www.portaldosjornalistas.com.br Edição 891 3 a 9 de abril de 2013 Especial – Dia do Jornalista Com alma, talento e inspiração, eles fazem a diferença no jornalismo brasileiro São dez as histórias que Jornalistas&Cia selecionou para seus leitores, na celebração deste 7 de abril, Dia do Jornalista. Poderiam ser cem, quinhentas, quem sabe mil, tamanha é a importância que o jornalismo e os jornalistas têm para a sociedade e para a democracia de nosso País e tantos são os talentos que despontam Brasil afora. Mas não são quaisquer dez histórias, e sim as dos dez mais premiados jornalistas brasileiros de todos os tempos, os top ten do Ranking Jornalistas&Cia de 2012, que são: José Hamilton Ribeiro, Eliane Brum, Caco Barcellos, Miriam Leitão, Cid Martins, Giovani Grizzotti, Mauri König, Carlos Wagner, Clóvis Rossi e Marcelo Canellas. Em textos de Paulo Vieira Lima e Pedro Venceslau, vamos descobrir um pouco das paixões, das inspirações e da trajetória desses homens e mulheres que enchem de orgulho essa nossa atividade profissional. A equipe deste J&Cia estende essa singela homenagem a todos os jornalistas que, impedidos de continuarem a exercer a atividade que abraçaram, por doença ou motivos de força maior, foram e continuam sendo referências para nossas vidas. Citamos cinco e na figura deles homenageamos todos os demais: Célia Chaim, Celso Pinto, Fernando Pacheco Jordão, Helena de Grammont e Marcos Sá Corrêa. Confira a partir da pág. 3 e no canal Galeria do perfil de cada um no Portal dos Jornalistas (www.portaldosjornalistas.com.br). Profissionais do Brasil Econômico aceitam calendário de negociações. Sônia Soares começa como editora-executiva no Rio n Reunidos em assembleia na tarde da última 2ª.feira (1º/4) na própria redação, os profissionais do Brasil Econômico em São Paulo decidiram aceitar o calendário de negociações proposto pela empresa, com estabilidade para todos até 17/4, incluindo os PJs, mas mantiveram o estado de greve decretado na semana anterior (ver J&Cia 890). Ainda por esse calendário, a empresa assegura liberdade para os representantes do Sindicato realizarem assembleias na redação sem a presença do RH, desde que marcadas com 24h de antecedência, e ficou de apresentar nesta 4ª.feira (3/4) uma proposta de acerto para os que vão deixar o jornal ou seguir para o Rio, em função da decisão de mudar para lá a sua sede, mantendo em São Paulo apenas uma sucursal. Essa proposta deverá ser debatida em nova assembleia, marcada para 6ª.feira (5/4). A reunião teve coordenação de Paulo Zocchi e Márcia Quintanilha, respectivamente diretores Jurídico e de Sindicalização do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo. n No Rio, Sônia Soares começou esta semana como editora-executiva já dentro da nova estrutura do jornal, assumindo The Jedi Group 7º Curso Internacional em Comunicação Empresarial Aberje / Syracuse University aberje.com.br/internacional por lá funções antes alocadas em São Paulo. Sônia esteve por quase 20 anos em O Globo, onde foi editora de Economia. Mulheres já são maioria dos jornalistas, mas homens ainda predominam nas chefias, diz pesquisa da Fenaj n Em coletiva marcada para as 14h30 desta 5ª.feira (4/4) no Hotel Aracoara, em Brasília, a Fenaj apresenta o relatório final da pesquisa Perfil profissional do jornalista brasileiro, que aponta, entre outros dados, significativa expansão da presença feminina no fazer jornalístico: hoje há mais mulheres (64%) do que homens atuando no mercado de trabalho, mas estes seguem predominantes nos cargos de chefia. Os resultados se baseiam em respostas a um questionário online por 2.731 jornalistas, de todas as unidades da Federação e também do exterior. O trabalho, considerado o maior levantamento já realizado sobre o tema no País, é um projeto do Núcleo de Estudos sobre Transformações no Mundo do Trabalho da Universidade Federal de Santa Catarina, em parceria com a Fenaj, e apoio do Fórum Nacional de Professores de Jornalismo e da Associação Brasileira de Pesquisadores do Jornalismo. Foi a primeira vez que se realizou uma pesquisa com jornalistas baseada num estudo prévio das dimensões da categoria – aproximadamente 145 mil profissionais – e com amostragem de todas as regiões do País. n Segundo o documento, quase a íntegra dos jornalistas que atuam no Brasil têm formação superior (98%); desses, 91,7% têm graduação em Jornalismo; dos graduados, 61,2% são formados no ensino privado e 40,4% têm curso de pós-graduação; foram identificados 317 cursos de Jornalismo no País. De acordo com o levantamento, 59,9% dos jornalistas recebem até cinco salários mínimos; o índice de desemprego observado na categoria coincide com a taxa no País, que fechou 2012 com 5,5%; 55% atuam em mídia (veículos de comunicação, produtoras de conteúdo etc.), 40% Lula Marques deixa a sucursal da Folha de S.Paulo em Brasília n Lula Marques, coordenador do Departamento de Fotografia da sucursal de Brasília da Folha de S.Paulo, deixou o jornal na última 2ª.feira (1º/4). Em entrevista ao Portal Imprensa, ele afirmou que a sua dispensa não foi propriamente uma surpresa pelo fato em si, pois já convivia com essa possibilidade havia algum tempo, mas sim pelo “presente” que recebeu: afinal, estava completando 26 anos de casa no mesmo dia. Antes da Folha ele esteve por 11 anos no Correio Braziliense. em atividades de assessoria de imprensa/comunicação ou outras ações que utilizam conhecimento jornalístico, e 5% trabalham predominantemente como professores. A cada quatro jornalistas, um está filiado a sindicato. n O relatório será publicado no livro Perfil do jornalista brasileiro – Características demográficas, políticas e do trabalho jornalístico em 2012, em impressão pela Insular (Florianópolis). uma empresa de medicina e saúde imprensa: (11) 3897-4122 Congresso Mega Brasil de Comunicação 2013 APRESENTA O Planeta Comunicação na Era do Diálogo 23, 24 e 25 de abril de 2013 - Centro de Convenções Rebouças - São Paulo SP Conferências Internacionais com: Allyson Hugley, Weber Shandwick Bob Bejan, MSL Group Richard Funnes, Finn Partners Thomas Kamm, Brunswick Prêmio Personalidade da Comunicação Caco Alzugaray e Domingo Alzugaray Editora Três Conferência Magna Lançamento do Anuário Brasileiro da Comunicação Corporativa de abertura E mais: 27 palestras temáticas Painel Crème de la Crème, com o melhor do Congresso Cledorvino Belini, Grupo Fiat/Chrysler Programação e Inscrições: www.megabrasil.com.br – Informações: (11) 5576-5600 Organização e Realização Patrocínio Master Patrocínio Temático GRUPO Comunicação e Marketing Colaboração Apoio Edição 891 Página 3 Especial – Dia do Jornalista José Hamilton Ribeiro Enquanto a flor branca da paineira não vem José Hamilton Ribeiro fez questão de marcar a entrevista pessoalmente e impôs como “condição” que ela acontecesse depois do almoço, em seu apartamento, que fica em um condomínio arborizado e repleto de pássaros no bairro da Aclimação, em São Paulo. De férias do programa Globo Rural, ele acabara de chegar de seu sítio na próspera Uberaba, em Minas Gerais, e recém tinha desistido de ir para a praia em Santa Catarina, por causa do tempo pouco confiável. Ficou em casa mesmo, caçando documentários de animais na tevê a cabo. Embalado pelo ócio e pelo clima vaticanista daqueles dias de Papa Francisco na telinha, decidiu também encarar o livro Jesus de Nazaré, do demissionário Joseph Ratzinger, que versa sobre a infância de Jesus: “É a última tentativa minha de acreditar em alguma coisa. Não acredito nem em milagre, nem nessa moleza de achar que rezando cinco minutos você resolve alguma coisa”. Viúvo desde que perdeu sua companheira Maria Cecília, em 2011 – eles foram casados por mais de quatro décadas –, Zé Hamilton tenta driblar a saudade dedicando cada vez mais tempo ao seu próprio mundo rural no município mineiro: “A morte dela me deu um desequilíbrio. Foi uma luta longa, de sete anos, contra o câncer. Esse período foi de muito sofrimento, mas de muita solidariedade também”. Pai de Teté Ribeiro, que é casada com Sérgio Dávila, da Folha de S.Paulo, e de Ana Lucia, ele confidencia que ainda espera a chegada de netos. Mas enquanto eles não chegam, Zé viaja com amigos para sua propriedade, que cada vez mais ganha ares de um bem-sucedido empreendimento do agronegócio. Ele investe em eucalipto e na engorda de suínos e frangos. Um gerente trata de tocar o dia a dia da produção e negociá-la: “Fazenda não é uma coisa só para ter renda. É mais do que tudo um lugar para ir. Você planta seu abacateiro, seu pé de flor...Minha curtição é chegar lá no sítio e ver as espécies que estão florindo”. Zé conta que está vivendo um suspense. Em meados dos anos 1990, ele estava na zona rural da Argentina fazendo uma reportagem para o Globo Rural sobre tropeiros quando se deparou com uma paineira que o deixou enfeitiçado: “A paineira dá flor rosa, mas aquela dava flor branca. Consegui três mudas e dei um jeito de cruzar a fronteira com elas, o que era proibido”. Chegando ao Brasil, correu para Uberaba e tratou de plantar a novidade entre outras paineiras recém-chegadas. Mas como não é organizado, esqueceu-se de marcar o local de cada uma. Desde então, fica esperando para ver em qual delas surgirá a flor branca. Trazer mudas na bagagem, aliás, é um ritual que Zé cultiva desde que começou no Globo Rural, onde está desde 1982: “Dizem que se todas as mudas que eu trouxe tivessem vingado eu teria uma floresta. Se eu não fosse jornalista, seria jardineiro. Adoro pegar uma muda e plantar. Quando vejo que está abatida ou abalada, pego e vou ver a causa”. A relação com o mundo rural vem de muito antes do matutino da Globo sobre o campo. As lembranças da fazenda onde cresceu com oito irmãos em Santa Rosa do Viterbo, no interior de São Paulo, ainda frequentam as lembranças do repórter de guerra. As terras da família foram sendo vendidas aos poucos, sempre que a situação financeira apertava e que um dos filhos chegava à idade de ir estudar fora: 11 anos. “Fazenda é um sonho difuso da espécie humana. Faz parte do inconsciente coletivo do ser humano”. A conversa é interrompida quando o almoço é servido – carne de panela, suflê de milho, arroz e muita salada. Acompanhado de uma indefectível garrafinha de cachaça mineira de primeiríssima safra, Zé Hamilton muda de assunto. Entramos então na pauta Globo Rural. Ele afirma que, ao contrário do que muita gente pensa, o programa não limita cabeça dos jornalistas que o produzem. Muito ao contrário: “A gente não fala só de diarreia de bezerro. É um programa sobre a natureza e a alma do ser humano que vive no campo. Tem lá angústia, dúvida, sofrimento, conflito, dança e música. Afinal, quem dirá que a extensão da alma do homem do campo é menor do que a do da cidade?”. Zé revela, porém, que às vezes tem que travar uma luta “quixotesca” para evitar que a atração torne-se técnica demais: “Não, não entendo muito de tevê, mas de vez em quando aparece um burocrata dizendo: ‘Isso não é Globo Rural’, É uma frase típica de burocrata. A parte técnica é importante, mas não pode ser todo o programa. De quais reportagens o povo lembra? Certamente não são as sobre técnica de produção, e sim sobre o ser humano”. Para sua sorte, o diretor da atração matutina, Humberto Pereira, comunga da mesma tese. “Ele sempre aprova com entusiasmo quando sugiro matérias sobre músicos, por exemplo. Quando o Tinoco fez 91 anos, comecei a fazer um grande perfil dele. Eu já havia feito algumas entrevistas quando ele morreu”. Antes do cafezinho, a manchete do dia da Folha de S.Paulo, assinada por seu genro, Sérgio Dávila, que flagrara a explosão de uma bomba no Iraque, nos leva para um tema inevitável: o jornalismo de guerra, sua experiência no Vietnã e a vida com uma perna mecânica desde então. Estender essa trilha, entretanto, seria contar uma história já diversas vezes repetida, sendo uma das mais brilhantes delas na revista Trip, em 2003. Na ocasião, ele posou pela primeira vez, como bem definiu Eduardo Ribeiro em artigo no portal Comunique-se, de forma serena e reflexiva, sem a perna estilhaçada por uma mina do Vietnã: “Apaziguado consigo e com seu destino – tem ao lado, na foto da capa (assinada por Márcio Scavone), a prótese que o ajuda caminhar desde o fatídico episódio, que já vai longe, em 1968”. A pergunta que não quer calar: o que leva um jornalista a correr riscos na zona de guerra?. “Um pouco de vaidade, um pouco aventura, mas também a ambição profissional e a falta de juízo. O jornalista acha que vai mudar mundo com o seu trabalho. Parece romantismo, mas eu afirmo com convicção: a presença de um repórter impede que certos abusos sejam cometidos”. E por falar em vaidade, pergunto como se sente, famoso: “No começo eu estranhava muito, já que fui para a tevê depois de muito tempo de imprensa escrita. O jornalista de texto é conhecido, mas não é reconhecido. Se o Clóvis Rossi andar na Avenida Paulista é capaz de ninguém nem olhar para ele. Se for a Glória Maria o trânsito é capaz de ficar congestionado”. Zé tira da cartola dois episódios para ilustrar sua relação com a fama. No primeiro conta sobre uma faxineira da Globo que sempre o confundia com Rolando Boldrim, que então apresentava o Som Brasil, programa que vinha logo depois do Globo Rural. Ele ria sempre que ela perguntava: “O senhor vai cantar hoje?”. No outro, diverte-se ao recordar do dia em que um casal de velhinhos no aeroporto de Brasília o confundiu com Amaral Neto. Nesse ponto, o entrevistado dá uma pausa e diz, reflexivo. “A gente luta para ser reconhecido pelos colegas. Jornalista é vaidoso. No fundo, tem a ilusão de que fez alguma coisa”. Por fim, deixo o entrevistado em paz para seguir, em suas palavras, “morgando” até o fim das férias. Diante desse tempo nublado que não colabora, o plano consiste em se dividir entre o longo trajeto até Uberaba – com direito a paradas nas casas das irmãs, em Campinas e Ribeirão Preto – e insistir mais um pouco na leitura do livro do Papa, que ele guarda no criado-mudo ao lado das edições especiais da revista Time. Certos hábitos não mudam nunca.... Edição 891 Página 4 Especial – Dia do Jornalista Eliane Brum Um tempo para chamar de meu Uma das jornalistas mais premiadas do País no ranking do Jornalistas&Cia e do Instituto Corda, Eliane Brum, conhecida entre os colegas como a nossa grande historiadora do cotidiano, tirou um tempo para chamar de seu. De duas a três vezes por semana, passa do meio da tarde até a noite lendo na banheira. Chega a ficar cinco horas com metade do corpo submerso na água morna – é o tempo de começar e terminar um livro inteiro. O ritual inclui vinho e chocolate. “É um luxo a que eu me dou. Saio murcha, faceira e cheirosa. E este é meu único problema com os e-books: não dá pra levar pra banheira. Assim que inventarem – se é que já não existe – um jeito de levar computador pra banheira, nunca mais saio de lá”, brinca. Só em março ela leu Bel-Ami (Guy de Maupassant), Tudo o que mãe diz é sagrado (Paula Corrêa), As virgens suicidas (Jeffrey Eugenider), O professor do desejo (Philip Roth), A longa viagem de prazer (Juan José Morosoli), e Groucho e eu, uma autobiografia (Groucho Marx). “Estou lendo Oblómov, de Ivan Goncharov. É uma edição primorosa da Cosac Naify. Mas como é emprestada, não posso levar pra banheira, o que faz com que demore muito mais pra ler”. Essa doce rotina tornou-se possível quando ela deixou de dar expediente na redação da revista Época, onde estava desde 2000 como repórter especial. Hoje, Eliane segue no time da publicação da Editora Globo, mas agora com uma coluna semanal. Feita com a alma, a argúcia e o aguerrimento da repórter, que nunca deixou ou deixará de ser. A decisão de tirar o pé do acelerador foi tomada, porém, por motivos muito mais nobres do que simplesmente o cansaço ou o estresse: “Quando deixei de ter emprego, uma das ideias era poder ter tempo para as coisas do afeto, como o envelhecimento dos pais. Meu pai teve vários problemas de saúde em 2012 e eu tive o privilégio de poder ajudar a cuidar dele – ou só ficar por perto”. Nessa nova fase, Eliane está retomando projetos de trabalho interrompidos no meio do caminho: uma grande reportagem apurada no ano passado, o lançamento de um livro de colunas (que sai ainda neste semestre) e a escrita de outro livro inédito. “Ando sempre cheia de ideias, meu drama é que vai faltar vida para o tanto de coisas que eu quero experimentar. Mas acho que esse é drama de todo mundo, né?”