia a instalação de uma fábrica em solo brasileiro bem como utilização de mão de obra nacional. E assim em 1974 a Beretta iniciou a produção de armas leves de pequeno porte (Pistola PT-908 e submetralhadora M-12 Beretta, etc.), a fim de suprir o Exército do Brasil e nossas forças policiais, em uma planta industrial na cidade de São Paulo – SP. Com o fim deste contrato de suprimento entre o governo militar e a Beretta italiana em 1980, esta decide por encerrar suas operações no Brasil, vendendo suas instalações paulistanas, o ferramental e maquinário, assim como os projetos e desenhos das pistolas e submetralhadoras aqui fabricadas para a Forjas Taurus S/A, que também absorveu o departamento técnico e pessoal. A Beretta especializada em armas portáteis de emprego por parte de forças coercitivas e de aplicação da lei é referência mundial na produção de pistolas, submetralhadoras e rifles, que são vendidos em nosso mercado global atual por esta e suas subsidiárias na Finlândia, Alemanha e na própria Itália. Além do Brasil estas “armas de fogo” da Beretta foram e são produzidas sob licença na França, Turquia, Egito, Taiwan, África do Sul, Chile e na Espanha (cópias não licenciadas). Atualmente no Brasil a Taurus S/A produz “variantes” dos modelos Beretta sem a necessidade de uma licença, já que as patentes destes projetos já expiraram. - Amadeo Rossi S/A (Rossi): Fundada em 1889 como uma empresa familiar e levando o nome de seu criador a Amadeo Rossi S/A Metal e Munições se estabeleceu no mercado de armas devido a sua alta qualidade e excelência em seus projetos de armas de fogo. Esta empresa virou referência na produção de “garruchas” (armas de cano curto, similar a um revólver, porém possuindo apenas um tiro por cano), além destas produziu revólveres, rifles, espingardas de caça, que foram disponibilizados tanto ao mercado 59 policial quanto civil, quanto para o mercado internacional (na época, distribuídas pela Interarms dos EUA) durante todo o século XX até os dias atuais. A Rossi foi revolucionária no projeto e fabricação de armas de fogo, teve início com a fundação da empresa em 1889 por Amadeo Rossi. Ao longo dos últimos 115 anos, essa tradição tem crescido junto com a empresa e a família Rossi. O nome de Rossi representa um pedaço da história da arma de fogo e uma tradição de excelência. Ao longo dos anos, as armas de fogo Rossi tem liderado o caminho em design e engenharia. Ao mesmo tempo, tem sido sempre importante para produzir um produto acessível, sem sacrificar a qualidade ou precisão (http://www.rossiusa.com/history.cfm). Mas em 1997, esta passou a ser controlada pela Forja Taurus S/A, outra empresa gaúcha do setor e até então sua concorrente no mercado brasileiro de rifles e revólveres, e passou a ter seus produtos distribuídos pela Braztech Internacional L.C. na América do Norte, aonde até hoje tem sua produção distribuída. 2.2 A INDÚSTRIA DE VEÍCULOS DE COMBATE DE EMPREGO MILITAR - Avibras Indústria Aeroespacial S/A: Estabelecida em 1961, com capitais de origem nacional, oriundos do setor privado, por um grupo de engenheiros do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos – SP, a fim de atender os nossos segmentos de defesa, de imediato deu ênfase ao setor aeronáutico, inclusive com seu nome sendo um anacrônico “aviões brasileiros”, com projetos de um avião monomotor de transporte chamado Alvorada e um treinador designado Falcão. Porém nenhum destes projetos foi produzido em série. Passou ainda a desenvolver foguetes de pesquisa meteorológica e foi escolhida para participar do nosso “Programa Espacial Brasileiro” em 1963 pelo Ministério da Aeronáutica e desde então participa ativamente de nossos programas aeroespaciais governamentais. Entre 1965 e 1975 a Avibras produziu inúmeros foguetes em especial os modelos SONDA I, SONDA II, entre outros. Especializou-se também na produção de componentes de antenas e radares meteorológicos. “A maior parte do território brasileiro é coberto por antenas de 10 metros de diâmetro fornecidos por Avibras” extended/brazil/avibras/avibras_home.html). (http://www.epicos.com/epicos/ 60 Produziu para o Exército conjuntos de casulos lançadores de foguetes “rebocáveis”, que lhe deram o conhecimento específico que aliado aos seus demais recursos possibilitou a fabricação do mais icônico produto desta empresa – o “sistema” ASTROS (Artillery SaTuration ROcket System), literalmente “sistema de artilharia de saturação por foguetes”, desenvolvido no final dos anos 70, a fim de atender as necessidades do Iraque em sua guerra com o Irã. Este sistema nada mais é que uma plataforma com vários casulos para o lançamento de mísseis de vários calibres e com alcances distintos (9 km a 90 km), montados sobre um chassis de caminhão blindado. Além deste, um outro “caminhão” de menor porte é empregado neste “conjunto” como unidade repositória e opcionalmente mais equipes podem ser “agregadas” a este “sistema” como unidades de suporte eletrônico e controle de tiro. Uma configuração típica bateria consiste de seis AV-LMU lançadores múltiplos de universais, seis veículos de abastecimento de munição AVRMD juntamente com uma unidade de controle de fogo AV-UCF opcional. Uma unidade de controle de comando e controle AV-VCC veículo/fogo, juntamente com dois veículos oficinas móveis, que seriam estacionados na sede do batalhão (http://www.army-technology.com/projects/astros/). Estes veículos que tiveram seu “batismo de fogo” em 1983 nos desertos iraquianos têm seus materiais bélicos montados e produzidos na própria Avibras, o chassis dos caminhões 6x6 são montados e blindados pela Tectran Engenharia, uma subsidiária da própria Avibras para esse propósito de produção de veículos militares. É nas instalações da Tectran, também em São José dos Campos, que são instalados os motores produzidos pela Mercedes-Benz brasileira. O sistema ASTROS foi um grande sucesso de vendas de nossa indústria bélica no mercado externo dos anos 80, tendo unidades vendidas para o Iraque, Catar, Bahrein, Arábia Saudita, Angola, além do Brasil que os comprou depois dos demais países. Nos anos 90 essa empresa participou da construção do “Veículo Lançador de Satélites”, idealizada pelo CTA. Atualmente emprega vários de seus recursos em programas realizados em conjunto com nosso setor de defesa, tanto público quanto privado, o DCTA e Agência Espacial Brasileira e outros estão entre seus parceiros públicos. E está desenvolvendo atualmente com o setor privado, para uso de nossas Forças Armadas brasileiras do “Vant” Falcão, repassado à Harpia devido ao fato que 61 recentemente o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou o acordo entre a Embraer, AEL Sistemas e a Avibras. Consiste na aquisição, pela Avibras, de 9% do capital Harpia, “joint venture” formada entre a Embraer Defesa e Segurança e a AEL Sistemas, subsidiária do grupo israelense Elbit Systems, para a produção destas aeronaves não tripuladas controladas remotamente. No atual momento geopolítico global a Avibras continua realizando o intenso comércio de seu sistema de artilharia e defesa aérea ASTROS II para vários países ao redor do mundo como: Paquistão, Malásia e o próprio Brasil. Está em fase final de desenvolvimento de um versátil carro de combate leve 4x4 designado Avibras Guara, já adquirido pelo México e sendo testado no Haiti por nossas tropas. Também continua desenvolvendo vários projetos compartilhados no campo aeroespacial. - Bernardini S/A Indústria e Comércio: Iniciando suas operações no ramo metalúrgico e na fabricação de cofres em 1912 na cidade de São Paulo – SP a Bernardini S/A Indústria e Comércio só iniciou no setor industrial bélico bastante tempo depois, através de serviços de manutenção e modernização de veículos “jeeps” e caminhões de emprego militar. Sobre a plataforma do M-3 Stuart americano esta empresa desenvolveu um lançador de foguetes a pedido de nosso comando militar em um tempo recorde (dois meses) para os desfiles de 07 de setembro de 1976, este foi feito designado Bernardini XLF-40, desfilou diante de nossas autoridades militares e civis em Brasília e passou por testes posteriores no CTEx em 1979, porém não foi fabricado em série. Em 1978 esta empresa foi escolhida pelo EB para junto com a empresa Novatração Artefatos de Borracha S/A, a fim de realizarem um programa de modernização dos M-41 Walker Bulldog do EB. Esses “novos” tanques de combate remontados pela Bernardini foram designados M-41 Caxias. Este “aprendizado” na montagem e modernização do M-41 levou esta empresa a desenvolver um projeto próprio de um veículo de combate leve sobre “esteiras”, esse recebeu o nome de MB-3 Tamoyo e teve seus protótipos construídos em 1984. Apesar deste veículo atender os requisitos básicos do nosso Exército, esse não os adquiriu, levando ao cancelamento deste “interessante” projeto de nossa indústria após a fabricação de apenas três unidades. 62 Em 1986 esta empresa paulista foi contratada a fim de “revitalizar” os “Jeeps” M-38 A1 Willys/Ford, com isto estes ganharam nova motorização e instrumentalização e ainda hoje encontram-se ativos em unidades do EB. Em 1988 se dedicou a produção de um veículo robusto de espessa blindagem, a fim de ser empregado como veículo policial “antidistúrbios” ou usado como “carro-forte” pelo setor de segurança. Esses veículos, cerca de 60, foram vendidos no mercado interno e para as unidades policiais chilenas. A Bernardini S/A Indústria e Comércio encerrou suas atividades em 1992 durante o período da falência total de quase todas as empresas do setor no cenário nacional. - Engenheiros Especializados S/A (Engesa): Fundada como uma microempresa por engenheiros da USP no final dos anos 50 como prestadora de serviços ao setor petroquímico, esta foi integralizada como uma sociedade de capitais paulistanos, denominada Engenheiros Especializados S/A (Engesa) em São Paulo – SP no ano de 1963 e com suas instalações fabris em São José dos Campos – SP e Barueri – SP. Esta passou a ser uma das “principais” fabricantes de veículos de emprego militar do mundo e a mais significativa do setor em nosso país a partir dos anos 70. O sucesso de desempenho da “suspensão boomerangue” fabricada pela Engesa e usada pelos veículos da Petrobras chamou a atenção dos nossos militares que passaram a compartilhar seus projetos de veículos sobre rodas com a Engesa. Durante o período desta “parceria” nasceram o Engesa EE-12, um pequeno “jipe” que também teve uma versão civil, o Engesa EE-15 um pequeno caminhão, o Engesa EE-25 e o EE-50 caminhões de maior porte e a “pickup” Engesa EE-34, empregados em nosso Exército. Além destes veículos militares “utilitários” sem o emprego de armas acopladas, os destaques desta empresa ficam por conta de seus “carros de combate” propriamente ditos, que veremos a seguir. A partir do início dos anos 70, o nosso governo militar desenvolveu programas de modernização de nossas forças junto com o CTEx, destes projetos entregues a Engesa nasceram os dois principais “carros de combate” fabricados em solo brasileiro e usado largamente por nossas forças militares. Os Engesa EE-11 Urutu e Engesa EE-09 Cascavel ainda hoje seguem operacionais em nossos quadros. Outros projetos foram desenvolvidos para atender as necessidades de outras armas como Engesa EE-18 Sucuri e Engesa EE-03 Jararaca que visavam o mercado iraquiano principalmente. Houve ainda dois projetos importantes que são o 63 Engesa EE-T4 Ogum, visando tanto nosso EB quanto o mercado exterior e o “Main Battle Tank” Engesa EE-T1 Osório, maior projeto de nossa indústria nacional e que visava o mercado saudita, infelizmente estes projetos não foram concluídos. Estes últimos e principais veículos de combate produzidos por esta empresa serão vistos individualmente, a fim de melhor identificá-los. O Engesa EE-11 Urutu, este “versátil e robusto” veículo 6x6 blindado e anfíbio de transporte de pessoal entrou em operação em nossas forças no ano de 1974 no Exército e na Marinha. “A EE-11 Urutu foi originalmente desenvolvido para os fuzileiros navais brasileiros, que necessitou de um veículo capaz de operar em ondas fortes” (http://army-guide.com/eng/product553.html). Com cerca de 700 unidades das 1500 unidades produzidas, alocadas em nossas forças, as demais unidades “blindadas e anfíbias” foram exportadas para inúmeros países como: Chipre, Líbia, Tunísia, Gabão, Zimbábue, Angola, Emirados Árabes, Jordânia, Iraque, Chile, Venezuela, Equador, Colômbia, Suriname, Paraguai e Bolívia. O Engesa EE-09 Cascavel, desenvolvido a partir dos conceitos usados pelos M-8 Greyhound foi um grande “sucesso” de nossa indústria bélica. O sucesso no mercado de veículos militares no mundo é determinada por sua alta capacidade, simplicidade, confiabilidade de usar o “Cascavel” para reconhecimento, ou apoiar a infantaria, e para a luta contra carros de combate inimigos (http://army-guide.com/eng/product551.html). Este pequeno tanque, com um potente canhão, fraca blindagem e de grande mobilidade no campo de batalha teve cerca de 1700 unidades