FACULDADES INTEGRADAS DA UNIÃO EDUCACIONAL DO PLANALTO CENTRAL Aprovadas pela Portaria SESu/MEC Nº 368/2008 de 19/05/2008 (DOU 20/05/2008) CLIMA ORGANIZACIONAL: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE DE TRABALHO NO 26º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR DE SANTA MARIA - DF HERMENEGILDO FERREIRA DOS SANTOS Gama - DF 2013 HERMENEGILDO FERREIRA DOS SANTOS CLIMA ORGANIZACIONAL: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE DE TRABALHO NO 26º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR DE SANTA MARIA - DF Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) ora apresentado no curso de Graduação em Administração de Empresas das Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto Central, como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Administração. Orientadora: Profª. M.Sc. SURAMA CAVALCANTI MIRANDA Gama - DF 2013 ii Santos, Hermenegildo Ferreira dos. Clima organizacional: avaliação do ambiente e trabalho no 26º batalhão de policia militar de Santa Maria-DF. / Hermenegildo Ferreira dos Santos. – Brasília, 2013. 103p. il. color. : Projeto (Graduação / Administração). União Educacional do Planalto Central / Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto Central / Curso de Administração. 1. Clima organizacional. 2.Ambiente de trabalho. 3.Pesquisa de clima organizacional. I.Título. iii HERMENEGILDO FERREIRA DOS SANTOS CLIMA ORGANIZACIONAL: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE DE TRABALHO DO 26º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR DE SANTA MARIA - DF Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), aprovado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Administração no Curso Administração de Empresas das Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto Central. Data de Aprovação: _____/_____/_____ Banca Examinadora: ____________________________________________ Profª. M.Sc. Surama Cavalcanti Miranda Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto Central ____________________________________________ Profº. M.Sc. André Luiz Dutra Fenner Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto Central ____________________________________________ Profº. M.Sc. Romilson Aiache Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto Central iv LISTA DE SIGLAS 26º BPM – Vigésimo Sexto Batalhão de Polícia Militar PCDF – Polícia Civil do Distrito Federal PCO – Pesquisa de Clima Organizacional PMDF – Polícia Militar do Distrito Federal UPM – Unidade Policial Militar PP - 1ª Seção - Planejamento de Pessoal IECT - 2ª Seção - Inteligência Estratégica, Ciência e Tecnologia OD - 3ª Seção - Operações e Doutrina AICS - 5ª Seção - Assuntos Institucionais e Comunicação Social Orçamento - 6ª Seção – Orçamento Projetos - 7ª Seção – Projetos Acriminal - 8ª Seção - Análise Criminal Legislação - 9ª Seção – Legislação GQ - 10ª Seção - Gestão de Qualidade GCG - Gabinete do Comando Geral SG - Secretária-Geral CI - Centro de Inteligência CPCDH - Centro de Polícia Comunitária e Direitos Humanos CCS - Centro de Comunicação Social DOP - Departamento Operacional DGP- Departamento de Gestão de Pessoal DLF - Departamento de Logística e Finanças DEC - Departamento de Educação e Cultura v DSAP - Departamento de Saúde e Assistência ao Pessoal DCC - Departamento de Controle e Correição CPRM - Comando de Policiamento Regional Metropolitano CPRO - Comando de Policiamento Regional Oeste CPRL - Comando de Policiamento Regional Leste CPRS - Comando de Policiamento Regional Sul CME - Comando de Missões Especiais 9º BPM - Batalhão de Polícia Militar 25º BPM - Batalhão de Polícia Militar 26º BPM - Batalhão de Polícia Militar 27º BPM - Batalhão de Polícia Militar 28º BPM - Batalhão de Polícia Militar 4º BPM de ROTAM - Batalhão de Polícia Militar Rondas Ostensiva Tática Motorizada 9º BPEsc - Batalhão de Policiamento Escolar 9º BPTran - Batalhão de Policiamento de Trânsito P/1 - Seção de Pessoal P/2 - Seção de Investigação P/3 - Seção de planejamento P/4 - Seção de Manutenção e Logística P/5 - Seção de Comunicação PCSV - Policiamento do Comando e Serviço CM - Comando de Manutenção vi LISTA DE FIGURAS Figura 1: Organograma Geral da Polícia Militar do Distrito Federal e do 26º Batalhão de Polícia Militar de Santa Maria – DF (Adaptado pelo autor) ..................................26 Figura 2: Hierarquia de necessidades de Maslow.....................................................35 Figura 3: Teoria da motivação das expectativas .......................................................38 Figura 4: Formas de comunicação organizacional ....................................................41 Figura 5: A Grade Gerencial Blake e Mouton............................................................50 Figura 6: A Teoria da meta e do caminho .................................................................53 Figura 7: Fatores utilizados na pesquisa do clima organizacional do 26º BPM.........60 vii LISTA DE TABELAS Tabela 1: Efetivo do 26º BPM ...................................................................................21 Tabela 2: Essência da cultura organizacional de Robbins ........................................27 Tabela 3: Elementos da cultura organizacional.........................................................28 Tabela 4: Pilares do “Check-Up” Organizacional ......................................................30 Tabela 5: As cinco das leis de pesquisa de clima organizacional .............................33 Tabela 6: Teoria de dois fatores de Herzberg ...........................................................36 Tabela 7: Mapa do Site da Intranet da PMDF ...........................................................44 Tabela 8: Fatores empregados na pesquisa do clima organizacional do 26º BPM...61 Tabela 9: Faixa Etária do 26º BPM ...........................................................................63 Tabela 10: Sexo dos policiais militares .....................................................................64 Tabela 11: Tempo de serviço na PMDF....................................................................65 Tabela 12: Tempo de serviço no 26º BPM ................................................................66 Tabela 13: Posto ou graduação dos policiais militares..............................................68 Tabela 14: Periodicidade da PCO .............................................................................69 Tabela 15: Motivação com as atividades no 26º BPM ..............................................70 Tabela 16: Premiação pela qualidade .......................................................................71 Tabela 17: Sucesso na carreira profissional..............................................................72 Tabela 18: Satisfação no trabalho.............................................................................73 Tabela 19: Pretensão em trabalhar no 26º BPM .......................................................74 Tabela 20: Realização das atividades com satisfação ..............................................75 Tabela 21: Informação sobre os acontecimentos no 26º BPM..................................76 Tabela 22: Informações para realizar o trabalho no 26º BPM ...................................77 Tabela 23: Existência de boa comunicação entre os policiais militares do 26º BPM 78 Tabela 24: Reconhecimento do trabalho pelo chefe imediato...................................79 Tabela 25: Chefe imediato ajuda é justo ...................................................................80 Tabela 26: Chefe imediato ajuda quando necessito..................................................81 Tabela 27: Cooperação entre os policiais militares ...................................................82 Tabela 28: Gosto da maioria dos colegas de trabalho no 26º BPM ..........................83 Tabela 29: Existência de união entre pessoas do 26º BPM ......................................84 Tabela 30: Orgulho em trabalhar no 26º BPM...........................................................85 Tabela 31: Ambiente físico do local de trabalho no 26º BPM....................................86 Tabela 32: Imagem do 26º BPM perante a comunidade ...........................................87 viii LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Efetivo do 26º BPM...................................................................................22 Gráfico 2: Faixa Etária...............................................................................................64 Gráfico 3: Sexo dos policiais militares.......................................................................65 Gráfico 4: Tempo de serviço na PMDF .....................................................................66 Gráfico 5: Tempo de serviço no 26º BPM .................................................................67 Gráfico 6: Posto ou graduação dos policiais militares ...............................................68 Gráfico 7: Periodicidade da PCO na PMDF ..............................................................69 Gráfico 8: Motivação com as atividades no 26º BPM................................................70 Gráfico 9: Premiação pela qualidade ........................................................................71 Gráfico 10: Sucesso na carreira profissional.............................................................72 Gráfico 11: Satisfação no trabalho ............................................................................73 Gráfico 12: Pretensão em trabalhar no 26º BPM ......................................................74 Gráfico 13: Realização das atividades com satisfação .............................................75 Gráfico 14: Informação sobre os acontecimentos no 26º BPM .................................76 Gráfico 15: Informações para realizar o trabalho no 26º BPM ..................................77 Gráfico 16: Existência de boa comunicação entre os policiais militares do 26º BPM78 Gráfico 17: Reconhecimento do trabalho pelo chefe imediato ..................................79 Gráfico 18: Chefe imediato é justo ............................................................................80 Gráfico 19: Chefe imediato ajuda quando necessito .................................................81 Gráfico 20: Cooperação entre os policiais militares ..................................................82 Gráfico 21: Gosto da maioria dos colegas de trabalho no 26º BPM..........................83 Gráfico 22: Existência de união entre as pessoas do 26º BPM.................................84 Gráfico 23: Orgulho em trabalhar no 26º BPM ..........................................................85 Gráfico 24: Ambiente físico do local de trabalho no 26º BPM ...................................86 Gráfico 25: Imagem do 26º BPM perante a comunidade ..........................................87 ix RESUMO O presente trabalho foi realizado com objetivo de analisar os fatores críticos do clima organizacional no 26º Batalhão de Polícia Militar de Santa Maria - DF. A Polícia Militar do Distrito Federal, em seu planejamento estratégico (PMDF, 2011) definiu ações estratégicas de gestão de pessoal direcionadas a estimular a valorização e motivação do capital intelectual e a qualificação dos policiais militares. Atualmente, a PMDF está em processo de transformação, readequando a estrutura organizacional e buscando novos modelos de gestão. Diante desse contexto, surge à oportunidade de buscar uma ferramenta para identificar oportunidades de melhoria contínua no ambiente de trabalho, a pesquisa de clima organizacional. Este trabalho tem o objetivo de identificar os principais conflitos que ocorrem no ambiente interno do 26º Batalhão de Polícia Militar de Santa Maria, com estudo do clima organizacional, através da avaliação do ambiente, que é uma forma de diagnóstico e serve para minimizar conflitos entre as necessidades dos indivíduos e da organização. Para tanto, foi aplicada pesquisa de clima organizacional com oitenta questionários aos policiais militares da atividade fim e da atividade meio do 26º Batalhão de Polícia Militar de Santa Maria, que deve ser considerado como estratégia para identificar oportunidades de melhorias contínuas no ambiente de trabalho. Com os resultados obtidos no presente trabalho busca-se a contribuição para novas pesquisas e através das conclusões e recomendações enunciadas busca-se proveito ao 26º Batalhão de Polícia Militar de Santa Maria e a corporação em geral, e principalmente melhoria na qualidade de vida dos cidadãos do Distrito Federal. Palavras-Chaves: Clima Organizacional; Ambiente de Trabalho; Pesquisa de Clima Organizacional. x SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................14 1.1 Tema ............................................................................................................16 1.2 Justificativa ......................................................................................................16 1.3 Problemas da Situação....................................................................................17 1.4 Hipótese...........................................................................................................17 1.5 Objetivos..........................................................................................................17 1.5.1 Objetivo Geral ...........................................................................................17 1.5.2 Objetivos Específicos ................................................................................17 2. PERFIL DA INSTITUIÇÃO.................................................................................18 2.1 Histórico...........................................................................................................18 2.1.1 Áreas de Atuação do 26º BPM..................................................................21 2.1.2 Quantificação dos Recursos Humanos do 26º BPM .................................21 2.1.3 Rotatividade de Pessoal no 26º BPM........................................................21 2.2 Perfil Estratégico..............................................................................................22 2.2.1 Visão da Polícia Militar de Santa Maria – DF ............................................22 2.2.2 Missão da Polícia Militar de Santa Maria - DF ..........................................23 2.3 Estrutura Organizacional .................................................................................23 3 REFERENCIAL TEÓRICO .....................................................................................27 3.1 Cultura e Clima Organizacional .......................................................................27 3.2 Rotatividade de Pessoal – “TURNOVER”........................................................30 3.3 Pesquisa de Clima Organizacional ..................................................................32 3.4 Motivação ........................................................................................................34 3.4.1 Teoria da Hierarquia das Necessidades ...................................................34 3.4.2 Teoria X e Teoria Y ...................................................................................35 3.4.3 Teoria dos Dois Fatores ou Motivação-Higiene ........................................36 3.4.4 Teoria das Necessidades de MCCLELLAND............................................36 3.4.5 Teoria do Reforço......................................................................................37 3.4.6 Teoria da Motivação das Expectativas......................................................37 3.4.7 Teoria da Equidade ...................................................................................38 3.5 Satisfação ........................................................................................................39 3.6 Comunicação Organizacional ..........................................................................40 3.7 Liderança .........................................................................................................47 3.7.1 Teoria Genética.........................................................................................48 3.7.2 Teoria dos Traços .....................................................................................48 xi 3.7.3 Teorias Comportamentais .........................................................................49 3.7.4 Teorias das Contingências........................................................................51 3.8 Relacionamento Interpessoal ..........................................................................54 3.9 Imagens da Organização.................................................................................55 4 METODOLOGIA.....................................................................................................57 4.1 Tipo de Pesquisa .............................................................................................58 4.2 Universo e Amostra .........................................................................................61 4.3 Instrumento de Pesquisa .................................................................................62 5 ANÁLISES E RESULTADOS .................................................................................63 5.1 Faixa etária dos policiais militares do 26° BPM (anos) ....................................63 5.2 Sexo dos policiais militares do 26º BPM..........................................................64 5.3 Tempo de serviço dos policiais militares na PMDF .........................................65 5.4 Tempo de serviço dos policiais militares no 26º BPM (anos) ..........................66 5.5 Posto ou graduação.........................................................................................68 5.6 A corporação realiza periodicamente pesquisa de clima organizacional para diagnosticar e analisar o ambiente interno dos Batalhões apartir do levantamento de suas necessidades ...........................................................................................69 5.7 Sinto-me motivado com minhas atividades no 26º BPM..................................70 5.8 No 26º BPM os policiais militares são premiados na proporção da qualidade de seu trabalho ...........................................................................................................71 5.9 Estou obtendo sucesso na minha carreira e na minha vida profissional no 26º BPM.......................................................................................................................72 5.10 Estou satisfeito em trabalhar no 26º BPM .....................................................73 5.11 Pretendo trabalhar no 26º BPM por muito tempo ..........................................74 5.12 Os policiais militares do 26º BPM realizam suas atividades com satisfação .75 5.13 Sinto-me bem informado sobre o que acontece no 26º BPM ........................76 5.14 Recebo as informações necessárias para realizar o meu trabalho no 26º BPM ...............................................................................................................................77 5.15 Existe uma boa comunicação entre os policiais militares do 26º BPM ..........78 5.16 Meu chefe imediato no 26º