DIÁLISE PERITONEAL
Marsha M. Lee, Annabelle N. Chua,Peter D. Yorgin
NeoReviews 2005;6:e384
Apresentação:Marília Carolinna Milhomem
R4 em Neonatologia do HRAS/HMIB
Coordenação:Diogo Pedroso
www.paulomargoto.com.br
Brasília, 13 de agosto de 2015
INTRODUÇÃO
• A diálise peritoneal (PD) é geralmente considerada a modalidade de
diálise ideal para recém-nascidos.
• DP permite a remoção lenta de fluidos e solutos, evitando
instabilidade hemodinâmica . É tecnicamente simples e, quando
necessário, pode ser realizada de forma contínua no recém-nascido
internado na unidade de terapia intensiva neonatal.
• Nesta revisão, discutimos as principais características da DP
neonatal, incluindo a fundamentação e indicações , as suas
vantagens e desvantagens, a prescrição de DP, condições
nutricionais para o recém-nascido (RN) que passa por DP, bem
como a gestão de peritonite.
Fundamentação e indicações de
diálise em RN
• A insuficiência renal aguda é comum, ocorrendo em até
23% dos recém-nascidos internados em unidades de
cuidados intensivos neonatais.
• A decisão de iniciar a diálise geralmente é necessária em
virtude do acúmulo de eletrólitos, agravamento da
uremia , sobrecarga de líquidos, alterações ácido-básica
persistentes, ou necessidade de aumento da ingestão
de líquidos para alcançar uma nutrição adequada em um
paciente que tem oligúria ou anúria.
Fundamentação e indicações de
diálise em RN
• . Pode haver uma certa relutância em dar início à diálise
devido à natureza transitória da falência renal aguda, a
eficácia geral da conduta médica, e aos conhecidos
riscos associados com a DP ou hemodiálise.
• As vantagens e desvantagens da diferentes modalidades
de diálise são revistos no Quadro 2.
VANTAGENS E DESVANTAGENS DAS
DIFERENTES MODALIDADES DE DIÁLISE
Fundamentação e indicações de
diálise em RN
• Para o RN que tem insuficiência renal aguda (IRA) e,
normalmente, requer um diálise de duração relativamente
breve , a decisão de efetuar a diálise é fortemente
influenciada pelo tamanho do bebê.
• Embora uma diálise efetiva e eficaz tenha sido relatada
em crianças que pesem menos de 1 kg, estes casos são
repleto de dificuldades.
• A Tabela a seguir fornece uma lista de cateteres que
podem ser usados para DP em recém-nascidos e
lactentes.
TIPOS DE CATETERES
Fundamentação e indicações de
diálise em RN
• Quando gerida de forma adequada, a diálise é uma técnica
SALVADORA em RN que têm falência renal aguda.
• Estudos sobre os resultados têm relatado taxas de
sobrevivência de 50% - 90%.
• Os RN que têm IRA não oligúrica podem ter um prognóstico
melhor. Muitos dos neonatos dialisados que morrem têm
complicações não relacionadas com a sua diálise ou com a
IRA.
• Há preocupações de que o início da diálise possa levar à
diminuição da produção de urina e diminuição do volume
intravascular, o que afeta negativamente a recuperação renal.
Por causa das dificuldades na regulação da quantidade de
ultrafiltrado, é possível que o neonato recebendo DP pode
cursar com diminuição do volume intravascular levando a
hipotensão clinicamente significativa.
• A decisão de iniciar ou continuar a diálise em RN que
tem insuficiência renal crônica, muitas vezes é mais difícil
do que a decisão de iniciar a diálise para o tratamento da
insuficiência renal aguda.
• Diálise crônica no neonato deve ser utilizada como uma
"ponte" para transplante renal.
• Diálise ao longo da vida não é uma opção para RN,
devido a pior qualidade de vida , maior mortalidade, e
perda constante de acesso vascular ou função peritoneal.
• O risco de mortalidade para uma criança dialisada ​no
primeiro ano após o nascimento é superior a 15%.
• Curiosamente, algumas dessas mortes são
caracterizados como mortes infantis súbitas. Outras
crianças acabam morrendo devido à sepse ou às
complicações de grave hipertensão.
• A maioria dos centros de transplante efetuam o
procedimento com órgão de doadores falecidos ou
vivos aparentados quando a criança pesa cerca de 10 kg
ou mais.
• Desfechos em crianças que receberam transplantes renais têm
melhorado dramaticamente ao longo dos últimos anos e agora
podem ser caracterizados como sendo excelente.