produzidas, destas cerca de 400 para o nosso próprio Exército e as demais vendidas para países como: Chipre, Líbia, Burkina Faso, Zimbábue, Nigéria, Togo, Gana, Catar, Iraque, Chile, Uruguai, Venezuela, Equador, República Dominicana, Colômbia, Guiana, Suriname, Paraguai, Bolívia e outros. Outro destaque desta empresa no mesmo período é o carro de combate leve 4x4 e veículo de reconhecimento, Engesa EE-03 Jararaca, que foi produzido em série no final da década de 70. Essas unidades foram adquiridas pelas forças terrestres do Chipre, Gabão, Equador, Uruguai e outros. No final dos anos 70, utilizando-se do projeto de grande mobilidade do chassis do Cascavel, a Engesa desenvolveu um veículo de artilharia pesada, autopropulsado sobre rodas, designado Engesa EE-15 Sucuri, este visava o seu 64 crescente mercado externo e nosso próprio EB, mas apesar de serem montadas algumas unidades que passaram por testes “satisfatórios”, inclusive em outros países, este projeto não foi fabricado em série. O primeiro projeto sobre “lagartas” da Engesa no início dos anos 80 foi o veículo de emprego “antiaéreo” e “antitanque” de pequeno porte, nominado Engesa EE-T4 Ogum. Este veículo que visava tanto o mercado local quanto o Oriente Médio não passou de seu protótipo. Quando a Engesa se decidiu pelo “revolucionário” e “inédito” programa de um tanque de grande potência e poder de fogo sobre lagartas, encampado exclusivamente com seus recursos e capitais com o MBT Engesa EE-T1 Osório, a Engesa buscava se estabelecer como uma das maiores empresas do setor no mundo. Este veículo seria muito mais “abrangente” que as necessidades de nosso Exército, sendo assim, esta empresa buscava exclusivamente o mercado exterior, principalmente os integrantes da OPEP no Oriente Médio, principalmente a Arábia Saudita que havia criado uma “concorrência internacional” para aquisição deste tipo de colossal tanque de guerra. Este projeto desenvolvido posteriormente que seus concorrentes americanos e franceses, já utilizando de modernas técnicas de desenvolvimento em programas de computador foi um marco na indústria mundial da época. Quando seus protótipos participaram das “batalhas simuladas” e “testes” realizados pelos sauditas nas areias do deserto, estes superaram com grande desempenho os seus concorrentes estrangeiros, levando o governo da Arábia Saudita a assinar um pré-contrato com a Engesa para a pré-produção dos “Osórios”. A Engesa adquiriu de seus fornecedores todo o ferramental e equipamentos necessários para iniciar a produção seriada destes MBT, mas nos bastidores, o governo americano pressionava o governo saudita, para este comprar seus tanques M-1 Abrams, sob pena destes “árabes” não terem acesso aos seus caças e interceptadores de origem americana. Assim sendo, o contrato foi rompido unilateralmente pelos sauditas e logo se iniciou a Primeira Guerra do Golfo, levando a Engesa, a seu estado falimentar, do qual nunca mais saiu, até o encerramento de suas operações em 1993. O fomento à indústria de defesa já não era prioridade do governo e a empresa não conseguiu se adaptar ao mercado civil, como Embraer e Avibras. A falência veio em 1993, representando o fim da empresa que figurou entre as cinco maiores fabricantes de material bélico do mundo (http://quatrorodas.abril.com.br/carros/classicos-brasileiros/engesa-ee-34-72 9752.shtml). 65 Ainda devemos destacar que durante suas operações esta empresa que tinha um faturamento anual médio de cerca de US$ 300 milhões de dólares, durante a década de 80 contava com uma extensa lista de “subsidiárias” como: a Engelétrica (ex-Bardella-Borriello Eletromecânica) em Jandira – SP, a Engetrônica em São Paulo – SP, a Fábrica Nacional de Vagões (FNV) adquirida no início dos anos 80 e localizada em Cruzeiro – SP, a Engepeq com seu centro de pesquisa em Barueri – SP, a Órbita no setor aeroespacial e a Engemissil, a Engevideo, entre outras. No início dos anos 90, o fracasso da venda do MBT Osório para a Arábia Saudita, o fim do ciclo militar em nossa governança executiva, o fim da guerra fria e a “expressiva” oferta e venda dos antigos espólios bélicos, outrora comunistas, o embargo a seu melhor cliente Saddam Hussein e a Primeira Guerra do Golfo ou “Operação Tempestade no Deserto” e o descaso com a quebradeira geral e falência do setor bélico nos governos Collor e Itamar arruinaram as chances de recuperação desta empresa no cenário industrial. Após seu fechamento parte de seu espólio foi incorporado ao EB e o parque industrial de São José dos Campos – SP foi adquirido pela Embraer. “Engesa foi desmembrada e algumas de suas empresas foram vendidas a setores privados” (http://www.army-guide.com/eng/firm1036.html). O projeto do Agrale Marruá, fabricado atualmente e vendido mundialmente, foi desenvolvido pela Engesa e posteriormente repassado a Agrale, após sua falência. - Fábrica Nacional de Motores S/A (FNM): Fundada em 1942, na cidade de Duque de Caxias – RJ, inicialmente destinada para a produção de motores de aviões, esta atua neste segmento específico até os anos 50, quando seus motores se tornaram obsoletos diante da nova era do setor aeronáutico do pós-guerra. A produção de fato começou apenas em 1946, quando o maquinário ficou pronto, e pouquíssimas unidades de motores de avião chegaram a ser construídas pela FNM, pois com o fim da guerra os mesmos já estavam ultrapassados e se tornaram obsoletos (http://alfafnm.com/historia-da-fnm/). A partir de então a FNM diversificou sua produção, montando automóveis, geladeiras, tratores e caminhões. No particular de nosso estudo, os caminhões produzidos por esta indústria durante os anos 50 modelo FNM D-11000 (projeto licenciado pela Alfa Romeo da Itália), foi logo incorporado pelo EB e participou do 66 engajamento do EB na crise do Suez em 1956. Nas areias do deserto este caminhão encontrou bastante dificuldade de operação a serviço de nossas tropas na “Força de Emergência das Nações Unidas”, criada a fim de garantir o cessar fogo e evitar novos conflitos entre árabes e israelitas. Assim como o EB, estes caminhões foram adquiridos e incorporados também tanto pela Marinha quanto pela Aeronáutica. Em 1968 a FNM tem suas operações adquiridas pela Alfa Romeo numa de nossas primeiras privatizações. Em 1976 é incorporada junto com a FNM, compradas pelo Grupo Fiat, em 1983 saíram os últimos caminhões de suas linhas de montagem. Em 1985 esta foi fechada pela sua administradora e englobada pela Iveco, também do grupo Fiat. Algumas versões destes “descontinuados” caminhões seguiram nas fileiras do EB até o início dos anos 90. - Mercedes-Benz do Brasil: Ainda durante o processo de industrialização fomentado por Getúlio Vargas em 1953 instala-se em São Bernardo do Campo (região metropolitana de São Paulo) uma das maiores companhias automotivas do mundo, a Mercedes-Benz do Brasil. Renomada empresa de capital alemão, que no Brasil dedica-se ao setor de “veículos pesados”, produzindo e comercializando chassis, motores para ônibus e caminhões, e caminhões montados em suas próprias linhas. Nos anos 60 tinha uma grande linha própria de caminhões de vários empregos (leves e pesados), bem como uma produção própria de ônibus. Além de seus veículos forneceu motores para um incontável número de clientes nacionais, inclusive o nosso setor industrial militar. Nos anos 70 forneceu vários modelos do “caminhão Mercedes 1113” para o emprego geral e outros para emprego mais específico em nossas forças terrestres, destaca-se a presença de caminhões Mercedes-Benz do Brasil no EB, entre todas as variantes são cerca de 1500 unidades, e há ainda 100 unidades “importadas” da Alemanha de marca Unimog também pertencente à Mercedes. Esses importados também encontravam espaço na Marinha, especificamente no “Corpo de Fuzileiros Navais”. Também forneceu unidades destes veículos para forças militares da América Central. Continua operando com sucesso no ramo de veículos no Brasil, embora a partir dos anos 2000 o EB começou adquirir caminhões de outras montadoras. 67 - Willys Overland do Brasil: Após o término da Segunda Guerra Mundial e com o devido sucesso adquirido com seu “jeep” a Willys Overland Motors de Ohio – EUA desembarca no Brasil em 1952, pouco mais de uma década depois teve sua operação integralmente adquirida pela Ford do Brasil em 1967, mas manteve-se como marca subsidiária até 1975 no Brasil. Produziu em larga escala já a partir de 1954 o veículo M-38 A1 modelo utilizado por várias forças militares. No Brasil, este modelo usando peças brasileiras foi fabricado em várias versões desde 1954 até 1983, quando teve produção foi terminada. Dentre as múltiplas atribuições deste veículo M-38 A1, denominado no Exército do Brasil M-520 (Willys/Ford) e posteriormente CJ5B (Bernardini), destaca-se como “viatura táctica ligeira”, “veículo de reconhecimento”, “artilharia móvel ligeira” {versão canhoneira}, além de ligação, resgate {versão ambulância}, entre outras aplicações. Devido a necessidade de mantê-los em operação, já que não havia substituto imediato para estes em 1986 a empresa paulista Bernardini S.A. é contratada a fim de “revitalizar” os “Jeeps” M-38 A1 Willys/Ford, com isto estes ganharam nova motorização e instrumentalização e ainda hoje encontram-se ativos em unidades do EB, sendo atualmente substituídos de forma gradual pelos Agrale Marruá. As “pickup” Rural J-34 fabricadas pela Willys foram muito usadas como ambulâncias e viaturas policiais militares, civis e da Rodoviária Federal, nas intendências e até como “plataforma lançadora de foguetes” em nosso EB. Esta versão militar da Rural Willys “F-85”, criada em 1962, foi vendida para o Exército de Portugal e também foi utilizada na Marinha do Brasil por seus Fuzileiros Navais, durante estes períodos entre os anos 50 e final dos anos 70, mas com sua incorporação pela Ford, esta se retirou do mercado automotor. - Toyota do Brasil Indústria e Comércio Ltda: Estabelecida no Brasil em 1958 a Toyota do Brasil Indústria e Comércio Ltda, subsidiária da empresa matriz japonesa na capital paulista foi a primeira planta fabril instalada pela Toyota japonesa fora do Japão. Com carrocerias em chapa de aço fabricadas em São Caetano do Sul pela Brasinca e motores fornecidos pela Mercedes-Benz do Brasil, em 1962 inicia a produção e montagem de um veículo robusto e versátil, derivado dos “jeeps” em sua fábrica de São Bernardo do Campo, o Toyota Bandeirante. Este veículo alcançou 100% de nacionalização em 1968 e foi 68 amplamente utilizado tanto por forças policiais estaduais quanto pelas forças armadas federais, além de uma série de agências e instituições governamentais e empresas privadas até o fim de sua produção no derradeiro ano do século XX haviam sido produzidas cerca de 100 mil unidades. O Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha Brasileira utiliza ainda hoje cerca de 270 unidades deste utilitário, embora estes já estejam sendo substituídos pelos Agrale Marruá. 2.3 A INDÚSTRIA AEROESPACIAL E DE MEIOS AERONÁUTICOS - AEL Sistemas S/A (AEL): Empresa brasileira fundada em Porto Alegre no início dos anos 80. Atualmente é o principal fabricante de hardware e software de aviônicos no Brasil. Produz equipamentos específicos para a área de defesa militar e aeroespacial, como sistemas eletrônicos militares e espaciais, para aplicações em plataformas aéreas, marítimas e terrestres. Também atua no setor automotivo (computadores de bordo) e em apoio logístico e investe constantemente no desenvolvimento e tecnologia de fabricação. Seu controle acionário é partilhado pelos grupos Elbit Systems Ltd. e Embraer Defesa e Segurança. Participa da modernização de várias aeronaves, como os AMX e os F-5 dos ativos da FAB e no fornecimento de componentes para foguetes e mísseis, componentes de comunicação para as unidades de nossas três forças. - Aerotec S/A Indústria Aeronáutica: Fundada em 1962 projetou e desenvolveu o “Modelo 122” também designado “A-122” que teve seu protótipo voando em 1965. Esta aeronave agora denominada “Uirapuru” em 1967 recebeu um motor mais potente a fim de atender as exigências do Ministério da Aeronáutica e em 1968 passou a ser incorporado aos quadros da FAB na instrução básica e treinamento com a designação T-23 Uirapuru. No total foram vendidas 100 destas aeronaves para a FAB e aproximadamente 18 aeronaves foram vendidas para a Bolívia e outras 16 foram exportadas para o Paraguai aonde atualmente seguem ativos. Em 1981 iniciou o desenvolvimento do Aerotec A-132 Tangará, mas apenas seis foram vendidos e construídos para a Força Aérea Boliviana, além de um protótipo. A Aerotec ainda modernizou e deu suporte a essas aeronaves até a desativação destas por parte da FAB no final dos anos 80. A 69 Aerotec foi absorvida pela Embraer em 1987 e as aeronaves T-23 foram doadas para aeroclubes do Brasil. - Companhia Aeronáutica Paulista (CAP): Criada em 1942, em Santo André – SP, em plena guerra mundial pelo grupo Pignatari, proprietário da “Companhia Brasileira de Zinco” e da “Laminação Nacional de Metais”, que serviria