BPM sabe reconhecer um trabalho bem feito ....79 5.17 Meu chefe imediato no 26º BPM sabe ser justo ............................................80 5.18 Meu chefe imediato no 26º BPM me ajuda quando necessito.......................81 5.19 Existe cooperação entre os policiais militares no 26º BPM ...........................82 5.20 Eu gosto da maioria dos meus colegas de trabalho no 26º BPM ..................83 5.21 Existe união entre as pessoas do 26º BPM ...................................................84 5.22 Sinto orgulho em trabalhar no 26º BPM.........................................................85 5.23 O ambiente físico do meu local de trabalho no 26º BPM encontra-se ...........86 5.24 Qual a imagem o 26º BPM tem perante a comunidade .................................87 6 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES ...................................................................88 xii 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÂFICAS .......................................................................98 APÊNDICE A...........................................................................................................101 xiii 14 1 INTRODUÇÃO O presente Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) consiste no Relatório Final de Pesquisa relativo ao Estágio Supervisionado do Curso de Administração das Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto Central – FACIPLAC, na área de Gestão Organizacional. Nos tempos atuais, a corrida em busca da excelência vem fazendo com que as organizações se tornem cada vez mais competitivas, no sentido de produzir bens e serviços de qualidade e que garantam a plena satisfação do cliente. Se por um lado, pode-se constatar essa preocupação nas empresas privadas, por outro é preciso reconhecer que as organizações públicas não podem prescindir dessa perspectiva, sob a pena de não sobreviverem ao processo de mudança de paradigmas. Qualquer organização que permanecer indiferente a esse processo de mudança estará fadada ao insucesso, e até mesmo ao caos. Atualmente, no caso das organizações públicas brasileiras já se percebe um esforço para a redefinição de seus objetivos, voltando-os para o cidadão-cliente e para seus colaboradores. A Polícia Militar do Distrito Federal - PMDF, em seu planejamento estratégico (PMDF, 2011) definiu ações estratégicas de gestão de pessoal direcionadas a estimular a valorização e motivação do capital intelectual e a qualificação dos policiais militares. Neste sentido, deve-se atentar para área de recursos humanos, área estratégica e de progresso que está relacionada com a melhora da eficácia organizacional, e funciona também como um agente de mudanças. Atualmente, a PMDF está em processo da transformação, readequando a estrutura organizacional, buscando novos modelos de gestão, desenvolvendo projetos sociais e de assistência ao público interno, marchando para a valorização do seu capital humano. Segundo Rosso (2004, p. 33), a gestão de pessoas passou a ser o novo paradigma da modernidade administrativa. Segundo o autor as pessoas não podem ser tratadas meramente como recursos a fim de evitar o taylorismo que limitava o trabalhador. 15 Um dos maiores recursos que uma organização pode possuir são seus recursos humanos, neste sentido, torna-se fundamental uma política de valoração e profissionalização destes, para que a organização possa alcançar a efetividade. Nunca se atribuiu tanta importância à valorização dos recursos humanos como no momento atual. A instituição que não inclui a valorização de seu capital humano em primeiro plano, não poderá assegurar patamares cada vez mais próximos da excelência nos serviços prestados à sociedade. Dentro desse contexto, situa-se a questão da pesquisa de clima organizacional, que deve ser considerada como uma estratégica para identificar oportunidades de melhorias contínuas no ambiente de trabalho. Com a finalidade da concentração da pesquisa e um aprofundamento de seu conteúdo o tema deste trabalho foi delimitado para a pesquisa do clima organizacional visando avaliar o ambiente de trabalho dos policiais do 26º Batalhão de Polícia Militar de Santa Maria. Este trabalho tem o objetivo de identificar os principais conflitos que ocorrem no ambiente interno do 26º Batalhão de Polícia Militar de Santa Maria. O trabalho consiste em estudo sobre o clima organizacional do 26º BPM, por meio da avaliação do ambiente de trabalho, que é uma forma de diagnóstico e serve para minimizar conflitos entre as necessidades dos indivíduos e das organizações, além de identificar, principalmente, quais políticas e diretrizes a organização deve adotar para cumprir sua missão. O 26º Batalhão de Polícia Militar deve utilizar políticas que contemplem a utilização da pesquisa de clima organizacional, pois de acordo com Rosso (2004, p. 86), as medidas de diagnóstico do ambiente interno têm o caráter prevencionista, que deve ser o objetivo principal de qualquer empresa que trabalha com conceitos de planejamento estratégico, como é o caso atual da PMDF, em seu plano estratégico (2011- 2022) planejando a segurança do cidadão do Distrito Federal no século XXI. Por meio da pesquisa de clima organizacional, segundo Rosso (2004, p. 79), identifica-se o grau de satisfação das pessoas no ambiente de trabalho e seu maior objetivo é mapear os fatores críticos de satisfação interna dentro da empresa. 16 Nesse sentido, o trabalho é relevante para a comunidade, pois um policial militar com melhor desempenho humano no trabalho pode atender com qualidade os cidadãos, seus verdadeiros clientes, e desse modo, contribuir com a melhoria dos serviços prestados à sociedade. No planejamento estratégico da Polícia Militar do Distrito Federal é listado como um dos principais fatores críticos de sucesso, “A disponibilidade de recursos humanos em quantidade adequada, capacitados, motivados e disciplinados” (PMDF, 2011, p. 36). Sem dúvida para que uma unidade policial militar possa cumprir seu papel é necessário que ela atraia e mantenha em seu efetivo existente policiais militares altamente motivados e comprometidos com a missão da corporação. O presente trabalho justifica-se pelo imperativo de se construir instrumentos que possam diagnosticar os principais conflitos que ocorrem no ambiente interno do 26º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal. Dessa forma, servirá como uma valiosa ferramenta de gestão estratégica. 1.1 Tema Clima Organizacional: avaliação do Ambiente de Trabalho do 26º Batalhão de Polícia Militar de Santa Maria – DF. 1.2 Justificativa O problema é atual, face às mudanças enfrentadas pelas empresas que buscam a eficiência dos seus meios de processos existentes que são modificados, mudados, implementado e até recomeçados do zero. Esta pesquisa se justifica em razão da recente reestruturação do quadro organizacional da Polícia Militar do Distrito Federal. E o crescimento desordenado de crimes e os motivos de grande insatisfação no ambiente do 26º Batalhão de Polícia Militar. 17 1.3 Problemas da Situação Avaliação do clima organizacional no 26º Batalhão de Polícia Militar de Santa Maria – DF: com a normatização de serviço voluntário poderá satisfazer os policiais militares? 1.4 Hipótese A criação e normatização do serviço voluntário trouxe satisfação dos policiais militares. 1.5 Objetivos 1.5.1 Objetivo Geral Identificar os principais conflitos que ocorrem no ambiente do 26º Batalhão de Polícia Militar do Distrito Federal, produzindo um conhecimento institucional que venha a assessorar as novas tomadas de decisão. 1.5.2 Objetivos Específicos Demonstrar para o 26º Batalhão de Polícia Militar, a importância da pesquisa do clima organizacional dentro de uma organização; Identificar o grau de satisfação e motivação dos policiais militares dentro do ambiente de trabalho do 26º BPM; Identificar oportunidades de melhorias no ambiente de trabalho do 26º Batalhão de Polícia Militar de Santa Maria; e Verificar se existe confiança, apoio, harmonia e considerações entre policiais do 26º BPM. 18 2. PERFIL DA INSTITUIÇÃO 2.1 Histórico Antes da criação do assentamento de Santa Maria, a Polícia Militar do Distrito Federal fazia o policiamento rural da área por meio através da extinta 6ª Companhia de Polícia Militar Independente do Gama, hoje 9º Batalhão de Polícia Militar, por meio de um Pelotão Rural, composto por duas viaturas e um efetivo de quarenta policiais militares, destacado para cumprir o policiamento na área rural. O pelotão ficava aquartelado em uma chácara, que era conhecida, como limoeiro, na época desapropriada, na altura da QR 105. Em 1990 foi criado o assentamento de Santa Maria e mais tarde, o Pelotão Rural existente recebeu a atribuição de Policiamento Urbano, ganhando assim mais duas viaturas e oitenta policiais militares. Com o crescimento populacional e demográfico da cidade, o Decreto do GDF nº 17.905, datado de 11 de Dezembro de 1996, criou a 14ª Companhia de Polícia Militar Independente para a Região Administrativa XIII. Através da Portaria PMDF, datada de 17 de Dezembro de 1996, o Major Luiz Renato Fernandes Rodrigues, foi nomeado Comandante da recém-criada Unidade, que herdou os meios materiais e humanos do Pelotão de Santa Maria, bem como, duas instalações que se situavam 01 (uma) na parte sul do assentamento e a outra na parte norte que seria mais tarde a sede da Companhia. Com a Portaria PMDF Reservada nº 126, de 19 de Dezembro de 1996, o Comandante Geral incluiu o organograma da UPM na Corporação e ativou-a a contar de 23 de Dezembro de 1996. Em 20 de Fevereiro de 1997, numa solenidade no Comando Geral da PMDF, o Major Antônio Durval da Matta Anaissi assumiu o Comando da 14ª Companhia de Polícia Militar do Distrito Federal e já em sua gestão, através da Portaria PMDF Reservada nº 137, de 18 de Junho de 1997, o comandante Geral aprovou os quadros de organização e de distribuição de efetivos. 19 No dia 07 de Abril de 1998, a Sede da UPM mudou-se para as instalações provisórias situada na Avenida Brigadeiro Pinto de Moura, s/nº, no Sítio do Gama, localidade próxima à entrada da cidade de Santa Maria, vindo pela BR 040, onde se encontrava desenvolvendo o policiamento ostensivo a pé, motorizado de Radio Patrulhamento e de motocicletas, em bicicletas e de trânsito, além de frequentes patrulhas em operações desarmamentos nas quadras residenciais e comerciais, pontos e terminais de ônibus e em seus interiores, além de outras operações especiais. No dia 19 de Maio de 1998, o Major Valmir Schmitt Vieira assumiu o Comando da Unidade, a qual continua participando ativamente da vida da cidade, em seus grandes eventos recreativos e socioculturais, preservando a ordem e promovendo a segurança de seus cidadãos e de seus bens. No dia 09 de Março de 1999 o Major Sebastião Davi Gouveia recebe o Comando da 14ª Companhia de Polícia Militar Independente, em consequência, aprimorou a sensibilidade para tratá-los da forma mais conveniente e justa possível. Tendo certeza que esse espírito de servir ao público para o bem comum e estar presente em cada um dos moradores da cidade de Santa Maria - DF. No dia 27 de Maio de 1999, o Major José Carlos Casado da Silva assumiu o Comando da Unidade, a qual continuou participando ativamente da vida da cidade, em seus grandes eventos recreativos e socioculturais, preservando a ordem e promovendo a segurança de seus cidadãos e de seus bens. Em 10 de Abril de 2001, o Major Casado, passa o Comando da 14ª Companhia para o Major José Geraldo Bezerra de Almeida, que se empenhou para manter o nível do policiamento oferecido pela Polícia Militar e diminuir ainda mais os índices de criminalidade nesta cidade, ocasião em que as instalações mudaram-se do Sitio do Gama para a antiga Administração, QC 01 lote 01. No dia 23 de Agosto de 2002, a Sede da Companhia mudou-se para o atual endereço, Área Central 01, Quadra 01, Avenida Alagados de Santa Maria, durante este Comando foi aprovado à alteração do Brasão de arma e insígnia do Comandante através da Portaria PMDF nº 389 de 10 de outubro de 2003, publicada 20 no Boletim do Comando Geral nº 195 de 16 de Outubro de 2003 a qual alterou a Portaria PMDF nº 190 de 23 de Setembro de 1998. Em 03 de Março de 2005, o Major Bezerra, passa o Comando da 14ª Companhia para o Major Edson Mendes Martins, que procurou aproximar o serviço de segurança pública da comunidade, desempenhando um policiamento participativo, bem como lutou para aumentar o número de viaturas para suprir a deficiência de pessoal e, com isso diminuir ainda mais os índices de criminalidade nesta cidade. Em 29 de janeiro de 2007, o Major Mendes, passa o Comando da l4ª Companhia para o Major Néviton Pereira Júnior, que vem se empenhando até o momento para manter o nível de policiamento empregado e melhorando a cada dia para manter o índice de criminalidade baixo, empregando mais policiais nas ruas. Em 24 de maio de 2010, o Tenente Coronel Néviton, passa o Comando da 14ª Companhia para o Tenente Coronel Fialho, o qual continuou participando ativamente da vida da cidade, em seus grandes eventos recreativos e socioculturais, preservando a ordem e promovendo a segurança de seus cidadãos e de seus bens. Em 11 de junho de 2010, por meio através do decreto nº 31.793, foi criado o 26º Batalhão de Polícia Militar, em substituição a 14ª Companhia de Polícia Militar Independente, o qual continuou com mesmo comando. Em 03 de fevereiro de 2011, Tenente Coronel Fialho, passa o Comando do 26º Batalhão para o Tenente Coronel Giuliano Costa de Oliveira, que vem com uma transparente, procurando atender a sociedade e participando efetivamente junto aos seus comandados até altas horas da madrugada com intenção de manter o que está dando certo e melhorar o que precisar. Em 1ª de março de 2012, o Tenente Coronel Giulliano, passa o Comando do 26º Batalhão para o Tenente Coronel Jean, e o mesmo vem dando continuidade ao trabalho de seu antecessor. (PMDF, 2011). 21 2.1.1 Áreas de Atuação do 26º BPM O 26º Batalhão de Polícia Militar tem sua área de atuação delimitada sul, cobrindo a área Rural dos Barreiros, divisa com a cidade de São Sebastião e faz divisa com a área do Gama e Novo Gama- GO (PMDF, 2011). 2.1.2 Quantificação dos Recursos Humanos do 26º BPM Em 30 de junho de 2011, o 26º Batalhão de Polícia Militar tinha como efetivo existente 298 policiais militares. O efetivo previsto para este batalhão é de 614 policiais militares, pode-se observar uma falta de efetivo (claro) de 316 policiais militares. Devem-se considerar outros fatores que causam impacto na produtividade do batalhão, como restrição médica parcial (12 policiais militares), restrição médica definitiva (10 policiais militares) e restrição judicial/restrição ao porte de armas (15 policiais militares), totalizando 37 policiais militares, aproximadamente 12,37% do efetivo total do batalhão. Finalmente, se forem considerados todos os outros afastamentos e o pessoal do expediente o batalhão emprega cerca de 180 policiais militares na atividade fim para cumprir sua missão em uma área de atuação extensa, além de prestar apoio ao Comando de Policiamento Regional Sul (PMDF, 2011). 2.1.3 Rotatividade de Pessoal no 26º BPM É importante medir o índice de rotatividade de pessoal no 26º BPM. Para essa mensuração, usou-se como base o índice de rotatividade proposto por Chiavenato (2004), que funciona melhor considerando as saídas de pessoal na organização, foi utilizado à fórmula que calcula o número de policiais militares que saíram do batalhão durante um ano em relação ao número médio de policiais militares existentes, durante esse mesmo período. Índice de Rotatividade = Nº de PPMM que saíram do 26º BPM Efetivo médio do 26º BPM Tabela 1: Efetivo do 26º BPM Mês Efetivo Mai/10 345 Jun/10 Jul/10 328 328 Fonte: Seção de pessoal do 26º BPM Ago/10 Set/10 325 325 Out/10 317 Nov/10 Dez/10 Jan/11 314 307 305 22 Gráfico 1: Efetivo do 26º BPM Fonte: Seção de pessoal do 26º BPM Para o cálculo do índice de rotatividade foram coletados os dados na Seção de Pessoal do 26º BPM, de acordo com a tabela nº 07 e gráfico nº 01 e apresentado abaixo: Índice de Rotatividade = 40 = 345 + 305 2 40 325 = 0,1230 = 12,30% Pode-se concluir que o 26º BPM em um ano teve a diminuição de aproximadamente 12,30% do seu efetivo. 2.2 Perfil Estratégico 2.2.1 Visão da Polícia Militar de Santa Maria – DF “Ser reconhecida como instituição policial moderna e de referência nacional na prevenção e na repressão imediata da criminalidade e da violência, pautada na defesa e respeito aos direitos humanos, na filosofia de policiamento comunitário, na análise criminal, no policiamento orientado para o problema e na qualidade profissional de seus integrantes” (PMDF, 2011, p. 35). 23 2.2.2 Missão da Polícia Militar de Santa Maria - DF “Promover a segurança e o bem-estar social por meio da prevenção e repressão imediata da criminalidade e da violência, baseando-se nos direitos humanos e na participação comunitária” (PMDF, 2011, p. 35). 2.3 Estrutura Organizacional Decreto por força dos novos marcos regulatório – Lei nº 12.086/2009 (que dispõe sobre os militares da Polícia Militar do Distrito Federal e do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal) e do Decreto Federal nº 7.165/10 (que dispõe sobre o organograma básico da Polícia Militar do Distrito Federal), a nova estrutura organizacional da PMDF. Apresenta moderno modelo, baseado nas arquiteturas organizacional funcional e departamental. Este novo modelo tem como finalidade a orientação dos processos corporativos a uma gestão mais ágil e orientada a resultados. (PMDF, 2011, p. 28). Hoje a Polícia Militar do Distrito Federal conta com um efetivo 15.000 (quinze mil) homens. Sua Estrutura organizacional é ampla, especializada e diversificada. A Estrutura organizacional da Polícia Militar do Distrito Federal é composta pelo Comandante Geral, sendo assessorado pelos órgãos de Apoio ao Comando Geral, que são eles Gabinete do Comando Geral (GCG); Secretária Geral (SG), responsável por despachar toda documentação junto ao Comandante Geral; o Centro de Inteligência (CI), coordena as seções de investigação de todos os Batalhões da Polícia Militar e responsável por todos os documentos sigilosos; Centro de Policiamento Comunitário e Direito Humanos (CPCDH), responsável pelo policiamento comunitário e direito humano da comunidade e o Centro de Comunicação Social (CCS), responsável por toda comunicação da PMDF. O Subcomandante Geral, responsável pelo Órgão de Planejamento Estratégico, que é o Estado Maior órgão responsável por toda estrutura da Polícia Militar, sendo a 1ª seção, responsável pelo Planejamento de Pessoal; 2ª seção, responsável pela Inteligência Estratégica, Ciência e Tecnologia; 3ª seção, responsável pelas Operações e Doutrina dentro da Polícia Militar; 4ª seção, 24 responsável pela Logística; 5ª seção, responsável pelos Assuntos Institucionais e Comunicação Social; 6ª seção, responsável pelo Orçamento; 7ª seção, responsável pelos Projetos a criado; 8ª seção, responsável pela Análise Criminal; 9ª seção, responsável pela Legislação e 10ª seção responsável pela Gestão da Qualidade dos Policiais. O Comandante Geral e o Subcomandante geral também coordena os órgãos de direção geral que é composto pelo Departamento de Gestão de Pessoal (DGP), Departamento de Logística e Finanças (DLF), Departamento de Educação e Cultura (DEC) e Departamento de Saúde e Assistente ao Pessoal (DSAP), órgãos responsáveis pelo planejamento, pessoal, finanças, logística, ensino e instrução, saúde e assistência social, inativo (aposentados). O Departamento de Controle e Correição (DCC), responsável pela Ouvidoria e Auditoria da Polícia Militar esta sob responsabilidade do Comandante e Subcomandante Geral. O Departamento Operacional (DOP) é subordinado ao Comandante e ao Subcomandante geral e responsável pelo planejamento, pessoal, ensino e instrução e assistência social dos cinco órgãos de direção setorial; comanda todos os Comandos de Policiamento Regionais, como (CPRM), responsável pelo planejamento, direção, coordenação, controle e fiscalização das atividades de policiamento da Região Central de Brasília. Comando de Policiamento Regional Oeste (CPRO), responsável pelo planejamento, direção, coordenação, controle e fiscalização das atividades de policiamento do Setor Oeste de Brasília. Comando de Policiamento Regional Leste (CPRL), responsável pelo planejamento, direção, coordenação, controle e fiscalização da atividade de policiamento do Setor Leste de Brasília. Comando de Policiamento Regional Sul (CPRS), responsável pelo planejamento, direção, coordenação, controle e fiscalização das atividades de policiamento do Setor Sul de Brasília. 