. A rotina quando está em São Paulo é acordar cedo – por volta das 5h da manhã. Consegue a façanha de fazer isso sem usar despertador (ela também não tem telefone celular). Assim que sai da cama, começa a escrever. Como tem o hábito de “dormir com as galinhas”, sua vida social é praticamente nula. Por isso, fica a dica: nunca tente marcar nada com Eliane Brum no período da manhã. Três vezes por semana ela faz pilates e quando viaja dá um jeito de fazer alongamento. “Se não faço isso, minha coluna começa a me causar problemas. Quando vi as matérias sobre Ricardo III descobri – finalmente – que havia algo de nobre em mim: minha coluna é igual a dele”, diverte-se. E, por falar nisso (com o perdão do trocadilho infame), nunca faz nada às 2as.feiras, no período da tarde, porque está estropiada por causa da coluna que publica nesse dia no site de Época: “Quem lê não consegue imaginar o trabalho que ela dá. Em geral, passo todo o final de semana e cinco horas da 2ª.feira escrevendo e revisando. Aí, na 2ª de tarde, não volto a escrever meu livro ou outras coisas de que preciso”. Além disso, ainda cozinha, lava e limpa a casa, sempre em parceria com o marido João – ele também trabalha em casa. Quando percebe uma janela na agenda, corre para seu sofá azul para assistir a alguma série enlatada (de preferência Mad Men) ou vai para o cinema, que é, segundo ela, um vício. Sua lista de atores favoritos é extensa: Marlon Brando, Celia Johnson, Daniel Day-Lewis, Emmannuelle Riva, Joaquin Phoenix, Audrey Hepburn, Gregory Peck, Isabelle Huppert, Klaus Kinski, Fernanda Montenegro, Wagner Moura, Lázaro Ramos, Paulo Gracindo, Lima Duarte, Giulietta Masina, Meryl Streep, Melina Mercouri, Jacques Tati, Ricardo Darín. “Minha rotina não é de 2ª a 6ª, já que trabalho todo o final de semana. Nem é de horário comercial. Cada dia é diferente do outro. Quando viajo a trabalho, tento passar pelo menos mais um dia para conhecer o lugar”. Eliane diz que nunca pensou em trabalhar menos. Ela só queria ser dona do seu tempo e misturar as coisas. Sua relação com o tempo, diga-se, sempre foi especial. Sua primeira grande reportagem, publicada em 1989, quando era ainda foca, chamou a atenção da redação do jornal Zero Hora pelo enfoque completamente inusitado. A encomenda era fazer uma matéria nada promissora sobre a inauguração de uma loja do McDonald´s em Porto Alegre. Em vez de fazer o óbvio, ficou o tempo todo ao lado de um grupo de velhinhos que passavam os dias jogando xadrez no lugar. Acabou escrevendo um texto belíssimo sobre o tempo e a modernidade irreversível. Entrou no jornal gaúcho como estagiária em 1988, depois de cursar História e flertar com a Biologia e a Informática. Na redação, teve como “mestres” Marcelo Rech e Carlos Wagner (ver pág. 8). No Zero Hora, Eliane fez de tudo um muito e passou até pela editoria de Polícia. “Nessa época, Zero Hora tinha juntado as editorias de Polícia e Geral. Cobri alguns grandes crimes e ás vezes fazia o que se chama lá de ‘ronda’. Foi aí que descobri uma história daquelas tão absurdas que só existem na realidade. Na ficção soaria totalmente inverossímil”. Ela estava fazendo a ‘ronda’ quando ligou para uma delegacia de Sapucaia do Sul. Um policial do plantão atendeu dizendo que a coisa estava tão calma que tinha até uma galinha presa. “Como assim?”, retrucou a repórter. Ao chegar à delegacia com o fotógrafo, ela descobriu que a galinha presa tinha sido encontrada de madrugada ao lado de um galo morto e de um homem abraçado a uma garrafa de cachaça. A polícia havia liberado o homem e prendido a galinha. O boletim de ocorrência do animal dizia: “detida em atitude suspeita”. Pior: o homem liberado era suspeito de homicídio e estava foragido. “Mas por que a prisão da galinha vale uma reportagem? Porque a galinha fala sobre o ser humano. Vale porque fala da incompetência da polícia. É uma história engraçada, mas é uma denúncia. E a gente que é repórter tem tanta sorte que isso tudo aconteceu no Dia Internacional da Ave”. A tal galinha presa foi capa do jornal e rendeu uma polêmica. Esse pequeno “causo”, que foi contado pela repórter em uma palestra ilustra bem o tom das reportagens de Eliane Brum. Sua busca permanente é pelas preciosidades que estão presentes no dia a dia. Basta olhar direito para achá-las. “Tive sorte e nos 11 anos e meio que trabalhei no jornalismo diário, com duas, três pautas por dia, encontrei muitas”. Caco Barcellos Um quase ídolo do futebol O jogo avançava com o saldo de 3 X 0 para o time adversário até os dez minutos finais do segundo tempo. Tudo indicava que o placar estava definido, mas a equipe de Caco Barcellos arrancou um empate relâmpago e fulminante no campo do Clube Atlético São Paulo: 3 a 3. Não havia torcida na arquibancada, mas o clima era de final de Copa do Mundo. Eis que no limite do tempo regulamentar, Caco recebeu uma bola inacreditável na cara do gol. Era ele, o goleiro e a glória. Foi então que o cansaço e a noite mal dormida depois de mais uma longa viagem a trabalho falaram mais alto. “Foi a lesão mais grave da minha vida. Aquele chute estourou minha perna. E não foi gol”. Era o fim do dia de uma 4ª.feira na redação do programa Profissão: Repórter, na sede paulista da Globo, quando o criador da atração recebeu o Jornalistas&Cia em sua modesta mesa – sem paredes ou divisórias – localizada em um canto da sala. Enquanto conversávamos, um editor cuidava dos últimos detalhes do primeiro programa depois da entressafra, rumo à nova temporada. Pano rápido. Caco conta que fizera havia pouco mais uma sessão de fisioterapia. Aparenta estar exausto, mas não olha para o relógio em nenhum momento. Ele se mostra animado com a perspectiva de voltar aos gramados em breve, depois de meses longe do campo do clube SPAC. E com esse gancho conta meio sem querer que por pouco não foi jogador profissional de futebol. Poderia muito bem ter sido um ídolo e sonhava com isso. Entre os oito e os 15 anos, quando morava na Vila São José do Murialdo, na periferia de Porto Alegre, Cláudio Barcelos de Barcellos jogava em um time chamado Partenon, que era frequentado por olheiros dos grandes times do estado (leia-se Inter e Grêmio). O garoto, que jogava no ataque, era rápido e hábil, porém franzino demais para os padrões locais. “Os treinadores do Sul naquela época selecionavam mais pelo físico do que pelo talento”, conta. Ao lado do atacante Cláudio Barcelos no Partenon jogaram alguns nomes que fazem parte da história do futebol brasileiro. Entre outros, ele cita Flávio Minuano, que foi centroavante do Internacional de Porto Alegre, e Jorge Guaraci, que fez história na Portuguesa depois que deixou o Rio Grande do Sul. Já Caco acabou desistindo quando percebeu que só os grandalhões eram promovidos nas peneiras gaú- Edição 891 Página 5 Especial – Dia do Jornalista chas. Bem mais tarde, percebeu que estava errado em sua avaliação ao acompanhar as carreiras de sucesso de Zico, Romário, Djalminha e Zinho, todos franzinos como ele. Anos depois de desistir da carreira nos gramados, Cláudio Barcelos de Barcellos virou apenas Caco Barcellos quando assinou sua primeira grande reportagem. Trabalhava então no jornal Folha da Manhã e se dividia entre a redação e um táxi que pilotava por Porto Alegre para pagar o curso de jornalismo na PUC-RS. “Era um fusca sem o banco da frente do passageiro e sem cinto de segurança, que não existia naquela época. Acabei pegando um cacoete que tenho até hoje: sempre que o carro freia, eu estico o braço”. Um belo dia foi “flagrado” dentro do veículo por um dos editores do jornal. Tinha a fantasia de que aquilo pegaria mal, já que redação era lugar de intelectual. Tanto que achou que perderia o emprego, mas estava enganado. Ao saber que um dos seus repórteres era taxista, o editor encomendou na hora uma reportagem especial sobre a rotina da profissão. O foca voltou à redação excitadíssimo, mas foi informado por colegas veteranos gaiatos de que não poderia usar uma máquina de escrever já que era estagiário. Não teve dúvida. Sacou as anotações do bolso, escreveu tudo a mão e levou o material para o secretário de Redação, que avisou sobre a pegadinha. Foi então apresentado à máquina de escrever, da qual só se separou quando surgiram os computadores. Ao saber que deveria assinar o texto, pegou a caneta e escreveu como se assinasse um cheque: “Cláudio Barcelos de Barcellos”. O editor então tratou de cortar o “Cláudio” e um dos “Barcelos”, reduzindo o nome para Caco Barcellos de modo que coubesse no pequeno espaço reservado ao crédito. “Essa matéria me abriu a cabeça para a importância de estar mergulhado em uma história antes de escrever”, conta. De Porto Alegre foi para São Paulo em 1976 e ajudou a criar o mitológico e alternativo jornal Versus, então dirigido por Marcos Faerman. “Versus foi a única redação da qual fui demitido em minha vida”, lembra Caco, ao contar que a publicação funcionava como uma assembleia permanente. “Um dia chegamos e tinha uma turma querendo que nossas reportagens obedecessem à cartilha de um grupo que não lembro qual era. Achei que aquilo não fazia sentido, mas disseram que precisávamos ter compromisso com a causa operária. Votaram e nos demitiram. Naquela redação ninguém trabalhava. Passavam o tempo todo fazendo assembleia”. De São Paulo, Caco caiu literalmente no mundo. Foi perambular pela América Latina quase sem dinheiro no bolso. Desembarcava onde estava a notícia e tratava de negociar suas histórias por telefone com as redações da grande imprensa e/ou dos veículos alternativos. “Cheguei à Nicarágua completamente duro. Tinha 200 dólares. Isso não dava para uma diária do hotel onde estavam os jornalistas. O que pagavam pelas matérias era ridículo, não cobria meu custo”. Caco começou sua carreira em televisão em 1981, na Rede Globo, depois de passar por IstoÉ e Veja. E já foi direto para o Jornal Nacional. Chegou com a cabeça de repórter de revista e teve dificuldade em se adaptar ao novo formato: “Não entendiam minha preocupação com o texto. Eu ficava dez horas numa frase. Diziam que texto é texto. Tinha vergonha de usar palavras inadequadas. Queria a palavra exata, mas fui me acostumando. Eu queria explicar as coisas e não contar o que todo mundo estava vendo”. Antes de entrar de vez no time do Jornal Nacional, porém, foi submetido a um “teste”: acompanhar a equipe do também jovem repórter Ernesto Paglia: “Era uma passeata do Lula. O pau quebrou, como sempre. Tinha pedra para todo o lado e eu lá no meio gravando”. Trinta e cinco anos depois de começar na Rede Globo, em 2006 Caco Barcellos tomou coragem e apresentou à cúpula da emissora o projeto de um programa, o Profissão: Repórter: “Todos os anos a Globo recebe no mínimo 50 projetos novos. A grade é muito disputada, mas a emissora é aberta. Aliás, é um dos lugares mais abertos do mundo. Entrei nessa barca”. Profissão: Repórter começou como um quadro do Fantástico, até ganhar vida própria, em 2008. O desafio é contar a história de uma reportagem em todos os ângulos e com a produção de jovens repórteres. Ao incluir na edição os momentos difíceis, os dilemas e os bastidores da notícia, o programa caiu nas graças do público. Numa reportagem sobre a reintegração de posse de uma ocupação do movimento Sem-Teto, uma repórter ficou abalada durante a madrugada. Caco estava com a tropa de choque da PM, outro repórter com a imprensa e ela com o grupo dentro do prédio. “No momento decisivo, ela entrou em crise ao ver as crianças no colo das mães. Achou que haveria um ato de extrema violência e começamos uma discussão maravilhosa. A convencemos de que precisava estar ali e que a única coisa que podíamos fazer era uma boa reportagem”. Pai de dois filhos e uma filha, Caco frustra o entrevistador ao dizer que não cultiva hábitos excêntricos fora da redação. Depois de afirmar que divide seu escasso tempo livre com os três filhos (dois ainda moram com ele no apartamento de Higienópolis), livros e o futebol (hoje joga como ala), define sua vida pessoal como “um tédio” e diz – modesto – que sua história particular jamais renderia um filme. Mas um livro, quem sabe...? Apesar da rotina alucinante do Profissão: Repórter – que exige manter a mala sempre pronta –, revela que está “muito lentamente” escrevendo um romance de não-ficção, onde pretende contar um pouco da carreira: “Será sobre um repórter alinhavando histórias, mas ainda falta muita apuração, especialmente no Rio Grande do Sul e em países europeus. Não sei dizer quando isso vai ficar pronto. Estou muito tomado pelo Profissão: Repórter”. O jeito, afirma, será usar as horas ociosas em aviões e hotéis para consolidar o material. Mas se confessa um consumidor voraz de livros de não-ficção. Está lendo atualmente John dos Passos – Brasil em movimento, obra do romancista que veio ao Brasil fazer matérias para a revista Life e que narra as incursões dele pelo País entre 1958 e 1962. Antes, leu 1961, o golpe derrotado – Luzes e sombras do Movimento da Legalidade, de Flávio Tavares. Ele não gosta de fazer balanços de carreira. Diz apenas que sempre foi ao limite, embora muitas vezes este fosse curto e imposto pelas circunstâncias: “Nunca planejei literalmente nada do que fiz. Não sei o que vou fazer amanhã. Aliás, nem agora, aqui, eu sei o que vou fazer. Estou na entressafra (do programa). Produzimos muito de janeiro até aqui e agora estamos editando”. Sua agenda, porém, conta há dois anos com um espaço cativo dedicado à fisioterapia, processo que começou depois da fatídica lesão relatada no começo deste texto. “E cuido da alimentação religiosamente. Estou treinando os músculos para continuar jogando.” Na hora da despedida, voltamos ao tema de sua não-carreira no futebol. “O futebol mundial perdeu um ídolo”, diz, antes de cair na risada. Miriam Leitão Gosto especial para a ficção e olhos atentos à realidade Miriam Leitão confessa não saber viver sem o jornalismo e no mesmo instante em que repete esta frase reforça o desejo de continuar investindo em sua carreira de escritora. Autora de obras de impacto como Saga brasileira: a longa luta de um povo por sua moeda, que em 2013 chegou à sétima edição estimulando reflexões sobre a história recente do País, a também escritora comenta seu fervor pela realidade. Nem por isso deixa de dar os primeiros passos na ficção – ela que tem como um dos ídolos o também mineiro Guimarães Rosa. Às vezes é preciso fugir de tudo e se abrigar na ficção, diz ela, que admite ter chorado de emoção em vários momentos em que escrevia a Saga. Também foi às lágrimas durante um programa na CBN, quando se relatava o caso de violência sexual sofrida por uma menina. Sensível e feminina, Miriam ajuda a expandir o território ocupado pelas mulheres no jornalismo. A suavidade no tom de voz e na abordagem dos interlocutores não anula o vigor com que conduz as entrevistas. Tem um estilo firme ao cuidar de temas que, às vezes, transcendem a política