64º Congresso Nacional de Botânica
Belo Horizonte, 10-15 de Novembro de 2013
EFEITO DA TEMPERATURA NO DESENVOLVIMENTO INICIAL DE
PLÂNTULAS DE Dychia saxatilis Mez.
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1.
Alexandre A. Duarte , Andrea R. Marques , José P. Lemos-Filho
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2
Universidade Federal de Minas Gerais; Centro Federal de Educação de Minas Gerais.*[email protected]
aumento no número de raízes. A análise estatística do
número final de raízes mostrou diferenças significativas
Introdução
(p=0,0023) entre as germinadas e mantidas em 30°C, as
Dichya saxatilis Mez (Bromeliaceae), uma espécie
quais apresentaram um maior número final de raízes do
típica de campos ruoestres queocorre no Santuário da
que as mantidas inicialmente à 15°C. Os dados sugerem
Serra da Piedade, Caeté, MG.
que a ontogênese radicular foi estimulada na maior
A ação dos elementos climáticos sobre o
temperatura. Os resultados indicaram que a temperatura
desenvolvimento vegetal é um problema que há muito
base para a iniciação das raízes está próxima a 15°C.
tempo preocupa os fisiologistas e pesquisadores de todo
O comprimento final do eixo embrionário mostrou
o mundo. Dentre esses elementos, a temperatura do ar é
diferenças significativas entre os tratamentos, com o eixo
a principal causa do desenvolvimento e crescimento
das plantas germinadas e mantidas a 30°C apresentando
vegetal [1]. No crescimento vegetativo, a ativa divisão e
um comprimento maior que as mantidas inicialmente a
expansão celulares dos órgãos da parte aérea de
15°C.
espécies de zona temperada inicia-se antes da
temperatura atingir 10°C, mas nas plantas tropicais esse
crescimento não ocorre abaixo de 12-15°C [2].
Conclusões
Para as plantas nativas, os estudos realizados
A temperatura de 15 C° limita o desenvolvimento e o
basicamente enfocam os efeitos da temperatura na
crescimento das plântulas de D. saxatilis Entretanto o
germinação. Outros trabalhos, levam em consideração o
desenvolvimento pós-seminal, no entanto não avaliam o
valor da temperatura base para a iniciação e crescimento
dos eófilos é distinta do valor da temperatura base para o
efeito da temperatura no desenvolvimento da plântula.
crescimento e desenvolvimento das raízes. Esses fatores
Dentre os trabalhos de morfologia pós-seminal de
estão relacionados à temperatura base para o
Bromeliaceae destaca-se o de Pereira (1988) [3].
desenvolvimento de cada espécie, assim como os
O presente estudo objetivou avaliar o efeito da
diferentes órgãos na mesma plântula apresentam
temperatura no crescimento inicial de plântulas de Dichya
temperaturas-base distintas, como o observado entre a
saxatilis Mez (Bromeliaceae).
raiz e a folha de D. saxatilis.
Metodologia
Sementes de D. saxatilis foram coletadas em
indivíduos crescendo naturalmente em uma Área de
Proteção Ambiental na Serra da Piedade, Caeté; MG.
Plântulas provenientes de sementes germinadas à 30ºC
foram mantidas nessa temperatura ou foram transferidas
para 15ºC em câmara de germinação com luz branca.
Após 31 dias, as plântulas mantidas na menor
temperatura foram transferidas para 30°C. Foram
utilizadas três repetições com cinco plântulas para cada
tratamento. A cada quatro dias, durante dois meses,
foram anotados os números de eófilos bem como
medidos os seus comprimentos, e dos eixos
embrionários, utilizando um estéreomicroscópio com
ocular milimétrica.
Resultados e Discussão
As plântulas de D. saxatilis que foram submetidas
continuamente a 30°C apresentaram um maior número
de eófilos que as plântulas mantidas inicialmente a 15°C
(p=0,0244). Foi observado que nas plântulas submetidas
a 15°C os primeiros eófilos surgiram oito dias após
surgirem os primeiros eófilos nas plântulas mantidas a
30°C. Foi observado aumento contínuo no número de
folhas de D. saxatilis mesmo na menor temperatura, o
que indica que a temperatura base para a iniciação dos
primórdios foliares está abaixo de 15°C. Um resultado
semelhante foi observado em relação ao numero de
médio de raízes por planta, com as plântulas mantidas a
30°C apresentando um rápido aumento no número de
raízes até o final do experimento, enquanto aquelas
mantidas à 15°C somente após o 31° dia de cultivo, por
ocasião em que foram submetidas à 30ºC, apresentaram
Agradecimentos
A CAPES, FAPEMIG e CNPq pelo apoio financeiro.
Referências Bibliográficas
[1] Brunini O. & Lisbão R.S. & Fornasier J. B. & Bernardi J.B. &
Pedro Junior M.J. 1976. Temperatura-base para alface cultivar
“White Boston”, em um sistema de unidades térmicas. Revista
científica do Instituto Agronômico do Estado de São Paulo
35: 213-219.
[2] Bierhuizen, J.F. 1973. The effect of temperature on plant
growth, desenvolviment and yeld. In. Slatyer, R.O.(ed). Plant
response to climatic factors. Pp. 89-98. UNESCO, Paris,.
[3] Pereira, T.S. 1988. Bromelioideae (Bromeliaceae): Morfologia
do desenvolvimento pós-seminal de algumas espécies. Arch.
Jard. Bot. Rio de Janeiro 29: 115-154.
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