25 Comando de Policiamento Especializado (CME), responsável pelo planejamento, direção, coordenação, controle e fiscalização das atividades de Policiamento Aéreo, Policiamento de Floresta, Metroviário, Policiamento de Rodovias, Policiamento de Presídios, Polícia Judiciária e fiscalização das atividades de policiamento de Choque e Operações Especiais (BOPE). O Comando de Policiamento Sul (CPRS), é responsável por 08 (oito) Batalhões, sendo o 9º Batalhão de Polícia Militar, responsável pela área do Gama, 25º Batalhão de Polícia Militar, responsável pela área do Núcleo Bandeirante, Candangolândia e Park Way; 26º Batalhão de Polícia Militar, responsável pela área de Santa Maria, 27º Batalhão de Polícia Militar, responsável pela área do Recanto das Emas, 28º Batalhão de Polícia Militar, responsável pela área do Riacho Fundo; 4º Batalhão da Rotam, responsável de apoiar em grandes eventos e ocorrências de alto perigo em todos os Batalhões que compõe o Comando de Policiamento Regional Sul; 9º Batalhão de Polícia Escolar é responsável em cobrir todos os colégios da área que pertence ao Comando de Policiamento Regional Sul e o 9º Batalhão de Polícia de Trânsito, responsável em cobrir ocorrência de trânsito nas áreas que cobre o Comando de Policiamento Regional Sul. O 26º Batalhão de Polícia Militar de Santa Maria é de responsabilidade do Comando de Policiamento Regional Sul (CPRS). Atualmente, o 26º Batalhão de Polícia Militar de Santa Maria é comandado por um Tenente Coronel e possui um Major como Subcomandante. O comando do batalhão possui assessoramento através de uma seção: secretaria, responsável por despachar toda documentação junto ao comando. Hoje, na prática do 26º BPM é composto pela seção de pessoal (P-1), seção de inteligência (P-2), seção de planejamento e operações (P-3), seção de logística (P-4), seção de relações públicas e comunicação social (P-5), além de possuir uma subseção de justiça e disciplina e outra subseção de manutenção. O batalhão possui ainda um coordenador setorial do policiamento comunitário e um comandante do grupamento tático operacional. Também é dividida em 1ª Companhia, composta por 87 Policiais, responsável pelo policiamento da área norte da cidade com Radiopatrulhamento e postos Comunitários. 26 A 2ª Companhia, composta por 90 Policiais, responsável pelo policiamento da área sul da cidade com Radiopatrulhamento e Postos Comunitários. Companhia Apoio, (serviço especializado) composta por 121 Policiais, responsável pela área operacional de toda cidade. Policiais com altos conhecimento e treinamento para combater crimes de altos vultos como sequestro. Figura 1: Organograma Geral da Polícia Militar do Distrito Federal e do 26º Batalhão de Polícia Militar de Santa Maria – DF (Adaptado pelo autor) Fonte: Intranet PMDF, 26º BPM Santa Maria. 27 3 REFERENCIAL TEÓRICO O clima organizacional está entre os principais pilares para o crescimento de uma empresa, por uma razão óbvia: clima bom => colaboradores engajados => valorização do trabalho => que propicia um clima inovador => vantagens competitivas => geração de valor para o negócio. 3.1 Cultura e Clima Organizacional Segundo Wagner III e Hollenbeck (2006, p. 464), a cultura organizacional pode ser definida como: “as atitudes e percepções compartilhadas por uma organização, baseadas num conjunto de normas e valores fundamentais e que ajudam os participantes a entender a organização”. Chiavenato (2004, p. 164), define cultura organizacional como “conjunto de hábitos e crenças, estabelecidos por normas, valores atitudes e expectativas, compartilhado por todos os membros da organização”. De acordo com Robbins (2009, p. 226), a cultura organizacional é composta por um sistema de valores comungados pelos colaboradores de uma empresa, no qual este sistema diferencia as organizações. Um conjunto de características, conforme tabela nº 01, define a essência da cultura organizacional: Tabela 2: Essência da cultura organizacional de Robbins Características Básicas 1- Inovação e propensão a riscos 2- Atenção aos detalhes 3- Orientação para os resultados 4- Orientação para as pessoas 5- Orientação para a equipe 6- Agressividade 7- Estabilidade Fonte: Robbins (2009) Definição da Essência Grau de estímulo para funcionários serem inovadores e assumirem riscos Grau de precisão, análise e atenção aos detalhes Grau em que os gestores focalizam os resultados sobrepondo sobre os meios para alcança-los Grau em que as decisões levam os efeitos dos resultados sobre as pessoas Grau que as atividades são organizadas valorizando mais as equipes do que os indivíduos Grau que mede a competição e agressão das pessoas no ambiente de trabalho Grau em que as atividades organizacionais são conservadas em contraste com o crescimento da empresa 28 Segundo Montana e Charnov (2006, p. 82), “cultura organizacional é a soma total dos valores, costumes, tradições e significados que tornam única uma empresa. Esse aspecto costuma ser chamado de caráter de uma organização”. Segundo Robbins (2009, p. 228), a cultura organizacional possui diversas funções, entre elas: definir fronteiras e diferenciar as empresas, conceder identidade aos colaboradores de uma organização, comprometer os objetivos da empresa aos interesses pessoais, estabilizar o sistema social, no sentido de manter a coesão empresarial e orientar os comportamentos dos empregados. Segundo Wagner III (2006, p. 368), as normas e valores de uma organização possuem elementos superficiais que são comunicados de uma pessoa para a outra para interpretar os acontecimentos no cotidiano das empresas, conforme tabela nº 03, abaixo: Tabela 3: Elementos da cultura organizacional Elemento Descrição Cerimônias Eventos especiais nos quais os membros da organização celebram os mitos, heróis e símbolos da empresa Ritos Atividades cerimoniais destinadas a comunicar ideias específicas ou a realizar determinados propósitos. Rituais Ações regularmente repetidas para reforçar normas e valores culturais Histórias Relatos de eventos passados que ilustram e transmitem normas e valores culturais profundos Mitos Histórias imaginárias que ajudam a explicar atividades ou eventos que de outro modo poderiam ser confundidos Heróis As pessoas de sucesso que corporificam os valores e o caráter da organização e de sua cultura Símbolos Objetos, ações ou eventos dotados de significados especiais e que permitem aos membros da organização trocarem ideias complexas e mensagens emocionais. Linguagem Um conjunto de símbolos verbais que geralmente reflete a cultura particular da organização Fonte: Wagner III e Hollenbeck (2006) De acordo com Robbins (2009, p. 228), “a cultura torna-se um passivo quando os valores compartilhados não estão em conformidade com aqueles que podem melhorar a eficácia organizacional”. Lacombe (2005), assevera que uma cultura organizacional bem definida fornece consistência e coerência no processo decisório, contribuindo para a organização atingir as metas e objetivos planejados. 29 Para Chiavenato (2004), o cerne da cultura de uma organização é apregoado pela maneira com que ela trata seus empregados e clientes, relacionados com o grau de lealdade e comprometimento dos seus integrantes para com a empresa. Segundo Robbins (2009), deve-se levar em conta também a cultura nacional, pois pesquisas indicam que a cultura do país exerce mais impacto sobre os empregados do que a cultura organizacional, um exemplo é no Brasil quando acontece uma Copa do Mundo, parece que literalmente o país “para”, diferentemente de alguns países em que o futebol não é muito importante. De acordo com Lacombe (2005, p. 236), “o clima organizacional reflete o grau de satisfação do pessoal com o ambiente interno da empresa”. O clima organizacional: motivação, satisfação, relacionamento pessoal, comunicação organizacional, liderança, e imagem da organização, entre outras. Chiavenato (2002, p. 305), define o clima organizacional como sendo ”a qualidade ou propriedade do ambiente organizacional que é percebida ou experimentada pelos participantes da empresa e que influencia o seu comportamento”. Se o clima organizacional é bom, as pessoas tendem a ser proativas, partilhar conhecimentos, confiar nos chefes, colegas e subordinados, procurar inovar, ter iniciativas e agir com forte sentimento de “pertença”. Se for muito ruim, tendem a fazer o mínimo indispensável para se manter no emprego, ou às vezes, nem isso, agindo com descrença e revolta, aumentando a rotatividade e o absenteísmo, que, com frequência, são sintomas de clima organizacional negativo (LACOMBE, 2005, p. 236). Segundo Rosso (2004, p. 78), “O clima organizacional é, portanto, o reflexo direto de uma palavra: “sensação”. E a pergunta chave é: como as pessoas que trabalham na sua empresa se sentem?”. Em geral, clima e cultura organizacional são descritos como dois conceitos intimamente associados, por estarem inseridos aspectos de um nos do outro, de tal modo que se percebem aspectos do clima na cultura e viceversa (LUCK, 2010, p. 65). Rosso (2004, p. 79), afirma que é comum algumas pessoas usarem cultura como clima organizacional e vice-versa. Ele diferencia cultura de clima organizacional, conforme a tabela nº 03, Pilares do “check-up” organizacional, no 30 seguinte aspecto: cultura organizacional é quando se fala de valores, clima organizacional refere-se a sensações e sentimentos internos que aumentam ou diminuem o grau de satisfação dos trabalhadores dentro das empresas. Tabela 4: Pilares do “Check-Up” Organizacional Fatores de Comparação Palavras- chaves Natureza de vida Mudanças Espectro de influência Cultura Corporativa Crenças, valores, símbolos, ritos organizacionais Perene ou semi (tem raízes) Geralmente em longo prazo, sob múltiplas intervenções Clima Organizacional Grau de satisfação interno Volátil (depende do “vento” organizacional) Mudanças ocorrem de forma mais frequente e com intervenções menos complexas Via de regra, influencia Nem sempre consegue com mais facilidade (direta influenciar uma mudança ou indiretamente) o cultural CLIMA ORGANIZACIONAL Fonte: Rosso (2004, p. 80) De acordo com Chiavenato (2004), o clima organizacional reflete a maneira como as pessoas interagem entre si dentro da organização e como se relacionam com os clientes da mesma. 3.2 Rotatividade de Pessoal – “TURNOVER” Segundo Chiavenato (2004), a rotatividade de pessoal é definida como o saldo da saída de empregados e a entrada de outros para substituí-los na organização. Para manter o equilíbrio e sobreviver no decorrer do tempo, a cada saída de um policial, o batalhão deveria ser compensado com a entrada de outro policial. “Define-se rotatividade de pessoal ou “turnover” como o fluxo de entrada e saída, isto é, uma flutuação de pessoal entre uma organização e o seu ambiente”. (NOMURA e GAIDZINSKI, 2005, p. 649). Segundo Wagner III e Hollenbeck (2006), empregados que lidam com tarefas bastante simplificadas e rotineiras geralmente permanecem insatisfeitos, isso 31 contribui para o problema da rotatividade de pessoal, o que leva agravamento do desempenho da organização. A insatisfação no ambiente de trabalho provoca alta rotatividade na empresa. Segundo Wagner III e Hollenbeck (2006, p. 125), “A substituição de trabalhadores que deixam voluntariamente a organização é um encargo dispendioso”. Quando a rotatividade é alta torna-se fundamental descobrir as causas, que na maioria das vezes não eram cogitadas pelos dirigentes, pois pode ser um problema global na organização ou de determinada chefia, por exemplo, em um batalhão da polícia militar o fluxo de saída pode ser por causa de determinado comandante. Deve-se levar em conta não somente o encargo para a substituição de um policial militar, mas se o mesmo deixa o batalhão para ir para outro for um excelente policial, bem preparado e apresentar um desempenho melhor do que os outros que ficam, ou bem melhor do que outro que vier ocupar seu lugar, a rotatividade reduz a produtividade e a qualidade do serviço. Exemplo: um excelente policial militar é apresentado para fazer o curso de ROTAN, e não retorna ao batalhão e no seu lugar chega um policial com restrição médica, com restrição de porte de arma de fogo, isso diminui a produtividade do batalhão. Segundo Lacombe (2005), a rotatividade de pessoal tem um custo elevado para a organização, pois é necessário mensurar todas as etapas do processo de recrutamento, seleção, treinamento, além da perda de capital humano que leva a perda de conhecimento, produtividade e qualidade de serviço. A rotatividade de policiais militares para outros locais de trabalho deve ser assunto de suma importância, a citação abaixo esclarece sobremaneira quando um policial militar insatisfeito com a PMDF passa em concurso público para Polícia Civil do Distrito Federal- PCDF. Quando as pessoas abandonam esses trabalhos, as empresas perdem o investimento que fizeram no desenvolvimento do funcionário. Nos piores casos, funcionários experientes e descontentes assumem cargo na concorrência. O investimento de uma empresa no desenvolvimento do 32 funcionário não só está perdido como, na verdade, acaba revertendo como gratificação para uma empresa concorrente, que ganha acesso a um conhecimento muito grande sobre as operações da empresa original (WAGNER III e HOLLENBECK, 2006, p. 125). De acordo com Chiavenato (2004, p. 88), a fórmula mais utilizada para o cálculo do índice de rotatividade é: “o número de pessoas que se desligaram durante um determinado período de tempo (um mês ou um ano) em relação ao número médio de funcionários existente”. Índice de Rotatividade = Nº de funcionários desligados Efetivo médio da organização Segundo Chiavenato (2004, p. 88), “rotatividade não é uma causa, mas sim o efeito de algumas variáveis externas e internas”. Pode-se citar como exemplos de variáveis externas: a conjuntura político-econômica, oferta e demanda por empregos no mercado de trabalho, etc. Como variáveis internas pode-se citar: o relacionamento interpessoal, as condições físicas do ambiente de trabalho, o estilo gerencial, a comunicação organizacional, a motivação do empregado. No desenvolvimento deste trabalho, o leitor observará que o índice de rotatividade é influenciado pelas variáveis internas, que coincidem com as variáveis da pesquisa de clima organizacional do 26º BPM. De acordo com Lacombe (2005), a organização deve fazer algo se a mesma possui índice de rotatividade elevado e os empregados estão saindo da empresa. Torna-se essencial analisar o ambiente interno da empresa e levantar os fatores que estão levando os funcionários à insatisfação, para isso é fundamental a realização da pesquisa de clima organizacional. É importante verificar os motivos que estão levando à alta taxa de rotatividade. 3.3 Pesquisa de Clima Organizacional Segundo Taniguchi e Costa (2009), pesquisa de clima organizacional é uma ferramenta para diagnosticar e analisar o ambiente interno das empresas a partir do levantamento de suas necessidades. Pesquisa de clima organizacional relata o grau de satisfação material e emocional das pessoas no seu dia-a-dia de trabalho, portanto, seu objetivo 33 maior é oferecer um mapeamento de fatores críticos da satisfação interna dentro da empresa (ROSSO, 2004, p. 80). De acordo com Taniguchi e Costa (2009), a pesquisa de clima organizacional tem o objetivo de mapear e retratar os fatores críticos que compõem a motivação dos empregados. A pesquisa de clima organizacional é um diagnóstico muito importante para eficácia empresarial, pois “aquilo que não é medido também não pode ser comprovadamente melhorado” (ROSSO, 2004, p. 80). Rosso (2004, p. 80 - 83), com a intenção em minimizar erros e prejuízos apresentou as cinco Leis da pesquisa de clima organizacional, conforme a tabela nº 05: Tabela 5: As cinco das leis de pesquisa de clima organizacional Leis gerenciais da PCO Resumo da lei Lei 01: “Não pesquise se não pretende Não criar expectativas nos agir depois” colaboradores, PCO tem que “melhorar alguma coisa”. Não fazer a PCO simplesmente por fazer, se a organização não tem o interesse em agir Lei 02: “planeje, planeje, planeje É fundamental o planejamento da PCO, pois um pequeno detalhe que não foi observado poderá por a credibilidade da PCO em jogo. Lei 03: ”Discuta e priorize os fatores A PCO deve abranger várias áreas, críticos a serem pesquisados” assim o diagnóstico será mais preciso. Deve-se dar maior atenção ao fator crítico liderança. Lei 04: “Crie estratégias e comprometa Deve-se comunicar os resultados da seus colaboradores” PCO diretamente aos colaboradores da empresa, criando grupos para implementar as soluções dos problemas diagnosticados. Lei 05: “O hábito faz o monge” Deve-se transformar os resultados em indicadores do desempenho, monitorando-os periodicamente Fonte: Rosso (2004, p. 80 - 83) 34 Segundo Rosso (2004 p. 54) um erro comum é a empresa utilizar modelos de pesquisa de clima organizacional padrão, deve-se construir modelos personalizados para a realidade da organização. Podem-se utilizar modelos já existentes, mas estes devem ser adaptados para a empresa objeto de estudo. Um modelo para um batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal não pode ser aplicado integralmente em uma fábrica de veículos automotores, e vice versa, pois a realidade e os cenários são completamente diferentes. 3.4 Motivação Segundo Montana e Charnov (2006, p. 227), “A motivação pode ser descrita como o processo de estimular um indivíduo para empreender ação que conduza a satisfação de uma necessidade ou à realização de uma meta desejada”. Podemos definir motivação como um comportamento externado. As pessoas motivadas dedicam um esforço maior ao seu desempenho do que as desmotivadas. Mas essa definição é relativa e nos diz muito pouco. Uma definição mais descritiva, embora menos substância, descreve motivação como a disposição para fazer alguma coisa, que é condicionada pela capacidade dessa ação de satisfazer uma necessidade do indivíduo (ROBBINS, 2009, p. 48). Segundo Wagner III e Hollenbeck, (2006, p. 472), “motivação pode ser entendida como: fatores que iniciam, dirigem e sustentam o comportamento humano no decorrer do tempo”. Várias teorias sobre motivação são relevantes e podem ser aplicadas em diferentes organizações, neste sentido, faz-se necessário um levantamento das principais teorias da motivação. 