econômica e os negócios. Sejam líderes políticos, empresários ou pesquisadores, seus entrevistados são questionados de maneira incisiva. Quando se intensificou a discussão sobre a democratização do acesso às universidades públicas, garantindo vagas para os pobres, negros e índios, Miriam saiu em defesa das quotas. Ponderou tratarem-se de recurso eficaz, se mudado e aperfeiçoado. Condenou o racismo “à brasileira” e falou da necessidade da construção de um Brasil onde a elite tenha a cara do País. Ela é casada com Sérgio Abranches, cientista político, jornalista e escritor, que recebeu o Prêmio Jornalistas&Cia/HSBC de Sustentabilidade como Personalidade do Ano em Sustentabilidade de 2011, seu parceiro inseparável em projetos e viagens pelo Brasil. Sérgio é uma das grandes personalidades do País na defesa do meio ambiente. Mãe, avó, dona de casa e, como todas as brasileiras, cuidadosa com as crianças, Miriam se emociona ao pensar sobre qual será o Brasil onde no futuro viverão cidadãos contemporâneos de Vladimir e Matheus, seus dois filhos, o enteado Rodrigo e os dois netos, Mariana e Daniel agora é Kreab Gavin Anderson | São Paulo - Rua Quintana, 950 - 9º Andar +55 11 3054-3330 - e-mail: [email protected] Edição 891 Página 6 Especial – Dia do Jornalista Militante política nos anos de chumbo, a então estudante Miriam foi presa e torturada. Eram tempos de ditadura militar. Criança em Caratinga, no interior de Minas Gerais, ela imaginava que, ao crescer, seria escritora e já se interessava por questões sociais. Sua opção como estudante era História, porém decidiu pelo Jornalismo quando entrou em uma redação. Virou repórter e há mais de quatro décadas desenvolve um trabalho premiadíssimo. Em 2013 recebeu mais uma vez o Prêmio Mulher Imprensa da Revista Imprensa e, como sempre faz nessas ocasiões, valeu-se do microfone e do direito à voz que essas iniciativas ensejam para denunciar a situação de vulnerabilidade das mulheres, sobretudo das meninas, que continuam às milhares sendo vítimas de crimes hediondos Brasil afora. Com os vários prêmios que conquistou ao longo da carreira, turbinados pelas conquistas consecutivas do Troféu Mulher e do Prêmio Comunique-se, Miriam está entre os dez mais no Ranking Jornalistas&Cia dos Mais Premiados Jornalistas Brasileiros de Todos os Tempos. Primeira profissional brasileira a receber o Maria Moors Cabot, da Faculdade de Jornalismo da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, conquistou também, entre outros, os prêmios Jornalismo para a Tolerância, da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ); Orilaxé, do Grupo AfroReggae; Ayrton Senna de Jornalismo Econômico; Camélia da Liberdade, do Centro de Articulação de Populações Marginalizadas; e Jornalismo Econômico, da Ordem dos Economistas do Brasil. O Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, foi uma de suas mais recentes conquistas e veio com Saga Brasileira: a longa luta de um povo por sua moeda. História contada por quem a vive Filha de uma professora primária e de um pastor presbiteriano, tem 11 irmãos em uma família habituada a vivenciar os anseios da população. Na prática do jornalismo econômico esta visão foi-se ampliando. Protagonista de um setor com prevalência de números, encontra razões para sensibilidade. O jornalismo econômico não deve ser uma coisa gelada... uma ata do Copom... explica a ex-menina tímida de Caratinga, na Zona da Mata mineira. Na cidade de onde saiu para ser personalidade nacional, o colégio em que estudou tem placa lembrando o orgulho em ser a escola da aluna ilustre. Durante uma festa em sua homenagem, Miriam relatou as dificuldades no início de carreira como jornalista-mulher. Alunos e professores manifestaram orgulho em tê-la como estudante. Para o público, seus momentos de enfrentamento da realidade são exemplos de determinação. E para quem acompanha sua batalha diária frente à realidade do País permanece, sempre, a expectativa de que ela continue a não gostar de sair em férias. A torcida é para que a compensação pelo estresse diário a impulsione para um intervalo dedicado à ficção. Fica-se à espera de livros como A perigosa vida dos passarinhos pequenos e A menina do nome enfeitado que ela já tem prontinhos... Cid Martins Ele narra a violência, respeita os pais, surfa e reza com os filhos ...Quando se vê passaram 50 anos! Agora é tarde demais para ser reprovado… Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio. Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas… Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo… E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo. Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz. A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará. (Trecho do poema O Tempo, de Mário Quintana, um dos autores favoritos de Cid Martins) Um ano antes de concluir o curso de Jornalismo, Cid Martins viveu um drama que indicou seu caminho como profissional. O pai, Aelson, perdeu a visão e passou a depender do rádio para ter acesso às notícias. Foi a deixa para que o jovem estudante prestasse mais atenção a um dos veículos de informação de maior credibilidade junto ao público brasileiro. Assim, estava reforçada a vocação para o radiojornalismo, onde ele inscreve seu nome entre os campeões na conquista de prêmios. Como trunfo para vencer na profissão, há um ensinamento que não veio da universidade nem das redações: Cid segue a orientação do pai e ouvinte número um. Dele, ouve críticas e sugestões e quem trabalha em rádio sabe o quanto os ouvintes são exigentes. Aelson recomenda ao filho ser antes de tudo uma pessoa, porque primeiro vem o ser humano, depois o profissional. Daí o seu cuidado na apuração dos fatos, já que nenhum furo de reportagem compensará o prejuízo eventual causado a uma pessoa. De dona Ivone, a mãe, veio a consciência que resulta no apego à família, à mulher e aos filhos. Casado com Verônica e pai de João Pedro (11) e Lorenzo (6), Cid fica permanentemente conectado para saber se está tudo bem em casa. Mesmo longe, é sagrado o contato. Foi assim, por exemplo, na cobertura da tragédia da boate Kiss, em Santa Maria, na fase de investigação sobre as causas do incêndio. Claro que há ocasiões em que a distância é um problema. Isso aconteceu durante a desocupação de um morro, no Rio de Janeiro. O clima era tenso nas horas que antecederam a expulsão dos traficantes e o início do processo de pacificação do Complexo do Alemão, mas nem por isso ele deixou de ligar. À noite, lá estava Cid Martins ao telefone, rezando e contando histórias para os meninos dormirem. Em sua opinião, isso é indispensável na formação da garotada e ele próprio, até hoje, não passa um dia sem falar com os pais. Quando cita livros favoritos, vêm à lembrança as mais recentes leituras onde se descreve o sonho de um mundo mais humano e socialmente justo, como O Exército de um homem só, de Moacyr Scliar; A cabana, de William Yong, em que o autor mostra o drama de um pai que blasfema contra Deus ante uma violência sofrida pela filha. Ou ainda Camilo Mortágua, de Josué Guimarães, cujo personagem central reflete sobre a luta de sua uma família que desde o início do Século XX enfrentou e venceu problemas causados por mudanças econômicas e políticas. Na poesia, um dos seus autores prediletos é o também jornalista e gaúcho Mário Quintana. Superar dificuldades é comum na vida de Cid Martins, a começar pela infância sem muitos recursos e os obstáculos para a conclusão do curso de Jornalismo. O excesso de trabalho influiu para tornar mais difícil comparecer às aulas e cumprir as tarefas como estudante. Se no início da carreira chegou a pular muro para fazer entrevista, hoje os desafios são outros. Sua palavra afiada mexe com pessoas e situações onde há perigo elevado à máxima potência. Quando pode, atenua o estresse fazendo yoga e se estiver em férias, desliga o telefone. Segue recomendações da esposa, que deixa bem claro: não faz questão de ter um marido herói; quer ter um bom pai para os filhos. Este personagem pleno de vida, que assegura gostar de lavar pratos e ajudar em outras tarefas domésticas, é também um galanteador. Gosta de lembrar que jamais esquece o modelo e a cor do vestido de sua esposa no primeiro dia em que se encontraram... Com os filhos, as horas de lazer incluem a procura pelas grandes ondas. Ele sai com a garotada para praticar surf. Vai cheio de disposição, mesmo se a praia escolhida estiver a 100 km de casa. Beleza é o que a gente faz. Empreender é enxergar, em cada desafio, uma oportunidade. E transformar essa oportunidade em um produto, serviço ou processo inovador. O Grupo Boticário acredita nisso. Diversificando sua atuação no segmento de beleza, atua por meio de cinco unidades de negócio, além da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. E o Grupo segue expandindo com a construção de uma nova fábrica e centro de distribuição na Bahia. Somado, tudo isso traduz o que entendemos por beleza: a capacidade empreendedora de gerar desenvolvimento, seja para nosso Grupo, seja para nossos colaboradores, seja para o país. AfAnRelacionamento195x40mm.indd 1 3/20/13 7:43 PM Edição 891 Página 7 Especial – Dia do Jornalista Giovani Grizzotti Jornalista e agitador cultural, mostra porque é feliz Um homem “sem rosto”, odiado por pessoas que aparecem ou temem aparecer nas denúncias em suas matérias, é sempre recebido com honras pelo público telespectador e ouvinte. Este contraste é uma das marcas da trajetória profissional e pessoal de Giovani Grizzotti, Repórter Farroupilha da Rádio Gaúcha de Porto Alegre e repórter especial da RBS Em um contexto onde o sonho é expor a imagem nas mídias, ele busca a discrição. Evita fotos e o foco das câmeras de televisão. É o instinto de preservação da vida... Na pequena Capão da Canoa, à beira mar do litoral gaúcho, onde iniciou a vida como repórter, nas horas vagas era vendedor de milho verde na praia e pintor de móveis em uma pequena marcenaria da família. O contato com o público consumidor serviu para nortear o rumo do profissional da comunicação. Já em Porto Alegre, passou a dedicar-se em tempo integral ao jornalismo e à cidadania. Por sua “onipresença” na mídia e no cotidiano da população, há quem duvide da hipótese de ele sair de férias. Mesmo sem interromper o ritmo da atividade, este homem sem o rosto exposto na mídia é um expressivo agitador cultural. Antes de ganhar o mundo, é necessário conhecer onde vivemos Não há quem não conheça seu trabalho nos mais de 1.500 CTGs (Centros de Tradição Gaúcha) instalados no Rio Grande do Sul e nos quase três mil em funcionamento em vários estados brasileiros. Artistas gaúchos, por sua influência, têm conquistado fama nacional e ganham estímulo para a consolidação da carreira, indo até além dos limites do mercado interno. Prudente, Giovani sabe dos riscos inerentes ao seu trabalho. Tanta vivência justifica o máximo de cuidado na apuração do farto material com potencial para ser noticiado. Nada o surpreende e, em igual proporção, tudo sugere desconfiança diante dos fatos. A desconfiança, aliás, é característica da reportagem investigativa. No seu caso, porém, o rótulo não cabe. Giovanni Grizzotti nunca se classifica como investigativo, porque acha obrigatório para todo jornalista ir fundo na análise das informações, principalmente quando sem esse esforço não seria possível divulgar com credibilidade determinado fato de relevante interesse público. Imagine uma redação atual de qualquer meio de comunicação. As pessoas estão sentadas, enquanto a matéria-prima das notícias flui via internet, telefone ou outros recursos que proporcionam praticidade e “fixam” os jornalistas nas cadeiras. Por razões assim não há mais o tête-à-tête com entrevistados e Grizzotti se nega a integrar esse cenário, defendendo a curiosidade e a disposição em não reproduzir, apenas, os dados oficiais que chegam até os veículos. Nativista apaixonado pelo jornalismo Ainda que a fonte seja velha conhecida – e há casos em que a informação vem de pessoas com quem trabalhou, tem ou teve amizade, não importa... –, o curioso repórter checa, confere, desconfia... Foi como ocorreu sua iniciação na reportagem policial e até hoje ele mantém o mesmo comportamento. Trânsito livre entre as autoridades e outras fontes de informação não o dispensa de evitar interferências capazes de causar prejuízos à veracidade na apuração dos fatos. O currículo profissional de Grizzotti registra 25 prêmios. O primeiro foi em 1978, quando recebeu o MP-RS na categoria Rádio. A partir daí Giovani diz que para sermos do mundo, primeiro, temos que ser regionais, parafraseando o pensador russo Tolstoi, para quem só é possível ser universal aquele que conhece bem a sua aldeia. Em plena era da globalização, rebate críticas de que o nativismo gaúcho seja um movimento puramente local. Quando está pilchado (usando botas, chapéu, esporas, lenço no pescoço, bombacha e outros acessórios típicos da vestimenta tradicional gaúcha), o visual mostra o cidadão militante da causa nativista. Ele é o gaúcho que se agiganta na defesa da cultura do seu Estado, na difusão da Revolução Farroupilha e no registro dos desdobramentos desta atitude libertária, que considera como um fato histórico fundamental para ajudar a incutir em todo o País o desejo de independência em relação ao domínio estrangeiro. Famoso por reportagens especiais e de grande repercussão em programas como o Fantástico, da Rede Globo, poucos conhecem sua imagem. Em compensação, as matérias com a assinatura de Giovanni Grizzotti fazem a diferença no velho e bom feedback, pois a opinião pública reage e a maioria das irregularidades que aponta no rádio e na televisão se transforma em ações do Ministério Público. Em boa parte isso resulta na necessidade de que seja testemunha nos tribunais e também já lhe rendeu processo. sua galeria tem-se enriquecido com prêmios como ARI de Radiojornalismo, CNT de Jornalismo-Rádio, SETCERGS de Jornalismo Rádio e Televisão, Cláudio Abramo de Radiojornalismo, Press de Repórter de Rádio, Vladimir Herzog de Rádio, Embratel de Jornalismo Investigativo e Prêmio Esso Especial de Telejornalismo. Mesmo longe dos prêmios e das pautas, nos acampamentos, ouvindo vanerões ou churrasqueando com amigos do gauchismo, Giovanni não se desliga do espírito jornalístico. Há momentos em que o repórter é tentado a ser o artista. Enfim, é enorme sua intimidade com o palco e o mundo da arte e espetáculos musicais. Admite que sabe cantar, porém faz questão de falar de suas habilidades como profissional da comunicação e utiliza a experiência para atuar no papel de cidadão. Observa, analisa, aproveita o contato com a realidade das ruas e do campo no interior do Rio Grande do Sul e demais Estados onde há preocupação com a preservação da cultura. De vez em quando pode ocorrer algum “estranhamento”, se alguém percebe que ali está um repórter potencialmente em busca de informação para matérias motivadas por denúncias graves. Quando a missão não é uma reportagem, imediatamente ele procura desfazer equívocos. Esclarece seu papel de difusor das manifestações culturais sem, entretanto, deixar de demonstrar a grande paixão pelo jornalismo e por mudanças positivas na sociedade. As tradições gaúchas lhe proporcionam satisfação, complementada pelo fato de ser um comunicador com características especiais. ”Sou curioso, desconfiado, apaixonado e satisfeito”, se autodefine. “Não sou jornalista apenas porque desejo mudar o mundo. Sou jornalista porque assim eu sou feliz”, diz, com o orgulho de um profissional apaixonado pelo que faz. Mauri König Uma vida premiada e o dia a dia como alvo da violência Ele era um menino que brincava nas paisagens de