de base para esta nova estrutura do setor aeronáutico. Passou a produzir planadores e pequenos aviões que não obtiveram bons resultados. Adquiriu-se o projeto do avião EAY-201 da empresa aeronáutica Ypiranga, que eram cópias de modelos americanos de mesma designação. Este projeto foi desenvolvido e repotencializado, surgindo assim o “eficiente” CAP “Paulistinha”. Em 1943, as empresas do grupo Pignatari produziam instrumentos, rodas, freios, cabos e tubos de aço, peças usinadas que envolviam ligas especiais. As hélices, as chapas de contraplacado, as telas que recobriam a estrutura, as tintas, os pneus e os tanques de combustíveis eram fabricados no país. Dessa forma, apenas os motores do Paulistinha eram importados. A empresa produziu os aviões ininterruptamente até 1948. Foram construídos ainda dois protótipos de uma versão sanitária do Paulistinha, designado CAP-4B, e um aparelho Paulistinha para uso militar, como avião de observação e orientação de artilharia, designado CAP-4C (http://www. museutec.org.br/resgatememoria2002/old/enciclop/cap002/029.html). Ainda em 1943 passou a ser comercializado e integrado às nossas forças com relativo sucesso. Este sucesso comercial, inclusive em nível internacional, durou apenas até o fim desta década. “Entre 1943 a 1948 foram produzidas 777 unidades do Paulistinha. Foram exportadas aproximadamente 20 unidades para países como: Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai, Portugal, Itália e Estados Unidos” (http://www.centrohistoricoembraer.com.br/sites/iba/pt-BR/Historia/Paginas/Detalhes. aspx?IDI=7). O fim da guerra e o excedente de materiais bélicos disponíveis no mercado tornaram essa empresa insolvente de estado falimentar, que encerrou suas atividades em 1949. Este projeto do “Paulistinha” voltou a ser produzido posteriormente pela Neiva Aeronáutica. - Companhia Nacional de Navegação Aérea (CNNA): Considerada a primeira empresa do ramo de produção de aviões do Brasil em 1935 surgia a Companhia Nacional de Navegação Aérea (CNNA), destinava-se tanto ao transporte de cargas e passageiros, além de ter uma divisão para a 70 fabricação de aviões, que apesar de não contar com personalidade jurídica própria, esta sua “subsidiária”, a “Fábrica Brasileira de Aviões”, desenvolveu e produziu vários modelos a partir de 1936, denominados Muniz (nome de seu engenheiro e desenhista), M7, M9 etc. Em 1939 o Exército (na época não havia Força Aérea) adquiriu as primeiras 20 unidades do Muniz-M9, outras cinco unidades foram exportadas para a Argentina (02), Paraguai (02) e Uruguai (01), fez algumas vendas para aeroclubes e centros de formação de pilotos brasileiros, durante a “Campanha Nacional da Aviação” idealizada por Getúlio Vargas. Em 1941 mais 10 unidades foram adquiridas pelo governo de São Paulo, Adhemar de Barros, aeronaves estas para serem integralizadas ao Aeroclube de São Paulo e outras 20 unidades do Muniz-M9 foram encomendadas à CNNA pela nossa aviação militar. As dificuldades de conseguir motores durante a guerra e o excedente de materiais “americanos” no cenário global do pós-guerra engessaram suas operações, que teve sua produção em série encerrada em 1943 e encerrando definitivamente suas atividades no setor aeronáutico em 1951. - Empresa Brasileira de Aeronáutica S/A (Embraer): A Empresa Brasileira de Aeronáutica foi constituída em 1969 como uma companhia de capital misto e controle estatal, por nosso governo militar que viu no projeto exitoso desenvolvido pelo CTA em 1965 do “avião Bandeirante” a possibilidade de produzi-los em série, sendo que esta planta fabril foi instalada em São José dos Campos – SP. Esta empresa ligada ao nosso governo militar passou a ser o referencial e constante “parceira” na constituição de muitos dos esquadrões de nossa Força Aérea desde 1970. Primeiramente este projeto agora designado EMB-110 Bandeirante, para transporte regular e de carga e o EMB-200 Ipanema (aviação agrícola). E em 1971 a fabricação sob licença do supersônico caça, já defasado modelo italiano Aermacchi MB-326, aqui designado EMB-326 Xavante, que também foi fabricado na África do Sul pela Atlas com o nome de Impala e na Austrália. Estes “Xavantes” produzidos pela Embraer representaram um grande salto tecnológico para a nossa indústria e seus programas de atualizações e modernizações, permitiram uma maior capacitação de todo o setor em questão. Estes caças com “motores de reação a jato”, fabricados no Brasil, foram adquiridos pela FAB, pelo Paraguai e o Togo. 71 “A Embraer produziu 182 unidades do BEM-326 Xavante, dos quais 167 para FAB, nove para o Paraguai e seis para o Togo” (http://www.centrohistoricoembraer.com.br/pt-BR/HistoriaAeronaves/Paginas/EMB326-Xavante.aspx). Além dos 80 EMB-110 Bandeirantes já adquiridos pela FAB no início dos anos 70, em 1975 essa necessitava de uma aeronave de emprego em “patrulha marítima” e “guerra antissubmarina”, sendo assim, coube a Embraer, que optou por “montar” este projeto sobre a estrutura do Bandeirante. Essa “modificada” e de “nariz estendido” aeronave, seria designada EMB-111 “Bandeirulha” (bandeirante + patrulha). O nariz do Bandeirante foi modificado, coberto pelo radome de fibra de vidro que protege a antena de seu radar AN/APS – 128, para vigilância costeira, busca, salvamento, navegação, e apoio na elaboração de carta 2 meteorológica. O radar é capaz de detectar um alvo de 150 m a cerca de 100 quilômetros de distância, mesmo em mares agitados (http://www.centrohistoricoembraer.com.br/pt-BR/HistoriaAeronaves/Paginas /EMB-111-Bandeirante-Patrulha.aspx). Estas aeronaves de emprego em batalhas marítimas entraram em serviço na FAB a partir de 1977, também foram adquiridas pelo Chile para a sua Marinha em 1978 e pelo Gabão em 1981. Vale destacar também que algumas aeronaves deste modelo foram “emprestadas” pelo governo militar brasileiro para o governo argentino e foram usadas por estes durante a “Guerra das Malvinas” e, posteriormente, devolvidos a FAB. Em 1974 a Embraer havia fechado um acordo com a Piper americana para a produção de pequenas aeronaves e em 1976 desenvolveu o EMB-121 Xingu, projeto similar ao do “Bandeirante”, porém de menor escala e pressurizado com capacidade de transporte executivo, voltado para o mercado militar apenas. Foram produzidas 106 aeronaves, sendo que cerca de metade destas para a FAB e metade para as Forças Aérea e Aeronaval Francesa aonde esta aeronave utilitária recebida em 1982 ainda é utilizada. Na década de 80, a Embraer teria dois projetos reconhecidos em nível mundial, verdadeiros sucessos tanto de vendas quanto em seu emprego. Primeiramente o EMB-120 Brasília, um avião de transporte de porte médio (30 passageiros) e bom raio de alcance (autonomia), um modelo ideal e de eficiente 72 custo operacional para o mercado aéreo regional principalmente o norte-americano deste período, entrou em operação em 1985. Em 1994 o Brasília era considerado o avião regional mais utilizado no mundo: 26 empresas de 14 países formaram uma frota que voou mais de três milhões de horas e ainda opera em várias companhias nacionais e internacionais. Em 1996 o Brasília recebeu um prêmio especial de segurança, outorgado pela FAA (Federal Aviation Administration) (http://www.centrohistoricoembraer.com.br/pt-BR/HistoriaAeronaves/Paginas /EMB-120-Brasilia.aspx). Estas aeronaves de transporte fabricadas pela Embraer operam em mais de 30 companhias aéreas em vários países ainda hoje, além de dotar as Forças Aéreas de Equador, Uruguai e Brasil com cerca de 15 unidades ativas. O Brasília ainda é fabricado (sob encomenda), porém atualmente pela Neiva subsidiária da Embraer, em Botucatu – SP. O outro grande sucesso da Embraer nos anos 80, tanto do ponto de vista “comercial” quanto no “emprego militar” é o EMB-312 Tucano, que fora desenvolvido a partir de 1978, atendendo as necessidades de uma aeronave com capacidades acrobáticas e de múltiplos empregos como treinador avançado e interceptador leve. Este novo modelo de aeronave passou a dotar a FAB em 1983, com mais de 100 aeronaves e 12 unidades foram vendidas a Honduras. Em 1983 a Embraer firmou um acordo para a venda de “kits” e tecnologia, para a fabricação desta aeronave em solo egípcio. “Em dezembro de 1983, um $ 181 milhões USD contrato foi assinado por 10 aeronaves completas, além de mais 110 aeronaves em forma de kit...” (http://en.wikipedia.org/wiki/Embraer_EMB_312_ Tucano). Estas aeronaves, cerca de 40 para o Egito e 80 para o Iraque, foram produzidas nas instalações fabris governamentais em Helwan, subúrbio do Cairo até por volta de 1989. Já no ano seguinte foi a vez da Embraer fechar um acordo com a “histórica” Short Brothers plc. Mais uma vez para a fabricação desta aeronave “acrobática” sob licença. Este “Short-Tucano” foi produzido em solo britânico, mais precisamente em Belfast, Irlanda do Norte, aonde foram produzidas a partir de 1986, 130 unidades para a RAF da Grã-Bretanha e mais 16 unidades para o Kuwait, 12 unidades para o Quênia. 73 Enquanto isto a Embraer vendia esta aeronave de produção local aos nossos vizinhos. Em 1986 o Peru adquiriu 20 unidades e a Venezuela 30 unidades, já em 1987 foi a vez de Argentina e Paraguai se equiparem com esta aeronave, foram 30 e seis unidades respectivamente. Em 1989 o Irã adquiriu 25 unidades, em 1990 a França encomendou cerca de 80 destas aeronaves e em 1992 foi a vez da Colômbia passar a ter em suas forças na guerra contra as FARC, cerca de 14 aeronaves EMB-312 Tucano. Posteriormente esse modelo foi adquirido por Angola, Mauritânia e Moçambique, atualmente está sendo substituído na FAB por seu sucessor direto o EMB-314 Super Tucano. É importante destacar neste ponto, dois programas internacionais realizados por esta empresa nacional com empresas estrangeiras. Aeritalia e Aermacchi da Itália e Embraer em 1981 selaram um compromisso no desenvolvimento conjunto e compartilhado de uma aeronave subsônica de combate “ligeiro”. A este programa foi dado o nome de AMX Internacional. A empresa brasileira responderia por 1/3 do programa e dos custos, sendo responsável pelas seções das asas, empenagem e testes de fadiga da estrutura. A Aermacchi responderia pelos outros 2/3 e produziria a fuselagem, os sistemas de bordo, e faria os testes estáticos e com armamentos (http://www.centrohistoricoembraer.com.br/pt-BR/HistoriaAero naves/Paginas/AMX.aspx). Essas aeronaves subsônicas AMX passaram a voar pelas Forças Aéreas tanto de Itália como do Brasil, em 1989 foram produzidas 200 unidades, cabendo a FAB cerca de 60 unidades. Destas aeronaves montadas em proporções conjuntas tanto no Brasil quanto na Itália, as aeronaves italianas foram empregadas com destaque na Guerra do Golfo em 1991 e na Guerra do Kosovo, no fim do século, enquanto as nossas estão sendo empregadas na defesa de nosso espaço aéreo, de sul a norte do Brasil. Outro programa desenvolvido a partir de 1986 em parceira seria o CBA (Cooperação Brasil-Argentina), com suportes governamentais e as empresas Embraer e FMA (Fábrica Argentina de Aviones S/A), produziram em conjunto uma aeronave turboélice birreator de design e conceito novos, o CBA-123 Vector, porém a crise global que se abateu sobre o setor no início dos anos 90 fez deste um projeto cancelado. 