3.4.1 Teoria da Hierarquia das Necessidades Uma das mais conhecidas teorias sobre motivação é a teoria da hierarquia das necessidades de Maslow (1970), citado por Robbins (2009, p. 48), “dentro de cada ser humano existe uma hierarquia de cinco necessidades”: A) Fisiológicas: incluem fome, sede, abrigo, sexo e outras necessidades corporais. B) Segurança: inclui segurança e proteção contra danos físicos e emocionais. C) Sociais: incluem afeição, a sensação de pertencer a um grupo, aceitação e amizade. 35 D) Estima: inclui fatores internos de estima como respeito próprio, autonomia e realização; e fatores de estima externos, como status, reconhecimento e atenção. E) Auto-realização: a intenção de tornar-se tudo aquilo que se pode ser; inclui crescimento, alcance do pleno potencial e autodesenvolvimento. (MASLOW, 1970), citado por ROBBINS (2009, p. 48). De acordo com Robbins (2009, p. 49): “à medida que cada uma dessas necessidades vai sendo atendida, a próxima torna-se a dominante”. A maioria das pessoas procura satisfazer as necessidades mais básicas, depois com base no tempo e na satisfação pessoal, busca as outras necessidades. Figura 2: Hierarquia de necessidades de Maslow Fonte: Robbins (2009, p.49) Segundo Maslow (1970), citado por Montana e Charnov (2006, p. 228), “apenas as necessidades insatisfeitas são fontes primordiais de motivação”. Uma necessidade satisfeita não motiva comportamento. 3.4.2 Teoria X e Teoria Y Douglas McGregor (1960), citado por Robbins (2009, p. 50), propôs duas visões distintas do ser humano: “uma basicamente negativa, chamada de Teoria X, e outra basicamente positiva, chamada de Teoria Y”. Nas teorias X e Y são estabelecidas premissas, onde na primeira as necessidades de nível mais baixo dominam os empregados, se utilizarmos a pirâmide das necessidades de Maslow, já na segunda pressupõe as necessidades 36 de nível mais elevado. McGregor (1960), citado por Robbins (2009), acreditava que as premissas da Teoria Y são mais motivadas para os empregados. 3.4.3 Teoria dos Dois Fatores ou Motivação-Higiene Segundo Montana e Charnov (2006), a teoria dos dois fatores é bastante parecida com a de Maslow, no entanto, Herberg (1968), levou o foco para as questões relacionadas ao trabalho. As necessidades de nível superior na hierarquia de Maslow foram chamadas por Herzberg de fatores motivacionais, já as de níveis inferiores de fatores higiênicos, que podem evitar a insatisfação, mas não promovem a motivação dos empregados. Tabela 6: Teoria de dois fatores de Herzberg Fatores higiênicos que afetam a insatisfação com trabalho Qualidade da supervisão Remuneração Políticas corporativas Condições físicas de trabalho Relacionamento interpessoal Fatores motivacionais que afetam a satisfação com o trabalho Oportunidades de promoção Oportunidades de crescimento pessoal Reconhecimento Responsabilidade Realização Fonte: Robbins (2009, p. 51) Ainda de acordo com Herzberg (1968), citado por Robbins (2009, p. 51), “os fatores que levam à satisfação no trabalho são diferentes e independentes daqueles que levam à insatisfação”. 3.4.4 Teoria das Necessidades de MCCLELLAND Segundo Montana e Charnov (2006, p. 236), “O estudo de David McClelland ressalta que existem certas necessidades que são aprendidas e socialmente adquiridas por meio de interação com o meio ambiente”. A teoria de McClelland pressupõe três necessidades no trabalho: A) Necessidade de realização: o impulso para superar-se, atingir determinados padrões, lutar pelo sucesso. B) Necessidade de poder: a necessidade de induzir outras pessoas a se comportarem como não fariam normalmente, de uma maneira que não é própria do comportamento delas. 37 C) Necessidades de associação: o desejo por relacionamentos interpessoais próximos e amigáveis. (McClelland, 1961), citado por ROBBINS (2009, p. 52). David McClelland preocupava como as necessidades acima citadas afetariam o comportamento dos empregados no ambiente de trabalho. Segundo Montana e Charnov (2006) McClelland acreditava que as necessidades de realização e de poder eram favoráveis ao aumento do alto desempenho, enquanto que a necessidade de associação prejudicava a objetividade. 3.4.5 Teoria do Reforço Segundo Montana e Charnov (2006, p. 237), “teoria é baseada principalmente no trabalho de Shinner e diz que o comportamento reforçado será repetido, e que o comportamento não reforçado tende menos a repetir-se”. De acordo com Robbins (2009, p. 55), “a teoria do reforço ignora as condições internas do indivíduo, concentrando-se apenas no que acontece a ele ao realizar uma ação qualquer”. Montana e Charnov (2006) asseveram que a teoria do reforço afirma que as consequências do comportamento do empregado determinam o nível de motivação, pois o comportamento que é reforçado por uma recompensa será repetido. 3.4.6 Teoria da Motivação das Expectativas Segundo Monta e Charnov (2006, p. 239), “Teoria das expectativas supõe que os indivíduos podem determinar quais resultados preferem e podem fazer estimativas realistas das chances de consegui-los”. Essa teoria foi desenvolvida para tentar explicar o comportamento em termos das metas do empregado e de suas expectativas de alcança-las. A figura nº 03 traz uma simplificação dessa teoria, mostrando também seus principais elementos: 38 Figura 3: Teoria da motivação das expectativas Esforço Individual Desempenho Individual Recompensas Organizacionais Metas Pessoais Fonte: Robbins (2009, p. 61) Segundo Montana e Charnov (2006, p. 239), “a teoria das expectativas admite as diferenças individuais e diz que os indivíduos serão por suas expectativas pessoais de recompensa e suas preferências por essas recompensas”. 3.4.7 Teoria da Equidade De acordo com Robbins (2009), os empregados não trabalham isoladamente em uma empresa, não trabalham no vácuo, os mesmos fazem comparações. Segundo a teoria da equidade os funcionários não só comparam o que recebem do trabalho (resultados) com o que dedicam a ele (entradas), mas também a sua relação resultados-entradas com relação resultados-entradas de outros colegas relevantes (ROBBINS, 2009, p. 58). Pode-se observar que de acordo com a teoria da equidade os empregados não se preocupam somente com os salários que recebem pelo seu serviço, mas também com a relação que outros colegas de trabalho recebem pelo mesmo serviço. Segundo Montana e Charnov (2006, p. 240), “a teoria da equidade diz que a percepção de injustiça é um poderoso fator de motivação no local de trabalho”. De acordo com Chiavenato (2004), infelizmente, as empresas utilizam com mais frequência à punição do que a recompensa para modificar ou aprimorar o desempenho dos funcionários, utiliza-se mais o reforço negativo, como punições, do que o reforço positivo, como ações de incentivo e motivações. Além disso, para agravar a situação tentam retificar posteriormente do que prevenir antecipadamente futuros erros. 39 Segundo Lacombe (2005), é importante lembrar que motivação não deve ser uma ação isolada, mas sim um processo que demanda esforços contínuos. 3.5 Satisfação De acordo com Siqueira (2008), a satisfação no trabalho possui múltiplos conceitos e de acordo com a evolução histórica sofreu mutações em sua concepção. Inicialmente ocorreu a aproximação de satisfação com motivação, posteriormente passou a ser concebida como atitude, recentemente passou a ser compreendida como um resultado do ambiente organizacional, onde leva em conta o vínculo afetivo do empregado com seu trabalho. Como nos esclarece Robbins (2009, p. 24), “satisfação no trabalho referese a um conjunto de sentimentos que um indivíduo nutre em relação ao seu trabalho”. Locke (1976), citado por Wagner III e Hollenbeck (2006, p. 121), define satisfação no trabalho como: “um sentimento agradável que resulta da percepção de que nosso trabalho realiza ou permite a realização de valores importantes relativos ao próprio trabalho”. Observa-se que o conceito de satisfação no trabalho é um pouco relativo, ou seja, depende de cada pessoa, pois um empregado que está satisfeito em uma empresa pode achar seu trabalho ótimo, enquanto outro que está insatisfeito pode achar péssimo. Neste sentido, faz-se necessário identificar o que determina a satisfação no trabalho. De acordo com Robbins (2009), as variáveis que determinam a satisfação no trabalho podem ser tarefas que exigem desafio, recompensas justas, ambiente de trabalho que estimule e outros empregados que ajudem na realização das tarefas. O trabalho deve ser mentalmente desafiante para promover a satisfação. Um exemplo disso é o filme: Tempos Modernos, Charles Chaplin, que retratou com clareza o homem mecânico, de Taylor, quando o ator estava na linha de produção apertando parafusos, repetição do mesmo movimento, até ficar alienado 40 mentalmente. Os trabalhadores preferem empregos desafiadores, que permitam a utilização de suas habilidades e capacidades, além de trabalhos com riquezas de tarefas. Deve-se levar em conta que, como nos esclarece Robbins (2009, p. 24), “uma ocupação que é pouco desafiante torna-se entediante, mas o excesso de desafios pode levar à frustração e ao sentimento de derrota”. Então, deve-se utilizar condições moderadas de desafios, assim boa parte dos empregados terão prazer e satisfação no trabalho. Um sistema de promoções justo e sem ambiguidades promovem alto grau de satisfação aos empregados. Exemplos disso é o antigo sistema de promoções na PMDF para majores (antiguidade x merecimento) que não causava satisfação aos policiais militares, pois critério de merecimento não era realmente apropriado. De acordo com Wagner III e Hollenbeck (2006), a insatisfação do trabalhador pode produzir nas organizações efeitos que merecem cuidados, entre eles a elevação do custo de assistência médica, rotatividade e violência no local de trabalho. Uma questão que merece ser abordada é a relação entre a satisfação e a produtividade no trabalho. Segundo Robbins (2009), nas décadas entre 1930 e 1950 tinha-se a ideia que um trabalhador satisfeito era mais produtivo, mas atualmente, baseado em uma abrangente revisão das evidências, pode-se concluir que a produtividade é que conduz à satisfação, não o inverso. 3.6 Comunicação Organizacional Segundo Wagner III e Hollenbeck (2006, p. 463), pode-se definir comunicação como: “a troca de informações entre pessoas por meio de um conjunto comum de símbolos”. Para Chiavenato (1999, p. 351), a comunicação representa a maior força da organização ao lado do desejo de servir e do propósito comum, sendo esses os três elementos principais da organização formal. Argumenta ainda que é pelo processo de comunicação que o sistema cooperativo se torna dinâmico, facilita a tomada de decisão e reflete o clima no ambiente da instituição. 41 De acordo com Silva (2003, p. 46), a comunicação é geralmente conhecida como um dos fatores responsáveis pelo clima organizacional e atua como meio influente nas atitudes dos membros da organização. Figura 4: Formas de comunicação organizacional Fonte: Wagner III e Hollenbeck (2006) Segundo Montana e Charnov (2006, p. 190), conforme a figura nº 04, pode identificar tipos diferentes de comunicação organizacional: comunicação de cima para cima, comunicação de baixo para cima, comunicação lateral e comunicação diagonal. Comunicação de Cima para Baixo: segundo Montana e Charnov (2006), as organizações utilizam com frequência esta forma de comunicação com o objetivo de direcionar e controlar o desempenho dos subordinados na empresa. Nas organizações militares é fácil a observação deste tipo de comunicação, onde os pilares são: “a hierarquia e disciplina”, as ordens seguem a cadeia de comando e são transmitidas de cima para baixo. De acordo com Montana e Charnov (2006), os gestores devem repassar as informações necessárias de uma forma clara e aceitável para o subordinado, para que não ocorra transmissão de uma informação errada. Deve-se adotar um vocabulário comum com intuito de se obter uma comunicação eficaz, tanto para falar com os superiores quanto para falar com os subordinados. 42 Comunicação de Baixo pra Cima: segundo Montana e Charnov (2006), este tipo de comunicação é fundamental para o planejamento e para o processo decisório das organizações. A comunicação de baixo para cima além de servir para avaliar o desempenho dos subordinados, serve também para identificar problemas na empresa. Nas organizações militares é importante ter o cuidado com os militares do tipo “enquadrados”, aqueles que dizem somente o que o comandante quer ouvir, para não receber como resposta: “está ponderando comigo?” Esse tipo de comportamento não é bom nem para o militar e nem para a corporação, pois suprime a criatividade e ideias novas que poderiam surgir para resolução de problemas ou para melhorar a qualidade do serviço. De acordo com Montana e Charnov (2006), os gestores para obterem resultados satisfatórios com a comunicação de baixo para cima devem investir na confiança no subordinado, pois este é o responsável em transmitir as informações. Essa confiança deve ser conquistada com tempo, jamais imposta ou exigida, caso contrário, os empregados transmitirão apenas o que o superior gostaria de ouvir, mascarando a realidade da organização e consequentemente erros no planejamento e na decisão. Comunicação Lateral e Diagonal: segundo Montana e Charnov (2006), este tipo de comunicação não segue a cadeia normal, o organograma, as mesmas apresentam distinções entre si, dependendo do nível organizacional envolvido. De acordo com a figura nº 04, a comunicação lateral acontece entre indivíduos ou seções distintas que estão no mesmo nível hierárquico, por exemplo: a comunicação entre o capitão, chefe da seção de pessoal e o capitão chefe da seção de planejamento e operações. A comunicação diagonal acontece entre dois níveis hierárquicos diferentes, por exemplo: a comunicação entre o tenente, chefe da seção de comunicação social e o sargento, adjunto da seção de manutenção. 43 Nas organizações modernas e na própria PMDF pode-se observar claramente esse tipo de comunicação, que não obedecem aos canis da hierarquia militar, é: [...] de um modo muito real, a complexidade crescente da moderna estrutura empresarial tem exigido a criação e crescimento das formas lateral e diagonal de comunicação. Ainda que essas formas de comunicação não sigam a estrutura tradicional das organizações, elas são vitais ao funcionamento da complexa empresa contemporânea. (MONTANA e CHARNOV, 2006, p. 329). Nas empresas ocorrem também os grupos informais, que utilizam as formas laterais e diagonais de comunicação e que são responsáveis por disseminação das comunicações de forma mais rápida, permitindo assim a solução de problemas e o uso eficaz dos recursos no interior da organização. Um exemplo na PMDF: quando chega uma ordem de operações de última hora, para escalar um efetivo no dia seguinte no primeiro horário do turno matutino. Rapidamente é estabelecida uma rede de comunicações laterais e diagonais entre as seções do batalhão, que se fossem obedecidos os tramites normais jamais seria possível à realização da operação para o dia, hora e local preestabelecidas. Atualmente, nas organizações modernas pode-se observar a utilização de tecnologias que vem sido aprimoradas rapidamente pela área de tecnologia das informações e que facilitam bastante a comunicação organizacional, entre elas pode-se citar: os correios eletrônicos, as redes intranet e a videoconferência. Robbins (2009, p. 144), esclarece que: “as intranets são redes privadas, internas, que funcionam da mesma maneira que a internet, mas cujo acesso é limitado às pessoas que trabalham na organização”. Por exemplo, na PMDF o servidor: intranet.pmdf.df.gov.br em redeqcg.pmdf.df.gov.br requer um nome de usuário e uma senha, onde a administração é de responsabilidade da diretoria de telemática – DITEL da PMDF. De acordo o tabela nº 07, pode-se observar o mapa do site da intranet da PMDF: 44 Tabela 7: Mapa do Site da Intranet da PMDF Principal Internet OPM Avisos PPMM Avisos Extrato de Despesas Médicas Ficha de Assentamentos Permutas Sistemas Ag. Noticias Cadastramento de Arma Particular Certificação Profissional Clinica Conensa Contratos e Convênios Controle de Exames Controle de Legislação “teste” Controle de Serviço Voluntário (Folha) Ficha de Promoção Fundo de Saúde GENUS (Seg-Usuários) GEPES – Pessoal Gerenciamento de Pessoal “teste” Mapas Armamento (GTGRAFI) Efetivo Viatura Movimentação de PPMM Ocorrências SISCOP SGO – PMDF SGO – SSP/DF Ouvidoria Protweb Suporte (Controle de O.) Publicações Almanaque Boletins Legislação Concursos Correio Ajuda Alteração de senha Mapa do site Utilitários Fonte: Intranet PMDF De acordo com Robbins (2009, p. 121), o correio eletrônico ou e-mail, atualmente está sendo bastante utilizado e apresenta benefícios como instrumento de comunicação, pois podem ser escritas, editadas e armazenadas várias mensagens e transmitidas rapidamente a um baixo custo. Entretanto, deve-se selecionar o tipo de informações a ser transmitido por esse meio de comunicação, pois o mesmo não tem a qualidade de uma conversa pessoal, devido ao fato de não transmitir o conteúdo emocional necessário em mensagens que necessitam maior empatia e apoio social. 45 Segundo Robbins (2009, p. 145), “além disso, as empresas estão criando as extranets, redes para conectar o pessoal o pessoal da organização com os principais fornecedores, clientes e parceiros estratégicos”. Quem sabe num futuro bem próximo a PMDF poderá desenvolver esta rede e comunicar com seus stakeholders, compreendendo todos os envolvidos na área de segurança pública do Distrito Federal. De acordo com Robbins (2009), pode-se utilizar nas organizações as Videoconferências e desse modo realizar reuniões com pessoas que se encontram em diferentes locais. A imagem e o áudio possibilitam que os participantes não só vejam e ouçam uns aos outros como também dialoguem entre si. Com essa tecnologia tornou-se possível conduzir reuniões interativas sem a necessidade de os participantes compartilharem o mesmo espaço físico. (ROBBINS, 2009, p. 145). Os comandantes da PMDF com a finalidade de economizar tempo e dinheiro podem utilizar o recurso das videoconferências, pois atualmente as informações tendem a circular cada vez de modo mais rápido, isso facilitaria bastante o processo decisório e o planejamento de ações no curto prazo. Na PMDF já é comum à utilização da intranet, do correio e do protweb, que é um sistema de protocolo eletrônico que se destina ao gerenciamento eletrônico da documentação recebida, encaminhamento, despachos, comentários, e todas as atividades necessárias à tramitação, acompanhamento, arquivamento ou recuperação. Analogicamente, a tecnologia da informação funciona como a pistola de calibre. 