El impacto de las relaciones sociales en el Desarrollo
Individual de las empresas organizadas en red
Edgar Reyes Junior - Mestrando do PPGA Universidade do Vale do Rio dos Sinos –
Unisinos - Brasil
Resumen
El tema de las redes interorganisacionales se ha desarrollado mucho en los últimos
años, generalmente a partir de la premisa de que las redes de generan beneficios
colectivos disponibilizados equitativamente entre las organizaciones miembros, sino
que estas pueden o no los absorber. A partir de esta premisa y por medio de un
enfoque social, este artículo tiene por objetivo presentar un modelo para la
comprensión de las diferencias en el rendimiento individual de estas organizaciones en
red. Este modelo se basa en el concepto de capital social individual de cada una de las
organizaciones como factor determinante de su posición en la red social desarrollado
desde la red institucionalizada, que en conjunto con las relaciones exteriores a la red
que la organización mantiene, y moderada por su capacidad interna para absorción de
estas ventajas competitivas que ofrece se explica por la naturaleza de las diferencias
en el rendimiento de las organizaciones. Estas relaciones sociales pueden considerarse
exclusivamente como confianza, que es un mecanismo para coordinar las expectativas
de los actores sociales. Esta confianza puede basarse en el proceso, cuando la gente
cree que el depositario de la confianza seguirá actuando del mismo modo, basada en
características, a través de un proceso de identificación de las personas en relación a
un grupo, o basadas en las instituciones, cuando la confianza depende de la existencia
de estructuras formales en la sociedad, independientemente de las preferencias
momentáneas y acciones individuales.
Palabras clave: Redes Interorganizacionales, análisis de red social, desarrollo
económico.
Resumo
A temática das redes interorganizacionais tem se desenvolvido muito nos últimos
anos, partindo geralmente da premissa que as redes geram ganhos coletivos que
devem ser disponibilizados eqüitativamente entre as organizações integrantes, mas as
mesmas podem ou não absorvê-los. Partindo-se dessa premissa e através de uma
abordagem social, este artigo visa apresentar um modelo para a compreensão das
diferenças de desempenho individual destas organizações em rede. Este modelo é
baseado na noção de capital social individual das organizações como determinante de
sua posição na rede social desenvolvida a partir da rede institucionalizada, que aliada
ao conjunto de relações externas á rede que a organização mantém, e moderadas por
sua capacidade interna de absorção das vantagens competitivas ofertadas, teria
caráter explicativo das diferenças de desempenho das organizações. Estas relações
sociais podem ser analisadas exclusivamente como confiança, sendo esta um
mecanismo para coordenar as expectativas dos atores sociais. Esta confiança pode ser
baseada em processo, quando quem confia acredita que o depositário da confiança
continuará agindo da mesma maneira, baseada em características, através de um
processo de identificação dos indivíduos em relação a um grupo, ou baseada em
instituições, quando a confiança depende da existência de estruturas formais na
sociedade, independente das preferências momentâneas e das ações dos indivíduos.
Palavras Chave: Redes Interorganizacionais, Análise de Redes Sociais, Desempenho
econômico
1.Introdução
Dentro do campo dos estudos organizacionais as relações interfirmas são
abordadas a partir de sua diversidade, isto é, cooperação entre firmas, alianças
estratégicas, cadeias produtivas, integração de ações e programas de serviços
públicos, etc. Estas abordagens e teorias são geralmente utilizadas na compreensão
das redes de maneira coletiva, considerando os ganhos da rede distribuídos de forma
homogênea entre todos os seus membros.
Mas pode ocorrer que cada membro se aproprie de forma específica dos
benefícios de se estar em rede. Isto pode dever-se ao fato dos atores em rede estarem
distribuídos de maneira heterogênea dentro da estrutura da rede, além de possuírem
diferentes níveis de capacidade de absorção das vantagens coletivas e deterem
relações externas à rede que lhes são exclusivas. Este conjunto de relações, posições
estruturais e capacidades será analisado a partir da perspectiva de capital social,
considerado como bem individual, de cada uma das organizações da rede.
A partir da teoria das relações sociais, que analisa o conjunto de contatos que
ligam os vários atores, pretende-se mapear e identificar este capital social e propor
estratégias de atuação tanto individuais, como coletivas, para o melhor
aproveitamento destas capacidades de apropriação da vantagem de se operar em rede
de forma a responder a seguinte questão de pesquisa:
De que forma as relações intra e extra-rede influenciam no desempenho
econômico das organizações integrantes das redes de empresas?