Foz de Iguaçu. Tudo sugeria tranquilidade junto a uma das Maravilhas da Natureza. Era pouco para ele. O garoto queria ser correspondente de guerra. Tanto fez que se tornou jornalista e acabou encontrando nas ruas o ambiente hostil dos campos de batalha Na redação da Gazeta do Povo, em Curitiba, onde é repórter especial, Mauri König faz um balanço dos principais momentos de sua vida e pensa em mudanças. Já foi espancado pela polícia paraguaia e deixado na fronteira do Brasil jogado à própria sorte. É a batalha de quem não se acomoda vendo a corrupção na pauta do dia. Sonhador, com uma trajetória profissional em que seria correspondente de guerra, de certo modo viu esse desejo atendido. Só que não há campo minado e o inimigo se confunde com o conjunto de pessoas no fluxo de pedestres ou no trânsito de qualquer cidade. Há um risco a cada esquina, um perigo que nega ao repórter o direito de ir, vir e voltar com vida. Incrível que o tempo seja de paz e exista uma interminável guerra surda que, recentemente, o fez optar por um exílio temporário. Ameaçado, principalmente em seu próprio país, é hora de reflexão e redirecionamento da carreira – tem comentado o repórter que construiu sua trajetória profissional no jornalismo investigativo. Engana-se quem acredita em possível renúncia aos projetos de matérias de impacto, nas quais desnuda figuras importantes do mundo da corrupção. Dois casamentos desfeitos e 17 prêmios depois, o repórter está no topo do ranking dos mais respeitados jornalistas brasileiros e não quer deixar de escrever. Edição 891 Página 8 Especial – Dia do Jornalista A solidão do super-herói De comportamento introvertido, beirando o antissocial, conforme sua própria definição, Mauri decidiu que a grande guinada será a partir dele próprio. Longe dos filhos e da mulher – que deixaram Curitiba recentemente por falta de segurança –, o profissional de tantas aventuras, ao estilo dos super-heróis, dá sinais de que precisa tomar fôlego, respirar e alçar novos voos. Algo precisa ser feito e numa pausa entre uma pauta e outra confessa a busca do afeto comum a qualquer ser humano. Há uns 12 ou 13 anos, uma crise emocional quase o tirou das reportagens. O corajoso repórter chegou a imaginar que a saída seria o magistério ou a literatura, setores em que projetava ter plenas condições de êxito. É autor do livro Narrativas de um correspondente de rua e participou da antologia El mejor del periodismo de América Latina. Sua preocupação é afastar a chance de qualquer interrupção na atividade jornalística. Formado em Letras e Jornalismo, pós-graduado em Jornalismo Investigativo, Mauri König se vê como uma espécie de personagem, o protagonista de uma história forçado a alterar o seu perfil para continuar em ação. Este comunicador de poucas palavras com pessoas fora do universo da imprensa está revendo conceitos. Foram tantos os momentos em que deu prioridade ao trabalho, passou horas e horas de seus finais de semana arquitetando matérias e deixou em plano secundário o descanso e o relacionamento com familiares e amigos. O trabalho o expôs, deu-lhe notoriedade, mas também o afastou de coisas primordiais. Aparentemente durão ao enfrentar obstáculos, o novo Mauri que está nascendo deve contar com mais espiritualidade e leveza. Já estão na agenda idas regulares aos médicos e um papo sério com analista para cuidar da saúde e longevidade. Se as dores vierem, a receita é não abusar de remédios alopáticos... Acupuntura deve ser uma das bases do tratamento. Isto –como o repórter espera – vai se refletir na estética e narrativa do texto. Tranquilidade para curtir as conquistas Já dá para prever... Que venham novos prêmios como Esso, Embratel categoria Região Sul, Jabuti, Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, Direitos Humanos de Jornalismo da Sociedade Interamericana de Imprensa e International Freedom Press Awards. A estante está enriquecida com tantas honrarias. E onde fica o homem, com seus sentimentos e perspectivas? Este homem permanece almejando dar conta da carga de trabalho sem abrir mão do direito ao repouso do corpo e da mente e à ampliação dos compromissos com o lazer. Muito provavelmente os novos hábitos vão levá-lo a conquistar novas amizades e aprimorar a sociabilidade. Até incluiu no planejamento a matrícula em uma academia de dança de salão. São providências mágicas, que aplacarão a ira dos denunciados por irregularidades? Com certeza, não. Não há nada mágico, reconhece. Só que, ao adotar um estilo de escrever e viver bem mais tranquilo, ao se expor na mídia sem facilitar que lhe cortem a cabeça, a pressão será atenuada e será melhor para reestruturar a vida pessoal. Serão valorizados aspectos de fatores que se fizeram a razão de torná-lo um homem profissionalmente bem-sucedido e que, bem equacionados, também devem fazê-lo satisfeito e próximo ao seu núcleo familiar. Carlos Wagner Um repórter em busca de histórias Menino, ele tinha o sonho de cuidar da saúde das pessoas. Adolescente, aderiu à contracultura e nos anos 1960 deixou o cabelo crescer, defendeu a democracia, criticou a guerra do Vietnam e aderiu ao amor livre. Até que um dia, a comida em um jornal o fez aceitar um emprego. Não demorou em se tornar repórter e ser um jornalista consagrado Muitos anos antes de se falar no surgimento de uma nova classe média brasileira, Carlos Wagner já era um exemplo de êxito para quem pertence à base da pirâmide social brasileira. Um sucesso construído sem o apoio de políticas oficiais. “Se tu vens de uma origem pobre, tu és o empreendedor de ti mesmo”, decreta. Quando criança ele se imaginava um médico quando crescesse. Acabou virando hippie e andou por aí até abandonar a ideia da Medicina e focar o objetivo na Faculdade de Comunicação. Mas mesmo assim levou o dobro do tempo para concluir o curso de quatro anos. O importante era viver a vida com a intensidade própria de sua geração. Filho de família humilde, nascido em Santa Cruz do Sul (RS), Carlos foi para Porto Alegre nos anos 1980 e se fez repórter. Venceu a partir do seu primeiro contato com a redação do histórico Coojornal (produzido e dirigido só por jornalistas), para onde foi atraído pela comida oferecida pelo jornal... Sua atuação não era propriamente uma atividade jornalística. Passava as horas organizando e fazendo funcionar o Departamento de Circulação. Para valer mesmo foi sua temporada em Carazinho, município com pouco mais de 60 mil moradores, distante 284 km da capital gaúcha. Trabalhou no jornal Interior e depois voltou para a cidade grande. Hoje, estabelecido em Porto Alegre, é repórter especial do Zero Hora e tem um portfólio de trabalho reconhecidíssimo. Está entre os dez jornalistas com maior número de prêmios no País. São quase 40 conquistas. É um dos líderes no Ranking Jornalistas&Cia dos Mais Premiados Jornalistas Brasileiros de Todos os Tempos. Também transita com facilidade na área da Literatura. Algumas de suas principais obras são A saga do João sem Terra; Brasiguaios: homens sem pátria; O Brasil de bombachas; e País bandido – crime tipo exportação. Escreveu também o conto-reportagem Lições da estrada e o livro/CD-ROM Zero Hora – 45 reportagens que fizeram história. Devorador de caminhos Elegante, este senhor de ralos cabelos cor de prata, nascido na primavera de 1950, é um adepto dos suspensórios na composição de um figurino que o ajuda a se destacar entre os jovens na redação. Se bem que é na rua, lá no mundo exterior, o lugar onde Carlos Wagner encontra seu habitat natural. Sou repórter e ando pela vida em busca de histórias, costuma dizer. Formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Wagner argumenta que a escola forma jornalistas, já os repórteres se formam na estrada. Apontado como um verdadeiro devorador de caminhos, não se intimida se tiver necessidade de andar dezenas de quilômetros para cumprir uma pauta. É assim, por exemplo, que Carlos Wagner foi encontrar brasileiros na fronteira com países sul-americanos, onde eles estão construindo a economia da região, correndo risco de vida e enfrentando a ameaça da perda de suas propriedades. O resultado de peregrinações como essa vai além do mero conceito de reportagem e se transforma em material rico em informações para estudos em várias áreas do conhecimento. As histórias que ele busca – onde quer que estejam – esclarecem pontos obscuros e contribuem para o registro da vida real e atual do Brasil. Famoso como jornalista, pouco se sabe a respeito do indivíduo, do ser humano Carlos Wagner. Talvez porque sua proposta seja de em nenhum momento sobrepor-se à importância do fato, da informação e da notícia. O tempo de hippie e da contracultura ficou nos distantes anos1960 do Século XX e apesar disso, agora, em tempos de consumismo e hábitos burgueses, Carlos prefere o despojamento, a paz e o amor em vez de conflitos. Escolheu a vida simples da média das famílias, faz concessão ao casamento (enfim... foram quatro!) e gosta de estar com a mulher e os filhos. Só não comenta muita coisa sobre o trabalho. Quando está em casa, procura curtir o momento e descansar para logo, logo, voltar à estrada e continuar a ser repórter enquanto sentir a pulsação da vida. Vem aí a quarta edição do Prêmio Jornalistas&Cia/HSBC de Imprensa e Sustentabilidade! Prepare suas pautas e matérias e aguarde a abertura das inscrições! Serão mais de R$ 100 mil em prêmios e um importante upgrade no currículo! Edição 891 Página 9 Especial – Dia do Jornalista Clóvis Rossi Com o Barcelona, onde o Barcelona estiver Clóvis Rossi orgulha-se de nunca em sua carreira na Folha de S.Paulo (e lá se vão 33 anos) ter pedido aos chefes na redação para tirar uma folga além dos fins de semana e das férias. Toda vez que circulavam as tradicionais escalas de descanso das equipes que haviam trabalhado nos plantões de Ano Novo, Carnaval ou Natal, ele ignorava. Mas depois de cobrir mais uma vez o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, no último mês de janeiro, decidiu pela primeira vez quebrar essa tradição em nome de uma boa causa: passar 15 dias com a esposa passeando pela Itália antes de entrar de cabeça na cobertura das eleições naquele País: “Eu tinha férias para tirar e emendei com a folga de Carnaval. De Davos fui direto para a Itália, onde alugamos um apartamento em Milão”. Depois de visitar Bologna e Verona, o casal decidiu passar o Carnaval em Veneza. A lua de mel fora de época estava indo muito bem, obrigado, até que o celular de Clóvis tocou freneticamente durante uma travessia no tradicional vaporetto, a embarcação que serve de táxi para os venezianos e turistas. O visor do aparelho indicava que era alguém da redação. Deu aquele frio na barriga. “Você pode falar com a Vera (chefe de especiais do jornal) sobre a renúncia do Papa?”, perguntou a voz do outro lado. “Na hora achei que se tratava de um trote. Isso nunca aconteceu em 600 anos na Igreja. Mas era verdade”. Depois de voltar correndo para Milão para pegar as malas e cancelar as reservas da etapa seguinte da viagem, em Florença, Clóvis e a esposa desembarcaram em Roma. “Eu viajo menos do que gostaria e mais do que o orçamento do jornal permite. Desta vez passei quase 50 dias fora, mas tive que encurtar as férias”. Uma vez na terra do Papa, repetiu o mesmo ritual de todas as coberturas que fez ao longo da carreira. Passou em uma banca de jornais e comprou tudo o que viu pela frente. Depois, cercou-se de livros sobre conclaves, perfis de papas e afins. E submergiu naquele mundo: “Sou muito inseguro e sempre me sinto como se fosse a primeira cobertura. Me cerco de toneladas de informação. Faço um arquivo monstruoso, mas acabo não usando nada. Minha obsessão é fazer dossiê. Compro livro, revista, jornal, tudo. Só consigo escrever quando acho que entendi o foco do assunto”. Apesar de ter acompanhado outros conclaves, Clóvis diz que esse é o tipo de cobertura mais difícil de se fazer: “É ruim porque não tem fonte. Eu conhecia dom Geraldo Magela [arcebispo-emérito da Arquidiocese de Salvador, na Bahia]. Fiz uma entrevista com ele por telefone. Eu em Roma e ele ainda em Salvador. Os cardeais do conclave não falam e quando falam dizem só platitudes do tipo: ‘Será feita a vontade do Espírito Santo’”. Nos dias que antecederam a fumaça branca que anunciou Francisco, Clóvis e todos os demais colegas foram reféns das informações do porta-voz do Vaticano e dos pitacos dos vaticanistas. “Esses erram mais do que colunista. Todos erraram. Ninguém acertou. Nem sei se é verdade que o Papa foi segundo com mais votos no conclave anterior. Ninguém viola o sigilo”. De volta ao Brasil, o colunista da Folha retomou a sua rotina. Desde 1987, quando assumiu a coluna na página 2, ele não fica mais redação do 4° andar do prédio do jornal, na rua Barão de Limeira. Subiu para uma salinha no 9° andar mas não dá expediente regular: “Nós últimos anos tenho trabalhado em casa. Parto do principio de que vivo de notícia. E a notícia não está aqui, ela está na rua”. Nos últimos tempos, Clóvis tem viajado menos. Mas isso não o incomoda. ”Nasci em redação e a rotina dentro dela nunca me incomodou. O que me incomoda é o trânsito. É perder uma hora para chegar ao jornal e outra para voltar. São duas horas da vida jogadas fora por dia. Isso quando não chove. É um crime”, diz, emendando uma pergunta em seguida. “O que você faz dentro de um carro além de ouvir rádio? Nada. Essa mudança me desestressou de maneira fantástica”. Como mora a dez quilômetros da Folha, perto do aeroporto de Congonhas, ele concentra sua agenda de compromissos na Folha de S.Paulo sempre no mesmo dia e fora do horário de pico. Esta entrevista aconteceu em uma 3ª.feira ao meio-dia. Com dois de seus três netos crescidos e na faculdade, seu xodó atualmente é a pequena Alice, de quatro anos, que é muito agarrada com o avô. Clóvis conta que gasta o restante de seu tempo basicamente assistindo futebol. E faz uma confissão: “Tenho um projeto que nunca vai se realizar: ser setorista da Champions League. Eu pagaria para ver 99% dos jogos. Se alguém me pagasse o que eu pagaria para ver, não existiria melhor profissão do mundo”. Se um gênio da lâmpada surgisse do nada e realizasse o pedido, as pautas já estariam todas na ponta da língua. “Tem jogador brasileiro em pencas na Europa. São 66 ao todo na Champions. Daria para montar seis times. E mais: como vive, por exemplo, o Wagner Love em Moscou? Deve ser uma pauta fantástica. O cara sai de Bangu e vai parar na Rússia. Como ele se comunica com o treinador? Como organiza pagode? Como aguenta o frio? Que negócios giram em torno disso além do jogo em si? E ainda por cima trabalharia seis meses por ano, que seria outra grande vantagem”, brinca. Apesar de ser oficialmente palmeirense, o colunista se diz hoje um torcedor fanático do Barcelona: “Fiz uma coluna dizendo isso, coluna que rendeu muito xingamento. Disseram que eu tinha traído o Palmeiras e trocado o time pelo Barcelona”. Clóvis não se abalou e seguiu dando preferência ao time catalão. “Assisti a alguns jogos do Palmeiras nessas últimas semanas. Não dá, não dá... Aquilo não é futebol. É muito ruim. Não sou masoquista. Sou de uma época que o Palmeiras disputava o título, sempre. Meu sentimento todo hoje está com o Barcelona”. Falou e disse, sem medo de enfrentar a ira da Mancha Verde, temida torcida uniformizada do time – como, aliás, são todas as demais. Pudera. Ser alvo faz parte da rotina desde sempre. Seja nos tempos da ditadura, de FHC ou na era Lula, ele recebeu bombardeio de todos os lados: “Se eu fosse levar a sério os indigentes mentais dos dois lados (PSDB e PT) já teria desistido da profissão há muito tempo. Os tucanos me rotularam como petista e os petistas