6 Jornal do Comércio - Porto Alegre Quarta-feira, 27 de maio de 2015 fisco Empresas ainda cometem erros com as NF-e MAURO MATTOS/arquivo/palácio PIRATINI/JC Segunda edição de pesquisa da Systax com 1.087 empresas identifica nível de maturidade no gerenciamento de documentos eletrônicos As regras tributárias para emissão de notas fiscais eletrônicas (NF-e) ainda geram dúvidas para muitas empresas brasileiras. É o que revela a segunda edição da pesquisa “Recebimento e gerenciamento de NF-e”, realizada com 1.087 companhias pela Systax, empresa de inteligência. O estudo alerta que as notas fiscais ainda não estão tendo o tratamento adequado, o que aumenta o risco de uma penalização imposta pelo Fisco. Outra consequência desses equívocos é a possibilidade pagar impostos de forma errônea, além de deixar de obter créditos quando possível. Mesmo as questões mais básicas, ligadas à obrigação do armazenamento de documentos eletrônicos, pouco evoluíram com base na primeira edição da pesquisa, realizada em 2013. Além disso, foi possível detectar problemas críticos como a falta da validação e o cuidado com a integridade das notas fiscais. A questão da qualidade da informação Entre as deficiências, estão a falta da validação e o cuidado com a integridade das notas tributária, objetivo do Sped, também continua como um grande problema para a maioria dos pesquisados. “Além daqueles que não conferem as informações das NF-e recebidas, há um grande percentual de erros detectados pelas empresas que executam esta tarefa, pois apenas 4,37% não encontraram problemas nas NFe que recebem”, destaca Fábio Rodrigues, diretor da Systax. A pesquisa aborda também a preparação para a Manifestação do Destinatário, cruzamentos entre XMLs e escrituração fiscal, adoção do CT-e, Eventos da NF-e, erros de NCM nas NF-e recebidas, multas já recebidas, dentre outros problemas observados. Para Rodrigues, tendo em vista a importância das notas fiscais eletrônicas, uma vez que serão utilizadas para geração do Sped, é fundamental que as empresas avaliem seus processos de forma a garantir a guarda, validade, integridade e qualidade das informações. De acordo com a pesquisa, esses pontos ainda não são vistos como relevantes por uma parcela das empresas. O estudo aponta ainda que cerca de 59,83% realizam procedimentos manuais para validação e armazenamento de NF-e. Outros 66,38% afirmam já ter recebido alguma NF-e inválida, cancelada, denegada ou com algum problema. “Quase um ano e meio da data em que realizamos a primeira edição dessa pesquisa, constatamos que o quadro pouco evoluiu, as empresas ainda não se deram conta das preocupações que devem ter com seus documentos fiscais eletrônicos”, constata Rodrigues. PIS e Cofins em exportações seguem com alíquotas zeradas Em meio ao processo de ajuste fiscal, o governo federal recuou da decisão de elevar as alíquotas de PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre receitas financeiras decorrentes de variações cambiais. Em abril, a Receita anunciou que as alíquotas de PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre todas os rendimentos de aplicações financeiras de cerca de 80 mil grandes empresas, sobretudo da indústria e do comércio, subiriam de zero para 4,65%, a partir de 1 de julho. A decisão causou reação imediata dos empresários num momento em que eles têm buscado maior proteção contra perdas derivadas das variações do câmbio. Com o recuo do governo, continuarão isentas da tributação as receitas provenientes de oscilações da moeda estrangeira em operações de venda de bens e serviços para o exterior, de financiamentos e empréstimos em moeda estrangeira e das chamadas operações de hedge – contratos realizados pelas empresas para se proteger da variação cambial. Na prática, as empresas podem ganhar ou perder com a variação cambial. Na venda de bens e serviços para o exterior, por exemplo, se o exportador fizer um contrato em dólar e o real tiver uma desvalorização, ele vai receber mais reais pelo valor cobrado em dólar. Essa receita passaria a ser tributada. “As alterações foram mal recebidas