40, modelo 24/7, da marca Taurus, de dotação da corporação, como nos esclarece Robbins (2009, p. 145), “na era da eletrônica, teoricamente todos podem estar “a disposição” 24 horas por dia, 7 dias por semana”. Diversas barreiras podem dificultar a eficaz comunicação organizacional, entre elas, deve-se realçar: a filtragem, a percepção seletiva e a sobrecarga de informações. 46 Segundo Robbins (2009, p. 147), “A filtragem refere-se à manipulação da informação pelo emissor, para que seja vista de maneira mais favorável pelo receptor”. Na PMDF isso ocorre quando um subordinado fala ao superior hierárquico aquilo que o mesmo quer ouvir, filtrando a informação. Essa barreira poderá causar enormes distorções na comunicação, semelhante à famosa brincadeira das crianças: “telefone sem fio”, na qual a informação inicial passada de ouvido a ouvido, chega à última criança totalmente diferente de como foi passada pela primeira criança. Robbins (2009), nos esclarece que percepção seletiva é quando o receptor escuta e seleciona o que é transmitido na comunicação com base nas suas características pessoais ou experiências, ou seja, não é passada a realidade e sim o que o empregado interpreta como realidade. A sobrecarga de informações, segundo Robbins (2009), acontece quando a quantidade de informações extrapola a capacidade de processamento do individuo, levando assim a uma perda de informações e a uma comunicação menos eficaz. Lacombe (2005), reforça que é importante poupar o envio de muitas ordens formais, salvo em assuntos de costume ou em emergências. De acordo com Lacombe (2005), saber dar uma ordem é tão importante quanto cobrá-la. Na Polícia Militar deve-se atentar para como dar uma ordem ao subordinado, pois na maioria das vezes o que não é bem recebido é a maneira como a ordem é transmitida e não o que foi ordenado. Lacombe (2005), realça que a ordem deve possuir quatro qualidades, a saber: clareza, ser compatível com os objetivos da empresa, possuir alguma compatibilidade com os interesses do subordinado e o empregado deve estar preparado tanto fisicamente quanto mentalmente para concordar com a ordem. Segundo Chiavenato (2004), toda organização precisa ser construída sobre um alicerce consistente de informação e comunicação e não deve considerar somente a hierarquia de autoridade. Na PMDF, todos os policiais militares, do soldado mais moderno ao coronel mais antigo, devem difundir informações, pois o ambiente de trabalho está mais complexo com a era da informação e necessita de integrantes participativos no processo de mudança e inovação. 47 Lacombe (2005), ressalta que além das comunicações entre o chefe imediato e o subordinado é importante a comunicação da empresa com os empregados. Na PMDF essa comunicação pode ser realizada através das formaturas gerais, além desta a corporação pode utilizar boletins oficiais, correio eletrônico, jornais internos da PMDF, intranet, protweb, entre outros. É fundamental a comunicação periódica da empresa com seus integrantes para mantê-los informados da missão e objetos organizacionais, além de motivar os subordinados. De acordo com Montana e Charnov (2006), a comunicação organizacional tem um papel importante de promover e coordenar esforços para a concretização dos objetivos da empresa. 3.7 Liderança Segundo Hunter (2004, p. 25), “Liderança é a habilidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente visando atingir aos objetivos identificados como sendo para o bem comum”. Chiavenato (1999, p. 554), define a liderança como uma “influência interpessoal exercida em uma dada situação e dirigida através do processo de comunicação humana para a consecução de um ou mais objetivos específicos”. Liderança é o papel de encorajar e ajudar os outros a trabalhar entusiasticamente na direção dos objetivos. É o fator humano que ajuda um grupo a identificar para onde ele está indo e, assim, motivar-se em direção aos objetivos (SILVA, 2003, p. 43). Segundo Wagner III e Hollenbeck (2006, p. 471), liderança pode ser definida como: “o uso de influência não coercitiva para dirigir e coordenar as atividades dos membros de um grupo organizado rumo à realização dos objetivos do grupo”. O conceito de liderança de Robbins (2009) e o de Montana e Charnov (2006), são semelhantes, pode-se criar um único com a junção dos vocábulos adotados pelos autores: liderança é a capacidade e o processo de uma pessoa influenciar outras para alcançar determinados objetivos. 48 Existem várias teorias, modelos, abordagens e estudos adotados para investigar e entender a liderança no decorrer do tempo, a literatura sobre o tema é vasta, neste momento é necessário sintetizar o assunto de acordo com a relevância para os fatores críticos a serem diagnosticados para a pesquisa de clima organizacional do 26º Batalhão de Polícia Militar de Santa Maria. 3.7.1 Teoria Genética Segundo Montana e Charnov (2006), esta teoria explana que a liderança é transmitida geneticamente. O dito popular de que: “o líder nasce feito, não é produzido”, sintetiza com propriedade esta teoria. De acordo com Montana e Charnov (2006, p. 248), “a vantagem da abordagem genética é que ela é uma explicação pronta para as origens da liderança: você é líder porque herdou genes da liderança”. Com a evolução da humanidade a teoria genética não conseguiu explicar adequadamente o alcance de certas pessoas às posições de liderança. 3.7.2 Teoria dos Traços A teoria dos traços buscou certas características em pessoas reconhecidas como líderes. De acordo com Robbins (2009), os primeiros psicólogos que se dedicaram ao estudo da liderança buscaram certas características que diferenciavam líderes de não lideres. Robbins (2009, p. 155), esclarece que: “os traços funcionam melhor para prever o surgimento de liderança do que para distinguir entre líderes eficazes e ineficazes”. De acordo com o conceito de liderança e a partir das definições de Robbins (2009), pode-se concluir que uma pessoa que apresenta certos traços e reconhecimento como líder pelas demais não significa, fundamentalmente, que ela será eficaz para liderar o grupo para atingir os objetivos. 49 Montana e Charnov (2006), enfatizam que hoje em dia a teoria dos traços de liderança não é largamente aceita, mas algumas empresas utilizam-na alguns sistemas da avaliação de desempenho do empregado 3.7.3 Teorias Comportamentais Segundo Montana e Charnov (2006, p. 250), ”a abordagem comportamental da liderança procurou determinar o melhor estilo de liderança que funcionaria eficazmente em todas as situações”. De acordo com Robbins (2009), a abordagem comportamental tinha a intenção de identificar as características dos líderes, para depois treinarem os indivíduos para a liderança. As premissas básicas das abordagens comportamentais de liderança foram desenvolvidas em diversos estudos universitários sobre liderança no ambiente organizacional: Estudo de Ohio: iniciados no final dos anos 1940 na Universidade Estadual de Ohio. Segundo Montana e Charnov (2006, p. 251), “os estudos de Ohio revelaram duas dimensões de liderança, que foram chamadas de estrutura iniciadora e consideração”. De acordo com Robbins (2009), a estrutura iniciadora mostra a capacidade do líder definir e estruturar seu papel e de sua equipe para atingir os objetivos da empresa, já a estrutura consideração é a capacidade do líder de manter relacionados e consideração pelos sentimentos dos mesmos. Resumidamente, segundo Montana e Charnov (2006), a estrutura iniciadora está voltada para a tarefa e consideração voltada para o funcionário. Estudos de Michigan: foram contemporâneos aos estudos de Ohio e tinham objetivos similares. De acordo com Robbins (2009, p. 157), “o grupo de Michigan também chegou a duas dimensões do comportamento de liderança, denominadas orientação para o funcionário e orientação para a produção”. 50 É importante observar que: Embora concluindo que a orientação para o funcionário era a mais eficaz, os estudos da Universidade de Michigan demonstraram que mesmo um estilo de liderança julgado menos eficaz poderia levar a um aumento da produtividade (MONTANA e CHARNOV, 2006, p. 252). A Grade Gerencial de Blake e Mouton: de acordo Robbins (2009, p. 157), “Robert Blake e Jane Mouton foram responsáveis pelo desenvolvimento da representação gráfica de uma visão bidimensional dos estilos de liderança”. A grade gerencial é a abordagem da liderança mais amplamente adotada. Sendo uma adaptação da abordagem comportamental, é uma matriz que se concentra em cinco estilos principais de liderança que se distinguem em termos de preocupação com as pessoas e preocupação com a produção (MONTANA e CHARNOV, 2006, p. 260). De acordo Robbins (2009, p. 157), “existem nove posições possíveis ao longo de cada eixo do grid, portando são 81 posições diferentes, nas quais o estilo com que alguém exerce a liderança pode se encaixar”, de acordo com a figura nº 05. Figura 5: A Grade Gerencial Blake e Mouton Fonte: Robbins (2009, p. 158) 51 Segundo Montana e Charnov (2006) ao interpretar a figura nº 05 pode-se observar que: Posição 1.1: preocupação mínima do líder tanto para as pessoas, quando para a produtividade. Estilo gerencial pobre. Posição 1.9: maior preocupação do líder com as pessoas e uma preocupação mínima com a produtividade. Estilo gerencial chamado do “clube do campo” cria um ambiente de trabalho amistoso, mas presta pouca atenção à conclusão do trabalho. Posição 9.1: preocupado mínima do líder para as pessoas e alta preocupação para a produtividade. Estilo autoritário. Posição 9.9: preocupação igual do líder tanto para as pessoas, quanto para a produtividade. Estilo gerencial de equipe, estilo gerencial ideal. Posição 5.5: preocupação equilibrada entre a orientação para as pessoas e orientação para a produtividade. Estilo gerencial moderado. 3.7.4 Teorias das Contingências O modelo de Fiedleer: de acordo com Robbins (2009), este foi o primeiro modelo contingencial abrangente que verificou que o desempenho da equipe depende do ajustamento entre o estilo de liderança e o controle da situação pelo líder. Segundo Montana e Charnov (2006, p. 254), o modelo de Fiedler “é um modelo no qual a eficácia do líder depende de seu comportamento e de como ele interage com os aspectos da situação”. Inicialmente, de acordo com Robbins (2009), Fiedler elaborou um questionário com dezesseis adjetivos para avaliar os colegas de trabalho, “questionário do colega menos preferido”, dependendo das respostas o avaliador poderia ser classificado como orientado para a tarefa ou para o relacionamento. Depois de classificado pelo “questionário do colega menos preferido” o avaliador seria classificado de acordo com as dimensões contingenciais, que poderia ser: 52 A) Relação entre líder e liderados: o grau de confiança, a credibilidade e o respeito que os membros do grupo têm para com seu líder. B) Estrutura da tarefa: o grau em que as tarefas atribuídas aos subordinados são estruturadas. C) Poder da posição: o grau de influência que um líder tem sobre as variáveis de poder, como contratar, demitir, tomar atitudes disciplinares, conceder promoções e aumentos salariais. (ROBBINS, 2009, p. 159). Em geral, de acordo com Robbins (2009), estudos científicos validaram o modelo de Fiedler. Pode-se chegar à conclusão de que o modelo de Fiedler é proveitoso, pois dependendo da avaliação das medidas situacionais é recomendado um tipo de liderança eficaz. A teoria da troca entre líder e liderados: este modelo verificou que a atitude do líder varia em função da relação entre o mesmo e os membros de um grupo. De acordo com Robbins (2009), dependendo do relacionamento do líder com os grupos de uma organização, estes podem ser classificados como “grupos de dentro” (recebe maior atenção e privilégios do líder) ou “grupos de fora” (recebe menos recompensa, e é tratado normalmente pelo líder). Estudos oferecem evidências substanciais de que os líderes realmente diferenciam seus liderados, que essa diferenciação não é aleatória e que os membros do “grupo de dentro”, de maneira em geral, recebem melhores avaliações de desempenho, tem menos intenção de deixar a empresa e maior satisfação com os superiores (ROBBINS, 2009, p. 159). A Teoria da Meta e do Caminho: segundo Montana e Charnov (2006, p. 257), essa teoria motiva o trabalhador se: A) Acreditar que o trabalho pode ser realizado (expectativa). B) As recompensas oferecidas forem adequadas para a realização da tarefa desejada (instrumentalidade). C) As recompensas forem significativas para o individuo (valência) (MONTANA e CHARNOV, 2006, p. 260). 53 Segundo Robbins (2009), na teoria da meta e do caminho o líder tem a função de orientar os empregados a tingir suas metas, dando suporte para que as mesmas sejam compatíveis com os objetivos da empresa. De acordo com a figura nº 06, a seguir, segundo Robbins (2009), a teoria da meta e do caminho estabelece duas dimensões contingenciais que modelam a relação entre o comportamento do líder e os resultados obtidos: Figura 6: A Teoria da meta e do caminho Fatores Contingenciais Ambientais - Estrutura da tarefa - Sistema formal de autoridade - Grupo de Trabalho Comportamento do Líder - Diretivo -Apoiador -Participativo -Orientado para a Resultados - Desempenho - Satisfação Fatores Contingenciais do Funcionário - Centro de controle - Experiência - Capacidade percebida Fonte: Robbins (2009, p. 162) Assim sendo, nessa teoria o líder apresenta-se mais flexível, pois dependendo da situação o mesmo poderá adotar tipos diferentes de comportamento. De acordo com Lacombe (2005), é importante diferenciar o líder do administrador. O líder se preocupa mais em atingir os fins, com a eficácia, o administrador está mais preocupado com os meios, coma a eficiência. Enquanto o gerente administra, o líder busca a inovação. O administrador precisa lidar com a complexidade, já o líder com a mudança. Segundo Lacombe (2005, p. 209), “os administradores asseguram a execução dos planos por meio do controle e da solução dos problemas e os líderes, pela motivação e inspiração dos seguidores”. 54 Para entender a essência de liderança é fundamental a distinção entre dois conceitos: Poder: è a faculdade de forçar ou coagir alguém a fazer sua vontade, por causa de sua posição ou força, mesmo que a pessoa preferisse não fazer. Autoridade: a habilidade de levar as pessoas a fazerem de boa vontade o que você quer por causa de sua influência pessoal (HUNTER, 2004, p. 26). Segundo Hunter (2004), a base da liderança não é o poder e sim a autoridade. E diz ainda que respeito, responsabilidade e cuidado com as pessoas são virtudes indispensáveis a um grande líder. 3.8 Relacionamento Interpessoal Rizzatti (2002), citado por Dal Forno (2005, p. 51), define que: “relacionamento interpessoal refere-se a uma inter-relação entre duas ou mais pessoas ou sistemas de qualquer natureza, de modo que a atividade de cada um é influenciada, ou depende da atividade exercida pelo outro”. Segundo Silva (2003), os relacionamentos interpessoais nas organizações influencia a qualidade do clima organizacional, assim sendo, deve-se atentar para a forma pela qual se constituem as relações entre os componentes dos grupos, a fim de criar um ambiente salutar ao desenvolvimento das relações interpessoais. De acordo com Dal Forno (2005), os relacionamentos interpessoais saudáveis criam uma forte motivação para a realização e para a satisfação pessoal, permitindo assim que a interação mútua entre as pessoas facilite a execução do trabalho, pois um funcionário ajudará o outro na finalização das tarefas. De acordo com Moscovici (1986), citado por Silva (2003, p. 122), os relacionamentos interpessoais e o clima organizacional sofrem influencias mútuas, e podem distinguir um ambiente agradável e estimulante, neutro e monótono ou desagradável e antipático. Cada uma dessas peculiaridades influencia o nível de satisfação ou insatisfação dos membros de uma organização. 55 3.9 Imagens da Organização Segundo Kotler (2000), imagem da organização pode ser entendida como a forma com que uma pessoa vê uma determinada empresa. De acordo com Rizzatti (2002), citado por Dalmaz e Castro (2011, p. 4), “imagem representa a combinação de um conjunto, mais ou menos abrangente, de percepções e sentimentos sobre as diferentes variáveis que compõem a organização junto às pessoas”. Morgan (1996), citado por Silva (2003, p. 126), define que: “a imagem da organização resulta da combinação de um conjunto mais ou menos abrangente e importante de percepções e sentimentos de identidade sobre diferentes variáveis que compõem uma organização”. De acordo com Kotler (2000), a imagem de empresa não pode ser controlada diretamente pela mesma, pois ela é afetada por diversos fatores, isso faz com que a organização procure associar sua imagem ao produto por ela produzido. Por exemplo, a empresa Nike, seu produto não representa somente o calçado que produz, mas uma atitude. No caso deste trabalho o 26º BPM da PMDF, não “vende” somente o serviço de segurança pública, mas sim, o de “proteger e servir”. De acordo com Silva (2003), as percepções que as pessoas sintetizam são origem e barreiras para o comportamento humano. O mundo compreendido condiciona a maneira pela qual as pessoas se comportam. A visão que uma pessoa constrói sobre a realidade influencia suas decisões e ações. Segundo Kotler (2000, p. 418), “o primeiro passo no conhecimento da imagem é realizar uma pesquisa sobre imagem atual da empresa”. Pois, através desta pesquisa, o 26º Batalhão de Polícia Militar de Santa Maria poderá descobrir qual a imagem o mesmo possui perante seu público interno e externo, avaliar se está satisfeito com esta imagem ou se deseja muda-la. Posteriormente, deve-se trabalhar plano de marketing e utilizar uma propaganda de imagem corporativa, que é uma ferramenta que a empresa dispõe para fazer seu marketing para vários públicos. 56 De acordo com Kotler (2000), as organizações podem utilizar a propaganda de imagem corporativa para edificar ou conservar uma imagem propícia por muito tempo, ou podem utilizar estratégias para melhorá-la, mas deve-se tomar cuidado para a imagem da mesma não ser diferente da realidade. 