Assim o objetivo deste artigo é apresentar um modelo de estudos de redes
interorganizacionais que possam Determinar os condicionantes relacionais do
desempenho econômico das organizações em rede, através da Identificação do
conjunto de relações intra e extra-rede mantido pelos atores, da Analise os
determinantes da capacidade de absorção
da rede intra-organizacional,
Relacionando-se as relações sociais e o desempenho econômico das firmas.
2. Esquema teórico-conceitual
A abordagem de redes emergiu, principalmente, da tentativa de compreender
os fenômenos interorganizacionais em sua complexidade de maneira que a concepção
de redes surge como forma explicativa do relacionamento entre firmas a partir de
diferentes perspectivas. É o caso de perspectivas simétricas, focando relações
horizontais de cooperação como, por exemplo, as alianças estratégicas (GULATI,
1998). Neste sentido, Oliver e Ebers (1998) indicam um direcionamento para focos
específicos como governança, estratégia e relações sociais, se destacando uma escolha
por teorias também específicas, como por exemplo, teoria da dependência de recursos,
teoria de custos de transação, teoria das redes sociais, etc.
Nos estudos interorganizacionais pode se observar a transposição das
abordagens de rede das ciências sociais em suas diferentes vertentes. Por exemplo, a
cooperação entre firmas privilegia uma perspectiva econômica centrada na teoria das
trocas, mas também, incorpora a perspectiva da sociologia econômica, de Granovetter,
como é o caso de Gulati (1998) em seu estudo sobre alianças estratégicas. Aliás, é
essa abordagem socioeconômica que terá, inicialmente, uma forte influência nos
estudos organizacionais através de Powell (1987, 1990) sobre novas formas
organizacionais – redes. Arranjos híbridos diferentes do mercado e das hierarquias,
baseando-se na discussão de Granovetter (1985) com Williamson (1975).
Emirbayer (1997) define a abordagem de redes nas ciências sociais não como
uma teoria ou um conjunto complicado de técnicas de pesquisa, mas como uma nova
perspectiva analítica para o estudo de como recursos, bens, e mesmo posições fluem
através de configurações particulares do social. Granovetter (1973) aproxima o campo
dos estudos organizacionais da abordagem de redes sociais, quando apresenta o
estudo de redes dentro de uma perspectiva que procura integrar as interações do
micro aos padrões do macro, transpondo uma fraqueza corrente na teoria sociológica
ao compartimentar agência e estrutura em campos distintos de análise, a partir da
idéia de laços fracos (weak ties) como elementos estruturadores.
Granovetter (1992) afirma que as instituições econômicas não emergem
automaticamente em resposta as necessidades econômicas. Mas, são construídas por
indivíduos, os quais as ações são facilitadas e restringidas por recursos e estruturas
disponíveis nas redes sociais em que estão imbricados.
Posteriormente, Granovetter (1985) apresenta sua sociologia econômica com a
discussão de como o comportamento e as instituições são afetados pelas relações
sociais, desenvolvendo o conceito de imbricamento (embeddness), originário de
Polanyi, amplamente adotado na análise organizacional (UZZI, 1996, 1997 e GULATI E
GARGIULO, 2000). A questão é colocada sobre o problema da ordem e da confiança na
vida econômica a partir da análise de padrões de relação, que não se limitam a uma
perspectiva subsocializada, típica do pensamento econômico da ação racional utilitária,
tampouco a uma perspectiva sobre-socializada, que limita a ação às regras, normas e
valores instituídos, concluindo Granovetter (1985) a ação está imbricada numa
progressiva rede de relações.
Estas redes sociais são definidas como um conjunto de dois elementos: atores
(pessoas, instituições ou grupos) e suas conexões (WASSERMAN E FAUST, 1994).
Emirbayer e Goodwin (1994) destacam que as redes sociais são conjuntos de contatos
que ligam vários atores, que podem ser de diferentes tipos, apresentarem conteúdos
diferentes, bem como diferentes propriedades estruturais. Isto porque redes sociais
referem-se a um conjunto de pessoas, ou organizações, ou ainda, outras entidades
sociais conectadas por relacionamentos sociais, motivados pela amizade e por relações
de trabalho ou compartilhamento de informações e, por meio dessas ligações, vão
construindo e re-construindo a estrutura social (EMIRBAYER e GOODWIN, 1994).
