RESUMO Na segunda metade do século XX, a Igreja Católica reuniu-se para elaborar um novo concílio na tentativa de atualizar a instituição frente aos novos problemas do mundo. Desse concílio surgiram novas ideias e propostas de ação da Igreja, dentre as quais se destacaram a preocupação com as questões sociais e um discurso politizado de interferência no mundo. No Brasil, esse momento coincidiu com o início da Ditadura Militar, após o golpe civil-militar em 1964, caracterizada pela repressão aos movimentos sociais e pela perseguição política. Nesse contexto de oposição entre as políticas de Estado e os ideais católicos, parcela do clero passou a ser investigada sob a lógica da Segurança Nacional que previa combater os inimigos esquerditas da nação. Este trabalho tem como objetivo analisar, a partir do acervo da Delegacia de Ordem Política e Social do Maranhão (DOPS/MA), especificamente as séries documentais intituladas Entidades Religiosas e Subversão, como a Igreja Católica era observada uma das principais preocupações dos militares. Destaca-se nessa documentação as investigações e repressões ao clero progressista, como eram conhecidos os clérigos envolvidos em questões sociais, como disputas por terra e moradia, ou que possuíam um discurso politizado de críticas ao governo. Palavras-Chave: Espionagem, Igreja Católica, Progressismo.