74 Durante a grave crise mundial do setor, em 1994 a Embraer foi privatizada. Ainda sob o regime estatutário estatal em 1989, a Embraer desenvolveu o programa de “família” de jatos regionais, os ERJ de grande fuselagem e com capacidade de transporte de 50 passageiros. Este basicamente designado EMB-145 tornou-se um sucesso entre as companhias aéreas regionais do mundo todo, com seu antecessor o Brasília, porém este “novo” modelo, sendo dotado de dois “poderosos” motores a jato, aumentando muito tanto a velocidade quanto o alcance destes EMB-145. São estes dois últimos requisitos que tornaram esta “plataforma” importante para os meios militares, pois estas capacidades dão a esta aeronave capacidade de emprego auxiliar as aeronaves de caça e interceptação em combates aéreos, também podem ser usadas na guerra eletrônica e no controle do espaço aéreo, com sistemas de detecção. Sendo assim, a Embraer em parceria com “gigantes” do setor tecnológico e militar mundial como Ericsson Honeywell e Elbit, desenvolveu “variantes” militares deste modelo, a fim de realizar estas tarefas relativas à guerra aérea moderna atual. Estas aeronaves são: Embraer EMB-145 MP/ASW, de vigilância aérea marítima e guerra antissubmarina; Embraer EMB-145 RS/AGS, usado em “sensoriamento remoto”, levantamento cartográfico com imagens e fotografias de altíssima resolução, mesmo em altas altitudes. Há ainda a versão Embraer EMB-145 AEW&C, destinada a vigilância e controle do espaço aéreo e em missões de “alerta aéreo antecipado”, detectando outros aviões a grandes distâncias, tanto em operações de defesa como de ataque. Esta modernas aeronaves, tanto nas versões de emprego na guerra eletrônica, quanto na versão de transporte de passageiros foram adquiridas pela FAB, a partir do final dos anos 90 e em 1998 foram encomendados pela Grécia. Em 1999 o Super Tucano faz seu primeiro voo e os novos jatos EMB170 e 190, com capacidades de 70 e 90 passageiros são lançados e é criada a ELEB como uma empresa subsidiária. Atualmente a Embraer realiza programas de modernização para a FAB e MB (F-5, AMX, A-4), e produz jatos executivos e comerciais para o mercado global e têm instalações de suporte, assistência e vendas, na Europa, na China e nos Estados Unidos. Produz atualmente no campo militar os EMB-314 Super Tucano já vendidos além da FAB, para: Chile, Colômbia, Equador, Guatemala, Indonésia, Angola, entre outros. E também estão sendo montadas e vendidas para países como Índia e México, as versões militares de “guerra eletrônica”, do EMB-145 AEW&C. Está 75 desenvolvendo em conjunto com a FAB o projeto do Embraer KC-390, uma aeronave de grande porte “quadrirreator” a jato para transporte militar pesado e reabastecimento em voo. A Embraer é uma das maiores empresas do setor aeronáutico mundial, com várias empresas subsidiárias e participações em outras tantas companhias do segmento de aviação e defesa, assim como “joint venture”. - Indústria Aeronáutica Ltda (EQUIPAER): Em 1969, a pedido da Aeronáutica, esta empresa desenvolveu alvos “ar-ar” para nossa Força Aérea. Este projeto pioneiro permitiu a esta empresa paulistana adquirir habilidades para o desenvolvimento de produtos e suporte técnico para a FAB para suas missões de treinamento. Por outro lado, trouxe também benefícios econômicos e estratégicos para o país, visto que, agora havia um fornecedor local. O projeto abriu novas perspectivas para a empresa que investiu no desenvolvimento de novos alvos aéreos com os sistemas de detecção mais sofisticados, como o sistema de destino acústico (sistema de detecção tipo sonar). Em meados dos anos 80 a empresa desenvolveu sistemas de lançadores de foguetes (seis modelos diferentes) e assim passou a ser a principal fornecedora da FAB para este tipo de produto. Ainda desenvolveu o adaptador de mísseis para o programa AL-X/Embraer, bombas e um dispensador de foguete, equipamentos e tecnologias que ainda fornece às nossas forças. - GESPI Aeronáutica Ltda: Com vistas a atender o mercado aeronáutico tanto civil e militar quanto nosso mercado interno e exterior esta foi fundada em 1974, em São José dos Campos – SP e atua no desenvolvimento de novas tecnologias, aplicações e manutenção de aeronaves. Em 1992 participou do programa “ALAC” do EB e atualmente está desenvolvendo um aeromodelo de treinamento e “contrainsurgência” com vistas a dotar a FAB e o mercado externo de aeronaves militares. - Helicópteros do Brasil S/A (Helibras): Em 1973 a necessidade do governo militar brasileiro em desenvolver o setor de asas rotatórias no Brasil levou este a desenvolver um projeto que previa a constituição societária, de uma “joint venture” entre uma empresa estatal brasileira criada para este intuito e uma empresa estrangeira “fornecedora de tecnologia”. O capital desta “nova” empresa nacional deveria ser formado majoritariamente de 76 capitais nacionais. Este programa de requerimento tecnológico estipulava o licenciamento e compartilhamento de tecnologias, bem como a produção final e montagem de uma versátil aeronave de asas rotatórias, a fim de suprir as carências deste tipo de aeronave em nossas forças militares e policiais. Este projeto acabou sendo desenvolvido em parceria com a empresa francesa Aerospatiale que instalouse provisoriamente em São José dos Campos – SP, junto ao CTA, aonde já produziu as primeiras unidades do modelo Aerospatiale AS-350, no Brasil designado Helibras HB-350 Esquilo, tendo já entregue as primeiras unidades deste à nossa Marinha em 1979. Em abril de 1978 era constituída a Helibras – Helicópteros do Brasil S.A., tendo a Societé Nationale Industrielle Aerospatiale 45% do capital, a Cia. de Distritos Industriais de Minas Gerais e Minas Gerais Participações com 22,5% cada, a Serviços Aerofotogamétricos Cruzeiro do Sul com 10%, totalizando 62 milhões de cruzeiros. O projeto previa a fabricação de 200 helicópteros em dez anos, chegando a 57% de índice de nacionalização, em valor, no final do período (http://www.museutec.org.br/ resgatememoria2002/ old/enciclop/cap002/039.html). Passou suas operações definitivas para a cidade de Itajubá – MG em 1980 e firmou com a FAB em 1984 um contrato para o fornecimento de 41 Helibras HB-350 Esquilo e 10 unidades do modelo Aerospatiale AS-332 Super Puma, produzidos pela Helibras. Em 1986 o EB também adquiriu cerca de 20 unidades do helicóptero HB350B Esquilo da Helibras, que também foi adotado inicialmente por forças policiais do Brasil (PMESP, PMERJ, PMEMG etc.). Em 1987 oito aeronaves Esquilos foram entregues à Marinha do Brasil, e ainda em 1988, um consórcio formado pela Helibras/Aerospatiale e Engesa venceu a concorrência internacional para fornecimento de 36 helicópteros AS-565 Panther, de emprego militar, denominado no Brasil HB-565 Pantera e mais 36 unidades do HB-350 Esquilos ao EB. Na França em 1992, resultante da fusão das divisões de helicópteros das empresas Aerospatiale e Daimler Chrysler Aerospace é criado o Eurocopter Group, atual grupo controlador da subsidiária Helibras. Até 1999 a Helibras entregou ao mercado brasileiro 400 helicópteros de diversos modelos tanto ao mercado civil como militar. Atualmente segue fornecendo uma ainda maior gama de aeronaves às nossas Forças Armadas, instituições de segurança pública (Corporações de Bombeiros) e empresas estatais (Petrobras), como os novos modelos Eurocopter AS-532 Cougar adquiridos pelo EB a partir de 2001. A Helibras atualmente tem mais 77 de 700 unidades entregues no Brasil e vendas para diversos países latinos como: Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Venezuela. Informações ao ano de 2011 davam conta da presença de unidades do HB-350 Esquilo, nas forças policiais do: Acre, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerias, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Roraima, Tocantins, São Paulo e Santa Catarina, além da Polícia Federal e Força Nacional de Segurança Pública. A Helibras tem 51% da frota de helicópteros operados no país. - Engenharia, Indústria e Comércio S/A (Mectron): Fundada em São José dos Campos – SP em 1991 por engenheiros oriundos de empresas em estado falimentar, no cenário nacional daquele período como a Embraer e Engetch do grupo Engesa que formavam uma joint venture chamada ÓRBITA. Atua no setor aeroespacial e de defesa, fabricando “armas inteligentes” como: mísseis, foguetes, bombas teleguiadas, além de aviônicos e radares. A Mectron de imediato passou a receber os programas brasileiros de mísseis que estavam em mãos dos consórcios já citados, como o programa de desenvolvimento do míssil “Piranha”. E desde então passou a produzir e suprir com esses equipamentos as nossas forças armadas. Já em 1991 foi designada para capacitar nossas fragatas com a capacidade antiaérea com mísseis. Empresa é contratada pelo DACM (atual DSAM), órgão da Marinha do Brasil, então responsável pela escolha dos fornecedores para o programa de modernização das fragatas classe Niterói, visando capacitá-las para a defesa antiaérea contra ataque de mísseis voando a baixa altitude (http://www.mectron.com.br/historia.asp). Em 1992 assume mais alguns negócios da extinta ÓRBITA, com o EB, como novos sistemas de detecção de alvos. “Mectron é contratada pela Embraer (antiga controladora da Órbita) para finalizar o desenvolvimento e fabricar o Simulador de Tiro e os equipamentos logísticos do Sistema de Armas MSS 1.2 AC, para o Exército Brasileiro” (http://www.mectron.com.br/historia.asp). Esta empresa tem programas de compartilhamento tecnológico com a Denel Dynamics (ex-Atlas) da África do Sul, além de Embraer, AEL Sistemas e Avibras. 78 Atualmente atua em vários programas em andamento nas nossas Forças Armadas, como a modernização dos aviônicos do “caça” AMX para a FAB. Faz a montagem de nossos mísseis “Piranha” e outros modelos. Atualmente faz parte do Grupo Odebrecht Defesa e Tecnologia. - Sociedade Construtora Aeronáutica Neiva (Neiva): Sociedade Construtora Aeronáutica Neiva, fundada em 1954 no Rio de Janeiro – RJ, esta sociedade de capital privado, em 1955 adquire os direitos de fabricação do CAP “Paulistinha”, instalou-se com estrutura de construção de aeronaves em Botucatu – SP em 1956, a fim de produzir este projeto modificado e renomeado de Neiva “Paulistinha” P-56. Foram produzidas 240 unidades, desta aeronave leve e útil, nas instalações da Neiva em Botucatu – SP. Em 1959 desenvolve um projeto próprio de uma aeronave monomotor de asa alta, este é o Neiva C-42 Regente, que foi empregado “exclusivamente” pela Força Aérea Brasileira, nas funções de ligação e observação, de carga ou utilitária, essas versões ainda contavam com “hardpoints” para a fixação de bombas ou lançadores de foguetes, cerca de 120 unidades foram produzidas e integralizadas pela FAB a partir de 1961, sendo que 20 destas ainda estão operacionais. A fim de atender os requisitos da FAB de um avião de treinamento avançado e capacidades de ataque ao solo e missões de “contrainsurgência” é desenvolvido o projeto do Neiva T-25 “Universal” que foram sendo incorporadas cerca de 180 unidades entre 1966 e 1978. Sua história teve início em 1962, quando o Ministério da Aeronáutica, cujo orçamento modesto impedia a importação de treinadores Beech T-34 “Mentor” e Pilatus PC-2, contatou a Indústria Aeronáutica Neiva, então fabricante dos Paulistinha P-56 e Regente C-42 e L-42 em Botucatu (SP), para projetar e construir um monomotor de treinamento básico-avançado (http://www.esquadrilhadafumaca.com.br/index.php/quem-somos-52/aerona ves/5-n-621-neiva-t-25-quniversalq). Algumas unidades deste modelo, a partir de 1980 foram integradas à “Esquadrilha da Fumaça”, o renomado grupo de exibição acrobática de nossas forças aeronáuticas e 10 foram vendidos para o Chile. Esta aeronave é ainda utilizada na instrução acadêmica básica na FAB e está operacional nas Forças Aéreas do Paraguai e Bolívia, através de doações feitas pelo governo Lula em 2005. “Em 2005, a Força Aérea Brasileira doou seis T-25s para a Fuerza Aérea Paraguaia 79 e outros seis para a Fuerza Aérea Boliviana” (http://en.wikipedia.org/wiki/Neiva_ Universal). Em 1974 firma um acordo para a produção de aeronaves sob licença com a Piper Aircraft Inc. dos Estados Unidos e passa a fabricar “réplicas” licenciadas dos modelos de transporte leve Seneca, Navajo e Cherokee. No Brasil este último foi designado Neiva Tupi, os demais, mantiveram seus respectivos nomes. Alguns modelos foram absorvidos por nossas forças e os demais pelo mercado civil. No início de 1980 esta empresa de capital privado é incorporada a Embraer da qual se torna subsidiária, mantendo sua estrutura fabril em Botucatu – SP. Desde então passa a produzir os dos modelos “Neiva Ipanema” (EMB-202 Ipanema) movidos a Etanol, também produz o EMB-120 Bandeirante (sob encomenda, desde 1999), além destes dois modelos, produz vários componentes, utilizados nas demais aeronaves fabricadas pela Embraer. 2.4 A INDÚSTRIA DE EMPREGO MARÍTIMO E NAVAL - Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ): Esta organização militar, atualmente sob controle do Comando da Marinha, tem sua origem remota na instalação em 1763 na cidade do Rio de Janeiro de um estaleiro com o intuito de reparar os navios da Marinha Portuguesa. Em 1808 com a presença da realeza portuguesa nestas terras este Arsenal passou a ser designado como Arsenal Real da Marinha e em 1820 se expandiu para sua atual localização na Ilha das Cobras. Teve outras denominações como Arsenal Imperial da Marinha em 1822, Arsenal de Marinha da Ilha das Cobras em 1938 e a partir de 1948 tem a sua atual denominação Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ). A introdução do Brasil no contexto da construção e engenharia naval do século XX passa pelo reinício das operações do Arsenal de Marinha, durante esta fase de industrialização nacional dos anos 30 até o final do século XX este estaleiro produziu mais de 50 embarcações para a nossa força naval. Desde então realiza projetos e atividades técnicas e industriais no setor da construção e manutenção de embarcações de grande porte que atendam as necessidades do complexo militar naval brasileiro. 