• A sobrevida dos pacientes se aproxima de 100% aos 2 anos
pós-transplante e mais do que 80% após oito anos do
transplante.
• Em uma recente revisão de resultados de transplante renal em
bebês, Sarwal et al, encontraram que receptores de rim de 05 anos, que receberam rins de tamanho adulto sem necrose
tubular aguda tinham significativamente melhores taxas de
sobrevivência do enxerto a longo prazo do que outros grupos
etários.
• Em lactentes de 0- 2,5 anos que receberam um
transplante renal de doador aparentado sem necrose
tubular aguda, a meia-vida do enxerto foi estimada em
26,3 (+/- 5 anos).
• No entanto, apesar de excelentes resultados com
transplante renal, algumas crianças que têm grave
disfunção de órgãos (pulmão, cérebro, coração ou
doença incurável/ malformação) não devem ser
dialisadas e transplantadas se o único benefício é o de
prolongar a vida.
MODALIDADE DIALÍTICA IDEAL PARA
NEONATOS
• DP é considerada o melhor modalidade dialítica a longo
prazo para RN.
• É tecnicamente simples, pode ser realizada em casa,
permite a remoção de fluido lentamente ( o que é melhor
tolerado do ponto de vista hemodinâmico), e evita um
problema-chave que ocorre com cateteres de
hemodiálise - a esclerose ou trombose dos vasos
sanguíneos que são susceptíveis de ser necessários para
o transplante renal no futuro.
DIÁLISE PERITONEAL
• A membrana peritoneal, que sobrepõe os vasos em torno das
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•
•
•
superfícies visceral e parietal no abdômen, atua como uma
membrana semi-permeável a fluido e solutos.
Pesquisas recentes indicaram que há 3 tamanhos distintos de
poros: ultrapequenos, pequenos e grandes.
Estes poros desempenham um papel na regulação da
permeabilidade do membrana. Embora poros ultrapequenos
representem apenas 1% a 2% do total da área peritoneal,
40% do fluxo de água ocorre através desses poros.
Sujeito a gradiente de concentração e gradiente osmótico, os
pequenos poros são responsáveis ​pela maior parte do
transporte de água e solutos através da membrana.
Os poros grandes contabilizam de 5% a 7% da superfície total
de poros, e permitem a circulação de proteínas grandes,
incluindo a albumina e imunoglobulinas, em resposta à
pressão hidrostática.
Objetivos de qualquer modalidade de
diálise
• Em 1º lugar, os níveis elevados de compostos azotêmicos
devem ser removidos mantendo a estabilidade eletrolítica e
ácido-básica.
• Em 2º lugar, deve ser removido o líquido acumulado que
não está sendo eliminado pelos rins para que o RN possa
receber alimentação suficiente. Este processo é chamado de
ultrafiltração.
• Na DP ocorre a remoção de fluidos e de solutos com a
colocação e posterior remoção de uma solução
hiperosmolar - composta de glicose, Na, Cl, Mg, Ca e lactato
- no peritôneo(Tabela 4).
• A remoção do líquido pode ser intensificada pelo aumento da
concentração de glicose da solução dialítica , ou pela
frequência de intercâmbios.
SOLUÇÕES DIALÍTICAS DISPONÍVEIS
COMERCIALMENTE
• Concentrações de 1,5% de glicose (1500 mg / dL),
• Concentrações de 2,5% de glicose (2500 mg / dL)
• Concentrações de 4,25% de glicose (4,250 mg / dL).
• Quanto maior a concentração de glicose, maior será a
pressão osmótica de líquido.
EXEMPLO
• Solução dialítica a 1,5% de glicose tem uma
osmolalidade de cerca de 347 mmol / L, enquanto que a
4,25% de glicose tem uma osmolalidade de
aproximadamente 500 mmol / L.
• A quantidade de fluido que pode ser removida a partir de
uma criança correlaciona-se diretamente com a
osmolaridade da solução de diálise.
• Do ponto de vista prático, a concentração de glicose da
solução de diálise pode ser ajustada mais finamente de
acordo com a taxa de remoção de fluido que se deseja
alcançar , sendo feita por razões de mistura de diferentes
fluidos dialiticos contendo glicose.
• Apesar da grande concentração de glicose , ela é
facilmente absorvida a partir do peritôneo. Isto é
particularmente um desafio para RN, que muitas vezes
têm membrana peritoneal de alto transporte que facilita
absorção rápida de glicose e rápida difusão de solutos,
tais como uréia e creatinina.
