GOVERNANÇA METROPOLITANA NO BRASIL Transporte Público Saneamento Ambiental Região Metropolitana de Porto Alegre Zoneamento Urbano Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 1 Plataforma IPEA de Pesquisa em Rede PROJETO: GOVERNANÇA METROPOLITANA NO BRASIL RELATÓRIO Componente I Subcomponente I.II ____________________________________________ Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum INSTITUIÇÃO: Fundação de Economia e Estatística Siegfried Emanuel Heuser - FEE Apoio: Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional - METROPLAN 12 de dezembro de 2013 Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 2 Coordenação Nacional da Rede IPEA Marco Aurélio Costa - IPEA Coordenação Nacional do Projeto Marco Aurélio Costa - IPEA Relatório de Pesquisa Coordenadora Estadual do Projeto Cristina Maria dos Reis Martins - FEE Equipe Estadual Márcia Alves - Bolsista FEE/IPEA Guilherme Augusto Kilp – Bolsista FEE/IPEA Colaboração Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional - METROPLAN Ada Silvia Beltrão de Piccoli - Técnica da METROPLAN Álvaro Valls - Técnico da METROPLAN Esteban Félix Santana Carrion -Técnico da METROPLAN Jussara Kalil Pires - Técnica da METROPLAN Renato Savoldi - Chefe do Gabinete de Governança Metropolitana Karin Potter – Técnica da METROPLAN Formatação e Capa Renan Amabile Boscariol – Bolsista IPEA Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 3 SUMÁRIO 1.1 ASPECTOS POPULACIONAIS ............................................................................................................................. 14 1.1.1 CONDIÇÕES DA POPULAÇÃO NOS DOMICÍLIOS ....................................................................................................... 16 1.2. ASPECTOS ECONÔMICOS DA RMPA.............................................................................................................. 18 1.2.1. PRODUTO INTERNO BRUTO, VALOR AGREGADO BRUTO, RENDA DOS DOMICÍLIOS .......................................... 18 1.2.2 PROJETOS E INVESTIMENTOS NA RMPA ............................................................................................................... 19 1.2.2.1 Obras do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC ................................................................................. 19 1.2.2.2 Programa Minha Casa Minha Vida ..................................................................................................................... 27 1.3. FLUXOS SOCIOECONÔMICOS E CULTURAIS ............................................................................................. 28 1.3.1. NOTAS METODOLÓGICAS ...................................................................................................................................... 28 1.3.2. DESLOCAMENTOS PENDULARES PARA TRABALHO E/OU ESTUDO NA RMPA ..................................................... 28 2.1 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NA RMPA .......................................................................................................... 39 2.1.1 HISTÓRICO E CARACTERIZAÇÃO DA GESTÃO DA FPIC ........................................................................................ 41 2.1.1.1. Estrutura institucional e normativa ..................................................................................................................... 44 2.1.1.2 Instrumentos de Planejamento e Gestão ............................................................................................................... 57 B. PLANOS DIRETORES MUNICIPAIS ................................................................................................................... 58 C. PLANO ESTADUAL DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL ....................................................................... 63 2.1.1.3 Projetos de investimento e recursos para o financiamento .................................................................................. 64 B. REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA .......................................................................................................................... 70 2.1.1.4. Controle social..................................................................................................................................................... 72 2.1.2. ANÁLISE DA EFETIVIDADE DO ARRANJO DE GESTÃO E DA GOVERNANÇA METROPOLITANA............................... 76 2.1.2.1. Análise da dinâmica socioeconômica e suas interfaces com o uso do solo ......................................................... 77 2.1.2.2. Governança do uso do solo metropolitano: a questão dos grandes empreendimentos ....................................... 86 2.1.2.3. Avaliação da Governança Metropolitana relativa à FPIC uso do solo .............................................................. 93 2.2. SANEAMENTO AMBIENTAL ............................................................................................................................. 94 2.2.1 HISTÓRICO E CARACTERIZAÇÃO DA GESTÃO DA FPIC ...................................................................................... 105 2.2.1.1. Estrutura institucional e normativa ................................................................................................................... 107 2.2.1.2. Instrumentos de planejamento e gestão ............................................................................................................. 116 2.2.1.3. Projetos de investimento e recursos para o financiamento ............................................................................... 118 2.2.1.4. Controle social................................................................................................................................................... 123 2.2.2. ANÁLISE DA EFETIVIDADE DO ARRANJO DE GESTÃO E DA GOVERNANÇA METROPOLITANA............................. 126 2.2.2.1 Análise da dinâmica socioeconômica e suas interfaces com o saneamento ambiental ...................................... 126 2.2.2.2. Governança do saneamento ambiental metropolitano: a questão do saneamento ambiental e da expansão da infraestrutura urbana (Água, Esgoto, Macrodrenagem, Resíduos Sólidos) ................................................................... 131 2.2.2.3. Avaliação da Governança Metropolitana relativa à FPIC saneamento ambiental ........................................... 138 2.3. TRANSPORTE NA RMPA .................................................................................................................................. 139 2.3.1. HISTÓRICO E CARACTERIZAÇÃO DA GESTÃO DA FPIC ..................................................................................... 141 2.3.1.1. Estrutura institucional e normativa ................................................................................................................... 144 Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 4 2.3.1.2. Instrumentos de planejamento e gestão ............................................................................................................. 148 2.3.1.3 Projetos de investimento e recursos para o financiamento ................................................................................ 150 2.3.1.4. Controle social................................................................................................................................................... 151 2.3.2. ANÁLISE DA EFETIVIDADE DO ARRANJO DE GESTÃO E DA GOVERNANÇA METROPOLITANA............................. 154 2.3.2.1. Análise da dinâmica socioeconômica e suas interfaces com o transporte ........................................................ 154 2.3.2.2. Governança do transporte metropolitano: a questão do transporte e da expansão da infraestrutura urbana . 159 2.3.2.3. Avaliação da Governança Metropolitana relativa à FPIC transporte .............................................................. 165 Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 5 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1: A Região Metropolitana de Porto Alegre e suas subdivisões. ..................................................... 12 FIGURA 2: Etapas no processo de parcelamento do solo na RMPA, em 2013. ............................................. 53 FIGURA 3: Sistema Hídrico e Mancha Urbana da RMPA, 1999 ................................................................... 99 LISTA DE QUADROS QUADRO 1: Divisão Sub-regional da RMPA em 2013. ................................................................................ 13 QUADRO 2: Movimentos Pendulares na RMPA, subdivisões regionais e tipologia IPARDES, em 2010 (Continua...). ......................................................................................................................................................................... 33 QUADRO 3: Definição das Funções Públicas de Interesse Comum (1974 – 2002). ...................................... 38 QUADRO 4: Estrutura Institucional e Normativa, Uso do Solo na RMPA, período 1974 – 2011. ................ 47 QUADRO 5: Composição do Sistema Estadual de Habitação de Interesse Social – SEHIS no Rio Grande do Sul, 2008 ......................................................................................................................................................................... 49 QUADRO 6: Estrutura Institucional e Normativa – Legislação Habitação de Interesse Social, no Rio Grande do Sul, período 1995 – 2013. ....................................................................................................................................... 50 QUADRO 7: Estrutura Institucional e Normativa – Regularização Fundiária no Rio Grande do Sul, período 1989 – 2012 ................................................................................................................................................................. 52 QUADRO 8: Interface Planos Diretores com questões Metropolitanas na RMPA, em 2013. ........................ 59 QUADRO 9: Programa de Desenvolvimento Urbano e Regional, Ações Uso do solo, no Rio Grande do Sul, PPA 20082011. ................................................................................................................................................................ 64 QUADRO 10: Programa Gaúcho de Saneamento, Implantação do Sistema Estadual de Resíduos Sólidos, no Rio Grande do Sul, PPA 2008-2011. .................................................................................................................................. 65 QUADRO 11: Programa Integrado de Habitação e Desenvolvimento Social, no Rio Grande do Sul, PPA 2008-2011. ......................................................................................................................................................................... 66 QUADRO 12: Estrutura Institucional e Normativa – Programas Habitacionais para população de baixa renda, no Rio Grande do Sul, período 1991 – 2012. .............................................................................................................. 68 QUADRO 13: Composição do Grupo de Trabalho, Projetos Habitacionais de Interesse Social, no Rio Grande do Sul, em 1999. .......................................................................................................................................................... 72 QUADRO 14: Composição da Comissão de Coordenação e Controle do Programa Viva Melhor, no Rio Grande do Sul, período 1991-1995 ........................................................................................................................................... 73 QUADRO 15: Controle Social em Programas e Processos de Regularização Fundiária, no Rio Grande do Sul, período 1991 – 2003. .................................................................................................................................................... 73 QUADRO 16: Composição do Conselho Estadual das Cidades, no Rio Grande do Sul, em 2011. ................ 74 QUADRO 17: Composição do Conselho Gestor do Fundo Estadual de Habitação de Interesse Social, no Rio Grande do Sul, em 2013. ................................................................................................................................................... 75 QUADRO 18: Áreas Industriais na RMPA com Disponibilidade de Terrenos para Implantação de Projetos Industriais, em 2013 (Continua...). ..................................................................................................................................... 89 Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 6 QUADRO 19: Percentual de Cobertura dos Serviços de Rede de Esgoto, Coleta de Lixo e Sanitário de Uso Exclusivo na RMPA, 2010. .............................................................................................................................................. 96 QUADRO 20: Principais problemas de inundações e alagamentos dos municípios do Eixo 1 da RMPA e medidas adotadas, 1999. .............................................................................................................................................. 101 QUADRO 21: Principais problemas de inundações e alagamentos dos municípios do Eixo 2 da RMPA e medidas adotadas, 1999 ............................................................................................................................................... 102 QUADRO 22: Principais problemas de inundações e alagamentos dos municípios do Eixo 3 da RMPA e medidas adotadas, 1999 ............................................................................................................................................... 103 QUADRO 23: Principais problemas de inundações e alagamentos dos municípios do Eixo 4 da RMPA e medidas adotadas, 1999 ............................................................................................................................................... 103 QUADRO 24: Principais problemas de inundações e alagamentos dos municípios do Eixo 5 da RMPA e medidas adotadas, 1999. .............................................................................................................................................. 104 QUADRO 25: Principais problemas de inundações e alagamentos dos municípios do Eixo 6 da RMPA e medidas adotadas, 1999. .............................................................................................................................................. 104 QUADRO 26: Ações adotadas para melhoria da drenagem urbana na RMPA, 1999 ................................... 105 QUADRO 27: Legislação referente às Leis de criação das prestadoras de serviços municipais da RMPA, período 1961 – 1989. .............................................................................................................................................................. 106 QUADRO 28: Legislação referente às Políticas Federais de Saneamento Básico, Resíduos Sólidos e Recursos Hídricos, de 1997 a 2010. .............................................................................................................................................. 109 QUADRO 29: Legislação referente às Políticas Estaduais de Saneamento Básico, Resíduos Sólidos e Recursos Hídricos, no Rio Grande do Sul, de 1993 a 2011 .......................................................................................... 110 QUADRO 30: Competências do Saneamento no Rio Grande do Sul, 2011. ................................................. 111 QUADRO 31: Prestadores de serviços em água e esgoto na RMPA, 2013 (Continua...).............................. 114 QUADRO 32: Gestão do saneamento ambiental na RMPA, 2013. ............................................................... 132 QUADRO 33: Tipos e quantidades de empreendimentos PAC por municípios na RMPA, 2012 (Continua...).137 QUADRO 34: Estrutura Institucional e Normativa Estadual / Metropolitana, Modal Rodoviário na RMPA, 1998, 1999, 2000. .............................................................................................................................................................. 144 QUADRO 35: Estrutura Institucional e Normativa Estadual / Metropolitana, Modal Rodoviário na RMPA, 1986-2013. ....................................................................................................................................................................... 145 QUADRO 36: Estrutura Institucional e Normativa Estadual / Metropolitana, Modal Ferroviário e Hidroviário, 1981, 2012. .............................................................................................................................................................. 146 QUADRO 37: Controle Social Transporte na RMPA, 2013. ........................................................................ 153 QUADRO 38: Características do Sistema de Transporte Público Coletivo da RMPA, 2013. ....................... 156 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Configuração Territorial e População da RMPA e Rio Grande do Sul, 2010 ................................ 14 Tabela 2 - Crescimento Populacional na RMPA e Aglomerações Urbanas do Rio Grande do Sul, 2000-201015 Tabela 3 - Configuração Territorial, Densidade Demográfica e Grau de Urbanização na RMPA e Aglomerações Urbanas do Rio Grande do Sul, 2000-2010 ..................................................................................................... 16 Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 7 Tabela 4 - Domicílios por Tipo na RMPA e município de Porto Alegre, 2010 ............................................... 16 Tabela 5 - Percentual de Domicílios que possuem os serviços de Energia Elétrica, Coleta de Lixo, Rede de Esgoto na RMPA, municípios de Porto Alegre e Glorinha, 2010 .................................................................................... 17 Tabela 6 - Número, Domicílios particulares ocupados e População residente em aglomerados subnormais na RMPA, 2010 ................................................................................................................................................................. 17 Tabela 7 – Produto Interno Bruto e Valor Adicionado Bruto da RMPA e Rio Grande do Sul, 2010 .............. 18 Tabela 8 – Renda Média Nominal Mensal por Domicílio na RMPA, 2010 .................................................... 19 Tabela 9 – Existência de Bens Duráveis em Domicílios na RMPA, 2010 ...................................................... 19 Tabela 10 - Número de Empreendimentos do PAC por grupo, tipo e estágio de realização na RMPA, 2012 23 Tabela 11 – Investimentos do PAC por grupo, tipo e estágio de realização na RMPA, 2012 ......................... 26 Tabela 12 - Empreendimentos do Programa Minha Casa Minha Vida, Unidades e Valor Contratado por Modalidade na RMPA, 2013 .................................................................................................................................................... 27 Tabela 13 - Empreendimentos do Programa Minha Casa Minha Vida, Unidades Contratadas, Concluídas e Entregues, 2013 ................................................................................................................................................................. 27 Tabela 14 - Movimentos Pendulares na RMPA, 2010 ..................................................................................... 29 Tabela 15 – Movimentos Pendulares na RMPA conforme Centralidade REGIC 2007 e tipologias IPARDES, 2010 31 Tabela 16 – Valor Adicionado Bruto da Indústria e Serviços, Municípios Selecionados da RMPA, 2010 ..... 36 Tabela 17 - Projetos de parcelamento do solo, loteamentos e desmembramentos na RMPA, 2009-2012...... 55 Tabela 18 - Projetos de parcelamento do solo, loteamentos, residenciais e residenciais habitação de interesse social na RMPA, 2009-2012........................................................................................................................................... 56 Tabela 19 - Áreas de Expansão Previstas nos Planos Diretores dos Municípios na RMPA, 2013 .................. 58 Tabela 20 - Resultados de Regularização Fundiária no Rio Grande do Sul, 2011-2012 ................................. 71 Tabela 21 – População e Domicílios por tipo na RMPA, Subdivisões e Municípios, 2010 ............................ 78 Tabela 22 – Densidade Demográfica, Crescimento Populacional e Grau de Urbanização na RMPA, Subdivisões e Municípios, 2000, 2010 ................................................................................................................................... 80 Tabela 23 – Aglomerados Subnormais, Domicílios em Aglomerados Subnormais, Déficit Habitacional, Obras do PAC Urbanização em assentamentos precários, Unidades Contratadas Programa Minha Casa Minha Vida por modalidade de financiamento, na RMPA, Subdivisões e Municípios, 2010, 2012, 2013 ........................................................ 83 Tabela 24 – Unidades Contratadas, Concluídas e Entregues do Programa Minha Casa Minha Vida, modalidade de financiamento, Valor Médio por Unidade Contratada, Renda Mensal Domiciliar na RMPA, Subdivisões e Municípios 2013 ................................................................................................................................................................. 85 Tabela 25 - Evolução da distribuição por faixa de valor dos Empreendimentos Imobiliários em Porto Alegre, 2008-2011 ......................................................................................................................................................................... 90 Tabela 26 - Evolução da Participação das Unidades por Finalidade de Uso dos Empreendimentos Imobiliários em Porto Alegre, 2002-2011 ........................................................................................................................................... 90 Tabela 27 – Empreendimentos de Grande Porte do PMCMV na RMPA, 2013 .............................................. 92 Tabela 28 - Percentual da População Atendida com Coleta de Lixo, Rede de Esgoto e Serviços de Esgotamento Sanitário na RMPA, 2010 ................................................................................................................................ 97 Tabela 29 - Investimentos (US$) em Saneamento Ambiental do PRO-GUAÍBA, 1989 - 2004 ................... 119 Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 8 Tabela 30 - Programa Mais Saneamento para o Rio Grande do Sul, PPA 2012-2015 .................................. 121 Tabela 31 – Serviços de Abastecimento de Esgoto – CORSAN, 2010, 2011 ............................................... 126 Tabela 32 – Serviços de Abastecimento de Água – CORSAN, 2010, 2011 .................................................. 127 Tabela 33 - Serviços de Abastecimento de Água e Esgoto da COMUSA e SEMAE, 2010, 2011 ................ 129 Tabela 34 - Serviços de Abastecimento de Água e Esgoto da DMAE, 2010, 2011 ...................................... 129 Tabela 35 - Empreendimentos PAC – Prevenção em Áreas de Risco na RMPA, 2012 ................................ 134 Tabela 36 - Empreendimentos PAC – Saneamento na RMPA, 2012 ............................................................ 135 Tabela 37 - Empreendimentos PAC – Águas em Áreas Urbanas na RMPA, 2012 ....................................... 136 Tabela 38 – Configuração das Redes Urbanas e Metropolitanas de Transporte na RMPA, 2009 ................. 140 Tabela 39 – Configuração das Redes de Transporte no Município de Porto Alegre, 2009 ........................... 140 Tabela 40– Perfil de Viagens Diárias na RMPA, 2003 ................................................................................. 155 Tabela 41 – Perspectivas de Implantação do Metrô Leve, 2003 a 2033 ........................................................ 157 Tabela 42 - Intervenções do PAC 2 Mobilidade na RMPA, 2013 ................................................................. 160 Tabela 43 – Obras em Execução, Copa 2014, no Município de Porto Alegre ............................................... 164 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1- Número de Empreendimentos do PAC por grupo e estágio de realização na RMPA, 2012 .......... 20 Gráfico 2 - Investimentos do PAC por grupo e estágio de realização na RMPA, 2012 .................................. 24 Gráfico 3 – Participação nos fluxos totais de entradas e saídas na RMPA conforme tipologia, 2010 ............. 30 Gráfico 4 - Anuências Prévias emitidas pela METROPLAN na RMPA (2009-2013) .................................... 54 Gráfico 5 – Percentuais de Cobertura de Serviços de Rede Esgoto, Coleta de Lixo e Existência de Banheiro Sanitário na RMPA, 2010 .................................................................................................................................................... 96 Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 9 1. CARACTERIZAÇÃO DA DINÂMICA METROPOLITANA NA RMPA A Região Metropolitana de Porto Alegre em 2013 inclui institucionalmente 34 municípios em uma área territorial de 10.345,45 km², correspondendo a 3,7% do território do Rio Grande do Sul, com 281.748,54 km² (tabela 1). A atual configuração territorial da RMPA decorreu de um processo institucionalização legal, mediante a ação governamental, durante os seus 40 anos de existência. Inicialmente, em 1973, contava com 14 municípios – cuja integração foi realizada, sobretudo, em função de problemas urbanos comuns entre os municípios, que extrapolavam a esfera municipal. Com a Constituição Estadual do Rio Grande do Sul de 1989 teve início um processo de inclusão de municípios de forma legal a RMPA, que não correspondeu necessariamente a uma realidade metropolitana concreta, a um espaço real compartilhado pela população. Esse crescimento em termos institucionais, em parte, ocorreu pela falta de observação aos critérios, que identificariam o fenômeno metropolitano, nos processos de inclusão dos municípios na região. Com a ressalva, que de acordo com a lei estadual de desenvolvimento regional do Rio Grande do Sul de 1994, os municípios de Igrejinha e São Sebastião do Caí, com leis de inclusão aprovadas em 2011 e 2012, somente integrarão oficialmente a RMPA, em termos operacionais e de gestão, a partir de 2015. Em 2000 a RMPA contava com 30 municípios, chegou a 32 municípios em 2010 e deverá alcançar 34 municípios em 2015, com o acréscimo de 20 municípios ao espaço metropolitano e aumento de 4,5 mil km² em relação à configuração original. Observa-se que para fins deste estudo foram considerados os 34 municípios para RMPA. Em função desse processo institucional de crescimento da área metropolitana, a RMPA não se apresenta propriamente como um conjunto de municípios territorialmente homogêneo e coeso, o que repercute na necessidade de criação de microrregiões na área, considerando as características e proximidades dos municípios. Dentro desse escopo, para a análise da caracterização da dinâmica metropolitana foi adotada neste trabalho, com base em estudos realizados pela METROPLAN (2012), a divisão da RMPA em seis Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 10 áreas. Essas subdivisões foram definidas por critérios de localização geográfica e de mobilidade urbana – proximidade e acessibilidade – em relação aos grandes eixos rodoviários e ferroviários, federais, estaduais e municipais, da região metropolitana (figura 1). Entre as rodovias federais, que atravessam a RMPA encontram-se a BR-116, a BR-290 e a BR-386. A primeira estrada tem início no extremo sul do estado, no município de Jaguarão, fronteira com o Uruguai, corta a região metropolitana no sentido sul-norte, passando pelos municípios metropolitanos de Guaíba, Eldorado do Sul, Porto Alegre, Canoas, Esteio, Sapucaia do Sul, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Estância Velha, e Dois Irmãos, e segue ao norte dando acesso para o estado de Santa Catarina. A BR-290 que corta a RMPA no sentido oeste-leste, inicia no oeste do estado, no município de Uruguaiana, fronteira com a Argentina, passando pelos municípios metropolitanos de São Jerônimo, Arroio dos Ratos, Eldorado do Sul, Porto Alegre, Canoas, Cachoeirinha, Alvorada, Gravataí, Glorinha e Santo Antônio da Patrulha, e termina no encontro com a BR-101, no município de Osório, que dá acesso ao estado de Santa Catarina, via litoral. A BR-386, no sentido centro-oeste, liga o município Canoas ao município de Iraí, localizado no extremo noroeste do estado, na divisa com Santa Catarina, cruzando os municípios metropolitanos de Nova Santa Rita, Montenegro e Triunfo. Entre as principais rodovias estaduais que atravessam a RMPA utilizadas como referências para essas subdivisões, são encontradas a RS-030, a RS-040, RS-115, RS-122, RS-124 e RS-239. A RS-030, no sentido oeste-leste, tem início no município de Gravataí e cruza os municípios metropolitanos de Glorinha, Santo Antônio da Patrulha, passa pelo município de Osório e, termina no município de Tramandaí. Essa rodovia ficou conhecida como “Estrada Velha”, pois era a única via de acesso direto ao litoral norte, antes da implantação da BR-290. A RS-040 tem início no limite entre os municípios metropolitanos de Viamão e Porto Alegre, atravessa o município de Viamão no sentido do litoral sul, e termina no entroncamento da RS-786, no município de Balneário Pinhal. A RS-115 tem início no entroncamento com a R-239, no município metropolitano de Taquara, cruza o município metropolitano de Igrejinha e, termina no entroncamento da RS-235, no município de Gramado, na região da Serra. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 11 A RS-122 tem início no entroncamento com a BR-240, próximo ao município metropolitano de São Sebastião do Caí, passa pelos municípios de Farroupilha, Caxias do Sul e Flores da Cunha, que pertencem à aglomeração urbana do nordeste-AUNE, e termina no município de Vacaria. A RS-124 tem início no município de Harmonia com acesso ao município metropolitano de São Sebastião do Caí, passa pelo entroncamento da RS-240, no município metropolitano de Montenegro, e termina no entroncamento com a BR-386, no Polo Petroquímico do município metropolitano de Triunfo. A RS-239 tem início no entroncamento com a RS-240 no município metropolitano de Portão, cruza os municípios metropolitanos de Estância Velha, no entroncamento com a BR-116, de Novo Hamburgo, de Sapiranga, Araricá, Nova Hartz, Parobé, no entroncamento com a RS-115, Taquara e Rolante, e termina no entroncamento da RS-484, no município de Maquiné. A figura 1 apresenta as subdivisões regionais realizadas pela METROPLAN em 2012, para a análise do Valor Adicionado Bruto Setorial por grupos de municípios. Fonte: FIGURA 1: A Região Metropolitana de Porto Alegre e suas subdivisões. 12 METROPLAN Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 13 Dentro dessa lógica foram delimitados seis eixos: o Eixo 1, considerada a principal subdivisão, tem como referencia a BR-116, e está polarizado pelo município de Porto Alegre. Os eixos 2 e 3, também com centralidade em Porto Alegre, possuem como referências a BR-290 e BR-386. O Eixo 4, que também tem como referência a BR-386, e tem Canoas como município central. O Eixo 5, com referência na RS-122, que liga a RMPA a AUNE, tem como centralidade o município de São Leopoldo. O Eixo 6 polarizado pelo município de Novo Hamburgo, tem como referências a RS-239 e RS-115 (quadro 1). QUADRO 1: Divisão Sub-regional da RMPA em 2013. Eixo Municípios Nº Municípios Área Total km² / Centralidade (Município Polo) Porto Alegre Canoas Novo Hamburgo 08 municípios EIXO 1 - NORTE SUL São Leopoldo (BR - 116) Sapucaia do Sul 1.168,33 km² Esteio Dois Irmãos Ivoti Gravataí Viamão EIXO 2 - SUDESTE Alvorada 06 municípios (BR - 290, RS - 030, RS Cachoeirinha 3.445,14 km² - 040) Santo Antônio da Patrulha Glorinha Guaíba Eldorado do Sul EIXO 3 - SUDOESTE Charqueadas 05 municípios (BR - 290, BR - 116) São Jerônimo 2.466,17 km² Arroio dos Ratos EIXO 4 - CENTRO Montenegro 03 municípios OESTE Nova Santa Rita 1.461,31 km² (BR - 386, RS - 124) Triunfo Estância Velha São Sebastião do Caí 04 municípios EIXO 5 – NOROESTE (RS - 122) Portão 507,77 km² Capela de Santana Sapiranga Igrejinha Campo Bom Taquara 08 municípios EIXO 6 – NORDESTE (RS - 239, RS - 115) Parobé 1.296,75 km² Rolante Nova Hartz Araricá Fonte: Elaborado a partir dos dados da METROPLAN, 2012. Porto Alegre Porto Alegre Porto Alegre Canoas São Leopoldo Novo Hamburgo Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 14 1.1 ASPECTOS POPULACIONAIS De acordo com o Censo IBGE 2010 a RMPA contava com uma população total de 4,03 milhões de habitantes, 37,7% dos habitantes do estado, com uma população predominantemente urbana, que perfaz 43,0% da população urbana do Rio Grande do Sul. Em termos de densidade demográfica a RMPA registrou 390 habitantes / km², contra apenas 38 habitantes / km² de densidade encontrada para o estado (tabela 1). TABELA 1: Configuração Territorial e População da RMPA e Rio Grande do Sul em 2010. Indicador Área Km² Número de Municípios População Total (Censo 2010) População Urbana (Censo 2010) Densidade Demográfica hab/km² (2010) Taxa Crescimento populacional % (2000-2010) Grau Urbanização % (2010) Rio Grande do Sul 281.748,54 496 10.693.929 9.100.291 38 0,49 85,10 RMPA 10.345,45 34 4.032.062 3.912.308 390 0,64 97,03 % RMPA no estado do RS 3,7 .. 37,7 43,0 .. .. .. Fonte: Elaborado a partir dos dados FEE, Censo IBGE 2010. Nota: Para efeitos de comparação foi considerada para os anos 2000 e 2010 a população dos municípios da configuração da RMPA com 34 municípios. No período 2000-2010, de acordo com o Censo IBGE 2010, a RMPA apresentou uma taxa de crescimento ao ano de 0,64%, pouco acima da observada no Rio Grande do Sul, 0,49% e, menos da metade das taxas observadas nas aglomerações urbanas do nordeste (1,69%) e litoral norte (2,05%). Nos últimos dez anos a população da região metropolitana cresceu apenas 6,6%, enquanto as aglomerações urbanas do nordeste e do litoral norte alcançaram percentuais de 18,3% e 22,5% respectivamente. Apesar das taxas de crescimento populacional apontarem para um processo de desconcentração, com maior aumento da população nas aglomerações urbanas em relação à RMPA, em números absolutos nenhuma das aglomerações urbanas do estado alcançou ainda uma população de 1 milhão de habitantes. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 15 A RMPA com 4,03 milhões de habitantes em 2010 concentrava 37,7% da população do Rio Grande do Sul. Esse percentual ainda se mostra superior aos apresentados pelas demais áreas de concentração urbana no estado, onde a Aglomeração Urbana do Nordeste – AUNE concentrava 6,7% da população estadual, seguida das aglomerações do Sul, com 5,4% e do Litoral Norte, com 2,7% de concentração populacional, perfazendo se somadas, 14,8% da população do estado, menos da metade da população metropolitana (tabela 2). TABELA 2: Crescimento Populacional na RMPA e Aglomerações Urbanas do Rio Grande do Sul, no período 2000-2010. Taxa Crescimento % 2000 -2010 População Habitantes Estado / Região 2000 Rio Grande do Sul 10.187.798 RMPA AUNE AU Sul AU Litoral Norte 3.783.096 605.749 557.216 231.753 % da pop. do RS 2010 % da pop. do RS Ano Período .. 10.693.929 .. 0,49 5,0 37,7 6,7 5,4 2,7 0,64 1,69 0,37 2,05 6,6 18,3 3,7 22,5 37,1 5,9 5,5 2,3 4.032.062 716.427 578.034 283.959 Fonte: Elaborado a partir dos dados Censo IBGE, 2000 e 2010. Nota: Para efeitos de comparação foi considerada para os anos 2000 e 2010 a população dos municípios da configuração da RMPA com 34 municípios. Em termos do grau de urbanização, a RMPA apresentou o maior percentual em relação às demais aglomerações urbanas, passando de 95,5% em 2000 para 97,0% em 2010, com mais de 10 p.p. acima do grau de urbanização do Rio Grande do Sul, que foi de 85,1% em 2010. O município de Porto Alegre alcançou 100% de grau de urbanização, contra 97,1% em 2000. Em comparação ao grau de urbanização das aglomerações urbanas, as aglomerações do Nordeste e Litoral Norte apresentaram um aumento maior do que o observado para RMPA, e a aglomeração urbana do Sul registrou um pequeno decréscimo, passando de 93,1% em 2000 para 92,7% em 2010 (tabela 3). Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 16 TABELA 3: Configuração Territorial, Densidade Demográfica e Grau de Urbanização na RMPA e Aglomerações Urbanas do Rio Grande do Sul, no período 2000-2010. Configuração Territorial Estado / Região Densidade Demográfica Km² Grau de Urbanização % Nº Mun Área Km² 2000 2010 2000 2010 Rio Grande do Sul 496 281.748,54 36 38 81,6 85,1 RMPA AUNE AU Sul AU Litoral Norte 34 10 5 20 10.345,50 3.559,73 6.450,24 5.136,72 366 170 86 45 390 201 90 55 95,5 87,1 93,1 79,4 97,0 92,3 92,7 86,7 Fonte: Elaborado a partir dos dados Censo IBGE, 2000 e 2010. Nota: Para efeitos de comparação foi considerada para os anos 2000 e 2010 a população dos municípios da configuração da RMPA com 34 municípios. 1.1.1 CONDIÇÕES DA POPULAÇÃO NOS DOMICÍLIOS Em relação aos tipos de domicílios, em 2010 na RMPA, 75,3% correspondiam a casas, 22,8% a apartamentos. No município de porto Alegre, que concentrava a maior parte da população, 50% dos domicílios eram casas e 46,7% apartamentos (tabela 4). TABELA 4: Domicílios por Tipo na RMPA e município de Porto Alegre em 2010. RMPA Porto Alegre Tipo Domicílios Unidade % Unidade % Total 1.362.454 100,0 508.456 100,0 Casa 1.025.347 75,3 254.052 50,0 Apartamento 310.088 22,8 237,297 46,7 Em Cortiço e/ou Cabeça de Porco 2.934 0,2 1.829 0,4 Outros 24.085 1,8 15.278 3,0 Fonte: Elaborado a partir dos dados Censo IBGE Quanto ao número de dormitórios, a maior parte dos domicílios apresentava até dois dormitórios, sendo 31,8% com apenas um dormitório. A maioria dos domicílios na RMPA era de alvenaria, sendo 71,2% com revestimento e 9,7% sem revestimento das paredes externas. Os domicílios de madeira aparelhada somaram 16,8%. Em relação à existência de banheiro exclusivo quase a totalidade dos Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 17 domicílios na RMPA, 98,8% possuíam banheiro, 0,9% tinham banheiro, mas não exclusivo e apenas 0,4% do total de domicílios metropolitanos não tinham banheiro. Em termos da cobertura dos serviços de energia elétrica, rede de esgoto e coleta de lixo, considerando o total de domicílios na RMPA, em 2010 quase a totalidade possuía energia elétrica (99,8%) e coleta de lixo (99,1%). Os serviços de rede de esgoto apresentaram um percentual mais baixo, registrando 88,3% de cobertura. Esses percentuais podem variar de acordo com cada município integrante da RMPA, uma vez que a região apresenta uma formação heterogênea, e ainda são encontrados municípios com expressiva área rural (tabela 5). TABELA 5: Percentual de Domicílios que possuem os serviços de Energia Elétrica, Coleta de Lixo, Rede de Esgoto na RMPA, municípios de Porto Alegre e Glorinha, em 2010. % Domicílios que possuem os serviços 2010 RMPA Porto Alegre Luz Elétrica 99,8 99,9 Coleta de Lixo 99,1 99,7 Rede de Esgoto 88,3 99,3 Fonte: Elaborado a partir dos dados Censo IBGE Tipo Glorinha 99,8 93,9 47,7 Na RMPA foram encontrados 169 aglomerados subnormais com 70.373 domicílios e uma população residente de 242.784 pessoas. A maioria dos aglomerados subnormais encontram-se nos municípios de Porto Alegre, Novo Hamburgo, São Leopoldo e Canoas, que concentram 55,75% do total da população urbana da RMPA (tabela 6). TABELA 6: Número, Domicílios particulares ocupados e População residente em aglomerados subnormais na RMPA, em 2010. Domicílios e Moradores 2010 RMPA Número de aglomerados subnormais (Unidades).............................................. 169 Domicílios particulares ocupados em aglomerados subnormais (Unidades)...... 70.373 População residente em domicílios particulares ocupados em aglomerados subnormais (Pessoas)............................. 242.784 Porto Alegre Novo São Canoas Hamburgo Leopoldo Demais Municípios 108 19 12 11 19 56.024 6.361 1.923 1.896 4.169 192.843 22.047 6.697 6.865 14.332 Fonte: Elaborado a partir dos dados Censo IBGE 2010. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 18 1.2. ASPECTOS ECONÔMICOS DA RMPA 1.2.1. PRODUTO INTERNO BRUTO, VALOR AGREGADO BRUTO, RENDA DOS DOMICÍLIOS Com um PIB de R$ 112,08 bilhões em 2010, a RMPA representava 44,4% do PIB estadual. Na composição do VAB metropolitano os serviços correspondem a 66,9%, seguidos da indústria com 32,4%. A indústria na região metropolitana corresponde a 48,0% do VAB da indústria do Rio Grande do Sul (tabela 7). TABELA 7: Produto Interno Bruto e Valor Adicionado Bruto da RMPA e Rio Grande do Sul em 2010. 2010 Composição Rio Grande do VAB do Sul Estadual RMPA Composição % RMPA no do VAB estado do RS RMPA PIB Per Capita (R$) PIB (R$ 1.000) 23.606 252.482.597 .. .. 27.797 112.080.503 .. .. .. 44,4 VAB (R$ 1.000) 219.048.035 100,0 94.791.642 100,0 43,3 Agricultura 19.026.837 8,7 664.360 0,7 3,5 Indústria 63.989.289 29,2 30.696.360 32,4 48,0 Serviços 136.031.909 62,1 63.430.920 Fonte: Elaborado a partir dos dados Contas Regionais FEE. 66,9 46,6 Em relação à renda da população, considerando a média nominal mensal por domicílio, observou-se que a maior parte, 39,7% dos domicílios encontra-se na faixa de 2 a 5 salários mínimos, os domicílios com renda até 2 salários mínimos somavam 27,6% do total. Assim, resulta que mais da metade da população, 67,3% apresentava renda domiciliar de até 5 salários mínimos. Nos extratos superiores, 18,9% apresentaram renda entre 5 a 10 salários mínimos e apenas 11,4% com renda domiciliar acima de 10 salários mínimos (tabela 8). Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 19 TABELA 8: Renda Média Nominal Mensal por Domicílio na RMPA, em 2010. Até 1/4 SM 2010 Número RMPA 3.540 >1/4 a 1/2 SM 7.783 0,6 > 1/2 a 1 SM 107.570 7,9 >1 a 2 Sms 255.541 18,8 >2 a 5 SMs 540.626 39,7 >5 a 10 SMs 256.907 18,9 155.154 > 10 SMS Sem Rendimento 35.333 Fonte: Elaborado a partir dos dados Censo IBGE 2010. 11,4 2,6 Faixa de Renda em Salários Mínimos de Domicílios % Domicílios por faixa de renda 0,3 Entre os principais bens duráveis, observou-se que em 2010, cerca da metade dos domicílios metropolitanos possuíam automóveis e microcomputadores. Ressalta-se também que 79,6% dos domicílios possuíam máquina de lavar roupa (tabela 9). TABELA 9: Existência de Bens Duráveis em Domicílios na RMPA, em 2010. Bens Duráveis % Domicílios com bens duráveis 2010 Máquina de lavar roupa 79,6 Geladeira 98,4 Microcomputador 51,7 Microcomputador com acesso à internet 40,8 Motocicleta Automóvel Fonte: Elaborado a partir dos dados Censo IBGE 2010. 12,7 51,4 1.2.2 PROJETOS E INVESTIMENTOS NA RMPA 1.2.2.1 OBRAS DO PROGRAMA DE ACELERAÇÃO DO CRESCIMENTO – PAC De acordo com o sexto balando do Programa de Aceleração do Crescimento em dezembro de 2012 a RMPA contava com o total de 456 empreendimentos, distribuídos entre seus municípios integrantes, em que 192 obras somavam R$ 4,53 bilhões, desses R$ 542,8 Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 20 milhões em obras concluídas, R$ 3,96 bilhões em obras em andamento e R$ 24,8 milhões em obras na fase de execução de estudos e projetos. Existindo ainda previsão de investimentos em mais 264 empreendimentos, cujos valores não foram divulgados em razão da possibilidade de uso do Regime Diferenciado de Contratação - RDC. Apesar dos altos montantes investidos se observou que o número de empreendimentos com obras concluídas era bastante reduzido, 38 no total, 138 empreendimentos se encontravam em fase de execução das obras e, 20 empreendimentos em execução de planos e estudos. No entanto quase a metade dos empreendimentos, em torno de 45% no total se encontrava ainda na fase inicial (gráfico 1). GRÁFICO 1: Número de Empreendimentos do PAC por grupo e estágio de realização na RMPA, em 2012 Fonte: Elaborado a partir dos dados Governo Federal dados.gov.br Em relação aos tipos de empreendimentos, considerando os grupos, Uso e Ocupação do Solo, Saneamento, Transporte, e Energia, observou-se que o maior número de empreendimentos está relacionado ao uso do solo. Esse grupo se caracteriza por obras de Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 21 pequeno porte, que na sua maioria, em torno de 65,7%, se encontravam na fase preparatória. Observou-se que no grupo Uso e Ocupação do Solo a maior parte dos empreendimentos concluídos ou em fase de execução estava relacionada à Urbanização de Assentamentos Precários, que somavam 46 itens, 18 desses já concluídos, 20 em execução e, apenas oito em fase preparatória. Ressalta-se que execução dos empreendimentos em Uso e Ocupação do Solo, em sua maioria, estava sob a responsabilidade dos municípios, excetuando-se as obras referentes a Quadras Esportivas nas Escolas em que quase a metade dos empreendimentos, 24 desses estavam sob a responsabilidade da esfera estadual. Destacando-se um empreendimento de Urbanização de Assentamentos Precários, em fase de execução da obra, no município de Portão, que se encontrava sob a responsabilidade de uma cooperativa habitacional. O grupo Saneamento apresentou 147 empreendimentos, com cerca de 50% em fase de execução das obras e 10% com obras concluídas, sendo que apenas 13 empreendimentos se encontram na fase inicial. O maior número de obras se refere ao tipo Saneamento, seguido do tipo Prevenção em Áreas de Risco, que apresentava o maior número de obras concluídas. Em termos da responsabilidade na execução das obras, 84 empreendimentos estavam a cargo da esfera municipal, 55 empreendimentos estavam a cargo da esfera estadual, cinco empreendimentos a cargo da esfera federal (FUNASA), e três empreendimentos estavam sob a responsabilidade de cooperativas e de um consórcio. O grupo Transporte registrou 17 empreendimentos, cinco desses, referentes às obras de Ampliação do Aeroporto de Porto Alegre. Cerca da metade das obras previstas ainda se encontravam na fase preparatória, quatro em execução da obra e apenas duas obras concluídas. Quanto a responsabilidade da execução dos empreendimentos, as Obras de Pavimentação estavam a cargo dos municípios, e os demais empreendimentos sob a responsabilidade de órgãos federais. O grupo Energia, de nove empreendimentos, seis se encontravam em obras, duas obras concluídas e, uma obra em processo de licitação. Em relação à execução dos Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 22 empreendimentos a responsabilidade sob a geração e transmissão de energia estava a cargo da companhia estadual de energia e concessionárias. A tabela 10 apresenta as obras do PAC classificadas por grupo e tipo, o número e o estágio de realização dos empreendimentos. 