80 Quase totalidade das embarcações militares construídas no Brasil – desde pequenas lanchas-patrulha até os submarinos da classe Tupi – foi produzida no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ), seja a partir de projetos próprios, estrangeiros ou adaptações (FERREIRA; SARTI, 2011). O navio lança-minas, NM Carioca (C-1) da Marinha do Brasil foi construído nos estaleiros do AMRJ em 1937, participando do esforço de guerra, patrulhando a costa brasileira e atuando como navio de escolta assim como outros. O encouraçado da Marinha do Brasil, M Parnaíba (U-17) foi construído pelo AMRJ em 1938, participou de nossa campanha durante a Segunda Guerra, foi modernizado em 1998, e atualmente é o navio mais antigo da Marinha ainda em operação. Também fabricado no AMRJ os navios do tipo contratorpedeiro, CT Araguaia (D-14) e CT Amazonas (D-12) foram incorporados à Marinha em 1949, e desativado entre 1973 e 1974. Após o fim da guerra e com os equipamentos americanos disponíveis em abundância no mercado mundial esta instalação militar industrial, “hibernou” novamente nos anos 50 e 60, período quando construiu balsas, chatas e barcos pesqueiros. Obviamente, com mais esse descaso, a década de 70 encontrou a capacidade do Arsenal com um atraso tecnológico de 30 anos em relação ao Hemisfério Norte. O navio de guerra deixara de ser uma simples plataforma para ser um sistema único de armas integrado por computadores (http://www.defesabr.com/MB/mb_amrj_historia.htm#XX). Com o aporte do governo imposto pelos militares retomou a agenda de produções de emprego militar nos anos 70. A Marinha encomendou um projeto de uma classe de fragatas que foram construídas e montadas de forma independente tanto nos estaleiros do AMRJ quanto nos estaleiros da Vosper-Tornicroft Ltd., na Inglaterra. Também foram produzidas oito unidades de navios de patrulha para emprego fluvial e marítimo. Ainda com o incentivo do governo militar, a partir de 1980 foram incorporados pela Marinha corvetas como a Cv Jaceguai (V-31) e navios-hospital, balizadores e rebocadores, e de guerra como o F União (F-45), todos construídos nos estaleiros do AMRJ. Nos anos 80 das Corvetas Inhaúma e Jaceguai, incorporadas à Esquadra em 1989 e 1991, e tidos como os primeiros navios de combate de projeto nacional depois do cruzador Tamandaré, de 1890. Essas duas unidades foram construídas no Arsenal de Marinha, e outras duas na indústria privada (http://www.defesabr.com/MB/mb_amrj_historia.htm#XX). 81 Nos anos 90 dos estaleiros da AMRJ saíram os três submarinos da classe “Tupi”, Tamoyo (S-31), Tapajós (S-33) e Timbira (S-32) e os navios-patrulha NPa Grajaú (P-40) e NPa Guaíba (P-41) provando a eficiência e excelência destas instalações estatais que continuam a desenvolver projetos atualmente, embora após o fim do regime militar e a crise do setor nos anos 90 esteja apenas sempre dependendo de recursos dos governos democráticos atuais. - Empresa Gerencial de Projetos Navais (Emgepron): Localizada em anexo ao AMRJ na Ilha das Cobras. A Empresa Gerencial de Projetos Navais (Emgepron) é uma empresa pública brasileira fundada em 1982, idealizada pelo governo militar que tinha interesse em revitalizar nossa indústria naval desde meados dos anos 70. Esta se especializou em desenvolver projetos navais para o Ministério da Marinha do Brasil (atual Comando da Marinha). Art. 1º - Fica o Ministro de Estado da Marinha autorizado a constituir a “Empresa Gerencial de Projetos Navais – Emgepron”, na forma da Lei nº 7.000, de 09 de junho de 1982. Parágrafo único - Precedendo aos atos constitutivos da Empresa, o Ministro de Estado da Marinha providenciará o arrolamento dos bens a que se refere o artigo 5º da Lei nº 7.000, de 09 de junho de 1982, para serem avaliados por Comissão Especial, na forma estabelecida na citada Lei. Art. 2º - Para a integralização do capital pertencente à União na Emgepron, o Ministro de Estado da Marinha promoverá a transferência para o patrimônio da Empresa, depois de aprovada a respectiva avaliação, de conformidade com o item I, §1º, do artigo 6º da Lei nº 7.000, de 09 de junho de 1982: I - dos bens móveis e imóveis que se encontrem sob a jurisdição do Ministério da Marinha (Decreto nº 87.336, de 28 de junho de 1982). Desde então esta “empresa” controla todos os meios e recursos dos projetos da Marinha, tendo como missão, a pesquisa, a construção e a modernização de navios militares em conjunto com o AMRJ. Também atua na fabricação de munição de artilharia embarcada e presta serviços oceanográficos, apoio logístico e treinamento científico para nossos meios navais. Atuou na construção da classe de fragatas “Niterói” e dos submarinos classe “Tupi”. E terceirizou serviços para a Inace do Ceará. É hoje uma das associadas da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (ABINDE). - Indústria Naval do Ceará S/A (Inace): Iniciando suas operações de construção de embarcações em 1969 em um estaleiro de Fortaleza – CE a Indústria Naval do Ceará Ltda, introduz no início dos anos 70 uma linha de montagem de embarcações. Desde sua fundação o estaleiro 82 mantém negócios com a Marinha do Brasil, construindo diversas embarcações e reparando outras para esta instituição. No início da década de 80 assim como os demais estaleiros do país que se beneficiaram do “Segundo Plano Nacional da Construção Naval”, programa de incentivo governamental desenvolvimentista do setor naval brasileiro, a Inace iniciou seu projeto de expansão. A partir de 1984, esta passou a produzir, além de pesqueiros e iates luxuosos uma nova série de embarcações de pequeno e médio porte de propósitos mais específicos como rebocadores, balsas, barcos para a indústria petrolífera, embarcações de combate e patrulha marítima e empurradores e foi pioneira na utilização do alumínio no setor privado de nossa indústria naval. No final dos anos 80 o agora societário grupo Inace S/A fez uma série de aquisições e diversificações em seus empreendimentos e durante a crise que afetou o setor naval brasileiro no início dos anos 90 foi um dos poucos estaleiros nacionais que não encerrou as atividades mantendo-se como uma empresa sob o controle de capitais de origem nacional. Em 1996 a Inace construiu os Navios Patrulha “Guanabara” e “Guarujá”, projeto desenvolvido pela Marinha do Brasil de uma flotilha de 12 embarcações construídas sob o mesmo projeto, seis unidades foram construídas em um estaleiro alemão, quatro foram construídas no AMRJ e duas no estaleiro estatal da Marinha do Brasil. Atualmente realiza projetos para as Marinhas do Brasil como a fragata AviPa Anequim (LP-05) e para Namibia em conjunto com a Emgepron. 2.5 A INDÚSTRIA DE SUPORTE, MANUTENÇÃO, APLICAÇÕES DIVERSAS E SERVIÇOS GERAIS - Britanite Indústrias Químicas Ltda: Com sua matriz localizada em Curitiba, esta indústria fundada em 1961, especializada na fabricação de explosivos, pólvoras e detonantes, atua desde então junto aos setores de mineração e “construção civil pesada”, oferecendo soluções técnicas no “desmonte de rochas”, através de explosões controladas. Sua “parceira” com o setor público nacional é constante, sendo que esta foi uma das participantes da “construção” da usina hidroelétrica de Itaipu e da ferrovia dos Carajás entre outras. Para nossas forças armadas a Britanite fornece uma ampla gama de materiais explosivos e produtos finalizados como artefatos de explosão controlados 83 como “bombas” de várias potências e “minas antiterrestres”. Equipamentos estes condenados pela ONU, tanto nas versões AC ou anticarro (para veículos) quanto AP ou antipessoal, usados pela engenharia militar para “obstruir” ou atrasar o deslocamento de unidades móveis inimigas, são na verdade uma brutal arma, que assim como as demais, afeta diretamente as populações civis as quais são expostas a este produto industrial. “A Britanite SA – Indústrias Químicas atua na fabricação de granadas para morteiros, bombas convencionais e guiadas e foguetes ar-terra lançados de aeronaves” (FERREIRA; SARTI, 2011). Atualmente, além de sua matriz paranaense, conta com várias filiais e distribuidores que cobrem todo o mercado brasileiro de explosivos (BA, CE, RS, PA, MG, MA, GO, RJ, PE, SC e SP) aonde esta é líder do setor e unidade instalada na América Central no Panamá para o mercado latino. Atualmente fornece material explosivo que é utilizado nos mísseis e bombas teleguiadas, produzidas pela Mectron de São José dos Campos – SP (0356) e recentemente vendeu uma parcela de sua subsidiária de fabricação de explosivos civis e detonadores IBQ Indústrias Químicas S.A para a chilena Enaex S/A e a peruana Exsa S/A. - Ceppe Equipamentos Industriais e Comércio Ltda: É empresa brasileira atuante no mercado desde 1987, é especializada no desenvolvimento e na fabricação de equipamentos, maquinários e veículos de propósitos especiais. É especializada em atender demandas do mercado militar, onde participa dos processos de renovação dos veículos blindados do EB, também atua no mercado de segurança, produzindo veículos blindados para o transporte de valores “carro-forte” para o mercado civil e veículos “antitumulto” para as forças policiais. - Columbus Internacional Comercial Importadora e Exportadora Ltda: Localizada em São Paulo – SP, esta é uma empresa genuinamente brasileira, criada em 1993 por ex-funcionários da área técnico/industrial da empresa Engesa S/A que havia falido. Esta presta serviços de manutenção e realiza programas de modernização e de implementação de novas tecnologias, toda a linha de viaturas militares (EE-15 e EE-25, EE-12) e veículos de combate (EE-9 Cascavel, EE-11 Urutu), fabricados pela Engesa S/A e adquiridas por nossas forças armadas no século XX, possibilitando suas atuais utilizações por parte de nossas armas. Também desenvolveu o projeto do “Marruá”, esse projeto foi vendido à empresa 84 Agrale S/A, sendo produzido por esta última tanto para o mercado civil quanto para os Exércitos do Brasil e Argentina. - Comercial Molytrol Ltda: É uma empresa carioca do setor petroquímico, produtora e responsável pelo fornecimento de óleos graxos, fluidos hidráulicos e lubrificantes especiais de acordo com especificações militares para o Ministério da Defesa Brasileiro para serem utilizados em armas como canhões e tanques do EB. - Condor Tecnologias Não Letais: Especializada em equipamento de aplicação não letal dentre os quais, armas químicas de emprego “leve” e não letal como gás lacrimogêneo e de pistolas de pulsos elétricos entre outros. Desde sua fundação em 1985 desenvolveu mais de 100 produtos com aplicabilidade pelas forças de segurança (policiais), Forças Armadas, empregadas pelas Forças de Paz das Nações Unidas e em países importadores nas operações de contenção passiva. - ELEB Equipamentos Ltda: Criada como uma subsidiária, a Embraer Divisão Equipamentos (EDE), em 1984, durante o programa “AMX Internacional” de capacitação de nossa indústria aeronáutica sob julgo militar se especializou na fabricação de trens de pouso, atuadores hidráulicos, válvulas entre outras partes mecânicas de emprego no setor aeronáutico. Origem da empresa remonta aos anos 70, quando o Brasil e a Itália decidiram desenvolver em conjunto um novo programa militar que consistia em um caça bombardeiro tático chamado de AMX. Foi decidido pelo Governo Brasileiro que o programa deveria também trazer para o país o “know-how” associado à tecnologia de desenvolvimento e produção local do sistema de trem de pouso e componentes hidráulicos para a indústria aeronáutica. A responsabilidade de trazer este tipo de tecnologia para o Brasil foi dada à Embraer – Empresa Brasileira de Aeronáutica, que por sua vez criou a EDE – Embraer Divisão Equipamentos, em 1984. Anos mais tarde, em 1999, a EDE foi estabelecida como empresa, através da criação de uma “joint venture” entre a Embraer e a empresa europeia Liebherr Aerospace SAS, passando a se denominar ELEB – Embraer Liebherr Equipamentos do Brasil S.A., com a Embraer passando a deter 60% de seu controle acionário e a Liebherr 40%. A maior parte dos ativos da EDE foram transferidos para a ELEB (http://www.eleb.net/html/ interna.php?pagina=a-empresa&indique=sim). Assim como sua mantenedora esta também passou à iniciativa privada, agora denominada ELEB Equipamentos Ltda, mas continua realizando trabalhos em 85 conjunto com as demais empresas do setor e nossas Forças Armadas. Entre seus trabalhos estão projetos para a Embraer, a FAB e o projeto do A-4 da Marinha, além do emprego de sua produção nas linhas de montagem da Embraer. - Grupo Inbrafiltro: O conglomerado brasileiro paulistano, Inbrafiltro, foi criado em 1979 com o objetivo de produzir equipamentos de proteção de alta tecnologia, especialmente em fibra de aramida e materiais compostos de polietileno, cerâmica e materiais balísticos avançados de blindagem e proteção. Fornece “coletes a prova de balas”, escudos balísticos e capacetes para as forças policiais brasileiras. Também o grupo atua na área de blindagem de veículos, embarcações, edificações e aeronaves, para as Forças Armadas brasileiras, além de fornecer capacetes de combate adotados por várias de nossas unidades de infantaria do Exército. A Inbrafiltro também fabrica materiais e compostos utilizados no setor aeronáutico. - Moto Peças S/A: Empresa fundada em Sorocaba – SP em 1956. Com a desativação dos M-4 Sherman em 1980 passaram por processos de conversão, visando atender as necessidades de carros especializados. Esse projeto do CTEx foi realizado pela Moto Peças S/A, que desenvolveu sobre o chassi do M-4 Sherman uma viatura blindada especial de engenharia de combate, agora denominada M-4A1, foram produzidas apenas 11 unidades das 83 possíveis, pois como seu desempenho foi considerado insatisfatório o projeto foi cancelado (0376). Esse “know-how” não foi desperdiçado, foi com ele que a Moto Peças desenvolveu seu “carro de combate” próprio. O “carro blindado de transporte de pessoal” ou CBTP Charrua, com desempenho satisfatório em testes de nossos fuzileiros navais e no Exército foi abandonado como praticamente todos os demais projetos iniciados por nossa indústria de veículos militares no final dos anos 80, não teve prosseguimento durante os “sombrios” anos do início da década de 90. - Novatração Artefatos de Borracha S/A: É uma empresa brasileira fundada em 1954, especializada na fabricação e reparação das esteiras, sapatas ou lagartas, rodas e rolos de apoio, pneus maciços e rodas para veículos industriais de nossas Forças Armadas, particularmente participou dos programas relativos aos modelos M-108, M-41, M-578, M-3AI, Marder, M-60 do EB e no desenvolvimento do Charrua entre outros. 