• Para muitos RN, a rápida absorção de glicose reduz a
ultrafiltração em relação às crianças mais velhas, que têm
transportes transmembranas comparativamente
inferiores. Muitas vezes, isso significa que concentrações
elevadas de glicose (2,5% a 4,25%) são
usadas ​inicialmente para conseguir a remoção adequada
de líquidos em RN , especialmente naqueles que
recebem volumes de DP de menos de 10 ml / kg.
• O uso de mais fluído de DP no abdômen se correlaciona
com uma > ultrafiltração quanto mais membrana
peritoneal estiver em contato com o fluido dialítico e nele
haver uma > quantidade total de glicose para atingir a
ultrafiltração.
• No entanto, quando mais fluido de DP é colocado no
abdômen, > é o risco de vazamento em torno de um
cateter colocado recentemente.
Contra-indicações de DP
• Doença pulmonar importante  quando a diálise pode
piorar o estado respiratório ou parâmetros ventilatórios,
devido à limitação de mobilização diafragmática quando
existe uma quantidade significativa de líquido no
abdômen.
• Hérnia diafragmática que ocorrem tipicamente no lado
esquerdo, podem permitir que quantidades significativas
de fluido entrem no espaço pleural, comprometendo,
assim o padrão respiratório.
• O reconhecimento deste problema pode ser acelerado
avaliando-se a concentração de glicose no fluido pleural.
Contra-indicações de DP
• Defeitos da parede abdominal, onfalocele ou
gastrosquise, não são candidatos para DP.
• Os bebês que foram submetidos a cirurgias abdominais
extensas podem ter uma contra-indicação relativa para
DP devido ao desenvolvimento de aderências que limitam
o contacto do fluido de diálise com a superfície do
peritôneo.
• Outras contra-indicações relativas incluem :
vesicostomias, colostomias, síndrome de prune belly,
enterocolite necrosante e doenças malignas.
CATETERES DE DP ESPECIAIS PARA
RECÉM-NASCIDOS
• Cateteres de DP fabricados pela soft Silastic®, são feitos de
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•
polímeros de silicone e metil-silicato – eles são lisos , seja em
configurações enroladas ou retas.
A maior parte do cateteres têm orifícios laterais que permitem a fácil
entrada do fluido egresso independentemente da posição do cateter
no peritônio.
Cateteres permanentes com lúmens, são tipicamente fabricados
pela Dacron®.
O balonete distal, que deve ser colocado a aproximadamente 2 cm
do local de saída, atua como uma barreira antibacteriana ao longo do
cateter.
Cateteres em espiral (rabo de porco) e cateteres retos têm sido
utilizados em neonatos que têm previsão de uso do acesso de DP
por um breve período de tempo.
Os cateteres podem ser inseridos tanto através da linha alba ou
lateralmente ou paramedianamente através do músculo reto do
abdômen diretamente no peritônio.
• Para cateteres permanentes, o cateter é encapsulado sob
a pele e deve sair virado para baixo (Caudal).
• Para RNs muito pequenos, o cateter de DP é inserido
diretamente através da parede abdominal, sem
tunelamento. É desejável colocar o local de saída do
cateter DP fora da área do tecido para diminuir o risco de
imersão do cateter de DP nas vias urinárias ou
contaminação com fezes.
• Num esforço para alcançar uma ótima entrada de
líquidos sem ter colonização bacteriana ao longo do
Cateter DP, alguns programas colocam toda a porção
externa do cateter dentro do túnel, durante 2 semanas,
em seguida realizam um segundo procedimento para
expor a parte externa do cateter.
• A ponta do cateter DP é geralmente colocada na porção
inferior da pelve.
• Não pode haver dor durante os ciclos de preenchimento
e de drenagem, se o cateter é adjacente ao reto.
• Problemas significativos com formação de hidrocele em
RNs que receberam DP têm sido relatados. Abordagem
laparoscópica do hidrocele é possível no momento da
colocação do cateter DP.
• O cateter pode ser obstruído com fibrina ou intestino
adjacente.
• Prescrições iniciais de DP muitas vezes requerem o
acréscimo de heparina (125-250 U / L) ao fluido de DP,
pelo menos, nas primeiras 1 a 2 semanas .
• Tratamento da constipação pode ser extremamente útil .
• Profilaxia antimicrobiana prolongada após a inserção do
cateter DP não é recomendada.
