Ata do Primeiro Seminário da Frente Parlamentar em Defesa dos Servidores Administrativos do Serviço Público Aos nove dias do mês de maio de dois mil e doze, no Auditório Nereu Ramos na Câmara dos Deputados, Brasília, Distrito Federal, reuniu-se a Frente Parlamentar em Defesa dos Servidores Administrativos do Serviço Público para promoção do seminário “A valorização da Força de Trabalho dos Servidores Administrativos do Serviço Público”, em sessão presidida pelo deputado e presidente da referida Frente, Deputado Mauro Nazif. Os trabalhos tiveram início às nove horas e cinquenta e seis minutos, para formação da mesa de honra, composta pelo deputado Mauro Nazif, presidente desta Frente Parlamentar; a deputada Alice Portugal, vice-presidente desta Frente Parlamentar; o deputado Valtenir Pereira, vice-presidente desta Frente Parlamentar; o deputado Assis Mello, vice-presidente desta Frente Parlamentar; o representante do Ministério Público Federal, Antônio Renato Costa e Silva; o representante da Advocacia-Geral da União, Antônio Marcos; e o representante do Tribunal de Contas da União, Carlos Alberto Caixeta. A palavra foi então passada à deputada Alice Portugal, que parabenizou o deputado Mauro Nazif pela iniciativa do seminário e pela criação da Frente Parlamentar; ela enfatizou a necessidade de o Governo orientar seus gastos no sentido de oferecer políticas públicas de qualidade para a população, reforçando a importância dos servidores administrativos neste contexto; ela defendeu que Câmara assuma um compromisso para com os servidores administrativos, trabalhando no sentido fortalecer as carreiras desses servidores, mediante a instituição de novos planos de carreiras em seus órgãos de origem, capazes de valorizar os servidores; ela criticou a atual política de aposentadoria existente no serviço público e a linearização da remuneração dos servidores públicos; ela encerrou sua fala esclarecendo que teria de se ausentar para participar de outro debate de interesse de seu município, colocando-se a disposição para atuar em prol dos interesses dos servidores administrativos. A palavra foi passada ao deputado Mauro Nazif, que cumprimentou os presentes e destacou a presença de representantes d a Advocacia-Geral da União, do Ministério Público Federal e do Tribunal de Contas da União; ele lamentou a ausência de representantes da Casa Civil, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, e do Tribunal Superior do Trabalho, todos convidados antecipadamente a participar; o deputado avaliou a realização do seminário como fundamental para destacar a importância dos servidores administrativos, afirmando que muitas vezes eles acabam relegados a segundo plano em seus órgãos de origem; o deputado criticou o crescimento da terceirização de mão de obra no serviço público, destacando que esses profissionais terceirizados estariam assumindo postos de trabalho de servidores administrativos, em contrariedade com os dispositivos legais; ele criticou também o desvio de função de servidores da atividade finalística dos órgãos para postos administrativos, uma vez que aqueles recebem remunerações muito superiores a desses últimos; ele parabenizou as entidades de classe que colaboraram para a realização do evento (Associação Nacional dos Servidores de Apoio Logístico da Polícia Rodoviária Federal – ANSAL – Presidente Rejane Maria da Rosa; Associação dos Servidores da AdvocaciaGeral da União – ASAGU – Presidente Paulo de Tarso Belo de Souza; Associação Nacional dos Servidores Técnicos, Administrativos e Auxiliares do ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – ASTECAA – Presidente Rufina Malenha; Sindicato Nacional dos Servidores Administrativos do Ministério da Fazenda – SINDFAZENDA – Presidente Jecirema Alves Carvalho; e Sindicato Nacional dos Servidores do Plano Especial de Cargos da Polícia Federal – SINPECPF – Presidente Leilane Ribeiro de Oliveira), destacando aos presentes que tais entidades têm atuado de forma ferrenha pela defesa de seus filiados; ele encerra seu pronunciamento colocando esta Frente Parlamentar à disposição dos servidores para lutar por melhorias para a classe administrativa, mediante a cobrança do Poder Executivo e da elaboração de propostas para melhoria da situação atual dos servidores. A palavra foi então passada ao deputado Valtenir Pereira, que iniciou seu pronunciamento parabenizando o deputado Mauro Nazif pela iniciativa do seminário e pela atuação em defesa das categorias administrativas; ele dá seguimento a fala afirmando que esta Frente Parlamentar é o ambiente ideal para discutir os problemas que afligem as categorias administrativas; ele enfatiza a necessidade de se valorizar os servidores públicos, em especial os administrativos, avaliando que isso é fundamental para um melhor atendimento à população; ele encerra sua participação, colocando-se à disposição para defender os interesses do serviço público; a palavra foi então passada ao deputado