57 4 METODOLOGIA Segundo Bertucci (2009), para que trabalho realizado possa ser considerado cientifico é fundamental a classificação da pesquisa, além do correto delineamento da metodologia para eficácia da coleta e analise dos dados. Segundo Gil (2002), a classificação da pesquisa quanto ao tipo pode ser: exploratória, exploratória, explicativa ou descritiva. Este trabalho foi categorizado como uma pesquisa explicativa ou descritiva. Este trabalho foi categorizado como uma pesquisa descritiva, pois, “As pesquisas descritivas tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis” (GIL, 2002, p. 42). No caso desta pesquisa haverá a descrição das características do 26º BPM de Santa Maria. Esta pesquisa é qualitativa, pois segundo Bertucci (2009), o método utilizado estuda fenômenos amplos e complexos da realidade organizacional de uma unidade da corporação, que demandou a apresentação e a interpretação das questões de forma analítica e descritiva. De acordo com Bertucci (2009, p. 57), as pesquisas descritivas descrevem e analisam culturas e climas organizacionais, observa-se que este tipo de pesquisa categoriza o tema da monografia a ser realizada: clima organizacional: avaliação do ambiente de trabalho do 26º Batalhão de Polícia Militar de Santa Maria. Para Bertucci (2009), é fundamental a escolha de uma técnica de pesquisa apropriada, pois cada uma delas apresenta vantagens e limitações. Quanto à técnica a ser utilizada, com base na taxionomia apresentada por Gil (2002), a pesquisa pode ser classificada como estudo de caso, bastante utilizado nas ciências sociais aplicadas, como caso específico deste trabalho a Administração, e consiste no estudo de um ou poucos objetos, neste caso os conflitos que ocorrem no ambiente interno do 26ª Batalhão de Polícia Militar de Santa Maria, possibilitando assim um detalhamento do conhecimento. Estudo de casos é circunscrito a uma ou poucas unidades, entendidas essas como uma pessoa, uma família, uma empresa, um órgão público, uma comunidade ou mesmo um país. Tem caráter de profundidade e 58 detalhamento. Pode ou não ser realizado no campo (BERTUCCI, 2009, p. 49). Segundo Severino (2007), a coleta de dados do estudo de casos, bem como sua análise são da mesma forma que nas pesquisas de campo, devendo os mesmos serem coletados e registrados com rigor, deve-se obedecer também os procedimentos da pesquisa de campo. Devem ser tratados utilizando análise rigorosa para posteriormente serem apresentados em relatórios qualificados. De acordo com Bertucci (2009), as pesquisas realizadas em uma organização, no caso a pesquisa do clima organizacional do 26º Batalhão de Polícia Militar de Santa Maria, quando se procura responder certas variáveis, como relacionamento interpessoal, comunicação organizacional, condições físicas do ambiente de trabalho, entre outras, são situações típicas em que se utilizam os estudos de casos. O estudo de caso é utilizado nas ciências sociais com ao variados propósitos: A) Explicar situação da vida cujos limites não estão claramente definidos B) Promover o caráter transitório do objeto estudado; C) Descrever a situação do contexto em que está sendo feita determinada investigação; D) Formular hipótese ou desenvolver teorias; e E) Explica as variáveis causais de determinado fenômeno em situações complexas. Bertucci (2009) ressalta que o estudo de casos é bastante utilizado devido à flexibilidade no planejamento e sua utilização em uma única empresa, no caso deste trabalho o 26º Batalhão de Polícia Militar de Santa Maria. Além disso, com o estudo de casos pode-se identificar novas situações. 4.1 Tipo de Pesquisa A pesquisa do clima organizacional tem sido uma preocupação de organizações modernas, com o propósito de adotar medidas de intervenção para melhorar o ambiente interno das empresas, pois empregados mais satisfeitos tendem a desempenhar melhor suas funções. De acordo com Silva (2003), o 59 diagnóstico do clima organizacional é o fundamento para compreender como a organização influencia o desempenho dos empregados. Foram selecionados alguns fatores para ouvir como estrutura para a pesquisa do clima organizacional do 26º BPM: motivação, satisfação, comunicação organizacional, liderança, relacionamento interpessoal e imagem da organização. Desse modo, o Batalhão estará aparelhado de uma ferramenta que permite fazer um diagnóstico do seu ambiente interno, visando retificar possíveis anormalidades detectadas, bem como fortalecer os pontos positivos, objetivando o aprimoramento do mesmo. Os fatores utilizados no questionário da pesquisa do clima organizacional do 26º BPM levam em consideração os aspectos e concepções a seguir descritos: Motivação: tem o objetivo de identificar se os policiais militares estão motivados com suas atividades no 26º BPM, se os mesmos são premiados na proporção da qualidade do trabalho desenvolvido e se estão obtendo sucesso na carreira e na vida profissional no 26º BPM; Satisfação: visa identificar como os policiais militares percebem seu grau de satisfação em relação ao 26ºBPM e ao seu trabalho, ou seja, verificar se os mesmos pretendem trabalhar no 26º BPM por muito tempo, se estão satisfeitos em trabalhar no 26º BPM e se realizam suas atividades com satisfação; Comunicação organizacional: tem o objetivo de identificar o procedimento da comunicação existente no 26º BPM. Averiguar se há uma boa comunicação entre os policiais militares do 26º BPM, se os mesmos estão informados sobre o que acontece no Batalhão e se recebem as informações necessárias para realizar seu trabalho; Liderança: tem o objetivo de identificar o comportamento do líder em relação aos liderados, ou seja, se o líder sabe reconhecer um trabalho bem feito, sabe ser justo e ajuda o liderado quando o mesmo necessita; Relacionamento interpessoal: visa identificar como ocorrem as relações entre os policiais militares dentro do batalhão, ou seja, saber se existe cooperação entre os policiais militares dentro do batalhão, ou seja, saber 60 se existe cooperação entre os policiais militares, apreço pelos colegas de trabalho e união entre as pessoas do 26º BPM. Verificar se existe confiança, apoio, harmonia e consideração entre os policiais militares do 26º BPM; e Imagem da organização: tem o objetivo de saber quais as concepções dos policiais militares em relação do 26º BPM no que diz respeito ao ambiente físico de trabalho, sentimento de identidade e orgulho em relação ao batalhão e como se encontra a imagem do 26º BPM perante a comunidade. A figura nº 07 ilustra os fatores utilizados na pesquisa do clima organizacional do 26º BPM: Figura 7: Fatores utilizados na pesquisa do clima organizacional do 26º BPM Satisfação Motivação Comunicação Pesquisa do clima Organizacional do 26º BPM Liderança Imagem de organização Relacionam ento Interpessoal Fonte: PCO do 26º BPM O propósito de cada um dos fatores descritos anteriormente é o de auxiliar a confecção das questões que irão compor o questionário para a avaliação do clima organizacional do 26º BPM. 61 Os fatores empregados na pesquisa do clima organizacional do 26º BPM e as questões utilizadas no questionário encontram-se distribuídos, conforme tabela nº 08: Tabela 8: Fatores empregados na pesquisa do clima organizacional do 26º BPM Fatores 1- Motivação 2- Satisfação 3- Comunicação organizacional 4- Liderança 5- Relacionamento interpessoal 6- Imagem da organização Questões 07, 08 e 09 10, 11 e 12 13, 14 e 15 16, 17 e 18 19, 20 e 21 22, 23 e 24 Fonte: PCO do 26º BPM De acordo com Silva (2003, p. 66), são muitos os pontos ou facetas da estrutura de funcionamento de uma empresa que merecem ser investigados. No entanto, torna-se imprescindível limitar a abrangência dos fatores empregados em pesquisa de clima organizacional, principalmente quando se pretende delinear os mesmos em um instrumento de monitoramento, compatível com a cultura organizacional a ser analisada. Segundo Dal Forno (2005), ainda que se tenha conhecimento de vários fatores para avaliar o clima organizacional, deve-se selecionar fatores pertinentes à organização, de modo que o problema da pesquisa seja respondido adequadamente. Inicialmente, neste capítulo para maior perceptibilidade aos leitores, apresentaram-se os fatores a serem utilizados na avaliação do clima organizacional do 26º BPM, fatores estes que foram arquitetados a partir das informações angariadas tanto na revisão da literatura quanto na pesquisa documental no 26º BPM. 4.2 Universo e Amostra Como nos esclarece Bertucci (2009), na coleta de dados podem-se utilizar vários instrumentos, no caso deste trabalho será utilizada a coleta documental para: cálculo da rotatividade de pessoal – “Turnover”, identificação da organização: estrutura do 26º BPM; histórico do 26º BPM; áreas de atuação do 26º BPM; quantificação dos recursos humanos do 26º BPM; distribuição dos recursos 62 humanos do 26º BPM, entre outros, e aplicação de questionários para avaliar o ambiente de trabalho do 26º BPM, pesquisa do clima organizacional. Na aplicação dos questionários, deve-se atentar para o universo e amostra da pesquisa, para Bertucci (2009, p. 72): “a definição da amostra constitui um dos aspectos muito complexo nessa técnica de pesquisa. A amostra é uma parcela selecionada a partir de um universo”. Neste sentido, o universo deste trabalho é o total de efetivo dos policiais militares do 26º Batalhão de Polícia Militar de Santa Maria, que atualmente é de aproximadamente 300 (trezentos) policiais militares, deve-se levar em conta a rotatividade de policiais militares, por diversos motivos, entre eles: transferências de policiais do 26º BPM para outras UPM´s, transferências de policiais militares de outras UPM´s para o 26º BPM, policiais militares que passam em outros concursos e saem da PMDF, policiais militares que são reformados e vão para a reserva remunerada. A amostra deste estudo foi composta de 80 (oitenta) policiais militares, escolhidos aleatoriamente de acordo com o posto/graduação: oficiais e praças e de acordo com atividade: atividade meio (expediente) e atividade fim (operacional). 4.3 Instrumento de Pesquisa Os dados da pesquisa de clima organizacional foram coletados por meio de questionários (oitenta), no total aplicado tanto para policiais da atividade meio, quanto para policiais militares da atividade fim. Segundo Rosso (2004, p. 82), “O questionário deve contemplar questões focadas nas áreas prioritárias para sua organização (políticas organizacionais, relacionamento interpessoais, comunicação interna, treinamento, etc.)”. Rosso (2004), enfatiza que se deve voltar maior atenção ao fator crítico “liderança”, pois um mapeamento bem feito nesta área levará ao direcionamento eficaz da organização. 63 5 ANÁLISES E RESULTADOS Os estudos realizados nesse trabalho serão em nível de uma organização: o 26º Batalhão de Polícia Militar de Santa Maria – DF, onde será aplicada a técnica de estudo de caso. A Unidade Policial Militar – UPM demonstrou interesse em sediar o trabalho, além de possuir grande capacidade para mobilização dos policiais militares, no sentido de cooperar em responder os questionários da pesquisa de clima organizacional. Foram tabulados os resultados da pesquisa e logo em seguida, elaboradas tabelas e construídos gráficos com a ajuda do programa Excel. Posteriormente, os dados foram analisados e no capitulo seguinte foram delineadas as considerações finais e recomendações com intuito de sugestionar melhorias no clima organizacional do 26º Batalhão de Polícia Militar de Santa Maria. 5.1 Faixa etária dos policiais militares do 26° BPM (anos) Tabela 9: Faixa Etária do 26º BPM Faixa Etária 20 a 25 26 a 35 36 a 49 50 a 60 Total das Observações Fonte: Dados da pesquisa, 2013. Respostas 01 13 58 08 80 Percentual 2% 5% 77% 17% 100% 64 Gráfico 2: Faixa Etária Faixa Etária 20 a 25 26 a 35 36 a 49 50 a 60 2% 17% 5% 77% Fonte: Dados da pesquisa, 2013. Observa-se que a idade dos policiais militares do 26º BPM predomina entre 36 a 49 anos (77%), ao analisar este dado pode-se concluir que os policiais estão em uma faixa etária, na qual possuem muita experiência de vida, mas a disposição para o trabalho não é a mesma do ou de um jovem no início da carreira militar. Devido à faixa etária elevada na tropa ocorrem doenças desencadeadas pelo desgaste do organismo, podem-se observar muitos policiais militares com restrições médicas que são agravadas pela faixa etária, pois a idade avançada reduz a capacidade imunológica do organismo. 5.2 Sexo dos policiais militares do 26º BPM Tabela 10: Sexo dos policiais militares Sexo dos policiais militares do 26º BPM Masculino Feminino Total das Observações Fonte: Dados da pesquisa, 2013. Respostas 68 12 80 Percentual 85% 15% 100% 65 Gráfico 3: Sexo dos policiais militares sexo masculino feminino 15% 85% Fonte: Dados da pesquisa, 2013. Observa-se que 85% dos policiais militares pesquisados no 26º BPM eram do sexo masculino e 15% do sexo feminino. Pode-se confirmar o que é natural: elevado número de homens no Batalhão, em relação ao número de mulheres. Historicamente na força policial sempre houve a prevalência do número do sexo masculino em relação ao número do sexo feminino, devido à imagem adversa que a sociedade faz da mulher no papel de polícia. A mulher é retratada socialmente como dócil e frágil, imagem que não condiz com o perfil de força, poder e virilidade da polícia que são características próprias do universo simbólico masculino. 5.3 Tempo de serviço dos policiais militares na PMDF Tabela 11: Tempo de serviço na PMDF Tempo de serviço na PMDF 01 a 05 anos 06 a 10 anos 11 a 20 anos 21 a 30 anos Total das Observações Fonte: Dados da pesquisa, 2013. Respostas Percentual 02 10 21 47 80 2% 13% 26% 59% 100% 66 Gráfico 4: Tempo de serviço na PMDF Tempo de serviço na PMDF 01 a 05 anos 06 a 10 anos 11 a 20 anos 21 a 30 anos 2% 13% 26% 59% Fonte: Dados da pesquisa, 2013. Observa-se que 59% do efetivo do 26º BPM, possui mais de vinte anos de serviço na PMDF, sem contar tempo averbado na área civil e tempo de Forças Armadas. Isso demonstra que em breve a maioria dos policiais militares do 26º BPM passará para inatividade. Esse dado deve ser estudado, pois não ocorre à reposição adequada de efetivo, assim existe a sobrecarga de trabalho em poucos policiais, que leva ao desgaste e ao estresse, fatores que acarretam mais doenças ocupacionais e consequentemente à indisponibilidade de efetivo, isso gera um ciclo vicioso, que impacta na redução da qualidade do serviço. 5.4 Tempo de serviço dos policiais militares no 26º BPM (anos) Tabela 12: Tempo de serviço no 26º BPM Tempo de serviço no 26º BPM 01 a 05 anos 06 a 10 anos 11 a 15 anos 16 a 20 anos Total das Observações Fonte: Dados da pesquisa, 2013. Resposta Percentual 12 21 25 22 80 15% 26% 31% 28% 100% 67 Gráfico 5: Tempo de serviço no 26º BPM Fonte: Dados da pesquisa, 2013. Observa-se que 59% do efetivo do 26º BPM têm mais de dez anos de serviço, mais da metade do efetivo. Grande parte do efetivo esta no batalhão há muito tempo, se estiverem atuando nas mesmas funções a tendência é a instalação de um processo que leva o indivíduo a trabalhar instintivamente, devido à perda de interesse pela função, o que leva à desmotivação, por outro lado se houver o enriquecimento das tarefas pode-se ganhar no conhecimento da área de atuação e com a filosofia do policiamento comunitário pode-se tirar proveito com o estabelecimento de vínculo entre o policial e a comunidade. 68 5.5 Posto ou graduação Tabela 13: Posto ou graduação dos policiais militares Posto ou graduação SD CB SGT ST ASP TEN CAP MAJ TC Total das Observações Resposta 12 19 33 04 01 05 03 02 01 80 Percentual 15% 24% 41% 5% 1% 6% 4% 3% 1% 100% Fonte: Dados da pesquisa, 2013. Gráfico 6: Posto ou graduação dos policiais militares Posto ou Graduação SD CB SGT ST ASP 4% 3% 1% 6% TENENTE CAP MAJ TC 1% 15% 5% 24% 41% Fonte: Dados da pesquisa, 2013. Pode-se observar que a pesquisa procurou o máximo de isenção possível, obtendo a representatividade proporcional de posto e/ou graduação, de acordo com a realidade do efetivo existente no 26º BPM. Essa realidade é observável na maioria dos batalhões, de acordo com gráfico ocorre à prevalência do número de sargentos em relação ao número de soldados, o que corrobora as questões anteriores, tempo de serviço na PMDF e tempo de serviço no 26º BPM, ambos altos. 69 5.6 A corporação realiza periodicamente pesquisa de clima organizacional para diagnosticar e analisar o ambiente interno dos Batalhões apartir do levantamento de suas necessidades Tabela 14: Periodicidade da PCO Periodicidade da PCO na PMDF Sim Não Total das Observações Respostas Percentual 21 59 80 26% 74% 100% Fonte: Dados da pesquisa, 2013. Gráfico 7: Periodicidade da PCO na PMDF Existe Periodicidade da PCO na PMDF sim não 26% 74% Fonte: Dados da pesquisa, 2013. Observa-se que 74% do efetivo do 26º BPM respondeu que não é realizado com periodicidade pesquisa de clima organizacional para diagnosticar e analisar o ambiente interno dos batalhões a partir do levantamento de suas necessidades. Deve-se utilizar mais essa ferramenta, pois de acordo com Rosso (2004), a pesquisa de clima organizacional é um diagnóstico muito importante para a eficácia empresarial, pois “aquilo que não é medido também não pode ser comprovadamente melhorado” Rosso (2004, p. 80). Por meio da pesquisa de clima organizacional, identifica-se o grau de satisfação e motivação dos policiais militares, possibilitando o desenvolvimento e crescimento tanto dos policiais quanto do batalhão. 70 5.7 Sinto-me motivado com minhas atividades no 26º BPM Tabela 15: Motivação com as atividades no 26º BPM Motivação com as atividades Sim Não Total das Observações Respostas Percentual 54 26 80 67% 33% 100% Fonte: Dados da pesquisa, 2013. Gráfico 8: Motivação com as atividades no 26º BPM Motivação com as atividades sim não 33% 67% Fonte: Dados da pesquisa, 2013. De acordo com o gráfico nº 08 observa que 67% dos policiais militares do 26º BPM estão motivados com as atividades que executa no batalhão e 33% estão desmotivados. É importante estimular os 33% dos policiais militares que estão desmotivados para que os mesmos possam empreender ações que conduzam à satisfação de suas necessidades e ao mesmo tempo à realização das metas e objetivos do Batalhão. Segundo Lacombe (2005), é importante lembrar que motivação não deve ser ação isolada, mas sim um processo que demanda esforços contínuos, assim é fundamental e adoção de políticas que motive a maioria dos policiais militares, mas é preciso ter cuidado, para que com uma mesma ação se motive um grupo e desmotive outro. 71 5.8 No 26º BPM os policiais militares são premiados na proporção da qualidade de seu trabalho Tabela 16: Premiação pela qualidade Premiação pela qualidade Concordo Discordo Total das observações Resposta Percentual 19 61 80 24% 76% 100% Fonte: Dados da pesquisa, 2013. Gráfico 9: Premiação pela qualidade Fonte: Dados da pesquisa, 2013. Observa-se que a maioria, 76% do efetivo do 26º BPM discorda que os policiais militares são premiados na proporção da qualidade de seu trabalho. Os policiais militares do 26º BPM precisam de reconhecimento, verifica-se a importância da satisfação da necessidade de estima para os mesmos estarem motivados, pois de acordo com Maslow (1970), citado por Montana e Charnov (2006, p. 228), “apenas as necessidades insatisfeitas são fontes primordiais de motivação”. Uma necessidade satisfeita não motiva comportamento. Então, reconhecimento e a premiação por um trabalho realizado com qualidade devem ser incentivados no batalhão, pois se trata de um fator motivacional de suma importância e que não pode ser desperdiçado. 72 5.9 Estou obtendo sucesso na minha carreira e na minha vida profissional no 26º BPM Tabela 17: Sucesso na carreira profissional Sucesso na carreira profissional Concordo Discordo Total das Observações Resposta Percentual 56 24 80 70% 30% 100% Fonte: Dados da pesquisa, 2013. Gráfico 10: Sucesso na carreira profissional Sucesso na carreira e na vida profissional concordo discordo 30% 70% Fonte: Dados da pesquisa, 2013. De acordo com gráfico nº 10, observa-se que 70% dos policiais militares do 26º BPM concordam que estão obtendo sucesso na carreira e na vida profissional no batalhão. No campo motivacional esta questão está relacionada à autorealização, que conforme Maslow (1970), citado por Robbins, (2009, p. 48), “é a intenção de tornar-se tudo aquilo que se pode ser: inclui crescimento, alcance do pleno potencial e autodesenvolvimento”. 