22 7 15 - 1 7 5 8 - 49 71 9 8 13 2 - 22 - Licitação do Projeto 2 1 Mobilidade Urbana.................. 4 Pavimentação........................... 1 Rodovias.................................. ENERGIA Fonte: Elaborado a partir dos dados Governo Federal dados.gov.br Reforma Aeroporto.................. Água em áreas urbanas............ Saneamento.............................. Recursos Hídricos.................... Prevenção em áreas de risco.... TRANSPORTE nas 47 Creches e Pré Escolas.............. Praça dos Esportes e Cultura..................................... Quadras Esportivas Escolas..................................... Unidades Básicas de Saúde...... Unid. Pronto Atendimento....... Urb. Assentamentos precários. SANEAMENTO da 207 186 Ação preparatória Total RMPA USO DO SOLO Tipo Empreendimentos Estágio do Empreendimento - 1 - 3 - 3 - - 3 - - 1 1 17 - 2 17 - - 20 2 Execução Em Contratação Planos Estudos 1 1 2 3 1 - 1 4 4 10 10 32 25 Licitação da Obra 6 1 1 2 4 21 22 1 30 1 7 1 18 74 1 22 128 50 Em Obras TABELA 10: Número de Empreendimentos do PAC por grupo, tipo e estágio de realização na RMPA, em 2012. 2 1 1 2 3 2 9 1 18 14 - 1 38 20 Concluída 9 5 2 6 4 17 35 67 1 44 52 78 14 46 147 13 80 456 283 Total RMPA Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 23 Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 24 Do montante total de investimentos realizados até 2012 a maior parte se refere ao grupo Energia que somou em obras em execução e concluídas, R$ 2,7 bilhões, seguido do grupo saneamento, com R$ 1,29 bilhão em investimentos. O grupo Uso do Solo e o grupo Transporte somavam em torno de 12% do valor total dos investimentos (gráfico 2). GRÁFICO 2: Investimentos do PAC por grupo e estágio de realização na RMPA, em 2012. Fonte: Elaborado a partir dos dados Governo Federal dados.gov.br Nos investimentos em Uso e Ocupação do Solo do total de R$ 323 milhões gastos até 2012, em torno de 90% do valor foi empregado na Urbanização de assentamentos precários, o item que apresentava o maior número de obras concluídas e em andamento. No grupo Saneamento, dos R$ 1,29 bilhões empregados, em torno de 53%, eram do tipo Saneamento, seguido dos empreendimentos de Prevenção em Áreas de Risco com 27% do valor total dos investimentos. No grupo Transporte dos R$ 210,4 milhões aplicados, 68% foram gatos nas obras de ampliação do aeroporto de Porto Alegre e 18% relativo na obra do aeromóvel, veículo para a ligação entre o aeroporto e estação do trem metropolitano. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 25 Dos R$ 542,8 milhões investidos em obras já concluídas do PAC na RMPA até 2012, 79,7% do valor se referem a obras no setor de Energia, 15,8% as obras de Saneamento, 2,8% Transporte e 1,6% ao Uso e Ocupação do Solo. Em relação às obras em andamento na RMPA, dos R$ 3,96 bilhões investidos, 57,3% se referem ao setor de energia, 30,1% ao saneamento, 8% ao uso do solo e 4,7% ao transporte (tabela 11). - - - - da nas de Creches e Pré Escolas.......... Praça dos Esportes e Cultura................................ Quadras Esportivas Escolas............................... Unidades Básicas Saúde................................... Unid.Pronto Atendimento Urb. Assentamentos precários SANEAMENTO Água em áreas urbanas........ Saneamento......................... Recursos Hídricos............... 133,07 15.288,07 15.288,07 9.410,00 9.410,00 2 17 1 1 17 - - - - 37,9 37,9 61,6 61,6 - 0,5 - - - - 0,5 100,0 ENERGIA Fonte: Elaborado a partir dos dados Governo Federal dados.gov.br. TRANSPORTE Reforma Aeroporto.............. Mobilidade Urbana.............. Pavimentação....................... Rodovias.............................. Prevenção em áreas de risco 133,07 2 USO DO SOLO - 24.831,14 20 RMPA Investimento R$ % Total 1.000 RMPA Nº Emp EMPREENDIMENTOS Execução Planos Estudos 4 1 1 2 6 185.833,80 137.150,00 37.500,00 11.183,80 2.270.020,00 1.191.975,39 150.299,32 682.042,59 1.230,00 358.403,48 1.400,00 286.093,07 1 18 74 21 22 1 30 1.473,54 460,19 7 1 1.980,21 23.656,81 22 1 315.063,82 3.962.893,01 Investimento 1.000 50 134 Nº Emp Em Obras 4,7 3,5 0,9 0,3 57,3 30,1 3,8 17,2 0,0 9,0 0,0 7,2 0,0 0,0 0,0 0,6 8,0 100,0 R$ % Total RMPA TABELA 11: Investimentos do PAC por grupo, tipo e estágio de realização na RMPA, em 2012. 2 432.843,00 15.200,00 5.200,00 10.000,00 26.593,65 9 7.693,16 - 484,58 - 620,00 8.797,74 542.822,62 85.981,88 6.705,72 52.682,52 2 1 1 26 79,7 2,8 1,0 1,8 4,9 15,8 1,2 9,7 1,4 - 0,1 - 0,1 1,6 100,0 Investimento R$ % Total 1.000 RMPA 14 3 2 18 - 1 - 1 20 38 Nº Emp Obras Concluídas Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 27 1.2.2.2 PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA Na RMPA os empreendimentos do Programa Minha Casa Minha Vida até 2013 somam R$ 2,998 bilhões, na construção de 44.336 unidades distribuídas em 20 dos 34 municípios metropolitanos. A maior parte, 79,1% dos valores contratados são na modalidade CCFGTS (tabela 12). TABELA 12: Empreendimentos do Programa Minha Casa Minha Vida, Unidades e Valor Contratado por Modalidade na RMPA, 2013 Modalidade Nº Unidades % modalidade Contratadas Valor contratado R$ 1.000 % modalidade RMPA 44.336 100,0 2.998.512,16 100,0 FAR 12.460 28,1 627.226,21 20,9 CCFGTS 31.876 71,9 2.371.285,94 79,1 Fonte: Elaborado a partir dos dados Ministério das Cidades / SNH, julho de 2013. Na comparação entre as unidades contratadas, concluídas e entregues, observou-se que a modalidade FAR apresentou o maior percentual de unidades concluídas e entregues. Na RMPA do total das unidades contratadas, 37,0% estavam concluídas e entregues (tabela 13). Tabela 13 - Empreendimentos do Programa Minha Casa Minha Vida, Unidades Contratadas, Concluídas e Entregues, 2013 % Unidades Nº Unidades % Unidades Concluídas Contratadas Concluídas Entregues RMPA 44.336 53,3 69,5 FAR 12.460 52,6 80,7 CCFGTS 31.876 53,5 65,2 Fonte: Elaborado a partir dos dados Ministério das Cidades / SNH, julho de 2013 Modalidade % Unidades Contratadas Entregues 37,0 42,4 34,9 Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 28 1.3. FLUXOS SOCIOECONÔMICOS E CULTURAIS 1.3.1. NOTAS METODOLÓGICAS Com base na tipologia desenvolvida pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social - IPARDES em 2010 foram analisados os movimentos pendulares da população na RMPA. De modo geral esta tipologia buscou caracterizar os municípios quanto à importância e função na mobilidade, através dos movimentos da população, considerando o tamanho e a direção predominantes dos fluxos (de entrada e saída) das pessoas que trabalham e/ou estudam na região. Quanto ao tamanho, considerando o corte realizado a partir da soma das entradas e saídas em cada município, os municípios foram classificados em três categorias: elevado (grande), médio e baixo (pequeno). Quanto à direção predominante do fluxo, os municípios foram classificados como receptores (entradas 1,5 > saídas), evasores (saídas 1,5 < entradas) e bidirecionais para aqueles que apresentaram fluxos considerados como equivalentes. A análise considerou a totalidade dos municípios na época da realização do Censo IBGE 2010, sendo analisados apenas os municípios com cujas somas dos movimentos de saída e entradas fossem maiores que 1.000 pessoas, onde se enquadraram todos os 32 municípios da RMPA na época. Apenas dois municípios da RMPA apresentaram fluxos abaixo de 2.000 pessoas. Os municípios de Igrejinha e São Sebastião do Caí, cujas inclusões ocorreram em 2011 e 2012 não entraram nessa análise. 1.3.2. DESLOCAMENTOS PENDULARES PARA TRABALHO E/OU ESTUDO NA RMPA Quanto à dimensão a RMPA apresentava sete municípios do tipo elevado, treze municípios do tipo médio e 12 municípios do tipo baixo. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 29 Na RMPA são encontrados três municípios considerados como receptores, dois deles de tamanho elevado e um de tamanho médio, não sendo encontrado nenhum município na categoria baixo receptor. O tipo evasor é o de maior frequência, em que se enquadram 19 municípios e, 10 municípios apresentaram fluxos pendulares considerados como equivalentes. O tipo elevado receptor concentra 57,8% das entradas em apenas dois municípios, as saídas em sua maior parte ficaram distribuídas entre os tipos elevado e médio evasores, que somam 53,6% do total das saídas, distribuídas em 11 municípios. Os bidirecionais do tipo elevado são aqueles que concentram os maiores percentuais de entradas e saídas dentro da categoria, que estão distribuídas em dois municípios (tabela 14). TABELA 14: Movimentos Pendulares na RMPA, em 2010. Tipologia RMPA Receptor Elevado Médio Baixo Evasor Elevado Médio Baixo Bidirecional Elevado Médio Baixo Municípios Nº 32 3 2 1 19 3 8 8 10 2 4 4 % 100,0 9,4 6,3 3,1 0,0 59,4 9,4 25,0 25,0 31,3 6,3 12,5 12,5 Total População Estuda e Trabalha Pop. % 3.145.082 100,0 1.350.290 42,9 1.329.834 42,3 20.456 0,7 1.090.393 34,7 520.308 16,5 429.940 13,7 140.145 4,5 704.399 22,4 416.576 13,2 233.369 7,4 54.454 1,7 Pendular Entradas Saídas Pop. % Pop. % 560.270 100,0 598.147 100,0 331.270 59,1 89.572 15,0 324.095 57,8 87.666 14,7 7.174 1,3 1.905 0,3 92.446 16,5 348.600 58,3 30.255 5,4 190.441 31,8 50.276 9,0 130.346 21,8 11.915 2,1 27.812 4,6 136.554 24,4 159.976 26,7 89.022 15,9 97.840 16,4 41.704 7,4 55.946 9,4 5.828 1,0 6.190 1,0 Fonte: Elaborado a partir dos dados do IPARDES. O gráfico 3 apresenta a participação nas entradas e saídas dos tipos quanto ao tamanho e direção dos fluxos totais na RMPA. O tipo elevado é aquele que concentra o maior número tanto das entradas, quanto das saídas, alcançando 79,1% do total de entradas. Os tipos evasor e receptor apresentam relações inversas relativamente nas mesmas proporções, enquanto o receptor concentra 59,1 das entradas, o evasor concentra 58,3% das saídas. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 30 GRÁFICO 3:Participação nos fluxos totais de entradas e saídas na RMPA, em 2010. Fonte: Elaborado a partir dos dados do IPARDES. Em relação à classificação quanto à centralidade realizada pela REGIC 2007, apenas 12 dos 32 munícipios que compõem a RMPA apresentavam classificação. Na categoria elevado receptor se encontram classificadas a metrópole e a capital regional C, o médio receptor caracteriza-se como centro local. Os demais cinco centros locais foram classificados como médio e baixo evasores e, três do tipo baixo bidirecional. Os três centros de zona A se enquadraram bidirecionais, dois do tipo médio e um do tipo baixo. O centro de zona B se enquadrou como baixo evasor (tabela 15). Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 31 TABELA 15: Movimentos Pendulares na RMPA conforme Centralidade REGIC 2007 e tipologias IPARDES, em 2010. Receptor Tipologia RMPA Não classificado REGIC REGIC 2007 Centralidade Metrópole Capital Regional C Centro de Zona A Centro de Zona B Centro Local Evasor Elevado Médio Baixo Elevado Médio Bidirecional Baixo Elevado Médio Baixo 2 1 - 3 8 8 2 4 - - - 3 7 6 2 2 2 1 - - 1 2 1 1 - 1 - - 1 1 1 - 4 Total 32 20 2 4 12 2 - 1 3 1 1 3 1 6 Fonte: Elaborado a partir dos dados do IPARDES. Na análise da distribuição espacial das categorias no território metropolitano, considerando as subdivisões da RMPA (item 1.) observou-se que os municípios elevado receptores, Porto Alegre e Novo Hamburgo encontram-se no Eixo 1, que concentra 79,3% do total das entradas e 43,5% do total das saídas. Os quatro municípios baixos e médios evasores encontrados nesse eixo representam 28,8% do total de saídas do grupo e 12,5% do total de saídas da região metropolitana. Os municípios de Canoas e São Leopoldo, cidades consideradas como polos de atração na classificação dos eixos para os municípios dos grupos 4 e 5, foram classificados como bidirecionais. No grupo 2, os municípios Gravataí, Viamão e Alvorada, classificados como elevados evasores, respondem por 84% das saídas do grupo, que correspondem a 31,8% das saídas do total da RMPA. O município de Cachoeirinha, considerado como bidirecional, concentra 41,2% das entradas no grupo, e esse agrega 10% do total das entradas na RMPA. O grupo 3, que responde apenas por 6,7% das saídas da RMPA, assim como o anterior se caracteriza como uma área com municípios evasores. O total das entradas nessa área corresponde a apenas 2,5% do total das entradas na região metropolitana. O grupo 4, que possui Canoas como município polo, apresenta uma área com três municípios com características distintas. O município de Triunfo, onde está localizado o Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 32 Polo Petroquímico, se caracteriza como médio receptor. O município de Montenegro apresenta fluxos bidirecionais e, o município de Nova Santa Rita, criado a partir do desmembramento do município de Canoas, se caracteriza como baixo evasor. O grupo 5, polarizado pelo município de São Leopoldo, se caracteriza pela presença de municípios evasores, mas que representam apenas 3,7% do total das saídas da RMPA. O grupo 6, polarizado pelo município de Novo Hamburgo, se caracteriza por municípios com fluxos bidirecionais, o que pode ser atribuído ao fato da localização dessa área, que também se caracteriza como zona de influência da AUNE. Observou-se que os municípios com maior significância nos fluxos de entradas e saídas são aqueles da primeira configuração territorial da RMPA – Alvorada, Cachoeirinha, Campo Bom, Canoas, Estância Velha, Esteio, Gravataí, Guaíba, Novo Hamburgo, Porto Alegre, São Leopoldo, Sapiranga, Sapucaia do Sul e Viamão – que somados representam 91,5% das entradas e 87,7% das saídas, uma vez que também são aqueles onde está concentrada a maior parte da população, 86,3% da população total da região metropolitana e 87,3% da população que estudava e trabalhava em 2010 (quadro 2). 72.236 27.262 25.058 16.601 9.576 85.328 Eixo 4 - Centro Oeste Polarizado Canoas 150.733 Eixo 3 - Sudoeste / Polarizado Porto Alegre Guaíba Eldorado do Sul Charqueadas São Jerônimo Arroio dos Ratos 191.870 182.825 145.613 92.191 32.439 5.155 Gravataí Viamão Alvorada Cachoeirinha Santo Antônio da Patrulha Glorinha 58,3 12,9 9,9 8,5 5,1 3,2 1,3 0,9 1.136.667 251.052 193.167 165.524 99.517 62.410 24.609 17.662 2,7 47,9 18,1 16,6 11,0 6,4 4,8 29,5 28,1 22,4 14,2 5,0 0,8 20,7 62,0 1.950.608 650.093 100,0 3.145.082 13.485 3.221 5.413 2.338 2.755 394 14.121 17.644 6.515 6.096 23.195 1.847 988 56.286 280.608 51.165 43.487 37.858 11.720 14.676 2.187 2.544 444.245 560.270 2,4 22,8 38,3 16,6 19,5 2,8 2,5 31,3 11,6 10,8 41,2 3,3 1,8 10,0 63,2 11,5 9,8 8,5 2,6 3,3 0,5 0,6 79,3 100,0 % 14.427 21.710 10.054 3.825 2.773 1.768 40.130 50.645 75.973 63.823 32.453 2.874 912 226.681 62.537 61.606 25.130 36.234 39.248 26.437 3.886 5.153 260.231 598.147 Pop. Pop. Pop. % Saídas Eixo 2 - Sudeste / Polarizado Porto Alegre RMPA Eixo 1 - Norte Sul / Polarizado Porto Alegre Porto Alegre Canoas Novo Hamburgo São Leopoldo Sapucaia do Sul Esteio Dois Irmãos Ivoti Municípios Total Pop. Estuda e Pendular Trabalha 2010 Entradas 2,4 54,1 25,1 9,5 6,9 4,4 6,7 22,3 33,5 28,2 14,3 1,3 0,4 37,9 24,0 23,7 9,7 13,9 15,1 10,2 1,5 2,0 43,5 100,0 % Médio Evasor Médio Evasor Baixo Evasor Baixo Bidirecional Baixo Evasor Elevado Evasor Elevado Evasor Elevado Evasor Médio Bidirecional Baixo Evasor Baixo Bidirecional NC NC Centro Local Centro de Zona A NC NC NC NC NC Centro de Zona B Centro Local Metrópole NC Capital Regional C NC NC NC NC NC Pendulares REGIC Centralidade Elevado Receptor Elevado Bidirecional Elevado Receptor Elevado Bidirecional Médio Evasor Médio Evasor Baixo Evasor Baixo Evasor Tipologia 2010 QUADRO 2: Movimentos Pendulares na RMPA, subdivisões regionais e tipologia IPARDES, em 2010 (Continua...). 33 2007 Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum Fonte: Sapiranga Campo Bom Taquara Parobé Rolante Nova Hartz Araricá Elaborado Eixo 6 - Nordeste / Polarizado por Novo Hamburgo Estância Velha Portão Capela de Santana a 64.674 49.963 44.199 42.137 17.024 15.674 4.009 237.680 37.470 24.234 8.936 70.640 Eixo 5 - Noroeste São Leopoldo Polarizado 47.016 17.856 20.456 27,2 21,0 18,6 17,7 7,2 6,6 1,7 7,6 53,0 34,3 12,7 2,2 55,1 20,9 24,0 partir 3.862 7.263 6.746 2.598 1.000 1.085 575 23.129 5.450 3.336 218 9.004 4.499 1.811 7.174 % 16,7 31,4 29,2 11,2 4,3 4,7 2,5 4,1 60,5 37,1 2,4 1,6 33,4 13,4 53,2 dos 7.084 9.416 7.516 7.037 1.254 1.250 1.100 34.657 12.482 6.293 3.247 22.022 6.562 5.960 1.905 Pop. Pop. Pop. % Saídas Montenegro Nova Santa Rita Triunfo Municípios Total Pop. Estuda e Pendular Trabalha 2010 Entradas % 20,4 27,2 21,7 20,3 3,6 3,6 3,2 5,8 56,7 28,6 14,7 3,7 45,5 41,3 13,2 dados Médio Evasor Médio Bidirecional Médio Bidirecional Médio Evasor Baixo Bidirecional Baixo Bidirecional Baixo Evasor Médio Evasor Médio Evasor Baixo Evasor do 2007 34 IPARDES NC NC Centro de Zona A Centro Local Centro Local Centro Local NC NC NC NC Centro de Zona A NC Centro Local Pendulares REGIC Centralidade Médio Bidirecional Baixo Evasor Médio Receptor Tipologia 2010 Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 35 A Figura 2 apresenta a distribuição espacial dos municípios conforme as tipologias quanto às dimensões e tipo de fluxos predominantes e, a distribuição do Valor Agregado Bruto da indústria e dos serviços em cada município. FIGURA 2: Participação no VAB da indústria e serviços nos municípios metropolitanos e municípios da RMPA conforme tipologia IPARDES, em 2010. Fonte: Elaborado a partir dos dados do IPARDES e Contas Regionais FEE. O município de Porto Alegre, caracterizado como elevado receptor concentra em sua maior parte atividades de serviços, que somavam em torno 84,4% do VAB de Porto Alegre e 47,8% do VAB dos Serviços da RMPA em 2010. O município de Novo Hamburgo, caracterizado como elevado receptor, as atividades de serviços somavam cerca 71,0% do VAB municipal, mas correspondendo a apenas 5% do VAB de serviços metropolitano. O município de Triunfo, caracterizado como médio receptor, dada a presença do Polo Petroquímico, as atividades industriais somavam 78,5% correspondendo a 12,8% do VAB industrial da RMPA (tabela 16). do VAB municipal, Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 36 Entre os municípios elevados evasores Alvorada e Viamão na distribuição do VAB municipal registravam mais de 70% em atividades de serviços, contudo essas representam cerca de 2% do VAB de serviços metropolitano e em relação à participação no VAB industrial os dois municípios se somados não alcançam 3% do valor da região metropolitana. A classificação e a distribuição do VAB ainda indica que esses municípios que na década de 70 foram denominados como municípios dormitórios, ainda apresentam ausência de oportunidades de trabalho para população residente. TABELA 16: Valor Adicionado Bruto da Indústria e Serviços, Municípios Selecionados da RMPA, em 2010. Valor Adicionado Bruto 2010 Municípios VAB Total Indústria + Serviços Indústria Serviços % VAB do % VAB da % VAB do % VAB da município RMPA município RMPA RMPA 94.127.280,00 32,6 100,0 67,4 100,0 Porto Alegre 35.908.364,00 15,6 18,2 84,4 47,8 Novo Hamburgo 4.427.541,00 29,0 4,2 71,0 5,0 Triunfo 5.010.371,00 78,5 12,8 21,5 1,7 Gravataí 5.921.732,00 56,7 10,9 43,3 4,0 Alvorada 1.354.572,00 20,9 0,9 79,1 1,7 Viamão 1.924.280,00 26,7 1,7 73,3 2,2 Fonte: Elaborado a partir dos dados Contas Regionais FEE. R$ 1.000 Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 37 2. ANÁLISE DAS FUNÇÕES PÚBLICAS DE INTERESSE COMUM SELECIONADAS A Região Metropolitana de Porto Alegre atualmente não possui uma definição legal sobre as funções públicas de interesse comum (FPICs). Entre 1973-1974 foram definidos serviços comuns aos municípios a serem executados de forma integrada na região metropolitana, que estavam relacionados às competências do Conselho Deliberativo de 1973. A Constituição Estadual de 1989 definiu que a instituição de formas de organização regional deveria ocorrer em função da integração de “funções públicas de interesse comum” entre os municípios, com a possibilidade de criação de órgãos de apoio técnico para o planejamento e execução de forma integrada das FPICs para cada forma de organização regional. Em 1991, uma legislação que acabou sendo revogada em 2002, definiu as FPICs como “serviços de utilidade pública” entre mais de um município, incluindo entre esses, além das questões de infraestrutura - saneamento, transporte urbano-, o uso do solo e impactos ambientais, questões relativas aos investimentos públicos e privados e à política regional de desenvolvimento econômico e social. Em 2002, a lei que regulamentou os artigos da Constituição Estadual de 1989, referentes à organização regional, dispôs que as FPICs deveriam ser definidas pelas leis complementares que instituíssem as formas de organização regional. O quadro 3 apresenta a legislação que versou quanto as funções públicas de interesse comum na RMPA entre 1973 e 2002. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 38 QUADRO 3: Definição das Funções Públicas de Interesse Comum (1974 – 2002). Ano Legislação 1973 Lei Federal Complementar nº 14 / 1973 1974 Decreto Estadual nº 23.070 / 1974 Regulamentação dos Conselhos Deliberativo e Consultivo 1989 Constituição Estadual do RS Artigos 16 a 18 1991 Lei Complementar Estadual 9.479/1991 do Regulamentação artigo 16 da CF de 1989 Disposições Definição de Serviços Comuns: I - planejamento integrado do desenvolvimento econômico e social; II - saneamento básico, notadamente abastecimento de água e rede de esgotos e serviço de limpeza pública; III - uso do solo metropolitano; IV - transportes e sistema viário, V - produção e distribuição de gás combustível canalizado; VI - aproveitamento dos recursos hídricos e controle da poluição ambiental, na forma que dispuser a lei federal; VII - outros serviços incluídos na área de competência do Conselho Deliberativo por lei federal. Considerados como Serviços Comuns: a) Planejamento Integrado do desenvolvimento econômico e social da RMPA; b) Saneamento Básico (abastecimento de água, rede de esgoto, serviço de limpeza pública); c) Uso do solo metropolitano; d) Transportes e sistema viário; e) Produção e distribuição de gás combustível canalizado; f) Aproveitamento dos recursos hídricos e controle da poluição ambiental; g) Outros serviços incluídos na área de competência do Conselho Deliberativo. a) A instituição pelo Estado de RMs, aglomerações urbanas e microrregiões em função da integração da organização, planejamento e execução de FPICs; b) A possibilidade de instituição de órgãos ou entidades regionais de apoio técnico para organizar, planejar e executar integradamente as FPICs. Consideradas como FPICs, tanto para RMs, quanto para outras formas de organização regional: a) Serviços de utilidade pública que interessem a mais de um município (água e esgoto, transporte urbano); b) Serviços de utilidade pública locais, mas dependentes, concorrentes ou confluentes de serviços supra municipais (localização de empreendimentos industriais que causem poluição); c) Uso do solo urbano e rural, e a defesa e a preservação do meio ambiente e do patrimônio cultural; d) Estímulos técnicos e financeiros para suporte e desenvolvimento das atividades econômicas; e) Definição da política de desenvolvimento da região e a fixação de diretrizes, estratégicas, programas e projetos educação; f) Compatibilização e a coordenação da execução dos programas e projetos federais, estaduais e municipais, relativos à função de interesse comum; g) Acompanhamento e a avaliação dos investimentos públicos e privados que provam impacto ambiental, econômico e social na região. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 39 Ano Legislação Disposições LC 11.740/2002 da Alteração regulamentação do art. Dispôs que as FPICs deveriam ser definidas nas leis complementares que 16 e regulamentação instituam a região metropolitana, aglomeração urbana, microrregião ou rede 2002 dos art. 17 e 18 da CE de municípios. 1989, revogou LC 9.479/91 Fonte: Brasil (1973), Rio Grande do Sul (1974, 1989, 1991, 2002). 2.1 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NA RMPA A regulamentação do uso e ocupação do solo na RMPA teve início nas esferas municipais, em virtude dos problemas gerados pelo crescimento urbano desordenado, manifestando-se em alguns municípios da RMPA mesmo antes de sua institucionalização. Nesse sentido, o processo de expansão urbana na área metropolitana se caracterizou pelo parcelamento ilegal de glebas urbanas, loteamentos irregulares e clandestinos e, pela instalação do sistema formal de parcelamento do solo. O parcelamento formal se constituiu através do procedimento de regras de subdivisão e urbanização das glebas, que deveriam ser seguidas pelos promotores imobiliários em seus projetos de parcelamento do solo. Os projetos deveriam ser submetidos à aprovação oficial, e os promotores poderiam somente comercializar os lotes com o compromisso de inclusão dos requisitos exigidos por lei. Quanto ao parcelamento informal, que se caracteriza pela ocupação de glebas a revelia dos proprietários, com a delimitação dos lotes após a ocupação - o que ocasionou um espaço precário em termos de saneamento e acessibilidade-, a normatização do poder público acabava sendo aplicada posteriormente, através de sansões, com imposição da adaptação das áreas às regras de urbanização. Em relação às funções urbanas foram atribuídos parcelamentos com características diferentes para cada tipo de atividade, sendo distinguidos os espaços destinados para fins industriais e aqueles destinados para fins residenciais, mas, para as funções terciárias em geral, necessariamente, não havia previsão de espaços específicos, sendo essas inseridas posteriormente entre os demais espaços. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 40 São observadas na RMPA três formas de parcelamento: os loteamentos - com abertura de novas vias-, os desmembramentos - com aproveitamento do sistema viário existente - e os condomínios por unidades autônomas. Os condomínios se caracterizam pelo parcelamento da gleba em unidades privativas de utilização exclusiva dos proprietários, com áreas de uso comum, em que cada condômino é detentor de uma fração ideal - proporção não localizada - da gleba. Em termos das vedações de ocupação, os condomínios são equiparados à legislação dos loteamentos e desmembramentos. No contexto histórico de forma sucinta e resumida os primeiros municípios na RMPA que estabeleceram leis de parcelamento do solo foram Porto Alegre, Canoas e Viamão na década de 50 e, o município de Alvorada em 1969, mesmo antes da institucionalização da região metropolitana. No território da RMPA o processo de expansão da área urbanizada teve início com o loteamento para fins residenciais. Em Porto Alegre, a partir dos anos 1920, a administração municipal passou a estabelecer normas de arruamento dos loteamentos, mesmo antes da lei federal que trouxe as disposições sobre os loteamentos e venda de terrenos (Lei Federal nº 58/1937 e Decreto Federal nº 3.079/1938). Entre os anos 1940 e 1960 foi observada na RMPA a expansão dos loteamentos para os municípios do eixo Norte-Sul, concomitante a duplicação da rodovia federal BR-116, principal ligação rodoviária do Rio Grande do sul. Pode-se considerar esse processo em certa medida como consequência de sucessivas leis restritivas promulgadas no município de Porto Alegre, com a finalidade de controle dos processos de loteamento no município. Dessa forma, os loteamentos expandiram-se para os municípios de Canoas, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Esteio e Sapucaia. Entre 1960 e 1970, dado o processo de industrialização desenvolvido a partir do eixo Norte-Sul da RMPA - que repercutiu na valorização das áreas e na exigência de legislação e da realização dos primeiros planos diretores, impondo limites ao uso industrial - fez com que a expansão dos loteamentos residenciais se deslocasse para periferia imediata de Porto Alegre, decorrendo no fenômeno das cidades-dormitórios: Cachoeirinha, Gravataí, Alvorada e Viamão. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 41 A partir dos anos 1970 o processo de industrialização passou a se desenvolver ao longo do eixo Leste-Oeste, conformando-se a partir da BR-290, que juntamente com outros fatores a melhoria e a expansão da rede viária e das redes de infraestrutura e equipamentos e, a ampliação das áreas para fins residenciais - acabaram por conformar o espaço metropolitano. Em relação aos fins residenciais observou-se a densificação das áreas previamente ocupadas, assim como o parcelamento de glebas anteriormente rurais. No final da década de 1970, além da expansão dos loteamentos residenciais para as zonas periféricas, para os denominados até então como municípios dormitórios, observou-se um novo padrão de incorporação da terra urbana, caracterizado pela implantação de conjuntos habitacionais nos municípios de Alvorada, Gravataí e Guaíba. A partir dos anos 1990 passou a ser observada uma concentração do setor terciário nos municípios metropolitanos, com a instalação de campi universitários, shopping centers e supermercados ao longo de eixos viários metropolitanos, ou com fácil acesso a esses. Esse processo repercutiu na valorização dos espaços metropolitanos que se tornaram geradores de tráfego intenso. 2.1.1 HISTÓRICO E CARACTERIZAÇÃO DA GESTÃO DA FPIC Em termos de planejamento, o Plano de Desenvolvimento Metropolitano (PDM) elaborado para RMPA em 1973 definiu diretrizes para uso e ocupação do solo. Entendia-se que a falta de uma legislação metropolitana que disciplinasse o uso do solo poderia ser sanada através de estudos que relacionassem o uso adequado do solo dentro das suas potencialidades. Nessa perspectiva a fim de orientar o planejamento, a partir do PDM, com o desenvolvimento de vários estudos, as terras foram classificadas de acordo com as suas capacidades e funções, sendo identificadas as áreas de conflito e de compatibilidade. Esse processo já contemplava as questões ambientais e os interesses globais a nível regional, com o estabelecimento de normas e regras específicas que harmonizassem o interesse individual e o coletivo, a fim de fornecer subsídios para as políticas públicas. Na época as Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 42 áreas foram divididas naquelas destinadas ao setor primário - atividades hortifrutigranjeiras -, em áreas de contenção urbana, áreas de contenção contra cheias - que não poderiam ser ocupadas com atividades humanas -, áreas destinadas ao lazer e recreação - considerando as potencialidades naturais e, em áreas com função de proteção ecológica - habitat e mananciais. A ideia de planificação territorial pressupunha criar uma estrutura adequada para o espaço urbano com condições de vida saudáveis. A concepção de contenção urbana estava relacionada à observação que com o processo de industrialização havia o crescimento de subúrbios e nucleações periféricas, com amplas áreas de baixa densidade habitacional, mas, que com o decorrer do tempo assumiam formas de direito próprio e emancipavam-se do núcleo de origem. Para fins de planejamento o uso do solo era entendido como a finalidade para quais os terrenos seriam utilizados, considerando os tipos de atividades que envolviam os aspectos da terra enquanto bem de mercado - em função de um mercado imobiliário economicamente motivado - em que a utilização de determinada área traria repercussões para as áreas vizinhas de toda a cidade. Dessa forma, a eficiência econômica das cidades estava relacionada ao tipo e eficiência do arranjo interno dos usos do solo estabelecidos, que refletiam na qualidade de vida da população e meio ambiente urbano, sendo justificado o controle da organização territorial adequada ao desempenho das funções socioeconômicas na região, por parte do poder público. O PDM em 1973, mediante proposta de diretriz de desenvolvimento espacial, dentro de um conjunto de objetivos socioeconômicos previa o uso adequado do solo para uma população de três milhões de habitantes, que conforme as estimativas da época, a ser atingida em 1990/1992 na RMPA. Entretanto, na época já havia a perspectiva que os objetivos do planejamento somente poderiam ser atingidos à medida que a entidade metropolitana fosse capaz de realizar uma atividade de ajustamento entre as diversas esferas do poder público. Com a institucionalização do planejamento metropolitano e com a criação da Comissão Nacional de Regiões Metropolitanas e Política Urbana - CNPU em 1974, a preocupação a nível federal e estadual, quanto à estrutura interna das regiões metropolitanas, se caracterizava por ações indiretas e supletivas, uma vez que os instrumentos de ação direta se Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 43 encontravam nas administrações municipais, que em muitos casos apresentavam condições técnicas e financeiras insuficientes para solução dos problemas. No entanto, a diversidade e intensidade dos problemas conjuntos entre os municípios suscitava a busca de soluções globais e mais abrangentes, pressupondo o planejamento do uso do solo, não apenas como uma ação administrativa, com a formulação e aplicação de técnicas, mas, como um processo que implicava em conflitos de competência entre os níveis de governo. Porém, os conselhos metropolitanos incidiam sobre um espaço onde coexistiam diversos governos municipais, com a predominância dos interesses locais sobre os interesses do estado e da união. Na RMPA em um esforço de integração e tentativa de ocupação do uso do solo urbano de forma integrada e ordenada, alguns municípios metropolitanos buscaram realizar e compatibilizar os planos locais com o PDM. Esta medida contemplou quase todos os municípios metropolitanos na época - Porto Alegre, Esteio, Canoas, e Novo Hamburgo, Sapucaia do Sul, Campo Bom, Sapiranga, Gravataí e Alvorada. O PDM apontava também a necessidade de revisão periódica de seus objetivos e dos planos municipais a cada cinco anos. Em complemento ao PDM houve a preocupação, naquele período de expansão da região metropolitana, de estabelecer diretrizes para um plano de uso do solo para todo o território que atingisse em especial as áreas da franja urbano-rural. A regularização do uso do solo em termos de normas para loteamento e delimitação de áreas urbanas, também apresentava aspectos não generalizáveis, que seriam específicos ao interesse de cada município. Por fim, conforme as atribuições legais o controle da urbanização dos terrenos rurais ficava a cargo da União, que através do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária INCRA analisava a transformação do uso do solo rural para o uso urbano, porém, o Instituto atuava de forma conjunta com as prefeituras, pois não tinha condições de analisar os processos caso a caso, que muitas vezes ocorria como simples retirada do cadastro enquanto imóvel rural. Dessa maneira o controle do uso e ocupação do solo está centrado na esfera municipal. Cabe destacar também que durante o processo de industrialização na RMPA, Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 44 dado a instalação do parque industrial e consequente aumento dos fluxos migratórios, ocorreu a proliferação de loteamentos, assim como a concessão de benefícios - doação de terrenos, isenção de impostos e fornecimento de infraestrutura - por parte da esfera municipal às indústrias que desejassem se instalar na região. 2.1.1.1. ESTRUTURA INSTITUCIONAL E NORMATIVA A. Uso do Solo As diretrizes para uso e ocupação do solo a nível federal atualmente estão definidas pela Lei nº 6.766/1979 e suas alterações, pela Constituição Federal de 1988 e pelo Estatuto das Cidades de 2001. A Lei nº 6.766/1979 definiu as formas de parcelamento do solo urbano e definiu requisitos técnicos mínimos pré-definidos. Assim, os loteamentos ou desmembramentos passaram a requerer lotes com requisitos essenciais de infraestrutura básica e, dimensões de acordo com os parâmetros determinados pelos planos diretores ou por lei municipal, respeitados os limites mínimos definidos na lei federal. De acordo com a legislação, a infraestrutura básica dos parcelamentos deve se constitui por equipamentos urbanos de escoamento das águas pluviais, de iluminação pública, de esgotamento sanitário, de abastecimento de água potável, energia elétrica pública e domiciliar, e vias de circulação. Os parcelamentos de solo para habitação em zonas declaradas por lei como de interesse social (ZHIS) devem obedecer a requisitos mínimos vias de circulação; escoamento das águas pluviais; rede para o abastecimento de água potável; e soluções para o esgotamento sanitário e para a energia elétrica domiciliar. A lei também trouxe restrições aos parcelamentos permitindo o parcelamento para fins urbanos somente em zonas urbanas ou de expansão urbana, ou urbanização específica, definidas nos planos diretores e, proibiu o parcelamento em locais ambientalmente inapropriados. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 45 Por final a legislação dispôs sobre diretrizes, quanto aos requisitos urbanísticos para os loteamentos, a área mínima dos lotes, a proporção de gleba destinada ao sistema viário e equipamentos, quanto à aprovação e o registro imobiliário dos projetos. A Constituição Federal 1988 em relação à organização da política urbana no Brasil dispôs que a política de desenvolvimento urbano executada pela esfera municipal tem por objetivo “ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes”, ficando sob a responsabilidade do poder público municipal a promoção das políticas de desenvolvimento urbano, sendo observadas as diretrizes estabelecidas na legislação e nos planos diretores municipais. Nessa perspectiva os planos diretores passaram a ser obrigatórios para os municípios com mais de 20 mil habitantes e para os municípios pertencentes às regiões metropolitanas e, também foram considerados como instrumentos básicos da política de desenvolvimento e de expansão urbana, através do qual deve ser garantida a função social da propriedade urbana. Dessa maneira, a CF de 1988 outorgou aos municípios uma maior autonomia em relação ao uso do solo urbano, dada a atribuição da formulação dos requisitos de administração e garantia da utilização do espaço para fins sociais. Em 2001 o Estatuto da Cidade estabeleceu normas a fim de garantir o cumprimento da função social da cidade e propriedade urbana, através de instrumentos divididos em três campos: formas de uso e ocupação do solo; participação social nos processos decisórios; e a ampliação das possibilidades de regularização de posses urbanas. Para alcançar o objetivo de ordenar o desenvolvimento das funções sociais da cidade, o Estatuto estabeleceu diretrizes para a política urbana no sentido de garantir o direito a cidades saudáveis, a partir da garantia de acesso à terra urbana, à moradia, ao saneamento, à infraestrutura, ao transporte e aos demais serviços públicos. Outras diretrizes do Estatuto também consideraram a necessidade de compatibilização do crescimento das cidades com os recursos ambientais, assim como a necessidade de corrigir os efeitos negativos do crescimento urbano sobre o meio ambiente, através de padrões de expansão urbana sustentáveis sob os aspectos ambientais, sociais e econômicos, do município e de todo território sob sua área de influência. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 46 Em 1994 a Política Estadual do Desenvolvimento Urbano no Rio Grande do Sul dispôs sobre os critérios e requisitos mínimos para a definição e delimitação de áreas urbanas e de expansão urbana, bem como estabeleceu as diretrizes e normas gerais de parcelamento do solo para fins urbanos, para a elaboração de planos e para a ocupação do território pelos municípios, aplicados também à região metropolitana. Em certa medida esta lei ratificou alguns aspectos da lei nº 6.766/1979, que mesmo suprimidos na lei federal em 1999, como a exigência de dimensões mínimas, foram mantidos em função das disposições estaduais. Através de um provimento da Corregedoria Geral de Justiça do Rio Grande do Sul, em 1995 foi possibilitado o registro de loteamentos e desmembramentos sem considerar a legislação urbanística nos casos de situações consolidadas, que em função de vários fatores – existência de edificações, de vias de circulação, de equipamentos públicos, entre outros fosse indicada a irreversibilidade da posse. Cabe salientar que esse procedimento isentou da obrigação de adequação aos padrões urbanísticos, tanto o proprietário, quanto o município. Ou seja, foi um instrumento de regularização fundiária simplificado, focado na legalidade da posse e desconsiderando aspectos ambientais e urbanísticos. Em 2005 foi instituído o Conselho Estadual das Cidades, com a finalidade de propor e deliberar sobre diretrizes para a formulação e implementação da Política Estadual de Desenvolvimento Urbano, promovendo a cooperação entre os entes federados - União, estado e municípios -, bem como acompanhar e avaliar a sua execução, em especial a execução das políticas de habitação e planejamento territorial, conforme determina o Estatuto da Cidade. Encontra-se também entre as competências do Conselho propor alterações na legislação referente ao direito urbanístico, promover os mecanismos de participação social, entre outros. A partir de 2011, dada as mudanças na estrutura administrativa do estado do Rio Grande do Sul, as competências referentes ao desenvolvimento urbano ficaram distribuídas entre duas secretarias de estado. A Secretaria de Habitação e Saneamento ficou responsável pela proposição, formulação, coordenação e execução da política de habitação de interesse social, e em especial pela execução da política de regularização fundiária, com a coordenação das remoções e o reassentamento de pessoas localizadas em áreas consideradas de risco. A Secretaria de Obras Públicas, Irrigação e Desenvolvimento Urbano ficou com a responsabilidade pela Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 47 proposição e execução da política de desenvolvimento das regiões metropolitanas, municípios e aglomerações urbanas. Na Região Metropolitana de Porto Alegre já em 1973 a Lei Federal 14/1973 definiu o uso do solo metropolitano como um dos serviços comuns de interesse da região metropolitana. A partir de 1979, mediante a lei federal nº 6.766 foram atribuídos à autoridade metropolitana o exame e a anuência prévia para aprovação de projetos de parcelamento do solo urbano localizados em área de municípios integrantes das regiões metropolitanas. Com base nessa lei, no Rio Grande do Sul em 1989 a Corregedoria Geral de Justiça do Estado determinou a obrigatoriedade da realização do exame e da emissão de anuência prévia pelo órgão gestor metropolitano, a METROPLAN, aos parcelamentos do solo na RMPA. Em termos de gestão do território, além da emissão de anuência prévia, entre as atribuições do órgão metropolitano e regional encontra-se a função de auxiliar os municípios na elaboração dos seus planos diretores e das diretrizes gerais de ocupação do território, assim como prestar assistência técnica a esses para implantação de diretrizes, projetos e obras. O quadro 4 apresenta a legislação para uso do solo no Rio Grande do Sul entre 1974 e 2011. QUADRO 4: Estrutura Institucional e Normativa, Uso do Solo na RMPA, período 1974 – 2011. Ano Legislação 1974 Decreto Estadual nº 23.070/1974 1979 Lei Federal nº 6.766/1979 1988 1989 1994 1995 2001 2005 2011 Constituição Federal de 1988 Capítulo II, artigos 182 e 183 Provimento nº 21/89 da Corregedoria Geral de Justiça, com base na Lei Federal nº 6.766/1979 Lei Estadual nº 10.116/1994 Provimento nº 39/1995 da Corregedoria Geral de Justiça, Lei Federal nº 10.257/2001 Regulamentou os artigos 182 e 183 da Constituição Federal de 1988 Decreto nº 43.686/2005 Lei Estadual nº 13.601/2011 Disposições Definição uso do solo metropolitano como serviço comum da RMPA Exame e anuência prévia parcelamento do solo urbano Política de Desenvolvimento Urbano do RS Obrigatoriedade do exame e da anuência Prévia na RMPA Diretrizes e normas gerais de parcelamento do solo Registro sem necessidade de observância da legislação urbanística em situações consolidadas – More Legal Estatuto da Cidade Conselho Estadual das Cidades Secretaria de Habitação e Saneamento Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 48 Fonte: Rio Grande do Sul (1974; 1979; 1988; 1989; 1994; 1995; 2001; 2005; 2011) Na esfera municipal, o uso e ocupação do solo podem ser orientados, direta ou indiretamente, por um conjunto de leis - lei orgânica, lei do perímetro urbano, lei do plano diretor, lei de zoneamento, lei de parcelamento do solo, código de obras -, sendo em geral o plano diretor a legislação que apresenta as diretrizes para o zoneamento e o parcelamento do solo. Dessa maneira, o uso e ocupação do solo, em função de vários aspectos legais, pertinentes à ocupação do território e seus usos, muitas vezes os processos de parcelamentos do solo necessitam a análise de diferentes órgãos públicos, pertencentes às três esferas de governo. B. Habitação de Interesse Social No nível federal um dos principais mecanismos de ampliação e acesso à moradia foi realizado pelo Banco Nacional de Habitação (BNH), instituído em 1964, através do qual o Estado passou a intervir diretamente na política nacional de habitação, a partir da construção de unidades habitacionais em larga escala. Contudo, o BNH acabou sendo desviado da questão social da moradia, e voltou-se para o incentivo à economia em crise, através da produção habitacional. Em 1986 o BNH foi extinto e suas funções distribuídas entre outras instituições públicas. A regulamentação da habitação na RMPA segue as diretrizes aplicadas a todo o estado do Rio Grande do Sul. Em função da habitação de interesse social em 1995 foi criado o Sistema Estadual de Habitação de Interesse Social (SEHIS), com objetivo de promover uma articulação institucional entre os órgãos responsáveis no campo habitacional e viabilizar o acesso à habitação para a população de baixa renda. A habitação de Interesse Social foi definida em lei estadual em 2004, como “aquela utilizada em prol da coletividade, e que garanta segurança e bem-estar ao cidadão, sem prejuízo ao equilíbrio ambiental”. Em 2008 o SEHIS sofreu alterações em sua composição e coordenação, sendo instituídos também o Fundo Estadual de Habitação de Interesse Social (FEHIS) e o Conselho Gestor Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 49 do desse fundo. Na composição do Conselho Gestor do FEHIS foi incluída a participação do órgão gestor metropolitano, a METROPLAN. Em 2013 essas alterações foram regulamentadas (quadro 5). QUADRO 5: Composição do Sistema Estadual de Habitação de Interesse Social – SEHIS no Rio Grande do Sul, 2008 Representantes Órgãos Estaduais Agentes Financeiros Conselhos Estaduais, Municipais e Regionais Organizações sociedade civil da Sistema Estadual de Habitação de Interesse Social – SEHIS ü Secretaria da Habitação, Saneamento e Desenvolvimento Urbano; ü Órgãos e instituições da administração pública e instituições regionais ou metropolitanas que desempenham funções complementares ou afins com a habitação; ü Banco do Estado do Rio Grande do Sul; ü Agentes financeiros autorizados pelo Conselho Monetário Nacional. ü Conselho Estadual das Cidades; ü Conselho Gestor do FEHIS; ü Conselhos no âmbito dos municípios e regiões. ü Fundações, sociedade, sindicatos, associações comunitárias, cooperativas habitacionais; Fonte: Rio Grande do Sul (2008) Além dos recursos do FEHIS, a base financeira do SEHIS pode incorporar recursos provenientes do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social – FNHIS, e de outros fundos ou programas que vierem a ser incorporados ao SEHIS. As transferências de recursos do FEHIS aos Municípios e Cooperativas da área habitacional a partir de 2009 passaram a ser condicionadas ao oferecimento de contrapartida mínima de 30% (trinta por cento) do valor de repasse do Estado, e em observância à Lei Estadual de Diretrizes Orçamentárias e Lei de Responsabilidade Fiscal. Em 2011 a Secretaria de Habitação e Saneamento passou a responder pela elaboração das proposições referentes às políticas de desenvolvimento urbano, incluindo a formulação, a coordenação e a execução da política de habitação de interesse social, assim como, a execução da política de regularização urbana e fundiária, com a coordenação e execução da remoção e o do reassentamento de pessoas localizadas em áreas de risco. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 50 Nesse mesmo ano o Poder Executivo foi autorizado a doar imóveis ao Fundo de Arrendamento Residencial (FAR) para construções de unidades habitacionais para famílias de baixa renda. Abriu-se também a possibilidade de assistência técnica pública e gratuita para o projeto e a construção de habitação de interesse social para as famílias de baixa renda. O quadro 6 apresenta a legislação para habitação de interesse social no Rio Grande do Sul entre 1995 e 2013. QUADRO 6: Estrutura Institucional e Normativa – Legislação Habitação de Interesse Social, no Rio Grande do Sul, período 1995 – 2013. Ano Legislação Disposições 1995 Lei nº 10.529/1995 Instituiu o Sistema Estadual de Habitação de Interesse Social - SEHIS 2004 Lei nº 12.222/2004 Definição de Habitação de Interesse Social 2008 Lei nº 13.017/2008 Altera o Sistema Estadual de Habitação de Interesse Social (SEHIS), cria o Fundo Estadual de Habitação de Interesse Social (FEHIS) e o Conselho Gestor do FEHIS Repasses de recursos da FEHIS com contrapartida de 30% do Estado com observância na Lei de Diretrizes Orçamentária Estadual Lei Complementar nº 101/2000 – Lei de Responsabilidade Fiscal Negociação (incentivos) para liquidação antecipada dos financiamentos 2009 Lei nº 13.305/2009 habitacionais ativos dos imóveis da extinta Companhia de Habitação do Estado do Rio Grande do Sul – COHAB/RS, incorporados ao Estado 2011 Lei nº 13.601/2011 Secretaria de Habitação e Saneamento Doação de imóveis ao Fundo de Arrendamento Residencial (FAR) para 2011 Lei nº 13.867/2011 construções de unidades habitacionais para famílias de baixa renda Dispões sobre a assistência técnica pública e gratuita para o projeto e a construção de habitação de interesse social para famílias de baixa renda e 2011 Lei nº 13.789/2011 altera Lei nº 13.017/2008 2012 Lei nº 13.984/2012 Alterações na Lei nº 13.305/2009 Decreto nº Regulamenta o § 3º, do art. 11 da Lei n° 13.017/2008 sobre o SEHIS, 2013 50.056/2013 FEHIS e o Conselho Gestor do FEHIS Fonte: Rio Grande do Sul (1995; 2004; 2008; 2009; 2011; 2012; 2013) 2009 Lei nº 13.210/2009 C. Regularização Fundiária A Constituição Estadual de 1989 abriu a possibilidade para doação de áreas urbanas de domínio do estado ocupadas por moradores de baixa renda. Esta disposição foi regulamentada em 1992 e 1993, incluindo a criação de uma Comissão Estadual, incumbida da análise dos requerimentos de regularização, com a participação do órgão de planejamento metropolitano e regional, a METROPLAN, entre outras instituições. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 51 No ano de 1998 foram instituídos a Comissão Executiva e o Conselho Consultivo para ações de regularização fundiária nas áreas urbanas de domínio do Estado, que contava com a coordenação da Secretaria Especial da Região Metropolitana, extinta em 1999. Nos anos de 1999 e 2000 os processos judiciais referentes à desocupação de áreas e propriedades do estado, que incluíam vilas na Região Metropolitana de Porto Alegre (16 em Porto Alegre, 08 em Sapucaia do Sul e 01 em São Leopoldo) foram suspensos e arquivados. Foi criada em 2003 junto a Secretaria da Habitação e Desenvolvimento Urbano, a Câmara Setorial da Regularização Fundiária, Análise e Aprovação de Projetos Habitacionais do Estado do Rio Grande do Sul, com objetivo de centralizar e de agilizar os trâmites dos projetos habitacionais e da regularização fundiária, apresentados para apreciação no âmbito estadual. No ano de 2011, a partir dos trabalhos da Comissão Especial de Habitação Popular, instalada na Assembleia Legislativa do estado, foi instituído o Banco de Terras do Estado do Rio Grande do Sul, cuja principal finalidade trata-se da implementação da habitação de interesse social, objetivando a redução do déficit habitacional, através do aproveitamento das áreas públicas não utilizadas e subutilizadas. Dentro desse escopo o Banco de Terras também visa integrar as políticas habitacionais das três esferas - federal, estadual e municipal - compatibilizando essas políticas com as demais políticas setoriais de desenvolvimento urbano, de saneamento e, de inclusão social, a fim de garantir a função social da propriedade e o direito à cidade, possibilitando a redução das desigualdades regionais e promovendo a erradicação da pobreza extrema. Em 2012, no município de Porto Alegre foi reconhecido por decreto o “Direito Fundamental Social à Moradia” de famílias ocupantes de uma área pertencente ao Estado, que já estava integrada ao Programa de Regularização Fundiária de Interesse Social. Esse reconhecimento foi resultado de uma mobilização da sociedade civil e ação coletiva no período de 2010/2011, intitulada como “O morro é nosso”. Essa mobilização foi deflagrada em função de um projeto de Lei proposto pelo Governo do Estado, que visava à venda da área pertencente ao estado, onde se encontravam instaladas em 06 vilas, com cerca de 1.600 famílias. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 52 O quadro 7 apresenta a legislação para regularização fundiária no Rio Grande do Sul entre 1989 e 2012. QUADRO 7: Estrutura Institucional e Normativa – Regularização Fundiária no Rio Grande do Sul, período 1989 – 2012 Ano 1989 1992 Legislação CE, Artigo nº 27 LC nº 9.752/1992 Disposições Doação de áreas urbanas de domínio do estado Regulamentação artigo nº 27 da CE de 1989 1993 Decreto nº 34.668/1993 Comissão Estadual de Regularização das Terras Públicas Ocupadas 1998 Decreto n° 38.561/1998 1999 e 2000 Decretos nº 39.737/1999 e nº 40.199/2000 Comissão Executiva e Conselho Consultivo de regularização fundiária nas áreas urbanas de domínio do Estado Suspensão e arquivamento de todos os procedimentos judiciais tendentes à desocupação em áreas e propriedades do estado do Rio Grande do Sul Lei nº 10.529/1995 Dec. nº 42.660/2003 Lei Câmara Setorial da Regularização Fundiária nº 11.987/2003 2011 Dec. nº 48.270/2011 Banco de Terras do Estado do Rio Grande do Sul 2012 Dec. nº 48.029/2012 Direito Fundamental Social à Moradia Fonte: Rio Grande do Sul (1989; 1992; 1993; 1998; 1999; 2000; 2003; 2011; 2012). 2003 D. Órgão Gestor / Controle Metropolitano A METROPLAN acompanha o processo formal de parcelamento do solo nos municípios integrantes da Região Metropolitana de Porto Alegre, por meio da análise de projetos de loteamentos, desmembramentos e condomínios e, pelo assessoramento na elaboração e revisão dos planos diretores e regramentos urbanísticos municipais. Para fins de registro imobiliário dos empreendimentos há a obrigatoriedade da análise e emissão do Termo de Anuência Prévia pela METROPLAN, que garante que os projetos para empreendimentos - de loteamentos, desmembramentos e condomínios - se encontrem em conformidade com a legislação quanto ao uso do solo urbano na RMPA. Dessa maneira, o Termo de Anuência Prévia viabiliza o empreendimento pretendido. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 53 Para a emissão da Anuência Prévia pela METROPLAN devem ser observadas a legislação federal, a estadual e a municipal, em relação aos aspectos ambientais e urbanísticos, como também as diretrizes municipais e metropolitanas. As diretrizes urbanas se caracterizam como orientações fornecidas para a elaboração de projetos urbanísticos, de modo mais específico e abrangente no território, indicando a melhor forma de uso e ocupação do solo urbano. Ressalta-se que a análise dos projetos pela METROPLAN deve ser realizada antes da aprovação na esfera municipal. A figura 2 apresenta as etapas do processo de parcelamento do solo na RMPA. FIGURA 2: Etapas no processo de parcelamento do solo na RMPA, em 2013. Fonte: METROPLAN A METROPLAN emite em média 20 termos de Anuência Prévia ao mês, em sua maioria, referentes a empreendimentos residenciais, e em alguns casos a loteamentos industriais. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 54 Os proprietários também podem fazer uma solicitação de diretrizes, que se trata de uma análise ambiental e urbanística, indicando ao proprietário quais são as restrições e condicionantes ao seu projeto de parcelamento, quais são os requisitos técnicos e legais a serem cumpridos, bem como as providências necessárias a serem tomadas junto a outros órgãos públicos. O projeto que não estiver em conformidade com a legislação de parcelamento do solo, ou que não se adequar a esta poderá ter seu pedido de anuência negado pelo órgão metropolitano. Nos últimos quatro anos, 2009 foi o ano com o maior número de processos de Anuência Prévia, 169 pedidos no total, mas esse mesmo ano contou com a menor porcentagem de termos emitidos, 65,66%. Com os pedidos de anuência diminuindo anualmente no período entre 2009 e 2012, observa-se em 2010 um aumento significativo de emissões aprovadas totalizando uma porcentagem de 83,02% (gráfico 4). Os dados parciais do ano de 2013 mostram que até maio houve 52% de pedidos aprovados, do total de 40 pedidos, 21 foram emitidos, o que ficou abaixo da média dos quatro períodos anteriores, 75,34%. GRÁFICO 4: Anuências Prévias emitidas pela METROPLAN na RMPA (2009-2013). 180 160 140 120 100 80 60 40 20 0 166 159 138 132 109 129 108 83,02 65,66 2009 2010 96 78,26 2011 Processos Anuência Prévia Abertos Termos de Anuência Prévia Emitidos % de Pedidos Emitidos Fonte: Elaborado a partir de dados da METROPLAN. 74,42 2012 Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 55 Entre 2009 e 2012 os projetos de parcelamentos totalizaram uma área de superfície de 3.737,081 ha, sendo 67,9% da área referentes aos loteamentos, que somaram 2.538,804 ha no período. Em relação ao número de projetos observa-se um maior número de projetos de desmembramentos, mas que em termos de superfície totalizaram nesse mesmo período 1.198,277 ha, 32,1% de área parcelada. No ano de 2010 houve o maior número de projetos, sendo a maior parte desses referentes aos desmembramentos com 84 projetos, porém em relação à superfície parcelada os loteamentos alcançaram 633,420 ha, 79,1% do total de área parcelada (tabela 17). TABELA 17: Projetos de parcelamento do solo, loteamentos e desmembramentos na RMPA, período 2009-2012 Desmembramentos e Loteamentos 2009 2010 2011 2012 Total Nº Projetos 125 134 113 100 472 Área (ha) 1.276,047 800,779 810,936 849,319 3.737,081 Área (% loteamentos) 61,9% 79,1% 59,5% 74,6% 67,9% Área (% desmembramentos) 38,1% 20,9% 40,5% 25,4% 32,1% Tamanho médio de gleba (ha) 9,74 7,42 6,5 7,52 7,8 Nº Projetos 54 50 53 48 205 Área (ha) 789,374 633,420 482,660 633,350 2.538,804 Loteamentos com mais de 100 ha 01 02 0 01 04 71 84 60 52 267 167,359 328,276 215,969 1.198,277 Total Loteamentos Desmembramento Nº Projetos Área (ha) 486,673 Fonte: Elaborado a partir de dados da METROPLAN. Entre os projetos de loteamentos observou-se no período 2009-2012 um aumento expressivo dos loteamentos residenciais que alcançaram 67,6% da área parcelada, que em 2009 somava apenas 14,4% dos lotes e em número de projetos representavam apenas 1/10 do total de loteamentos (tabela 18). Entretanto, os loteamentos residenciais para habitação de interesse social, que em 2009 representavam 95,7% dos loteamentos residenciais e 13,8% do total de loteamentos, tiveram uma redução em termos de área parcelada ao longo do período, apresentando em Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 56 2012 o mesmo número de projetos que em 2009, porém para uma superfície 60% menor e, passando a representar apenas 8,9% do total de loteamentos residenciais. No período 2009-2012 foram apresentados 04 projetos de parcelamentos com área acima de 100 ha, com destaque para o ano de 2010 com dois projetos. Observou-se uma redução do tamanho médio da gleba no período, passando de 9,74 ha em 2009 para 7,52 ha em 2012. TABELA 18: Projetos de parcelamento do solo, loteamentos, residenciais e residenciais habitação de interesse social na RMPA, período 2009-2012. Loteamentos 2009 2010 2011 2012 Total Nº Projetos 54 50 53 48 205 Área (ha) 789,374 633,420 482,660 633,350 2.538,804 14,4% 79,2% 66,8% 67,6% 53,8% 13,8% 9,9% 8,6% 6,0% 9,9% 6 31 32 32 101 Área (ha) 113,690 Área (% loteamentos habitação de 95,7% interesse social) Loteamentos Habitação Interesse Social 501,810 322,570 428,460 1.366,530 12,4% 12,9% 8,9% 18,4% Nº Projetos 15 20 6 47 62,400 41,650 38,090 250,950 Total Área (% loteamentos residenciais) Área (% loteamentos habitação interesse social) Loteamentos Residenciais Nº Projetos de 6 Área (ha) 108,810 Fonte: Elaborado a partir de dados da METROPLAN. Até julho/2013 os projetos de parcelamentos somam 373 ha de superfície, sendo 65,7% dessa área referente a loteamentos, que totalizam 245,20 ha. Seguindo a mesma tendência observada nos anos anteriores, do número total de projetos, 46 até julho, a maior parte se refere a desmembramentos, que somam 26, com área total de 127, 80 ha. Os loteamentos residenciais somam uma área total de 101,78 ha, em 09 projetos. Entre esses loteamentos Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 57 residenciais apenas um projeto é para habitação de interesse social, porém, correspondendo a uma área total de 83 ha, 81,6% do total de loteamentos residenciais. Na análise parcial de 2013 também foi observado que não houve nenhum projeto de loteamento acima de 100 ha e o tamanho médio da gleba é de 12,05 ha. Observando-se a quantidade de projetos por municípios no período 2009-2010, mais da metade desses ficou concentrada nos municípios de Montenegro, Porto Alegre, Campo Bom, Novo Hamburgo e Sapiranga. O destaque é o município de Montenegro que concentrou 20,14% do total de projetos no período, mais que o dobro observado em Porto Alegre. Cabe destacar que o município de Montenegro apresenta uma área total de 420,02 km² quase o mesmo tamanho da área de Porto Alegre – porém, com uma taxa de urbanização de 90,26% e densidade demográfica de apenas 130 hab./km², conforme dados do Censo/IBGE 2010. O ano de 2010 foi o que apresentou o maior número de projetos, sendo que 29,94% desses eram do município de Montenegro e, até junho de 2013 o município já soma 16,1% do total de projetos apresentados. Outro município em destaque trata-se de Campo Bom, com uma superfície territorial de 61,41 km², 95,5% de taxa de urbanização e densidade demográfica de 880 hab./km², no período 2009-2012 apresentou 51 projetos, apenas dois projetos a menos que o município de Porto Alegre. Para finalizar, cabe salientar que onze municípios metropolitanos possuem convênio com a METROPLAN, a fim de facilitar os processos de emissão de anuência prévia: Campo Bom, Capela de Santana, Charqueadas, Gravataí, Novo Hamburgo, Portão, Santo Antônio da Patrulha, São Leopoldo, Sapiranga, Sapucaia do Sul e Triunfo. 2.1.1.2 INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO E GESTÃO A. Plano Diretor Metropolitano Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 58 A RMPA não conta com um plano de ordenamento territorial ao nível metropolitano atualizado desde a realização do PDM em 1973. Cabe destacar, que muitas das diretrizes do PDM foram cumpridas ao longo dos anos de conformação do espaço metropolitano. A elaboração de um novo Plano Diretor Metropolitano e de um Plano Estratégico RMPA encontra-se em pauta no atual Conselho Deliberativo Metropolitano. Entretanto, para implantação da obra viária ERS-010 a METROPLAN tem a perspectiva da realização de um plano diretor setorial, em função da ocupação de vazios urbanos de forma ordenada ao entorno da via. A ERS-010, uma ligação rodoviária já proposta no planejamento de transportes inicial da RMPA como Rodovia Leste, deve ocupar uma área de baixa densidade de ocupação urbana, com áreas de expansão previstas em alguns planos diretores dos 08 municípios que serão atravessados pela via (tabela 19). TABELA 19: Áreas de Expansão Previstas nos Planos Diretores dos Municípios na RMPA, em 2013. Município Sapiranga Hectares 410,40 Campo Bom 961,70 Novo Hamburgo 1.968,13 São Leopoldo 267,75 Sapucaia do Sul 1.750,25 Esteio 129,14 Canoas 566,94 Cachoeirinha Fonte: Elaborado a partir de dados da METROPLAN. 340,07 Dado o impacto que a rodovia acarretará sobre as áreas lindeiras e, sobre as conexões urbanas, a perspectiva será de promover o planejamento e o ferramental de indução do desenvolvimento, através de um plano de ocupação das áreas entre a rodovia e os municípios diretamente afetados. Dessa forma está prevista uma integração dos municípios, com a compatibilização de suas demandas. B. Planos Diretores Municipais Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 59 Conforme as disposições legais todos os municípios pertencentes às regiões metropolitanas deverão possuir planos diretores. Apesar de todos os municípios da RMPA possuírem os planos diretores em 2013, dez municípios não tiveram nenhuma preocupação com a questão metropolitana na elaboração de seus planos - Alvorada, Araricá, Campo Bom, Estância Velha, Guaíba, Igrejinha, Parobé, Rolante, Santo Antônio da Patrulha e São Jerônimo. Entretanto, os demais municípios já apresentaram em seus planos preocupações referentes a necessidade de integração e de cooperação para governança no território metropolitano. Analisando-se os planos diretores municipais da RMPA pode-se observar que vários temas de interesse comum apresentaram ligação com a questão metropolitana: transportes, desenvolvimento regional, turismo, políticas públicas de habitação e questões ambientais (quadro 8). QUADRO 8: Interface Planos Diretores com questões Metropolitanas na RMPA, em 2013. Desenvolvimento Regional Transportes Turismo Arroio dos Ratos Arroio dos Ratos Arroio dos Ratos Canoas Cachoeirinha Charqueadas Capela de Santana Canoas Esteio Charqueadas Capela de Santana São Leopoldo Eldorado do Sul Eldorado do Sul Esteio Esteio Ivoti Ivoti Glorinha Montenegro Gravataí Nova Santa Rita Porto Alegre Nova Hartz Nova Santa Rita São Leopoldo Porto Alegre São Sebastião do São Leopoldo Caí São Sebastião do Caí Sapucaia do Sul Triunfo Viamão Fonte: Elaborado a partir dos Planos Diretores Municipais Habitação Meio Ambiente Triunfo Viamão Arroio dos Ratos Capela de Santana Dois Irmãos Glorinha São Leopoldo Taquara Triunfo O município de Arroio dos Ratos em seu plano diretor em relação à questão metropolitana mencionou a necessidade de cooperação em diversas áreas. Além de tratar da integração com a Região Carbonífera e a RMPA, o município visa buscar parcerias com o Governo do Estado, União, outros municípios e agentes sociais para promover ações de interesse comum, relacionadas especialmente com o sistema viário, abastecimento de água, tratamento de esgotos, meio ambiente, coleta de lixo, indústria, energia, telecomunicações Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 60 e parcelamento e uso do solo. Ainda, quer desenvolver seu turismo de maneia conjunta com os municípios da região. Cachoeirinha no art. 6º de seu plano diretor buscou programar ações de desenvolvimento econômico e social que, por exemplo, contemplariam qualificação do transporte público municipal e metropolitano. Havendo a vontade de aumentar a eficácia da ação governamental com fiscalização, planejamento e cooperação com governos estaduais, federais e municípios vizinhos. Além disso, para questão do uso do solo fez referência aos municípios vizinhos a fim de garantir a integridade da área, evitando conurbação da cidade. Canoas, no capítulo terceiro de seu plano diretor, criou o Programa de Integração Metropolitana onde ficou estabelecido que o município deverá adotar diretrizes para desenvolver e integrar projetos com a RMPA, referentes ao transporte, uso do solo, saneamento e novas ligações com os municípios vizinhos em prol do interesse comum. Além disso, é citado em seu art. 4º inciso VII: “consolidar a Cidade de Canoas como Polo da Região Metropolitana e sede de atividades produtivas e geradoras de emprego e renda”. O município de Capela de Santana em seu plano diretor fez referência ao direito de locomoção dos habitantes e, por isso, buscou priorizar o transporte coletivo urbano integrado com o sistema metropolitano e com oferta de condições adequadas para pedestres com necessidades especiais. No plano diretor também previu a participação do município nas políticas de integração regional para desenvolvimento equilibrado entre municípios. O município de Charqueadas, levando em conta a autonomia municipal, buscou a plena integração entre os municípios da região Carbonífera e região metropolitana nas questões que tangem as funções públicas comuns com seus respectivos órgãos de planejamento. Entende também que o desenvolvimento do turismo da região deveria ocorrer de forma articulada com os demais municípios limítrofes. Em seu plano diretor, Dois irmãos fez referência à questão ambiental dentro da RMPA, pois é identificada como uma área crítica de poluição. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 61 Eldorado do Sul foi o primeiro município a abordar o agronegócio na região, junto dessa questão, também aborda o planejamento e a articulação do desenvolvimento, com a inclusão do tema transporte. Esteio, em seu plano diretor, reconheceu a necessidade do desenvolvimento equilibrado dos municípios da região metropolitana. Para isso, no Capitulo X, apresentou a Estratégia de Integração Metropolitana na qual o objetivo é a promoção do planejamento e de políticas públicas com a RMPA. Ademais, previu implantar o transporte fluvial na Bacia Rio dos Sinos para fomentar o turismo e o escoamento da produção. Glorinha e Gravataí apenas citam no artigo primeiro de seus planos diretores que as diretrizes municipais deverão ser compatíveis com as diretrizes as regionais e metropolitanas. Ivoti de forma clara em seu plano diretor apresentou interesse do município, em compatibilizar a integração de planos e projetos de desenvolvimento urbano com as propostas regionais. Em Montenegro foi criado pelo art. 31 do seu plano diretor a Macro zona de Expansão Industrial Metropolitana que é caracterizada como reserva de área com potencial logístico para suprir a demanda metropolitana de complexos industriais. Nova Hartz mencionou em seu plano diretor a possibilidade da integração com as políticas habitacionais dos demais municípios da RMPA e, ainda, previu a articulação do desenvolvimento e planejamento no contexto metropolitano. Nova Santa Rita tem na Seção I do plano diretor do município dispositivos que mencionam a Integração Territorial Metropolitana. Esses dispositivos tratam desde um sistema de transporte público coletivo à promoção da distribuição equânime das atividades econômicas. Por meio do plano criou também uma Área de Projetos Estratégicos para a oferta de infraestrutura privilegiada e competitiva no âmbito metropolitano. Novo Hamburgo previu em sua lei que o município faça convênio com órgão estadual metropolitano competente para efetivação de anuências prévias. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 62 Portão, por sua vez, previu áreas públicas ou particulares onde haja interesse público para implantar estações de tratamento de esgoto, subsidiados pelo Programa Técnico para o Gerenciamento da Região Metropolitana de Porto Alegre – PROTEGER. A capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, em seu plano diretor mostrou preocupação com a integração da área priorizando os transportes, o uso do solo e o saneamento. No artigo 30 do seu plano diretor mencionou a estruturação de uma rede de polos comerciais multifuncionais que formem centros de bairro, visando atender à população em suas necessidades de bens, serviços e empregos. O corredor de desenvolvimento previsto se caracteriza como uma área de interface com a região metropolitana, disponibilizada para investimentos autossustentáveis de grande porte, com vista o fortalecimento da integração regional. No ano 2000, o Decreto nº 12.951 criou a Comissão de Análise Urbanística e Gerenciamento, cujo artigo 7º estabeleceu as suas atribuições através de Estudos de Viabilidade Urbanística - EVU - o qual, em empreendimentos de impacto urbano de segundo nível, analisaria projetos de áreas destinadas a usos específicos de caráter metropolitano. São Leopoldo buscou sua integração na RMPA com referência à Região Hidrográfica do Lago Guaíba e respectivamente a Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos. O município, dessa forma, buscou o aumento de eficiência e eficácia, seja no transporte, produção ou proteção ao ambiente, visando ampliar os benefícios sociais e a qualidade de vida da região metropolitana. Buscou também a articulação do turismo com os roteiros dos demais polos turísticos da região. E ainda, no artigo nº 181 do seu plano diretor o município previu que o Poder Executivo poderá promover debates com municípios limítrofes para formular políticas, diretrizes e ações comuns para superação de problemas setoriais. São Sebastião do Caí e Sapucaia do Sul tem em suas leis a interface com a integração do transporte metropolitano. Mas, apenas o primeiro município apresentou propostas de desenvolvimento urbano e regional. Sapiranga apenas salientou em seu plano diretor a melhoria dos embarques e desembarques de linhas urbanas que fazem conexão metropolitana. O município de Taquara mencionou em seu plano diretor a possibilidade da realização de parcerias em projetos e ações para a saúde com municípios da região. Também, previu a Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 63 promoção de ações de interesse comum, em especial ao sistema viário, abastecimento de água, tratamento de esgotos, meio ambiente, destinação final do lixo, implantação industrial, energia, telecomunicações, parcelamento e uso do solo. Triunfo também buscou a integração metropolitana, em função do fomento das atividades econômicas articulas na RMPA. E, como Taquara, visa executar programas e ações de saúde com integração territorial. Sua política de habitação quer cooperar com os diferentes níveis de governo e região metropolitana. Outras passagens do plano diretor do município mencionaram o turismo articulado, a garantia da qualidade do meio ambiente, a cooperação em política de resíduos sólidos e, transporte com acessibilidade e integração metropolitana. Viamão mencionou a realização de convênios com municípios da região metropolitana para o atendimento eficiente dos grupos de proteção social. Na sua visão, são necessárias ações integradas para questões de transporte coletivo, para o sistema viário, os recursos hídricos, tratamento de esgoto, destinação de resíduos sólidos, conservação dos bens socioambientais, moradia, parcelamento e uso do solo; diversificação do uso do solo metropolitano; e para menores deslocamentos. C. Plano Estadual de Habitação de Interesse Social Ao nível estadual encontra-se em andamento a elaboração do Plano Estadual de Habitação de Interesse Social – PEHIS, que tem como finalidade a redução o déficit habitacional no Rio Grande do Sul, que foi estimado em 197.778 mil unidades em 2012, sendo 165.782 no meio urbano e 31.996 no meio rural. Para cálculo do déficit habitacional foram considerados, além da habitação precária, o ônus excessivo com aluguel, o adensamento excessivo em domicílios alugados, e a coabitação familiar. O plano visa promover a produção habitacional de 23 mil unidades até o final de 2014, por meio da contrapartida financeira do Estado para as políticas habitacionais do Governo Federal. Esta iniciativa deve contemplar a destinação de áreas públicas do estado para a habitação de baixa renda, por meio do Banco de Terras, e parcerias com a Caixa Econômica Federal Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 64 para a implantação de projetos Minha Casa Minha Vida, e com cooperativas habitacionais e movimentos sociais, sobretudo para processos de reassentamento de famílias de área de risco. Cabe destacar que a política estadual de habitação social visa uma articulação com a política nacional e o planejamento a nível municipal, com a compatibilização dos planos ambientais, de saneamento e planos diretores municipais. 2.1.1.3 PROJETOS FINANCIAMENTO DE INVESTIMENTO E RECURSOS PARA O A inserção da gestão metropolitana na legislação orçamentária é uma das atribuições do Conselho Deliberativo Metropolitano (CDM) recentemente criado e regulamentado em 2011/2012. Assim, até o momento observa-se que os recursos destinados aos projetos na Região Metropolitana estão distribuídos de forma difusa nas ações de diferentes secretarias de estado, em especial nas secretarias a qual órgão gestor metropolitano se encontra vinculado. Em relação ao uso e ocupação do solo no Plano Plurianual, PPA 2008-2011, em que a METROPLAN se encontrava vinculada a Secretaria da Habitação, Saneamento e Desenvolvimento Urbano (SEHADUR), dois programas contemplaram ações especificamente referentes ao uso e ocupação do solo. Em vista ao planejamento e gestão territorial uma das ações do PPA, objetivando a compatibilização dos planos diretores municipais, previa a realização de fóruns de secretários de planejamento; a realização da avaliação do parcelamento do solo na RMPA, através de vistorias e assessoramento aos municípios e; outra ação previa a estruturação do banco de dados de parcelamento, de modo a permitir uma avaliação do processo de expansão urbana da RMPA (quadro 9). QUADRO 9: Programa de Desenvolvimento Urbano e Regional, Ações Uso do solo, no Rio Grande do Sul, PPA 2008-2011. PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO URBANO E REGIONAL Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 65 AÇÃO Institucionalização do Processo de Planejamento e Gestão Territorial e da Mobilidade Urbana - R$ 2.640.000 (valor total da ação incluindo outros produtos) (adequação do suporte legal, com elaboração de planos estratégicos compatibilizando a organização territorial e mobilidade urbana em conjunto com as esferas federal, regional e municipal) PRODUTOS Plano de Desenvolvimento Regional Fóruns de Secretários de Planejamento Criados na RMPA e nas Aglomerações Urbanas com vistas à compatibilização dos Planos Diretores Municipais e ao estabelecimento e diretrizes de desenvolvimento metropolitano e regional. Sistema Metropolitano de Avaliação do Parcelamento do Solo Avaliação do Parcelamento do Solo na RMPA, análise de projetos e realização de vistorias para emissão de Termo de Anuência Prévia de empreendimentos de parcelamento do solo, conforme a legislação federal, assessoramento aos municípios e participação nos Conselhos de Planos Diretores Municipais na RMPA. AÇÃO Produção e Qualificação de Instrumentos Para o Planejamento e Gestão – R$ 4.022.397 (valor total da ação incluindo outros produtos) (qualificação da gestão e capacitação dos gestores e técnicos municipais para compartilhar a gestão regional com a entidade estadual) PRODUTO Sistema de informações e administração de dados georreferenciado Estruturação do Banco de Dados do Parcelamento do Solo: Digitalização, geo-referenciamento e monitoramento das informações dos processos de anuência prévia, permitindo avaliar o processo de expansão urbana da RMPA. Fonte: PPA 2008 - 2011 Na perspectiva de compatibilização do saneamento socioambiental com o uso e ocupação do solo, dentro do Programa Gaúcho de Saneamento do PPA 2008-2011 estava prevista na ação que tinha como objetivo a implantação do Sistema Estadual de Resíduos Sólidos, com a realização da seleção de áreas na RMPA para disposição de resíduos sólidos, através da revisão do Plano Diretor de Resíduos Sólidos da RMPA, contemplando recursos de cerca de R$ 5 milhões (quadro 10). QUADRO 10: Programa Gaúcho de Saneamento, Implantação do Sistema Estadual de Resíduos Sólidos, no Rio Grande do Sul, PPA 2008-2011. PROGRAMA GAÚCHO DE SANEAMENTO AÇÃO Implantação do Sistema Estadual de Resíduos Sólidos – R$ 36.097.904 (valor total da ação incluindo outros produtos) (soluções alternativas sustentáveis em conjunto com a população usuária, setores produtivos e prefeituras municipais para a gestão de resíduos sólidos do Estado) PRODUTO Plano Diretor de Resíduos Sólidos da Região Metropolitana de Porto Alegre (revisão) Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 66 Seleção de áreas para tratamento e disposição final de resíduos sólidos na RMPA Fonte: PPA 2008 - 2011 Em relação à habitação de interesse social, em um programa que visava o atendimento das famílias de baixa renda, ficou sob a responsabilidade da METROPLAN o apoio técnico a SEHADUR na integração de conhecimentos para a promoção de ações de regularização fundiária, e de reassentamento em áreas prioritariamente do Estado e localizadas na Região Metropolitana e aglomerados urbanos. Dentro desse mesmo programa diretamente sob a responsabilidade da Secretaria de Habitação ficou prevista a ação regularização fundiária e reassentamento voltada prioritariamente para RMPA e, em especial para reassentamento de famílias residentes em duas vilas em área prevista para ampliação do aeroporto de Porto Alegre (quadro 11). QUADRO 11: Programa Integrado de Habitação e Desenvolvimento Social, no Rio Grande do Sul, PPA 2008-2011. PROGRAMA INTEGRADO DE HABITAÇÃO E DESENVOLVIMENTO SOCIAL AÇÃO Apoio Técnico na Formulação e Execução dos Programas da SEHADUR (R$ 969.500) PRODUTO: Projeto Integrado de Produção Urbana e Projeto Integrado de Regularização Urbana DESCRIÇÃO: Assessoria Técnica visando à promoção de ações de regularização fundiária e reassentamento em áreas prioritariamente do Estado e localizadas na Região Metropolitana e aglomerados urbanos. AÇÃO Regularização Fundiária e Reassentamento (R$ 110.316.539) PRODUTO: Lote regularizado (30.086 unidades) DESCRIÇÃO: Promoção de ações de regularização fundiária e reassentamento em áreas prioritariamente do Estado e localizadas na Região Metropolitana, aglomerados urbanos e municípios com mais de 100.000 habitantes, com prioridade nas ações referentes ao reassentamento das famílias, residentes na área prevista para ampliação da pista do aeroporto de Porto Alegre (Vilas Dique e Nazaré). Fonte: PPA 2008 - 2011 A. Programas Habitacionais para População de Baixa Renda A Secretaria de Habitação, que dadas às mudanças de governo do estado, sofreu diversas alterações em suas atribuições e atualmente como Secretaria Estadual de Habitação e Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 67 Saneamento – SEHABS, responde políticas de desenvolvimento urbano e saneamento, incluindo ações relativas, sobretudo a habitação na região metropolitana, que se apresenta como a região que concentra em torno de 38% do déficit habitacional do Rio Grande do Sul. Em relação ao problema habitacional pode-se observar a implementação de vários programas. Entre 1991 e 1995 o Programa de Melhoria na Qualidade de Vida das populações pobres, Vila Melhor, visava à melhoria de infraestrutura em locais regularizados - doados ou cedidos-, através da abertura de vias, da correção de traçado, drenagem superficial, abastecimento d'água, esgotamento sanitário, energia elétrica, pavimentação, telefonia pública, coleta de lixo e, promoção de medidas preventivas e corretivas em locais de risco, com a re-localização das populações assentadas para áreas mais adequadas. Em 2000 o Programa Estadual de Incentivo às Cooperativas Habitacionais Autogestionárias - PROCOOP visava regular às formas de acesso aos subsídios para construção de moradias populares, através dos recursos do Fundo de Desenvolvimento Social, de acordo com as diretrizes do Conselho Estadual de Habitação, revogado em função das alterações no SEHIS, que incluiu o Conselho Estadual das Cidades. O Programa Estadual de Incentivo às Comunidades - PROCOMUNIDADE, implantado e administrado pela Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano em 2004, teve como objetivo desenvolver e apoiar os projetos executados por cooperativas habitacionais e organizações da sociedade civil de interesse público, reconhecidas como agentes promotores de habitação de interesse social, e, de regularização fundiária no meio urbano e rural. A partir de 2011 foi regulamentada a participação do Estado do Rio Grande do Sul no Programa Minha Casa Minha Vida - PMCMV, autorizando o estado a desenvolver as ações necessárias à complementação da construção de unidades habitacionais destinadas à população de baixa renda no âmbito do programa, assim como, enquanto proponente ou interveniente - de Município, Cooperativa e Instituição Financeira credenciada-, aportar recursos para a complementação da construção das unidades habitacionais. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 68 Em 2012 foi instituído o Programa Aluguel Social coordenado pela SEHABS, visando à transferência de recursos para famílias de baixa renda, nos casos de necessidade de remoção, com o objetivo de custear a locação de imóveis por tempo determinado. O quadro 12 apresenta a legislação para os programas habitacionais de interesse social no Rio Grande do Sul entre 1991 e 2012. QUADRO 12: Estrutura Institucional e Normativa – Programas Habitacionais para população de baixa renda, no Rio Grande do Sul, período 1991 – 2012. Ano 1991 1995 Legislação Ordem de Serviço nº 47/1991-1995 Programa Programa de Melhoria na Qualidade de Vida das populações pobres, Vila Melhor Programa Estadual de Incentivo às Cooperativas Habitacionais 2000 Decreto nº 40.525/2000 Autogestionárias (PROCOOP) 2004 Programa Estadual de Incentivo às Comunidades Decreto nº 42.807/2004 (PROCOMUNIDADE) 2009 LF n.º 11.977/2009 Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV) Doação de imóveis ao FAR para construções de unidades habitacionais 2011 Lei nº 13.867/2011 para famílias de baixa renda 2011- Lei nº 13.841/2011 Participação do Rio Grande do Sul no Programa Minha Casa Minha 2012 Dec. nº 49.322/2012 Vida (PMCMV) 2012 Lei nº 14.039/2012 Programa de Aluguel Social Fonte: Rio Grande do Sul (1991; 1995; 2000; 2004; 2009; 2011; 2012). No período recente a SEHABS conta com três ações voltadas para promoção da política de habitação de interesse social, o Programa de Produção de Lotes Urbanizados, a Complementação da construção de unidades habitacionais dos programas: Programa Minha Casa Minha Vida, o Programa de Subsídio à Habitação de Interesse Social e o Programa Produção de Ações Habitacionais - Participação Popular e Cidadã – PPC. O Programa de Produção de Lotes Urbanizados lançado em 2012 tem como objetivo a garantir o direito à infraestrutura, saneamento básico, mobilidade urbana, equipamentos comunitários e serviços urbanos, através da produção de lotes urbanizados, voltados para população de baixa renda com renda familiar de até cinco salários mínimos. O Lote Urbanizado deve ser definido em conformidade com as diretrizes de planejamento urbano municipal, e com as diretrizes ambientais estaduais e federais, sendo destinado à edificação residencial, possuindo acesso por via pública e infraestrutura básica. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 69 Os recursos para o programa são oriundos do orçamento do Estado do Rio Grande do Sul, com o estado como concedente, a SEHABS o agente promotor e supervisor, os municípios e cooperativas habitacionais como agentes executores e proponentes e sob o acompanhamento dos Conselhos Municipais de Habitação e Conselhos Regionais de Desenvolvimento – Coredes. O valor de repasse do Estado por família beneficiada está limitado a R$ 5.000,00, cabendo ao município à contrapartida de 30% do valor repassado. A seleção de propostas tem como critérios as necessidades habitacionais dos municípios, a existência de famílias com maior nível de risco social, as demandas da Participação Popular e Cidadã e, a existência de Conselho e Fundo Municipal de Habitação. Os beneficiários finais deverão ter aprovação do Conselho Municipal de Habitação e são hierarquizados em mulheres chefes de família, pessoas com deficiência e idosos. Cabe destacar que tanto para os municípios e quanto para as cooperativas, nos casos de áreas da região metropolitana e aglomerados urbanos é exigida a anuência prévia da METROPLAN para os projetos. E, para participação no programa as cooperativas deverão receber habilitação da SEHABS. Outra ação da SEHABS em 2012 para promoção da Política Habitacional de Interesse Social se refere à complementação da construção de unidades habitacionais dos programas: Programa Minha Casa Minha Vida e Programa de Subsídio à Habitação de Interesse Social, para população de baixa renda das áreas urbana e rural. A ação também conta com recursos provenientes do orçamento do Estado do Rio Grande do Sul, tendo como concedente o Governo do Estado, como agente promotor e supervisor a SEHABS, e como agentes executores e proponentes os municípios e cooperativas habitacionais, com o acompanhamento dos Conselhos Municipais de Habitação. O valor de repasse do Estado para a Complementação da Construção da Unidade Habitacional, por família beneficiada, está limitado a R$ 3.000,00, cabendo ao município ou cooperativa à contrapartida de 30% do valor repassado pelo estado. Os valores de repasse e contrapartida para complementação da construção da unidade habitacional devem ser aplicados nos serviços finais da construção das moradias. A seleção de propostas tem como critérios a seleção dos municípios e cooperativas nos programas da União, a necessidade habitacional dos municípios, a existência de famílias Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 70 com maior nível de risco social e a existência de Conselho e Fundo Municipal de Habitação. Em 2013 vem sendo implementado pela SEHABS O Programa Produção de Ações Habitacionais - Participação Popular E Cidadã - PPC, que tem por finalidade promover a Política Habitacional de interesse social através da Construção de Unidades Habitacionais, com garantia ao direito à infraestrutura, saneamento ambiental, mobilidade e transporte coletivo, equipamentos e serviços urbanos e sociais. O programa é voltado para populações de baixa renda – renda familiar até 03 salários mínimos - das áreas urbanas e rurais. O programa conta com recursos originários do orçamento do Estado do Rio Grande do Sul, tendo como participantes, o governo do estado como concedente, a SEHABS como agente promotor e supervisor e os municípios como agentes executores e proponentes, com acompanhamento dos Conselhos Municipais de Habitação e Conselhos Regionais de Desenvolvimento. O valor de repasse do Estado por família beneficiada está limitado a R$ 24.000,00 e o município deverá apresentar contrapartida mínima de 30% do valor repassado pelo Estado, com a recomendação que os recursos investidos pelas prefeituras tenham retorno para o Fundo Municipal de Habitação, a serem reaplicados em novos programas habitacionais, através da cobrança do beneficiário final até o limite de 20% de sua renda. Cabe também ao poder público buscar medidas que inibam a comercialização posterior da moradia pelos beneficiários. As propostas de participação devem seguir as demandas da Participação Popular e Cidadã, somente na modalidade de construção de unidades habitacionais, seguindo especificações mínimas para construção, em lotes agrupados ou não, providos de infraestrutura básica rede de água, rede de energia elétrica e solução de esgoto sanitário. Os beneficiários finais deverão ter aprovação do Conselho Municipal de Habitação e são hierarquizados em mulheres chefes de família, pessoas com deficiência e idosos. B. Regularização Fundiária Atualmente em relação à política habitacional de regularização fundiária o estado do Rio Grande do Sul obteve junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 71 BNDES um empréstimo de 95 milhões, visando promover ações para atendimento de em torno de 17 mil famílias. Na RMPA foram promovidas ações em 08 municípios metropolitanos, que somaram 95,2% dos lotes regularizados, sendo o município de Porto Alegre com 10.918 lotes, 59,3% das regularizações (tabela 20). TABELA 20: Resultados de Regularização Fundiária no Rio Grande do Sul, período 2011-2012. MUNICÍPIOS Quantidade de lotes regularizados % Total 2011-2012 Rio Grande do Sul RMPA Porto Alegre Canoas Eldorado do Sul Gravataí Sapucaia do Sul Araricá 18.422 17.534 10.918 2.472 434 1.306 1.667 146 100,0 95,2 59,3 13,4 2,4 7,1 9,0 0,8 Portão Rolante 470 121 2,6 0,7 Demais Municípios do Rio Grande do Sul 888 4,8 Fonte: Elaborado a partir de dados da SEHABS O Banco de Terras Públicas, criado em 2011, se caracteriza como uma carteira que abriga um conjunto de áreas de domínio do Estado passíveis de serem utilizadas para fins habitacionais, com foco na habitação de interesse social – atendimento das famílias com renda até 03 salários mínimos. Nesse sentido, a iniciativa visa atender uma demanda histórica dos movimentos pela moradia, cumprindo a função social da propriedade pública desocupada e viabilizando o programa minha Casa Minha Vida da faixa de menor renda, que dada à valorização das terras em função da especulação imobiliária, tem apresentado dificuldade para a implementação dos projetos. O trabalho que vem sendo realizado pela SEHABS em conjunto com a Secretaria de Administração e Recursos Humanos, compreendeu a composição de uma base de dados através do mapeamento de terras de propriedade da administração direta. Inicialmente o banco foi composto por áreas públicas do Estado desocupadas e em condições de Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 72 habitabilidade, localizadas em municípios com população acima de 30 mil habitantes, sendo 58 áreas livres, em 31 municípios perfazendo um total de 230 hectares (ou 2.300.000 m²), para assentamento de cerca de 20 mil famílias, contemplando investimentos em torno de 1 bilhão de Reais. Na RMPA encontra-se em execução no município de Porto Alegre. Ressalta-se que esse projeto foi premiado em 2013 com o Selo de Mérito, na categoria Relevância Nacional durante o 59º Fórum Nacional de Habitação de Interesse Social, como uma iniciativa pioneira dentro da política nacional de habitação. 2.1.1.4. CONTROLE SOCIAL O controle social do uso e ocupação do solo na RMPA ocorre a partir da organização estadual, através de conselhos, comissões, grupos de trabalho, entre outros e, nas esferas municipais nos conselhos municipais dos planos diretores, não existindo um espaço especificamente metropolitano. Dentro de uma perspectiva histórica, em relação à habitação de interesse social foram observadas algumas articulações a nível estadual. Em 1999 foi criado um Grupo de Trabalho com objetivo de definir os procedimentos gerais para a aprovação e o licenciamento de projetos habitacionais de interesse social no Rio Grande do Sul. Esse grupo buscou articular a ação dos diferentes órgãos públicos estaduais intervenientes no processo de licenciamento de projetos habitacionais de interesse social, no sentido de promover “ações de reorganização espacial”, qualificando e regularizando áreas urbanas com assentamentos populacionais irregulares. Cabe ressaltar a participação da METROPLAN, como um dos integrantes (quadro 13). QUADRO 13: Composição do Grupo de Trabalho, Projetos Habitacionais de Interesse Social, no Rio Grande do Sul, em 1999. GRUPO DE TRABALHO PARA DEFINIÇÕES SOBRE PROJETOS HABITACIONAIS DE INTERESSE SOCIAL ü Secretaria Especial da Habitação; ü METROPLAN; ü Companhia Rio-grandense de Saneamento – CORSAN; ü Fundação Estadual de Proteção Ambiental – FEPAM; ü Departamento de Recursos Hídricos – DRH; ü Departamento de Recursos Naturais Renováveis – DRNR; Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 73 ü Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem – DAER; ü Companhia Estadual de Energia Elétrica – CEEE. Fonte: Rio Grande do Sul (1999). Entre 1991-1995 para o Programa de Melhoria na Qualidade de Vida das populações pobres, Viva Melhor, foi criada a Comissão de Coordenação e Controle do Programa, que contava com a participação de órgão da esfera estadual, incluindo a METROPLAN, com representantes dos municípios do estado e de organizações da sociedade civil (quadro 14). QUADRO 14: Composição da Comissão de Coordenação e Controle do Programa Viva Melhor, no Rio Grande do Sul, período 1991-1995 Representantes Instituições/órgãos ü Fundação de Planejamento Metropolitano e Regional - METROPLAN; ü Companhia Rio-grandense de Saneamento - CORSAN; Esfera Estadual ü Companhia Rio-grandense de Telecomunicações - CRT; ü Companhia Estadual de Energia Elétrica - CEEE; ü Órgãos da Defesa Civil. Esfera Municipal ü Municípios do Estado do Rio Grande do Sul Organizações Comunitárias ü Associações de Moradores locais Fonte: Rio Grande do Sul (1991) Entre 1991-2003 observou um maior controle social em relação aos processos de regularização fundiária, que exigem a participação de diferentes órgãos da administração pública bem como de entidades representativas da sociedade civil, em geral diretamente ligadas à população atingida (quadro 15). QUADRO 15: Controle Social em Programas e Processos de Regularização Fundiária, no Rio Grande do Sul, período 1991 – 2003. Ano 1993 1998 Controle Social Comissão Estadual de Regularização das Terras Públicas Ocupadas ü Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional – METROPLAN ü Secretaria do Planejamento Territorial e Obras – SPO; ü Secretaria da Fazenda; ü Federação Rio-grandense de Associações Comunitárias e Amigos de Bairros FRACAB. Comissão Executiva de regularização fundiária nas áreas urbanas de domínio do Estado ü Secretaria Especial da Região Metropolitana – SERM; ü Procuradoria-Geral do Estado – PGE; ü Secretaria de Obras Públicas, Saneamento e Habitação – SOPSH; ü Secretaria da Administração e dos Recursos Humanos – SARH; Conselho Consultivo de regularização fundiária nas áreas urbanas de domínio do Estado ü Secretaria Especial da Região Metropolitana – SERM; Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 74 Ano Controle Social ü Federação Rio-grandense de Associações Comunitárias de Bairros - FRACAB; ü Representantes Moradores de cada uma das áreas incluídas no Programa. Câmara Setorial da Regularização Fundiária Comissão Executiva ü Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano; ü Procuradoria-Geral do Estado; ü Procuradoria-Geral de Justiça; 2003 ü Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional - METROPLAN; ü Corpo de Bombeiros da Brigada Militar; ü Companhia da Habitação do Estado do Rio Grande do Sul – COHAB, "em liquidação"; ü Colégio Notarial do Brasil/Seção Rio Grande do Sul; ü Colégio Registral do Rio Grande do Sul; ü Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luís Roessler – FEPAM. Fonte: Rio Grande do Sul (1993, 1998, 2003). Atualmente na esfera estadual o Conselho Estadual das Cidades é um órgão consultivo e deliberativo ligado à SEHABS, e vinculado ao SEHIS, que aprova e propõe alterações nos programas do Governo, sanciona orçamentos, entre outras atribuições. O Conselho Estadual das Cidades conta com espaço para a participação de representantes da esfera estadual, da esfera municipal, e da sociedade civil, através de representantes de classes profissionais, de organizações ligadas ao setor empresarial, de movimentos comunitários, em sua maioria, ligados a questão da moradia, assim como de organizações não governamentais. Entre os integrantes do Conselho destaca-se na esfera estadual a participação da METROPLAN (quadro 16). QUADRO 16: Composição do Conselho Estadual das Cidades, no Rio Grande do Sul, em 2011. Representantes Instituições/órgãos Esfera Estadual ü ü ü ü Esfera Municipal ü União de Vereadores do Rio Grande do Sul – UVERGS. Conselhos Associações Profissionais e Secretaria de Habitação e Saneamento - SEHABS; Companhia Rio-grandense de Saneamento - CORSAN; Assembleia Legislativa do Estado - AL/RS; METROPLAN. ü Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (suplente: Conselho Regional de Serviço Social - CRESS 10ª); ü Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – ABES (suplente: Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 75 Representantes Instituições/órgãos Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS); ü Organização das Cooperativas do Rio Grande do Sul – OCERGS (suplente: Federação das Indústrias do Estado – FIERGS); ü Central dos Movimentos Populares - CMP; Movimentos ü Confederação Nacional de Associação de Moradores - CNAM; Comunitários ü Movimento Nacional de Luta pela Moradia - MNLN; ü Associação de Assessoria Comunitária – AASCOM (suplente: Associação ONGs Santanense do Deficiente Físico de Livramento ASSANDEF). Fonte: Rio Grande do Sul (2011). Organizações Empresariais Para responder pela administração do FHIS foi criado um conselho gestor que conta com integrantes da esfera estadual, incluindo a METROPLAN, e representantes da sociedade civil (quadro 17). QUADRO 17: Composição do Conselho Gestor do Fundo Estadual de Habitação de Interesse Social, no Rio Grande do Sul, em 2013. CONSELHO GESTOR DO FEHIS ü Secretaria de Habitação e Saneamento; ü Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional - METROPLAN; ü Secretaria da Fazenda; ü 04 representantes (titular e suplente) da sociedade civil, integrantes do Conselho Estadual das Cidades, com garantia de um quarto das vagas aos representantes dos movimentos populares. Fonte: Rio Grande do Sul (2013) Dentro do diagnóstico realizado para o Plano Estadual de Habitação de Interesse Social, em estudo encomendado pela SEHABS, observou-se que quanto à existência nos municípios de Conselho Municipal de Habitação, em conformidade com as exigências do Ministério das Cidades, de Fundo e de Plano de Habitação, os municípios da região metropolitana encontram-se na faixa de 61 a 80%, daqueles que possuem os três itens. Quanto à representação da sociedade nos conselhos de habitação municipais, no Rio Grande do Sul, em torno de 40% dos municípios que responderam, que contam com Conselho de Habitação, afirmaram que mais do que 50% dos conselheiros eram de representação não governamental e 49% informaram ter entre 40% e 50% de representação não governamental. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 76 Quanto à periodicidade de reuniões dos conselhos, 29% se reuniram uma vez a cada dois meses, 24% uma vez por mês, 18% uma vez a cada quatro meses, 15% uma vez a cada seis meses, e 14% apenas uma vez nos últimos 12 meses. Observou-se também que no âmbito municipal entre aqueles municípios que declararam possuir fundos, quem decide como os recursos desse fundo serão utilizados, com 69,5% está o conselho que trata das questões relacionadas à politica habitacional, acordo com as exigências do Ministério das Cidades, 9,6% encontram-se conselhos de outros tipos e em 20,9% a decisão fica com os gestores da prefeitura. Entre os recursos aplicados na política habitacional pelo município, 75,3% estão vinculados ao Fundo de Habitação. Em relação aos conselhos municipais de planos diretores observa-se que nem todos municípios da RMPA possuem conselhos. A METROPLAN tem representação em doze conselhos de planos diretores, dos municípios de: Cachoeirinha, Campo Bom, Canoas, Dois Irmãos, Estância Velha, Esteio, Gravataí, Montenegro, Nova Hartz, Portão, Porto Alegre e Sapiranga. Em síntese o uso e ocupação do solo na RMPA não possui propriamente um espaço institucionalizado para um controle social sob a ótica metropolitana. Os canais de participação são encontrados nas esferas municipais, ou na esfera estadual. Em sua maior parte esses canais estão relacionados à solução de problemas na área habitacional, e a participação da sociedade civil é caracterizada pela presença dos representantes da população diretamente atingida pelos problemas. 2.1.2. ANÁLISE DA EFETIVIDADE DO ARRANJO DE GESTÃO E DA GOVERNANÇA METROPOLITANA Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 77 2.1.2.1. ANÁLISE DA DINÂMICA SOCIOECONÔMICA E SUAS INTERFACES COM O USO DO SOLO A RMPA concentra cerca de 30% dos municípios com mais de 10 mil habitantes do Rio Grande do Sul, sendo que apenas dois municípios metropolitanos registraram população abaixo de 10 mil habitantes. Em relação à distribuição da população no recorte metropolitano, considerando as subdivisões para a RMPA, observou-se que o grupo 1 em 2010 concentrava cerca de 60% da população da área metropolitana, e 62% dos domicílios, seguido do Grupo 2, onde se encontra em torno da 20% da população e domicílios. Porto Alegre, a capital do estado e município sede da RMPA, concentra 35% da população e 37% dos domicílios, considerando o tipo de domicílio foi o município que apresentou o maior percentual de apartamentos, 46,7% do total, nos demais municípios metropolitanos a predominância foi do tipo casa (tabela 21). Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 78 TABELA 21: População e Domicílios por tipo na RMPA, Subdivisões e Municípios, 2010 POPULAÇÃO DOMICÍLIOS POR TIPO 2010 MUNICÍPIOS 2010 % Total % Total Unidades da da RMPA RMPA Casa Em Cortiço Apartamento e/ou Cabeça de Outros Porco RMPA 4.032.062 100,0 1.362.454 100,0 75,3 22,8 0,2 1,8 Eixo 1 - Norte Sul 2.445.363 60,6 849.199 62,3 63,7 33,7 0,3 2,3 1.409.351 35,0 508.456 37,3 50,0 46,7 0,4 3,0 Canoas 323.827 8,0 103.914 7,6 85,7 12,5 0,1 1,8 Novo Hamburgo 238.940 5,9 80.409 5,9 80,0 18,2 0,3 1,5 São Leopoldo 214.087 5,3 71.208 5,2 82,7 16,4 0,2 0,6 Sapucaia do Sul 130.957 3,2 42.735 3,1 89,1 10,3 0,1 0,5 80.755 2,0 26.387 1,9 82,6 14,6 0,2 2,6 27.572 0,7 9.403 0,7 87,9 11,9 0,0 0,2 19.874 855.571 0,5 6.687 0,5 95,2 4,6 0,1 0,1 21,2 273.160 20,0 94,3 4,5 0,1 1,2 Gravataí 255.660 6,3 82.378 6,0 94,1 4,5 0,2 1,3 Viamão 239.384 5,9 75.516 5,5 97,6 0,9 0,0 1,5 Alvorada 195.673 4,9 60.211 4,4 93,7 5,4 0,1 0,8 Cachoeirinha 118.278 2,9 38.874 2,9 87,6 11,0 0,1 1,3 39.685 1,0 13.791 1,0 97,6 2,1 0,0 0,3 6.891 0,2 2.390 0,2 99,3 0,7 Porto Alegre Esteio Dois Irmãos Ivoti Eixo 2 - Sudeste Santo Antônio da Patrulha Glorinha 5,0 64.277 4,7 94,9 0,0 0,1 5,0 Guaíba 95.204 2,4 31.242 2,3 91,2 8,3 0,0 0,5 Eldorado do Sul 34.343 0,9 10.992 0,8 98,5 1,2 0,1 0,2 35.320 0,9 10.094 0,7 98,2 0,9 0,1 0,7 São Jerônimo 22.134 0,5 7.341 0,5 98,0 1,8 0,0 0,1 Arroio dos Ratos 13.606 0,3 4.608 0,3 99,8 0,2 2,7 35.777 2,6 95,2 4,3 0,0 0,4 Eixo 3 - Sudoeste Charqueadas Eixo 4 - Centro Oeste 200.607 0,0 107.924 0,0 Montenegro 59.415 1,5 19.940 1,5 92,8 7,0 0,0 0,2 Nova Santa Rita 22.716 0,6 8.619 0,6 97,7 1,3 0,0 1,0 Triunfo 25.793 0,6 7.218 0,5 98,9 0,7 0,1 0,3 Eixo 5 - Noroeste 2,7 35.351 2,6 96,0 Estância Velha 42.574 1,1 13.917 1,0 94,1 4,4 0,0 1,5 Portão 30.920 0,8 10.127 0,7 97,1 2,6 0,3 0,1 21.932 0,5 7.399 0,5 96,1 3,8 0,0 0,1 11.612 315.559 0,3 3.908 0,3 99,5 0,5 7,8 104.690 7,7 93,7 5,7 0,2 0,5 Sapiranga 74.985 1,9 24.487 1,8 92,3 6,5 0,2 1,0 Campo Bom 60.074 1,5 19.996 1,5 90,7 8,9 0,2 0,2 Taquara 54.643 1,4 18.505 1,4 92,6 6,6 0,1 0,8 Parobé 51.502 1,3 16.807 1,2 97,7 2,1 0,1 0,1 31.660 0,8 10.594 0,8 92,3 7,1 0,4 0,3 Rolante 19.485 0,5 6.696 0,5 98,3 1,7 0,0 0,0 Nova Hartz 18.346 0,5 5.917 0,4 97,7 2,2 0,1 4.864 0,1 1.688 0,1 98,5 1,2 0,3 São Sebastião do Caí Capela de Santana Eixo 6 - Nordeste Igrejinha Araricá 107.038 Fonte: Elaborado a partir dos dados Censo IBGE 2010. 0,0 Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 79 Em relação à densidade demográfica observou-se que as maiores variações foram encontradas nos grupos 4, 5 e 6, com destaque para o município de Nova Santa Rita, que registrou uma variação de 44,4%, passando de 72 hab./km² em 2000 para 104 hab./km² em 2010. A menor variação de densidade foi encontrada no munícipio de Esteio, seguido dos municípios de Novo Hamburgo e Guaíba. As taxas de crescimento populacional no período 2000-2010 em todos os grupos se apresentaram inferiores aquelas do período 1991-2000, com exceção dos municípios de Ivoti e São Jerônimo, que no período 1991-2000 haviam apresentado diminuição da população, e do município de Dois Irmãos, que passou de uma variação ano de 1,9% em 1991-2000 para 2,1% no período 2000-2010. Os grupos 4, 5 e 6, que registraram as menores densidades demográficas, apresentaram as maiores taxas de crescimento populacional no período 2000-2010. No grupo 1 observou-se que os municípios com menor densidades demográficas, Dois Irmãos e Ivoti, também apresentaram maiores taxas de crescimento. Quanto ao grau de urbanização observou-se que as maiores variações de pontos percentuais entre 2000 e 2010 foi registrada no grupo 4, com destaque para os municípios de Nova Santa Rita com aumento de 12,4 p.p., e Triunfo com aumento de 7,3 pontos percentuais. No grupo 2, os municípios de Santo Antônio da Patrulha e Glorinha, que ainda possuem grande parte de áreas rurais, registraram os maiores aumentos. Os grupos 5 e 6 apresentaram redução no grau de urbanização, no eixo 5 o maior peso na redução ficou por conta do município de Capela de Santana, que ainda é predominantemente rural. No eixo 6, o destaque foi o município de Campo Bom, que apesar de ser predominantemente urbano, registrou crescimento da população rural, que soma cerca de 5% da população total, acima do crescimento da população urbana. No período 2000-2010, o grupo 1 apresentou percentuais de urbanização acima de 98%, com exceção do município de Ivoti, que apresentou percentual de 90,9%. A área do eixo 4 e eixo 5 foi aquela com os menores graus de urbanização, o que pode ser explicado pela presença dos municípios de Trinfo e Capela de Santana, que ainda possuem áreas rurais relativamente grandes. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 80 A tabela 22 apresenta a densidade Demográfica de 2000 e 2010, as taxas de crescimento populacional para os períodos 1991-2000 e 2000-2010, e o Grau de Urbanização em 2000 e 2010 na RMPA, Subdivisões e Municípios (tabela 22). TABELA 22: Densidade Demográfica, Crescimento Populacional e Grau de Urbanização na RMPA, por subdivisões e Municípios, anos de 2000 e 2010. Habitantes / km² MUNICÍPIOS RMPA Eixo 1 - Norte Sul (BR 116) Porto Alegre Canoas São Leopoldo Sapucaia do Sul Novo Hamburgo Esteio Dois Irmãos Ivoti Eixo 2 - Sudeste (BR 290, RS - 030, RS - 040) Gravataí Cachoeirinha Alvorada Viamão Santo Antônio da Patrulha Glorinha Eixo 3 - Sudoeste (BR 290, BR - 116) Eldorado do Sul Guaíba Charqueadas Arroio dos Ratos São Jerônimo Eixo 4 - Centro Oeste (BR - 386, RS - 124) Montenegro Nova Santa Rita Triunfo Eixo 5 - Noroeste (RS 122) Portão São Sebastião do Caí Capela de Santana Estância Velha Eixo 6 - Nordeste (RS 239, RS - 115) Sapiranga Igrejinha Campo Bom Taquara Nova Hartz Parobé Araricá Rolante Crescimento Populacional Grau de Urbanização 2000 2010 95,5 97,0 Var. p.p. 1,5 4,6 98,0 99,7 1,7 0,4 0,6 1,0 0,7 0,1 0,1 2,1 2,6 3,6 5,8 10,6 6,7 1,2 0,9 22,9 29,7 97,1 100,0 99,7 99,2 98,2 99,9 99,3 90,0 100,0 100,0 99,6 99,6 98,3 99,9 98,9 90,9 2,9 0,0 -0,1 0,4 0,1 0,0 -0,4 0,9 27,0 0,7 7,7 93,1 95,0 1,9 2,8 2,2 2,9 3,3 -1,0 2,4 28,5 22,0 29,5 34,4 -8,8 23,9 1,0 1,0 0,6 0,5 0,7 1,9 9,9 10,0 6,4 5,3 7,2 21,2 91,2 100,0 99,7 93,0 63,4 22,6 95,2 100,0 100,0 94,0 70,8 30,0 4,0 0,0 0,3 1,0 7,4 7,4 8,3 1,3 12,2 0,8 8,3 90,9 93,9 3,0 67 253 163 32 24 26,4 1,2 18,1 3,2 9,1 4,9 1,4 2,1 1,4 -3,4 54,0 13,5 21,0 12,8 -26,7 2,3 0,1 1,7 0,2 0,9 25,9 1,0 17,9 2,0 9,1 70,6 97,5 96,8 93,9 77,0 89,7 97,8 97,7 95,2 77,1 19,1 0,3 0,9 1,3 0,1 2000 2010 Var. % 366 390 6,6 1991-2000 Ano Período 1,6 15,3 2000-2010 Ano Período 0,6 6,6 2.000 2.093 4,6 1,1 9,9 0,5 2.739 2.335 1.892 2.093 1.056 2.906 344 243 2.837 2.470 2.092 2.233 1.069 2.932 423 315 3,6 5,8 10,6 6,7 1,2 0,9 23,0 29,6 0,8 1,0 1,6 1,8 1,6 1,4 1,9 -0,7 7,7 9,7 15,3 17,0 14,8 13,5 18,4 -6,2 231 248 7,7 2,7 502 2.458 2.598 152 35 18 551 2.703 2.763 160 38 21 9,8 10,0 6,4 5,3 8,6 16,7 75 81 53 250 138 31 22 63 74 16,5 3,7 38,2 1,5 16,5 79,1 83,4 4,2 130 72 27 141 104 31 8,5 44,4 14,8 1,2 2,4 11,4 0,0 23,7 0,8 3,7 1,5 8,6 44,2 16,4 89,3 73,3 58,1 90,3 85,7 65,4 1,0 12,4 7,3 176 211 19,6 2,5 24,4 1,8 19,6 85,4 85,3 -0,1 154 177 55 671 193 197 63 813 25,3 11,3 14,5 21,2 2,7 1,8 3,3 2,5 26,5 17,0 34,2 24,6 2,3 1,1 1,5 1,9 25,4 11,3 15,7 21,2 80,4 81,0 62,6 97,8 81,7 80,3 59,6 97,4 1,3 -0,7 -3,0 -0,4 219 243 19,6 2,6 26,5 1,0 10,9 92,8 92,7 -0,1 503 196 880 116 241 411 114 60 545 231 978 120 293 472 138 66 8,3 17,9 11,1 3,4 21,6 14,8 21,1 10,0 1,9 3,0 1,4 2,5 4,7 3,8 3,2 17,9 30,5 12,8 24,4 50,5 40,0 0,0 33,0 0,8 1,7 1,1 0,3 2,0 1,4 1,9 0,9 8,4 18,3 11,2 3,4 21,7 15,0 20,6 9,2 95,1 95,4 96,0 81,6 85,5 97,0 86,6 78,0 96,4 95,4 95,4 82,8 83,2 94,4 82,2 78,6 1,3 0,0 -0,6 1,2 -2,3 -2,6 -4,4 0,6 Fonte: Elaborado a partir dos dados Censo IBGE 2010. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 81 Em relação aos aglomerados subnormais, a maior parte estava localizada na área do eixo 1, que concentrava 94,1% dos domicílios em aglomerados subnormais em 2010. Este grupo também apresentou os maiores números de déficit habitacional da RMPA, concentrando em torno de quase 60% do déficit total e das habitações precárias em 2010, a maior parte localizada no município de Porto Alegre. O grupo 2 apesar de concentrar apenas 2,6% dos domicílios em aglomerados subnormais, respondia em 2010 por 24,1% do déficit habitacional da região metropolitana. A área do eixo 6 onde não foi encontrado nenhum aglomerado subnormal registrou 6,6% do déficit habitacional e 7,7% do total de habitações precárias em 2010. Ressalva-se que a metodologia empregada pelo IBGE para caracterizar os aglomerados subnormais não considera os pequenos grupos de moradias inadequadas, e esses grupos podem ser encontrados de forma difusa, principalmente nos municípios com menor concentração populacional. Conforme já exposto os empreendimentos do PAC voltados para o uso do solo, em sua maioria sob a responsabilidade de execução da esfera municipal em termos efetivos são aqueles relacionados à urbanização de assentamentos precários, que foram observados em 24 dos municípios da RMPA. Na distribuição desses empreendimentos na área metropolitana, a maior parte, como esperado, se encontra no grupo 1, que apresentava os maiores problemas de moradia, e somou cerca de 69% do total de investimentos em urbanização do PAC, em obras em andamento e concluídas. O município de São Leopoldo, que registrou 2,7% do total de aglomerados subnormais e 6,6% das habitações precárias na RMPA em 2010 foi aquele com maior número de empreendimentos e valor investido do PAC em relação à urbanização de assentamentos precários. No grupo 2 o município de Gravataí, que apenas em um empreendimento, a urbanização do Arroio Barnabé, que no final de 2012 ainda se encontrava com obras em andamento foi investido o montante de R$ 38,4 milhões. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 82 O grupo 3 foi aquele com menor número de empreendimentos do PAC em urbanização, 3 no total que somaram R$ 171 mil e, os municípios do grupo 4 não receberam nenhum empreendimento. A maior parte dos municípios do grupo 6 receberam empreendimentos em urbanização do PAC, com destaque para o município de Parobé, que contemplou um empreendimento com investimento total de R$ 13,5 milhões. Em relação às unidades contratadas pelo PMCMV a maior parte das unidades ficou concentrada nos eixos 1 e 2 da área metropolitana, que somadas alcançam 95,6% do total. O município de Porto Alegre contemplou o maior número de unidades contratadas, seguido do município de Canoas e Novo Hamburgo, que somadas alcançam mais da metade do total de unidades na RMPA, 54,8%. Esses municípios também concentram a maior parte das unidades (63,7%) na modalidade de financiamento Fundo de Arrendamento Residencial-FAR, que destinada a famílias com renda inferior a R$ 1.600,00 (tabela 23). Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 83 TABELA 23: Aglomerados Subnormais, Domicílios em Aglomerados Subnormais, Déficit Habitacional, Obras do PAC Urbanização em assentamentos precários, Unidades Contratadas Programa Minha Casa Minha Vida por modalidade de financiamento, na RMPA, Subdivisões e Municípios, 2010, 2012, 2013 MUNICÍPIOS Nº Aglomerados Subnormais 2010 Domicílios em Aglomerados Subnormais 2010 Unidades Déficit Habitacional 2010 PAC Urbanização de assentamentos precários em obras e obras concluídas 2012 % % % Nº Habitação Total RMPA RMPA RMPA Emp Precária Invest. R$ 1000 Unidades Contratadas PMCMV julho 2013 FAR CCFGTS TOTAL RMPA 169 70.373 100,0 74.852 100,0 32.604 100,0 36 293.786,23 12.460 31.876 Eixo 1 - Norte Sul 150 66.204 94,1 44.309 59,2 18.993 58,3 14 204.152,58 10.445 21.360 44.336 31.805 Porto Alegre 108 56.024 79,6 25.141 33,6 10.605 32,5 3 40.392,87 3.220 9.171 12.391 7.866 Canoas 11 1.896 2,7 6.883 9,2 3.054 9,4 1 16.560,00 2.680 5.186 Novo Hamburgo 19 6.361 9,0 3.635 4,9 1.765 5,4 3 53.159,88 2.037 1.988 4.025 São Leopoldo 12 1.923 2,7 4.423 5,9 2.154 6,6 4 81.405,54 600 2.699 3.299 Sapucaia do Sul - - - 2.611 3,5 1.012 3,1 2 12.572,58 716 1.248 1.964 Esteio - - - 1.171 1,6 251 0,8 - 952 972 1.924 Dois Irmãos - - - 262 0,4 86 0,3 1 240 96 336 Ivoti Eixo 2 - Sudeste - - - 183 0,2 66 0,2 - - - - 8 1.802 2,6 18.007 24,1 7.747 23,8 7 740 9.865 10.605 Gravataí 3 413 0,6 5.368 7,2 2.317 7,1 1 38.434,34 0 3.569 3.569 Viamão 3 1.081 1,5 4.974 6,6 1.977 6,1 2 5.622,00 0 3.314 3.314 Alvorada 1 243 0,3 4.721 6,3 2.071 6,4 - 500 2.636 3.136 Cachoeirinha 1 65 0,1 2.221 3,0 949 2,9 2 17.214,84 0 346 346 Santo Antônio da Patrulha - - - 635 0,8 394 1,2 1 61,27 240 - 240 Glorinha - - - 88 0,1 39 0,1 1 61,09 - - - Eixo 3 - Sudoeste 5 1.316 1,9 4.156 5,6 1.783 5,5 3 - 292 292 Guaíba 3 858 1,2 2.049 2,7 904 2,8 1 - 292 292 Eldorado do Sul 2 458 0,7 720 1,0 366 1,1 - - - - Charqueadas - - - 556 0,7 159 0,5 1 - - - São Jerônimo - - - 477 0,6 179 0,5 - Arroio dos Ratos Eixo 4 - Centro Oeste - - - 354 0,5 175 0,5 1 3 483 0,7 1.868 2,5 880 2,7 - Montenegro 3 483 0,7 937 1,3 339 1,0 - - Nova Santa Rita - - - 435 0,6 294 0,9 - Triunfo - - - 496 0,7 247 0,8 - Eixo 5 - Noroeste 3 964 1,4 1.555 2,1 681 2,1 4 Estância Velha 1 482 0,7 620 0,8 306 0,9 1 Portão 2 482 0,7 444 0,6 217 0,7 1 São Sebastião do Caí - - - 387 0,5 149 0,5 - Capela de Santana Eixo 6 - Nordeste - - - 104 0,1 9 0,0 2 4.957 6,6 2.520 7,7 8 Sapiranga - - - 1.413 1,9 753 2,3 2 Campo Bom - - - 682 0,9 212 0,7 Taquara - - - 1.038 1,4 613 1,9 Parobé - - - 787 1,1 403 1,2 Igrejinha - - - 468 0,6 242 0,7 Rolante - - - 233 0,3 174 0,5 - Nova Hartz - - - 220 0,3 44 0,1 1 Araricá - - - 116 0,2 79 0,2 1 61,71 61.393,55 - 171,12 69,99 70,30 - - - 30,84 - - - - - 160 29 189 160 29 189 - - - - - - - - 485 192 677 30,65 437 192 629 3.066,97 48 - 48 - - - - - - 3.153,89 56,28 24.915,08 630 138 768 3.455,74 480 - 480 1 652,38 150 - 150 1 6.216,80 - 104 104 1 13.605,03 - 20 20 1 923,71 - 14 14 - - - 30,86 - - - 30,57 - - - - Fonte: elaborado a partir dos dados Censo IBGE 2010, Déficit Habitacional 2010 Latus Consultoria, Governo Federal- dados.gov.br, Ministério das Cidades / SNH, julho de 2013 Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 84 A Figura 3 apresenta a distribuição das unidades contratadas pelo PMCMV nos municípios da RMPA, e a densidade demográfica dos municípios nos anos de 2000 e 2010. Observou-se que de modo geral as unidades ficaram concentradas nas áreas com maior densidade demográfica, e dez municípios não contemplaram nenhuma unidade do programa. FIGURA 3: Número de Empreendimentos do Programa Minha Casa Minha Vida na RMPA, e Densidade Demográfica na RMPA, anos de 2000 e 2010. Fonte: Elaborado a partir dos dados do Censo IBGE 2010 e Ministério das Cidades / SNH, julho de 2013. Na comparação das unidades contratadas e valores financiados e a renda média domiciliar dos municípios da RMPA, observou-se que os municípios com o maior percentual da faixa de renda até dois salários mínimos foram Santo Antônio da Patrulha, Alvorada e Viamão, todos localizados na área do eixo 2 da RMPA. Apesar do município de Alvorada, registrar 37,1% de domicílios com renda até 2 salários mínimos e rendimento domiciliar médio mensal de R$ 1.641.13, a maior parte das unidades contratadas ocorreram na modalidade de financiamento CCFGTS, voltada para renda familiar acima de R$ 1.600,00 e, o valor Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 85 médio por unidade contratada no município alcançou R$ 104.539,81, mais que o dobro do valor médio das unidades contratadas com financiamento pela modalidade FAR. A maioria das unidades contratadas, 95,8% no grupo 2 foi na modalidade de financiamento Carta de Crédito Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – CCFGTS. Nas unidades contratadas nos grupos 3, 4 e 5 foram na modalidade FAR. No grupo 6, o município de Nova Hartz apresentou o rendimento médio domiciliar de R$ 1.701,49, onde todas as unidades contratadas foram na modalidade CCFGTS, com o valor médio por unidade contratada de R$ 110.121,33 (tabela 24). TABELA 24: Unidades Contratadas, Concluídas e Entregues do Programa Minha Casa Minha Vida, modalidade de financiamento, Valor Médio por Unidade Contratada, Renda Mensal Domiciliar na RMPA, Subdivisões e Municípios 2013. PMCMV 2013 MUNICÍPIOS RMPA Eixo 1 - Norte Sul Porto Alegre Canoas São Leopoldo Sapucaia do Sul Novo Hamburgo Esteio Dois Irmãos Eixo 2 - Sudeste Alvorada Cachoeirinha Gravataí Viamão Santo Antônio da Patrulha Eixo 3 - Sudoeste Eldorado do Sul Eixo 4 - Centro Oeste Montenegro Eixo 5 - Noroeste Portão São Sebastião do Caí Eixo 6 - Nordeste Sapiranga Igrejinha Campo Bom Nova Hartz Taquara Total % Financiado R$ Total 1.000 RMPA Modalidade Financiamento % FAR % CCFGTS Valor Médio por Unidade Contratada R$ FAR CCFGTS Renda Mensal Domicílios % Rendimento Domicílios Médio R$ Até 2 SMs 2.998.512,16 100,0 20,9 79,1 50.339,18 74.390,95 .. 2.097.468,59 857.148,76 507.630,23 262.464,27 200.898,63 132.281,00 113.365,71 23.680,00 785.269,56 298.066,93 229.931,61 214.974,58 31.739,83 10.556,61 26.987,00 26.987,00 10.330,00 10.330,00 34.693,40 32.125,40 2.568,00 43.763,61 23.331,97 9.599,94 8.290,00 1.541,70 1.000,00 70,0 28,6 16,9 8,8 6,7 4,4 3,8 0,8 26,2 9,9 7,7 7,2 1,1 0,4 0,9 0,9 0,3 0,3 1,2 1,1 0,1 1,5 0,8 0,3 0,3 0,1 0,0 25,3 18,7 28,8 38,4 13,1 26,7 40,4 64,9 4,2 7,5 100,0 68,6 68,6 69,6 67,2 100,0 75,2 100,0 100,0 - 74,7 81,3 71,2 61,6 86,9 73,3 59,6 35,1 95,8 92,5 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 31,4 31,4 30,4 32,8 24,8 100,0 100,0 100,0 50.742,62 49.756,29 54.477,05 49.520,37 43.973,59 49.336,83 48.162,46 64.000,00 44.671,09 45.000,00 73.383,05 75.993,19 69.732,31 81.283,34 64.658,94 77.688,97 69.459,93 86.666,67 76.250,68 104.539,81 69.381,90 60.233,84 91.733,63 .. 21,6 27,3 29,5 31,5 28,0 25,9 18,1 .. 37,1 26,9 31,4 36,9 42,4 .. 38,7 .. 29,7 .. 32,7 32,0 .. 28,3 26,1 23,9 25,8 32,4 43.985,86 44.300,00 44.300,00 49.779,38 49.370,71 53.500,00 52.272,87 48.608,27 63.999,59 92.421,23 92.421,23 111.793,10 111.793,10 54.950,00 54.950,00 78.490,57 79.711,54 110.121,33 50.000,00 Fonte: Elaborado a partir dos dados Ministério das Cidades / SNH, julho de 2013. .. .. 3.843,30 2.433,19 2.362,18 1.886,92 2.465,12 2.399,26 2.338,93 .. 1.641,13 2.181,05 2.004,98 1.850,40 1.698,14 .. 1.808,99 .. 2.234,56 .. 1.853,56 2.065,81 .. 1.911,25 2.072,23 2.216,23 1.701,49 2.132,31 Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 86 A Figura 4 apresenta a distribuição dos empreendimentos do PMCMV e dos domicílios por faixa de renda nos municípios da região metropolitana de Porto Alegre. FIGURA 4: Número de Empreendimentos do Programa Minha Casa Minha Vida, e Domicílios por faixa de renda na RMPA, em 2010 e 2012. Fonte: Elaborado a partir dos dados Ministério das Cidades / SNH, julho de 2013. 2.1.2.2. GOVERNANÇA DO USO DO SOLO METROPOLITANO: A QUESTÃO DOS GRANDES EMPREENDIMENTOS Conforme já exposto, a responsabilidade do órgão gestor metropolitano é a realização do exame prévio dos parcelamentos do solo urbano e a emissão da aprovação dos empreendimentos. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 87 A. Atuação do Governo Estadual A Secretaria de Obras Públicas e Irrigação, que responde pela construção, conservação, ampliação, reforma e recuperação dos prédios do Estado, assim como a fiscalização e supervisão desses, incluindo aqueles localizados na RMPA. A maior parte das obras é de pequeno e médio porte e, em torno de 90% se refere à construção de escolas e instituições de ensino, e o restante se refere a obras de presídios e albergues, hospitais, entre outras. No município de Porto Alegre se destaca construção da Academia Civil da Segurança Pública (ACISP) em 2011, situada em um terreno de 19.269 m², com 25 salas de aulas, visa à formação de profissionais da segurança pública. Outra obra referente à segurança pública realizada em 2012 foi à nova sede do Comando do Corpo de Bombeiros da Brigada Militar, com investimentos em torno de R$ 1,3 milhão. Em relação à saúde em 2012 foi construído o novo prédio da nova Unidade de Pronto Atendimento (UPA), da Zona Norte de Porto Alegre, onde foram investidos mais de R$ 3,5 milhões, incluindo recursos do governo Federal, do Estado e do Município. No município de Canoas foi construída em 2012 a Central de Polícia de Canoas, para o atendimento à vítima, com acessos diferentes para agredido e agressor, em que foram investidos cerca de R$ 5 milhões. Outros destaques na área da segurança pública são as reformas e construção de penitenciárias nos municípios metropolitanos de Arroio dos Ratos, Charqueadas, e Montenegro, todos localizados no eixo sudoeste da RMPA, que, com a abertura de mais de 2.000 vagas devem aliviar gradativamente a superlotação do Presídio Central de Porto Alegre. A SEHABS, conforme já exposto responde por empreendimentos em programas de habitação de interesse social e regularização fundiária. Entre 2011-2013 a produção habitacional no estado deverá alcançar 7.864 unidades, com investimentos de R$ 234.667.367,00. Considerando a produção habitacional por Conselhos Regionais de Desenvolvimento na RMPA, o Corede Metropolitano Delta do Jacuí, onde estão agregados 10 municípios metropolitanos, incluindo Porto Alegre, os investimentos em unidades habitacionais somam R$ 8.240.000,00, sendo R$ 240.000,00 de repasse estadual e R$ 8.000.000,00 repassados pela União. O Corede Vale do Rio dos Sinos, que integra 14 Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 88 municípios metropolitanos, os investimentos somam R$ 1.126.000,00, sendo R$ 300.000,00 de repasse estadual e R$ 826.000,00 de repasse federal. Para o Programa de Regularização Fundiária, no período 2011-2013, foram destinados aos municípios metropolitanos: R$ 86.553.615,00 para Porto Alegre, R$ 1.240.624,20 para Canoas, R$ 6.207.483,73 para Gravataí, R$ 780.885,38 para Sapiranga e R$ 39.000,00 para Portão. Em relação à promoção do desenvolvimento industrial do Rio Grande do Sul, o decreto nº 32.666/1987 dispôs sobre nova regulamentação do Programa Estadual de Desenvolvimento Industrial (PROEDI), alterando a lei nº 6.595/1973, que autorizou o Poder Executivo a conceder incentivos às indústrias, discorrendo sobre os distritos industriais. O PROEDI, que integra o Sistema Estadual para Atração e Desenvolvimento de Atividades Produtivas – SEADAP tem como objetivo apoiar, através dos incentivos fiscais, materiais e financeiros os projetos de empresas que venham a realizar investimentos no Estado, dos quais resultem a implantação ou expansão de unidades industriais. Atualmente o Rio Grande do Sul dispõe terrenos em três áreas industriais na RMPA para a venda à empresas interessadas, a preços subsidiados. Para compra as empresas devem apresentar para análise da Secretaria de Desenvolvimento e Promoção do Investimento um projeto de viabilidade econômico-financeiro que, caso aprovado, possibilitará a reserva do terreno para implantação do projeto. Os terrenos estão localizados no Distrito Industrial de Alvorada-Viamão, Área industrial de Guaíba e Distrito Industrial de Montenegro-Triunfo (quadro 18). Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 89 QUADRO 18: Áreas Industriais na RMPA com Disponibilidade de Terrenos para Implantação de Projetos Industriais, em 2013 (Continua...). Áreas Industriais DIAV – Distrito Industrial de Alvorada-Viamão Área total: 258,78ha Infraestrutura: básica implantada, arruamento, esgoto pluvial, energia elétrica AT 13,8kV, telefonia, e rede de água Disponibilidade de lotes: a partir de 5.000,00m2 Acessos: rodoviário pela RS-118 e direto à Alvorada pela estrada municipal Passo dos Negros (Av. Presidente Vargas) Localização: Leste da RMPA Empresas Implantadas: 32 unidades implantadas e 07 em fase final de implantação. Área Industrial em Guaíba Área total: 932,78ha Infraestrutura: em parte, arruamento, energia elétrica AT 13,8kV, telefonia, rede de água Disponibilidade de lotes: a partir de 50.000,00m2 Acessos: BR-116 (Porto Alegre – Pelotas) e estrada municipal do Conde (AV. Ismael Chaves Barcellos) Localização: Região Metropolitana de Porto Alegre – Oeste Empresas Implantadas: Uma empresa implantada, sete em projeto e um empreendimento em negociação com o Estado. DIMT – Distrito Industrial de Montenegro-Triunfo Área total: 718,58ha Infraestrutura: completa, arruamento, redes de energia elétrica em AT 13,8kV e 69kV, telefonia, rede de água e disponibilidade de gás. Possibilidade de utilização do porto fluvial Santa Clara de propriedade da Copesul a cerca de 6km do local. Disponibilidade de lotes: a partir de 15.000,00m2 Acessos: rodoviário BR-386 (Tabaí-Canoas), RS-124 e TF010, hidroviário pelo rio Caí e porto Santa Clara da Copesul, ferroviário pelo ramal da ALL. Localização: RMPA junto ao Polo Petroquímico de Triunfo. Empresas Implantadas: atualmente 08 empresas implantadas, sendo duas de grande porte e 01 em fase de implantação. Fonte: Secretaria do Desenvolvimento e Promoção do Investimento, “Guia de Investimentos RS”, http://www.sdpi.rs.gov.br/?model=conteudo&menu=149. B. Atuação da Iniciativa Privada De acordo com dados do último Censo imobiliário do Sindicato das Indústrias da Construção civil, em Porto Alegre os empreendimentos imobiliários privados somaram 6.573 unidades em 2011, e alcançaram o valor total de mais de R$ 2 bilhões (tabela 25). Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 90 TABELA 25: Evolução da distribuição por faixa de valor dos Empreendimentos Imobiliários em Porto Alegre, período 2008-2011. 