pelo mercado em geral, pois esse é um custo que as empresas não esperavam. Com relação à exportação, a própria Constituição diz que a receita de exportação de Sistema que agiliza inscrição no CPF de investidores estrangeiros fora do País A Receita Federal e a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) colocaram em funcionamento, na semana passada, um sistema que agilizará o processo de inscrição, no CPF (Cadastro de Pessoas Físicas), de investidores estrangeiros residentes no exterior. O novo sistema visa a aperfeiçoar o atendimento desses investidores que, segundo EDITAL CRCRS Nº 22-2015 SUSPENSÃO DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL Torno público que foi suspenso do exercício da profissão contábil o Técnico em Contabilidade LEONEL PAULO LILGE BEIER - CRCRS 44.631, de Porto Alegre/ RS, conforme processo nº 375-12, pelo prazo de 06(seis) meses, de 28-04-2015 a 28-10-2015, por infração ao artigo 27, alínea “e” do DL 9295-46, c/c a Súmula 2 do CFC e artigo 24, incisos VI e IX da Resolução CFC nº 1370-11. Porto Alegre, 11 de maio de 2015. Contador ANTÔNIO PALÁCIOS Presidente a legislação, devem se inscrever no CPF e se cadastrar na CVM antes de realizar investimentos no mercado brasileiro de capitais. Pela regra anterior, o investidor estrangeiro tinha de cumprir uma série de formalidades para obter seu registro no CPF em uma representação diplomática brasileira. Devido a essas exigências, muitos optavam por investir em mercados de outros países. Na sistemática nova, o investidor obtém seu CPF com o Registro de Investidor Estrangeiro. O novo sistema reduz custos administrativos e facilita o processo de inscrição no CPF para o investidor estrangeiro, fato que resulta em melhorias para o ambiente de negócios do País. serviços e mercadorias é isenta de contribuições sociais”, explica a advogada Thais Meira, da área tributária do escritório Barbosa, Müssnich, Aragão. Diante do pedido das empresas e da possibilidade de elas migrarem suas operações de hedge para o exterior ou até mesmo deixarem de fazer esses contratos, aumentando o risco cambial do sistema como um todo, o governo decidiu deixar essas três operações de fora do ajuste. Foi mantida, porém, a decisão de elevar, a partir de julho, a tributação para os demais rendimentos de aplicações financeiras. Isso inclui, por exemplo, as receitas financeiras de investimentos no mercado de instituições não financeiras e as operações especulativas. A Receita manteve também a estimativa de arrecadação extra de R$ 2,7 bilhões este ano. “Provavelmente, vai haver algum impacto fiscal, mas a estimativa é que seja bem pequeno”, afirma o chefe da Divisão de Tributos sobre a Receita e a Importação da Receita Federal, Roni Peterson Brito. Receita Federal deflagra operação de combate a fraudes A Receita Federal anunciou, na semana passada, uma operação de combate a uma fraude tributária que tentou lesar o fisco em R$ 800 milhões entre 2013 e 2014. No golpe, empresas de consultoria apresentavam pedido de compensação de títulos da dívida pública sem validade, emitidos há quase um século. As investigações têm foco em uma empresa de São Paulo e outras quatro que teriam dado continuidade à fraude. No total, 513 contribuintes estão envolvidos no esquema, sendo 510 empresas de médio porte e três pessoas físicas. Na prática, os participantes pagavam cerca de 30% dos tributos devidos à Receita, com a promessa de que esses títulos da dívida seriam resgatados e compensariam o valor total da dívida. Segundo o subsecretário de Fiscalização, Iágaro Jung Martins, a empresa protocolava na Secretaria do Tesouro Nacional um pedido de reconhecimento de dívida e compensação dos valores de títulos emitidos em Londres no início do século passado. Com o protocolo em mãos, convenciam contribuintes a realizar a operação. Os papéis, entretanto, já haviam sido resgatados pelo Tesouro e não têm validade. “São escritórios de advocacia com contadores envolvidos, eu chamo de consultorias de estelionatários, porque eles têm um grande poder de persuasão com os clientes”, explicou.