86 3 A PRODUÇÃO E O COMÉRCIO GLOBAL E A INDÚSTRIA DE DEFESA NACIONAL Neste capítulo ímpar, a proposta é mapear o “escoamento” e “aceitação” desta produção no mercado exterior, a “fidelização” de um determinado grupo de clientes e identificá-los também como responsáveis pelo estimo e permitindo à nossa indústria bélica nacional desenvolver novos programas e novos produtos para atender a estes clientes “parceiros” e conquistar novos mercados ao redor do globo. Também destacaremos como esse comércio é tratado de maneira “estratégica” e como este comércio deve seguir uma série de regulações de acordo com os ditames do Itamaraty neste mercado de produtos “controláveis”. Como veremos aqui, a Política Nacional de Exportação de Material de Emprego Militar (PNEMEM) parte do critério que o comércio internacional de armas implica relevantes consequências políticas, econômicas e estratégicas, especialmente quando se trata de transferências para países em conflito interno ou regional. Visto que essas transferências de armas, principalmente para regiões conflituosas, não podem ser consideradas transações comerciais “normais” entre países, haja vista existirem uma série de restrições impostas por considerações geopolíticas de nível global, bem como princípios éticos, norteadores deste setor industrial em suas “negociações” com clientes estrangeiros. Ou seja, os “dividendos” oriundos destas negociações devem ser entendidos não só através dos fatores econômicos, como também devem ter um caráter “político” para ser considerável ao seu valor, não apenas sob a óptica do lucro, mas também sobre a representação das políticas de um complexo industrial militar “simbiótico” entre os interesses privados e públicos, em relação ao quadro geopolítico global aonde estes interesses se inserem. Mesmo com nossa tardia industrialização nossas empresas nacionais se estabeleceram de maneira destacada neste segmento econômico de nível mundial, com vendas “vultosas” e significativas para “teatros de operação” tão distintos, quanto o Oriente Médio, a América Central, o Mediterrâneo e a África subsaariana. Incluindo valores expressivos por conceito de exportações anuais – estimase que durante o decênio de 1980 tais exportações flutuaram anualmente entre os US$ 200 milhões e US$ 1 bilhão. Aeronaves, veículos blindados e artilharia, sistemas de navegação e radar, mísseis, navios de guerra e armas ligeiras (espingardas, pistolas, granadas) formavam parte dos inventários disponíveis no país. Vale acrescentar, ainda, que mais de 70% 87 da produção brasileira de armamento era destinada ao mercado internacional. Note-se, ademais, que os produtos brasileiros – desenhados com base em tecnologia de mediana sofisticação – foram bem recebidos no mercado internacional, devido ao seu alto desempenho em operações reais de combate, às facilidades financeiras para as aquisições, ao baixo custo de manutenção, e aos preços competitivos, entre outras ponderações. Em consequência, entre 1971 e 1991, o Brasil foi capaz de exportar material de emprego militar para mais de 25 países (AVILA, 2009). Diante deste quadro de relevância, a presença de nossas empresas de defesa no mercado internacional de equipamentos bélicos será mapeada de forma generalizada dentro de seus respectivos segmentos de mercado com vistas ao mercado exterior. 3.1 ARMAS LEVES E PORTÁTEIS O primeiro apontamento que se faz necessário nesta parte relativa ao mercado global de armas de fogo e o papel de nossas indústrias de “armas de fogo” é o fato de os Estados Unidos da América absorver esta produção em quantidades muito superiores aos demais países. O mercado civil “norte-americano” absorve não só pistolas, revólveres e rifles, como os mercados consumidores de alta regulação como o brasileiro, sendo naquele país permitido uma série de dotações, de uso vedado nestas terras, como a venda de fuzis e metralhadoras. Mesmo com essa “regulamentação” o sucesso de nossas empresas no mercado mundial é invejável e incontestável como veremos a seguir. Quanto à presença e participação já na década de 60 de nossas empresas nacionais neste mercado americano, num primeiro momento destacamos já os projetos licenciados de revólveres e pistolas da Colt Americana e replicados em Itajubá – MG (hoje Imbel), importados atualmente para o mercado americano por intermédio da Springfield Inc. Estas armas já foram empregadas em agências governamentais como o FBI e forças policiais. Confirmação do sucesso da Fábrica de Itajubá, seja na produção de armamentos militares, seja na produção de armamentos civis, está consagrado na exportação de pistolas, realizada há mais de quinze anos para a Springfield Armory Inc., localizada nos Estados Unidos da América, que é sem dúvida, o mais exigente mercado mundial. Destaque-se também, de forma especial, a utilização do armamento produzido pela Fábrica de Itajubá, pelo Federal Bureau of Investigation, FBI, nos Estados Unidos da América (DELLAGNEZZE, 2008). 88 Também a INA se fez presente neste mercado global com exportações da sua submetralhadora INA modelo-1950 para os países latinos como Chile, Paraguai e Uruguai entre outros. No mercado norte-americano a INA disponibilizou seus modelos de revólveres réplicas dos Smith & Wesson, estes INA Tigre ou “Tiger”, se tornou o primeiro revólver “Made in Brazil” exportado regularmente durante os anos 60 para os Estados Unidos, e em 1966 a CBC importava suas primeiras espingardas para o mercado norte-americano. Nossa indústria se desenvolveu e se fortaleceu e aumentou e muito a fabricação e comércio desses armamentos progressivamente entre 1974 e 1983, principalmente voltando-se para o mercado exterior, devido às restrições impostas pelos militares. “A década de 60 foi marcada por grandes tensões políticas no país, que resultaram numa regulamentação extremamente rígida para a comercialização de armas” (http://www.taurus.com.br/?on=empresas&in=historico&decada=1960). Neste período nota-se a consolidação da Taurus S/A no mercado de armas leves, o fortalecimento da CBC com exportações de munições para várias forças militares ao redor do mundo, a criação da Imbel e a falência da INA. No início da década de 80, precisamente no ano de 1981, é fundada em Miami na Flórida – EUA a TIMI. Esta “subsidiária” foi a responsável pelo crescimento da Taurus no mercado americano de armas portáteis, haja vista que esta inclusive passou a produzir pistolas em solo americano e distribuindo também nossos produtos fabricados pela Taurus aqui do Brasil. A TIMI desde então atua com “sucesso” neste mercado norte-americano, segue também exportando para mais de 80 países e é a principal indústria do setor na América Latina. A Rossi por sua vez produziu revólveres, rifles e espingardas que foram disponibilizados para o mercado internacional, distribuídos pela Interarms nos Estados Unidos e após sua incorporação pela Taurus passou a ter seus produtos distribuídos pela Braztech Internacional L.C. na América do Norte, aonde segue sendo distribuída. Outra grande empresa brasileira do setor de destaque no mercado “yankee” é a CBC, esta já exportava desde a década de 70 munições para vários países e em 1983 a Companhia Nacional de Cartuchos, anteriormente ligada a Remington Arms, volta ao mercado americano de munições “CBC 1983 começa a exportar munição comercial aos Estados Unidos” (http://intl.cbc.com.br/the-company/history). No início da década subsequente a CBC cria a sua subsidiária em terras “norte-americanas”, 89 a Magtech se instalou inclusive com um parque fabril, em Minneápolis, Minnesota – EUA. Esta empresa passa a ser a “marca” internacional da CBC, distribuindo sua ampla gama de produtos, desde munições de vários calibres e armas como rifles e submetralhadoras, e segundo dados da própria empresa, já no ano de 1998, esta empresa exportava 70% de sua produção total, para mais de 60 países, inclusive munições para o US Army. Atualmente a Magtech tem também instalações em Hamburgo na Alemanha e a CBC tem outras subsidiárias como a MEN na Alemanha e a Sellier & Bellot na República Tcheca. A CBC é assim como a Taurus, considerada uma das maiores do setor no mundo. Nos anos 80 o Brasil “flexibilizou” a PNEMEM, com vistas ao aumento das vendas destas empresas privadas, este descontrole do setor gerou um mal-estar internacional, rapidamente reconhecido quando nossas armas de fabricação nacional estavam entre aquelas “transferidas” aos rebeldes, numa negociação triangular clandestina entre iranianos e afegãos, a CIA e guerrilheiros nicaraguenses, num dos maiores escândalos políticos da época, denominado “IrãContras” durante o governo Reagan. Contudo, tal modificação na PNEMEM deu lugar a uma pouco conhecida, surpreendente e perturbadora transferência de armamento brasileiro para os “contras” nicaraguenses, através de empresas privadas estadunidenses vinculadas à comunidade de inteligência e a grupos empresariais conservadores daquele país. Não está claro quando iniciaram os embarques de material de emprego militar destinado aos “contras” nicaraguenses, aparentemente sem conhecimento das autoridades brasileiras (AVILA, 2009). Estas armas brasileiras além dos “Contras” nicaraguenses; “40 mil rifles de fabricação brasileira em poder dos contrarrevolucionários da Nicarágua” (AVILA, 2009). Teriam também durante esse período e dentro desta operação secreta, abastecido por intermédio Sherwood International Export Corporation, dos EUA e da própria CIA, repassado armamentos para milícias de Angola e para os guerreiros Mujahedin do Afeganistão. É importante destacar também que no final do século XX as exportações para o nosso “vizinho” Paraguai foram suspensas por nossa indústria a fim de controlar o mercado paralelo destas armas via contrabando para o Brasil. Apesar de alegarem estas indústrias, esta ser uma tentativa de combater a criminalidade, nota- 90 se também o interesse destas empresas por evitar a concorrência de suas próprias armas via “descaminho e contrabando”. O Brasil é um dos líderes mundiais em produção e vendas neste segmento industrial bélico (pistolas, carabinas, rifles, submetralhadoras e munições). Em 2011 segundo o Small Arms Trade Survey, em seu respeitado estudo sobre essa indústria, o Brasil foi o quarto maior exportador mundial de armas leves, atrás apenas dos Estados Unidos, Itália e Alemanha, e frente de Rússia e Israel. 