2008 Unidades % TOTAL 6.605 100,0 até 108.885 748 11,3 108.885 até 157.278 398 6,0 157.278 até 206.671 1.335 20,2 205.671 até 266.163 803 12,2 266.163 até 326.654 695 10,5 326.654 até 399.244 558 8,4 399.244 até 520.227 743 11,2 520.227 até 701.701 264 4,0 701.701 até 943.667 282 4,3 943.667 até 1.246.125 161 2,4 Acima de 1.246.125 162 2,5 Sem valor informado 456 6,9 Fonte: DEE/SINDUSCON-RS Valor em R$ 2009 Unidades % 6.274 100,0 1.002 16,0 328 5,2 813 13,0 864 13,8 729 11,6 616 9,8 718 11,4 342 5,5 154 2,5 102 1,6 155 2,5 451 7,2 2010 Unidades % 5.679 100,0 826 14,5 312 5,5 836 14,7 864 15,2 626 11,0 437 7,7 573 10,1 288 5,1 154 2,7 122 2,1 130 2,3 511 9,0 2011 Unidades % 6.573 100,0 577 8,8 734 11,2 1.173 17,8 966 14,7 778 11,8 658 10,0 471 7,2 271 4,1 188 2,9 132 2,0 201 3,1 424 6,5 Quanto à finalidade de uso a maior parte foi destinada ao uso residencial, 94,9% e apenas 5,1% para o uso comercial em 2011 (tabela 26). TABELA 26: Evolução da Participação das Unidades por Finalidade de Uso dos Empreendimentos Imobiliários em Porto Alegre, período 2002-2011. Finalidades de Uso Ano Residenciais Unidades TOTAL Comerciais % Unidades % Unidades 2007 5.067 92,4 416 7,6 5.483 2008 6.303 95,4 302 4,6 6.605 2009 5.935 94,6 339 5,4 6.274 2010 5.324 93,7 355 6,3 5.679 94,9 334 5,1 6.573 2011 6.239 Fonte: DEE/SINDUSCON-RS Em dezembro de 2012 uma indústria local especializada na produção de celulose anunciou a aprovação do projeto para expansão da unidade fabril no Rio Grande do Sul. Com um investimento previsto de R$ 4,6 bilhões, a fábrica, localizada no município de Guaíba, na RMPA, que apresenta uma produção de 450 mil toneladas de celulose/ano, prevê um aumento da capacidade de produção até o ano de 2015 para cerca de 1,75 mil toneladas/ano. A empresa estima que somente para construção da nova planta devam ser Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 91 criados em torno de 7.000 empregos diretos, bem como, com a previsão de utilização de serviços e insumos de fornecedores locais, a criação de 17.100 empregos indiretos e, com o funcionamento da planta deverão ser criados 2.500 empregos diretos. Os investimentos serão divididos em três áreas, industrial, florestal e infraestrutura. Em relação à infraestrutura a empresa vem investindo cerca de R$ 40 milhões na execução de obras viárias no entorno da fábrica, em função de garantir a logística de transporte de cargas, e também, melhorar a mobilidade urbana. A previsão da empresa é que os investimentos na nova planta devam gerar durante a fase de construção em torno de R$ 102 milhões de recolhimento de ICMS/ano, e com o funcionamento da fábrica a partir de 2015, R$ 1,4 bilhões ICMS/ano. C. Atuação dos Municípios Em relação à atuação dos municípios no que se refere a grandes empreendimentos se destaca as obras da copa em Porto Alegre, onde um conjunto de obras, sobretudo voltadas para melhorias no sistema viário, somam investimentos de R$ 865 milhões. Essas obras em especial a duplicação de avenidas tiveram impacto na questão habitacional, repercutindo em vários processos de desapropriações que somam R$ 79.959 milhões. No uso do solo a maior parte das obras do PAC, financiadas com recursos federais, tem como responsável pela execução a esfera municipal. Outro empreendimento de impacto no município de Porto Alegre trata-se da revitalização do Cais Mauá, situado no Porto de Porto Alegre. Em 2011, conforme informações da Central de Licitações da Subsecretaria de Administração do Estado, foi aprovado pelo Governo do Estado em 23/11/2011, o projeto de revitalização do Cais do Porto Mauá, que deverá ser executado pelo Consórcio Porto Cais Mauá do Brasil S.A., em um modelo de concessão de 25 anos. Os principais objetivos da obra, além do aspecto econômico, estão relacionados à reabilitação do patrimônio histórico do município e Estado. A Concessionária deverá realizar o pagamento de R$ 3 milhões/ano referentes ao aluguel da área, valor que deverá ser revertido para investimentos e benfeitorias portuárias, administradas pela Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH). O Consórcio está Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 92 composto por dois grupos estrangeiros, com participação do capital em 51% e 39% respectivamente, e um grupo nacional com participação acionária de 10%. D. Atuação do Governo Federal – PAC e PMCMV Em relação ao PAC, na região metropolitana de Porto Alegre foram encontrados cinco grandes empreendimentos, com valores em torno de R$ 30 milhões, todos referentes à urbanização de assentamentos precários, que totalizam R$ 143.498.676,07, um deles localizado no município de Porto Alegre (R$ 33.554.512,81), outro no município de Novo Hamburgo (R$ 29.268.000,00) e dois empreendimentos no município de São Leopoldo (R$ 31.988.043,28 e R$ 48.688.119,98). Quanto ao Programa Minha Casa Minha Vida foram encontrados 15 empreendimentos com valores acima de R$ 30 milhões, localizados em oito municípios metropolitanos, somando R$ 505,5 milhões no total em 5.777 unidades contratadas (tabela 27). Tabela 27 – Empreendimentos de Grande Porte do PMCMV na RMPA, 2013 Município Investimento R$ FAR CCFGTS 48.640.000,00 505.478.386,59 Total Alvorada 53.680.000,00 Alvorada 40.989.054,82 Alvorada 33.880.000,00 Alvorada 33.148.000,00 Cachoeirinha 35.961.000,00 Canoas 38.308.200,00 Canoas 31.680.000,00 Gravataí 31.435.200,00 Novo Hamburgo 37.260.132,50 Porto Alegre 37.400.000,00 Porto Alegre 31.454.799,27 Porto Alegre 30.000.000,00 Porto Alegre 48.640.000 São Leopoldo 35.891.000,00 Sapucaia do Sul 34.391.000,00 Fonte: Elaborado a partir dos dados Ministério das Cidades / SNH, julho de 2013. Unidades Contratadas 5.777 488 434 308 290 370 400 320 485 311 340 251 400 760 340 280 Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 93 Conforme já exposto os programas de habitação de interesse social desenvolvidos atualmente pela Secretaria de Habitação e Saneamento - o Programa de Produção de Lotes Urbanizados, a Complementação da construção de unidades habitacionais dos programas: Programa Minha Casa Minha Vida e Programa de Subsídio à Habitação de Interesse Social e o Programa Produção de Ações Habitacionais - Participação Popular E Cidadã – PPC – são acompanhados e pelos Conselhos Municipais de Habitação e Conselhos Regionais de Desenvolvimento. Destaca-se que um empreendimento do PAC referente a Urbanização de Assentamentos Precários, no município de Portão, se encontrava sob a responsabilidade de uma cooperativa habitacional. 2.1.2.3. AVALIAÇÃO DA GOVERNANÇA METROPOLITANA RELATIVA À FPIC USO DO SOLO No nível metropolitano o controle formal do processo formal de parcelamento do uso do solo se refere à obrigatoriedade da análise e emissão do Termo de Anuência Prévia pela METROPLAN aos projetos de loteamentos, desmembramentos e condomínios. A RMPA não conta com um plano de ordenamento territorial ao nível metropolitano atualizado desde a realização do PDM em 1973, e a elaboração de um novo Plano Diretor Metropolitano encontra-se em pauta no atual Conselho Deliberativo Metropolitano. A gestão e o planejamento do uso e ocupação do solo são realizados pelos municípios metropolitanos. Todos os municípios da RMPA possuem plano diretor, conforme estabelecido na lei. Entre esses planos, 24 mencionaram em algum aspecto a perspectiva de integração das ações de planejamento e gestão no âmbito metropolitano. A METROPLAN tem representação em doze conselhos dos planos diretores municipais na RMPA. Os recursos voltados para o planejamento e gestão territorial a partir de programas executados pela METROPLAN são advindos do orçamento do estado, através da secretaria estadual a qual o órgão se encontra vinculado. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 94 O planejamento e gestão da habitação de interesse social estão a cargo da esfera estadual, que conta com diferentes ações e programas, em sua maior parte efetivados na RMPA, em função da região metropolitana apresentar os maiores déficits na área habitacional. Destaca-se que política estadual de habitação de interesse social visa uma articulação com a política nacional e com o planejamento a nível municipal, por meio da compatibilização dos planos ambientais, de saneamento e planos diretores. Nessa perspectiva são encontrados mecanismos de controle social institucionalizados, como o Conselho Estadual das Cidades e Conselhos Municipais de Habitação. Os processos de regularização fundiária tende a apresentar um maior controle social e participação da sociedade civil, seja através dos canais institucionalizados e/ou por mobilizações e movimentos sociais. Em relação aos empreendimentos realizados nos últimos cinco anos na RMPA, referentes ao uso e ocupação do solo, em sua maioria utilizam recursos da esfera federal, sobretudo do PAC e Programa Minha Casa Minha vida, que somados alcançam investimentos em torno de R$ 7,4 bilhões na RMPA. 2.2. SANEAMENTO AMBIENTAL O saneamento foi definido na legislação federal como: “o conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, drenagem e manejo das águas pluviais urbanas” (Lei Federal nº 11.445/2007). Dessa maneira o saneamento se encontra regulado por diferentes políticas que compreendem os serviços de saneamento básico - abastecimento de água e serviços de esgoto -, o manejo de resíduos sólidos e os serviços de drenagem urbana. O saneamento também se articula à política de recursos hídricos, que versa sobre os usos da água. No nível federal as principais regulamentações para o saneamento, a Política Nacional de Saneamento Básico (PNSB) e a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) foram instituídas nos anos de 2007 e 2010. No Rio Grande do Sul a Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 95 regulamentação do saneamento antecedeu as políticas nacionais, em 1993 foi instituída a gestão de resíduos sólidos e em 2003 a Política Estadual de Saneamento Básico (PESB). Os usos dos recursos hídricos, que priorizaram o abastecimento humano, foram regulamentados no nível estadual em 1994 e no nível federal em 1997. No nível metropolitano não há uma articulação formal das ações da gestão metropolitana com as políticas estaduais e federais de saneamento, a região metropolitana apenas foi mencionada na PESB em termos da execução conjunta do saneamento enquanto função pública de interesse comum entre os entes federados. No entanto, o órgão metropolitano, a METROPLAN, durante sua trajetória esteve ligada a várias atividades na área de ambiental, sobretudo no âmbito do Programa para o Desenvolvimento Racional, Recuperação e Gerenciamento Ambiental da Bacia Hidrográfica do Guaíba (PRÓ-GUAÍBA), que incluíram ações relacionadas à gestão de recursos hídricos, junto aos comitês de bacias, e relacionadas ao manejo de resíduos sólidos na RMPA. Uma das atribuições da METROPLAN se refere à compatibilização das ações de uso e ocupação do solo com a gestão de recursos hídricos. A. Quadro síntese da cobertura dos serviços de Serviços de Água e Esgoto e Coleta de Lixo A rede de infraestrutura dos municípios é composta pelo conjunto dos sistemas de saneamento ambiental, onde se encontram: o sistema de abastecimento de água, o sistema de esgotamento sanitário, o sistema de drenagem de águas pluviais e o sistema de coleta de lixo. De acordo com os dados do Censo 2010 (IBGE), referentes às condições do entorno dos domicílios, quanto ao atendimento da população com serviços de rede de esgoto, coleta de lixo, banheiros e sanitários, a RMPA em termos totais apresentou percentuais de cobertura em torno de 100%, para os serviços de coleta de lixo (99,1%) e para a existência de sanitário de uso exclusivo em seus domicílios (98,8%). Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 96 GRÁFICO 5: Percentuais de Cobertura de Serviços de Rede Esgoto, Coleta de Lixo e Existência de Banheiro Sanitário na RMPA, 2010 110,00% 90,00% 99,12% 98,75% Coleta de Lixo Banheiro Sanitário 88,31% 70,00% 50,00% 30,00% 10,00% -10,00% Rede de Esgoto Fonte: IBGE, Censo 2010. Para os serviços de esgotamento sanitário o índice foi menor, alcançando 88,3% do total de domicílios da RMPA em 2010. Esses serviços apresentaram diferentes graus de cobertura entre os municípios, apenas dez municípios metropolitanos alcançaram uma cobertura acima de 90%, 11 municípios apresentaram cobertura abaixo de 70% e três municípios uma cobertura abaixo de 30% (quadro 19). QUADRO 19: Percentual de Cobertura dos Serviços de Rede de Esgoto, Coleta de Lixo e Sanitário de Uso Exclusivo na RMPA, 2010. Número de Municípios Metropolitanos Acima de 90% < 90% > 80% <80% > 70% Percentual de Domicílios com Percentual de Cobertura 2010 Sanitário de Uso Exclusivo Coleta de Lixo Rede de Esgoto 34 32 10 02 05 05 Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 97 <70% > 50% 07 < 50% > 30% 04 Abaixo de 30% Fonte: Censo 2010, IBGE. 03 Alguns municípios como Santo Antônio da Patrulha, Glorinha, Triunfo e Capela de Santana, que apresentaram cobertura de rede esgoto em torno de 50% ou menos, com graus de urbanização entre 30% a 70%, ainda possuem áreas rurais, onde existem outras opções de saneamento, como o uso de fossas sépticas. A tabela 28 apresenta os percentuais de cobertura para os serviços de coleta de lixo, rede de esgoto e o percentual de domicílios metropolitanos que possuíam sanitários de uso exclusivo em 2010. TABELA 28: Percentual da População Atendida com Coleta de Lixo, Rede de Esgoto e Serviços de Esgotamento Sanitário na RMPA, 2010 (Continua...). Municípios RMPA Eixo 1 - Norte Sul Porto Alegre Canoas Novo Hamburgo São Leopoldo Sapucaia do Sul Esteio Dois Irmãos Ivoti Eixo 2 - Sudeste Gravataí Viamão Alvorada Cachoeirinha Santo Antônio da Patrulha Glorinha Eixo 3 - Sudoeste Guaíba Eldorado do Sul Charqueadas São Jerônimo Arroio dos Ratos Eixo 4 - Centro Oeste Montenegro Nova Santa Rita % de Cobertura dos Serviços % de Domicílios 2010 com Sanitário Uso Coleta de Exclusivo Rede de Esgoto Lixo 98,8 99,1 88,3 98,8 99,6 95,9 98,8 99,7 99,4 98,6 99,4 96,8 99,1 99,6 76,4 98,8 99,5 97,4 99,0 99,6 89,9 99,2 99,6 92,8 99,8 99,9 96,4 99,5 99,8 90,3 98,6 98,6 84,4 98,9 99,4 75,9 98,6 98,3 89,7 98,4 99,4 97,0 99,2 99,4 85,6 96,9 90,0 53,5 98,5 93,9 47,7 98,4 96,0 90,3 99,3 98,9 93,3 97,6 97,1 83,1 98,8 98,0 96,8 95,2 79,7 76,5 98,7 95,5 94,1 97,8 98,4 64,4 98,8 99,2 80,1 98,1 97,7 36,6 Grau de Urbanização 2010 96,9 99,7 100,0 100,0 98,3 99,6 99,6 99,9 98,9 90,9 95,0 95,2 94,0 100,0 100,0 70,8 30,0 93,9 97,8 89,7 97,7 77,1 95,2 83,4 90,3 85,7 Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 98 Municípios Triunfo Eixo 5 - Noroeste Estância Velha São Sebastião do Caí Portão Capela de Santana Eixo 6 - Nordeste Sapiranga Igrejinha Campo Bom Taquara Parobé Rolante Nova Hartz Araricá Fonte: Censo 2010, IBGE. % de Cobertura dos Serviços % de Domicílios 2010 com Sanitário Uso Coleta de Exclusivo Rede de Esgoto Lixo 95,1 97,0 51,3 98,7 98,4 51,2 99,3 99,5 64,4 98,6 96,7 68,1 98,4 99,3 28,8 97,5 95,5 30,1 99,0 98,7 56,5 99,1 99,4 59,3 99,1 99,4 70,7 99,3 99,9 73,9 98,6 97,2 58,8 99,0 99,0 44,0 98,0 94,2 56,5 99,8 99,8 4,5 99,0 99,1 1,1 Grau de Urbanização 2010 65,4 85,3 97,4 80,3 81,7 59,6 91,4 96,4 95,4 95,4 82,8 94,4 78,6 83,2 82,2 B. Drenagem Urbana na RMPA O sistema de drenagem urbana é responsável pela coleta, manejo e disposição das águas pluviais em corpos d’água aptos para a sua recepção, que são definidos como: na fonte, microdrenagem e macrodrenagem. A drenagem na fonte é definida pelo escoamento que se dá no empreendimento individualizado (como lote), condomínio, estacionamentos, área comercial, parques e passeios. A microdrenagem considera o escoamento pluvial de rede primária urbana, como ruas e loteamentos e inclui a coleta e afastamento das águas pluviais através de pequenas e médias galerias. A macrodrenagem envolve os sistemas coletores de diferentes sistemas de microdrenagem. Na RMPA o gerenciamento da drenagem urbana é realizado pelos municípios, que fazem especificamente a microdrenagem, enquanto cabe ao estado atuar em obras de macrodrenagem. Em estudo encomendado pela METROPLAN foi realizado em 1999 o Inventário de Drenagem Urbana na RMPA, que teve como objetivo identificar a situação da drenagem urbana nos 28 municípios que integravam a RMPA na época, incluindo as características dos sistemas pluviais e de proteção contra inundações, os problemas e os programas de melhorias na drenagem urbana. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 99 Os municípios incluídos no inventário foram: Araricá, Alvorada, Cachoeirinha, Campo Bom, Canoas, Charqueadas, Dois Irmãos, Eldorado do Sul, Estância Velha, Esteio, Glorinha, Gravataí, Guaíba, Ivoti, Montenegro, Nova Hartz, Nova Santa Rita, Novo Hamburgo, Parobé, Portão, Porto Alegre, São Jerônimo, São Leopoldo, Sapiranga, Sapucaia do Sul, Taquara, Triunfo e Viamão. A figura 3 apresenta o sistema hídrico formado por esses municípios. FIGURA 3: Sistema Hídrico e Mancha Urbana da RMPA, 1999 Sistema hídrico e mancha urbana atual da RMPA Rio Caí Rio dos Sinos Rio Jacuí Rio Gravataí Lago Guaíba Fonte: Projeto Inventário de Drenagem Urbana na RMPA, METROPLAN e Profill Engenharia e Ambiente, 1999. Com esse trabalho foram identificados os sistemas de drenagem urbana, tanto em termos das condições das estruturas de drenagem implantadas e os principais problemas de funcionamento, quanto os aspectos institucionais, como a estruturação e organização dos órgãos responsáveis pelo gerenciamento. A partir dos pontos críticos, levantados, foram Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 100 propostas diretrizes para uso e ocupação do solo das áreas atingidas pelas inundações e alagamentos e, com a avaliação dos projetos e programas em andamento foram propostas melhoria para os sistemas de drenagem urbana. As grandes estruturas contra inundações (sistema de proteção por diques) na RMPA foram instalados pelo extinto Departamento Nacional de Obras e Saneamento (DNOS), ao longo das bacias dos rios dos Sinos, Jacuí, Gravataí e do lago Guaíba, nos municípios de Novo Hamburgo, São Leopoldo, Canoas, Alvorada e Cachoeirinha. E, nos municípios de Gravataí, Esteio e Sapucaia do Sul foram instalados diques menores para proteção em áreas específicas, que incluíram loteamentos e áreas industriais. De acordo com o Inventário de Drenagem em 1999 o sistema de drenagem da RMPA de modo geral apresentava uma boa eficiência, porém, com necessidade de complementações das estruturas físicas implantadas, que possuíam trechos inacabados e falta de equipamentos. Foram identificados como principais problemas associados à drenagem urbana na RMPA: a deposição irregular do lixo, a erosão de encostas causadas por desmatamentos, a ocupação habitacional em áreas irregulares, o assoreamento dos corpos hídricos, a degradação do sistema de proteção, a falta de manutenção e o mau uso da rede de drenagem. Os quadros 20 a 25 apresentam os principais problemas de alagamentos e inundações na RMPA em 1999 e as medidas previstas para solução dos problemas. Ivoti Inundação próximo à ponte do arroio Prass., na área urbana e próximo à Instalação de rede no bairro Concórdia. ponte do Imperador, no arroio Feitoria na área rural. Inundações nos bairros Navegantes e Vila Nova. Remoção das famílias em situação irregular para loteamentos municipais. Limpeza dos arroios e projeto de canalização do Manutenção de casas de bombas é realizada periodicamente pela SEMAE de São Leopoldo. A dragagem de todas as valas dos diques estão previstas pelo escritório administrador (Ministério do Planejamento, antigamente o DNOS) Fonte: Adaptado do Projeto Inventário de Drenagem Urbana na RMPA, METROPLAN e Profill Engenharia e Ambiente, 1999. A área inundável atinge a cota 6,0 m ao longo de toda a extensão da margem com o lago Guaíba, mas existe um grande sistema de proteção contra inundações que funciona bem. O arroio Cavalhada, contribuinte do Porto Alegre lago Guaíba e o arroio Feijó, contribuinte do rio Gravataí causam danos quando em épocas de cheia devido à ocupação das margens. Os grandes problemas de inundação causados por enchente do rio dos Sinos (atingiriam hoje cerca de 60.000 habitantes) foram resolvidos com Alagamentos em pontos isolados da área urbana, sem cadastro pesadas obras de proteção, pôlderes 4 e 5 (diques + muro de proteção + São Leopoldo casas de bombas + canal extravasador) do projeto Rio dos Sinos. Todo o na prefeitura, nenhum caso mais grave. sistema passa para a administração da prefeitura quando obras complementares de dragagem das valas forem realizadas. Alagamentos eventuais nos bairros Pesqueiro e Fortuna nas Inundações eventuais nos bairros Pesqueiro e Fortuna nas áreas de Sapucaia do Sul áreas de ocupação irregular, devido à proximidade dos ocupação irregular, devido à proximidade dos arroios. A prefeitura realiza um programa permanente de dragagem de arroios e desassoreamento dos ED's, e há manutenção preventiva do sistema de proteção contra inundações,. Bacia de amortecimento para o bairro São Geraldo e obras de drenagem na III Perimetral. Alagamento eventual no bairro Concórdia. Esteio Projeto de retificação de um trecho do arroio da Esquerda. Cadastro bastante apurado das áreas de alagamento da área urbana. Situações críticas: bairros Maria Goretti, Humaitá, Navegantes e São Geraldo, por insuficiência do sistema. Em pontos isolados de alagamento existem também problemas crônicos de assoreamento de bocas de lobo. Alagamentos nos bairros Navegantes, Vila Nova e do Parque. Dois Irmãos Execução de projeto de canalização e de uma casa de bombas (CB 04). Colocação de tubulações (rede complementar/implantação e/ou recomposição) em vários pontos da área urbana. MEDIDAS ADOTADAS E SOLUÇÕES PREVISTAS O DEP da prefeitura de Novo Hamburgo tem equipe específica para manutenção da rede de drenagem. O trabalho está diretamente ligado à atuação da Diretoria de Habitação do município. Novo Hamburgo iniciou também as tratativas para a execução do Plano Diretor de Drenagem Urbana - Canoas Novo Hamburgo Alagamentos em áreas de ocupação irregular, com implantação da microdrenagem posterior à ocupação, nos bairros Santo Operário, vila Getúlio Vargas (vila Sapo), Loteamento 5 Colônias (ocupação regular), e vila Harmonia, Loteamento Elo Perdido e áreas adjacentes a av. Irineu Carvalho de Braga e Loteamento João de Barro. INUNDAÇÕES Inundações na porção composta pelo bairro Niterói e imediações do rio Gravataí e área abrangida pelos diques Araçá e da Ferrovia (falta de casas de bombas). O dique Araçá foi inadvertidamente perfurado para passagem de uma tubulação para drenagem da área, quando de chuvas intensas o rio Gravataí avança pela abertura. Inundações causadas pela enorme quantidade de lixo depositada nos arroios, apesar da dragagem sistemática operada pela PMC e por empresas terceirizadas. O Arroio da Esquerda na rua Rui Barbosa extravasa, devido ao assoreamento e lixo em suas margens. 101 Na margem do rio dos Sinos grande área de inundação causada por extravasamento do rio, parte é protegida por dique e casa de bombas Alagamentos em pontos localizados, freqüentemente em (junto a foz do arroio Luiz Rau). Ao longo de toda extensão dos arroios decorrência de assoreamento e entupimento por lixo e Luiz Rau e Pampa ocorrem problemas de inundações principalmente insuficiência de rede. devido ao confinamento dos arroios, imposto pela ocupação de suas margens. Importante ainda é a ocupação dos taludes do dique. ALAGAMENTOS MUNICÍPIOS QUADRO 20: Principais problemas de inundações e alagamentos dos municípios do Eixo 1 da RMPA e medidas adotadas, 1999. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum ALAGAMENTOS INUNDAÇÕES MEDIDAS ADOTADAS E SOLUÇÕES PREVISTAS 102 Fonte: Adaptado do Projeto Inventário de Drenagem Urbana na RMPA, METROPLAN e Profill Engenharia e Ambiente, 1999. Inundações ocorrem em diversos pontos da área urbana, decorrente de Problema sério de alagamento junto a uma área de baixio no pé de um morro assoreamento dos arroios e deposição de lixo. A situação se torna crítica Aumento da capacidade das redes, dragagens e canalizações no arroio Alvorada junto as av. Maringá x Ipiranga e Tobias Barreto. junto ao dique nas margens do Gravataí que não tem casa de bombas e Feijó. Execução de novas redes com DN suficientes. represa os arroios de montante. O município apresenta sérios problemas de continuidade da rede pluvial, fato Todos os cursos d’água do município de Cachoeirinha à exceção do Está prevista a implantação de tubulações para microdrenagem, reforma este que, associado ao clássico problema de entupimento da drenagem arroio Sapucaia apresentam conflito com a ocupação urbana. A principal das casas de bombas do dique do rio Gravataí e a dragagem esporádica devido ao lixo jogado na rede, resulta em alagamentos em diversos pontos da causa de inundações ainda causadas pelo rio Gravataí se deve ao sistema das valas existentes no município. Um projeto específico para o Cachoeirinha cidade. O problema mais sério de alagamentos ocorre nas vilas Eunice Velha de proteção estar inacabado e a deficiências no seu funcionamento. Nos problema da vila Quitandinha e arredores está em desenvolvimento na e Eunice Nova, Vila Veranópolis, Vila Imbuhy e arredores. À montante são demais arroios a presença de grandes quantidades de lixo colabora com prefeitura de Cachoeirinha. atingidos os bairros Quitandinha, City Velha. as inundações. Mesmo sem a ocorrência de pontos de alagamentos e inundações, a Glorinha Prefeitura pretende implantar as redes de drenagens na área central do município. Término da execução do dique junto ao arroio dos Ferreiros e Inundações ao longo do arroio Barnabezinho. Apesar disso, a situação Alagamentos disseminados pela área urbana. A situação mais crítica ocorre implantação de uma casa de bombas. Compatibilização da rede de Gravataí mais crítica é causado pelo arroio dos Ferreiros onde um dique foi no bairro Cohab C, o sub-dimensionamento da rede alaga várias casas. drenagem no loteamento Cohab C para que passe por uma bacia de iniciado e não terminado. amortecimento. Todos os arroios do municípios tem trechos em que inundam. O O problema de alagamento no Jardim Estalagem foi temporariamente Problemas de alagamentos em vários pontos da cidade por inexistência de problema se agrava devido a ocupação irregular das margens e deposição resolvido com a execução de limpeza com hidrojateamento. Inundações Viamão rede coletora ou má execução como no caso do loteamento Elsa e o Jardim de grandes quantidades de lixo. Situação mais crítica no Passo do sendo combatidas em regime corretivo com dragagem e Estalagem. Dorneles, arroio Cecília e arroio Feijó. desassoreamento. O arroio Feijó tem programas específicos. MUNICÍPIOS QUADRO 21: Principais problemas de inundações e alagamentos dos municípios do Eixo 2 da RMPA e medidas adotadas, 1999 Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum ALAGAMENTOS INUNDAÇÕES Limpeza e implantação de rede pluvial nos novos loteamentos. Construção de vala de drenagem para o arroio dos Ratos. MEDIDAS ADOTADAS E SOLUÇÕES PREVISTAS 103 ALAGAMENTOS INUNDAÇÕES MEDIDAS ADOTADAS E SOLUÇÕES PREVISTAS Fonte: Adaptado do Projeto Inventário de Drenagem Urbana na RMPA, METROPLAN e Profill Engenharia e Ambiente, 1999. Montenegro Alagamentos nos bairros Ferroviário, Olaria, Industrial e parte do Centro, pela Inundações nos bairros Ferroviário, Olaria e Industrial. E parte do bairro Implantação e limpeza da rede. ausência, subdimensionamento ou mau conservação da rede. Centro. Projeto de implantação de rede de esgoto pluvial nas ruas A,I,H,Y e 20 Nova Santa Alagamentos no Bairro Califórnia e Berto Círio, devido à ausência de rede de Março no bairro Berto Círio e nas ruas Timbaúva e da Estação no Rita pluvial. bairro Califórnia. Ocupação irregular e ausência de redes de drenagens e lixo nas ruas 14, 22, Inundações ocorrentes na faixa marginal ao rio Taquari e Jacuí, junto a Canalização da Sanga da Olaria e projeto de rede de drenagem e Triunfo 15 e Fonte na sede do município. Em Porto Batista ocupação de área área central da sede do município e na Sanga da Olaria. pavimentação das ruas 15,14 e 22 alagável. MUNICÍPIOS QUADRO 23: Principais problemas de inundações e alagamentos dos municípios do Eixo 4 da RMPA e medidas adotadas, 1999 Fonte: Adaptado do Projeto Inventário de Drenagem Urbana na RMPA, METROPLAN e Profill Engenharia e Ambiente, 1999. De uma maneira geral o município de Guaíba não apresenta maiores Nenhum projeto de obra de grande porte está previsto par a drenagem Os problemas de alagamento no município de Guaíba se devem a problemas de inundações. Os pontos referidos são nos balneários da urbana de Guaíba, até porque, os problemas não são grandes. A Guaíba assoreamento da canalização. São notados em pontos isolados dos bairros Vila Elsa e Alegria, zona predominantemente baixa. Além disso, a cheia prefeitura tem por diretriz o assentamento de novas redes na medida que Florida, Vila Elsa e Alegria e extremidade leste do bairro Jardim Santa Rita. do arroio Passo Fundo atinge uma série de moradias irregulares ao sul do ocorre a ampliação da mancha urbana. Loteamento São Jorge. Ocupações existentes junto a faixa ribeirinha do rio Jacuí e na sanga Término da canalização da sanga Simplício e ampliação da rede de São Jerônimo Ocorrência de obstrução das redes de drenagem, por lixo e vegetação. Simplício na parte não canalizada. drenagem e pavimentação. Eldorado do Ausência e mau dimensionamento das redes de drenagem, presença de lixo Área urbana localizada em região inundável pelo rio Jacuí e ocupação de Projeto de pavimentação e implantação de redes de drenagem no Sul junto aos bueiros e valões, principalmente na Cidade Verde e Vila da Paz. áreas de banhado. município. Alagamentos na rua Santa Bárbara, próximo à RS 401 e na rua Dr. José Charqueadas Athanásio, as causas são o mau dimensionamento da rede e o lixo encontrado Inundações na Vila Limeira e Vila Otília e às margens do rio Jacuí. nos arroios. MUNICÍPIOS QUADRO 22: Principais problemas de inundações e alagamentos dos municípios do Eixo 3 da RMPA e medidas adotadas, 1999 Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum INUNDAÇÕES MEDIDAS ADOTADAS E SOLUÇÕES PREVISTAS Alagamento por mau dimensionamento de rede no centro, junto ao monumento e no Rincão com a BR 116 por entupimento com lixo. INUNDAÇÕES Fonte: Adaptado do Projeto Inventário de Drenagem Urbana na RMPA, METROPLAN e Profill Engenharia e Ambiente, 1999. Inundação no bairro Santa Maria pelo rio Paranhana (proximidade do rio e Alagamentos nos Bairros Santa Maria, Centro por entupimento da rede por Projeto da construção de uma bacia de retenção (67 açudes) a montante da área urbanizada dimensionamento), no Jardim do Prado pelo arroio Taquara (dimensionamento) e no Munido lixo e mal dimensionamento de redes antigas. do município. Substituição das redes antigas e implantação de novas. Novo pelo arroio Tucanos (lixo e ocupação inadequada) . Taquara - Pequenos problemas de alagamentos nas ruas Riachuelo, Daltro Filho e Não existem problemas de inundação. Inundações num trecho do arroio Sapiranga próximo Francisco Passos, parte antiga da cidade com rede sub-dimensionada. a interseção das avenidas Teutônio Vilela e Vasco da Gama foram solucionados com o canal Projeto de pavimentação e implantação das redes de drenagens nos bairros. Projeto de canalização de parte dos arroio Leonidas e Funil. Continuidade na implantação de rede de drenagem na cidade. Projeto de educação ambiental e implantação da coleta seletiva. Projetos para a melhoria do sistema de drenagem conforme o Plano Diretor de Esgotos. Para a implantação da avenida Kenedy é necessária a canalização do arroio Weidle. Projeto de Canalização do arroio Ferrabraz na área central da cidade. MEDIDAS ADOTADAS E SOLUÇÕES PREVISTAS Sapiranga Entupimento de bueiros por lixo no Bairro Imperatriz e mau dimensionamento Junto ao centro da cidade pelo arroio Ferrabraz e nas margens do arroio Campo do Brazina, Araricá da rede na rua Piracicaba. próximo da RS 239. Alagamentos no bairro Centro, na avenida Brasil e rua 13 de maio e na Vila Campo Bom Na localidade denominada Barrinha às margens do rio dos Sinos na zona rural Operário, devido ao mau dimensionamento da rede. Inundações na ruas arroio do Tigre e nos Bairros Imigrantes e Progresso, devido a ocupação Alagamentos por entupimento com lixo e terra na Vila Nova e na rua Henrique Nova Hartz de suas margens e áreas baixas. No centro ao longo do arroio Grande (parte já resolvida Hoffmann por terra. com a canalização). Na margem do arroio Funil as ocupações irregulares da Morada do Funil, São José e Jardim. No rio Paranhana na Vila Mariana (arroio Leonida), Paraíso e Quinze, ocupações irregulares Parobé e lixo. ALAGAMENTOS QUADRO 25: Principais problemas de inundações e alagamentos dos municípios do Eixo 6 da RMPA e medidas adotadas, 1999. MUNICÍPIOS 104 Projeto de monitoramento da qualidade da água do arroio Estância Velha Para evitar as inundações é efetuada a limpeza dos arroios Cascalho e Alagamento na rua das Taquareiras, Maranhão e avenida Perimetral, devido Inundações na Vila São Luiz e Vila Rica, Areião e avenida Belém, em Noque. Projetos de implantação de rede de esgoto pluvial nas áreas ao subdimensionamento, ou à ausência de rede. função da proximidade dos arroios e da cota ser baixa. alagáveis e canalização no arroio Noque. ALAGAMENTOS Fonte: Adaptado do Projeto Inventário de Drenagem Urbana na RMPA, METROPLAN e Profill Engenharia e Ambiente, 1999. Portão Estância Velha MUNICÍPIOS QUADRO 24: Principais problemas de inundações e alagamentos dos municípios do Eixo 5 da RMPA e medidas adotadas, 1999. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 105 Com base nesse inventário a METROPLAN apresentou várias propostas dentro de um programa de ações para drenagem urbana que incluíram: estudos técnicos, trabalhos conjuntos com diversos órgãos do estado, prefeituras, entidades de pesquisa e sociedade organizada; subprograma de capacitação técnica; subprograma de educação ambiental; subprograma de manejo de áreas com potencial de preservação; assessoramento aos municípios nas normas de uso e ocupação do solo; elaboração de diretrizes regionais para uso e ocupação do solo; articulação entre municípios para compatibilização dos planos diretores às diretrizes regionais; projetos integrados de canalização e dragagem de arroios, recuperação de margens, reassentamento de populações, educação ambiental, reurbanização e adaptação da legislação ambiental. Algumas medidas são adotadas para melhorias na drenagem urbana, pelo poder público de forma estrutural e não estrutural, assim como pela população de forma precária (quadro 26). QUADRO 26: Ações adotadas para melhoria da drenagem urbana na RMPA, 1999 Executor Medidas Estruturais Poder Público Não Estruturais População Precárias Canalização aberta de arroio; Canalização fechada de arroio; Proteção das margens com gabião; Proteção das margens com concreto Bacia de amortecimento Área de preservação regulamentada pelo Plano Diretor; Programa de Educação Ambiental Mureta de concreto, palafitas Fonte: Adaptado do Projeto Inventário de Drenagem Urbana na RMPA, METROPLAN e Profill Engenharia e Ambiente, 1999. 2.2.1 HISTÓRICO E CARACTERIZAÇÃO DA GESTÃO DA FPIC O Plano Nacional de Saneamento (PLANASA) criado em 1978 teve entre seus objetivos principais o desenvolvimento das companhias estaduais de saneamento e a realização de pesquisas tecnológicas no setor, a fim de promover o equilíbrio na prestação de serviços de água e esgoto, e de alcançar a sustentabilidade financeira do setor e a adequação dos níveis tarifários. O seu funcionamento se dava a partir do repasse aos Fundos de Água e Esgotos Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 106 Estaduais (FAEs) de recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Assim, para acessarem os recursos os estados deveriam criar companhias estaduais de saneamento básico (CESBs) e, os municípios deveriam entregar a operação dos serviços públicos de saneamento às companhias estaduais. A prioridade de atendimento das companhias estaduais eram os serviços de água e esgoto. Com a redemocratização do país, e com a maior autonomia municipal, os governos deixaram de aplicar o PLANASA, e somente em 2007, após vários debates públicos, foi aprovada uma nova legislação (lei nº 11.445) voltada para o saneamento básico no Brasil. A nova legislação ampliou o conceito de saneamento e conferiu aos serviços alguns princípios básicos, como o acesso universal ao abastecimento de água potável, o esgotamento sanitário, a limpeza urbana e o manejo de resíduos sólidos, e a drenagem e o manejo das águas pluviais urbanas. Entre as quatro companhias de saneamento que atuam na RMPA, três delas foram criadas antes da institucionalização da região metropolitana. Na década de 60 foram criados o Departamento Municipal de Água e Esgotos – DMAE de Porto Alegre e a Companhia Riograndense de Saneamento – CORSAN, com atuação no nível estadual. Em 1971 foi criado o Serviço Municipal de Água e Esgotos – SEMAE de São Leopoldo e em 1989 a Companhia Municipal de Saneamento – COMUSA de Novo Hamburgo (quadro 27). QUADRO 27: Legislação referente às Leis de criação das prestadoras de serviços municipais da RMPA, período 1961 – 1989. Ano 1961 1965 1966 1971 Legislação Disposições Lei Municipal de Porto Alegre nº 2.312 /1961 Lei Estadual nº 5.167 /1965 e nº 17.788 /1966 Lei Municipal São Leopoldo nº 1.648 / 1971 Cria o Departamento Municipal de Água e Esgotos – DMAE e extingue a Secretaria Municipal de Água e Saneamento de Porto Alegre. Autoriza a criação e regulamenta a criação da Companhia Rio-grandense de Saneamento – CORSAN. Cria o Serviço Municipal de Água e Esgotos – SEMAE e extingue a Diretoria de Saneamento de São Leopoldo. Autoriza ao executivo municipal constituir a Companhia Municipal de Saneamento - COMUSA, e conceder ou permitir a exploração dos serviços públicos municipais de abastecimento de água potável e de esgoto cloacal. Fonte: www.leismunicipais.com.br 1989 Lei Municipal nº 184 /1989 Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 107 Em termos de saneamento ambiental ao longo de sua trajetória o órgão metropolitano, em seus 38 anos de existência, atuou em diversas iniciativas, entre elas o gerenciamento de resíduos sólidos, o Plano Diretor de Destinação Final do Lixo, o Plano Diretor de Resíduos Sólidos da RMPA, a criação do aterro sanitário metropolitano de Santa Tecla; no abastecimento de água e esgotamento sanitário no PLADAE; e nas ações de drenagem urbana, no Sistema de Proteção Contra Cheias da RMPA, junto com DNOS, no programa PROTEGER, que mapeou as áreas de inundação, e com o Inventário da Drenagem Urbana, em 1999. 2.2.1.1. ESTRUTURA INSTITUCIONAL E NORMATIVA A. Políticas de Saneamento As diretrizes para o saneamento e gestão de resíduos sólidos no Brasil possuem como base duas políticas recentes: a Política Nacional de Saneamento Básico (PNSB), instituída em 2007 e regulamentada em 2010, e a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída e regulamentada em 2010. A elaboração dessas duas políticas ocorreu de forma articulada a fim de equacionar os problemas. Nessa nova concepção, além dos serviços de água e esgoto, foram incluídos ao saneamento o manejo de resíduos sólidos e a drenagem urbana. Em relação aos resíduos sólidos, cabe a PNSB orientar a prestação de serviços de limpeza urbana e o manejo de resíduos sólidos e a PNRS cabe orientar os geradores e gestores de resíduos sólidos das diferentes instâncias da gestão pública sobre os procedimentos a serem adotados para a gestão dos resíduos sólidos. Os planos e as políticas estaduais e regionais para resíduos sólidos deverão contemplar as diferentes atividades de origem, urbanas, industriais, agrosilvopastoris, de mineração, de saúde, entre outras, e também devem prever ações que minimizem a geração de resíduos sólidos e, promovam a redução do desperdício de matérias-primas. As ações de saneamento também estão relacionadas às diretrizes da política de recursos hídricos. A Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) foi instituída em 1997, com a criação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SNRH). Essa Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 108 política definiu a água como um bem público, e enquanto recurso natural limitado e de valor econômico, sujeito a escassez, deverá ser priorizada para o consumo humano e a dessedentação de animais. Assim, cabe à gestão de recursos hídricos proporcionar o uso múltiplo das águas, em que a bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da PNRH e área de atuação do SNRH, como também a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada, incluindo além do poder público, os usuários e as comunidades interessados. Os objetivos gerais da PNRH são garantir a disponibilidade e qualidade da água para as gerações futuras, em vista a utilização racional e integrada dos recursos hídricos, assim como a prevenção e defesa contra eventos hidrológicos críticos, seja por questões naturais, ou pelo uso inadequado dos recursos hídricos. A PNRH em suas diretrizes gerais aponta para uma gestão sistemática dos recursos hídricos, incluindo os aspectos de quantidade e qualidade da água, adequada às diversidades físicas, bióticas, demográficas, econômicas, sociais e culturais das diversas regiões do país. A gestão de recursos hídricos também deverá ser integrada e articulada à gestão ambiental e de uso do solo, ao planejamento dos usuários e ao planejamento governamental regional, estadual e nacional. Entre os instrumentos de gestão encontram-se: os planos de recursos hídricos; o enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os usos preponderantes da água; a outorga dos direitos de uso de recursos hídricos; e cobrança pelo uso da água. Dessa maneira, o SNRH e as diretrizes gerais para os critérios de outorga do uso da água são de responsabilidade da União, assim como as diretrizes para a habitação e saneamento básico. E, em todos os níveis de governo - nacional, estadual e municipal - foi instituída a responsabilidade de proteger o meio ambiente e de promover programas de melhoria nas condições de saneamento. Um dos aspectos importantes da PNSB se refere à titularidade do serviço de saneamento, em que, conforme a legislação federal, os municípios passaram a conduzir a política de saneamento e elaborar planos de saneamento municipais, com a definição de regras quanto aos prestadores de serviços e ao ente regulador. Assim, não há obrigações por parte do dos estados-membros para elaboração de planos de saneamento básico. Da mesma maneira a PNRS, não traz obrigações quanto a planos estaduais e/ou supra municipais de resíduos sólidos, porém, de certa forma induz a elaboração desses, pois, estabeleceu que os estados, Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 109 regiões ou microrregiões e municípios somente terão acesso aos recursos federais, se dispuserem de planos de resíduos sólidos. A PNSB também abriu a possibilidade do estabelecimento de planos e políticas regionais mediante consórcios entre os municípios: Os entes da Federação, isoladamente ou reunidos em consórcios públicos, poderão instituir fundos, aos quais poderão ser destinadas, entre outros recursos, parcelas das receitas dos serviços, com a finalidade de custear, na conformidade do disposto nos respectivos planos de saneamento básico, a universalização dos serviços públicos de saneamento básico (LF 11.445/2007, art. 13). As ações de drenagem urbana são reguladas pelo Estatuto das Cidades e pela Política Nacional de Proteção e Defesa Civil – PNPDEC. O quadro 28 apresenta a legislação nacional e as principais disposições das políticas federais de saneamento básico, resíduos sólidos e recursos hídricos. QUADRO 28: Legislação referente às Políticas Federais de Saneamento Básico, Resíduos Sólidos e Recursos Hídricos, de 1997 a 2010. Ano Legislação Federal Principais Disposições 1997 Lei n.º 9.433/1997 Instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), com a criação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SNRH). Instituiu a Política Nacional de Saneamento Básico (PNSB) com: definição de saneamento básico; diretrizes gerais para o saneamento básico e princípios Lei nº fundamentais para prestação de serviços de saneamento básico; prescrições para 11.445/2007 2007 manejo dos resíduos sólidos urbanos nos planos de saneamento básico; Decreto nº obrigatoriedade de planos municipais de saneamento; acesso de recursos federais 7.212/2010 para estados e organizações regionais com planos de resíduos sólidos; possibilidade de planos e políticas regionais por meio de consórcios. Instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) em que definiu que Lei nº compete aos municípios a gestão integrada dos resíduos sólidos gerados nos 12.305/2010 respectivos territórios, com o controle e fiscalização dos órgãos federais e 2010 Decreto nº estaduais; compete aos estados promover a integração da organização, do 7.404/2010 planejamento e da execução das FPICs relacionadas à gestão dos resíduos sólidos nas regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões. Fonte: Brasil (1997; 2010) No Rio Grande do Sul a regulamentação para o saneamento básico (2003), resíduos sólidos (1993) e recursos hídricos (1994) antecedeu a legislação nacional, porém, alguns dos instrumentos criados não foram efetivamente implantados e devem ser ajustados às diretrizes nacionais. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 110 Em 1993 foi instituída a gestão dos resíduos sólidos no Rio Grande do Sul, regulamentada em 1998 e alterada com a criação de uma comissão gestora em 1999. No ano de 1994, com base no artigo 171 da Constituição Estadual foi instituído o Sistema Estadual de Recursos Hídricos, que envolve a participação das esferas de governo federal, estadual e municipais, e os setores da sociedade civil, e em função do qual foram instituídos os Comitês de Gerenciamento de Bacias Hidrográficas, que reúnem os usuários de água dos diferentes segmentos, representantes políticos e de entidades atuantes nas regiões das bacias. Compõem o SERH: o Conselho de Recursos Hídricos (CRH), o Departamento de Recursos Hídricos da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (DRHSEMA), os comitês de bacias e, as Agências de Região Hidrográfica (ainda não criadas). Observa-se que a METROPLAN executou, de forma provisória, entre 2010-2011 o papel de agência hidrográfica na região do Guaíba. Em 2003 foi instituído o Sistema Estadual de Saneamento (SESAN) e foi autorizada a criação de vários instrumentos para a orientação da política estadual, a serem implantados com parceria dos governos municipais. Também foram instituídos o Conselho Estadual de Saneamento (CONESAN) e as Comissões Regionais de Saneamento (CRESANs). O quadro 29 apresenta a legislação estadual e principais disposições das políticas estaduais de saneamento básico, resíduos sólidos e recursos hídricos. QUADRO 29: Legislação referente às Políticas Estaduais de Saneamento Básico, Resíduos Sólidos e Recursos Hídricos, no Rio Grande do Sul, de 1993 a 2011 Ano Legislação Estadual Principais Disposições 1993 Lei nº 9.921/1993 Dec. n° 38.356/1998 e nº 39.855 /1999 Gestão dos resíduos sólidos no Rio Grande do Sul 1994 Lei n.