como tucano”. Clóvis conta que até na cobertura da renúncia e sucessão do Papa sua caixa de e-mail foi tomada de petardos. “Eu critiquei a omissão (do Papa Francisco) na época da ditadura argentina, o que considero uma coisa imperdoável. Me chamaram de ateu, anticlerical e disseram que não gosto do Papa por ser argentino. Que bobagem! Eu vivi na Argentina, onde fui correspondente. Adoro aquele país e os portenhos”. A propósito, sua atual leitura é justamente Os Argentinos, de Ariel Palacios. Antes, leu Outro Israel, de Uri Avnery. A lista de autores favoritos é extensa e ecumênica, de Shakespeare a Machado de Assis, passando por livros de jornalismo: “Todos ajudaram na minha formação”. Antes de encerrar a entrevista, insisto em saber o que ele seria caso não fosse jornalista. A primeira resposta é diplomata, carreira que só não seguiu porque não tinha idade para prestar o vestibular do Rio Branco e acabou indo mesmo de Jornalismo, na Cásper Líbero. A outra opção era jogador de basquete, esporte que praticava até há pouco tempo com os veteranos da ACM de Pinheiros: “Fui campeão sul-americano jogando pelo Sírio juvenil. Quando estava indo para a equipe principal, arrumei emprego em jornal e tive que escolher”. Escolheu o jornalismo por uma razão banal: o basquete conseguia pagar menos do que a redação. Deu no que deu. Edição 891 Página 10 Especial – Dia do Jornalista Marcelo Canellas Repórter de alma interiorana Ele já fez de tudo no jornalismo, de reportagem policial a cobertura de massacre de trabalhadores na zona rural e Copa do Mundo da França Direitos humanos e sociais estão no seu DNA, destacando-se no currículo profissional, no qual despontam também fatos curiosos. Nas viagens pelo sertão do Brasil, chegou a ficar cara a cara com uma onça. Tremeu de medo, bastava um pulo do “gato” para ter virado uma refeição. Certa vez mentiu para aliviar a pressão numa batida policial, que abordou de forma pouco gentil a equipe de reportagem no meio da floresta, repleta de conflitos agrários. O temível episódio, no entanto, virou piada, como veremos mais adiante. Por fatos como estes, e centenas de outros, é que Marcelo Pasqualoto Canellas, um dos mais premiados jornalistas do Brasil, tem um sonho, que pretende realizar em breve: escrever um livro. “São 25 anos de estrada. Revendo as coberturas que fiz, as coisas que vi, percebi que é tudo ligado ao interior; meu sonho é escrever um livro com a alma interiorana”, afirmou Canellas numa rápida entrevista no saguão do aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Nos dias seguintes, seria quase impossível encaixar um tempo para bate-papo por causa da programação de uma reportagem que faria na capital paulista para o Fantástico, da Rede Globo, onde integra o núcleo de reportagem especial de Brasília. Embora possa ser encontrado num dia no Rio Grande do Sul, no outro no Pará, ou no chaco matogrossense, é em Brasília que está com a vida estruturada. Divorciado, dispensa prioridade aos dois filhos – Pedro, 11, e Gabriel, 7 –, de cuja companhia procura desfrutar em todos os momentos possíveis. O sentimento interiorano, no entanto, fala forte, mesmo envolvido pela urbanidade da Capital Federal. A compensação foi a compra de quatro hectares de terra, na região de Sobradinho, cidade-satélite da capital. No terreno tem pequenas plantações de feijão, milho, mandioca. “Pego os guris e vamos pra lá”, disse. Essa relação com a terra acompanha Canellas desde criança. Seu pai e um irmão são agrônomos e a mãe, professora de História. Ele próprio iniciou faculdade na área de Agronomia, mas logo percebeu que gostava de relatar acontecimentos em geral, e tinha muita curiosidade, especialmente por casos policiais. Não titubeou, direcionando os estudos para Jornalismo. Nasceu em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul. Pouco depois a família se mudou, fincando raízes em Santa Maria, local da tragédia que ceifou mais de duas centenas de vidas de jovens no início deste ano: “Sempre me imaginei fazendo uma grande matéria sobre a cidade, uma coisa diferente, nunca uma catástrofe. Pedi para ficar fora da cobertura. Relutei, mas acabei indo, só que com muita tristeza. Foi estranho”. Para se ter um idéia da paixão dele por Santa Maria, o pequeno sítio de Sobradinho é nominado Boca do Monte, homenagem ao “sobrenome” popular pelo qual a cidade gaúcha é conhecida. Canellas guarda inúmeras recordações de Santa Maria, como as das atividades no movimento estudantil em meados da década de 1980, com a ditadura dando seus últimos suspiros. Foi presidente do centro acadêmico da faculdade e do DCE da Universidade Federal, e integrou a executiva nacional da UNE: “Era muita agitação, manifestação pra tudo, da educação a protesto contra aumento de passagem de ônibus”. Gostava das reuniões, e não perdia festa, sempre na agenda. O futebol idem. Perguntado se era bom de bola, só deu um sorriso, e explicou que atuava de volante, completando, “avançado”: “Eu adorava o Falcão”. Com 1,75 m e 78 kg, ainda hoje gostaria de bater uma bola, mas, aos 47 anos, é difícil arrumar turma nessa faixa etária. Então, resta a emoção dos jogos do Internacional, time do coração, do qual ele tem na ponta da língua todas as principais formações da década de 1970. E, no momento, está esperançoso com Dunga na direção da equipe: “Parece estar dando um jeito no time”. Semanalmente, o vínculo com o Sul é realçado pela crônica que escreve no Diário de Santa Maria. Foi nesta cidade que deu o pontapé inicial da atividade na tevê, na RBS, afiliada da Globo. Na época, os recursos limitados da emissora local, com equipe reduzida, levavam os jornalistas a fazerem um pouco de tudo, condição que o conduziu ao aprendizado de variadas funções na profissão. A coluna também tem espaço no jornal A Cidade, de Ribeirão Preto, interior paulista, o segundo centro onde trabalhou, durante cerca de três anos, e que praticamente abriu o sonhado espaço da grande reportagem, com a qual passou a mostrar sua competência na emissora. “Viajo demais, estou na Globo desde 1990”, afirmou, sem tom de reclamação. Ao contrário, gosta muito, bem como aprecia os “causos” com que topa nas suas andanças pelo País. O encontro com a onça, por exemplo, não foi exatamente uma surpresa. Sempre viaja em parceria com experientes repórteres cinematográficos, sendo os preferidos Luiz Quilião e Lúcio Alves. Já noite, chegou ao alojamento e estranhou Quilião empunhando um facão. “Tem onça rondando”, ouviu o alerta. Acordou bem cedinho e riu ao ver o companheiro ainda abraçado ao facão e bradando: “Morro, mas morro peleando!”. Canellas afastou-se para esvaziar a bexiga no mato e quando se deu conta, a poucos metros, a onça, uma parda, o encarava. As pernas bambearam, um medo terrível atingiu a espinha como raio, só deu tempo de dar um berro, de susto. Foi a onça correndo para um lado e ele para o outro. Sorte que a bexiga já estava vazia. Hoje ele conta rindo. O caso da abordagem policial aconteceu numa estrada de fim de mundo, na região de São Félix do Araguaia, entre Tocantins e Mato Grosso, em 2007. Foi uma interceptação truculenta. O veículo em que a equipe viajava não portava nenhum logotipo para reconhecimento. Sem dar ouvidos às identificações verbais, os policiais foram logo mexendo na aparelhagem, filmadoras, baterias. Assustado, Canellas decidiu apelar. Disse que os equipamentos eram monitorados por satélite. Portanto, em Brasília a emissora sabia onde eles estavam. Imediatamente, a postura dos policiais mudou e a equipe foi liberada. O satélite era um blefe. “Seu” Carlos, o sertanejo de cerca de 80 anos, contratado como guia para a reportagem, ainda muito assustado, e já distante dos policiais, aliviado, desabafou: “Deus seja louvado e abençoe esse tal de satélite”. A equipe caiu na gargalhada. Essas são curiosidades da vitoriosa carreira de Marcelo Canellas. Entretanto, não se pode deixar em branco, sem quaisquer citações, passagens de grandeza do desempenho de Canellas na reportagem, repleta de premiações. Foi assim nas coberturas do impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello, da chacina da Candelária, do massacre dos sem-terra em Eldorado dos Carajás, na série sobre a fome no Brasil, agraciada com a medalha ao mérito da ONU, entre outros prêmios. Neste Brasil de rincões inexplorados, e praticamente desconhecidos, produziu a série Vaqueiros e Peões, a série Terra do Meio, mostrando os conflitos agrários no sul do Pará (foi nessa reportagem que ocorreu a abordagem policial, contada por ele de forma descontraída, mas que mostrou como era a tensão e a truculência na região, exigindo coragem na cobertura jornalística). Currículo invejável, que gera expectativa por futuras reportagens, e pelo novo e sonhado desafio, o livro. www.portaldosjornalistas.com.br Perfis biográficos dos jornalistas brasileiros e o noticiário com o vaivém profissional Jornalistas&Cia é um informativo semanal produzido pela Jornalistas Editora Ltda. • Tel 11-3861-5280 • Diretor: Eduardo Ribeiro ([email protected]. br) • Editor-Executivo: Wilson Baroncelli ([email protected]) • Editor-assistente: Fernando Soares ([email protected]) • Assistente de redação: Mariana Ribeiro ([email protected]) • Editora-regional RJ: Cristina Vaz de Carvalho, 21-2527-7808 ([email protected]. br) • Correspondente: Kátia Morais (DF), 61-3347-3852 ([email protected]) • Diagramação e Programação visual: Paulo Sant’Ana (santana@santanabiro. com.br) • Assinaturas: Silvio Ribeiro, 11-3861-5283 ([email protected]) • Novos negócios: Oswaldo Braglia Jr. ([email protected]). Edição 891 Página 11 São Paulo Peter Moon deixa Época e Michele Oliveira, a Folha de S.Paulo n Michele Oliveira deixou a Folha de S.Paulo nesta 3ª.feira (2 /4), após quase dois anos como editora da revista são paulo, que circula aos domingos com o jornal, e já na próxima 2 ª (8 /4) assume o cargo de e d ito ra d a rev ist a B am b o o (Editora Turquesa), reportando- -se à diretora de Redação Clarissa Schneider. A revista, que aborda arquitetura, arte e decoração, está completando dois anos neste mês. Essa foi a segunda passagem de Michele pela Folha, onde entrou pela primeira vez em 2002, tendo atuado em Brasil (atual Poder) e na Folha Corrida. Na revista sãopaulo, onde integrava desde 2011 a equipe de Cleusa Turra, Michele ajudou no processo de consolidação editorial e comercial da publicação, criada em 2010 para substituir a Revista da Folha. zação da Muda Práticas (www. mudapraticas.com.br), empresa que ela dirige e que tem o marido Marcos Mauro como parceiro. Em formato inclusivo (usa linguagem de sinais para o público com deficiência auditiva), a série aborda temas como consumo responsável, mobilidade urbana, permacultura urbana, preservação ambiental, redução e destinação de resíduos, cidadania e equidade social, e sustentabilidade como fonte de renda e de economia. Heloísa, que foi por 13 anos da Abril, conta como começou a se interessar pelo tema: “Nos anos 1980, na Abril, tive o privilégio de participar da equipe da primeira publicação que tratava de sustentabilidade (embora na época não existisse o termo). Foi a Vivavida, dirigida pelo Alberto Dines, com a Judith Patarra como redatora-chefe. Fui editora-executiva dessa belíssima publicação que questionava e propunha novas reflexões sobre hábitos de alimentação, locomoção, moradia etc. Infelizmente, durou apenas um ano e meio, por falta de anunciantes. Foi participando e discutindo essa revista que despertei para essa tal de sustentabilidade. O Dines, mestre visionário, há 30 anos já trazia essa reflexão para o público em geral. Imagine nos anos 80 a gente falando de reduzir o uso do carro, de preferir legumes e frutas de época e sem agrotóxicos, de ter horta em casa (que é hoje a permacultura urbana) etc. e tal...”. Dois exemplos do Minuto Sustentável podem ser conferidos em http://migre. me/dWgpP e http://migre.me/ dWgw1. n A InPress Porter Novelli passou a responder pela comunicação e estratégias de relações públicas da divisão de câmeras digitais e pela administração das mídias sociais da Fujifilm, empresa que está no Brasil desde 1958. A conta, com direção de Juliana Damigue e atendimento de Emília Spirlandelli, traz na gestão digital a diretora de núcleo Renata Santiago e o diretor criativo Adriano Brandão. E-mails formados por nome.sobre [email protected]. n A Casa da Notícia, de Nereu Leme, comemora a chegada de três novos clientes ao núcleo de relacionamento com a imprensa: DLA Entertainment, de desenvolvimento e distribuição de conteúdo digital para tevê, internet e dispositivos móveis; Toshiba Medical, divisão de desenvolvimento e tecnologia da área médica; e Preto Advogados, que atua em diversas áreas, como tributária, fiscal, penal, econômica e internacional. O atendimento da DLA e da Toshiba Medical estão a cargo de Mariana Vieira, sob coordenação de Marcos Camargo Jr.; a conta da Preto Advogados fica com Carlos Thompson. E-mails formados por [email protected]. n A Communica Brasil é a nova assessoria de imprensa da Wappa, empresa de pagamentos e gerenciamento de despesas por meio do celular, para clientes corporativos. No atendimento Marcela Martinez, com coordenação da sócia-diretora Andréa Funk. E-mails formados por nome@ communicabrasil.com.br. n A DFreire anuncia a conquista das contas de Abramundo, empresa brasileira que cria, desenvolve, produz e implementa metodologias e materiais educacionais para o aprendizado de Ciências no Ensino Fundamental, que terá direção de Luciana Abritta ([email protected]); e de MegaMatte, rede que comercializa mate em 104 unidades espalhadas por cinco estados brasileiros, e com atendimento no Rio de Janeiro por Fabíola França (fabiola@) e em São Paulo por Liane Mota (liane@), sob direção de Debora Freire (debora@) e José Luiz Chaves (joseluiz@). n O Grupo Máquina conquistou a conta da Reed Exhibitions Alcantara Machado, para atendimento à imprensa de Fenatran, ExpoFenabrave e Auto Esporte Exposhow. A conta terá coordenação da diretora Renata Asprino, com atendimento de Adriana Pedroso e Igor Taborda. E-mails formados por nome.sobrenome @grupomaquina.com. n A Sing é a nova responsável pela assessoria de imprensa da A2F, empresa especializada em soluções críticas na área de Tecnologia da Informação, com foco em projetos de desenvolvimento, integração de aplicativos, sistemas de gestão de dados, virtualização e serviços para data centers. Atendimento de Danilo Reis ([email protected]. br), com direção de Tatiane Dantas (tdantas@). Agenda-SP n No mesmo dia, a partir das 19h30, Sérgio Pereira Couto lança Os arquivos secretos do Vaticano (Gutenberg), livro que aborda temas guardados pelo Vaticano em 800 anos de história, como documentos, correspondências, diários de papas, processos da Inquisição e papéis confidenciais. Na Livraria Martins Fontes (av. Paulista, 509). 6/4 (sábado) – n A Faculdade Cásper Líbero promove o seminário Caminhos da pesquisa em comunicação no Brasil, objetivando estabelecer uma reflexão sobre as principais questões teóricas, epistemológicas e institucionais relacionadas com a constituição e as dinâmicas da área da comunicação no Brasil. Mais informações no www. casperlibero.edu.br. n Terceira edição do Encontro com autores e ideias, promovido por Mona Dorf em parceria com o Governo do Estado de São Paulo. Nesta sessão, o convidado é Marçal Aquino, que falará sobre Literatura e Cinema. Às 11h, na Biblioteca de São Paulo (av. Cruzeiro do Sul, 2.630). Entrada franca. 