A possibilidade de se obterem estruturas relacionais baseadas em confiança
permite a apropriação do conceito de capital social (CS), conceito este bastante
difundido nas ciências sociais desde a década de 1990, a partir das contribuições de
autores como Bourdieu, Coleman e Putnam, apesar de outros autores como Marshall
(1984), com o conceito de crédito social e Granovetter (1973), com o conceito de
laços fortes e fracos, terem trabalhado em torno deste fenômeno. O CS é
individualmente apropriável partindo da visão de Bourdieu (1998), mesmo sendo um
bem público pela noção de Coleman (1988,1994), já que os indivíduos têm acesso a
determinados recursos a partir das relações sociais que detém e mantém, partindo da
análise de uma rede exocêntrica, formada por uma dimensão estrutural e outra
relacional.
Estas relações sociais
que podem ser analisadas exclusivamente como
confiança (TSAI e GHOSHAL, 1998), na construção social da confiança, Zucker (1986)
identifica a confiança como um mecanismo para coordenar as expectativas dos atores
sociais. Para a autora, os atores sociais não são nem totalmente egoístas nem
totalmente altruístas. Seu conceito de confiança está baseado na noção de um
compartilhamento coletivo de significados e conhecimentos implícitos.
Esta confiança pode ser baseada em processo, quando quem confia acredita
que o depositário da confiança continuará agindo da mesma maneira, baseada em
características, através de um processo de identificação dos indivíduos em relação a
um grupo, ou baseada em instituições, quando a confiança depende da existência de
estruturas formais na sociedade, independente das preferências momentâneas e das
ações dos indivíduos (ZUCKER,1986).
De Wever (2005) propõe um modelo de análise da influência do CS como
conceito multidimencional na eficiência na aquisição de recursos estratégicos em redes
interorganizacionais. Essa eficiência é dependente das dimensões estruturais e
relacionais do CS, Sua argumentação é que diferentes tipos de confiança e seus níveis
tem diferentes impactos na eficiência organizacional, e que a interação entre a
confiança e a dimensão estrutural é fundamental na análise da eficiência
organizacional. Tanto as dimensões estruturais, quanto as relacionais, como também a
interação entre ambas pode impactar no desempenho organizacional. A capacidade de
absorção da organização, definida como a capacidade de assimilar e usar os
conhecimentos disponibilizados é outro aspecto apresentado no modelo apresentado
na figura 01.
Figura 1: Modelo conceitual: Confiança e eficiência em rede
Bases da confiança
Características
Redes Interorganizacionais
Configuração
estrutural
Institucional
Processos
Variável causal
Variável mediadora
Fonte: De Werver (2005)
Eficiência interorganizacional
Variável Dependente
Variável moderadora
e mediadora
A partir disso, De Werver (2005) desenvolve um modelo básico para avaliação
da eficiência interorganizacional da rede, a partir dos pressupostos de que a rede é
variável causal, a configuração estrutural é variável mediadora, os tipos de confiança
são ao mesmo tempo variáveis mediadoras e moderadoras para uma variável
dependente denominada eficiência interorganizacional.
Esta inclusão se deve ao fato de as relações externas influenciarem diretamente
na eficiência da rede e de seus atores ( BORGATTI et al, 1998), existindo dois grupos
de medidas externas para atores coletivos. Um grupo analisa os relacionamentos que a
rede, mantém com outras entidades. Neste caso, o grupo é visto como uma única
entidade, e as relações que esta entidade tem com outra são próprias, sem agregar os
relacionamentos de seus membros (EVERETT & BORGATTI, 1999). O outro tipo de
capital social do grupo ocorre quando todas as relações que estão sendo estudadas
pertencem aos indivíduos. (FAUST 1997; BORGATTI e EVERETT 1997, BONACICH
1991;)
Hanneman (2001), afirma que para se entender bem uma rede, deve-se
conhecer as relações entre cada par de atores da população estudada. O uso de
técnicas matemáticas, como matrizes e grafos, por exemplo, permite uma descrição
mais adequada e concisa de suas características.
Wasserman e Faust (1994) definem que os métodos relacionados à análise de
redes são agrupáveis: naqueles interessados em propriedades estruturais, como as
medidas de centralidade, densidade, transitividade e coesão; nos que analisam papéis
e posições, como a análise de equivalência estrutural, regular e local, análise de
clusters e de blockmodels; e na análise estatística dos relacionamentos, usadas para
testar proposições teóricas acerca das propriedades relacionais, gerando um conjunto
de indicadores de intermediação, poder e controle de fluxo de informações.
Oh, Labianca e Chung (2004), a partir desta técnica, propõem um modelo
multinível de CS, tanto intra, quanto intergrupo, procurando identificar de que maneira
este bem pode ser estendido aos elementos da rede de forma a aumentar a eficiência
grupal, considerando o CS coletivamente apropriável da mesma forma por todos os
membros do grupo.