º 10.350/1994 Política Estadual de Recursos Hídricos 1999 Dec. nº 39.580/1999 e nº 39.792/1999 Grupo de trabalho para implantação da coleta seletiva de lixo nos órgãos da administração estadual no RS 2003 Dec. nº 42.555/2003 2003 Lei nº 12.037/2003 Grupo de trabalho para a elaboração das diretrizes da Política Estadual de Resíduos Sólidos no RS. Política Estadual de Saneamento Básico (PESB): disciplina o planejamento e a execução das ações, obras e serviços de saneamento no Rio Grande do Sul, conforme as atribuições e competências constitucionais dos entes federados. Instituição do SESAN, CONESAN e CRESANs. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 111 Comissão para gestão de resíduos sólidos no Rio Grande do Sul, coordenada pela SEMA. Distribuiu as competências do saneamento entre a SEHABS, SOP e 2011 Lei nº 13.601/2011 SEMA. Fonte: Rio Grande do Sul (1993; 1994; 1999; 2003; 2011) 2011 Dec. nº 48.129/2011 e nº 48.904/2011 A partir de 2011, dada as mudanças na estrutura administrativa do estado do RS, as competências referentes ao saneamento ficaram distribuídas entre três secretarias de estado, apresentadas no quadro 30. QUADRO 30: Competências do Saneamento no Rio Grande do Sul, 2011. Competências do Saneamento Instituições/Órgãos Secretaria de Habitação e Saneamento (SEHABS) Secretaria de Obras Públicas, Desenvolvimento Urbano (SOP) Secretaria do Meio Ambiente (SEMA) Irrigação e Competências Formular e coordenar programas e executar obras públicas na área de saneamento básico. Propor e executar a política de desenvolvimento das regiões metropolitanas, municípios e aglomerações urbanas. Participar, promover e atuar conjuntamente na coordenação política estadual de saneamento ambiental, em benefício da saúde pública e da proteção ambiental. Fonte: Rio Grande do Sul (2011) A PESB definiu saneamento ambiental como: (...) saneamento ou saneamento ambiental, como o conjunto de ações socioeconômicas que têm por objetivo alcançar níveis crescentes de salubridade ambiental, por meio do abastecimento de água potável, coleta e disposição sanitária de resíduos líquidos, sólidos e gasosos, promoção da disciplina sanitária do uso e ocupação do solo, drenagem, controle de vetores de doenças transmissíveis, com a finalidade de proteger e melhorar as condições de vida, tanto nos centros urbanos, quanto nas comunidades carentes e propriedades rurais (Lei nº 12.037/2003). Para implantação da política de saneamento no estado foram estabelecidos como instrumentos: a) o Sistema Estadual de Saneamento (SESAN); b) o Plano Estadual de Saneamento; c) Fundo Estadual de Saneamento (FESAN); d) Código Estadual de Saneamento (CESAN); e) o Programa Permanente de Controle de Qualidade dos Serviços Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 112 de Saneamento (PPCQSS); f) o Sistema de Informações Gerenciais em Saneamento (SIGSAN); g) os Planos Municipais e Regionais de Saneamento. O SESAN é definido como: O conjunto de agentes institucionais que, no âmbito das respectivas competências, atribuições, prerrogativas e funções, interagem de modo articulado, integrado e cooperativo para formulação, execução e atualização do Plano Estadual de Saneamento de acordo com os conceitos, os princípios, os objetivos, as diretrizes e os instrumentos da Política Estadual de Saneamento (Lei nº 12.037/2003). Dessa maneira, o SESAN é composto por diferentes órgãos e entidades envolvidos nas áreas de saneamento, de recursos hídricos e meio ambiente, e possui como atribuições a execução e atualização do Plano Estadual de Saneamento e a apresentação de proposições e implantação de mecanismos de articulação, integração e de gestão. COMPOSIÇÃO DO SISTEMA ESTADUAL DE SANEAMENTO (SESAN) 2003 Integrantes (I) Usuários dos serviços públicos de saneamento; (II) Prestadores de serviços públicos de saneamento: concessionárias, permissionárias, órgãos municipais e estaduais; (III) Secretarias estaduais e municipais de saneamento e saúde pública; (IV) Entidades de pesquisa, de ensino e de desenvolvimento tecnológico e gerencial na área de saneamento; (V) Órgãos gestores de recursos hídricos e ambientais relativos ao saneamento; (VI) Órgãos responsáveis pelo planejamento estratégico e pela gestão financeira do estado; (VII) Órgãos representativos das empresas consultoras, construtoras, fabricantes, fornecedoras de materiais, equipamentos e serviços de saneamento e das entidades representantes da cadeia produtiva do estado; (VIII) Associações profissionais das áreas de saneamento, da saúde, dos recursos hídricos e do meio ambiente; (IX) Órgãos estaduais responsáveis pela promoção do desenvolvimento dos municípios; (X) Agência de Regulação do Estado do Rio Grande do Sul - AGERGS; (XI) Órgãos ou entidades da União que atuam no estado, nas áreas de saneamento, de recursos hídricos e meio ambiente; (XII) Consórcios intermunicipais por bacias hidrográficas no estado. ATRIBUIÇÕES (a) execução e atualização do Plano Estadual de Saneamento; (b) proposição e implantação de mecanismos de articulação e integração, para equacionamento e solução de problemas de saneamento de interesses comuns: entre o estado, os municípios e a União; empresas públicas e/ou privadas direta ou indiretamente Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 113 geradoras de efluentes sólidos e/ou líquidos; órgãos da administração estadual envolvidos direta ou indiretamente com o saneamento; (C) proposição e implantação de mecanismos de gestão: para aplicação racional de recursos financeiros, com maximização entre os benefícios gerados e os custos das obras, instalações e serviços de saneamento; que assegurem o cumprimento da legislação sanitária e ambiental em vigor; que promovam o desenvolvimento tecnológico e a capacitação de recursos humanos no campo do saneamento, o aperfeiçoamento da legislação pertinente na forma própria e o desenvolvimento institucional, gerencial e técnico dos serviços de saneamento do estado. Lei nº 12.037/2003 Observa-se que PESB concebeu o saneamento como uma questão de salubridade ambiental, que é entendida como “estado de higidez” da população urbana e rural, capaz de inibir, prevenir ou impedir a ocorrência de doenças veiculadas pelo meio ambiente, e promover condições favoráveis ao pleno gozo de saúde e bem estar da população. Em função disse o SESAN prevê também a articulação com órgãos da área de saúde pública. A região metropolitana apenas foi mencionada no artigo 3º da PESB: “O Estado, em conjunto com os municípios, deve promover a organização, o planejamento e a execução das funções públicas de saneamento de interesse comum, na Região Metropolitana e aglomerações urbanas rurais, onde a ação supralocal se fizer necessária, respeitada a autonomia municipal” (Lei nº 12.037/2003). Não existe uma articulação formal entre os planos e políticas estaduais de saneamento, com o envolvimento da autoridade metropolitana na área de saneamento, e nem legislação específica que regule a temática na RMPA. Entretanto, entre as finalidades da METROPLAN (Estatuto, Decreto nº 39.271/1999) se encontra a participação na gestão de recursos hídricos a fim da compatibilização das ações de uso e a ocupação do solo com a proteção ao meio ambiente, e uma das atividades permanentes está relacionada ao assessoramento aos comitês de bacias, em que a METROPLAN ocupa e sedia a Secretaria Executiva do Comitê Gravataí. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 114 B. Prestadores de Serviços em Saneamento Público na RMPA Conforme a PNSB cabe aos municípios, enquanto poder concedente e titular dos serviços, delegarem a organização, a regulação, a fiscalização e a prestação dos serviços de saneamento básico de forma direta, por órgão, fundação de direito público, autarquia, empresa pública ou sociedade de economia mista municipal; de forma indireta, por concessão a empresas privadas ou públicas, mediante processo de licitação; por prestação regionalizada; por consórcio de direito público integrado pelos titulares dos serviços; ou órgão ou entidade federal, mediante convênio de cooperação entre entes da federação. As atividades regulatórias dos serviços de saneamento básico poderão ser realizadas por agências reguladoras municipais ou ser delegadas pelos municípios a qualquer entidade reguladora constituída dentro dos limites do estado, sendo explicitados no ato de delegação a forma de atuação e a abrangência das atividades a serem desempenhadas pelos envolvidos. Os serviços de saneamento na RMPA são realizados por quatro prestadores de serviços, entre eles três prestadores municipais: DMAE, que atende a capital do Porto Alegre nos serviços de água e esgoto, a COMUSA, que atende o município de Novo Hamburgo nos serviços de água e esgoto e o SEMAE, que atende o município de São Leopoldo nos serviços de água, esgoto e drenagem urbana, e a companhia estadual, CORSAN, que atende a maior parte dos municípios metropolitanos nos serviços de água, e em alguns nos serviços de esgoto, assim como atende grande parte dos demais municípios do Rio Grande do Sul nos serviços de água e esgoto (quadro 31). QUADRO 31: Prestadores de serviços em água e esgoto na RMPA, 2013 (Continua...). PRESTADOR SERVIÇO ATRIBUIÇÕES DMAE Sede: Porto Alegre Natureza Jurídica: Autarquia Abrangência: Local Água e Esgoto Captação, tratamento e distribuição de água, e pela coleta e tratamento do esgoto sanitário (cloacal) em Porto Alegre. Fiscalização e manutenção dos serviços de água e esgoto Planejamento e promoção da melhoria e ampliação dos serviços, em uma a gestão sustentável dos recursos hídricos. COMUSA Sede: Novo Hamburgo Natureza Jurídica: Autarquia Água e Esgoto Gerenciar o sistema de saneamento básico, compreendido pelo abastecimento de água potável e esgoto cloacal no município. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 115 Abrangência: Local CORSAN Sede: Porto Alegre Natureza Jurídica: Sociedade de economia mista com administração pública Abrangência: Regional Água e Esgoto Promover o saneamento ambiental em forma de convênios. Atendimento de 325 municípios com abastecimento de água e 48 municípios com serviços de esgotamento sanitário em 2013. SEMAE Sede: São Leopoldo Natureza Jurídica: Autarquia Abrangência: Local Água, Esgoto e Drenagem Urbana Abastecimento de água tratada, coleta e tratamento de esgotos, e operação do sistema de macro e micro drenagem. Fonte: Ministério das Cidades, Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, 2010. C. Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul - AGERGS A AGERGS foi criada em 1997, por meio da Lei Estadual nº 10.931, com a finalidade de regular a prestação de serviços públicos delegados no Rio Grande do Sul. A agência se constitui de uma autarquia, dotada de autonomia financeira, funcional e administrativa. A regulação visa garantir a prestação de serviços que satisfaçam as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na prestação e, modicidade nas tarifas, e ao mesmo tempo com a harmonia entre os interesses dos usuários e os interesses dos concessionários e permissionários de serviços públicos, com a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro dos serviços públicos delegados. Nesse sentido compete a AGERGS garantir a isonomia no acesso e uso dos serviços públicos, a acessibilidade das tarifas aos cidadãos e o justo retorno dos investimentos; o cumprimento da legislação específica relacionada aos serviços públicos delegados; o controle e orientação nos contratos e licitações nos serviços; fixação, reajuste, revisão, homologação das tarifas; requisitar informações a administração, aos delegantes e prestadores de serviços públicos delegados; moderar, dirimir ou arbitrar conflitos de interesse entre partes; permitir o amplo acesso às informações sobre a prestação dos serviços públicos delegados; fiscalizar a qualidade dos serviços; aplicar sanções Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 116 decorrentes do descumprimento da legislação e dos contratos e; a fiscalização quanto à execução do Programa Estadual de Concessão Rodoviária no Rio Grande do Sul. A agência atua na regulação nas áreas de saneamento, rodovias, portos e hidrovias, irrigação, transporte intermunicipal de passageiros (ônibus e estações rodoviárias), aeroportos, distribuição de gás canalizado, inspeção de segurança veicular, energia elétrica e telecomunicações. Nesses dois últimos setores, por serem esferas de competência da União, a AGERGS só pode atuar mediante celebração de convênio com as agências federais específicas. Entre as metas da agência estão a criação e o aprimoramento dos instrumentos regulatórios, a institucionalização e o controle social através de consultas e audiências públicas. D. Consórcio Pró-Sinos A Lei nº 11.107/2005 permitiu a formação de consórcios públicos entre os municípios. Esses consórcios se caracterizam como pessoas jurídicas de direito privado, e a adesão em consórcios, pode ter como base quaisquer critérios de associação que os consorciados considerem pertinentes. Na RMPA em 2007 foi criado o Consórcio Pro-Sinos voltado para ações de saneamento básico, que incluem o conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e, drenagem e manejo das águas pluviais urbanas. O Pró-Sinos integra os municípios da bacia do Rio dos Sinos, que somam 32 no total. Desses municípios 24 já consorciados em 2011 e 08 municípios que poderiam a vir a se consorciar. Na bacia são encontrados 24 municípios metropolitanos, e desses 20 já se encontram consorciados no Pró-Sinos. 2.2.1.2. INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO E GESTÃO A RMPA não conta com um planejamento para o saneamento básico no nível metropolitano, como instrumentos de planejamento e gestão, que também são atribuídos a área metropolitana, encontram-se os planos municipais, obrigatórios conforme a PNSB, Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 117 que em grande parte se encontram em fase elaboração nos moldes da política nacional, alinhados ao Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB). No nível estadual encontra-se em curso a elaboração do Plano Estadual de Saneamento do Estado do Rio Grande do Sul, que visando à melhoria da salubridade ambiental da população do estado deverá atender às zonas urbanas e rurais. Esse plano deverá possibilitar a criação de mecanismos de gestão para o saneamento básico nos quatro eixos definidos pela PNSB: abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo de resíduos sólidos e, drenagem e manejo de águas pluviais. Entre esses mecanismos encontra-se a construção do Índice de Salubridade Ambiental – ISA, que poderá ser usado como base para definição dos locais carentes de investimentos em saneamento. Em relação dos resíduos sólidos, a partir do PRO-GUAÍBA, a METROPLAN desenvolveu entre 1997-1998 o Plano Diretor de Resíduos Sólidos da RMPA (PDRS), que contemplou os 25 municípios que integravam a RMPA na época. O PDRS apresentou uma perspectiva de gerenciamento integrado dos resíduos sólidos, em uma visão regional, com intuito de romper a visão individual centrada no município. As ações estratégicas previstas no plano extrapolavam o limite de atuação da METROPLAN, tendo sido necessárias articulações com outros órgãos estaduais (secretaria do meio ambiente e secretaria da fazenda), prefeituras, organismos de financiamento e entidades da sociedade civil, associações de recicladores, associações das indústrias, associações de profissionais do setor, ONGs, entre outras. Conforme a PNRS os municípios devem elaborar os planos municipais de gestão integrada de resíduos sólidos, com consideração das especificidades locais a partir de diagnóstico que evidencie a situação dos resíduos sólidos gerados no município com informações sobre a origem, o volume e a caracterização, e o seu destino e disposição final. Em relação às ações para minimizar a geração de resíduos sólidos, Porto Alegre adotou o conceito de responsabilidade compartilhada, que tem como objetivo a prática do manejo associado ao ciclo de vida dos produtos, em que todos os atores são responsáveis. Em relação aos recursos hídricos, cabe aos comitês de bacias a aprovação dos planos de bacias hidrográficas, que se se caracterizam como instrumentos para o planejamento e gestão dos recursos hídricos, de acordo com os princípios e diretrizes da PERH. Esses planos são desenvolvidos em três etapas: diagnóstico da situação dos Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 118 recursos hídricos da bacia; cenários futuros sobre os recursos hídricos na bacia; e proposições de um programa de ações futuras para a bacia. Esses planos vêm sendo realizados por intermédio da SEMA, com recursos do Fundo de Recursos Hídricos (FRHRS). Os planos dos seis comitês de bacias na RMPA se encontram em diferentes fases de elaboração, e no nível estadual o Plano Estadual de Recursos Hídricos já foi concluído. Outro instrumento de gestão previsto na PERH, pertinente a questão do saneamento, que está em discussão junto aos comitês de bacias, trata-se da cobrança pelo uso da água, que consiste na cobrança pela captação de água e pelo lançamento de efluentes. O principal escopo da cobrança pelo uso da água trata-se do incentivo a economia de água e prevenção da poluição, e com a arrecadação desses recursos a possibilidade de promover o financiamento de investimentos em programas de preservação dos recursos hídricos. Essa cobrança deve ser operacionalizada com a implantação das agências de regiões hidrográficas, previstas no sistema de gestão de recursos hídricos. A METROPLAN em 2010, pelo convênio (003/2010) com a SEMA-RS, executou em caráter provisório as atribuições de Agência de Região Hidrográfica do Guaíba, área em que se encontra a RMPA. A atuação do órgão metropolitano esteve relacionada a realização de estudos e ações para implantação dos instrumentos de gestão dos recursos hídricos, com objetivo de qualificar os comitês de bacias para implementação da cobrança pelo uso da água e das demais intervenções. O Comitê de Bacia do Rio Gravataí em seu plano de bacia (já concluído) propôs um modelo de cobrança pelo uso da água, com a arrecadação ajustada à realidade da bacia. 2.2.1.3. PROJETOS DE INVESTIMENTO E RECURSOS PARA O FINANCIAMENTO A. Programas Estaduais No Programa para o Desenvolvimento Racional, Recuperação e Gerenciamento Ambiental da Bacia Hidrográfica do Guaíba - PRÓ-GUAÍBA, criado em 1989, que contou com financiamentos do Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID e até 2004 Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 119 somou investimentos no total de US$ 222,6 milhões, foram realizadas várias ações de impacto para o saneamento ambiental na RMPA (tabela 29). TABELA 29: Investimentos (US$) em Saneamento Ambiental do PRO-GUAÍBA, 1989 – 2004. Investimentos PRO-GUAÍBA – Saneamento Ambiental Co-Executores Ações CORSAN Esgotos Cachoeirinha / Gravataí Total US$ 73.124.973,03 DMAE Esgotos Porto Alegre 43.554.382,83 DMLU Resíduos Sólidos - Porto Alegre 5.670.055,44 CORSAN/DMAE/FEPAM Rede de Monitoramento Ambiental 4.421.557,08 METROPLAN Plano Diretor de Resíduos Sólidos para RMPA 666.680,73 Fonte: Programa PRO-GUAÌBA, http://www.proguaiba.rs.gov.br/planilha/investimento.htm. No PPA 2008-2011 o Programa Gaúcho de Saneamento teve entre seus objetivos apoiar os municípios no sentido de atingir os índices crescentes de abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo de resíduos sólidos e manejo de águas pluviais, e foi executado pelas secretarias de obras e saneamento e secretaria do meio ambiente. Nesse programa, foram desenvolvidas pela METROPLAN, junto à secretaria de Habitação e Desenvolvimento urbano (atual SEHABS), ações referentes à implantação do Sistema Estadual de Resíduos Sólidos, com recursos de R$ 36,1 milhões. Entre as ações estavam a realização de assessoria para a elaboração da Política Estadual de Resíduos Sólidos, a revisão do PDRS da RMPA e a implantação de unidades de processamento e destino final de resíduos sólidos. A revisão do plano diretor de resíduos sólidos contemplou a seleção de áreas para tratamento e disposição final de resíduos na RMPA e o diagnóstico e propostas para o gerenciamento de resíduos no estado. A implantação de unidades de processamento compreendeu a construção de unidades de reciclagem de resíduos sólidos, e o assessoramento à cooperativas de catadores, com o qual no período 2003-2006 haviam sido gastos R$ 518 mil em quatro municípios e no período 2007-2008, R$ 376 mil. Dentro do Programa de Desenvolvimento Urbano e Regional no PPA 2008-2012, referentes às ações integradas de infraestrutura urbana foi implantado o (sub) Programa Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 120 Integrado para Recuperação de Áreas Degradadas, gerenciado pela METROPLAN, que desenvolveu ações comunitárias para melhoria da infraestrutura em três sub-bacias críticas da RMPA. O objetivo principal do projeto foi a recuperação urbana e ambiental das áreas degradadas, com a promoção e o desenvolvimento social e econômico das comunidades. O projeto foi criado a partir da necessidade de ações para promover a qualidade de vida das comunidades que vivem em áreas caracterizadas pelo acúmulo de lixo, poluição de mananciais, inundações, habitações irregulares, com baixa renda e baixa qualificação profissional. Além da atuação do órgão metropolitano, na busca de melhores condições para realização das obras e serviços nas áreas, às ações envolveram vários órgãos governamentais do estado, municípios, assim como entidades privadas, estabelecimentos de ensino e organizações da sociedade civil. A área prioritária foi o arroio Feijó, numa extensão de 53,5 km², com cerca de 172.000 habitantes, envolvendo os municípios de Alvorada, Porto Alegre e Viamão. As ações desenvolvidas nessa área incluíram: a mobilização e capacitação da comunidade para as atividades socioambientais; a elaboração de Plano de Desenvolvimento Local Integrado por meio de processo participativo; a urbanização das áreas degradadas; educação ambiental; capacitação para geração de emprego e renda; e obras e projetos especiais. Outras duas áreas também foram objeto do programa, o arroio Sapucaia, com 146,3 km², e cerca de 142.000 habitantes, envolvendo os municípios de Sapucaia do Sul, Esteio, Canoas, Cachoeirinha, Gravataí e Novo Hamburgo, e a área do arroio Pampa, com 24,2 km², cerca de 80.000 habitantes, nos municípios de Campo Bom, Dois Irmãos e Novo Hamburgo. No PPA 2012-2015 o Programa Estadual de Planejamento e Desenvolvimento Metropolitano, Regional e Municipal, a ação de Promoção do Desenvolvimento Social, Econômico e Ambiental da RMPA e Aglomerações Urbanas do Estado, a ser desenvolvida pela METROPLAN, com recursos de R$ 7,7 milhões, entre os produtos previstos estavam a implantação da recuperação de áreas degradadas; a instalação de cooperativas e associação de recicladores de lixo; a construção de galpões de reciclagens; a realização de intervenções em área de risco; a implantação da Agência das Águas; a elaboração de Plano Diretor de Resíduos Sólidos. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 121 Em relação ao saneamento no PPA 2012-2015, o Programa Mais Saneamento para o Rio Grande do Sul, que apresentou como objetivo geral a estruturação do sistema estadual de saneamento e a ampliação do acesso aos serviços de saneamento básico, havia a previsão de várias ações. Esse programa está relacionado a um dos Objetivos do Milênio da Organização das Nações Unidas – ONU relacionado a garantia da sustentabilidade ambiental, com objetivo da redução pela metade, até 2015, da proporção da população sem acesso permanente e sustentável à água potável e segura. Essa redução tem como base, indicadores da proporção de domicílios sem acesso a uma fonte de água ligada à rede geral e sem acesso à rede geral de esgoto ou pluvial. No PPA 2012-2015, os indicadores para Programa mais Saneamento se referem ao Nível de Universalização da Água Urbano Factível (NUA) e ao Nível de Universalização de Esgoto Urbano Factível (NUE). Dentro das ações adotadas pelo programa se encontram: a expansão e melhorias do sistema de abastecimento de água; a promoção da expansão do abastecimento de água potável no meio rural; a perfuração de poços tubulares. A tabela 30 apresenta os valores orçados para ações de saneamento ambiental dentro do Programa Mais Saneamento. TABELA 30: Programa Mais Saneamento para o Rio Grande do Sul, PPA 2012-2015. Programa Mais Saneamento para o Rio Grande do Sul Ações Valor R$ Total do Programa SEHABS Apoio à implantação de sistema de saneamento Elaboração de estudos, planos, sistemas de informações, código de saneamento e fundo estadual 2.370.432.619 756.703.112 44.280.000 Estruturação do sistema estadual de Saneamento e ampliação do acesso aos Serviços de saneamento básico Perfuração de poços tubulares Repasse dos recursos do orçamento da geral da união (OGU) CORSAN Expansão e melhorias do sistema de Abastecimento de água 4.820.000 140.000 20.480.000 686.983.112 1.613.729.507 565.256.657 Expansão e melhorias do sistema de esgotamento sanitário 944.764.471 Fomento de novos negócios 8.095.082 Promoção da expansão do abastecimento de água potável no meio Rural Renovação dos contratos de programa para prestação de serviço de abastecimento e esgotamento Sanitário 48.337.342 19.250.000 Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 122 Programa Mais Saneamento para o Rio Grande do Sul Ações Valor R$ Promover a manutenção do parque de medidores Fonte: Rio Grande do Sul, PPA 2012-2015. 28.025.955 O PPA 2012-2015 também previu como ação a ser desempenhada pela AGERGS, dentro do orçamento de R$ 3,7 milhões, a execução de convênios para regulação de serviços de competência da União e dos municípios, como convênio com o Ministério das Cidades para regulação na área de saneamento básico. B. Fundo Estadual de Saneamento (FESAN) Em 2003 a PESB definiu como um de seus instrumentos o Fundo Estadual de Saneamento (FESAN) destinado a execução dos programas do Plano Estadual de Saneamento. Esse fundo deveria ser criado por lei especifica, que vem sendo discutida pelo CONESAN. Na 8ª reunião do CONESAN em dezembro de 2012 foi destacado que o fundo, cuja criação possui respaldo tanto na legislação estadual, como na federal, teria como principal objetivo atender aos pequenos municípios, que possuem baixa capacidade financeira para estruturar e universalizar os serviços de saneamento e dadas as externalidades proporcionadas aos corpos hídricos, os municípios maiores também seriam beneficiados. A base de composição do fundo seria a contribuição de 1% sobre as receitas de água e esgoto das operadoras, que não deveria ser repassada as tarifas, sendo os custos suportados pelas operadoras via aumento da efetividade nos serviços e racionalização dos custos operacionais. Este percentual poderia garantir recursos iniciais significativos, porém, poderia ser reduzido à medida que o fundo consiga incorporar outras fontes de recursos, como a cobrança pelo uso da água, mas cuja implantação ainda demandará tempo. No entanto, foi salientado que, conforme a política de recursos hídricos, os recursos da cobrança do uso da água devem ser aplicados nas respectivas bacias hidrográficas que lhes deram origem, e esse mesmo critério poderia ser considerado para aplicação dos recursos oriundos das receitas de água e esgoto do fundo. Em função disso faz-se necessário que a administração do fundo seja realizada separada do caixa único do estado, assim como poderia ser verificada a possibilidade da incorporação de recursos provenientes da desoneração do PIS e COFINS. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 123 Também foi destacado que na criação do FESAN deve ser considerada a iniciativa empregada pela CORSAN, que por meio dos contratos com os municípios vem instituindo um fundo municipal de gestão compartilhada, que já contempla 30 municípios no estado. Para esse fundo são revertidos 5% das receitas de água e 100% das receitas de esgoto, e 30% desse fundo retorna ao município para aplicação em saneamento ambiental, e o restante para aplicação em obras para universalização dos serviços de esgotamento sanitário. A SEHABS também recebe recursos do Fundo Estadual de Recursos Hídricos para aplicação no saneamento, que também deveriam ser analisados. Outro destaque foi à viabilidade de se estabelecer também uma forma de cobrança sobre os resíduos sólidos. Em relação aos resíduos sólidos a maior parte dos municípios efetua a cobrança da população nos níveis necessários para cobrir os custos dos serviços. Porém, os municípios pagam empresas prestadoras de serviços para a coleta e destinação final dos resíduos sólidos, que é um problema a ser equacionado. 2.2.1.4. CONTROLE SOCIAL Não há um controle social para o saneamento ambiental na RMPA a nível metropolitano. Os mecanismos de controle social são encontrados no nível estadual, nos recortes regionais dos Coredes, dos comitês de bacias e no nível municipal. No nível estadual em 2003 com a PESB foram criados como organismos de nível estratégico o Conselho Estadual de Saneamento (CONESAN) e as Comissões Regionais de Saneamento (CRESANs), que foram regulamentados em 2005, mas tiveram a estrutura recomposta em 2011 (Lei nº 13.836), com nova regulamentação em 2012 (Decreto nº 48.989). Apesar do marco legal desde 2003, o CONESAN esteve inoperante no período e retomou as suas atividades em 2012. O CONESAN é composto por representantes das principais secretarias de estado, representantes dos comitês de bacias e da companhia estadual de saneamento. Participam do conselho, como convidados, a Fundação Nacional de Saúde - FUNASA/RS, a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul – FAMURS, a Associação Nacional de Serviços Municipais de Saneamento - Regional Rio Grande do Sul Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 124 - ASSEMAE REGIONAL/RS, a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental - ABES/RS, e a Associação Gaúcha de Empresas de Obras de Saneamento – AGEOS. As reuniões bimestrais do conselho também podem contar a presença de representantes de outros órgãos do estado e/ou entidades, como os operadores de serviços de água e esgoto, o Ministério Público, assim como representantes do órgão metropolitano. Composição do Conselho Estadual de Saneamento (CONESAN) - 2012 Integram o conselho: 08 Secretários de Estado ou seus representantes • Secretaria de Habitação, Saneamento (que preside o conselho); • Secretariado Meio Ambiente, ou seu representante; • Secretaria da Saúde; • Secretaria de Obras Públicas e Irrigação; • Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio; • Secretaria do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo; • Secretaria do Planejamento, Gestão e Participação Cidadã; • Secretaria do Gabinete dos Prefeitos e Relações Federativas. 01 representante indicado pela CORSAN 03 representantes dos comitês das bacias hidrográficas indicados pelo Conselho de Recursos Hídricos do Rio Grande do Sul – CRH Como convidados a participar do conselho: 01 representante da União, designado pela Fundação Nacional de Saúde - FUNASA/RS 03 representantes dos Municípios que serão indicados pela Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul - FAMURS 01 representante indicado pela Associação Nacional de Serviços Municipais de Saneamento - Regional Rio Grande do Sul - ASSEMAE REGIONAL/RS 01 representante da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental - ABES/RS 01 representante da Associação Gaúcha de Empresas de Obras de Saneamento – AGEOS Decreto nº 48.989/2012 Entre as competências do CONESAN como função principal estão as deliberações quanto à formulação, implantação e acompanhamento da PESB, a discussão e aprovação do Plano Estadual de Saneamento, quanto à fonte de recursos, com a criação do FESAN, entre outras. Atribuições do Conselho Estadual de Saneamento (CONESAN) – 2005 Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 125 (I) Discutir e aprovar propostas de anteprojeto de lei referente ao Plano Estadual de Saneamento, assim como, as que devam ser incluídas nos anteprojetos de lei sobre o plano plurianual, diretrizes orçamentárias e orçamento do Estado; (II) Aprovar o relatório anual sobre a Situação de Salubridade Ambiental no Estado do Rio Grande do Sul; (III) Exercer funções normativas e deliberativas relativas à formulação, à implantação e ao acompanhamento da Política Estadual de Saneamento; (IV) Deliberar sobre fontes alternativas de recursos para a composição do Fundo Estadual e Saneamento, nos termos da lei; (V) Estabelecer diretrizes para a formulação de programas anuais de aplicação de recursos do Fundo Estadual de Saneamento; (VI) Orientar e aprovar a aplicação dos recursos do FESAN, em consonância com os objetivos e metas estabelecidos no Plano Estadual de Saneamento; (VII) Decidir originariamente os conflitos no âmbito do Sistema Estadual de Saneamento, conforme o disposto no regulamento da respetiva lei; (VIII) Articular com o Conselho Estadual de Recursos Hídricos a compatibilização do Plano Estadual de Saneamento com o Plano Estadual de Recursos Hídricos e Conselho Estadual de Meio Ambiente. Decreto nº 43.973/2005 A PESB também previu a criação de das Comissões Regionais de Saneamento (CRESANs), definidas como comissões de caráter consultivo, articuladas ao CONESAN, e com áreas de atuação definidas pelos Coredes e compatibilizadas com as bacias hidrográficas. As comissões devem contar com a participação de representantes da administração do estado, dos municípios e da sociedade civil. Para tratamento de questões específicas de saneamento do interesse da respectiva região abrangida, as comissões poderão criar câmaras técnicas com caráter consultivo. Composição e Atribuições das Comissões Regionais de Saneamento (CRESANs) Composição (Decreto nº 48.989/2012) · Representantes da Administração Direta e Indireta do Estado (saneamento, saúde pública e meio ambiente) · Representantes dos Municípios e Consórcios Intermunicipais · Representantes da Sociedade Civil (setor de saneamento: entidades e associações de classe, instituições de pesquisa e desenvolvimento tecnológico, associações de empresas privadas e entidades representantes dos usuários) Atribuições (Decreto nº 43.673/2005) (I) Propor o Plano Regional de Saneamento para integrar o Plano Estadual de Saneamento e as suas atualizações (II) Promover estudos, divulgação e debates dos programas prioritários de ações, serviços e obras, a serem realizados no interesse da coletividade (III) Apreciar o relatório anual sobre a Situação de Salubridade Ambiental Regional (IV) Articular-se com os Comitês de Bacias Hidrográficas e os Coredes, visando à compatibilização das propostas de saneamento com as de recursos hídricos (V) Acompanhar a aplicação dos recursos financeiros do Fundo Estadual de Saneamento no âmbito de sua região (VI) Elaborar o respectivo Regimento Interno; Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 126 (VII) Executar outras atribuições correlatas que lhe forem determinadas. Entre as principais pautas das reuniões do CONESAN no período 2012/2013 estiveram: o Plano Estadual de Saneamento, com a discussão sobre a contratação de uma empresa especializada para elaboração, a apreciação do Termo de Referência e a abertura de licitação; e a criação do FESAN, considerado como um instrumento de universalização dos serviços de saneamento, cuja discussão, conforme entendimento do conselho deve envolver um amplo debate mais amplo, incluindo os operadores de saneamento (municipais, autarquias, regionais, privadas); a AGERGS e; a FAMURS, no sentido da construção de um pacto sócio-político com os municípios. 2.2.2. ANÁLISE DA EFETIVIDADE DO ARRANJO DE GESTÃO E DA GOVERNANÇA METROPOLITANA 2.2.2.1 ANÁLISE DA DINÂMICA SOCIOECONÔMICA E SUAS INTERFACES COM O SANEAMENTO AMBIENTAL Os serviços de água e esgoto são realizados por quatro prestadores, DMAE, SEMAE, COMUSA e CORSAN, que apresentam diferentes índices de cobertura entre os municípios na RMPA. Na RMPA a CORSAN presta serviços de água a 29 dos municípios metropolitanos, que concentravam 40,5% da população total da RMPA em 2010. Para os serviços de esgotamento sanitário a CORSAN presta serviços para menos da metade dos municípios metropolitanos, 11 desses, que apresentaram baixa cobertura nos serviços, com índices de atendimento que não alcançaram 50% da população entre 2010 e 2011 (tabela 31). TABELA 31: Serviços de Abastecimento de Esgoto – CORSAN, 2010, 2011 Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 127 Município Eixo 1 - Norte Sul Canoas Sapucaia do Sul Esteio Eixo 2 - Sudeste Cachoeirinha Gravataí Alvorada Viamão Eixo 3 - Sudoeste Guaíba Eixo 5 - Noroeste Estância Velha Eixo 6 - Nordeste Igrejinha Campo Bom Índice de atendimento com rede de esgoto População População Total (%) Urbana (%) 2010 2011 2010 2011 Índice de tratamento de Quantidade de esgotos economias Esgoto Esgoto residenciais ativas coletado gerado 2010 2011 2010 2011 2010 2011 17,2 5,1 5,0 17,4 5,0 5,0 17,2 17,4 5,1 5,1 5,1 5,0 55,0 55,0 100,0 100,0 100,0 100,0 13,3 12,1 8,1 6,4 6,4 5,6 17.917 2.185 1.331 18.444 2.185 1.331 34,5 20,9 17,1 1,2 40,4 21,1 17,5 1,2 34,5 40,4 22,0 22,2 17,1 17,5 1,3 1,2 100,0 100,0 100,0 100,0 40,0 40,0 57,3 48,7 50,8 40,6 11,2 9,5 13.429 17.200 10.294 922 15.985 18.106 10.711 934 3,2 3,4 3,3 3,5 75,0 75,1 4,5 3,9 1.009 1.097 3,2 3,2 3,3 3,2 100,0 100,0 5,1 3,8 448 451 2,8 0,0 2,7 0,0 2,9 0,0 2,9 0,0 293 3 307 9 Fonte: Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento. Na análise dos índices de cobertura de água da CORSAN, entre 2010 e 2011, os municípios apresentaram aumento na cobertura e redução significativa nas perdas na distribuição (tabela 32). TABELA 32: Serviços de Abastecimento de Água – CORSAN, 2010, 2011 Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 128 Município Eixo 1 - Norte Sul Canoas Esteio Sapucaia do Sul Dois Irmãos Ivoti Eixo 2 - Sudeste Alvorada Cachoeirinha Gravataí Viamão Santo Antônio da Patrulha Glorinha Eixo 3 - Sudoeste Guaíba Charqueadas Arroio dos Ratos Eldorado do Sul São Jerônimo Eixo 4 - Centro Oeste Montenegro Nova Santa Rita Triunfo Eixo 5 - Noroeste Portão Estância Velha São Sebastião do Caí Capela de Santana Eixo 6 - Nordeste Parobé Sapiranga Campo Bom Igrejinha Taquara Rolante Índice de atendimento com rede de água Consumo médio Índice de perdas na per capita de distribuição % água - litro / habitante dia 2010 2011 2010 2011 Var. % População 2010 2011 População 2010 2011 97,3 96,3 90,8 84,2 84,7 100,0 100,0 99,8 99,2 90,9 97,3 96,4 91,1 85,0 93,1 98,2 98,2 92,9 88,9 94,2 135,1 129,1 133,3 127,9 121,9 156,9 141,9 140,3 126,4 134,5 53,8 9,1 56,9 34,5 50,7 49,3 11,4 47,1 39,8 44,7 91,8 84,3 68,8 72,7 48,3 39,6 100,0 91,7 100,0 84,2 95,9 72,2 94,2 77,3 71,7 68,1 30,6 100,0 93,4 87,8 74,3 79,0 70,6 100,0 118,6 148,3 129,1 131,4 148,3 167,0 130,2 165,6 136,9 130,9 141,2 243,5 29,9 26,2 60,2 26,6 31,2 7,7 86,0 95,7 93,6 63,8 73,0 98,2 97,7 95,6 91,4 77,0 89,6 99,9 100,0 71,1 98,0 119,0 171,8 46,6 146,0 131,9 137,5 184,4 141,3 117,5 152,5 46,3 27,7 74,8 55,1 50,5 79,8 90,5 31,4 86,8 41,8 66,1 88,3 90,2 36,5 40,0 63,9 76,0 141,7 117,4 228,2 27,6 70,2 67,7 20,7 100,0 97,4 80,1 59,4 33,7 72,0 84,2 34,7 100,0 74,9 86,5 34,3 43,7 63,6 78,7 71,9 58,2 47,9 100,0 96,6 95,4 95,3 83,3 78,7 46,2 65,9 82,4 75,4 70,2 60,9 100,0 67,9 83,2 76,6 71,9 62,6 88,0 97,9 98,3 71,1 94,7 Quantidade de economias residenciais ativas 2010 2011 -4,5 2,2 -9,8 5,3 -6,0 103.076 25.639 39.296 8.199 5.797 104.132 26.086 40.066 8.691 5.964 24,1 20,4 48,0 21,4 21,8 1,2 -5,8 -5,8 -12,1 -5,2 -9,4 -6,5 55.832 33.123 58.582 58.361 7.211 1.184 57.037 34.524 60.261 59.757 7.513 1.272 41,5 20,3 26,3 48,8 36,2 -4,8 -7,4 -48,4 -6,3 -14,3 27.372 9.925 4.613 7.870 5.748 27.875 10.228 4.698 7.977 5.945 149,5 90,8 194,3 35,5 33,5 33,3 11,6 24,8 23,9 -1,9 -21,7 -0,9 16.500 2.378 3.907 16.865 2.680 4.689 125,0 125,5 128,1 106,0 110,1 123,7 90,8 75,7 52,3 43,6 23,5 46,1 0,0 25,4 36,4 31,2 -52,3 -18,1 12,9 -14,9 2.890 9.888 5.322 870 3.411 10.509 5.502 862 122,0 123,2 126,4 126,0 148,9 130,8 92,1 126,8 158,0 126,9 141,5 123,4 33,7 49,3 8,2 43,5 29,1 39,7 20,7 31,6 11,5 48,5 23,6 41,7 -13,0 -17,7 3,3 5,0 -5,5 2,0 7.494 15.901 16.029 7.863 11.444 3.425 7.735 16.469 16.315 8.091 11.700 3.526 Fonte: Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento. No município de Novo Hamburgo, que concentrava 5,1% da população metropolitana em 2010, a COMUSA, entre 2011 e 2010, apresentou uma redução no atendimento de água, com aumento de consumo per capita e redução das perdas. O SEMAE, que atende o município de São Leopoldo, com 4,2% da população da RMPA em 2010, apresentou aumento no índice de atendimento de água, com redução do consumo Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 129 per capita e manutenção do nível de perda nos mesmos patamares, acima de 50% (tabela 33). TABELA 33: Serviços de Abastecimento de Água e Esgoto da COMUSA e SEMAE, 2010, 2011. COMUSA Novo Hamburgo Água Esgoto 2010 2011 2010 Índice de atendimento com rede de água 96,3 % População total 83,6 Índice de atendimento com rede de água % População 98,0 urbana Quantidade de economias 65.810 residenciais ativas Município Tipo de Serviço Índice de tratamento esgoto coletado (%) de Índice de tratamento esgoto gerado (%) de SEMAE São Leopoldo Água Esgoto 2011 2010 2011 2010 2011 2,4 2,0 97,1 98,5 27,5 27,3 85,0 2,4 2,0 97,5 98,9 27,6 27,4 67.282 1.559 1.564 69.093 70.597 19.523 19.526 100,0 100,0 100,0 100,0 2,3 33,2 41,8 1,7 Consumo médio per capita 110,7 de água (litro / hab.dia) 129,2 158,5 155,7 Índice de perdas distribuição água % 47,3 54,6 54,7 na 48,7 Fonte: Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento. Em Porto Alegre, que concentrava 31,3% da população total da RMPA em 2010, entre 2010 e 2011 o DMAE apresentou aumento nos percentuais de atendimento de esgoto e tratamento do esgoto coletado, nos serviços de água houve aumento nas economias ativas e no consumo médio per capita de água (tabela 34). TABELA 34: Serviços de Abastecimento de Água e Esgoto da DMAE, 2010, 2011. Município DMAE Porto Alegre Tipo de Serviço Água 2010 Esgoto 2011 2010 2011 Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 130 Município DMAE Porto Alegre Tipo de Serviço Água Esgoto 2010 2011 2010 2011 Índice de atendimento com rede de água % População 100,0 total 100,0 87,7 88,0 Índice de atendimento com rede de água % População 100,0 urbana 100,0 87,7 88,0 Quantidade de economias residenciais ativas 546.260 448.684 474.438 Índice de tratamento de esgoto coletado 24,9 26,1 Índice de tratamento de esgoto gerado 16,4 16,4 Consumo médio per capita de água (litro / hab. dia) 518.953 208,7 Índice de perdas na distribuição água 23,2 Fonte: Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento. 219,5 24,8 Quanto às metas de ampliação da cobertura de serviços ressalta-se que conforme a PESB, além de metas para os serviços de abastecimento de água potável e esgotamento sanitário, também deverão ser estabelecidas metas para o tratamento de água e esgoto, níveis finais de resíduos sólidos e índice da qualidade das águas servidas devolvidas aos mananciais, sendo consideradas para tanto as disparidades regionais quanto ao grau de urbanização, a concentração populacional, aos níveis de renda, aos riscos sanitários, epidemiológicos e ambientais e à oferta de recursos hídricos. Nesse sentido está em processo de elaboração junto ao plano estadual de saneamento básico, a construção do Índice de Salubridade Ambiental – ISA. Na reunião de reinstalação do CONESAN em abril de 2012 foi destacada a grande defasagem existente nos serviços de saneamento no estado, em especial nas áreas de esgotamento sanitário e resíduos sólidos. Entretanto, ressaltou-se que o PAC tem garantido um fluxo continuo de investimentos na área de saneamento. Para ampliar os níveis de cobertura de esgotamento sanitário no estado havia previsão de um plano de investimentos, através da CORSAN, de R$ 2,8 bilhões para o período 2012/2015. Com esse plano a meta seria duplicar o nível de cobertura de esgotamento sanitário no estado, de 15% para 30% em 2015. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 131 Em Porto Alegre o Programa Integrado Sócio Ambiental apresentou como meta elevar o nível de coleta e tratamento de esgotamento sanitário para aproximadamente 80%. Também estavam sendo realizados investimentos para ampliar os níveis de cobertura dos serviços de esgotamento sanitário pelo SEMAE em São Leopoldo e pela COMUSA em Novo Hamburgo. De acordo com o debate dos atores nas reuniões do conselho, o CONESAN teria papel fundamental na articulação e integração das políticas públicas de saneamento, em prol do fortalecimento do setor, que com esforços conjuntos poderá alcançar a melhoria da salubridade ambiental do estado. 