9/4 (3ª.feira) – n O Programa de Administração de Varejo da FIA e a Felisoni Consultores Associados apresentam os resultados da Pesquisa trimestral de intenção de compras no varejo – abril a junho de 2013. A partir das 10h30, na Unidade Pinheiros da FIA (rua Navarro de Andrade, 152). n No mesmo dia, a partir das 18h30, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional (av. Paulista, 2.073), Ivan Marsiglia lança A poeira dos outros – Um repórter na Casa da Morte e mais 19 histórias (Arquipélago). A obra reúne 20 reportagens do atual editor-assistente do caderno Aliás, do Estadão, e que em sua carreira acumula passagens por Playboy e Trip. 10/4 (4ª.feira) – n A Faap promove a segunda edição do programa Faap Brazil Debriefing, série de encontros gratuitos de debates sobre os grandes temas da agenda internacional que norteiam as pautas nas redações. Realizado pelo curso de Relações Internacionais da universidade para jornalistas que cobrem o setor, com condução de professores da Faculdade de Economia e a participação de convidados de consulados, embaixadas e organismos internacionais, este encontro será sobre a China, o Brasil e a mudança de eixo, apresentado por Clodoaldo Hugueney, ex-embaixador do Brasil naquele país. Das 11h às 12h15, no Centro de Criatividade e Empreendedorismo da Faap (rua Alagoas, 903 – Prédio 3). Informações com Iracema de Carvalho (iracema.carvalho@ wnp.com.br) ou Fabiana Dourado ([email protected]. br), pelos 11-3662-7270 / 7271 / 98912-5359. numa chácara da cidade, inclusive familiares. Integram o time de ex-alunos profissionais como Gilson Moreira (ex-FSB e Máquina da Notícia, atualmente na Quip), José Alberto Bombig (Folha de S.Paulo), Mariza Vaz (TV TEM), Zelda Melo (TV Globo), Lucas Machado (Revista Hipismo), Lucy Miguel (Revista Na Mochila) e Luciane Murae (ex-Telefônica), entre outros. “Vai ser um encontro para contar histórias, comer churrasco e relembrar, onde a única taxa é rachar o aluguel do local”, explica Gilson, um dos organizadores. Contatos com Lucas Machado no 14-9118-6923. n Após cinco anos cobrindo Ciência e Tecnologia em Época, Peter Moon deixa a revista para um período sabático. Peter foi diretor de IstoÉ Online e editor de IstoÉ, e antes passou por IDG, Folha de S.Paulo e revista Brasileiros. Seus contatos são petermoon@ yahoo.com e 11-97287-5050. Heloísa Sobral estreia na telinha n Heloísa Sobral (hsobral@ mudapraticas.com.br e 11-50561111) está estrelando a série Minuto Sustentável, levada ao ar desde a semana passada pela TV Osasco (canal 6 da NET Osasco) e nas emissoras vinculadas à Associação dos Canais Comunitários de São Paulo (Acesp), que alcança outros 30 municípios. São 15 programetes, com 16 veiculações de cada um ao longo do mês, perfazendo 240 inserções rotativas de um minuto. Todos ficam também armazenados no youtube. A série é uma ideali- Dança das contas-SP In Press fecha com a Fujifilm 5/4 (6ª.feira) – n Lançamento do livro Na trilha da cultura, de Liz Wood e Clarissa Rocha, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional (av. Paulista, 2.073), às 18h30. A obra apresenta um reconhecimento ao trabalho de educadores, principalmente do Ensino Fundamental, em escolas públicas e privadas, e conta com a participação de convidados como Rubem Alves, o cartunista Ziraldo e o técnico de voleibol da seleção brasileira, Bernardinho. Patrocine os Jornalistas de Arquitetura e Construção 11-3861-5288 ou 3861-5283 Clique aqui para conhecer a comunidade São Paulo – Interior n Para celebrar seus 20 anos de formatura, colegas do curso de Jornalismo da Unesp de Bauru reúnem-se neste fim de semana (6 e 7/4) em uma grande festa Edição 891 Página 12 São Paulo – continuação Assessorias-SP Antonietta Varlese começa na Accor n Antonietta Varlese assumiu a Gerência de Comunicação Corporativa e Desenvolvimento Sustentável na América Latina do Grupo Accor, reportando-se diretamente ao CEO Roland de Curtas-SP n Aos 86 anos Helle Alves, ex-Diários Associados, lança na capital paulista em 18/4, a partir das 19h, na Livraria do Espaço – Espaço Itaú de Cinema (rua Augusta,1475), Eu Vi – Quando mataram Che Guevara e outros momentos da História. Nascida em Itanhandu (MG) em 1926, Helle participou de episódios importantes da história da segunda metade do século passado do País e da América Latina, como a morte de Che Guevara, a inauguração de Brasília e os Patrocine os Jornalistas de Comunicação, Propaganda e Marketing 11-3861-5288 ou 3861-5283 Clique aqui para conhecer a comunidade Bonadona. A executiva, que já havia atuado na empresa anteriormente, teve passagens por Dow Química, Louis Dreyfus Commodities, British American Tobacco (Souza Cruz) e Citibank. festivais de MPB que revelaram Chico Buarque, Caetano e tantos outros nomes de nossa música. Moradora de Santos desde 1992, onde se dedicou à causa dos idosos, diz que a escolha pela cidade foi seu destino e sua sorte. Do apartamento próximo ao Canal 1, saíram as primeiras linhas do que seria só um rabisco de memórias e se transformou nesse livro. n O Pulo do Gato, da Rede Bandeirantes, completou nesta 3ª.feira (2/4) 40 anos sob comando de José Paulo de Andrade. Não se tem notícias de uma atração que esteja há mais tempo no ar no Brasil com um mesmo apresentador. Em fevereiro passado, Zé Paulo completou 50 anos de Bandeirantes (ver http://migre. me/dWtPP) e soma 53 “com um único patrão”: a família Saad, dona da então Rádio América, onde começou sua carreira como radioescuta. Ele apresentava o Jornal Falado das 7 quando, em 1973, n Andreza Tibana passa a integrar a equipe da Bluebox como coordenadora de Inteligência Digital. Vinda da agência de social media do grupo Mint, ficará responsável pelas mídias online da aceitou o “desafio” de ancorar um jornalístico na faixa das 6h da manhã, até então dominada por programas sertanejos. O nome Pulo do Gato deve-se justamente a isso: “Foi um ‘pulo do gato’ na concorrência”, explica Zé Paulo, que diz levantar às 4h para “acordar a emissora”. Aos sábados, o apresentador é rendido pela coordenadora de Produção Silvania Alves, que está no programa há duas décadas. n A Exame PME, dirigida por Maria Luísa Mendes, firmou parceria com o portal do Programa de Aceleração do Crescimento para Pequenas e Médias Empresas (www.pacpme.com. br) para possibilitar acesso ao conteúdo da revista aos usuários do portal, investidores, acionistas e empresários. O acordo também prevê atividades educacionais elaboradas em conjunto com as empresas de pequeno e médio porte, a fim de aprimorar a com- empresa (redes sociais, hotsites e websites). A Bluebox conta com assessoria de imprensa da Holofote, a cargo de Stephanie Mazzarello (stephanie@holofote. com). petitividade, a governança e o acesso ao capital de crescimento; e ações conjuntas de marketing e promoções. n Para celebrar seus 70 anos de fundação, a rádio Gazeta AM está transmitindo uma série de reportagens especiais em que conta sua trajetória. Prevista inicialmente para 12 capítulos, a série pode ainda ser ampliada, já que, segundo a emissora, não há prazo limite para o fim das homenagens. As reportagens estão disponíveis em http://www.gazetaam.com. Patrocine os Jornalistas Correspondentes Estrangeiros 11-3861-5288 ou 3861-5283 Clique aqui para conhecer a comunidade Minas Gerais (*) Júlio Domingos assume Jornalismo da Band em Minas n Júlio César do Prado Domingos é o novo diretor de Jornalismo do Grupo Bandeirantes em Minas. Ele já passou por diversos setores do grupo, como Assessorias-MG n Ernesto Boaviagem assumiu a Assessoria de Comunicação Social da SLU-BH (31-3277-9343), mas continua atuando na Supra, empresa da qual é sócio. n Na Zoom, registro para a chegada de Aline Viana, ex-assessora da Rede Morar, e Nathália Gorito, que era repórter da Revista Fotos e Festas. Curtas-MG n O Diário do Comércio começou a publicar o DC RH, página temática produção, reportagem, edição e coordenação de Jornalismo na sucursal do Triângulo Mineiro, e agora será responsável pelo conteúdo produzido por Band sobre assuntos relacionados à área de recursos humanos, que vai circular quinzenalmente, 5as.feiras, no caderno de Negócios. Sugestões de pautas para gestaoenegocios@ diariodocomercio.com.br. n Rogério Faria Tavares tomou posse na cadeira nº 71 do Instituto Histórico Geográfico de Minas Gerais, cujo patrono é o padre Veiga de Menezes, considerado o precursor da imprensa no estado. n A Revista Ragga, do grupo Diários Associados, deixou de circular. Minas, BandNews FM, Metro e TVO (que transmite programação exclusiva de tevê em ônibus da capital). n Kátia Máximo (31-2126-8022 e n Inconfidência é o nome do jornal de circulação dirigida produzido em Belo Horizonte por militares do Exército, com textos que abordam causas e consequências da chamada “revolução de 1964”, que completou 49 anos no último dia 31 de março. O editor-redator é o coronel Carlos Cláudio Miguez (31-3344-1500 e jornal@ jornalinconfidencia.com.br). n Com as participações do arquiteto Gustavo Penna e do advogado e especialista em Direito Imobiliário Kênio Pereira, [email protected]. br) substitui a Neide Magalhães, editora-chefe da Revista Encontro, nas férias desta. o Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais começou a discutir em março a construção de seu edifício-sede. Segundo Eneida da Costa, presidente da entidade, haverá outras assembleias para continuar discutindo o tema, pois os associados é que definirão o que vai ser feito. n Interface (assessoria de imprensa) e Ideia (relações públicas) estão entre os Melhores da Comunicação Mineira de 2012 no Prêmio Minas de Comunicação, cuja festa foi realizada em 26/4, na CDL-BH. (*) Com a colaboração de Admilson Resende ([email protected] – 31- 8494-9605), da Zoom Comunicação (31-2511-3111 / 8111) De papo pro ar Malemolência baiana Assis Ângelo, jornalista, estudioso da cultura popular e presidente do Instituto Memória Brasil http://assisangelo.blogspot.com.br Não é todo mundo que sabe, mas o baiano Dorival Caymmi exerceu, entre outras profissões, as de pintor e jornalista. Sua obra foi traduzida em muitas línguas, até hebraica. Ele nasceu em Salvador, morou em São Paulo, onde compôs Maracangalha, e morreu no Rio de Janeiro. Ficou famoso por suas canções praieiras e por não entrar na onda da correria, comum nas grandes cidades. Por isso o chamavam de preguiçoso. Uma vez lhe perguntei se isso era verdade e a razão de ele não mais compor ou gravar discos, como antes. Com a voz arrastada e depois de dizer que gostava de caminhar na praia, respondeu: – Pois é, ninguém me convida mais pra nada... Ouça também Jornalistas&Cia na Rádio Mega Brasil Online (www.megabrasil.com), toda 4ª.feira, às 18h, com reapresentações na 5ª, às 10h, e na 6ª, às 20 horas. Edição 891 Página 13 Rio de Janeiro Octavio Guedes é o novo âncora do CBN Rio n Octavio Guedes, diretor de Redação do Extra, assume cumulativamente o CBN Rio como âncora, na Rádio CBN. Ele participa do programa há quatro anos como comentarista, e ficou conhecido pelo tom informal, bem-humorado e crítico. Aliando isso à experiência jornalística premiada com dois Esso, Octavio pretende apenas, nas suas próprias palavras, “dar notícia relevante e útil”. O CBN Rio era comandado por Lúcia Hippólito, que há um ano se afastou por motivo de doença. Maurício Martins substituiu-a interinamente e agora deixa a casa. A companheira de bancada Lilian Ribeiro continua no posto, assim como a produtora Simone Magno. O programa vai ao ar de 2ª a sábado, das 9h às 12 horas. n Guedes conta que sua ligação com o rádio vem desde o tempo em que era repórter. Quando trocou o Jornal do Brasil por O Troca de cadeiras na Economia de O Globo Dia, jornais que tinham leitores com perfis bastante diferentes, passou a ouvir rádio sistematicamente para entender aquela audiência. Em 1998, antes de o Extra entrar em circulação, ele foi chamado para treinar a equipe inaugural. O trabalho do dia começava com todos lendo os jornais e ouvindo o noticiário de rádio, e em seguida discutindo por que algumas notícias iam para o rádio e outras para o jornal, o que era informação e o que era serviço. Já como editor do Extra, participou do programa Debates populares da Rádio Globo, com Lúcia Hippólito e o juiz, hoje ministro do STJ, Luís Felipe Salomão. Havia quatro anos era comentarista do CBN Rio, no quadro Aconteceu e não virou manchete. Acredita que, em sua nova atribuição, o Extra tem a ganhar, pois vai passar as manhãs debatendo as principais notícias do dia. n A equipe de Economia de O Globo teve diversos remanejamentos. Nadja Sampaio, titular da Defesa do Consumidor, deixa em breve o jornal para se aposentar e será substituída por Luciana Casemiro, que era sua adjunta. A equipe, que conta também com Luíza Xavier e Daiane Costa, ganha o reforço de Andréa Freitas, até então redatora da Economia. Cássia Almeida foi promovida a repórter especial. Há 17 anos em O Globo, Cássia tem um Esso na bagagem. Essa vaga foi de Liana Melo, agora editora na revista Amanhã, suplemento do jornal. Janaína Lage, que era redatora de Mundo, entrou como sub de Finanças. Clarice Spitz, vinda da Economia online, vai reforçar a área de Macroeconomia. No lugar dela entra Sérgio Vieira do Nascimento, que estava temporariamente na coluna Negócios & Cia, de Flávia Oliveira. E também foram anunciados, na seção Digital&Mídia, Sérgio Maggi como subeditor e Sérgio Matsuura como repórter. Cláudia dos Santos, que era redatora da Economia, passou para a equipe de Gilberto Scofield, na editoria Rio. Assessorias-RJ o segmento empresarial de exportação e importação de mercadorias e serviços, e atua para favorecer a expansão competitiva e sustentável do comércio exterior. No apoio ao atendimento está Luis Otávio Marques (luis.santos@insightnet. com.br). n Fernanda Guaraná (fernanda@ fguarana.com.br e 21-7628-4896), na empresa que leva seu nome, responde pelo atendimento ao grupo Perinatal. Maternidade de referência em tratamento intensivo neonatal, conta com unidades em Laranjeiras, na Barra e na Baixada Fluminense. No apoio estão Hanna Wajsfeld ([email protected] e 21-87368670) e Lóiam Torres (loiam@ fguarana.com.br e 21-7629-8938). n Sérgio Costa (sergio.costa@ insightnet.com.br) é o diretor da nova conta da Insight (21-25095399), a Associação de Comércio Exterior do Brasil. Fundada em 1970, a AEB representa Curtas-RJ Brasil Energia passa por reformulação n A editora Brasil Energia passa por uma reestruturação. A revista Brasil Energia foi desmembrada em duas. A tradicional mantém o título e a pauta de geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica. Acrescenta ainda a cobertura das fontes renováveis, como eólica e solar; os consumidores, com foco em tarifas de energia elétrica e combustíveis; e eficiência energética. A que nasce agora, Brasil Energia Petróleo & Gás, destina-se ao setor de petróleo e gás natural, com foco em exploração e produção (E&P) e refino, tecnologia e fornecedores. Alexandre Gaspari assumiu a chefia de Redação das publicações – ele foi editor-executivo da antiga revista Brasil Energia e está na casa há 13 anos, desde a saída do Jornal do Brasil, em 2000. Felipe Grandin é o editor-executivo da nova Brasil Energia – vem do Jornal da Tarde e era, até então, editor-assistente da área de energia elétrica. Felipe Maciel, o editor-executivo da Brasil Energia Petróleo & Gás, há sete anos na empresa, era editor-assistente da área de petróleo e gás natural. n Cinco editores dos produtos jornalísticos da empresa se tornaram seus sócios, entre eles Gaspari, Grandin e Maciel. Os outros são Carla Zacconi – responsável pela revista Brasil Energy e newsletter diária Brasil Energy Daily, na empresa desde 2004 – e Roberto Francellino, editor do portal EnergiaHoje, de notícias diárias, na Editora Brasil Energia desde 2003. Rosely Máximo já era sócia e se mantém como editora dos guias de negócios (petróleo e gás e energia), dos anuários (Cenários Petróleo e Gás e Energia) e dos mapas (Exploração e Produção, Refino, Gás Natural, Energia Elétrica e Fontes Renováveis), bem como do Banco de Dados Brasil Energia. Agenda-RJ da solidão, mediado por Flávio Pinheiro. O encontro marca o lançamento de dois livros do autor – O amor acaba e O mais estranho dos países – pela Companhia das Letras. O arquivo de Paulo Mendes Campos está sob a guarda do Instituto Moreira Salles (IMS) e a edição de suas obras tem organização de Flávio Pinheiro. Às 20h, no IMS (rua Marquês de São Vicente, 476). 