Ibarra (1993) sugere que a estrutura informal de uma organização possa ser
mais crítica do que sua estrutura formal quando do exercício do poder e que as fontes
deste poder têm efeitos gerais e de inovação específicos. Kwong (2002) examinou o
impacto do CS interno das organizações em seu desempenho, identificando como
portadoras de vantagem competitiva aquelas, cujas relações detinham maior grau de
heterogeneidade do conjunto de stakeholders. É possível que nas organizações em
rede estes fenômenos também se apresentem.
Para Mintzberg e Quinn (1991), estratégia é um modelo ou plano que integra os
objetivos, as políticas e as ações seqüenciais de uma organização, em um todo coeso.
Segundo Ansoff (1977), a estratégia explicita como a empresa utilizará os seus
recursos e capacidades para construir e sustentar as vantagens competitivas que
influenciarão de forma favorável seus resultados.
3. Proposição de modelo de estudos
A partir deste conjunto de pressupostos vem-se propor um modelo de estudos
de redes de organizações partindo-se da noção de CS baseado em confiança, que é
determinante da estrutura interna da rede de empresas, e através da inclusão das
relações externas à rede, sendo este conjunto de relações moderado pela capacidade
interna de absorção destas vantagens, apresentado na figura 02.
Figura 02: Modelo básico para avaliação da eficiência interorganizacional.
Rede InterOrganizacional
Dimensión
estructural
del CS
como
variáble
mediadora
Estructura de
la red interorganizacional
y aspectos
estructurales
Relações
Extra-rede
Tipos e
niveles de
Confianza
Eficiência
de y em la
Red InterOrganizacional
Dimensión
relacional
del CS
como
variáble
moderadora
Tipos e
níveles de
Confianza
Capacidad de
absorción
Red IntraOrganizacional
Desarrollo
Organizacional
Fonte: adaptado pelo autor de De Werver (2005)
3. Procedimentos metodológicos
Para se testar este modelo pretende-se conduzir um estudo caracterizado como
descritivo por buscar apresentar as propriedades estruturais e posicionais de um
grupamento de empresas, mas, também é explicativo, já que tem como principal
objetivo tornar algo inteligível, ou explicar seus motivos. Visa, assim, esclarecer
possíveis fatores que contribuem, e de que forma na ocorrência de um dado
fenômeno. É também o que se busca ao verificar como a estrutura de relacionamentos
afeta no desempenho das empresas.
O método de pesquisa empregado será quali-quantitativo. Na etapa qualitativa
pretende-se identificar os atores com maior e menor desempenho na rede, bem como
a percepção dos mesmos dos motivos destas diferenças. Bem como identificar as
características relacionais destes atores, suas relações externas à rede, bem como dos
limitantes internos à absorção da vantagem coletiva.
Na etapa quantitativa, O método de pesquisa empregado será a Survey com a
inclusão da análise de redes sociais, que possibilitará avaliar tanto os aspectos
descritivos dos relacionamentos, quanto as análises estatísticas causais de tais
fenômenos (HANNEMAN, 2001), bem como os impactos dos mesmos sobre a atividade
empresarial. Escolheu-se incluir o método de análise de redes sociais por este incluir
informações sobre o relacionamento entre os integrantes de um grupamento de
empresas e pela pertinência do método na análise de fenômenos sociais. Os dados
coletados para esta pesquisa serão essencialmente dados primários, ou seja, dados
coletados especialmente para atender às necessidades da pesquisa (CHURCHILL Jr.,
1999). Esta pesquisa incidirá em um corte transversal, uma vez que os dados foram
coletados num dado momento no tempo e não há a intenção de traçar a evolução ou
identificar mudanças ao longo do tempo (CHURCHILL Jr., 1999), apesar de examinar a
evolução histórica dos relacionamentos dos atores, visto que a confiança baseada em
processo é uma das determinantes estruturais a serem analisadas.
Este estudo será censitário por demanda da própria análise de redes sociais
(WASSERMAN; FAUST, 1994). Assim, pretende-se investigar todas os empresas de
pelo menos três distintas redes de empresas, analisando tanto casos de sucesso, como
de fracasso das organizações envolvidas nas mesmas. Como a integração do trinômio
tecnologia, produto e mercado, apontada por Meyer e Roberts (1988), é fundamental
para as organizações, pretende-se, identificar em cada uma das empresas as pessoas
responsáveis por essas áreas e considerar as relações sociais da organização, como o
somatório das relações de cada destes atores. Em empresas de menor porte espera-se
que exista o acumulo de funções destas distintas áreas, assim pode ocorrer que
apenas uma pessoa seja questionada.