2.2.2.2. GOVERNANÇA DO SANEAMENTO AMBIENTAL METROPOLITANO: A QUESTÃO DO SANEAMENTO AMBIENTAL E DA EXPANSÃO DA INFRAESTRUTURA URBANA (ÁGUA, ESGOTO, MACRODRENAGEM, RESÍDUOS SÓLIDOS) A. Atores e Agentes no Saneamento Na RMPA os empreendimentos na área de saneamento estão todos a cargo da esfera pública envolvendo municípios e o estado. O planejamento do saneamento vem sendo realizado pelas esferas municipais na elaboração dos planos de saneamento e resíduos sólidos nos moldes previstos pelas políticas nacionais. Para tanto os municípios vêm recebendo apoio de diferentes atores como a FAMURS, Ministério Público e Consórcio Pro-Sinos, assim como do próprio governo estadual. No nível estadual está em elaboração o plano estadual de saneamento básico, a implantação do fundo de saneamento e desenvolvimento do índice de saneamento ambiental, que será base para definir as prioridades de investimentos. Em termos da gestão e operação dos serviços na RMPA, a maior parte dos serviços de água nos municípios metropolitanos está a cargo da companhia estadual que atende 29 deles. Nos serviços de esgoto a CORSAN atende apenas 11 municípios, sendo que na maioria dos municípios metropolitanos, 20 deles, os serviços vêm sendo realizados pelas prefeituras. Os municípios de Porto Alegre, Novo Hamburgo e São Leopoldo contam com órgãos municipais específicos para realização dos serviços de água e esgoto. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 132 Os serviços de drenagem urbana e resíduos sólidos em quase sua totalidade, excetuando-se o município de São Leopoldo, ficam a cargo das prefeituras. Nos municípios de Araricá, Nova Hartz e Ivoti todos os serviços de saneamento são realizados pela prefeitura (quadro 32). QUADRO 32: Gestão do saneamento ambiental na RMPA, 2013. Eixo / Município Prestador do Serviço Eixo 1 - Norte Sul Porto Alegre Canoas Água DMAE CORSAN Esgoto DMAE CORSAN COMUSA (cloacal) / Prefeitura Novo Hamburgo COMUSA (pluvial) São Leopoldo SEMAE SEMAE Sapucaia do Sul CORSAN CORSAN Esteio CORSAN CORSAN Dois Irmãos CORSAN Prefeitura Ivoti CORSAN Prefeitura Eixo 2 - Sudeste Água Esgoto Prefeitura (pluvial) /CORSAN Gravataí CORSAN (cloacal) Viamão CORSAN CORSAN Alvorada CORSAN CORSAN Cachoeirinha CORSAN CORSAN Santo Antônio da Patrulha CORSAN Prefeitura Glorinha CORSAN Prefeitura Eixo 3 - Sudoeste Água Esgoto Guaíba CORSAN CORSAN Eldorado do Sul CORSAN Prefeitura Charqueadas CORSAN Prefeitura São Jerônimo CORSAN Prefeitura Arroio dos Ratos CORSAN Prefeitura Eixo 4 - Centro Oeste Água Esgoto Montenegro CORSAN Prefeitura Nova Santa Rita CORSAN Prefeitura Triunfo CORSAN Prefeitura Eixo 5 - Noroeste Água Esgoto Estância Velha CORSAN CORSAN Portão CORSAN Prefeitura São Sebastião do Caí CORSAN Prefeitura Capela de Santana CORSAN Prefeitura Eixo 6 - Nordeste Água Esgoto Sapiranga CORSAN Prefeitura Campo Bom CORSAN CORSAN Taquara CORSAN Prefeitura Parobé CORSAN Prefeitura Igrejinha CORSAN CORSAN Rolante CORSAN Prefeitura Nova Hartz Prefeitura Prefeitura Araricá Prefeitura Prefeitura Fonte: Elaboração dos autores Drenagem Resíduos Sólidos Prefeitura Prefeitura Prefeitura Prefeitura Prefeitura Prefeitura SEMAE Prefeitura Prefeitura Prefeitura Prefeitura Drenagem Prefeitura Prefeitura Prefeitura Prefeitura Prefeitura Resíduos Sólidos Prefeitura Prefeitura Prefeitura Prefeitura Prefeitura Prefeitura Prefeitura Drenagem Prefeitura Prefeitura Prefeitura Prefeitura Prefeitura Drenagem Prefeitura Prefeitura Prefeitura Drenagem Prefeitura Prefeitura Prefeitura Prefeitura Drenagem Prefeitura Prefeitura Prefeitura Prefeitura Prefeitura Prefeitura Prefeitura Prefeitura Prefeitura Prefeitura Prefeitura Prefeitura Prefeitura Resíduos Sólidos Prefeitura Prefeitura Prefeitura Prefeitura Prefeitura Resíduos Sólidos Prefeitura Prefeitura Prefeitura Resíduos Sólidos Prefeitura Prefeitura Prefeitura Prefeitura Resíduos Sólidos Prefeitura Prefeitura Prefeitura Prefeitura Prefeitura Prefeitura Prefeitura Prefeitura Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 133 B. Atuação do Ministério Publico do Rio Grande do Sul na RMPA – Projeto RESsanear O Ministério Publico do Rio Grande do Sul (MPE) vem atuando na RMPA com o projeto RESsanear desde 2010. A Promotoria Regional de Meio Ambiente (Sinos e Gravataí) foi acionada em função de um desastre ambiental ocorrido em 2006. Neste desastre devido ao lançamento de resíduos tóxicos em um arroio que drena as águas dos municípios metropolitanos de Portão e Estância Velha, na bacia do Rio dos Sinos, ocorreu a morte de cerca de um milhão de peixes, com prejuízo captação da água e do abastecimento público de diversas cidades da região metropolitana. Para fins desse projeto o MPE, com base em diferentes estudos, realizou diversas análises quanto aos níveis de poluição industrial na bacia dos Sinos, quanto aos níveis de tratamento de esgoto. A partir do “Pacto do Sinos”, envolvendo os diferentes atores da região, foram definidas diretrizes gerais para a bacia, em vista solucionar o problema: realização do monitoramento da água bruta em tempo real do rio dos sinos; a fiscalização industrial/agrícola; realização de auditorias ambientais; fiscalização do correto tratamento e destinação do esgoto doméstico; e elaboração dos planos municipais de saneamento. Nesse sentido, o MPE desenvolveu o Projeto Integrado de Saneamento Básico e Resíduos Sólidos Projeto (RESsanear), realizado em quatro eixos de atuação: (i) apoio a elaboração dos planos municipais de saneamento básico e de gestão integrada de resíduos sólidos; (ii) fiscalização da destinação e tratamento do esgoto doméstico; (iii) acompanhamento da implantação do plano de saneamento básico e plano integrado de resíduos sólidos; e (iv) projeto piloto referente à execução de dois instrumentos da política nacional de resíduos sólidos: logística reversa e redução de embalagens. C. Empreendimentos Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) O saneamento e a urbanização podem ser considerados os pilares do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal, que elegeu vários tipos de empreendimentos para investimentos na área de saneamento básico no país. O programa Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 134 trata de um conjunto de medidas para promover investimentos em infraestrutura destinados a promover emprego e renda e melhoria das condições de vida da população brasileira. Também compõe medidas que visam desonerar e incentivar o investimento privado, aumentar o investimento público e aperfeiçoar a política fiscal (FUNASA, 2007). AÇÕES DO PAC ü Investimento em infraestrutura logística, energética, social e urbana. ü Estímulo ao crédito e ao financiamento, um dos pilares de sustentação do crescimento sustentável. ü Melhoria do ambiente do investimento para estimular a realização dos recursos privados. ü Desoneração e aperfeiçoamento do arcabouço tributário do país. ü Políticas fiscais de longo prazo, que darão consistência macroeconômica e sustentabilidade ao conjunto das medidas. Funasa, 2007 As ações de saneamento estão inseridas no eixo da infraestrutura social e urbana e são desenvolvidas pelo Ministério das Cidades e a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA). Na RMPA, os empreendimentos estão divididos em: Prevenção em área de risco, Saneamento, Água em Áreas Urbanas e Recursos Hídricos. Os empreendimentos em Prevenção em Áreas de Risco somavam 44 em 2012, com 30 empreendimentos na fase de realização das obras no valor de R$ 358,4 milhões. O eixo 1 da RMPA foi o que recebeu a maior parte dos recursos, com destaque para Canoas com três obras que somavam R$ 140,6 milhões, e Porto Alegre que recebeu o maior número de empreendimentos, 24 no total, somando cerca de R$ 106 milhões em 2012 (tabela 35). TABELA 35: Empreendimentos PAC – Prevenção em Áreas de Risco na RMPA, 2012 (Continua...) Preparação Empreendimentos PAC – Licitação Prevenção em Áreas de Risco Contratação Nº Emp RMPA Eixo 1 - Norte Sul Porto Alegre Canoas Novo Hamburgo São Leopoldo 5 3 1 / / Em Obras Nº Emp 30 25 17 3 1 1 Obras Concluídas R$ 1.000 358.403,48 323.684,81 88.921,13 140.619,98 22.731,44 30.900,00 Nº Emp 9 7 7 R$ 1.000 26.593,65 18.706,45 18.706,45 Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 135 Preparação / Licitação / Em Obras Empreendimentos PAC – Contratação Prevenção em Áreas de Risco Nº Emp Nº Emp R$ 1.000 Sapucaia do Sul 1 2 21.015,31 Esteio 1 1 19.496,95 Eixo 2 - Sudeste 1 Alvorada 1 Eixo 3 - Sudoeste 1 1 12.538,72 Guaíba 1 12.538,72 Charqueadas 1 Eixo 4 - Centro Oeste 1 4.282,10 Montenegro 1 4.282,10 Eixo 6 - Nordeste 3 17.897,84 Sapiranga 1 10.628,06 Fonte: Elaborado a partir dos dados Governo Federal dados.gov.br Obras Concluídas Nº Emp R$ 1.000 1 1 4.048,18 4.048,18 1 1 3.839,02 3.839,02 Nos empreendimentos do PAC em Saneamento, as obras em fase de execução em 2012 somavam cerca de R$ 750 milhões em 41 empreendimentos. Porto Alegre era o município com maior valor de recursos, R$ 464 milhões, mas, com apenas duas obras se encontravam concluídas, com investimentos de R$ 52,7 milhões (tabela 36). TABELA 36: Empreendimentos PAC – Saneamento na RMPA, 2012 (Continua...). Preparação / Licitação / Planos e Estudos Empreendimentos PAC Contratação Saneamento Nº Nº Emp R$ 1.000 Emp RMPA 26 17 15.288,07 Eixo 1 - Norte Sul 5 4 9.488,93 Porto Alegre Canoas 1 1 1.161,94 Novo Hamburgo 1 2.274,21 São Leopoldo 2 6.052,78 Esteio 1 Dois Irmãos 2 Ivoti 1 Eixo 2 - Sudeste 4 2 1.598,16 Gravataí 2 1 970,43 Viamão Alvorada 1 Cachoeirinha 1 627,73 Santo Antônio da Patrulha 1 Glorinha Eixo 3 - Sudoeste 5 Guaíba 1 Eldorado do Sul 1 Charqueadas 1 Em Obras Obras Concluídas Nº R$ 1.000 Emp 22 682.042,59 13 562.037,27 7 412.372,78 2 59.096,23 2 81.940,68 1 8.405,30 Nº R$ 1.000 Emp 2 52.682,52 1 52.365,80 1 52.365,80 1 222,28 4 51.148,23 1 316,71 1 2 12.110,60 30.864,25 1 316,71 1 1 1 8.173,39 45.000,00 45.000,00 Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 136 Preparação / Licitação / Planos e Estudos Em Obras Empreendimentos PAC Contratação Saneamento Nº Nº Nº Emp R$ 1.000 R$ 1.000 Emp Emp São Jerônimo 1 Arroio dos Ratos 1 Eixo 4 - Centro Oeste 2 1 365,67 Montenegro 1 Nova Santa Rita 1 365,67 Triunfo 1 Eixo 5 - Noroeste 2 3 768,40 Estância Velha 1 426,14 Portão 1 244,71 São Sebastião do Caí 1 97,55 Capela de Santana 2 Eixo 6 - Nordeste 8 7 3.066,91 4 23.857,08 Sapiranga 2 1 325,35 2 12.308,16 Campo Bom 1 1 728,53 Taquara 1 1 567,25 Parobé 1 375,74 Igrejinha 1 1 385,82 Rolante 1 1 10.000,00 Nova Hartz 1 2 684,21 1 1.548,92 Araricá 1 Fonte: Elaborado a partir dos dados Governo Federal dados.gov.br Obras Concluídas Nº R$ 1.000 Emp Os empreendimentos em Águas em Áreas Urbanas somavam em 2012, R$ 156,7 milhões em 24 empreendimentos, distribuídos em 14 municípios metropolitanos. A maior parte dos empreendimentos se encontrava na fase de execução das obras (tabela 37). TABELA 37: Empreendimentos PAC – Águas em Áreas Urbanas na RMPA, 2012 (Continua...). Preparação Empreendimentos em Licitação Saneamento PAC - Águas em Contratação Áreas Urbanas Nº Emp RMPA Eixo 1 - Norte Sul Porto Alegre Canoas Novo Hamburgo São Leopoldo Sapucaia do Sul Eixo 2 - Sudeste Gravataí Viamão Alvorada 11 2 1 1 2 1 / / Em Obras Obras Concluídas Nº Emp R$ 1.000 Nº Emp R$ 1.000 21 10 1 2 1 4 2 5 1 2 1 150.299,32 73.041,57 57,56 31.155,40 29.393,84 9.734,77 2.700,00 29.080,60 9.417,81 5.554,50 10.108,30 3 1 6.705,72 1.165,00 1 1.165,00 2 1 5.540,72 3.877,75 Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 137 Preparação Empreendimentos em Licitação Saneamento PAC - Águas em Contratação Áreas Urbanas Nº Emp / / Em Obras Nº Emp Obras Concluídas R$ 1.000 Cachoeirinha 1 Santo Antônio da Patrulha 1 Eixo 3 - Sudoeste 1 2 Guaíba 1 1 Charqueadas 1 Eixo 4 - Centro Oeste 2 0 Montenegro 1 Triunfo 1 Eixo 5 - Noroeste 2 Estância Velha 1 Portão 1 Eixo 6 - Nordeste 4 2 Sapiranga 1 Campo Bom 2 1 Parobé 1 Araricá 1 Fonte: Elaborado a partir dos dados Governo Federal dados.gov.br Nº Emp 1 R$ 1.000 1.662,97 4.000,00 8.085,84 6.085,84 2.000,00 14.828,00 5.628,00 9.200,00 25.263,31 5.134,90 20.128,41 Em 2012 a RMPA contava com 147 empreendimentos na área de Saneamento, 44 desses em Prevenção em Áreas de Risco, 35 em Água em Áreas Urbanas e apenas 1 empreendimento em Recursos Hídricos, em São Leopoldo, com montante de R$ 1,2 milhões (quadro 33). QUADRO 33: Tipos e quantidades de empreendimentos PAC por municípios na RMPA, 2012 (Continua...). Empreendimentos Saneamento em Água em áreas Saneamento urbanas RMPA Eixo 1 - Norte Sul Porto Alegre Canoas Novo Hamburgo São Leopoldo Sapucaia do Sul Esteio Dois Irmãos Ivoti Eixo 2 - Sudeste Gravataí Viamão Alvorada Cachoeirinha Santo Antônio da Patrulha 35 13 1 3 1 6 2 9 2 2 2 2 1 67 23 8 4 3 3 0 1 3 1 11 3 1 4 1 1 Recursos Hídricos Prevenção em Total áreas de risco 1 1 44 35 24 4 1 1 3 2 1 - 1 1 147 72 33 11 5 11 5 3 3 1 21 5 3 7 3 2 Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 138 Empreendimentos Saneamento em Água em áreas Saneamento urbanas Glorinha 1 Eixo 3 - Sudoeste 3 6 Guaíba 2 2 Eldorado do Sul 1 Charqueadas 1 1 São Jerônimo 1 Arroio dos Ratos 1 Eixo 4 - Centro Oeste 2 3 Montenegro 1 1 Nova Santa Rita 1 Triunfo 1 1 Eixo 5 - Noroeste 2 5 Estância Velha 1 1 Portão 1 1 São Sebastião do Caí 1 Capela de Santana 2 Eixo 6 - Nordeste 6 19 Sapiranga 1 5 Campo Bom 3 2 Taquara 2 Parobé 1 1 Igrejinha 2 Rolante 2 Nova Hartz 4 Araricá 1 1 Fonte: Elaborado a partir dos dados Governo Federal dados.gov.br Recursos Hídricos - Prevenção em Total áreas de risco 3 2 1 - 2 2 - - - 3 1 1 1 1 12 6 1 3 1 1 7 4 1 2 7 2 2 1 2 28 7 5 3 2 2 3 4 2 2.2.2.3. AVALIAÇÃO DA GOVERNANÇA METROPOLITANA RELATIVA À FPIC SANEAMENTO AMBIENTAL Não há uma articulação metropolitana para o planejamento e gestão do saneamento na RMPA. O regramento do saneamento está relacionado a três políticas, de saneamento, resíduos sólidos, e recursos hídricos, que possuem regulamentações no nível federal e estadual, mas, não se encontram articuladas formalmente as ações da gestão metropolitana. O planejamento está focado nos planos municipais, planos federais e estaduais que buscam ser compatibilizados. O gerenciamento do saneamento está a cargo dos municípios, que respondem pelos serviços de água e esgoto, resíduos sólidos e drenagem urbana. Os recursos para investimentos na infraestrutura de saneamento são provenientes do estado, assim como da esfera federal, sobretudo com os recursos do PAC. No entanto, não ocorreu ainda propriamente uma articulação de planejamento entre as diferentes esferas de governos para aplicação desses recursos de forma a atender as necessidades da RMPA. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 139 Assim como na maior parte dos municípios brasileiros, o gerenciamento dos serviços de saneamento está a cargo da esfera municipal, que em muitos casos apresentam dificuldades para manter um quadro técnico qualificado e possui forte dependência em relação às outras esferas de governo, o que repercute na falta de continuidade administrativa e na inadequação do fluxo de recursos financeiros. A atuação metropolitana está mais relacionada às perspectivas de integração da gestão de resíduos sólidos e aos problemas de drenagem urbana (macrodrenagem) que acabam envolvendo em grande parte regiões supra municipais, assim como o acompanhamento da gestão de recursos hídricos junto aos comitês de bacias. 2.3. TRANSPORTE NA RMPA Na RMPA o transporte público de passageiros se caracteriza em serviços por ônibus municipais e metropolitanos, pelo transporte por trem metropolitano e, mais recentemente pelo transporte hidroviário. A gestão destes modais é realizada pelas diferentes esferas de governo, municipal, estadual-metropolitano e federal. Deste modo, as redes viárias e a operação dos diferentes modais, não foram concebidas de forma conjunta e integradas, verificando-se inadequações, seja em termos funcionais, como em termos institucionais. Conforme os dados dos estudos do Planejamento Integrado de Transporte e Mobilidade Urbana (PITMurb), em 2009, considerando o transporte por ônibus metropolitano, por ônibus e lotação do município de Porto Alegre e trem metropolitano, na RMPA eram realizadas 35,4 mil viagens/dia, com o transporte em torno de 1,6 milhões de passageiros / dia. Os serviços de transporte na RMPA ofereciam uma frota de 1.500 ônibus metropolitano, distribuídos em 445 linhas e uma linha de trem metropolitano com quatro carros. Em Porto Alegre eram 1.590 ônibus distribuídos em 318 linhas, e 29 linhas de serviços de lotação com 403 veículos. O transporte por ônibus é o de maior frequência na RMPA, em 2009, representava 85,15% da demanda total de passageiros, e 89,4% da oferta total dos serviços, somados os serviços de ônibus metropolitano, trem metropolitano e ônibus e lotação de Porto Alegre. O fluxo Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 140 de passageiros/dia em 2009 por transporte de ônibus somava 1,320 milhões de pessoas (tabela 29). Somente o transporte por ônibus metropolitano em 2009 correspondia a 23,8% da demanda total de passageiros da RMPA, enquanto o transporte por trem metropolitano registrava 10,3% (tabela 38). TABELA 38: Configuração das Redes Urbanas e Metropolitanas de Transporte na RMPA, 2009. Oferta Redes de Transporte RMPA Demanda Nº linhas Nº carros Viagens / dia % Passageiros / dia útil % Total 793 3.497 35.434 100,0 1.552.000 100,0 Total Ônibus 763 3.090 31.668 89,4 1.320.000 85,1 Ônibus metropolitano 445 1.500 8.168 23,1 370.000 23,8 Ônibus Porto Alegre 318 1.590 23.500 66,3 950.000 61,2 Total outros 30 407 3.766 10,6 232.000 14,9 Trem 1 4 236 0,7 160.000 10,3 10,0 72.000 4,6 Lotação Porto Alegre 29 403 3.530 Fonte: Elaborado a partir dos dados PITMurb, 2009 Em Porto Alegre, que se caracteriza como central dentro na rede de transportes metropolitana, com os maiores fluxos, o transporte por ônibus em 2009 correspondia a 86,9% da oferta de viagens/dia e 93% da demanda de passageiros/dia. Os serviços de lotação correspondiam a 12,1% do total da oferta de serviços, e apenas 7% da demanda total de passageiros (tabela 39). TABELA 39: Configuração das Redes de Transporte no Município de Porto Alegre, 2009. Oferta Redes de Transporte RMPA Demanda Nº linhas Nº carros Viagens / dia % Passageiros / dia útil % Total 347 1.993 27.030 100,0 1.022.000 100,0 Ônibus Porto Alegre 318 1.590 23.500 86,9 950.000 93,0 12,1 72.000 7,0 Lotação Porto Alegre 29 403 3.530 Fonte: Elaborado a partir dos dados PITMurb, 2009 Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 141 2.3.1. HISTÓRICO E CARACTERIZAÇÃO DA GESTÃO DA FPIC Com a delimitação da RMPA em 1968 e sua posterior institucionalização em 1973 foi criada uma instância específica para regular o transporte metropolitano: o Conselho Metropolitano de Municípios (CMM). Esse conselho era constituído pelos 14 municípios metropolitanos da época, representantes do governo estadual e do governo federal. O CMM foi criado junto ao Grupo Executivo da Região Metropolitana (GERM), responsável pelo planejamento da região, e tinha como principal objetivo auxiliar na elaboração e implementação de um plano de desenvolvimento integrado para a RMPA. Esse plano, elaborado entre 1973-1976 envolveu, entre outros aspectos, o desenvolvimento de estudos na área dos transportes e um plano diretor para o transporte metropolitano, assim como vários projetos, entre esse o TRENSURB. Com o avanço do transporte metropolitano e com o transporte coletivo de passageiros sob a gestão do Departamento de Estrada e Rodagem-DAER, órgão criado em 1937, responsável por gerir o transporte rodoviário no Rio Grande do Sul, atualmente vinculado a Secretaria de Infraestrutura e Logística-SEINFRA, houve o crescimento do transporte rodoviário, com o declínio do transporte ferroviário. Em função disso foi criado o Núcleo de Transporte Metropolitano em 1979, mas que acabou sendo extinto em 1982. Entre as décadas de 1960 e 1970 em termos do planejamento e gestão dos transportes urbanos foram desenvolvidas diferentes ações envolvendo criação de órgãos, planos e estudos, onde se destacam: No nível federal, em 1965 a criação do Grupo Executivo de Integração da Política de Transportes-GEIPOT, que inicialmente foi vinculado Ministério de Viação e Obras Públicas, com o objetivo da realização de um diagnóstico sobre o sistema viário nacional, e da qualificação de quadro técnico especializado para o planejamento dos transportes. Em 1969 o GEIPOT foi vinculado ao Ministro de Estado dos Transportes, trocou a denominação e passou a “grupo de estudos para integração”. Com a reestruturação do Ministério dos transportes em 2001 foi criado o Conselho Nacional de Integração de Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 142 Política de Transportes Terrestres-CONIT, a qual foi atribuída à integração dos transportes, e o GEIPOT entrou em liquidação em 2002. Em 1975 foi criada a Empresa Brasileira de Transportes Urbanos –EBTU, com o objetivo de promover a efetivação da Política Nacional dos Transportes Urbanos, promovendo e coordenando a elaboração dos Planos Diretores de Transportes Metropolitanos e Municipais (urbanos), através de recursos internacionais captados principalmente do Banco Interamericano de Reconstrução e Desenvolvimento – BIRD, do Banco Mundial. A EBTU foi extinta em outubro de 1991, após uma substancial participação no desenvolvimento do Sistema de Transportes da RMPA. No nível estadual metropolitano entre 1973 e 1976 foi elaborado o Plano Diretor de Transporte Metropolitano - PLAMET, que apresentou um conjunto de propostas viárias para a RMPA, com objetivo principal da implementação do transporte em termos globais para a região. A partir do PLAMET tiveram origem os estudos: do Trem Suburbano da RMPA - TRENSURB; o Estudo dos Corredores Metropolitanos – COMET e o Estudo do Transporte Coletivo da RMPA-TRANSCOL. O PLAMET trazia recomendações para a melhoria do sistema viário da RMPA, que incluíram a implantação de faixas exclusivas para ônibus de transporte coletivo junto ao Eixo Leste-Oeste do município de Porto Alegre, e soluções para o Eixo Norte, no qual estavam localizados os municípios de Canoas, Esteio, Sapucaia do Sul, São Leopoldo e Novo Hamburgo, que concentravam a maior parte da população e atividades econômicas na época. O TRANSCOL buscou soluções para área central de Porto Alegre, por meio do desenho de corredores para transporte coletivo a serem utilizados pelas linhas urbanas, e também pelas linhas intermunicipais ao ingressarem no município, assim como um sistema de vias perimetrais, que atravessariam transversalmente a cidade. Entre 1974 e 1975 foi realizada a primeira pesquisa de origem e destino (EDOM) na RMPA, com objetivo principal de mapear os fluxos da população na região metropolitana. Em 1997 a METROPLAN realizou uma nova EDOM, que foi atualizada para o ano 2002, em que foram pesquisados 24 municípios metropolitanos. Em 2003 a prefeitura de Porto Alegre realizou uma EDOM para o município. Essas pesquisas se utilizaram de Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 143 metodologias distintas, mas buscaram observar, em termos gerais, os modais, os motivos das viagens, as zonas de tráfego e os dados sobre a renda da população pesquisada. No município de Porto Alegre em 1979 foi elaborado o primeiro Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de Porto Alegre - 1º PDDU. Também no final da década de 1970 e início dos anos 1980 foram implantados os primeiros corredores de ônibus em Porto Alegre - nas avenidas, Cristóvão Colombo em 1977; Farrapos em 1980; João Pessoa e Bento Gonçalves em 1982 -; além da criação dos terminais de ônibus das avenidas Cairú e Azenha, Alameda e Antônio de Carvalho, todos financiados com recursos do programa EBTU- BIRD. Em 1977 foi implantando em Porto Alegre o sistema de táxi-lotações. Em 1981 foi criada a tarifa única para ônibus, através da fusão das empresas por eixos-radiais urbanos, com a redistribuição das linhas urbanas, por concessão (consórcios) entre as empresas operadoras do sistema de transporte coletivo. Ressalta-se que Porto Alegre possui a empresa de transportes mais antiga da região metropolitana. A empresa Carris, criada em 1872, que oferecia serviços de bondes. Os bondes elétricos circularam em Porto Alegre até 1970, quando foram substituídos completamente pelos serviços de ônibus. Em 1985 foi inaugurada a primeira linha do TRENSURB, entre Porto Alegre até o município de Sapucaia do Sul. Posteriormente a linha se estendeu até o município de São Leopoldo e em 2012 foi prolongada até o município de Novo Hamburgo. Em 1997, foi criada a AGERGS (subitem 2.2.1.1), cujo principal objetivo é regular os serviços públicos delegados prestados dentro do estado, em que estão incluídos os serviços de transportes. Em 1998 foram instituídos o Sistema Estadual de Transporte Metropolitano Coletivo de Passageiros - SETM e o Conselho Estadual de Transporte Metropolitano Coletivo de Passageiros - CETM, voltados para o planejamento e gestão integrados dos transportes coletivos na RMPA em todos os modais. No período mais recente, vários estudos, projetos e ações para integração dos transportes metropolitanos vêm sendo realizadas, em que se destaca: a ampliação das extensões de corredores de ônibus da RMPA; a racionalização e modernização do sistema metropolitano Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 144 com o projeto da bilhetagem eletrônica (2003); projeto de integração entre o TRENSURB e demais ônibus municipais (2006); e o Projeto Portais da Cidade (2006), entre outras. 2.3.1.1. ESTRUTURA INSTITUCIONAL E NORMATIVA A. Principais Disposições Legais No âmbito metropolitano desde a década de 1980 várias disposições legais buscaram normatizar o transporte coletivo. A medida mais significativa foi à criação em 1998 do Sistema Estadual de Transporte Metropolitano Coletivo de Passageiros - SETM e do Conselho Estadual de Transporte Metropolitano Coletivo de Passageiros- CETM e, em 1999 a atribuição à METROPLAN de finalidades privativas sobre o SETM, por meio das quais o órgão passou a ser responsável por planejar, coordenar, fiscalizar e gerir o sistema, nos modais rodoviários, ferroviários e hidroviários. Em 2000 foi criada junto a METROPLAN a Diretoria de Transportes – DTM (quadro 34). QUADRO 34: Estrutura Institucional e Normativa Estadual / Metropolitana, Modal Rodoviário na RMPA, 1998, 1999, 2000. Transporte Coletivo Intermunicipal Ano 1998 1999 Legislação Lei 11.127/1998 Dec. 39.185/1998 Dec. 47.441/2010 Disposições Sistema Estadual de Transporte Metropolitano Coletivo de Passageiros SETM e Conselho Estadual de Transporte Metropolitano Coletivo de Passageiros- CETM Dec. 39.271/1999 Estatuto da METROPLAN, finalidades privativas sobre o SETM planejar, coordenar, fiscalizar e gerir o sistema Alteração do Estatuto METROPLAN – criação da Diretoria de Transportes – DTM. Fonte: Rio Grande do Sul (1998; 1999; 2000). 2000 Dec. 40.148/2000 Em 1996 a assinatura do protocolo de intenções pela prefeitura de Porto Alegre promoveu integração do transporte coletivo metropolitano ao contribuir para regulamentação do ingresso de linhas de ônibus intermunicipais no município, através dos corredores exclusivos para ônibus. Em 1997 foi implantado o projeto para renovação da frota dos veículos de transporte coletivo metropolitano nas linhas das áreas norte e nordeste da RMPA. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 145 Em relação às passagens no ano de 1986 foi instituído o vale-transporte na RMPA e, entre 1993 a 2008 várias leis estaduais garantiram descontos para idosos e pessoas com baixa renda, e a gratuidade do transporte coletivo metropolitano para os policiais militares e para pessoas com deficiências físicas, mentais e sensoriais, comprovadamente carentes. Em 2013 foi instituída a gratuidade para os estudantes comprovadamente carentes. Quanto aos veículos entre 2002 e 2005 as disposições legais permitiram a colocação de anúncios em veículos de transporte coletivo intermunicipais, e criaram a obrigatoriedade da adaptação dos veículos para acessibilidade de pessoas com necessidades especiais. Em 2012 foi criado um grupo de trabalho com a finalidade de propor ajustes no processo e metodologia de cálculo tarifário dos serviços rodoviários no âmbito do SETM. O quadro 35 apresenta a estrutura normativa estadual / metropolitana para o modal rodoviário na RMPA. QUADRO 35: Estrutura Institucional e Normativa Estadual / Metropolitana, Modal Rodoviário na RMPA, 1986-2013. Transporte Coletivo por Ônibus Ano Legislação Disposições Protocolo de Intenções para o desenvolvimento dos transportes coletivos 1996 Dec. 7.905/1996 de Porto Alegre e RMPA Projeto de Renovação do Transporte Coletivo por Ônibus nos Corredores 1997 Lei 10.922/1997 Norte e Nordeste da RMPA; Passagens Ano Legislação Disposições 1985 Lei Fed. 7.418/1985 Instituição do vale-transporte na RMPA 1986 Dec. 32.216/1986 Gratuidade do transporte coletivo metropolitano para os Policiais 1993 Lei 9.823/1993 Militares 1997 1999 Lei 10.982/1997 Lei 11.338/1999 Descontos para idosos e pessoas com baixa renda 2001 2003 2008 Lei 11.664/2001 Dec. 42.410/2003 Lei 13.042/2008 Descontos para pessoas com deficiências físicas, mentais e sensoriais, comprovadamente carentes. 2012 Dec.49.101/2012 2013 Lei 14.307/2013 Veículos Ano Legislação 2002 Lei 11.729/2002 2004 Lei 43.279/2004 Grupo de trabalho com a finalidade de propor ajuste no processo e metodologia de cálculo tarifário dos serviços rodoviários no âmbito do SETM. “Passe Livre Estudantil”: gratuidade do transporte coletivo metropolitano para estudantes comprovadamente carentes Disposições Permissão/concessão p/ colocação de anúncios em Veículos de Transporte Coletivo Intermunicipais GT para propor alternativas de acesso aos meios de transporte coletivo de Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 146 Transporte Coletivo por Ônibus pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida Adaptação dos Veículos do SETM para acesso as pessoas com 2005 Lei 12.227/2005 deficiências físicas, obesos, gestantes e idosos Fonte: Brasil (1985); Rio Grande do Sul (1986; 1993; 1996; 1997; 1998; 1999; 2000; 2001; 2003; 2004; 2005; 2008; 2010; 2012; 2013) Em relação ao transporte por trem metropolitano, o projeto de concepção da linha teve início nos anos 1970. A implantação ocorreu a partir dos anos 1980, com a doação de uma área do estado a TRENSURB em 1981. Conforme já exposto, o sistema foi instalado em 1985 e teve sua primeira expansão da linha em 1997 e a segunda expansão em 2012, chegando atualmente até Novo Hamburgo. O modal hidroviário foi instalado após a abertura em 2010 de Licitação para concessão de Serviços de Transporte Hidroviário de Passageiros entre Porto Alegre e Guaíba, vencida pela empresa CatSul. Em 2012 foi criado legalmente o Terminal de passageiros da Hidrovia Guaíba / Porto Alegre, denominado como “Estação Hidroviária Esther de Souza Worm”. Entretanto, ressalta-se que o processo de articulação institucional para a instalação do transporte hidroviário teve início em 1994, se entendendo por quase duas décadas para efetivação. O quadro 36 apresenta a estrutura normativa estadual / metropolitana para os modais ferroviários e hidroviários na RMPA. QUADRO 36: Estrutura Institucional e Normativa Estadual / Metropolitana, Modal Ferroviário e Hidroviário, 1981, 2012. Modal Trem Metropolitano Ano Legislação 1981 Lei 7.563/1981 Hidroviário 2012 Lei 14.002/2012 Disposições Transferência de título de subscrição de ações (áreas) do estado à TRENSURB Terminal de passageiros da Hidrovia Guaíba/Porto Alegre, “Estação Hidroviária Esther de Souza Worm” Fonte: Rio Grande do Sul (1981; 2012) B. Arranjo de Gestão O SETM tem por finalidade executar a política de transporte coletivo metropolitano de passageiros. O transporte coletivo metropolitano foi definido como o “serviço essencial – Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 147 explorado diretamente ou por delegação -, executado entre dois ou mais municípios no âmbito das regiões metropolitanas do estado” (Lei nº 11.127/1998). As competências do SETM são reguladas conforme as resoluções da AGERGS. O SETM é composto pela (a) Secretaria do Planejamento, Gestão e Participação Cidadã SEPLAG; (b) METROPLAN; (c) CETM; e (d) Empresas, entidades e demais órgãos executores das funções ou serviços intermunicipais de transporte coletivo de passageiros. A Diretoria de Transportes (DTM) da METROPLAN possui como atribuições o planejamento e a gestão do transporte metropolitano, a coordenação e a fiscalização do transporte nos modais rodoviário, ferroviário e hidroviário, tanto nos serviços concedidos, como nos serviços de fretamento, assim como o serviço de atendimento aos usuários. A diretoria está composta por três áreas: Coordenação de Projetos Especiais de Transporte; Coordenação de Planejamento Operacional; e Coordenação de Fiscalização de Transportes. Atribuições Privativas da METROPLAN na gestão do Sistema Estadual de Transporte Metropolitano Coletivo de Passageiros (SETM) Planejamento e Gestão · Planejar, regulamentar, controlar e fiscalizar a operação do serviço de transporte metropolitano coletivo de passageiros e das linhas de integração; · Propor as concessões, permissões e autorizações de uso do transporte metropolitano coletivo de passageiros a serem firmadas pelo Estado; · Definir e detalhar, operacionalmente, a rede das modalidades de transporte integrante do sistema metropolitano; · Planejar, coordenar e administrar a operação dos terminais e dos pátios de estacionamento das modalidades de transporte metropolitano; · Promover o aperfeiçoamento técnico e operacional dos agentes e empresas encarregados da operação dos serviços; · Promover estudos de viabilidade e definir prioridades técnicas, econômicas e financeiras dos projetos de interesse comum, relativos ao transporte coletivo e ao sistema viário metropolitano; · Propor a celebração pelo Estado, de convênios e acordos com instituições públicas e privadas, nacionais ou estrangeiras, inclusive firmado os instrumentos, quando cabível; · Celebrar, quando couber, contratos de empréstimos e de financiamento, além de propor desapropriações e servidões administrativas necessárias para a administração dos serviços de transporte metropolitano coletivo de passageiros; · Definir, para efeito de planejamento e criação de serviços de transporte público nas regiões metropolitanas e nas aglomerações urbanas, um zoneamento destinado a facilitar a administração do sistema, simplificar a questão tarifária, estimular a concorrência para fins de qualificação dos serviços e evitar a concorrência danosa. Coordenação · Articular e integrar a operação do transporte metropolitano coletivo rodoviário de passageiros com as demais modalidades de transporte; · Propor e executar a política tarifária dos serviços de transporte metropolitano e das linhas de integração elaborando os respectivos estudos e cálculos tarifários, submetendo-se ao Conselho Estadual de Transporte Metropolitano Coletivo de Passageiros - CTEM, instituído pela Lei nº 11.127, de 09 de fevereiro de 1998, aplicando as tarifas homologadas pelo mesmo e aprovadas pelo Poder Executivo Estadual; Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 148 · Encaminhar consultas e propostas ao Conselho Estadual de Transporte Metropolitano Coletivo de Passageiros – CTEM; · Avaliar a oportunidade e concorrência da criação e extinção de novos serviços; q) cadastrar as empresas concessionárias do transporte metropolitano coletivo de passageiros no âmbito das regiões metropolitanas e aglomerações urbanas; · Determinar itinerários, fixar locais de parada, limites de velocidade, tempo de parada nos pontos terminais e de retorno, frota mínima e número de viagens. Fiscalização · Controlar o desempenho das modalidades de transporte metropolitano, garantindo que as políticas e diretrizes sejam compatíveis com as políticas gerais de desenvolvimento da região metropolitana; · Aplicar multas e outras penalidades regulamentares, decorrentes de infrações relativas à prestação de serviços de transporte metropolitano; · Estabelecer e garantir o funcionamento de instrumentos a canais de informação aos usuários; · Registrar os veículos a serem utilizados pelas concessionárias do transporte metropolitano e coletivo de passageiros no âmbito das regiões metropolitanas e aglomerações urbanas. Decreto nº 39.271/1999 2.3.1.2. INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO E GESTÃO O planejamento e a gestão do transporte no nível metropolitano na RMPA podem ser caracterizados por dois períodos de integração: O período entre 1973 a 1976, quando foram elaborados os primeiros planos e estudos metropolitanos, o Plano Metropolitano de Transporte - PLAMET, o Estudo de Transporte Coletivo da RMPA - TRANSCOL e o Projeto de Corredores Metropolitanos – COMET/Linha Rápida. Destaca-se que PLAMET deu origem a um conjunto de propostas viárias para a RMPA, cujo objetivo principal era a implementação de transporte em termos globais para a região. A partir do PLAMET também tiveram procedência os estudos: do Trem Suburbano da RMPA – TRENSURB, Estudo dos Corredores Metropolitanos - COMET (que em 1996 constitui-se na matriz do Projeto Via Rápida) e, o Estudo do Transporte Coletivo da RMPA - TRANSCOL. O período a partir de 2003, em que teve início o Plano Integrado de Transporte e Mobilidade Urbana (PITMUrb) no âmbito da RMPA, cujas ações se encontram em curso. Nos anos 1990 com a Constituição de 1988, que não trouxe resguardo legal para questões metropolitanas e fortaleceu o municipalismo, como também, a partir da extinção da EBTU, o planejamento e da gestão de transporte na RMPA sofreram certa fragmentação, passando a serem realizados por cada esfera de governo, em função de necessidades específicas de Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 149 cada rede e sistema. Nesse período foram desenvolvidos diferentes estudos e projetos pelas três esferas de governo, em que se destacam: Em 1996, o Projeto de Renovação Operacional do Transporte Coletivo por Ônibus dos Corredores Norte e Nordeste da RMPA, denominado Projeto Linha Rápida, que visava à integração física, operacional e tarifária dos serviços dos municípios do eixo nordeste e norte da região metropolitana, desenvolvido pela METROPLAN. Entre 1997 e 2001, o Estudo de Viabilidade da Linha 2, desenvolvido pela esfera federal para expansão do TRENSURB, que previa a implantação de uma nova ligação metroviária para atendimento à região nordeste de Porto Alegre. Em 2000 o Plano Diretor Setorial de Transporte Coletivo do Município de Porto Alegre, contratado pela Secretaria Municipal dos Transportes – SMT / Empresa Pública de Transporte e Circulação – EPTC. A falta de integração entre os órgãos gestores dos sistemas de transporte urbano de Porto Alegre e metropolitano e, a falta de compatibilização desses estudos e projetos desenvolvidos pelas três esferas de governo para a mesma região, repercutiu no Protocolo de Integração institucional em 2003, a partir do qual se desencadeou o estudo de para integração do transporte público coletivo na RMPA, que se encontra em curso e foi desenvolvido em três etapas: 1) Estudo de Planejamento Estratégico de Integração do Transporte Publico Coletivo da RMPA; 2) Plano Integrado de Transporte e Mobilidade Urbana (PITMUrb), envolvendo 13 municípios metropolitanos, que correspondem a 45% da área da RMPA e concentram 85,2% da população da região metropolitana; 3) Projetos básico e executivo de engenharia, urbanização, arquitetura e EIA-Rima para implantação do sistema integrado e implantação das soluções e execução de obras (em curso). Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 150 2.3.1.3 PROJETOS DE INVESTIMENTO E RECURSOS PARA O FINANCIAMENTO Entre os projetos em andamento se destacam: a) Projeto Linha Rápida – corredores metropolitanos; b) A complementação da malha viária da RMPA: avenida dos municípios, linhas transversais metropolitanas, avenida leste, avenida oeste e avenida perimetral metropolitana; as rodovias, federal, BR-448 e estaduais: ERS-010, ERS-018; c) Sistema Integrado de Bilhetagem; d) Sistema Hidroviário de Passageiros: Guaíba – Porto Alegre e, São Jerônimo –Triunfo. Em termos de orçamento e financiamento, os recursos financeiros utilizados para custear o planejamento, gerenciamento, desenvolvimento, fiscalização, expansão e melhorias relacionadas ao SETM, de acordo com a lei, são oriundos de dotações consignadas no orçamento anual do estado, via secretarias de estado e METROPLAN, e também de outras fontes decorrentes das articulações do próprio sistema. Entre as demais fontes de receitas encontram-se as multas impostas às empresas operadoras; a receita decorrente de pagamento efetuado por concessionários ou permissionários dos serviços públicos de transporte metropolitano coletivo de passageiros; aluguéis de bens patrimoniais; venda de materiais inservíveis ou da alienação de bens patrimoniais alocados para o sistema; rendas oriundas da prestação de serviços a entidades públicas e privadas; operações de crédito; auxílios e subvenções de órgãos e entidades públicas ou privadas, nacionais ou internacionais; recursos provenientes de convênios ou acordos firmados; fundos ou programas especiais; receitas decorrentes da operação ou exploração de serviços do SETM, como locações de lojas, módulos dos terminais, pátios de estacionamento e outros; doações e legados entre outras. No orçamento estadual se destaca: a) No PPA 2008-2011, as ações de qualificação do SETM com investimentos de R$ 3.782.397 e, ações de institucionalização do processo de planejamento e gestão territorial e mobilidade urbana com investimentos de R$ 2.640.000. b) No PPA 2012-2015, a ação de Promoção do Desenvolvimento da Mobilidade Urbana da RMPA e Aglomerações Urbanas do RS previam investimentos de R$ 10.779.636. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 151 2.3.1.4. CONTROLE SOCIAL O CETM, que é o órgão deliberativo do SETM, possui atribuições legais, no âmbito do sistema, referentes a propor, deliberar, examinar, apreciar sobre diversos aspectos: a) Políticas e diretrizes aplicáveis ao sistema, em especial, sobre a estrutura tarifária; b) Planos, programas e projetos para alocação de recursos financeiros, e formas de sua operacionalização; c) Estudos e cálculos elaborados para a fixação de tarifas do sistema; d) Compatibilização das diretrizes, resoluções e normas gerais relativas ao transporte coletivo de passageiros, como aquelas emanadas dos órgãos deliberativos das regiões metropolitanas; e) Normas que regem sistema, inclusive aquelas necessárias à complementação ou interpretação de seus regulamentos; f) Propostas para a criação, alteração e extinção de serviços ou linhas; g) Apreciação e julgamento em última instância, sobre os recursos administrativos interpostos em razão de infração às normas, ou de aplicação de penalidades previstas para o transporte metropolitano coletivo de passageiros; h) Medidas sobre os requisitos de qualificação e exigências que devem constar nos editais de licitação pública e nos contratos relativos à exploração dos serviços de transporte metropolitano coletivo de passageiros; i) Medidas acauteladoras que assegurem adequado desempenho dos serviços concedidos ou permitidos, tais como: intervenções, cassações de permissões e retomada dos serviços, entre outros; j) Medidas e providências a respeito de multas e de outras penalidades a serem impostas pelo sistema; Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 152 k) Questões referentes ao transporte metropolitano coletivo de passageiros, submetidas ao conselho para exame e deliberação. O CETM está composto por nove membros: (a) pelo Diretor-Superintendente da METROPLAN; (b) por cinco representantes do poder executivo; (c) um representante da entidade sindical que congrega as empresas de transportes coletivos metropolitanos, a Federação das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado do Rio Grande do Sul FETERGS; (d) um representante da entidade sindical representativa dos trabalhadores em transporte coletivo no Estado, o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários da Região Metropolitana - SINDIMETROPOLITANO; (e) um representante indicado pelas entidades comunitárias das Regiões Metropolitanas, a Federação Rio-grandense de Associações Comunitárias e Moradores de Bairros - FRACAB. Entre os principais atores sociais relacionados ao transporte público coletivo encontram-se (quadro 37): A FETERGS foi criada em 1952 e sua finalidade é coordenar, proteger e representar a categoria dos transportadores rodoviários de passageiros de ônibus e micro-ônibus do Rio Grande do Sul. Ao longo dos anos a federação participou de várias ações de repercussão no âmbito nacional, entre elas a criação do Vale-Transporte nos anos 1980 e o Código Nacional de Transportes Urbanos. A federação fez parte da Confederação Nacional dos Transportes e no Rio Grande do Sul atuou ao lado do DAER, METROPLAN e AGERGS para garantir os direitos da classe dos transportadores rodoviários. A FETERGS também vem se articulando como outras entidades como Associação de Transporte de Passageiros - ATP, a Associação Rio-grandense de Transporte Intermunicipal - RTI, a Associação de Transporte Metropolitano - ATM e a Associação Gaúcha de Pequenas e Médias Empresas - AGPM. O SINDIMETROPOLITANO representa a categoria profissional dos trabalhadores rodoviários com o objetivo de defesa dos interesses coletivos da classe, que inclui cerca de 800 trabalhadores, entre motoristas e cobradores nos serviços de transportes intermunicipais da RMPA. A estrutura do sindicato conta com uma diretoria executiva e um conselho fiscal. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 153 A FRACAB foi fundada em 1959 a partir dos movimentos sociais surgidos nos anos 1950 e 1960, e caracteriza-se como uma associação civil, sem fins lucrativos. A associação é composta por associações representativas de moradores, cooperativas habitacionais populares e comunitárias e uniões municipais de associações de moradores do Rio Grande do Sul. O principal objetivo da FRACAB é prestar auxilio ao movimento comunitário e popular do estado, na defesa dos interesses das comunidades locais. Entre as áreas de atuação da FRACAB encontram-se a saúde, educação, transporte e moradia, em que presta assistência e assessoria as entidades filiadas; promove estudos e debates sobre problemas locais e estaduais; incentiva a criação de novas associações de moradores; e defende e desenvolve a realização de políticas públicas de saúde, meio ambiente e saneamento básico. A FRACAB têm representantes em diversos conselhos: Conselho de Consumidores da AES SUL; Conselho de Consumidores da CEEE; Conselho de Consumidores da RGE; Conselho de Tráfego do DAER; CETM; Conselho Estadual da Assistência Social; Conselho Estadual de Saúde; Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional; Fórum de Defesa do Consumidor; Comitê Estadual do Trânsito Seguro; Secretariado Latino-Americano de Vivendas Populares; e Coordenação Nacional dos Mutuários. O Sindicato dos Trabalhadores em empresa de Transporte Metroviários e Conexas do Rio Grande do Sul - SINDIMETRÔ RS é a entidade representativa dos trabalhadores do sistema metroviário. A estrutura do sindicato é composta por uma diretoria, com 22 membros que representam os trabalhadores do metrô e por um conselho deliberativo, ambos eleitos em assembleia geral. A Associação dos Transportadores Intermunicipais Metropolitanos - ATM foi criada em 1993, com a finalidade de congregar as empresas responsáveis pelo transporte coletivo de passageiros na RMPA, sejam concessionárias ou permissionárias. A associação também apoia as entidades sindicais da categoria e representa os interesses do segmento nas negociações com os órgãos públicos. Nove empresas de ônibus, que realizam o transporte metropolitano de passageiros, estão associadas à ATM. QUADRO 37: Controle Social Transporte na RMPA, 2013. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 154 Participantes do CETM Setor Empresas Públicas e Privadas Trabalhadores Rodoviários Sociedade Civil Organizada Outras entidades relevantes no âmbito metropolitano Setor Trabalhadores Metroviários Empresas Privadas Fonte: Elaborado pelos autores Instituição FETERGS SINDIMETROPOLITANO FRACAB Instituição SINDIMETRÔ RS ATM Ressalta-se que em 2013, em função de uma mobilização da população, ocorrida especialmente em Porto Alegre, dado que entre as principais reivindicações encontravamse as questões ligadas ao transporte, foi instituída pelo governo do estado a gratuidade das passagens para estudantes carentes em linhas metropolitanas e linhas das aglomerações urbanas do Rio Grande do Sul (“Passe Livre Estudantil”). Para gratuidade os estudantes devem estar comprovadamente matriculados e frequentando instituições de ensino regular e possuírem renda familiar de até 1,5 salários mínimos. 2.3.2. ANÁLISE DA EFETIVIDADE DO ARRANJO DE GESTÃO E DA GOVERNANÇA METROPOLITANA 2.3.2.1. ANÁLISE DA DINÂMICA SOCIOECONÔMICA E SUAS INTERFACES COM O TRANSPORTE Uma ideia geral sobre a dinâmica socioeconômica da RMPA pode-se dar através da significativa alteração de seus principais indicadores, a partir da época de sua institucionalização (1973). Quanto ao número dos municípios, nos quarenta anos da região metropolitana, aumentaram de 14 para 34, com um acréscimo de 134 %, o que corresponde a 177%, em termos de extensão territorial. Quanto à última década (2000- 2010) a variável população observou um moderado crescimento, alcançando apenas 6,6 % nesse período, contrastando com o crescimento do PIB, que representou 187 %, na mesma década. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 155 De acordo com estudo divulgado pelo Ipea em 2013, que tratou do tempo de deslocamento casa-trabalho no Brasil, a RMPA, com cerca de 4 milhões de habitantes, contava em 2010 com uma taxa de motorização de 31,2, automóveis/ 100 pessoas e o tempo médio de deslocamento casa-trabalho era de 27,7 minutos. Conforme dados do PITMurb, em 2003 o transporte coletivo por ônibus detinha 43,4% das viagens de transporte, sendo o principal transporte coletivo utilizado. Somando os condutores e passageiros, 52,1% das pessoas utilizam o transporte individual como locomoção. O trem e os serviços de lotação detinham a menor parcela do transporte, 2% e 1,8% respectivamente (tabela 40). TABELA 40: Perfil de Viagens Diárias na RMPA, 2003. Modo Viagens Diárias 2003 Percentual Total Transporte Individual 4.406.316 100,0 2.296.744 52,1 Condutores 1.516.327 34,4 Passageiros 780.418 17,7 2.109.572 47,9 Trem 86.279 2,0 Ônibus 1.913.477 43,4 Lotação 77.282 1,8 Transporte Coletivo Integrados 32.534 Fonte: Adaptado PITMurb, Base de Dados Consolidada 2003. 0,7 Segundo estudos realizados pela METROPLAN em conjunto com a TRENSURB e Secretaria Municipal de Transportes de Porto Alegre, sobre o “Processo de Integração do Transporte Público da Região Metropolitana de Porto Alegre”, o sistema de transporte público coletivo da RMPA apresenta uma problemática institucional em que as três esferas de gestão – federal, estadual / metropolitana e municipal - acabam tratando separadamente os assuntos que seriam de âmbito comum. Nesse sentido, pode-se considerar que mesmo com as iniciativas das décadas 70 e 80, em que se destacam o empenho da EBTU, a criação do Núcleo Metropolitano de Transportes Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 156 Urbanos da RMPA, em 1979 (extinto em 1982, por falta de poder legal), ou até mesmo considerando a criação, em 1998, do SETM, com a delegação à METROPLAN da gestão do sistema de transporte metropolitano, ainda não havia sido efetivada a integração dos transportes nos três níveis de governo. Atualmente existem vários estudos visando à integração dos transportes na RMPA, que abrangem aos vários modais separadamente, assim como projetos de investimento a serem implantados e em implantação. Entretanto, pode-se considerar que, ainda não existe um plano regional para o desenvolvimento do sistema de transporte metropolitano, equacionando as grandes questões referentes a integração operacional, institucional e de financiamento do sistema como um todo. O quadro 38 apresenta as características do transporte público coletivo na RMPA nos diferentes modais. QUADRO 38: Características do Sistema de Transporte Público Coletivo da RMPA, 2013. Ônibus Porto Alegre Modal Esfera Governo de Ônibus Demais Municípios Municipal Municipal Órgãos de SMT Planejamento EPTC e Gestão / Ônibus Trem Metropoa Metropolitano Metropolitano Estadual Federal Municipal União Federal SMTs, SMOVs, METROPLAN TRENSURB Departamentos¹ Operação Privada e Privada Pública Privada Pública Tarifa Única Única Seções tarifárias quilométricas Única Integrações Subsídio Não tem Não tem Não tem Subsidiado Plano Diretor PDSTC – Não tem 2000² PITMurb Transporte Hidroviário / Estadual (indefinido até o SPH³ momento) e Privada Privada Única Única (indefinido até o Não tem momento) Não tem Fonte: Adaptado partir estudo TRENSURB, METROPLAN e SMT/EPTC [s.d.]. Nota: ¹SMTs: Secretarias Municipais de Transporte; SMOVs: Secretarias Municipais de Obras e Viação; ²PDSTC-2000: Plano Diretor Setorial de Transporte Coletivo de Porto Alegre – Modal Ônibus Urbano; ³ Superintendência de Portos e Hidrovias. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 157 Em 2004, foi assinado o Protocolo de Integração Institucional, a partir do qual se desencadeou o estudo de Planejamento Estratégico de Integração do Transporte Público Coletivo da RMPA. Esse planejamento foi executado a partir do Convênio de Cooperação Técnica e Apoio Recíproco entre TRENSURB, METROPLAN, e EPTC (Empresa Pública de Transporte Coletivo de Porto Alegre), para o desenvolvimento de estudos, projetos, planos e programas, que conjugassem e integrassem as modalidades de transporte público existentes na RMPA. Esses estudos envolveram em especial o desenvolvimento de um sistema tarifário integrado, a partir do qual se possibilitou a implementação da bilhetagem eletrônica no transporte coletivo de passageiros na região metropolitana. Com o projeto do metrô leve a proposição é o aumento a participação do transporte coletivo na RMPA, passando de 47,3% em 2003 para 52,2% em 2033. Enquanto o transporte individual, por outro lado, teria sua participação reduzida em torno de 5% ao longo desses 30 anos (tabela 41). TABELA 41: Perspectivas de Implantação do Metrô Leve, 2003 a 2033. SITUAÇÃO CENÁRIO METRÔ LEVE MODOS DE 2003 2023 2033 TRANSPORTE Viagens % Viagens % Viagens Total 468.734 100 522.737 100 564.695 % 100 Transporte coletivo 294.576 52,2 270.119 47,8 221.894 47,3 271.306 51,9 Transporte 246.840 52,7 251.431 48,1 individual Fonte: Adaptado PITMurb, Base de dados consolidada 2003. Através do PITMurb está previsto a instalação de um Sistema Integrado de Transporte (SIT) e uma Rede Estrutural Multimodal Integrada para RMPA que a partir da integração institucional das três esferas de governo, municipal, estadual e federal, deverá atender as necessidades funcionais da RMPA (figura 6). Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 158 FIGURA 6: Plano Integrado de Mobilidade Urbana – PITMurb da RMPA. Fonte: PITMurb, 2009 Outra ação em andamento com base na integração institucional e operacional trata-se do Bilhete Único Urbano Metropolitano, que através do Controle Público do Sistema a partir da gestão financeira visa promover: 1 – Subsídios para o Sistema/usuário e não para o operador; 2 – Desvinculação entre a arrecadação e o repasse; 3 – Tarifas Sociais que não penalizem o operador; 4 – Remuneração diferenciada para os diferentes serviços, mediante contratos específicos; 5 – “Gestão por bacias” (regiões) com equilíbrio dentro dessas; 6 – Sustentabilidade da gestão pública plena. Em vista a efetividade da integração institucional, como alternativa de um novo modelo de gestão existe a possibilidade da criação de um Consórcio Metropolitano de Transporte Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 159 Urbano. A constituição deste consórcio público apresentaria como principais finalidades: o planejamento, gerenciamento e controle dos serviços de transporte; a busca de recursos externos ao sistema e; a contribuição para a universalização do acesso ao transporte público. Entretanto, para sua constituição será necessária autonomia gerencial, com flexibilização da ação do poder público, como órgão gestor do sistema. 2.3.2.2. GOVERNANÇA DO TRANSPORTE METROPOLITANO: A QUESTÃO DO TRANSPORTE E DA EXPANSÃO DA INFRAESTRUTURA URBANA A. PAC2 Mobilidade Grandes Cidades Entre os grandes empreendimentos na área de transportes encontram-se as obras do PAC2 da Mobilidade Grandes Cidades, que contempla várias ações de infraestrutura de transportes nos principais municípios metropolitanos (figura 7). FIGURA 7: Índice Geral de Intervenções do PAC 2 Mobilidade na RMPA. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 160 Fonte: METROPLAN O PAC Mobilidade conta com obras no total de R$ 349 milhões em nove municípios metropolitanos, que deverão beneficiar diretamente em torno de 600 mil usuários por dia. Os municípios com os maiores montantes investidos são Gravataí e São Leopoldo (Tabela 42). TABELA 42: Intervenções do PAC 2 Mobilidade na RMPA, 2013. Município R$ % KM Intervenções Total 349.000.000,00 72,56 100,00 Alvorada 42.101.305,39 12,06 4,89 Cachoeirinha 37.958.043,87 10,88 4,60 Esteio 9.402.715,77 2,69 10,60 Gravataí 68.777.087,75 19,71 10,60 Novo Hamburgo 34.413.542,72 9,86 4,22 Porto Alegre 31.840.773,80 9,12 8,00 São Leopoldo 59.793.605,46 17,13 5,05 Sapucaia do Sul 23.938.585,52 6,86 13,10 Viamão 40.774.339,72 11,68 11,50 Fonte: Elaborado a partir de dados disponibilizados pela METROPLAN. População Censo 2010 2.883.085 195.673 118.278 80.755 255.660 238.940 1.409.351 214.087 130.957 239.384 B. Rodovia BR-448 – Rodovia do Parque Outro grande empreendimento em destaque trata-se da Rodovia BR-448, que contempla investimentos totais para execução da obra em torno de R$ 824 milhões, completamente financiados com recursos públicos federais. O empreendimento está constituído pelas obras de implantação da rodovia BR-448, no trecho de entroncamento da BR-116/RS e BR-290/RS, também conhecido como “Rodovia do Parque”. A obra apresenta como principais objetivos: · Aliviar o trânsito de veículos na BR-116, principal via de ligação da capital com os municípios da parte norte da Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA); · A estruturação da malha viária, com melhoria das condições de circulação e sinalização aos seus usuários; · Facilitar a circulação de acesso ao Polo Petroquímico de Triunfo pela BR-386; · A possibilidade de no município de Sapucaia do Sul intensificar a urbanização nas áreas próximas à rodovia, uma vez que o traçado já se desenvolve em área urbanizada; Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 161 · A possibilidade de utilização do espaço criado pela rodovia para expansão urbana nos municípios de Canoas e Esteio, com características rururbanas. Com 22 km de extensão, atravessando os municípios de Sapucaia do Sul, Esteio, Canoas e Porto Alegre, a expansão da via busca como resultados a ocupação ao longo do traçado proposto, com ênfase para a concentração urbana às margens do trajeto, com previsão de residencial e industrial no município de Sapucaia do Sul, e, área industrial e residencial no bairro Humaitá em Porto Alegre (figura 8). FIGURA 8: Rodovia BR-448/RS, subtrecho entre a BR-116/RS-118 e a BR-290/RS. Fonte: http://www.br448rodoviadoparque.com.br/br448/consorcioGerenciador.php Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 162 C. ERS-010 – Projeto em Parceria Público Privada A ERS-010, cuja discussão para realização da obra teve início em 2009, se caracteriza como uma ligação rodoviária proposta em região de baixa densidade de ocupação urbana, cruzando os municípios metropolitanos de Gravataí, Esteio, Novo Hamburgo e São Leopoldo, correspondente ao segmento leste do “Anel Rodoviário Metropolitano” e sistema viário lindeiro entre os municípios de Porto Alegre e Novo Hamburgo. Essa obra constitui um novo eixo de integração metropolitana, com integração dos municípios situados ao norte de Porto Alegre, e se apresenta como uma alternativa para o tráfego (intenso) da BR-116 (figura 9). Para viabilização do projeto, em vista o financiamento, está prevista a realização de uma Parceria Público Privada (PPP). Assim, a obra foi dividida em três trechos, os dois primeiros, que correspondem ao trajeto entre Porto Alegre e São Leopoldo, que serão de responsabilidade de investidores privados e, o terceiro trecho, entre Novo Hamburgo e Sapiranga, que será de responsabilidade do governo estadual. O traçado da via, já previsto no planejamento metropolitano de 1973-1976, que foi revisado por uma empresa privada, com a apresentação de um novo projeto em 2009, recebeu sugestões das prefeituras cujos municípios serão atravessados pela via, em função de ajustes no traçado para que não sejam afetadas áreas especiais. Duas dessas áreas no município de Campo Bom, onde se encontra uma Central de Tratamento de Resíduos Domésticos e uma Área de Preservação Permanente (APP), e uma área em Sapiranga, que seria voltada para o interesse habitacional. Conforme já exposto, para implantação da ERS010 há uma proposta para elaboração de um Plano Diretor Setorial, em função da ocupação ao longo da via de forma ordenada. FIGURA 9: Segmento Leste do Anel Rodoviário Metropolitano – RS 010. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 163 Fonte: Documento Síntese Odebrecht, Análise de Viabilidade RS 010 setembro/2009 acessado: www.seinfra.rs.gov.br. D. Pequenas Obras de Grande Impacto Ressalta-se que além dos grandes empreendimentos previstos e em andamento na RMPA existem obras viárias pequenas, mas que devem causar um grande impacto, uma vez que se caracterizam por programas de melhorias urbanas de baixo investimento e altíssimo desempenho na mobilidade urbana. No município de Porto Alegre, em decorrência da Copa do Mundo 2014, estão sendo realizadas diversas obras viárias, com previsão para conclusão entre os anos de 2013-2014. Entre essas obras encontram-se a duplicação de várias avenidas, e adequação dos corredores de ônibus em função da implantação do Bus Rapid Transit (BTRs). Em Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 164 março/2013, essas obras somam um total de R$ 865 milhões, em que estavam incluídos R$ 79 milhões para ações de desapropriações de residências que se encontram sobre o traçado das vias (tabela 43). TABELA 43: Obras em Execução, Copa 2014, no Município de Porto Alegre. Obras da Copa 2014 Investimentos R$ 1.000 865.519,77 133.600,00 194.127,37 Total RS - A.01 - Corredor Avenida Tronco RS - A.02 - Corredor Terceira Avenida Perimetral RS - A.03 - Corredor Avenida Padre Cacique/Avenida 119.180,16 Edvaldo Pereira Paiva RS - A.04 - Monitoramento dos 3 Corredores 13.700,00 RS - A.05 - BRT Avenida Protásio Alves 77.900,80 RS - A.06 - BRT Avenida João Pessoa 64.520,00 RS - A.07 - Corredor Rua Voluntários da Pátria 95.300,00 RS - A.08 - Prolongamento da Severo Dullius 83.000,00 RS - A.09 - Complexo da Rodoviária 31.522,00 RS - A.10 - BRT Avenida Bento Gonçalves 52.669,50 Fonte: Portal da Transparência Porto Alegre, março 2013. Desapropriações R$ 1.000 79.959,00 19.959,00 25.800,00 4.500,00 25.300,00 2.400,00 2.000,00 - E. Projetos para Transportes Hidroviários e Aeroviários Referente à infraestrutura de transportes são observadas algumas ações para os transportes hidroviários na RMPA, previstas entre 2011-2014. Entre essa ações se encontram: a) o Porto de Porto Alegre, para qual está prevista a implantação do Código Internacional para proteção de Navios e Instalações Portuárias (ISPS CODE) e a adequação à legislação portuária internacional; b) Investimentos de cerca de R$ 1 milhão na recuperação de guindastes para operação portuária em Porto Alegre, e a reintegração de posse de áreas ocupadas irregularmente (Cais Marcílio Dias e Cais Navegantes), onde posteriormente há previsão de implantação de empresas da indústria naval. c) Outros projetos e investimentos hidroviários: um terminal de passageiros em Porto Alegre e sinalização da Lagoa dos Patos; a manutenção e ampliação do calado entre Porto Alegre e Rio Grande; o transporte entre os municípios de Porto Alegre e Guaíba e, o arrendamento do Cais Mauá em Porto Alegre; a fiscalização e o monitoramento das hidrovias, a recuperação de embarcações e a readequação da hidrovia do Rio Jacuí. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 165 Quanto ao transporte aeroportuário há previsão de contratação de projetos para aeroportos regionais ou internacionais novos ou existentes, com o objetivo da ampliação e da qualificação dos aeroportos, para o aumento da capacidade de transporte de cargas e passageiros no Rio Grande do Sul. No PPA 2012-2015 está previsto um orçamento de R$ 169.173.215 para essas obras. Há também a proposta da construção de um novo aeroporto internacional na RMPA, que contaria com duas pistas de 3.200 m x 60 m cada, com capacidade para 40 milhões de passageiros/ano. 2.3.2.3. AVALIAÇÃO DA GOVERNANÇA METROPOLITANA RELATIVA À FPIC TRANSPORTE Na FPIC transporte pode-se considerar que desde a criação da RMPA houve a busca de um planejamento integrado, que em certa medida, dada a atuação do órgão metropolitano, se manteve em alguns aspectos ao longo dos anos. Na década de 1970 houve um planejamento integrado para RMPA com a elaboração do PLAMET e dos estudos como o TRENSURB, TRANSCOL e COMET. Nos anos 1990, dadas às mudanças no contexto institucional, em que não ocorreu o resguardo legal para questões metropolitanas e com o fortalecimento do municipalismo, o planejamento e da gestão de transporte na RMPA sofreram certa fragmentação, passando a serem realizados por cada esfera de governo, em função de necessidades específicas de cada rede e sistema. Dessa maneira, a gestão dos transportes vem sendo realizada pelas três esferas de governo – federal, estadual / metropolitana e municipal, que acabam concebendo redes viárias de forma separada, tanto em termos funcionais, como em termos institucionais. Mesmo com as várias iniciativas para integração, como a EBTU e a criação do Núcleo Metropolitano de Transportes Urbanos da RMPA, nas décadas de 1970 e 1980, assim como a criação da AGERGS e, do SETM, e atribuição à METROPLAN da gestão do sistema de transporte metropolitano, ainda não ocorreu a integração efetiva dos transportes nos três níveis de governo. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 166 Foram realizados vários estudos para a integração dos transportes na região metropolitana, inclusive com projetos a serem implantados, o modelo de gestão dos transportes na RMPA ainda se mostra insuficiente, existindo a necessidade de soluções integradas do ponto de vista institucional, funcional e de financiamento do sistema. Observa-se que com a retomada da integração do transporte metropolitano via PITMurb em 2003, muitos projetos que estão em estudos, possuem como base o primeiro Plano Metropolitano de 1973-1976, como o caso da ERS-010, que já estava prevista naquela época como via leste. E, muitos dos projetos previstos no planejamento dos anos 1970, com as devidas adaptações, foram e estão sendo implantados ao longo dos anos, entre esses o TRENSURB, corredores de ônibus, vias transversais, o que demonstra a relevância de um planejamento metropolitano integrado de longo prazo. O sistema de transporte metropolitano vem sendo mantido com recursos provenientes do orçamento do estado e de algumas receitas geridas dentro do próprio sistema, assim como pela busca de outras fontes de financiamentos. Os recursos para os empreendimentos de grande porte são em geral oriundos da esfera federal. Em termos de controle social observa-se que a participação está centrada em atores privados e setoriais relacionados com a defesa dos trabalhadores do sistema de transporte e representantes dos interesses das empresas privadas que oferecem os serviços de transporte atuantes na esfera metropolitana. Há também uma entidade que atua no âmbito estadual, que busca defender os interesses comunitários locais, em especial em relação as demandas de habitação e saneamento e não propriamente voltadas para a questão da mobilidade urbana. Quanto a participação das entidades representativas dos trabalhadores do Setor (SINDIMETRÔ E SINDIMETROPOLITANO) e da população (FRACAB), constata-se a necessidade de uma avaliação temporal sobre a eficácia da atuação destes atores, a fim de verificar, se atualmente ainda constituem a melhor forma de representação, tanto dos trabalhadores como dos usuários do sistema de transporte metropolitano, ou se há necessidade de criar novas formas de representação, com mecanismos mais abrangentes e atualizados. A falta de avanços, por parte destes agentes, no conhecimento da problemática dos transportes metropolitanos e do instrumental técnico-analítico, pode definir uma participação um tanto quanto protocolar e burocrática destes representantes. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 167 Outro aspecto a destacar, quanto ao questionamento dos canais institucionais disponíveis para controle social, trata-se que, uma das reivindicações da ampla mobilização da população em 2013, que repercutiu na criação do “Passe Livre Estudantil” na RMPA, tratou da cobrança às autoridades quanto a melhorias no transporte público. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 168 3. A GOVERNANÇA METROPOLITANA NA BERLINDA: A INTEGRAÇÃO DA GESTÃO DAS FPIC Pode-se considerar que na RMPA não há uma gestão integrada das três FPICs selecionadas ao nível metropolitano, seja do ponto de vista institucional, ou funcional. A gestão do uso e ocupação do solo conta com um instrumento de controle metropolitano, os Termos de Anuência Prévia emitidos pela METROPLAN, mas não há um planejamento integrado ao nível metropolitano. A RMPA não conta com um plano de ordenamento territorial no nível metropolitano atualizado desde a realização do PDM em 1973, contudo, a elaboração de um novo Plano Diretor Metropolitano encontra-se em pauta no atual Conselho Deliberativo Metropolitano. O planejamento e a gestão do uso e ocupação do solo vêm sendo realizados pelas esferas estaduais e municipais. Destaca-se que 24 dos planos diretores municipais na RMPA já consideram alguns aspectos referentes à questão metropolitana. E, a METROPLAN tem representação em doze conselhos dos planos diretores municipais na RMPA. O Saneamento encontra-se em sua maior parte sob a responsabilidade da esfera estadual e em função das questões ambientais há uma tendência de uma gestão regional, considerando os aspectos físicos naturais do território, em que se enquadram as regionalizações por bacias hidrográficas. O regramento do saneamento está relacionado no nível federal e estadual, mas, não se encontra articulado formalmente às ações da gestão metropolitana. O planejamento do saneamento vem sendo realizado mediante os planos municipais, planos federais, estaduais e de bacias hidrográficas, que buscam ser compatibilizados, mas ainda não contemplam o planejamento metropolitano. A exceção encontra-se o Plano Diretor de Resíduos Sólidos da RMPA, que foi desenvolvido pela METROPLAN, entre 1997-1998, a partir do qual Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 169 foram realizadas várias ações. E, também de forma pontual o Inventário de Drenagem Urbana na RMPA em 1999. O gerenciamento do saneamento em maior parte está a cargo dos municípios, que respondem pelos serviços de água e esgoto, resíduos sólidos e drenagem urbana. Contudo, esses possuem forte dependência em relação às outras esferas de governo, dada a carência de recursos, e apresentam dificuldades para a manutenção dos quadros técnicos, continuidades administrativas, assim como também na aplicação adequada dos fluxos de recursos financeiros. Os recursos para investimentos na infraestrutura de saneamento são provenientes em sua maioria do estado e da esfera federal, sobretudo com os recursos do PAC, para qual ainda não há propriamente uma articulação de planejamento entre as diferentes esferas de governos para aplicação desses recursos de forma a atender as necessidades da RMPA. Dessa maneira, a atuação metropolitana no saneamento está mais relacionada às perspectivas de integração da gestão de resíduos sólidos e aos problemas de drenagem urbana (macrodrenagem), assim como o acompanhamento da gestão de recursos hídricos junto aos comitês de bacias, que é uma das atribuições da METROPLAN. O Controle social do saneamento vem ocorrendo a nível estadual (CONESAN) ou ao nível das regiões das bacias hidrográficas (comitês de bacias). Destacando-se que nas questões de saneamento, pela especificidade da função, os debates tende a ocorrer entre os representantes governamentais e especialistas do setor. Cabe também ressaltar a participação, até mesmo em relação ao planejamento, do Ministério Público do Estado. A FPIC transporte se apresenta como aquela com o planejamento e gestão com maior efetividade metropolitana, mas ainda, tanto do ponto de vista institucional, quanto funcional, existem problemas quanto à integração, a serem equacionados. O planejamento e a gestão dos transportes na RMPA podem ser caracterizados em três momentos: na perspectiva integrada dos anos 1970, em um processo de fragmentação no final dos anos 1980 e nos anos 1990 e, uma nova perspectiva de integração a partir de 2003. Destaca-se que muitos projetos desenvolvidos na fase inicial foram implantados ao longo dos anos, assim como vêm sendo retomados (com as devidas adequações), na perspectiva de planejamento atual. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 170 No controle social nos transportes observa-se que a participação está centrada em atores privados e setoriais, cuja eficácia da forma de representação deveria ser avaliada, no sentido de se verificar a necessidade de uma ampliação dessa representação, na busca de uma maior e efetiva participação da sociedade. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 171 REFERÊNCIAS AGÊNCIA ESTADUAL DE REGULAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DELEGADOS DO RIO GRANDE DO SUL – AGERGS. Disponível em: <http://www.agergs.rs.gov.br/site/index.php> ASSOCIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DA GRANDE PORTO ALEGRE - GRANPAL. Conselho Deliberativo Metropolitano. Disponível em: <http://www.granpal.com.br/GovMetropolitana/?c=13> ASSOCIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DA REGIÃO METROPOLITANA DE PORTO ALEGRE - GRANPAL. Disponível em: <http://www.granpal.com.br/Capa/> BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL - BNDES. Disponível em: <http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/index.html> BRASIL. Constituição Federal de 05 de outubro de 1988, Cap. II, artigo 182. Dispõe sobre ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bemestar de seus habitantes. Disponível em: <http://www.senado.gov.br/> BRASIL. 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Autoriza ao Executivo municipal constituir uma sociedade anônima de economia mista, denominada Companhia Municipal de Saneamento, subscrevendo parcela de capital, bem como conceder ou permitir a exploração dos serviços públicos municipais de abastecimento de água potável e de esgoto cloacal, e dá outras providências. Disponível em: <http://www.novohamburgo.rs.gov.br/> RIO GRANDE DO SUL, PAROBÉ. Lei Municipal nº 1.840 de 24 de Dezembro de 2001. Cria o Plano Diretor do Município de Parobé e dá outras providências. Disponível em: <http://www.parobe.rs.gov.br/> RIO GRANDE DO SUL, PORTÃO. Lei Municipal nº 2.206 de 13 de Setembro de 2011. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 177 Revisa, altera e consolida a Lei nº 1.515/2001, com redação dada pela Lei nº 2.080/2010, que institui o 2º Plano Diretor do município de Portão, e dá outras providências. 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Decreto Estadual nº 48.270, de 28 de agosto de 2011. Institui o Banco de Terras do Estado do Rio Grande do Sul. Disponível em: <http://www.al.rs.gov.br/legis/> RIO GRANDE DO SUL. Decreto Estadual nº 48.904, de 08 de março de 2012. Altera o Anexo Único do Decreto nº 38.356, de 1º de abril de 1998, que regulamenta a Lei nº 9.921, de 27 de julho de 1993, que dispõe sobre a gestão dos resíduos sólidos no Estado do Rio Grande do Sul. Disponível em: <http://www.al.rs.gov.br/legis/> RIO GRANDE DO SUL. Decreto Estadual nº 48.989, de 04 de abril de 2012. Regulamenta o Conselho Estadual de Saneamento - CONESAN e as Comissões Regionais de Saneamento - CRESANs, de que tratam os arts. 13,14, 15, 16, 17, 18, 19 e 20 da Lei nº 12.037, de 19 de dezembro de 2003. Disponível em: <http://www.al.rs.gov.br/legis/> RIO GRANDE DO SUL. Decreto Estadual nº 49.043, de 25 de abril de 2012. Altera o Decreto nº 48.491, de 31 de outubro de 2011, que criou Comitê Estadual dos Sinos para atuar no âmbito da Secretaria de Habitação e Saneamento e da Secretaria do Meio Ambiente do Estado do Rio Grande do Sul, com a finalidade de acompanhar os trabalhos do PAC1, PAC2, dos Planos Municipais e Regionais de Saneamento Básico. Disponível em: <http://www.al.rs.gov.br/legis/> RIO GRANDE DO SUL. Decreto Estadual nº 49.101, de 14 de maio de 2012. Institui Grupo de Trabalho com a finalidade de propor ajustes no processo e na metodologia de cálculo do custo tarifário dos serviços rodoviários concedidos no âmbito do Sistema Estadual de Transporte Metropolitano. Disponível em: <http://www.al.rs.gov.br/legis/> RIO GRANDE DO SUL. Decreto Estadual nº 49.322, de 03 de julho de 2012. Regulamenta a Lei n° 13.841, de 5 de dezembro de 2011, que dispõe sobre a participação do Estado do Rio Grande do Sul no Programa Minha Casa Minha Vida – PMCMV. Disponível em: <http://www.al.rs.gov.br/legis/> RIO GRANDE DO SUL. Decreto Estadual nº 50.056, de 31 de janeiro de 2013. Regulamenta o art. 11, § 3°, da Lei n° 13.017, de 24 de julho de 2008, que dispõe sobre o Sistema Estadual de Habitação de Interesse Social - SEHIS -, o Fundo Estadual de Habitação de Interesse Social - FEHIS - e o Conselho Gestor do FEHIS. Disponível em: <http://www.al.rs.gov.br/legis/> RIO GRANDE DO SUL. Decreto Legislativo nº 7.905, de 21 de agosto de 1996. Aprova o Protocolo de Intenções que entre si celebram o Estado do Rio Grande do Sul e a Prefeitura Municipal de Porto Alegre, com vistas ao desenvolvimento dos transportes em: coletivos de Porto Alegre e Região Metropolitana. Disponível <http://www.al.rs.gov.br/legis/> RIO GRANDE DO SUL. DEPARTAMENTO AUTONÔMO DE ESTRADAS DE RODAGEM. Disponível em: <http://www.daer.rs.gov.br/site/index.php> RIO GRANDE DO SUL. Lei Estadual Complementar nº 9.752, de 10 de novembro de Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 182 1992. Regulamenta o disposto no artigo 27 do A.D.C.T. da Constituição do Estado. Disponível em: <http://www.al.rs.gov.br/legis/> RIO GRANDE DO SUL. Lei Estadual nº 10.116 de 23 de março de 1994. Institui a Lei do Desenvolvimento Urbano, que dispõe sobre critérios e requisitos mínimos para a definição e delimitação de áreas urbanas e de expansão urbana, sobre diretrizes e normas gerais de parcelamento do solo para fins urbanos, sobre elaboração de planos e de diretrizes gerais de ocupação do território pelos municípios e dá outras providências. Disponível em: <http://www.al.rs.gov.br/Legis> RIO GRANDE DO SUL. Lei Estadual nº 10.529, de 20 de julho de 1995. Institui o Sistema Estadual de Habitação de Interesse Social e dá outras providências, nos termos do artigo 173 da Constituição Estadual. Disponível em: http://www.al.rs.gov.br/legis/ RIO GRANDE DO SUL. Lei Estadual nº 10.922, de 03 de Janeiro de 1997. Autoriza o Poder Executivo a contratar operações de crédito e abrir créditos adicionais com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, destinados ao projeto de renovação do transporte coletivo por ônibus nos corredores norte e nordeste da Região RMPA. Disponível em: Metropolitana de Porto Alegre <http://www.al.rs.gov.br/legis/M010/M0100099.ASP?Hid_Tipo=TEXTO&Hid_TodasNor mas=9727&hTexto=&Hid_IDNorma=9727> RIO GRANDE DO SUL. Lei Estadual nº 10.931, de 09 de Janeiro de 1997. Cria a Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul AGERGS e dá outras providências. Disponível em: <http://www.al.rs.gov.br/legis/> RIO GRANDE DO SUL. Lei Estadual nº 10.982, de 06 de Agosto de 1997. Determina a concessão de desconto no valor das passagens rodoviárias intermunicipais no estado do Rio Grande do Sul. Disponível em: <http://www.al.rs.gov.br/legis> RIO GRANDE DO SUL. Lei Estadual nº 11.127, de 09 de fevereiro de 1998. Institui o Sistema Estadual de Transporte Metropolitano Coletivo de Passageiros - SETM, cria o Conselho Estadual de Transporte Metropolitano Coletivo de Passageiros – CETM e dá outras providências. Disponível em: <http://www.al.rs.gov.br/legis/M010/M0100099.ASP?Hid_Tipo=TEXTO&Hid_TodasNor mas=7081&hTexto=&Hid_IDNorma=7081> RIO GRANDE DO SUL. Lei Estadual nº 11.338, de 17 de Julho de 1999. Introduz modificações na Lei nº 10.982, de 06 de Agosto de 1997. Disponível em: <http://www.al.rs.gov.br/legis> RIO GRANDE DO SUL. Lei Estadual nº 11.445, de 18 de Janeiro de 2000. Autoriza o Estado do Rio Grande do Sul a promover acordos nos autos das ações cíveis e reclamatórias trabalhistas propostas pelos ex-empregados das empresas CEDIC, CRTUR e COHAB. Disponível em: <http://www.al.rs.gov.br/legis/> RIO GRANDE DO SUL. Lei Estadual nº 11.664, de 28 de agosto de 2001. Dispõe sobre a gratuidade nas linhas comuns do transporte intermunicipal de passageiros, até o limite de Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 183 02 (duas) passagens por coletivo aos deficientes físicos, mentais e sensoriais, comprovadamente carentes. Disponível em: <http://www.al.rs.gov.br/legis/> RIO GRANDE DO SUL. Lei Estadual nº 11.729, 09 de Janeiro 2002. Dispõe sobre a colocação de anúncios de propaganda em veículos de transporte coletivo intermunicipais, permissão ou concessão do Estado do Rio Grande do Sul. Disponível em: <http://www.al.rs.gov.br/legis/> RIO GRANDE DO SUL. Lei Estadual nº 11.987, de 14 de outubro de 2003. Introduz modificações na Lei nº 10.529, de 20 de julho de 1995, que institui o Sistema Estadual de Habitação de Interesse Social e dá outras providências nos termos do artigo 173 da Constituição Estadual, e suas alterações. Disponível em: <http://www.al.rs.gov.br/legis/> RIO GRANDE DO SUL. Lei Estadual nº 12.037, de 19 de Dezembro de 2003. Dispõe sobre a Política Estadual de Saneamento e dá outras providências. Disponível em: <http://www.al.rs.gov.br/legis/> RIO GRANDE DO SUL. Lei Estadual nº 12.037, de 19 de dezembro de 2003. Dispõe sobre a Política Estadual de Saneamento e dá outras providências. Disponível em: <http://www.al.rs.gov.br/legis/> RIO GRANDE DO SUL. Lei Estadual nº 12.227, de 05 de janeiro de 2005. Dispõe sobre a adaptação dos veículos do Sistema Estadual de Transporte Metropolitano de Porto Alegre - RMPA - com dispositivos de acesso às pessoas portadoras de deficiência física, obesos, gestantes e idosos. Disponível em: <http://www.al.rs.gov.br/legis/M010/M0100099.ASP?Hid_Tipo=TEXTO&Hid_TodasNor mas=48290&hTexto=&Hid_IDNorma=48290> RIO GRANDE DO SUL. Lei Estadual nº 13.017 de 24 de Julho de 2008. Dispõe sobre o Sistema Estadual de Habitação de Interesse Social – SEHIS -, o Fundo Estadual de Habitação de Interesse Estadual – FEHIS – e o Conselho Gestor do FEHIS. Disponível em: <http://www.al.rs.gov.br/Legis> RIO GRANDE DO SUL. Lei Estadual nº 13.042, de 30 de Setembro 2008. Dispõe sobre a gratuidade nas linhas comuns do transporte coletivo intermunicipal de passageiros para pessoas com deficiências físicas, mentais e sensoriais, comprovadamente carentes. Disponível em: <http://www.al.rs.gov.br/legis/> RIO GRANDE DO SUL. Lei Estadual nº 13.210 de 03 de Agosto de 2009. Altera a redação do § 1° do art. 13 da Lei n° 13.017, de 24 de Julho de 2008, que dispõe sobre o Sistema Estadual de Habitação de Interesse Social – SEHIS -, o Fundo Estadual de Habitação de Interesse Estadual – FEHIS – e o Conselho Gestor do FEHIS. Disponível em: <http://www.al.rs.gov.br/Legis> RIO GRANDE DO SUL. Lei Estadual nº 13.305, de 02 de Dezembro de 2009. Autoriza o Poder Executivo a negociar, com incentivos, a liquidação antecipada dos financiamentos habitacionais ativos e a negociar, com incentivos, todos os imóveis incorporados ao Estado pela extinção da Companhia de Habitação do Estado do Rio Grande do Sul – COHAB/RS Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 184 – e introduz alteração nas Leis nº 10.357, de 16 de Janeiro de 1995 e nº 13.017, de 24 de Julho de 2008, e dá outras providências. Disponível em: <http://www.al.rs.gov.br/Legis> RIO GRANDE DO SUL. Lei Estadual nº 13.601, de 01 de Janeiro de 2011. Dispõe sobre a estrutura administrativa do Poder Executivo do Estado do Rio Grande do Sul e dá outras providências. Disponível em: <http://www.al.rs.gov.br/legis/> RIO GRANDE DO SUL. Lei Estadual nº 13.789, de 19 de setembro de 2011. Dispõe sobre a assistência técnica pública e gratuita para o projeto e a construção de habitação de interesse social para as famílias de baixa renda e altera a Lei n.º 13.017, de 24 de julho de 2008, que dispõe sobre o Sistema Estadual de Habitação de Interesse Social − SEHIS −, o Fundo Estadual de Habitação de Interesse Social − FEHIS − e o Conselho Gestor do FEHIS. Disponível em: <http://www.al.rs.gov.br/legis/> RIO GRANDE DO SUL. Lei Estadual nº 13.841, de 05 de dezembro de 2011. Dispõe sobre a participação do Estado do Rio Grande do Sul no Programa Minha Casa Minha Vida – PMCMV –, de que trata a Lei Federal n.º 11.977, de 7 de julho de 2009, e dá outras providências. Disponível em: <http://www.al.rs.gov.br/legis/> RIO GRANDE DO SUL. Lei Estadual nº 13.867, de 28 de dezembro de 2011. Autoriza o Poder Executivo a doar imóveis ao Fundo de Arrendamento Residencial – FAR – para construções de unidades habitacionais para famílias de baixa renda. Disponível em: <http://www.al.rs.gov.br/legis/> RIO GRANDE DO SUL. Lei Estadual nº 13.984, de 03 de maio de 2012. Introduz alterações na Lei n.° 13.305, de 2 de dezembro de 2009, que autoriza o Poder Executivo a negociar, com incentivos, a liquidação antecipada dos financiamentos habitacionais ativos e a negociar, com incentivos, todos os imóveis incorporados ao Estado pela extinção da Companhia de Habitação do Estado do Rio Grande do Sul – COHAB/RS – e introduz alteração nas Leis n.º 10.357, de 16 de janeiro de 1995 e n.º 13.017, de 24 de julho de 2008, e dá outras providências. Disponível em: <http://www.al.rs.gov.br/legis/> RIO GRANDE DO SUL. Lei Estadual nº 14.002, de 4 de junho de 2012. Denomina “Estação Hidroviária Esther de Souza Worm” o terminal de passageiros da Hidrovia Guaíba/Porto Alegre. Disponível em: <http://www.al.rs.gov.br/legis/> RIO GRANDE DO SUL. Lei Estadual nº 14.039, de 06 de julho de 2012. Institui o Programa Aluguel Social. Disponível em: <http://www.al.rs.gov.br/legis/> RIO GRANDE DO SUL. Lei Estadual nº 9.823, de 22 de Janeiro de 1993. Dispõe sobre a cessão de passagens a policiais militares no sistema de transporte coletivo intermunicipal de passageiros. Disponível em: < http://www.al.rs.gov.br/legis/M010/M0100099.ASP?Hid_Tipo=TEXTO&Hid_TodasNor mas=14856&hTexto=&Hid_IDNorma=14856> RIO GRANDE DO SUL. PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE. Lei nº 2.312, de 15 de dezembro de 1961. Cria o Departamento Municipal de Água e Esgotos, extingue a Secretaria Municipal de Água e Saneamento, e dá outras providências. Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 185 Disponível em: <http://www2.portoalegre.rs.gov.br/netahtml/sirel/> RIO GRANDE SO SUL. PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO LEOPOLDO. Lei nº 1648, de 30 de Dezembro de 1971. Cria o serviço municipal de água e esgotos, extingue a diretoria de saneamento e dá outras providências. Disponível em: <http://www.saoleopoldo.rs.gov.br/> SECRETARIA DA FAZENDA - SEFAZ. Disponível em: <https://www.sefaz.rs.gov.br/> SECRETARIA DE HABITAÇÃO E SANEAMENTO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - SEHABS. Disponível em: <http://www.sehadur.rs.gov.br/> SECRETARIA DE OBRAS IRRIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO URBANO - SOP. Disponível em: <http://www.sop.rs.gov.br/> SECRETARIA DE PLANEJAMENTO, GESTÃO E PARTICIPAÇÃO CIDADÃ SEPLAG. Disponível em: <http://www.seplag.rs.gov.br/> SECRETARIA DO DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO Guia de investimentos RS. Disponível em: SPDI. <http://www.sdpi.rs.gov.br/?model=conteudo&menu=149> SECRETARIA DO MEIO <http://www.sema.rs.gov.br/> AMBIENTE – SEMA. Disponível em: SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE. Departamento de Recursos Hídricos. Disponível em: <http://www.sema.rs.gov.br/conteudo.asp?cod_menu=85> SECRETARIA ESTADUAL DE HABITAÇÃO E SANEAMENTO – SEHABS -RS. Programa de Produção de Lotes Urbanizados. Disponível em: <http://www.sehabs.rs.gov.br/conteudo/4672/?Programa_Produ%C3%A7%C3%A3o_de_ A%C3%A7%C3%B5es_Habitacionais%3A_Produ%C3%A7%C3%A3o_de_Lotes_Urbani zados> SERVIÇO MUNICIPAL DE ÁGUA E ESGOTO DE SÃO LEOPOLDO – SEMAE. Disponível em: <http://www.semae.rs.gov.br/> SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - SINDUSCON. Censo imobiliário. Disponível em: <http://www.sinduscon-rs.com.br/> SINDICATO DOS EMPREGADOS DO COMÉRCIO DE PORTO ALEGRE - SINDEC. <http://sindec.org.br/noticias-pdf/-sindec-porto-alegre-prestigia-posse-da-diretoria-dosindimetropolitano.pdf> SINDICATO DOS TRABALHADORES EM EMPRESA DE TRANSPORTE METROVIÁRIOS E CONEXAS DO RIO GRANDE DO SUL. <http://www.sindimetrors.org/> Relatório 1.2. Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum 186 SUPERINTENDENCIA DE PORTOS E HIDROVIAS. <http://www.sph.rs.gov.br/sph_2006/content/home/index.php> Disponível em: UGALDI, Claudio Mainieri. O parcelamento do solo no contexto metropolitano. O caso da Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA). X Encontro Nacional da Anpur. [s.l.], [s.d.].