IMAGEM – SÍNTESE HISTÓRICA. ANÁLISE. IMAGEM – SÍNTESE HISTÓRICA “Imagem” – assume vários sentidos ao longo do tempo Provém do latim “imago”, “imaginis”, que designa “aquilo que toma o lugar de”, “está por” ideia de substituto/substituição. IMAGEM – SÍNTESE HISTÓRICA Na Grécia Antiga – existia o termo “eikôn” (“que reproduz, que representa, que torna presente a realidade”. Deste termo derivava “eidôlon”, que se pode traduzir por “ídolo”. Recentemente, à palavra “imagem”, foram atribuídos outros significados. Pode-se então falar em: IMAGEM – SÍNTESE HISTÓRICA IMAGEM LUMINOSA – adoptada pelos físicos da óptica. Refere-se à imagem constituída pela energia emitida ou reflectida por um corpo e perceptível pelo olho. O.s., tudo aquilo que, enquadrando-se dentro do espectro, é visível a olho nu. IMAGEM – SÍNTESE HISTÓRICA IMAGEM RETINIANA - Conceito utilizado pelos fisiologistas e que designa a imagem provocada pelas reacções à luz, através das células nervosas foto-receptoras da retina. O seu estudo é acompanhado do da estrutura anatómica da retina e do funcionamento neurológico de células específicas. IMAGEM – SÍNTESE HISTÓRICA IMAGEM MENTAL - Área afecta à psicologia (da percepção), na qual a imagem é entendida como o resultado da reconstituição cerebral, mediante o tratamento da informação, transmitida pela retina, e da informação já processada e arquivada em memória. IMAGEM – SÍNTESE HISTÓRICA IMAGEM FÍSICA - No quotidiano, utilizamos frequentemente o termo "imagem" para nos referirmos ao suporte material, o.s., falamos de imagem fotográfica como sinónimo de impressão em papel fotográfico, de pintura como sinónimo de impressão em tela e de desenho como sinónimo de impressão numa folha de papel. - É a imagem registada sobre um suporte, que permite realizar directamente a percepção daquilo que está representado, e que se espera seja mais ou menos semelhante ao real percepcionado, bem como ao real contido na nossa memória. IMAGEM – SÍNTESE HISTÓRICA IMAGEM FUNCIONAL – A imagem incarnou diversos papéis ao longo da História. Na religião, serviu de elo entre o sagrado e o terreno. Na arte, exprimiu o belo e o universo interior e pessoal: a interpretação do artista. Nas sociedades tecnológicas, agiu como meio de informação, indicação, código, síntese e complemento. Nas sociedades de comunicação e consumo, serviu de propaganda, coacção, persuasão, conotação, motivação, diversão e informação… IMAGEM – SÍNTESE HISTÓRICA ORGANIZAÇÃO DOS ATRIBUTOS DA IMAGEM FUNCIONAL POSTULADO ESTÉTICO- ARGUMENTACIONISTA MOTIVACIONISTA SEMIOLÓGICO PERSUASIVO Aparição 1890 1940 1940 1960 Responsável Artista Redactor Psicossociólogo Semiólogo/Semiótico Objectivo A atenção O cognitivo O afectivo Vários Qualidade da Originalidade/belo Unique Selling Conceito evocador Saturação semântica Secundário/ Importante/ Essencial/clarificador denotativo sugestivo Principal Secundário mensagem Papel da imagem Papel do texto Propositon (USP) Essencial Quase nulo Secundário ANÁLISE DA IMAGEM ANÁLISE DA IMAGEM Reticências da Imagem: (1) O que dizer de uma mensagem que, precisamente devido à sua semelhança, parece “naturalmente” legível? (2) “O autor quis dizer tudo isso”? (3) A análise não deformaria a imagem artística, visto que a arte é da ordem afectiva e não do intelecto? ANÁLISE DA IMAGEM (1) – IMAGEM – LINGUAGEM UNIVERSAL? - Esta ilação resulta de uma confusão e desconhecimento, muitas vezes, feita entre percepção e interpretação. Reconhecer um motivo ou objecto não significa que se perceba o seu sentido, que se conheça o contexto interno em que aquele foi criado. - A tarefa do analista é a decifração das significações por detrás da aparente naturalidade das mensagens visuais/imagens. ANÁLISE DA IMAGEM (2) CINGIR-SE ÀS INTENÇÕES DO AUTOR? Uma imagem é uma produção consciente e inconsciente de um sujeito. O sujeito criador nem sempre domina toda a significação que a sua obra produz num certo contexto. Interpretar e analisar uma imagem não consiste tão-só em encontrar uma mensagem pré-existente, mas em compreender a significação que detém em certas circunstâncias. ANÁLISE DA IMAGEM (3) ARTE INTOCÁVEL? - Deve-se ao preconceito de achar que a arte, ao contrário da ciência, desperta todo um pensamento particular e subjectivo incapaz de ser traduzível em palavras. Este preconceito procura invalidar quaisquer esboços de métodos de análise das obras. Contudo, Roland Barthes advogou que qualquer sistema semiológico está apto à reconversão linguística. ANÁLISE DA IMAGEM FUNÇÕES DA ANÁLISE DA IMAGEM (1) proporcionar prazer ao analista; (2) aumentar os seus conhecimentos (instrução); (3) zelar pela eficácia das mensagens visuais; (4) melhor compreender, que exige uma desconstrução artificial (“partir o brinquedo”) para observar os diversos maquinismos (“ver como funciona”). ANÁLISE DA IMAGEM OBJECTIVOS E METODOLOGIA DA ANÁLISE Definir os objectivos é tarefa vital para estabelecer os instrumentos metodológicos. ANÁLISE DA IMAGEM ROLAND BARTHES – UM CAMINHO METODOLÓGICO? - Pressupõe que os signos visuais a procurar possuem a mesma estrutura do signo linguístico, proposto por Saussure: um significante ligado a um significado. -Conceito de portugalidade? -Significantes? Castelo de Guimarães? Galo de Barcelos? Tapete de Arraiolos? Fadista? Bandeira vermelha e verde? Prosódia linguística? Azeite?... ANÁLISE DA IMAGEM PRESENÇA / AUSÊNCIA? Toda a mensagem, seja qual for a forma manifestada, surge num eixo horizontal – o eixo sintagmático. Cada elemento presente foi escolhido entre uma classe de outros elementos ausentes, mas que lhe podem estar associados de uma ou outra maneira – é o eixo vertical, o eixo paradigmático ou associativo.