A etapa qualitativa deverá ser composta por entrevistas semi-estruturadas
junto a gestores e membros das redes, para a identificação de atores com níveis
distintos de eficiência, seguida de outra etapa qualitativa com estes membros no
intuito de se encontrar os nexos causais desta diferença.
Posteriormente na etapa quantitativa, será desenvolvida com a aplicação de
Survey utilizando como instrumento de coleta de dados um questionário com
perguntas fechadas, que será composto de três partes básicas, a de dados de
identificação, a de dados econômicos e a de dados relacionais.
Os dados de identificação contemplam questões preliminares que servem para
identificar o perfil demográfico do respondente, o sigilo geralmente mantido nesse tipo
de pesquisa não pode ser mantido agora, porque se necessita, em especial para a base
de dados relacionais justamente dos nomes das pessoas ou organizações com as quais
o respondente se relaciona. Alguns elementos já ligados a aspectos relacionais,
baseados na confiança em características de Zucker (1986), já se encontram aqui
relacionados, tal como naturalidade, como agente identificador de etnia.
Os dados econômicos poderão ser obtidos tanto a partir da survey, como de
dados secundários, se a rede os dispor. Finalmente os dados relacionais são baseados
nas dimensões de confiança de Zucker (1986), ou seja, confiança baseada em
processo, nas instituições e características. Pretende-se que a Survey seja aplicada
presencialmente pelo pesquisador, até como forma de garantir a participação dos
respondentes, nas reuniões periódicas que as redes fazem.
Esta Survey deverá ser pré-testada junto a uma rede que não será utilizada na
análise. A função deste pré-teste é a identificação de eventuais falhas da própria
Survey como ferramenta, tanto na composição das perguntas, como na extensão do
instrumento. Os dados relacionais serão inicialmente tabulados em formato de matriz
quadrática simétrica, para serem posteriormente transferidos para os softwares
UCINET 6.0 e PAJEK 1.10, onde será feita toda a análise de redes sócias das redes.
Para a avaliação da relação entre os indicadores de centralidade da rede, propriedades
estruturais, a estrutura da rede, seus componentes, e os indicadores de desempenho
econômico, será utilizado o software SPSS 13.0. Com este programa, se pretende criar
uma matriz de correlação entre as variáveis, que permita verificar as relações entre as
variáveis, bem como também verificar se alguma das variáveis apresentava
colinearidade. Depois das variáveis significativas terem sido identificadas, pretende-se
construir modelos explicativos a partir de regressão linear, dentro do modelo proposto.
Uma vez obtidos os resultados estatísticos, pretende-se validá-los junto aos
respondentes, de maneira a evitar-se que a realidade tenha de se adaptar a um
determinado modelo estatístico, em vez desta ser uma representação acurada do
mesmo. Em especial na identificação da formação ideal dos subgrupos, facções, blocos
e equivalência regular via Tabu Search, a participação dos próprios respondentes ou de
especialistas se faz necessária, já que o número de partições criadas a partir destes
indicadores depende da identificação qualitativa dos resultados obtidos.
Conclusão
O conhecimento da posição da organização em rede pode permitir a seus
dirigentes o desenvolvimento de ações conscientes e planejadas orientadas a partir da
posição social da empresa na rede e o conjunto de relações externas a ela de forma a
obter-se melhores condições de apropriação das vantagens competitivas geradas por
estas relações, identificando não apenas que ações tomar, mas tentando identificar
quais laços relacionais sejam mais importantes de serem construídos.
O mapeamento da rede social dos atores tem relevância empírica tanto para os
gestores das redes, quanto para as organizações. Aos gestores, quando pode fornecer
ferramentas que lhes permitam melhor conhecer o universo de organizações que
fazem parte da rede e servir de orientação no desenvolvimento de estratégias mais
personalizadas de atendimento às necessidades individuais de seus membros, já que
pretende-se identificar a partir da posição estrutural do ator, quais as suas
características relacionais. Além disso, o conhecimento da capacidade de absorção
intra-organizacional, pode permitir à governança da rede atuar especificamente em
cada organização de forma a ampliá-la. Por outro lado, ao se identificar as relações
externas à rede, a governança da mesma pode desenvolver estratégias para a
apropriação coletiva destas relações.
Para as organizações, o conhecimento de sua posição na rede pode servir para
a criação de estratégias para melhorar seu posicionamento na rede, bem como a
compreensão geral da estrutura da mesma, identificando os pontos fortes e fracos da
organização dentro da rede. A relevância acadêmica se dá quando se procura analisar
o fenômeno redes por uma ótica ainda pouco observada, a das redes sociais, bem
como quando procura tornar mais claros conceitos como capital social e confiança.
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