9/4 (3ª.feira) – n Exibição do documentário Garrafas ao mar: a víbora manda lembranças, dirigido por Geneton Moraes Neto, sobre a vida de Joel Silveira. Geneton propôs-se a dividir com o público o Silveira de quem foi amigo por 20 anos e, para isso, gravou entrevistas em áudio e vídeo, com narração do cantor Fagner. Há também uma seleção de textos clássicos do jornalismo brasileiro, entre eles os produzidos por Silveira quando era correspondente dos Diários Associados na Segunda Guerra Mundial. Após a projeção, Geneton e Arthur Dapieve participam de um debate sobre o filme. Quem tiver interesse, pode visitar também a Sala Joel Silveira no Centro de Cultura e Memória do Jornalismo, no mesmo prédio do Sindicato dos Jornalistas, com memorabilia e a biblioteca que pertenceu ao repórter. As 19h, no auditório do Sindicato (rua Evaristo da Veiga, 16, 17º). 3/4 (4ª.feira) – n Humberto Werneck e Wilson Figueiredo participam do bate-papo Paulo Mendes Campos: o cronista Patrocine os Jornalistas de Esporte 11-3861-5288 ou 3861-5283 Clique aqui para conhecer a comunidade Patrocine os Jornalistas Escritores 11-3861-5288 ou 3861-5283 Clique aqui para conhecer a comunidade Leia na edição 199 n O lançamento do Oficina Motor, programa sobre automobilismo que estreia em 8/4 no canal +Globosat; a chegada de Aline Magalhães para a equipe da Autoesporte; e o novo suplemento Sobre Motos do jornal Hora de Santa Catarina. n A edição traz ainda alguns detalhes do 4º Fórum da Indústria Automobilística, que começa na próxima semana em São Paulo; e uma entrevista com Célio Galvão, gerente de Imprensa da Ford, sobre as ações comandadas por sua equipe para o lançamento do modelo global do New Fiesta, que contou com show gratuito da cantora Claudia Leitte e evento na fábrica para imprensa e autoridades. n Em Destaque da semana, Luís Perez comenta sobre práticas de empresas que muitas vezes não são bem-vistas pelos profissionais de imprensa. Jornalistas&Cia Imprensa Automotiva – todas as 6ªs.feiras nas mesas e computadores dos principais jornalistas e assessores de imprensa ligados ao setor automotivo. Peça sua inclusão no mailing gratuito pelo e-mail [email protected] ou leia diretamente no site www.jornalistasecia.com.br. CLASSIFICADOS Anuncie nos classificados de J&Cia Um espaço nobre para quem procura profissionais de qualidade Entre em contato com Silvio Ribeiro – [email protected] / 11-3861-5280) CLASSIFICADOS (apenas texto, enviado a parte) Opção A – 1 Coluna 4,5 cm largura X 2,5 cm altura (até 5 linhas de 30 caracteres cada) Opção B – 1 Coluna 4,5 cm largura X 5 cm altura (até 10 linhas de 30 caracteres cada) 1 inserção R$ 370,00 1 inserção R$ 680,00 Edição 891 Página 14 Brasília n Primeira Federação de trabalhadores do Brasil a realizar eleição direta para a sua direção, em 1983, a Fenaj promoverá novo processo eleitoral nos dias 16, 17 e 18 de julho. Reunida pela primeira vez em 26/3, em Brasília, a Comissão Eleitoral Nacional elegeu como sua presidente Sueli de Freitas – os demais integrantes são Cláudio Curado, Benildes Rodrigues, Iran Alfaya e Gésio Passos – e aprovou um calendário inicial que prevê a abertura de prazo para inscrição de chapas concorrentes ao pleito nesta primeira quinzena de abril. O processo eleitoral, pelo qual serão eleitos os membros da diretoria da Federação e da Comissão Nacional de Ética dos Jornalistas, acontece a cada três anos. Nele podem votar todos os jornalistas brasileiros sindicalizados e em dia com seus respectivos sindicatos. n O Sindicato dos Jornalistas do DF realizou em 1º/4 mais uma edição do projeto Cozinha Fotográfica, que contou com as presenças de Leopoldo Silva, editor de Fotografia do Senado, e Oliver Boëls, da Etnofoco. Leopoldo apresentou ensaio fotográfico sobre os índios krahó, que vivem no norte de Tocantins. As imagens foram produzidas durante uma cerimônia conhecida como pohkahoc, que simboliza a despedida dos parentes e amigos do índio morto. Já Oliver exibiu imagens inéditas e de forte impacto de rituais na Índia. n O entidade, a propósito, firmou convênio com o Instituto de Pós-Graduação (Ipog), que irá dar 25% de desconto nas mensalidades de seus cursos. O Instituto atua em 21 estados e é conhecido por oferecer cursos de graduação e pós-graduação em Administração. Em Comunicação, há cursos de Marketing e Mídia Digitais. Mais informações pelo www.ipog.edu.br. n Leandro Fortes está de volta à redação de CartaCapital, depois de ter-se afastado do trabalho por três meses para se dedicar à produção de um livro sobre a CPI do Banestado. A publicação, ainda sem título, deverá ser lançada em junho pela Geração Editorial. n Canta, Brasília! é o concurso lançado pelo Correio Braziliense como parte das homenagens ao 53º aniversário da Capital Federal, em 21/4, que este ano terá a música como tema. As inscrições poderão ser feitas até 11/4, no hotsite do projeto (www. correiobraziliense.com.br/canta-brasilia). Para participar, os candidatos deverão preencher uma ficha com os dados cadastrais e enviar um vídeo com uma música autoral que retrate a cidade. Os cinco melhores trabalhos serão eleitos por votação popular, de 12 a 14/4, na página eletrônica do concurso. O campeão será conhecido no dia 21, no suplemento especial A capital de todos os sons. O autor da melhor canção será premiado com uma guitarra Fender, gravação da música em estúdio e divulgação de um trecho de 30” na rádio Clube FM até o final de abril. n Em reunião realizada no Senado na última 2ª.feira (1º/4), o Conselho de Comunicação do Congresso Nacional formalizou apoio à federalização dos crimes contra jornalistas. Além disso, sugeriu ao autor da proposta, deputado Protógenes Queiroz, que a iniciativa contemple não só os jornalistas, mas também radialistas e todos os que praticam a atividade no País. De acordo com o texto original do PL 1.078/2011, em tramitação na Câmara, a participação da Polícia Federal nas investigações de crimes contra jornalistas ocorrerá se houver “omissão ou ineficiência das esferas competentes”. n Acompanhado da esposa Miriam Leitão, Sérgio Abranches lançou nesta 3ª.feira (2/4), no Teatro da Caixa Cultural, seu primeiro romance, O pelo negro do medo (Editora Record). O evento foi precedido de um debate sobre o tema A literatura depois do Jornalismo, com mediação de Carlos Alexandre, editor-executivo do Correio Braziliense, e fez parte do projeto Sempre um Papo. n Estão abertas as inscrições para o curso de roteiro para cinema, vídeo e tevê que Rubens Shinkai, diretor e roteirista de curtasmetragens, documentários, vídeos empresariais e comerciais para televisão, ministrará de 15 a 26 de abril. Informações pelo 61-3321-6665 ou www.cultvideo. com.br/espacocult. Prêmio Jabuti 2012 na categoria Livro do ano de Ficção. O Taguatinga Shopping vai sediar mesas-redondas, palestras, bate-papos com autores, oficinas, shows e várias outras atividades sobre o mundo das letras. São esperados cerca de 30 mil visitantes e todas as atrações têm entrada livre e são direcionadas especialmente para estudantes. A curadora Iris Borges, que tem experiência à frente da tradicional Feira do Livro de Brasília, falou da importância de o evento ser realizado em uma cidade do Entorno: “Apostamos em Taguatinga, uma das regiões administrativas mais populosas do DF. Vamos começar com um evento mais intimista, para pôr os autores em contato direto com os leitores, mas é uma semente para crescer a cada ano”. Visitação de 2ª a sábado, das 10h às 22h, e domingo, das 14h às 20 horas. Informações pelo www. flidf.com.br. até o momento pelo Ministério Público Federal e a investigação específica do Tribunal de Contas da União. Na apuração de mais de dois meses foram ouvidos depoimentos de especialistas, entidades, associações, representantes de órgãos públicos de áreas diversas do País e do exterior, como no México, onde a repórter Joice Bacelo, do DC, constatou que a empresa contratada está sendo investigada por problemas semelhantes aos de Santa Catarina. Na RBS TV e na TVCOM, as reportagens estão sendo conduzidas por Thais Andrioli. n A propósito do Diário Catarinense, sua página na internet acaba de ganhar um espaço para infografia, com gráficos, mapas, organogramas, esquemas, fluxogramas ilustrados e storyboards que não cabem na versão impressa. A página Infografia do DC pode ser acessada pelo menu multimídia da capa do site. n A editoria de Esportes do jornal A Notícia, de Joinville, lançou fanpage no facebook (/ANEsportes) e conta no twitter (@anesportes), e o novo blog Toque de Letra, comandado pelo editor Elton Carvalho, que será uma extensão da sua coluna diária na edição impressa do NA. Elton terá também outras sessões do impresso, como Pitaco do leitor e Do baú. de se adequar ao mercado e aos fortes concorrentes que apareceram nos últimos anos. Na primeira edição com novo formato, que circula com mais de 100 páginas, capa para Kevin Tsujihara, novo presidente-executivo da Warner Brothers. n Começa nesta 6ª.feira (5/4) e vai até domingo (7/4) o Curso de comunicação aplicada à conservação da natureza, em Campo Grande, destinado a fontes da imprensa especializada ou profissionais Agenda-DF Taguatinga sedia I Feira Literária do DF 8/4 (2ª.feira) – n Início da I Feira Literária do Distrito Federal, que vai até 14 de abril. O evento homenageará a escritora Stella Maris Rezende, que morou durante 40 anos em Taguatinga e há seis mudou-se para o Rio de Janeiro. Ela é autora da obra A mocinha do Mercado Central, que levou o Santa Catarina n O Grupo RBS deu início em 31/3 a uma série de reportagens conjuntas sobre os lucros da empresa administradora de malhas viárias sob concessão na rodovia BR-101, trecho Florianópolis-Curitiba. A série Pedágio sob suspeita está sendo veiculada durante toda esta semana em diferentes plataformas pelos veículos Diário Catarinense, RBS TV, TVCOM e CBN Diário. Ela usa como ponto de partida as ações promovidas Internacional n Após oito décadas de publicação diária, o tabloide norte-americano Variety, sobre negócios do entretenimento, passa a ser uma revista semanal. A empresa também suspendeu a cobrança por seu conteúdo online e dispensou 17 mil pagantes. A justificativa é a Mato Grosso do Sul Livros n Andrei Bastos lança na amazon.com.br seu livro Sala de Espelhos, com histórias do movimento estudantil no final dos anos 1960 e início dos 1970. O texto descreve a trajetória do autor, na primeira pessoa, dos bancos escolares ginasianos aos cárceres da ditadura, com o idealismo natural da juventude se chocando com a crueldade do sistema e dos torturadores. O livro é exclusivamente digital e custa R$ 1,99 por 137 KB, o que inclui envio wifi internacional ou no Kindle. Sobre esta opção editorial, Andrei diz estar “lançando minha garrafa no oceano de uma distribuidora gigante para ver em quantas praias vou chegar”. que lidam com a comunicação dirigida à conservação em órgãos de governo, ONGs e instituições de pesquisa. Informações nos 11-4597-7155, [email protected] e [email protected]. Patrocine os Jornalistas de Cidades, Consumo e Variedades /jornalista 11-3861-5288 ou 3861-5283 Clique aqui para conhecer a comunidade secia @jornalis tasecia Movimento Landell de Moura n O Movimento Landell de Moura, com o apoio da Prefeitura de Porto Alegre, busca adesões para o concurso A maior invenção de todos os tempos, que o SBT está promovendo. O objetivo, obviamente, é mobilizar as pessoas em torno do rádio. O endereço para votar é www.sbt.com.br/amaiorinvencao. Edição 891 Página 15 Curtas Folha de S.Paulo seleciona repórteres free-lancers em 15 cidades do País n A Folha de S.Paulo abriu inscrições para formar um cadastro de repórteres free-lancers em 15 cidades de 13 estados, que receberão um treinamento básico sobre os procedimentos da Folha e poderão sugerir pautas, mas só serão acionados quando necessário pela coordenação da Agência Folha. Podem se candidatar profissionais de Barreiras (BA), Boa Vista (RR), Campina Grande (PB), Caruaru e Petrolina (PE), Juiz de Fora e Montes Claros (MG), Macapá (AP), Palmas (TO), Ponta Grossa (PR), Rio Branco (AC), Santarém (PA), São Luís (MA), Teresina (PI) e Vitória (ES). Os candidatos devem morar numa dessas cidades ou em local de acesso rápido a ela, não ter nenhum vínculo com órgãos públicos, e ter experiência em reportagem em jornal (de preferência diário) ou revista informativa, na cobertura de política e de administração pública, boa cultura geral e disponibilidade para viagens. Curso de pós-graduação concluído ou em andamento e conhecimentos do Novo Manual de Redação da Folha são habilitações desejáveis. O processo de seleção inclui testes de conhecimentos gerais e específicos, português e regras de padronização estabelecidas pelo manual, além de entrevista. Interessados devem enviar cur- GloboNews reestreia Conta Corrente em novo formato n Marcado originalmente para estrear novo formato em 18/3, o programa Conta Corrente, da GloboNews, vai ao ar na próxima 2ª.feira (8/4), a partir das 21h, com as mudanças que, segundo comunicado da emissora, devem torná-lo mais dinâmico e com linguagem mais clara. Apresen- tado por Dony De Nuccio – atual editor de Economia do Jornal das Dez –, o programa focará temas relacionados à economia com uma abordagem que facilite a compreensão do telespectador. O telejornal terá um assunto principal por dia: Mercado de trabalho (às 2as.feiras), Educação financeira (às 3as), Empreendedorismo (4as), Investimentos (5as) e Sucesso e inspiração (6as). O programa também terá entradas nos jornais da GloboNews às 10h, 16h e 18 horas. Outra novidade é o lançamento do aplicativo Conta Corrente, disponível para iPhone e Android, que organizará os gastos Editores convidados preparam especial de 35 anos do M&M n Celso Loducca, sócio-presidente da Loducca, Fernando Chacon, diretor de Marketing do Itaú Unibanco, e Alexandre Hohagen, vice-presidente do Facebook na América Latina, aceitaram convite para uma missão diferente: atuarem como editores do especial de aniversário de 35 anos do Meio&Mensagem, que circulará em 15 de abril. Loducca colabora com seus insights e coordenação junto a Alexandre Zaghi Lemos, editor de Comunicação do M&M; Chacon atua na editoria de Marketing com o titular Jonas Furtado; e, em Mídia, Hohagen trabalha ao lado de Rodrigo Manzano. Todos coordenados pela editora-executiva Lena Castellón e pela diretora de produtora que responde pela realização do programa. Na Chefia da Redação está Alexandre Kacelnik, ex-Bloch, O Globo e criador do programa de rádio Rock Motor, também atual editor-executivo da revista Speedway. A apresentação cabe à piloto profissional Michelle de Jesus, com Henrique Koifman (ex-O Dia, da revista Automania e do blog Rebimboca Online, no portal de O Globo) e Lipe Paíga (teve o programa World of Wheels WOW e hoje está em assessoria na área de automobilismo). Jade Stipp, vinda da área de filmes e vídeos publicitários, responde pela produção, e na Direção de Fotografia está Cauê Seinber, ex-Rede Paulista de Televisão, afiliada à TV Cultura. Para apre- rículo até 30/4 para