73 5.10 Estou satisfeito em trabalhar no 26º BPM Tabela 18: Satisfação no trabalho Satisfação no trabalho Concordo Discordo Total das Observações Respostas 76 04 80 Percentual 95% 05% 100% Fonte: Dados da pesquisa, 2013. Gráfico 11: Satisfação no trabalho Fonte: Dados da pesquisa, 2013. De acordo com o gráfico nº 11, observa-se que 95% dos policiais militares do 26º BPM estão satisfeitos em trabalhar neste Batalhão. De acordo com Locke (1976), citado por Wagner III e Hollenbeck (2006, p. 121), a satisfação no trabalho pode ser definida como: “um sentimento agradável que resulta da percepção de que nosso trabalho realiza ou permite a realização de valores importantes relativos ao próprio trabalho”. Recentemente satisfação no trabalho passou a ser compreendida como um resultado do ambiente organizacional, onde leva em conta o vínculo afetivo do empregado com seu trabalho. Como nos esclarece Robbins (2009, p. 24), “satisfação no trabalho refere-se a um conjunto de sentimentos que um indivíduo nutre em relação ao seu trabalho”. Percebe-se que os policiais militares do 26º BPM sustentam bons sentimentos em relação ao batalhão, o que deve ser aproveitado e valorizado. 74 5.11 Pretendo trabalhar no 26º BPM por muito tempo Tabela 19: Pretensão em trabalhar no 26º BPM Pretensão em trabalhar no 26º BPM Concordo Discordo Total das Observações Respostas Percentual 52 28 80 65% 35% 100% Fonte: Dados da pesquisa, 2013. Gráfico 12: Pretensão em trabalhar no 26º BPM Pretensão em trabalhar no 26º BPM Concordo discordo 35% 65% Fonte: Dados da pesquisa, 2013. De acordo com gráfico nº 12, observa-se que 65% dos policiais militares do 26º BPM pretendem trabalhar no batalhão por muito tempo, e 35% não pretendem trabalhar no batalhão por muito tempo. A maioria dos policiais militares pretende continuar trabalhando no 26º BPM, isso deve ser reforçado, além disso, deve-se buscar os motivos pelos quais 35% do efetivo está insatisfeito, pois um empregado que está satisfeito em uma empresa pode achar seu trabalho ótimo, enquanto outro que está insatisfeito pode achar péssimo. 75 5.12 Os policiais militares do 26º BPM realizam suas atividades com satisfação Tabela 20: Realização das atividades com satisfação Realização das atividades com satisfação Concordo Discordo Total das Observações Respostas Percentual 31 49 80 39% 61% 100% Fonte: Dados da pesquisa, 2013. Gráfico 13: Realização das atividades com satisfação Fonte: Dados da pesquisa, 2013. De acordo com o gráfico nº 13, observa-se que 61% dos policiais militares do 26º BPM não realizam suas atividades com satisfação. Neste sentido faz-se necessário identificar o que determina a satisfação no trabalho 26º BPM. O trabalho deve ser mentalmente desafiante para promover a satisfação. Os trabalhadores preferem empregos desafiadores, que permitam a utilização de suas habilidades e capacidades, além de trabalhos com riquezas de tarefas. Devese levar em conta que, como nos esclarece Robbins (2009, p. 24), “uma ocupação que é pouco desafiante torna-se entediante, mas o excesso de desafios pode levar à frustação e ao sentimento de derrota”. Então, deve-se utilizar condições moderadas de desafios, assim boa parte dos empregados terão prazer e satisfação no trabalho. 76 5.13 Sinto-me bem informado sobre o que acontece no 26º BPM Tabela 21: Informação sobre os acontecimentos no 26º BPM Informação sobre os acontecimentos no 26º BPM Concordo Discordo Total das Observações Respostas Percentual 42 38 80 52% 48% 100% Fonte: Dados da pesquisa, 2013. Gráfico 14: Informação sobre os acontecimentos no 26º BPM Fonte: Dados da pesquisa, 2013. De acordo com o gráfico nº 14, observa-se que apenas 52% dos policiais militares do 26º BPM sentem-se bem informado sobre o que acontece no mesmo, praticamente quase a metade do efetivo não está bem informado sobre o que acontece no batalhão. Chiavenato (2004), toda organização precisa ser construída sobre um alicerce consistente de informação e comunicação e não deve considerar somente a hierarquia de autoridade. Lacombe (2005), ressalta que além das comunicações entre o chefe imediato e o subordinado é importante a comunicação da empresa com os empregados. É fundamental a comunicação periódica da empresa com seus 77 integrantes para mantê-los informações da missão e objetivos organizacionais, além de motivar os subordinados. 5.14 Recebo as informações necessárias para realizar o meu trabalho no 26º BPM Tabela 22: Informações para realizar o trabalho no 26º BPM Informação sobre os acontecimentos no 26º BPM Concordo Discordo Total das Observações Respostas Percentual 47 33 80 59% 41% 100% Fonte: Dados da pesquisa, 2013. Gráfico 15: Informações para realizar o trabalho no 26º BPM Fonte: Dados da pesquisa, 2013. De acordo com o gráfico nº 15, observa-se que 59% dos policiais militares do 26º BPM recebem as informações necessárias para realizar o trabalho no batalhão. De acordo com Montana e Charnov (2006), os gestores devem repassar as informações necessárias de uma forma clara e aceitável para o subordinado, para que não ocorra transmissão de uma informação errada. Deve-se adotar uma comunicação eficaz, pois de acordo com Montana e Charnov (2006), a comunicação 78 organizacional tem um papel importante de promover e coordenar esforços para a concretização dos objetivos da empresa. 5.15 Existe uma boa comunicação entre os policiais militares do 26º BPM Tabela 23: Existência de boa comunicação entre os policiais militares do 26º BPM Existência de boa comunicação entre os policiais militares Respostas Percentual Concordo 50 62% Discordo 30 38% Total das Observações 80 100% Fonte: Dados da pesquisa, 2013. Gráfico 16: Existência de boa comunicação entre os policiais militares do 26º BPM concordo discordo 38% 62% Fonte: Dados da pesquisa, 2013. De acordo com o gráfico nº 16, observa-se que 62% dos policiais militares do 26º BPM concordam que existe uma boa comunicação entre os policiais militares no Batalhão. Deve-se incentivar esta prática e, além disso, valorizar os grupos informais, que utilizam as formas laterais e diagonais de comunicação e que são responsáveis por disseminação de forma mais rápida, permitindo assim a solução de problemas e o uso eficaz dos recursos no interior da organização. 79 5.16 Meu chefe imediato no 26º BPM sabe reconhecer um trabalho bem feito Tabela 24: Reconhecimento do trabalho pelo chefe imediato Reconhecimento do trabalho pelo chefe imediato Concordo Discordo Total das Observações Respostas 55 25 80 Percentual 69% 31% 100% Fonte: Dados da pesquisa, 2013. Gráfico 17: Reconhecimento do trabalho pelo chefe imediato Fonte: Dados da pesquisa, 2013. De acordo com gráfico nº 17, observa-se que 69% dos policiais militares do 26º BPM concordam que imediato no batalhão sabe reconhecer um trabalho bem feito. Deve-se valorizar mais este fator, os chefes devem elogiar o bom desempenho dos policiais militares, pois é importante eles sentirem que estão fazendo um bom trabalho. O reconhecimento é a forma de conseguir com que os policiais militares produzem o máximo possível, pois estarão dispostos a fazer o que for necessário, quando os mesmo sentirem que seu trabalho está sendo reconhecido. Reconhecer um trabalho bem feito além de levar o policial militar a sentir mais satisfação pessoal com seu desempenho, serve também para manter o bom profissional no batalhão. 80 5.17 Meu chefe imediato no 26º BPM sabe ser justo Tabela 25: Chefe imediato ajuda é justo Chefe imediato ajuda quando necessito Concordo Discordo Total das Observações Respostas 57 23 80 Percentual 71% 29% 100% Fonte: Dados da pesquisa, 2013. Gráfico 18: Chefe imediato é justo Chefe imediato é justo Concordo discordo 29% 71% Fonte: Dados da pesquisa, 2013. De acordo com o gráfico nº 18, observa-se 71% dos policiais militares do 26º BPM concordam que o chefe imediato no batalhão sabe ser justo. É importante o subordinado ter um chefe que seja justo, pois assim o mesmo não beneficiará determinados policiais militares dentro do mesmo grupo de trabalho. O chefe justo é capas de distinguir o trabalho de todos os policiais militares de sua equipe de maneira particular e desse modo ter uma boa visão para julgamento tanto individual quanto coletivos de sua equipe. 81 5.18 Meu chefe imediato no 26º BPM me ajuda quando necessito Tabela 26: Chefe imediato ajuda quando necessito Chefe imediato ajuda quando necessito Concordo Discordo Total das Observações Respostas 57 23 80 Percentual 71% 29% 100% Fonte: Dados da pesquisa, 2013. Gráfico 19: Chefe imediato ajuda quando necessito Fonte: Dados da pesquisa, 2013. De acordo com o gráfico nº 19, observa que 71% dos policiais militares do 26º concorda que o chefe imediato no batalhão ajuda quando os mesmos necessitam. O chefe deve ouvir o subordinado e ajudar os mesmos a resolverem os problemas. É importante para a corporação que o chefe imediato tenha preocupação tanto com as necessidades profissionais, quanto com as necessidades pessoais, pois uma influencia e interfere na outra. É necessário que o chefe seja uma espécie de treinador, que deve orientar, ouvir e guiar o subordinado, não deve simplesmente mandar. O chefe deve auxiliar os subordinados a encontrar respostas para os problemas, e não simplesmente dar a solução. 82 5.19 Existe cooperação entre os policiais militares no 26º BPM Tabela 27: Cooperação entre os policiais militares Cooperação entre policiais militares Concordo Discordo Total das Observações Respostas 44 36 80 Percentual 55% 45% 100% Fonte: Dados da pesquisa, 2013. Gráfico 20: Cooperação entre os policiais militares Fonte: Dados da pesquisa, 2013. De acordo com o gráfico nº 20, observa-se que 55% dos policiais militares do 26º BPM afirmam que existe cooperação entre os policiais no batalhão e quase a metade, 45% afirma que não existe cooperação entre os policiais militares no batalhão. Ressalta-se que cooperar não é um policial fazer o trabalho do outro e sim realizar um trabalho em equipe, onde ocorre a colaboração de um ajudando o outro. É importante valorizar a cooperação entre os policiais militares, pois a troca de experiências e o somatório dos conhecimentos individuais facilitam a resolução de problemas e consequentemente o alcance das metas e objetivos organizacionais. 83 5.20 Eu gosto da maioria dos meus colegas de trabalho no 26º BPM Tabela 28: Gosto da maioria dos colegas de trabalho no 26º BPM Gosto da maioria dos colegas de trabalho no 26º BPM Respostas Percentual Concordo 69 87% Discordo 11 13% Total das Observações 80 100% Fonte: Dados da pesquisa, 2013. Gráfico 21: Gosto da maioria dos colegas de trabalho no 26º BPM Fonte: Dados da pesquisa, 2013. De acordo com o gráfico nº 21, observa-se que 87% dos policiais militares do 26º BPM afirmam que gostam de seus colegas de trabalho no batalhão. Esse índice de relacionamento interpessoal é excelente de deve ser bem aproveitado, pois de acordo com Dal Forno (2005), os relacionamentos interpessoais saudáveis criam uma forte motivação para a realização e para a satisfação pessoal, permitindo assim que a interação mútua entre as pessoas facilite a execução do trabalho, pois um funcionário ajudará o outro na finalização das tarefas. 84 5.21 Existe união entre as pessoas do 26º BPM Tabela 29: Existência de união entre pessoas do 26º BPM Existência de união entre as pessoas do 26º BPM Respostas Percentual Concordo 47 59% Discordo 33 41% Total das Observações 80 100% Fonte: Dados da pesquisa, 2013. Gráfico 22: Existência de união entre as pessoas do 26º BPM Fonte: Dados da pesquisa, 2013. De acordo com o gráfico nº 22, observa-se que 59% dos policiais militares do 26º BPM. Afirmam que existe união entre as pessoas do batalhão e 38% afirma que não existe união. De acordo com Silva (2003), os relacionamentos interpessoais nas organizações influenciam a qualidade do clima organizacional, assim sendo, deve-se atentar para a forma pela qual se constituem as relações entre os componentes dos grupos, incentivando a formação de equipes de trabalho que promovam a união de seus elementos, a fim de criar um ambiente salutar ao desenvolvimento das relações interpessoais, o que facilitará sobremaneira a realização das tarefas, o aumento da produtividade e qualidade no serviço policial militar. 85 5.22 Sinto orgulho em trabalhar no 26º BPM Tabela 30: Orgulho em trabalhar no 26º BPM Orgulho em trabalhar no 26º BPM Concordo Discordo Total das Observações Respostas 63 17 80 Percentual 79% 21% 100% Fonte: Dados da pesquisa, 2013. Gráfico 23: Orgulho em trabalhar no 26º BPM Fonte: Dados da pesquisa, 2013. De acordo com o gráfico nº 23, observa-se que 79% dos policiais militares do 26º BPM afirmam que sentem orgulho em trabalhar no batalhão. O orgulho de se trabalhar em uma organização está relacionado ao prazer que o empregado tem em trabalhar na empresa. Os policiais militares percebem que eles possuem relevância social no trabalho, isso quer dizer que eles avaliam como positiva a imagem da empresa decorrente da sua atuação perante a sociedade, neste sentido, deve-se aproveitar para introduzir neste contexto o comprometimento organizacional, que representa o vínculo do indivíduo com o seu trabalho e com a organização. 86 5.23 O ambiente físico do meu local de trabalho no 26º BPM encontra-se Tabela 31: Ambiente físico do local de trabalho no 26º BPM Ambiente físico do local de trabalho no 26º BPM Respostas Percentual Péssimo 08 10% Ruim 22 27% Regular 36 45% Bom 11 14% Ótimo 03 4% Total das Observações 80 100% Fonte: Dados da pesquisa, 2013. Gráfico 24: Ambiente físico do local de trabalho no 26º BPM Fonte: Dados da pesquisa, 2013. De acordo com o gráfico nº 24, observa-se que apenas 14% dos policiais militares do 26º BPM afirmam que o ambiente físico do batalhão é bom e somente 4% afirmam que o ambiente físico do batalhão é ótimo. As condições físicas para realizar um bom trabalho, como: temperatura, poeira, umidade, ventilação, barulho, cores das pinturas e iluminação devem ser favoráveis. Esses fatores são facilitadores do desempenho no trabalho, e não podem ser subestimados pelos gestores, pois influi na qualidade do trabalho desenvolvido pelos policiais militares na corporação. 87 5.24 Qual a imagem o 26º BPM tem perante a comunidade Tabela 32: Imagem do 26º BPM perante a comunidade Imagem do 26º BPM perante a comunidade Péssima Ruim Regular Boa Ótima Total das Observações Respostas 01 05 29 44 01 80 Percentual 01% 06% 36% 56% 01% 100% Fonte: Dados da pesquisa, 2013. Gráfico 25: Imagem do 26º BPM perante a comunidade Fonte: Dados da pesquisa, 2013. De acordo com o gráfico nº 25, observa-se que 56% dos policiais militares do 26º BPM afirmam que o batalhão possui boa imagem perante a comunidade, praticamente a metade do efetivo e 36% afirmam que o batalhão possui uma imagem regular perante a comunidade. Segundo Kotler (2000), a imagem da organização pode ser entendida como a forma com que uma pessoa vê uma determinada empresa, assim sendo, apresenta-se como uma questão importante para transmitir a visão do 26º BPM e, por conseguinte, avaliar a qualidade e a satisfação dos clientes quanto aos serviços prestados. Demonstra o prestígio que o 26º BPM desfruta perante a sociedade. 88 6 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES As organizações estão presentes na nossa vida em todos os dias: nascemos vivemos e morremos utilizando algum produto ou serviço de alguma organização. Esse fato obriga as mesmas a tornarem-se cada vez mais eficientes e eficazes, no sentido de produzir bens e serviços de qualidade e que garantam a plena satisfação da sociedade, pois elas estão ensartadas em ambiente altamente competitivo, principalmente com o aumento do uso da tecnologia e da globalização. As organizações policiais militares não estão fora deste contexto, pelo contrário, estas estão presentes em todo o território brasileiro, e às vezes fazem quase todo papel que o Estado deveria fazer, os policiais militares são: “paramédicos, psicólogos, bombeiros, advogados, parteiro”, entre outras profissões, observa-se que é uma das profissões mais completa e complexas e a que exige mais de seus recursos humanos. Neste sentido, deve-se atentar para área de recursos humanos, área estratégica e de progresso que está relacionada com a melhoria da eficácia organizacional. A Polícia Militar do Distrito Federal atentou para a adequação de sua estrutura organizacional e reformulou suas estratégias com a elaboração do Plano Estratégico 2011-2012 – “planejando a segurança cidadã do Distrito Federal no século XXI”. Diante desse contexto, o objetivo geral da pesquisa foi identificar os principais conflitos que ocorrem no ambiente interno do 26º Batalhão de Polícia Militar de Santa Maria- DF. Para tanto, foram traçados objetivos específicos, utilizando a ferramenta da pesquisa de clima organizacional, que deve ser considerada como uma estratégia para identificar oportunidades de melhorias contínuas no ambiente de trabalho. Este trabalho trata-se de uma pesquisa aplicada, que buscou analisar os fatores críticos do clima organizacional no 26º batalhão de Polícia Militar de Santa Maria. Espera-se que os resultados dessa pesquisa possam ser úteis tanto para o 26º Batalhão de Polícia Militar quanto para todas as unidades policiais militares. Essa pesquisa foi qualitativa, pois segundo Bertucci (2009), o método utilizado estuda fenômenos amplos e complexos da realidade organizacional de uma 89 unidade da Corporação, que demandou a apresentação e a interpretação das questões de forma analítica e descritiva. A técnica de pesquisa escolhida foi a de estudo de caso, de acordo com Bertucci (2009), esta técnica é adequada para os resultados das organizações, uma vez que estes demandam compreensão dos aspectos individuais, sociais e políticos. A coleta de dados aconteceu por meio de aplicação de questionários e por meio do levantamento documental. A análise dos dados desenvolveu-se por meio de uma estratégia analítica a partir da abordagem descritiva do caso. Foi pesquisado o Clima organizacional do 26º Batalhão de Polícia Militar de Santa Maria, com aplicação de oitenta questionários aos militares da atividade fim e atividade meio, pelo pesquisador. A pesquisa de Clima organizacional apresenta fatores com possibilidades de pesquisas extensos, variados e complexos, neste sentido, o pesquisador concentrou em esforços em: motivação, satisfação, comunicação organizacional, liderança, relacionamento interpessoal e imagem da organização, por serem considerados mais expressivos no contexto da pesquisa de clima organizacional do 26º Batalhão de Polícia Militar de Santa Maria. Análise da pesquisa possibilitou constatar que os policiais militares do 26º BPM estão em uma faixa etária elevada, onde possuem muita experiência de vida, mas a disposição para trabalho não é a mesma, pois surgem as doenças desencadeadas pelo desgaste do organismo. A maior parte do efetivo do 26º BPM possui mais de vinte anos de serviço na PMDF, em breve a maioria desses policiais vai para a inatividade, e o que é preocupante: não ocorre a reposição adequada do efetivo. Existe a sobrecarga de trabalho em alguns policiais, o que leva ao desgaste e ao estresse, isso contribui para a redução da qualidade do serviço. Boa parte do efetivo do 26º BPM possui mais de dez anos de serviço no batalhão, podendo ter um aspecto negativo ou positivo: se os policiais estiverem atuando nas mesmas funções a tendência é a desmotivação, por outro lado se houver o enriquecimento das tarefas pode-se ganhar no conhecimento da área de 90 atuação e com a filosofia do policiamento comunitário, pode-se tirar proveito com o estabelecimento de vínculo entre policial e a comunidade. A pesquisa de clima organizacional não é realizada com periodicidade na corporação, fato lamentável, pois através da mesma identifica-se o grau de satisfação e motivação dos policiais militares, possibilitando o desenvolvimento e crescimento tanto dos policiais quanto das unidades policiais militares. Tecnicamente que a metade dos policiais militares do 26º BPM está motivada com as atividades que executa e a outra metade está desmotivada. Segundo Lacombe (2005), é importante lembrar que motivação não deve ser uma ação isolada, mas sim um processo que demanda esforços contínuos, assim é fundamental a adoção de políticas que motivem a maioria dos policiais militares, mas é preciso ter cuidado, pois uma mesma ação pode motivar um grupo e desmotivar outro. Pode-se concluir que a maioria dos policiais militares do 26º BPM não é premiada na proporção da qualidade de seu trabalho. Os policiais militares precisam de reconhecimento, verifica-se a importância da satisfação da necessidade de estima para os mesmos estarem motivados, pois de acordo com Maslow (1970), citado por Montana e Charnov (2006, p. 228), “apenas as necessidades insatisfeitas são fontes primordiais de motivação”. Uma necessidade satisfeita não motiva comportamento. A maioria dos policiais militares do 26º BPM está obtendo sucesso na carreira e na vida profissional no batalhão. No campo motivacional esta questão esta relacionada à auto-realização. A grande maioria dos policiais militares do 26º BPM esta satisfeita em trabalhar neste Batalhão. De acordo com Locke (1976), citado por Wagner III e Hollenbeck (2006, p. 121), a satisfação no trabalho pode ser definida como: “um sentimento agradável que resulta da percepção de que nosso trabalho realiza ou permite a realização de valores importantes relativos ao próprio trabalho”. Percebe-se que os policiais militares do 26° BPM sustentam bons sentimentos em relação ao batalhão. 