3.2 VEÍCULOS DE COMBATE Na questão relativa à nossa base industrial de defesa e a produção e comércio de veículos de combate, com vista às exportações, destacamos que este “comércio” é tardio, porém destacado no quadro geopolítico global de nosso século XX. O fato de nossa industrialização se implementar lentamente, nas décadas de 30 e 40 com os setores metalúrgico e mecânico e nos anos 50 com as indústrias automobilísticas e petroquímicas, permitiu a nossa indústria de “veículos de combate” só surgir na década de 60. O primeiro “veículo de combate” produzido no Brasil e exportado para outros mercados foi a Rural Willys de versão militar em 1962, que foi adquirido pelo Exército de Portugal, para ser empregado em suas campanhas militares em Guiné e Angola. “Em 1962, no início da guerra colonial, Portugal adquiriu da Willys Overland do Brasil 150 unidades da pickup militar Willys, destinadas ao Exército, para serem empregadas na África” (http://pamarangoni.blogspot.com.br/2011/07/exercito- portugueso-sumico-das-pick ups.html). Nos anos 70, durante o regime militar brasileiro, a Engesa, que vivia seu “apogeu” com vendas para nossos governos militares (Exército e Marinha) passou junto deste governo a vender seus equipamentos para países, os quais haviam possibilidades estratégicas, sempre respeitando-se a lógica de nossa “Política Nacional de Exportação de Material de Emprego Militar” e seu impacto no cenário geopolítico. Sendo assim, esse acesso se dá em mercados periféricos como o terceiro mundo não alinhado, em cenários conflituosos como nos países do Oriente Médio, nos movimentos de descolonização e lutas sectárias na África e nas lutas “anti-insurreições” na América Latina. Ainda nos anos 70, o fortalecimento de nossa 91 indústria automobilística permitia as exportações de caminhões para o emprego militar da Mercedes-Benz do Brasil para países da América Central. No “portfólio” de clientes da Engesa devemos destacar o líder líbio Muammar Gaddafi, o presidente do Iraque Saddam Hussein, o governo GregoCipriota da ilha de facto dividida com os turcos em 1974, os governos ditatoriais latinos e os governos miseráveis africanos, entre outros. Seu primordial produto e meio de inserção nestes mercados foi o Engesa EE-11 Urutu. Este veículo 6x6 blindado e anfíbio de transporte de pessoal foi exportado, aproximadamente cerca de 800 unidades, para inúmeros países como: Chipre, Líbia, Tunísia, Gabão, Marrocos, Zimbábue, Angola, Emirados Árabes, Jordânia, Iraque, Chile, Venezuela, Equador, Colômbia, Suriname, Paraguai e Bolívia. Junto deste o Engesa EE-09 Cascavel, um pequeno tanque sobre rodas, com um potente canhão, fraca blindagem e de grande mobilidade no campo de batalha, teve cerca de 1300 unidades exportadas para países como: Chipre, Líbia, Burkina Faso, Zimbábue, Nigéria, Togo, Gana, Catar, Iraque, Chile, Uruguai, Venezuela, Equador, República Dominicana, Colômbia, Guiana, Suriname, Paraguai, Bolívia e outros. Em 1977 o líder da Líbia firmou uma série de acordos comerciais com a Engesa e nosso governo ditatorial militar, dando a este “general” africano, viaturas de combate para a sua invasão do Chade. Este comércio foi interrompido com a apreensão de quatro aviões líbios carregados de armas brasileiras na Nicarágua em 1983 e só retomado em 1986. Uma relação de abastecimento de armas com o Brasil começou em 1977 com uma ordem da Líbia por várias centenas de carros blindados a um custo de mais de US$ 100 milhões. Um contrato em 1981 de US$ 250 milhões de compras de carros adicionais blindados, foguetes, bombas e lança-mísseis. As negociações foram interrompidas em 1983 com a apreensão de quatro aeronaves líbias em trânsito carregado com armas do Brasil na Nicarágua (LIBRARY OF CONGRESS COUNTRY STUDIES, 1987). Ambos os modelos, a partir do início dos anos 80, também já mostraram excelentes resultados no campo de batalha, engajados no lado iraquiano nas incursões ao território iraniano durante a Guerra Irã-Iraque, o que fez de seu presidente Saddam Hussein, um “satisfeito consumidor” e financiador de nossa 92 indústria bélica brasileira e da vizinha indústria bélica chilena também sob julgo militar. Outros países estavam prontos para preencher o vácuo através da oferta de bens e serviços em condições preferenciais. Empresas do Brasil, Coreia do Sul, Índia, Iugoslávia e Turquia, apoiada por garantias de crédito à exportação dos seus governos, foram ganhando uma fatia cada vez maior do mercado iraquiano (LIBRARY OF CONGRESS COUNTRY STUDIES, 1988). Essa aproximação e os acordos comerciais dos governos militares “ditatoriais meridionais” de Chile e Brasil, com o Iraque de Saddam Hussein, foram intensos e lucrativos, para estas indústrias e governos, colocando o Brasil como o principal exportador para este país. “Em 1985, o Brasil foi o principal destino das exportações iraquianas, o que representa 17,7 por cento do total” (LIBRARY OF CONGRESS COUNTRY STUDIES, 1988). “Exportações (em ordem de magnitude), em 1986, Brasil, Espanha e Japão” (LIBRARY OF CONGRESS COUNTRY STUDIES, 1988). Estes negócios não sofreriam interferências de Washington, até a invasão iraquiana do Kuwait. Destacamos que além de “acompanhar” e “adquirir” os projetos da Engesa, Saddam Hussein financiou alguns projetos como o caso do Engesa EE-T4 Ogum e outros. “De acordo com uma estimativa do Stockholm International Peace Research Institute (SIPRI), 40 por cento de todas as transferências de armas brasileiras 19851989 foi para o Iraque” (LIBRARY OF CONGRESS COUNTRY STUDIES, 1997), porém com a “Operação Tempestade do Deserto” o projeto foi abortado, restando alguns protótipos abandonados em terras iraquianas. “Ele foi concebido para atender as necessidades do Iraque então em guerra com o Irã e que necessitava de um veículo sobre lagartas na faixa de quatro toneladas, destinado principalmente a ser utilizado como plataforma de armas leves” (BASTOS, 2012). Outros destaques desta empresa no mesmo período é carro de combate leve 4x4 e veículo de reconhecimento, Engesa EE-03 Jararaca, estas unidades produzidas em série no final da década de 70, todas voltadas ao mercado exterior, estas foram adquiridas pelos governos latinos de Equador e Uruguai, pelo africano Gabão, pelo governo grego-cipriota do Chipre e pelo Iraque. Também foram vendidos cerca de 270 caminhões militares Engesa EE-50 enviados para Angola na 93 década de 80, os “jipes” Engesa EE-12 para Jordânia, Suriname e Angola. Houve ainda os projetos já vistos, dos Engesa EE-15 Sucuri, Engesa EE-T4 Ogum e Engesa EE-T1 Osório que apesar de passarem por testes “satisfatórios”, em outros países como Iraque e Arábia Saudita, não foram fabricados em série. Outro grande sucesso do segmento nacional de veículos de combate é o “sistema” ASTROS, fabricado pela Avibras, também atendendo a um requisito específico do governo Saddam Hussein, a partir de 1981, que necessitava de uma plataforma de “artilharia por saturação” em sua guerra contra o Irã. Com os recursos financeiros injetados pelo já cliente Iraque, então um grande aliado do Ocidente, e com o apoio de satélites americanos que informavam as posições e deslocamento das forças Iranianas, este sistema funcionou de forma impecável (BASTOS, Astros II). O sistema ASTROS nada mais é que uma plataforma com vários casulos para o lançamento de mísseis de vários calibres e com alcances distintos (9 km a 90 km), montados sobre um chassis de caminhão blindado. Desde então este “sistema” passou a ser adquirido por várias forças ao redor do mundo, teve seu projeto “copiado” pelos americanos devido ao seu sucesso nos anos 90 quando da invasão iraquiana ao Kuwait. Em 1995 o Brasil foi denunciado por Israel, por desrespeitar o embargo de armas da ONU ao vender esse “sistema de artilharia” ASTROS para o governo líbio do general Gaddafi. “Em junho de 1995, o adido militar israelense em Brasília denunciou Brasil para as vendas contínuas de lançadores de mísseis Astros II superfície-superfície e bombas pesadas para Líbia, apesar de os embargos da ONU” (LIBRARY OF CONGRESS COUNTRY STUDIES, 1997). Este eficiente “veículo de combate” continua sendo fabricado pela Avibras na sua versão modernizada ASTROS II e atualmente vem sendo adquiridos por diversos países já no século XXI. O ASTROS II é hoje o mais completo sistema de foguete da artilharia de saturação do mundo, com o grau de teste de alta flexibilidade de emprego operacional. O sistema ASTROS II foi provado em combate nas últimas duas guerras do Golfo, e que tem sido cada vez mais adotado por Exércitos de vários países. Características ASTROS II também permitir que o sistema a ser empregado em operações de guerra Littoral com sucesso extraordinário (http:// www.epicos.com/epicos/extended/brazil/avibras/avibras_defence.html). 94 Devemos destacar também que os veículos Engesa já citados nos conflitos Irã-Iraque e invasão do Chade, participaram de várias outras campanhas militares dignas de nota, outros conflitos entre a Líbia do general Muammar Gaddafi no norte da África e no controle de zonas na fronteira entre turcos e gregos no Chipre entre outros. O Engesa EE-11 Urutu destacou-se nas operações militares antiguerrilha na Colômbia e também foi usado na invasão do Kuwait pelas tropas de infantaria motorizadas de Saddam Hussein. Os “Cascavéis” iraquianos foram “mal empregados” pelos militares deste país durante a “Operação Tempestade no Deserto”, pois ao invés de usarem de sua mobilidade nas areias do deserto, optaram por alinhá-los como “tank-destroyers”, semienterrados na areia, os tornando alvos fáceis da coalizão aérea americana. “Na Segunda Guerra do Golfo (1991), vários deles foram destruídos por ataques aéreos de aviões A-10 Thunderbolt II e muitas das fotos os mostram enterrados” (BASTOS, 2006). Já durante o século XXI, estes seguem sendo vistos em operações militares ao redor do globo, como nos recentes conflitos desencadeados na “Primavera Árabe” (Líbia, Bahrain, Egito e Tunísia), e estão sendo usados pelo “novo” Exército do Iraque, “modernizados” por empresas americanas no atual cenário mesopotâmico do médio oriente, de “guerra ao Terror”. Estes também seguem sendo usados ativamente por tropas de vários países “peacemakers” em suas missões de paz da ONU como no Haiti, no Kosovo e no Mali. No atual momento geopolítico global, após a falência da Engesa e da Bernardini, resta a Avibras, que atualmente produz o ASTROS II, como já citado, exportado com muito sucesso para todo o globo e está iniciando as vendas de um carro de combate ligeiro 4x4 designado Avibras Guará, desenvolvido junto com a Ceppe para o mercado exterior. Há ainda o Marruá, um projeto Engesa, hoje fabricado pela Agrale e já vendido para vários países, principalmente na América Latina. 3.3 EMBARCAÇÕES Quanto às nossas embarcações e o mercado global devemos destacar primeiramente o papel do plano de metas do governo JK, que buscava desenvolver esse setor e as exportações. 95 A política de desenvolvimento da indústria naval brasileira tem seu ponto de partida com a Lei 3.381, de abril de 1958, conhecida como a Lei do Fundo de Marinha Mercante (FMM) com o objetivo de prover recursos para a renovação, ampliação e recuperação da frota mercante nacional; evitar a importação de navios; diminuir despesas com afretamento de navios estrangeiros; assegurar a continuidade das encomendas de navios e estimular a exportação de embarcações www.sinaval.org.br/docs/BalancoHistoria.pdf). Mas nossos estaleiros não conseguiam atender nem mesmo nosso mercado interno. No governo Costa e Silva, houve uma nova retomada de investimentos do setor naval, mas as necessidades da Marinha Mercante e da indústria petrolífera sempre absorveram esta produção, sendo assim neste setor, apenas embarcações de utilidade foram produzidas, sem embarcações de emprego militar vendidas ao estrangeiro. A Emgepron, que atua tanto no ramo de construção naval, quanto no de munições para embarcações, fez vendas no mercado global destas “balas de canhão”. A produção inclui os calibres 4,5” MK-8; 3” L/50 e 5” L/38 para canhões navais; 105 mm Light Gun, M-1 e M-57; 40 mm L/60 e L/70; e salva de 47 mm e de 105 mm. A excelente relação custo x benefício destas munições resultaram em diversos negócios na América do Sul, África e Ásia (http://www.infodefensa.com/latam/2012/05/24/noticia-emgepron-desenvolve -novas-versoes-do-sistema-de-controle-tatico-siconta-para-o-programa-pro super.html). Apenas nos recentes anos, o Brasil atingiu a capacidade de exportar embarcações, fornecendo algumas fragatas de guerra para marinhas do continente africano como Namíbia e Moçambique num projeto conjunto da Emgepron, desenvolvido em parceria com a Inace, Marinha do Brasil e Itamaraty. 3.4 AERONAVES Na parte relativa ao comércio global de nossas aeronaves de fabricação nacional, destacamos que apenas iremos deter-nos nas negociações que envolvam aeronaves adquiridas para ter seu emprego no campo militar. Sendo assim, não observaremos as vendas de modelos “duais” (civil + militar) quando estes forem vendidos para o mercado civil exterior, mantendo-se o critério de destinação ao consumo militar como critério de mapeamento destas aeronaves. 