PRESCRIÇÃO DA DIÁLISE
• A prescrição de diálise é escrita com quatro parâmetros
•
•
•
•
principais:
1) composição do fluido DP;
2) volume de fluido DP por troca;
3) a frequência e a duração dos intercâmbios, incluindo o
tempo de enchimento, permanência e drenagem ;
4) monitoramento de peso do paciente e do fluido DP
para vigiar sinais de peritonite.
PRESCRIÇÃO DA DIÁLISE
• Como mencionado anteriormente, fluídos de DP com
concentrações de glicose de 2,5% a 4,25% é geralmente
selecionado se o paciente está experimentando
sobrecarga de líquidos ou se há necessidade de um
volume alto EV ou alimentação é necessária.
• A menos que os cirurgiões que colocaram o cateter DP
tenham sugerido o contrário, o volume inicial do fluido
colocado no abdômen deve ser de aproximadamente 10
ml / kg por vez.
• Para reduzir o risco de perda em torno do cateter, o
volume de fluido DP não é aumentado antes de 1
semana.
• Nos pacientes que sofrem de IRA, pode ser necessário
adicionar cloreto de potássio (1-4 mEq / L) no fluido de diálise
para manter a homeostase de potássio.
• O KCl não é adicionado ao fluido de DP para lactentes que
têm doença renal em estágio final. Assim, pode-se fazer
suplementação de K por via oral ou misturado nas mamadas
(raramente).
• A prescrição de DP geralmente começa com trocas por hora
para 24 h / d. Depois de uma semana, uma vez que o risco de
fuga em torno do cateter DP começa a diminuir, o volume de
líquido DP é aumentado lentamente durante um decurso de
semanas, até atingir o máximo de 35 a 40 ml / kg.
• Como o volume é aumentado, a duração da DP é reduzida
para 8 a 15 h / d.
• Equações matemáticas foram desenvolvidas para avaliar
a adequação do clearence para DP.
• Equações mais comumente usadas para determinar a
eficácia de DP são a equação Kt / V e de equilíbrio
peritoneal teste (PET).
• K clearance, t time, V volume de distribuição.
• Kt / V determina a adequação do diálise por
determinação da depuração da creatinina ou uréia em
relação à água corporal total
• Consensos indicam que um valor de A / V de 2 e Kt 2.2
podem ser ótimos para lactentes e crianças que recebem
DP.
• Embora não haja uma relação em direção a melhores
resultados com maior diálise, os estudos CANUSA e
ADAMEX , que eram estudos de adultos submetidos a
diálise, não conseguiu demonstrar um benefício para
pacientes que tiveram valores de A / V mais elevados Kt.
Estudos semelhantes que avaliaram a adequação da
diálise não foram realizados para neonatos.
• PET tem sido utilizado extensivamente em pediatria
doentes para determinar a permeabilidade da peritoneal
membrana. Os pacientes são classificados em alta, alta
grupos média-, média- baixa, e low-transporte.
• Em geral, os pacientes em grupos de alto transporte
têm excelente Valores Kt / V uréia e creatinina
porque difundem bem, mas têm taxas de
ultrafiltração pobres porque difunde glicose
rapidamente através da membrana, assim, diminui
rapidamente o gradiente de pressão osmótica
necessária para ultrafiltração. Muitos recém-nascidos
têm membranas de alto transporte.
CONSIDERAÇÕES ESPECIAIS
• A nutrição é uma consideração importante para RNs que precisam
de diálise.
• Vários estudos têm demonstrado excelente crescimento infantil,
•
•
•
•
mesmo no contexto de função renal debilitada, quando a
suplementação nutricional é fornecida.
A meta de 100 a 140 kcal / kg por dia, muitas vezes é necessário
para alcançar crescimento sustentado na faixa normal.
Os pacientes podem receber até 20% de suas necessidades
calóricas a partir da glicose absorvida na
Fórmulas de baixo teor de P e de K , geralmente são escolhidas.
A suplementação com carboidrato, proteína e gordura (triglicéridios
de cadeia média ) mais frequentemente é necessária para atingir as
quantidades adequadas de calorias e nutrientes.
• Concentrações calóricas destes alimentos geralmente
alcançam 1 kcal / mL ou mais.
• Quase todos os RNs em diálise necessitarão de alimentação
por SNG ou gastrostomia para receber quantidades
adequadas de calorias.
• A alimentação por SNG não requer cirurgia ou a interrupção
transitória da DP.
• No entanto, a longo prazo alimentação por sonda pode gerar
trauma emocional e aversão infantil devido a repetidas
inserções de SNG .