91 Conclui-se que a maioria dos policiais militares do 26º BPM pretende trabalhar no mesmo por muito tempo, e menos da metade n’ao pretende trabalhar no batalhão por muito tempo. A maioria dos policiais militares do 26º BPM não realiza suas atividades com satisfação. O trabalho deve ser mentalmente desafiante para promover a satisfação. Os trabalhadores preferem empregos desafiadores, que permitam a utilização de suas habilidades, além de trabalhos com riquezas de tarefas. Praticamente a metade do efetivo do 26º BPM está informada sobre o que acontece no mesmo, então, a outra parte do efetivo não está bem informada sobre o que acontece no batalhão. Segundo Chiavenato (2004), toda organização precisa ser construída sobre um alicerce consistente de informação e comunicação e não se deve considerar somente a hierarquia de autoridade. Pode-se concluir que a maioria do efetivo do 26º BPM possui informações para realizar o serviço, então, menos da metade do efetivo não possui informações para realização do serviço na área do Batalhão. A maioria do efetivo do 26º BPM concorda que existe uma boa comunicação entre os policiais militares no batalhão. Uma outra conclusão é que pouco da metade dos policiais militares do 26º BPM concorda que o chefe imediato no batalhão sabe reconhecer um trabalho bem feito. Conclui-se que a maioria dos policiais militares do 26º BPM concorda que o chefe imediato no batalhão sabe ser justo. Conclui-se que a maioria dos policiais militares do 26º BPM concorda que o chefe imediato no Batalhão ajuda os mesmos necessitam. É importante para a corporação que o chefe imediato tenha preocupação tanto com as necessidades profissionais, quanto com as necessidades pessoais, pois uma influência e interfere na outra. 92 Para praticamente a metade do efetivo 26º BPM existe cooperação entre os policiais militares no batalhão. Ressalta-se que cooperar não é um policial fazer o trabalho do outro e sim, realizar um trabalho em equipe, no qual ocorre a colaboração de um ajudando o outro. Quase a maioria absoluta dos policiais militares do 26º BPM gosta de seus colegas de trabalho no batalhão. Como também, para a maioria do efetivo do 26º BPM existe união entre as pessoas no Batalhão. De acordo com Silva (2003), os relacionamentos interpessoais nas organizações influenciam na qualidade do clima organizacional. Deste modo conclui-se que a maioria dos policiais militares do 26º BPM sente orgulho em trabalhar no batalhão. O orgulho de se trabalhar em uma organização esta relacionado ao prazer que o empregado tem em trabalhar na empresa. Entretanto, para a maioria dos policiais militares do 26º BPM afirma que o ambiente físico do batalhão não está bom. Contudo, para praticamente a metade do efetivo do 26º BPM o batalhão possui boa imagem perante a comunidade. Segundo Kotler (2000), a imagem da organização pode ser entendida como a forma que uma pessoa vê uma determinada empresa. O presente trabalho não teve presunção de esgotar os assuntos relacionados à pesquisa de clima organizacional do 26º BPM. Ainda que, o estudo tenha peculiaridades mais descritivas e as conclusões sejam preliminares, alguma delas foram apresentadas, até para servirem de ponto de partida para estudos posteriores. Destaca-se o seguinte: Pesquisa de clima organizacional serve para avaliar o ambiente de trabalho, e desse modo, minimizar conflitos entre as necessidades dos policiais militares e da corporação; 93 A pesquisa de clima organizacional é de fundamental importância, pois através desta é feito o diagnóstico e a análise do ambiente interno do batalhão, a partir do levantamento de suas necessidades; e A pesquisa de clima organizacional é possível identificar os principais conflitos que ocorrem no ambiente interno do 26º Batalhão de Polícia Militar de Santa Maria. De acordo com Bertucci (2009), esse estudo depara com barreiras próprias dos estudos de casos, dentre as quais se podem citar: A abrangência da pesquisa de clima organizacional pode não ter abrangido o nível ideal, se for levado em conta o universo dos policiais da PMDF; É admissível que os policiais militares selecionados para a pesquisa de clima organizacional não tenham sido os mais representativos, dentre o universo existente, fato que o pesquisador buscou minimizar; e As respostas dos questionários podem ter sido comprometidas em razão das questões e do perfil do pesquisador, além do tempo disponível para aplicação dos mesmos. Os resultados não podem ser estendidos para além do 26º BPM. Este trabalho não esgota em si mesmo a totalidade do assunto pesquisado. Devido ao tempo para realização da pesquisa, limitações do pesquisador, alguns fatores do clima organizacional não foram explorados com profundidade necessária. Após esse trabalho, outros problemas de pesquisa podem ser explorados. Poderia ser proposta metodologia para pesquisa de clima organizacional em outras unidades policiais militares ou até mesmo o aprofundamento de um fator, como liderança, motivação, imagem institucional, ambiente físico, entre outros. Determinadas recomendações poderiam constituir uma contribuição desta pesquisa ao 26º BPM, entre outras, pode-se ressaltar. 94 Recomenda-se utilizar a pesquisa de clima organizacional, pois de acordo com Rosso (2004, p. 80), essa ferramenta possibilita um diagnóstico muito importante para a eficácia empresarial, pois “aquilo que não é medido também não pode ser comprovadamente melhorado”. Por meio da pesquisa de clima organizacional, identifica-se o grau de satisfação e motivação dos policiais militares, possibilitando o desenvolvimento e crescimento tanto dos policiais quanto do batalhão. Aperfeiçoar o emprego das policiais militares femininas na atividade fim, devido à crescente necessidade de busca pessoal em mulheres que andam com meliantes escondendo drogas e armas para os mesmos. Estimular os policiais militares que estão desmotivados para que os mesmos possam empreender ações que conduzam à satisfação de suas necessidades e ao mesmo tempo à realização das metas e objetivos do batalhão. Reconhecer e premiar os policiais militares do 26º BPM pelo trabalho realizado com qualidade, pois se trata de um fator motivacional de suma importância e que não pode ser desperdiçado. Aproveitar e valorizar a enorme satisfação no trabalho pelos policiais militares do 26º BPM, pois a mesma é um diferencial no clima da organização, que leva em conta o vínculo afetivo do empregado com seu trabalho. Como nos esclarece Robbins (2009, p. 24), “satisfação no trabalho refere-se a um conjunto de sentimentos que um indivíduo nutre em relação ao seu trabalho”. Pesquisar os motivos pelos quais parte do efetivo está insatisfeito com o batalhão e reforçar o fato de que a maioria dos policiais militares pretende trabalhar no 26º BPM, pois um empregado que está satisfeito em uma empresa pode achar seu trabalho ótimo, enquanto outro que está insatisfeito pode achar péssimo. Identificar o que determina a satisfação no trabalho no 26º BPM, pois como nos esclarece Robbins (2009, p. 24), “uma ocupação que é pouco desafiante torna-se entediante, mas o excesso de desafios pode levar à frustração e ao sentimento de derrota”. Então, deve-se utilizar condições moderadas de desafios, assim boa parte dos policiais militares terão prazer e satisfação no trabalho. 95 Melhorar a eficiência da comunicação entre os policiais militares do 26º BPM, buscando formas de tornar a mensagem mais clara. Lacombe (2005), ressalta que além das comunicações entre o chefe imediato e o subordinado é importante a comunicação da empresa com os empregados. Sugere-se a comunicação periódica da empresa com seus integrantes para mantê-los informados da missão e objetivos organizacionais, além de motivar os subordinados. Adotar uma comunicação eficaz no 26º BPM, pois de acordo com Montana e Charnov (2006), a comunicação organizacional tem um papel importante de promover e coordenar esforços para a concretização dos objetivos da empresa, os gestores devem repassar as informações necessárias de uma forma clara e aceitável para o subordinado, para que não ocorra transmissão de uma informação errada. Promover a comunicação e valorizar a criação dos grupos informais no 26º BPM, pois os mesmo utilizam as formas laterais e diagonais de comunicação e disseminam as informações de forma mais rápida, permitindo assim a solução de problemas e o uso eficaz dos recursos no interior da organização. Reconhecer um trabalho bem feito pelo chefe imediato no 26º BPM, os chefes devem elogiar o bom desempenho dos policiais militares. O reconhecimento é uma forma de conseguir com que os policiais militares produzam o máximo possível, pois estarão dispostos a fazer o que for necessário quando os mesmos sentem que seu trabalho está sendo reconhecido. Valorizar um trabalho bem feito além de levar o policial militar a sentir mais satisfação pessoal com seu desempenho, serve também para manter o bom profissional no Batalhão. Incentivar a adoção do critério de justiça do chefe para o subordinado no 26º BPM, pois assim o mesmo não beneficiará determinados policiais militares dentro do mesmo grupo de trabalho. O chefe justo é capaz de distinguir o trabalho de todos os policiais militares de sua equipe de maneira particular de desse modo ter uma boa visão para julgamentos tanto individuais quanto coletivos. O chefe imediato no 26º BPM deve continuar a ouvir o subordinado e ajudar os mesmos a resolverem os problemas. Ele deve ser uma espécie de 96 treinador, para orientar, ouvir e guiar o subordinado, e não simplesmente mandar. O chefe deve auxiliar os subordinados a encontrar respostas para os problemas, e não simplesmente dar solução. É importante valorizar a cooperação entre os policiais militares no 26º BPM, pois a troca de experiências e o somatório dos conhecimentos individuais facilitam a resolução de problemas e consequentemente o alcance das metas e objetivos organizacionais. O relacionamento interpessoal no 26º BPM é excelente e precisa ser bem aproveitado, pois de acordo com Dal Forno (2005), os relacionamentos interpessoais saudáveis criam uma forte motivação para a realização e para a satisfação pessoal, permitindo assim que a interação mútua entre as pessoas facilite a execução do trabalho, pois um funcionário ajudará o outro na finalização das tarefas. Atentar para a forma pela qual se constituem as relações entre os componentes dos grupos no 26º BPM, incentivando a formação de equipes de trabalho que promovam a união de seus elementos, o que facilitará sobremaneira a realização das tarefas, o aumento da produtividade e qualidade no serviço policial militar. Aproveitar para introduzir no 26º BPM o comprometimento organizacional, que representa o vínculo do individuo com seu trabalho e com a organização, pois os policiais militares do 26° BPM percebem que possuem relevância social no trabalho, isso quer dizer que eles avaliam como positiva a imagem da empresa decorrente da sua atuação perante a sociedade. O 26º BPM deve melhorar as condições físicas para os policiais militares realizarem um bom trabalho, como: temperatura, poeira, umidade, ventilação, barulho, cores das pinturas e iluminação devem ser favoráveis. Esses fatores são facilitadores do desempenho no trabalho, e não podem ser subestimados pelos gestores, pois influi na qualidade do trabalho desenvolvido pelos policiais militares na corporação. O 26º BPM precisa melhorar sua imagem. Pode-se divulgar melhor o 26° BPM, através de folders, cartazes, folhetos, eventos externos ao batalhão. Promover 97 um bom trabalho de marketing institucional, que segundo Kotler (2000), a organização pode explorar as atividades para criar, manter ou alterar as atitudes e comportamentos dos clientes-alvos (a comunidade e os policiais militares) para com uma organização (o 26º BPM). Buscar melhorar continuamente a qualidade e execução dos serviços prestados pelo batalhão. A imagem do 26º BPM é importante para avaliar a qualidade e a satisfação dos clientes quanto aos serviços prestados, demonstrando o prestígio que o 26º BPM desfruta perante a sociedade. A Polícia Militar do Distrito Federal com escopo na excelência em gestão está focada no estudo, implementação e avaliação dos arranjos organizacionais mais adequados para alcançar sua missão. Este pesquisador acredita que o presente trabalho possa contribuir para novas pesquisas e que as conclusões e recomendações enunciadas neste trabalho posam ser úteis ao 26° BPM e à corporação, e principalmente para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos do Distrito Federal. 98 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÂFICAS BERTUCCI, Janete Lara de Oliveira. Metodologia básica para elaboração e trabalhos de conclusão de cursos (TCC): ênfase na elaboração de TCC de pósgraduação Lato Sensu, São Paulo: Atlas, 2009. CHIAVENATO, Idalberto (2002). Introdução à Teoria Geral da Administração. 6º Edição, São Paulo: Makron Books. ____________, Idalberto (2004). Introdução à Teoria Geral da Administração. 7º Edição, São Paulo: Makron Books. ____________, Idalberto, Gestão de Pessoas: e o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 2. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 1999. DAL FORNO, Nara. L. F. Clima Organizacional e qualidade em serviços: estudo de caso em laboratório de análises clínicas. 2005.180f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção). Universidade Federal de Santa Maria. Santa Maria. DALMAZ, Taís; CASTRO, Marcos. Avaliação do Clima Organizacional em uma Universidade Pública. Disponível em: http://web03.unicentro.br/especialização/Revista_Pos/P%A1ginas/6%20Edi%C3%A7 %C3%A3%/Aplicadas/PDF/8-Ed6_CS-AvaCI.pdf.Acesso em 15 mai. 2011. GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4. Ed. São Paulo: Atlas, 2002. HUNTER, James C. O monge e o executivo – uma história sobre a essência da liderança. Rio de janeiro: Sextante, 2004. KOTLER, P. Administração de Marketing: a edição do novo milênio. 10 ed. 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São Paulo: Saraiva, 2006. 101 APÊNDICE A QUESTIONÁRIO DE PESQUISA Prezado policial militar, Este questionário é parte integrante de coleta de dados, aos integrantes do 26º Batalhão de Polícia Militar de Santa Maria no intuito de mapear os fatores do clima organizacional, identificar os principais conflitos que ocorrem no ambiente interno do 26º BPM de Santa Maria. Não é necessário identificar-se. É fundamental sua colaboração para responder todas as questões, marcando apenas um item como resposta e sempre no lado esquerdo da alternativa, pois a partir deste questionário será elaborado um diagnóstico que servirá de base para propor melhorias para o 26º BPM. Obrigado pela colaboração. 1 – Em que faixa de idade você se encontra: ( ) entre 20 a 25 anos ( ) entre 26 a 35 anos ( ) entre 36 a 49 anos ( ) entre 50 e 60 anos 2– Informe seu sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino 3- Qual seu tempo de serviço na PMDF: ( ) entre 01 a 05 anos ( ) entre 06 a 10 anos ( ) entre 11 a 20 anos ( ) entre 21 a 30 anos 4- Qual seu tempo de serviço no 26º BPM. ( ) entre 01ª 05 anos ( ) entre 06 a 10 anos ( ) entre 11 a 20 anos ( ) entre 21 a 30 anos 5 – Qual seu posto ou graduação (Atenção: marque sua opção no lado esquerdo da alternativa): ( ) SD ( ) CB ( ) SGT ( ) ST ( ) ASP ( ) TEN ( ) CAP ( ) MAJ ( ) TC 102 6 – A corporação realiza periodicamente pesquisa de clima organizacional para diagnosticar e analisar o ambiente interno dos Batalhões a partir do levantamento de suas necessidades. ( ) Concordo ( ) Discordo 7- Sinto-me motivado com minhas atividades no 26º BPM ( ) Concordo ( ) Discordo 8- No 26º BPM os policiais militares são premiados na proporção da qualidade de seu trabalho ( ) Concordo ( ) Discordo 9- Estou obtendo sucesso na minha carreira e na minha vida profissional ( ) Concordo ( ) Discordo 10- Estou satisfeito em trabalhar no 26º BPM ( ) Concordo ( ) Discordo 11-Pretendo trabalhar no 26º BPM por muito tempo ( ) Concordo ( ) Discordo 12- Os policiais militares do 26º BPM realizam suas atividades com satisfação ( ) Concordo ( ) Discordo 13-Sinto-me bem informado sobre o que acontece no 26º BPM ( ) Concordo ( ) Discordo 14-Recebo informações necessárias para realizar o meu trabalho no 26º BPM ( ) Concordo ( ) Discordo 103 15-Existe uma boa comunicação entre os policiais militares do 26º BPM ( ) Concordo ( ) Discordo 16-Meu chefe imediato no 26º BPM sabe reconhecer um trabalho bem feito: ( ) Concordo ( ) Discordo 17-Meu chefe imediato no 26º BPM sabe ser justo: ( ) Concordo ( ) Discordo 18-Meu chefe imediato no 26º BPM me ajuda quando necessário: ( ) Concordo ( ) Discordo 19-Aqui no 26º BPM, existe cooperação entre policiais militares ( ) Concordo ( ) Discordo 20-Eu gosto da maioria dos meus colegas de trabalho no 26º BPM ( ) Concordo ( ) Discordo 21-Sinto que existe união entre as pessoas do 26º BPM ( ) Concordo ( ) Discordo 22-Sinto orgulho em trabalhar no 26º BPM ( ) Concordo ( ) Discordo 23-O ambiente físico do meu local de trabalho no 26º BPM encontra-se: ( ) Concordo ( ) Discordo 24-Qual a imagem o 26º BPM tem perante a comunidade: ( ) Péssima ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Boa ( ) Ótima