96 Apesar de algumas unidades terem sido vendidas ao exterior nos primórdios de nossa aviação e indústria aérea, esses não atendiam a este emprego específico militar e não podemos comprovar este emprego. Sendo assim, nossa “base de pesquisa” se inicia com os programas conjuntos da FAB, do CTA e de empresas como Aerotec e Neiva, e torna-se uma realidade tangível na indústria aeronáutica com a formação Embraer, por nosso governo federal em 1969. Sendo assim, o projeto Aerotec modelo 122, desenvolvido em 1965, repontencializado para o emprego militar em 1967 e produzido em série a partir de 1968, para abastecer a FAB, foi a primeira das aeronaves de configurações “modernizadas” produzidas no país e foi também a primeira aeronave de emprego militar específico a ser vendida para o mercado externo, em números aproximados foram 18 aeronaves vendidas para a Bolívia e outras 16 foram exportadas para o Paraguai, e em momentos distintos dos anos 70 e 80 aonde estes Aerotec T-23 Uirapuru atualmente seguem ativos. Outro modelo saído das pranchetas no final dos anos 60 foi o projeto da Neiva, designado Neiva T-25 Universal, de “design” arrojado e dotado de uma série de novas incorporações tecnológicas, na fuselagem, trem de pouso e aerodinâmica. “Monoplano de asa baixa de construção toda em metal, com trem de pouso retrátil” (http://en.wikipedia.org/wiki/Neiva_Universal). Este modelo além de ser adotado pela nossa FAB teve algumas unidades adquiridas pelo então nosso “novo cliente” no campo militar, o recente governo do General Pinochet no Chile. No início de 1975, as 150 unidades já haviam sido produzidas: 140 foram incorporadas à FAB, incluindo a versão armada T-25A, destinada a integrar os esquadrões de reconhecimento armado (EMRA), e outras 10 foram exportadas para o Chile (http://www.esquadrilha dafumaca.com.br/index. php/quem-somos-52/aeronaves/5-n-621-neiva-t-25-quniversalq). O governo paraguaio do General Alfredo Stroessner também passou a contar com algumas unidades deste turboélice brasileiro a partir de 1983. E atualmente estes “obsoletos” modelos estão sendo doados por nossos atuais governos para o mesmo Paraguai e Bolívia. A Embraer, constituída em 1969, com vistas à fabricação do Bandeirante desenvolvido pelo CTA em 1965, já o produzia em série no início dos anos 70, abastecendo o mercado aeronáutico com esta modelagem de emprego “dual” (civil + militar). As suas versões civis foram adquiridas por cerca de 45 companhias aéreas 97 e teve estas versões de transporte, vigilância e utilitárias vendidas para forças armadas como: Colômbia, Cabo Verde, Uruguai, Guiana, Angola e outros. A versão “militarizada” do Bandeirante, designada EMB-111 “Bandeirulha” (bandeirante + patrulha) para emprego em guerra “antissubmarina”, além da FAB, foi adquirida pela Força Naval do Chile em 1978 e pelo Gabão em 1981, mais para Argélia e Angola foi emprestada pelos nossos militares para a Argentina durante sua guerra pelas “Malvinas”. Em seu processo de fomento a nossa indústria aeronáutica em particular a Embraer, em 1971, o nosso governo militar adquiriu os direitos de produção do modelo italiano Aermacchi MB-326 desenvolvido em 1962 e que também estava sendo replicado na África do Sul na Austrália. Nestas terras, esse modelo de caça supersônico foi “rebatizado” de EMB-326 Xavante e desta produção seriada pela Embraer, além da FAB foram adquiridos por Paraguai, Togo e Colômbia. Como já destacamos anteriormente em 1976 foi desenvolvido o EMB-121 Xingu, projeto similar ao do “Bandeirante”, porém de menor escala e pressurizado com capacidade de transporte executivo, exclusivamente produzido para o mercado militar. Foram produzidas pouco mais de 100 aeronaves, sendo que cerca de metade destas para a FAB e metade para as Forças Aérea e Aeronaval Francesa, aonde esta aeronave utilitária foi recebida em 1982, esta aeronave ainda é utilizada. No início dos anos 80 a Aerotec lançou o projeto Aerotec A-132 Tangará, que teve apenas seis unidades seriadas produzidas, estes aviões utilitários foram vendidos e construídos especificamente para a Força Aérea Boliviana, além de um protótipo. E no mesmo período, a Embraer atinge o mercado global de maneira definitiva com seus projetos exitosos do EMB-120 Brasília e EMB-312 Tucano. O avião EMB-120 Brasília é voltado para o mercado civil, mas com capacidade “dual”. Este avião de porte médio e bom raio de alcance foi empregado por algumas forças armadas no transporte de cargas e pessoal pelo Equador, Angola e Uruguai. Já o EMB-312 Tucano, um avião turboélice, genuinamente de aplicação militar, tem entre suas principais capacitações a diversidade de empregos, podendo ser operado como: interceptador, bombardeiro leve em vigilância/contrainsurgência e como excelente treinador avançado. missões de 98 Este “versátil” modelo passou a dotar a FAB e já exportado para outros países em 1983 o “Tucano” teve seu projeto vendido sob licença para o governo do Egito com financiamento saudita para a montagem destes turboélices em seu complexo estatal de Helwan em parceria com o governo Iraquiano de 1984 a 1989 de modo sazonal. Uma empresa Short Brothers plc. do Reino Unido, também comprou suas licenças e o fabricou com distinta motorização em Belfast na Irlanda a partir de 1986, estes “Short-Tucanos” foram vendidos para a RAF do Reino Unido, mais Kuwait e Quênia. As unidades produzidas em solo brasileiro pela Embraer foram adquiridas por inúmeros países dentre os quais: Argentina, Honduras, Colômbia, França, Mauritânia, Gabão, Angola, Paraguai, Peru e Venezuela. Ainda destacamos o programa AMX Internacional, desenvolvimento conjunto e compartilhado entre Aeritalia e Aermacchi da Itália e Embraer. Este caça subsônico de combate “ligeiro”, apenas 30% brasileiro, voou apenas pelas forças de Brasil e Itália. Desenvolvido no início dos anos 90 e com capacidade “dual” (civil + militar), o avião de reatores a jato de médio porte Embraer EMB-145 passou a ter emprego militar, através de modificações, que lhes dotam de capacidades para “guerra eletrônica”. Estes modelos são: o Embraer EMB-145 MP/ASW, de vigilância aérea marítima e guerra antissubmarina, o Embraer EMB-145 RS/AGS, usado em “sensoriamento remoto” e o Embraer EMB-145 AEW&C, destinado a vigilância e controle do espaço aéreo, e em missões de “alerta aéreo antecipado”, há ainda uma versão de transportes de cargas para o emprego militar designada Embraer EMB145 C-99. Atualmente essas aeronaves levando-se em conta apenas aquelas “adquiridas” por forças militares, estão presentes na Colômbia, Bélgica, Tailândia, Índia, Panamá, México, Grécia, Equador e Angola. Atualmente segue produzindo e vendendo no mercado externo, o sucessor de seu famoso “Tucano”, “O Super Tucano tem valor de US$ 9 milhões a US$ 14 milhões, dependendo de sua configuração a Embraer espera vender até 40 Super Tucanos em oito meses” (http://economia.terra.com.br/noticias/noticia.aspx?idNoticia=201106211424_RTR_1 308666185nN1E75K09U), o EMB-314 Super Tucano já se encontra nas unidades militares de países como Colômbia, Equador, Chile, Mauritânia, Indonésia, Burkina Faso, República Dominicana, Angola e Senegal. Além disto, esta aeronave está em processos de licitações do governo americano para dotar a sua própria Marinha e as 99 novas forças aéreas do Afeganistão e vários outros países estudam a sua aquisição. A Embraer foi proibida pelos EUA de vender esta aeronave ao governo Hugo Chavez devido este modelo ter motorização de tecnologia controlada por americanos. A Embraer está no momento desenvolvendo um “gigantesco” avião de emprego militar, de projeto designado KC-390, já encomendado por Brasil e Colômbia, possivelmente fará seu primeiro voo em 2014. 100 CONCLUSÃO Em nossa conclusão após esta análise, das partes envolvidas na formação deste “mapa bélico” brasileiro do século XX, primeiramente destacaremos algumas observações sob o prisma economicista. Em nosso primeiro capítulo relativo aos campos militares (forças armadas), policiais e agências coercitivas e o mercado civil, destacamos serem estes “segmentos” consumidores, de uma “necessária” demanda deste setor produtivo bélico, no entanto, até os anos 50, este mercado consumidor “nacional” carecia de uma oferta suficiente, a fim de suprir sua demanda deste equipamento bélico para o nosso mercado interno. Essa notada defasagem foi notada por todos os governos neste período secular inicial, mas somente Getúlio Vargas conseguiu implementar uma indústria de base, fornecedora de matérias-primas intermediárias, capazes de abastecer essa base industrial de defesa inicial, a produzir, equipamentos militares de maior valor agregado. Durante os anos do governo JK as instalações tanto industriais quanto tecnológicas criadas na “era Vargas” começaram a desenvolver projetos, visando atender este mercado consumidor nacional. Desde então este sistema produtivo de equipamentos bélicos vem desenvolvendo-se entre progressos (era militar) e retrocessos (pós-Collor), produtos a fim de abastecer esses setores nacionais. O terceiro adendo de nossa pesquisa é focado na produção do “excedente”, no caso particular brasileiro para o mercado de exportações, com as carências internas teoricamente já estarem com uma regulação de suprimento agora constante e ininterrupta. 101 De maneira conclusiva sobre as armas leves este foi o setor aonde unicamente atingimos uma “autonomia” e “independência” total de outros complexos estrangeiros, haja vista que desde os anos 40, há indústrias nacionais a suprir a demanda local e sua produção, agrega alto teor de qualidade e competitividade no mercado global, sendo inclusive líderes em seus segmentos de armas leves e munições. Essas armas leves “Made in Brazil” (Taurus, CBC, Imbel) são encontradas em forças militares, policiais e entre criminosos, nos mercados civis e internacionais, inclusive aqueles mercados clandestinos e paralelos, em escala global desde então. Já no caso dos veículos de combate, aeronaves militares e embarcações, o quadro é bastante distinto, visto que, mesmo produzindo com altas capacidades nestes setores, ainda carecemos de alta tecnologia para a produção de itens de melhor proficiência técnica e tecnológica. Um exemplo claro desta dependência é a nossa indústria de aeronaves de combate, pois os motores usados nestas são de origem estrangeira, adquiridos no exterior e acoplados a nossas aeronaves. O mesmo ocorre com os reatores nucleares de nossos submarinos e no caso de alguns componentes de mísseis e outros equipamentos de maior proficiência tecnológica, ou seja, apesar de nossa capacidade de produção de eficientes produtos bélicos, os itens mais complexos e tecnológicos, desta nossa indústria de defesa, seguem tendo um quadro de dependência dos complexos industriais estrangeiros. Uma dependência inaceitável em relação ao quadro geopolítico global, aonde um cenário de instabilidade pode representar uma falta de capacidade produtiva. Do ponto de vista geográfico já havíamos destacado que esta distribuição geográfica de nosso setor produtivo é bastante óbvia. Enquanto as empresas de menor proficiência técnica, como laminação, metalurgia e detonantes, se espalham pelos polos industriais do Brasil como em Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e, principalmente, São Paulo, as empresas de alta tecnologia estão praticamente todas concentradas em São José dos Campos – SP. Conclusivamente, a fim de estabelecer um breve prognóstico sobre o encaminhamento desta temática, diante do final do século XX, no particular de nosso mercado militar de carros de combate, as aquisições dos “tanques” Leopard (alemães) e M-60 (americanos) durante os anos 90 pelo nosso EB e o programa da Viatura Blindada Iveco Guarani e do veículo ligeiro Agrale Marruá, sendo atualmente 102 incorporados, mostram que este setor está totalmente estagnado e sem mercado interno ou financiador estatal. No setor naval o quadro é de um maior “otimismo” diante das “promessas” do setor petrolífero e mercante nacional, além das atuais vendas de navios de guerra para as marinhas de nações africanas subdesenvolvidas e alguns programas de “modernização” de embarcações para a nossa Marinha. Permitindo as empresas estatais como a Emgepron e privadas como a Inace, uma ativa participação no mercado atual. Quanto ao quadro geopolítico do século XX nosso complexo industrial militar foi um constante receptor de tecnologias ultrapassadas norte-americanas não compartilhadas por estes. Estas tecnologias foram “absorvidas” mediante engenharia reversa. O Brasil foi um costumas “parceiro” de franceses, italianos, britânicos, holandeses, belgas e alemães ocidentais, na aquisição de ferramentais, tecnologias e equipamentos, em melhores condições políticas que as oferecidas por americanos. Já no papel de “transferidor de tecnologias e equipamentos” nossa presença foi periférica se levarmos em conta as melhores tecnologias de emprego nos campos de batalha deste período, tendo nossos equipamentos papéis secundários nestes teatros de operações. A era da informática e da informação vivida pela sociedade contemporânea atual trouxe para o setor industrial bélico um momento de constante necessidade de incremento tecnológico que vem sendo “parcamente” atendido pelas nossas indústrias privadas e pelos nossos centros tecnológicos estatais, se compararmos com outros países, sejam estes potências tradicionais ou emergentes de desenvolvimentos industriais semelhantes ao caso brasileiro. O atual mundo globalizado é de guerras preventivas, com novos atores, ganhando destaque e emergindo neste cenário geopolítico atual. Resta ao Brasil buscar novamente recuperar o tempo perdido e nossa defasagem no setor, se levarmos em conta os programas industriais bélicos em desenvolvimento na atualidade, por outras nações emergentes, pois desde o fim dos governos militares nossas forças armadas, centros tecnológicos e indústrias do setor passaram por um processo descaso governamental, identificado até nossos dias atuais. 103 FONTES BIBLIOGRÁFICAS AVILA, C. F. D. Armas brasileiras na América Central: um estudo sob a perspectiva da Política Nacional de Exportação de Material de Emprego Militar. Belo Horizonte: UFMG, 2009. BASTOS, E. C. S. A crise na indústria aeronáutica brasileira: 1945-1968. Juiz de Fora: UFJF. BASTOS, E. C. S. Agrale Marruá: um legítimo 4x4 militar “Made in Brazil”. Juiz de Fora: UFJF. BASTOS, E. C. S. Artilharia antiaérea. Juiz de Fora: UFJF. BASTOS, E. C. S. Astros II. Juiz de Fora: UFJF. BASTOS, E. C. S. Bernardini e o repotenciamento do M-41 na Dinamarca e Uruguai. Juiz de Fora: UFJF. 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