• Por outro lado, alguns investigadores relataram que a
colocação de uma gastrostomia no lactente que recebe DP
está associada com um maior risco de peritonite fúngica.
• As vitaminas e os minerais são essenciais para o crescimento
e desenvolvimentos normais.
• Suplementação com vitaminas e minerais é necessário para
crianças em DP porque as deficiências de vitaminas solúveis
em água e minerais pode ocorrer com a ingestão nutricional
pobre, restrições dietéticas e aumento das perdas com diálise.
• A necessidade pode ser aumentada devido ao metabolismo
alterado de medicamentos, quando há uremia e comorbidades.
• Um quarto de um comprimido multivitamínico projetado para
pacientes em diálise pode ser esmagado e administrado
diariamente ao neonato que receber DP para fornecer a
suplementação de vitamina C, ácido fólico, niacina, tiamina,
riboflavina, piridoxina, ácido pantotênico , biotina e
cianocobalamina.
• Tendo em conta as taxas de ultrafiltração relativamente elevadas
•
•
•
•
•
necessárias para manter o equilíbrio de fluidos, muitos RNs
necessitam de suplementação de Na.
Os valores de Na ultrafiltrado são aproximadamente 70 a 100 mEq
/ L (70 a 100 mmol / L).
Se um RN de 3 kg tem 300 mL de ultrafiltrado por dia, as perdas de
Na podem se aproximar de 10 mEq / kg por dia.
A falta de adicionar NaCl na alimentação pode levar a hiponatremia
catastrófica.
Em alguns casos, Bic de Na é adicionado à alimentação para
manter valores de Bic normais.
Com diálise rigorosa, RN podem desenvolver hipofosfatemia
devido à excessiva perda com diálise.
• O fosfato de sódio pode ser adicionado as mamadas para manter
um nível sérico de fósforo normal, o que é importante para a
mineralização óssea normal.
• Alguns RNs têm perdas extensivas de albumina e
imunoglobulina com a DP.
• Evitar overdialyzing pode reduzir as perdas destas proteínas
• Baixos níveis de albumina sérica podem levar a diminuição
da ultrafiltração devido à redução de pressão oncótica no
espaço intravascular.
• Em casos raros, os neonatos podem exigir infusões
intravenosas de albumina para manter níveis de albumina
entre 2,5 e 3 g / dL (25 e 30 g / G).
• Aumento da proteína da dieta de 3 a 4 g / kg por dia pode
ajudar a manter uma concentração de albumina de soro mais
normal.
• Como a deficiência de carnitina é comum em RNs submetidos a
diálise, a suplementação dietética com carnitina também pode ser
necessária.
• A utilização de imunoglobulina intravenosa (IVIG) em neonatos é
controversa.
• Bouts et al descobriram que deficiências de imunoglobulinas
ocorreram com maior frequência em crianças que faziam DP
diálise provavelmente devido às perdas de proteínas no líquido
efluente da DP , e que uma alta incidência de peritonite foi associado
com Ig reduzida no soro.
• No entanto, o uso de IVIG pode causar anafilaxia, hipotensão, febre
ou hipertensão (devido um aumento no volume intravascular).
• Uso IVIG devem ser desencorajado em RN que têm doença
cardiopulmonar significativa , incluindo a hipertrofia ventricular
esquerda, porque há uma baixa tolerância para eventos anafiláticos.
PERITONITES:BACTERIANAS,
FÚNGICAS E EOSINOFÍLICAS
• Peritonite bacteriana é muitas vezes causada por uma infecção de catéter
ou uma ruptura inadvertida na manipulação estéril do cateter de diálise .
• Os sinais e sintomas de peritonite incluem : líquido peritoneal turvo ,
intolerância alimentar, irritabilidade, dor e febre.
• No entanto, a falta de febre não exclui a possibilidade de peritonite.
• A peritonite pode ser diagnosticada através da realização de uma contagem
de
células no líquido peritoneal, contagem diferencial, coloração de Gram e
cultura.
Um diagnóstico presuntivo de peritonite pode ser feito quando há mais do que
100 leucócitos / mm3 , com mais de 50% de células polimorfonucleares.
Fluido peritoneal retirado após pausa da diálise por mais de 4 horas, se
estiver com < 100 leuco / mm3 descarta peritonite .
Nesta situação, a contagem diferencial deve ser normal e tratamento
com antibióticos não é indicada.
• O tratamento de peritonite em crianças tem sido bem
definido.