treina@uol. com.br, escrevendo no campo Assunto a sigla C-1.217, além de um texto de no máximo 20 linhas explicando por que quer ser repórter colaborador da Agência Folha. O jornal informa que tanto o currículo quanto o texto devem ser inseridos no corpo da mensagem, e não como anexos, e que as inscrições fora desse padrão não serão consideradas. pessoais do usuário por categorias estabelecidas de acordo com as necessidades de cada um, e ainda alertará quando as despesas forem superiores à programada. Tudo ficará anotado na agenda do aplicativo, que mostrará, mensalmente, gráficos das despesas, rendimentos e investimentos. Redação Regina Augusto. Além das matérias normais da semana, todas as editorias trarão reportagens especiais, de profundidade, desenvolvidas especialmente para essa edição, a de nº 1.555. Também estão em produção matérias em vídeo e conteúdo extra para a internet. E a edição de aniversário vai marcar a estreia do aplicativo do M&M para tablets de plataforma Android e Apple. Ainda por lá, registro para a chegada das designers Camila Antunes Silva Costa e Denise Mota Tadei, em Arte, e das estagiárias Bruna Molina Correa (Online) e Aline Rocha Nascimento Silva (Comunicação). n Termina nesta 6ª.feira (5/4) o prazo para inscrições com valores sentar o carro em novo formato, o programa conta com uma oficina-estúdio, além de pista de testes. Traz ainda cobertura dos principais salões de automóveis e visita fábricas e montadoras de grandes marcas mundiais. n Estreou em 29/3, na edição das 10h da manhã do Jornal GloboNews, a coluna Pré-Estreia, liderada por Clarissa Lyra-Salles, que semanalmente apresentará novidades sobre cinema e entrevistas com atores e diretores de filmes a serem lançados. n Mais de 30 voluntários, entre jornalistas, estudantes e professores de jornalismo, estão traduzindo o Data Journalism Handbook (Manual de Jornalismo de Dados), inédito no Brasil. A iniciativa é da Abraji, a convite promocionais para o Seminário Jornalismo Esportivo: Grandes Coberturas, que o Instituto Internacional de Ciências Sociais (IICS) irá realizar no próximo dia 20. Presenças já confirmadas de Carlos Villanova, diretor de Comunicação da Rio-2016; Gustavo Delbin, presidente do Instituto Brasileiro de Direito Desportivo; Raul Costa Jr., diretor executivo dos canais SporTV; Allen Chahad, gerente de Conteúdo do Terra; Luiz Pimentel, diretor de Redação do R7; Eduardo Generoso, gerente de Projetos da Entertainment Sports Management (ESM); Alessandro Abate, editor do Lance; Ana Brambilla, editora de Mídias Sociais da Editora Globo; e Sérgio Lüdtke, coordedo European Journalism Centre (EJC), responsável pela primeira edição do manual. O livro mostra como os jornalistas podem usar dados em reportagens. A versão em português – que também abordará os trabalhos de desenvolvimento do Manual Iberoamericano de Jornalismo de Dados – tem coordenação de Tiago Mali, redator-chefe da revista Galileu. O lançamento está previsto para o segundo semestre de 2013. n Ainda sobre a Abraji, a associação promove em 25/4 o seminário O crime e a notícia, em São Paulo. Participarão o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, Valmir Salaro, Eugênio Bucci, Mônica Waldvogel, entre outros juristas e jornalistas. Às 8h30, no teatro do Tribunal de Justiça de nador do Programa Avançado em Jornalismo Digital do IICS. Até 6ª, as inscrições custam R$ 100 para estudantes de graduação e pós; R$ 200 para antigos alunos (que cursaram os programas Master em Jornalismo); e R$ 300 para o público em geral. Após essa data, os valores sobem para R$ 170, R$ 270 e R$ 370, respectivamente. Mais informações e inscrições no www.iics.edu.br. n Estreia na próxima 2ª.feira (8/4), às 21h, no canal +Globosat, o programa Oficina Motor, semanal que mostra o automóvel no Brasil e no mundo, seja do ponto de vista de estilo, desempenho, história e cultura, até manutenção e economia. O diretor é Alexandre Moreira Leite, da Midmix, São Paulo (av. Ipiranga, 165). Inscrições a partir de 8/4 pelo www. ocrimeanoticia.wordpress.com. n A Profashional Editora (www. profashional.com) comemora dez anos de vida contabilizando 150 publicações e mais de 20 milhões de exemplares impressos por ano. Com foco em revistas customizadas, a empresa, comandada pela publisher Sandra Teschner, produz desde revistas corporativas e jornais internos até publicações altamente segmentadas e B2B. n O faturamento bruto das Organizações Globo aumentou 16% em 2012, batendo em R$ 12,7 bilhões. Já o lucro líquido, de R$ 2,9 bilhões, cresceu mais do que o dobro (38%) em relação a 2011 (o bruto foi de R$ 5,7 bilhões). Wolfenson, também de São Paulo (SP), com Belvedere; ambos ganharão R$ 42,8 mil cada. Inscreveram-se 468 fotógrafos, resultando em aproximadamente sete mil imagens reunidas em ensaios publicados e inéditos, número recorde para o prêmio. A cerimônia de premiação ocorrerá em 17/6, na Sala São Paulo, juntamente com a entrega do Prêmio FCW de Ciência, Cultura e Medicina. n Tadeu Vilani, repórter fotográfico do Zero Hora, venceu pelo terceiro ano consecutivo o Concurso Fotográfico Cultural Leica Fotografe, na categoria Preto e Branco. Tadeu também foi um dos finalistas na categoria Cor, com a foto captada na Vila Dique, em Porto Alegre. Levi Bianco, do Brazil Photo Press, conquistou o primeiro lugar em Ensaio, com Enquanto a bola não rola..., que reuniu cliques sobre o que acontece nos estádios de futebol antes de começarem os jogos. Destaque também para Igor de Mello, de O Povo (CE), que ficou em 3º lugar com a imagem de um menino caminhando dentro de um canal em Fortaleza. Prêmios n A Fundação Conrado Wessel (FCW) divulgou os vencedores da 11.ª edição do Prêmio FCW de Arte (Fotografia). O primeiro lugar ficou com Pedro David, de Belo Horizonte (MG), com o trabalho Sufocamento, que receberá R$ 114,3 mil. A segunda colocação foi para Mauro Restiffe, de São Paulo (SP), com Planos da Fuga, e o terceiro lugar ficou para Bob Edição 891 Página 16 Sites, blogs e afins Luiz Carlos Azenha deixa a direção do Viomundo, mas não fecha o blog n Luiz Carlos Azenha voltou atrás na decisão de descontinuar seu blog Viomundo (www. viomundo.com.br), que havia informado aos seus leitores no último dia 29/3, mas vai se afastar “do compromisso diário de passar de cinco a 10 horas diante de um computador aprovando comentários, traduzindo e publicando textos. Torno-me um repórter voluntário e não remunerado, além de escrever os tradicionais comentários sobre mídia e política”. Após ser condenado em primeira instância na semana passada (cabe recurso) a indenizar em R$ 30 mil Ali Kamel, diretor de Jornalismo e Esporte da Rede Globo, Azenha mudou de ideia para atender a pedidos dos leitores, principalmente de João Carlos Cassiano Ribeiro, que escreveu a ele via Facebook: “Respeito sua decisão e compreendo sua necessidade, mas me sinto um pouco órfão com o fim do Viomundo e triste em ver o jornalista abandonando uma das frentes de trabalho por força da opressão. Choro ao escrever essas palavras pois sei que perdemos um espaço vital para nossa luta. Não sou colaborador e nem costumo interagir com o blog, sou um leitor anônimo e aprendi a observar o seu blog como um filho observa o pai e aprende e se orgulha de estar por perto. Nossa luta não é partidária ou governamental, é pelos mais fracos e pela dignidade humana. Sempre o terei como amigo sem nem o conhecer, pois me orgulho dos meus amigos e me orgulho muito de você!”. n Em post que publicou no Viamundo na 2ª.feira (1º/4), Azenha informa que Conceição Lemes ([email protected]) passa a editora-chefe do site, encarregada também da relação com os 40 mil seguidores no twitter/facebook; e que Leandro Guedes ([email protected]. br), da agência digital Café Azul, “que há meses já vinha estudando o assunto, adotará um mix de todas as sugestões que nos foram feitas por vocês sobre crowdfunding, além de perseguir eventuais patrocinadores que vocês nos sugerirem; o dinheiro arrecadado com o crowdfunding será todo reinvestido no site e não será utilizado para bancar advogados, dos quais já contamos com os competentíssimos Cesar Kloury, Idibal Pivetta, Airton Soares e um importante escritório de Brasília que ofereceu ajuda solidária”. Na nota, Azenha informa ainda que passa a aceitar, sempre que compatível com sua agenda profissional, “todos aqueles pedidos de entrevistas de estudantes, palestras em universidades e conferências” e “acima de tudo, passo a me dedicar à área de minha especialidade, que é a produção de vídeos, minidocs e docs”. n Foram diversas as manifestações na internet e nas redes sociais tanto sobre a sentença quanto pela decisão original de Luiz Carlos de suspender o blog, a maioria carregada de opiniões apaixonadas, contra ou a favor – como, aliás, é comum nesse tipo de episódio. J&Cia reproduz a de Marcelo Moreira, ex-editor de Economia do Jornal da Tarde, por considerá-la equilibrada: “Até entendo a comoção que cause a condenação do jornalista Luiz Car- los Azenha, em ação movida pelo diretor da Globo Ali Kamel – em especial entre os blogueiros de esquerda independentes e sérios e entre os cooptados e chapas-brancas. O problema é que a questão, por enquanto, é uma contenda pessoal entre dois cidadãos, nada mais. A mesma coisa em relação ao jornalista Rodrigo Vianna, outra ‘vítima’ de Kamel. Os blogueiros escreveram o que quiseram, alguém se sentiu ofendido e foi à Justiça. O que tem demais isso? Ganhar ou perder na Justiça faz parte. Tratar isso como escândalo me parece demais. Ou alguém prova que a decisão judicial foi corrupta e manipulada ou então a questão não passa de uma contenda pessoal. A decisão judicial, em si, me desagradou, pois não havia nenhum indício de que Azenha tenha feito qualquer ‘campanha’ de perseguição. A sentença de primeira instância é simplesmente esdrúxula e Azenha merece a solidariedade, mas sem os exageros típicos de uma parte da esquerda que só sabe bater bumbo. É triste, mas não vejo a mesma energia dessa gente em protestar contra o gravíssimo caso de censura e decisões judiciais perigosas no caso do jornalista Fabio Pannunzio, que está sofrendo um assédio judicial impressionante de um ex-secretário de Segurança de São Paulo, fato que obrigou o jornalista a encerrar temporariamente seu blog interessante. Pannunzio não tem simpatia pelo governo do PSDB em SP, mas também não tem simpatia pelo governo Dilma. Será esse o motivo de ser ignorado por esse pessoal que se ‘escandalizou’ com o caso Azenha? E o que dizer do bombardeio que Juca Kfouri sofreu e sofre de Ricardo Teixeira? Acho um tema interessante para discussões entre os profissionais da área”. n Outro condenado a pagar indenização, mas a José Serra, por danos morais pelo “oportunismo eleitoral do livro A privataria tucana”, é Amaury Ribeiro Jr., que finalizou a obra às vésperas da última eleição presidencial e a lançou pela Geração Editorial (também condenada). O que chama a atenção nesse caso é a sentença do juiz André Pasquale Scavone, da 10ª Vara Cível de São Paulo: ao mesmo tempo em que afirma que “não é este o juízo que vai dizer se os fatos narrados [no livro] são ou não verdadeiros” e reconhece que é “inequívoca a intenção dos réus de atingir a imagem de Serra”, considera “curioso” o fato de a ação ter caráter indenizatório e não de “impedir a venda do material ofensivo” – daí ter fixado a indenização pelo valor “simbólico” de R$ 1 mil. As duas partes vão recorrer. com profissionais brasileiros”, diz Daniel Bruin, criador do projeto. Interessados podem solicitar a adesão diretamente na página do grupo no Linkedin. n Inspirada no 1º de abril que passou, está imperdível a nova edição do Sacolão Brasil (www. sacolaobrasil.com.br), que se autodenomina “o primeiro jornal de mentira do País”. Entre as principais reportagens estão a que mostra o bilionário Lake Batista levando para as águas do Rio um novo esporte, o jato ski, que custa R$ 150 mil por hora; e a que informa que a polícia do Canadá começou a aceitar travestis em suas fileiras. Criado e editado por Fernando Morgado, destaca ainda quatro colunistas – Tânya Elizabette (Calçadas da Vida), Beto Cult (Meu Mundo), Jean-François Silva (Cinema) e Mercedes Eulália Santilla (Memórias da Vovó Santinha) –, a charge de Nicolielo e, na seção Utilidade Pública, como enfrentar a velha pergunta: ”O patrão vive dando em cima de você?”. E mais... n O grupo Brazilian Business Communication no Linkedin atingiu a marca de 1.000 integrantes esta semana. Lançado há um ano, reúne profissionais de comunicação de diversas áreas, que debatem assuntos do meio, trocam experiências e buscam oportunidades de trabalho. “Como exemplo de que o Brasil está na moda na comunidade internacional, temos participantes de Europa, América Latina, Estados Unidos e Ásia, e até de países como Qatar e Bósnia-Herzegovina, que buscam intercâmbio Memórias da redação Caro leitor(a): Ao mesmo tempo em que conclamamos nossos leitores a enviarem novas histórias, pois o nosso estoque está no fim, publicamos nova contribuição de Mônica Paula ([email protected]), coordenadora de Comunicação do Instituto Internacional de Ciências Sociais/IICS (www.iics.edu.br). O gentleman da carne Desde 1997, os jornalistas que vêm a São Paulo cursar os programas Master em Jornalismo esperam também curtir o lado bom da cidade. Um deles é a gastronomia, que faz com que o pessoal vindo de todas os lugares de Brasil, América Latina (Argentina, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela), África (Angola) e Ásia (Japão) queiram conhecer a diversidade existente por aqui. Com a turma de 2002 não foi diferente. Um dia, na hora do almoço, os alunos do então Master em Jornalismo para Editores, atualmente Master em Gestão Estratégica e de Marcas, queriam comer carne. Um dos mais entendidos no assunto “comer bem”, José Corrêa Neves Júnior, do jornal Comércio da Franca (Franca/SP), que sempre aproveitava uma escapada até Sampa para conhecer um restaurante diferente, de imediato decretou: “Vamos pro Bassi!” O restaurante de Marcos Bassi sempre foi um ponto de excelência para quem é carnívoro assumido. Infelizmente falecido de forma precoce há pouco mais de uma semana, mais uma vítima desta terrível doença que é o câncer, Bassi era considerado uma espécie de “embaixador da carne”. Providenciamos rapidamente uma reserva e, na hora combinada, Júnior colocou sua Blazer verde à disposição para fazer o transporte da turma entre a rua Maestro Cardim, sede do então CEU (Centro de Extensão Universitária), atual Instituto Internacional de Ciências Sociais (IICS), até a rua 13 de Maio, respectivamente nos vizinhos bairros de Paraíso e Bela Vista, coisa de dez minutos de distância. Lá, Bassi recebeu a todos com um enorme sorriso e, usando da gentileza e simpatia que lhe eram peculiares, ofereceu o que de melhor havia na casa. Com todo esse pessoal reunido foi uma vez só, mas absolutamente inesquecível pelo carisma do dono e a qualidade e sabor da comida – mesmo eu, que não sou das mais chegadas em carne, curti cada momento. Faziam parte dessa turma, entre outros, Ana Dubeux (Correio Braziliense), Antonio Carlos Leite, o Cacá (ex-Rede Gazeta/ES), Claudia Vassallo (Revista Exame/ Abril), Djane Della Torre (ex-Agência Estado), Gisela Tognella (ex-Editora Abril), Hélcio Costa (O Vale/São José dos Campos-SP), João Unes (A Redação/GO), Tião Pinheiro (Jornal do Tocantins), Lenilde Pacheco (ex-A Tarde/BA), Fátima Cardoso (Report Sustentabilidade/SP), Bela Hammes e Rosane Tremea (Zero Hora), Marleth Silva (Gazeta do Povo/PR), Raul Lores (Folha de S.Paulo), Roxana Tabakman (ex-Editora Perfil/Argentina) e Virginia Fetter (Diário Popular – Pelotas/RS).