• Embora a terapia IV seja eficaz no tratamento de peritonites
bacterianas , RNs são tratados empiricamente utilizando
vancomicina e ceftazidima intraperitoneal.
• Após a obtenção do líquido são feitos: contagem de células,
contagem diferencial, coloração de Gram e cultura, 2-3 trocas
rápidas de DP pode ser usada para reduzir a dor , seguida
de uma dose de antibióticos intraperitoneal (Vancomicina 500
mg / L, Ceftazidima 250 mg / L) no abdômen durante 4 horas.
• Heparina (125 a 250 U / L) é adicionado ao fluido de DP para
reduzir os problemas relacionados com a fibrina, a qual é
aumentada durante a peritonite.
• Depois da dose de ataque de ATB intraperitoneais, as
doses são reduzidas (Vancomicina 30 mg / L,
Ceftazidima 125 mg / L), e o paciente é mantido em
DP contínua (24 h / d) , muitas vezes com tempos de
trocas mais longos.
Devido ao risco aumentado de peritonite fúngica
secundária, deve ser feito tratamento antifúngico
profilático com Nistatina oral ou Fluconazol.
Quando o Fluido de DP limpa e a contagem de
leucócitos for inferior a 100 / mm3 , a prescrição de diálise
anterior ao quadro de peritonite pode ser retomada, desde
que antibióticos intraperitoneais permaneçam
continuamente durante 2 a 3 semanas.
• Os resultados dos pacientes após peritonite bacteriana são
geralmente bons , e a maioria das crianças são capazes de
continuar sem remoção do seu cateter de DP.
• Peritonite fúngicas, geralmente causadas por Candida sp, são
mais comum em RN dependente de DP que recentemente
recebeu ATB.
• O tratamento EV com anfotericina, anfotericina lipossomal,
fluconazol, itraconazol, ou caspofungina raramente é
suficiente para sanar a infecção.
• Numa série coorte relatada, a remoção do cateter foi
necessário em 90% das crianças que tinha peritonite fúngica, e
24% das crianças que tiveram um episódio de peritonite
fúngica permaneceu em hemodiálise 6 meses mais tarde.
• Ocasionalmente, as crianças apresentam fluido peritoneal turvo ,
mas não têm outros indicadores de infecção; exame do fluido
peritoneal revela um grande número de eosinófilos.
• Peritonite eosinofílica, diagnosticada quando eosinófilos representam
mais de 10% do total do dialisado polymorphonuclear contagem de
leucócitos, comumente é associada com o
• desenvolvimento de efluente turvo numa novo paciente assintomático
para PD.
• Embora não seja conhecido o exato mecanismo de peritonite
eosinofílica , acredita-se que seja resultado de uma reação alérgica
ao material do cateter DP ou a componentes do líquido de diálise.
• A redução das concentrações de glicose no fluidos de DP e o
tempo em DP normalmente aumenta a velocidade de resolução
espontânea do caso.
• Vazamento de fluido peritoneal em torno do cateter de
DP ao longo do túnel é um problema grave que pode
aumentar o risco de peritonite bacteriana e fúngica..
• Pode ser confirmado o vazamento de líquido de diálise
mergulhando-se uma tira de detecção de glicose no
líquido e verificando-se uma alta concentração de glicose.
• Estratégias de manejo incluem a interrupção da diálise
em favor da hemodiálise, colocação de um cateter novo
de diálise (raro), a interrupção temporária da DP, durante
2 a 7 dias, ou diminuição substancial do volume
infundido na DP.
HÉRNIAS DIAFRAGMÁTICAS
• Extravasamento de líquido de DP através de uma hérnia
diafragmática no espaço pleural é uma contra-indicação
para a continuação da terapia.
• Qualquer paciente que tenha uma hérnia diafragmática
deve ser considerado para a conversão em hemodiálise.
CONCLUSÃO
• DP é um modo básico, racional e viável de diálise para
RN que têm insuficiência renal.
• Em casos agudos , DP contínua é um método
tecnicamente simples realizado em UTIN em RN com
IRA promovendo remoção de solutos e fluidos e
realizando correção de distúrbios eletrolíticos com
menos risco de instabilidade hemodinâmica.
• Do lado de fora do hospital, DP é um modo prático de
diálise para crianças que têm insuficiência renal crônica
e permite uma terapia diária de substituição renal.
Consultem também!
Injúria renal aguda
Autor(es): Paulo R. Margotto, Márcia Pimentel de Castro
E mais...
DISTÚRBIOS RENAIS
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DIÁLISE PERITONEAL - Paulo Roberto Margotto