Assis Mello, que saudou a todos os presentes e parabenizou iniciativa do deputado Mauro Nazif; ele destacou a importância de se valorizar o servidor administrativo, avaliando que isso é fundamental para que máquina pública não pare, afirmando que os servidores administrativos são os responsáveis por mover a máquina pública; ele encerrou seu pronunciamento esclarecendo que teria de se ausentar para participar de reunião da Comissão de Trabalho desta Câmara dos Deputados, ressaltando que estaria atento ao resultado deste seminário para oferecer proposições que ajudem a valorizar o servidor administrativo. A mesa de honra foi então desfeita, dando lugar à mesa de trabalho; para a composição da Mesa de Trabalho foram convidados os expositores Josemilton Maurício da Costa, secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público (Condsef); e Sebastião Soares da Silva, secretário-geral da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB). O cerimonial esclareceu que, após as palestras, o público poderia fazer questionamentos aos presentes, encaminhando suas perguntas por escrito por meio de seus respectivos representantes classistas. A palavra foi então aberta ao secretário-geral da Condsef, Josemilton Maurício da Costa para que ele desse início a sua palestra – “A Confederação dos trabalhadores no serviço público federal”; ele iniciou sua exposição cumprimentando os presentes e destacando a importância desta Frente Parlamentar e deste Seminário; ele então abordou o momento atual de diálogo entre os servidores públicos e o Governo Federal, destacando a união de trinta e uma (31) entidades representativas de classe do serviço público em torno de demandas de interesse comum; ele avaliou que está na hora dos servidores se unirem, pois a categoria só obteve êxitos quando procedeu desta forma; ele criticou a segmentação de lutas, afirmando existir apenas uma categoria, a dos servidores públicos; ele rechaçou a divisão promovida pelo governo Fernando Henrique entre servidores responsáveis pela atividade finalística e pela atividade meio, ponderando que o processo foi discriminatório para com os servidores administrativos, que passaram a ser tratados como se tivessem menor importância; ele destacou que a maior parte dos servidores administrativos está em vias de se aposentar e que o Governo Lula não realizou concursos públicos suficientes para substituir esses profissionais; ele manifestou preocupação com a continuidade dos serviços prestados à população, pois, ao ver dele, os servidores administrativos movem a máquina pública; ele criticou a terceirização, ressalvando não se considerar inimigo do terceirizado, dizendo que o processo representa precarização do serviço; ele afirma ser absurda a discrepância remuneratória entre servidores que possuem atribuições equivalentes, citando como exemplo técnicos de autarquias que recebem duas vezes mais que seus pares lotados nos Ministérios, sendo que as autarquias estão vinculadas a estes mesmos Ministérios; ele explica que a Condsef trabalha em um diagnóstico da situação das carreiras administrativas para instituição de medidas que valorizem o servidor para que ele permaneça em seu posto de trabalho; ele cita como exemplo a instituição de um adicional para servidores que atuam em regiões fronteiriças e de difícil provimento, informando que ela deverá ser instituída pelo Governo, mas que haveria risco de que ela não fosse paga de forma igualitária, possibilidade que ele repudia e afirma estar trabalhando para evitar; ele defendeu a reestruturação das carreiras administrativas e citou exemplo o processo da Advocacia-Geral da União, que estaria há anos em debate no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e que só não teria sido concretizado ainda em função de empecilhos colocados pelo Governo; ele encerrou seu pronunciamento solicitando que a Frente Parlamentar trabalhe no sentido de promover tratamento igualitário entre todos os servidores. A palavra foi então passada ao secretário-geral da CSPB, Sebastião Soares da Silva, para que ele desse início a sua palestra – “A importância do servidor administrativo no serviço público”; ele iniciou seu pronunciamento cumprimentando os presentes; após os cumprimentos, ele passou a criticar a dicotomia estabelecida entre atividade fim e atividade meio, sustentando serem as duas atividades complementares; ele rechaçou o entendimento de que as atividades administrativas poderiam ser terceirizadas; falou sobre como é diferente o tratamento dado ao servidor administrativo nos Estados Unidos, citando como exemplo a situação do FBI, a Polícia Federal norte-americana, onde existem quatro servidores administrativos para cada policial, enquanto na Polícia Federal brasileira a situação é inversa; ele alertou para o risco de a máquina pública parar caso o servidor administrativo não seja valorizado; ele defendeu a instituição de mecanismo para ascensão funcional dos servidores, lembrando que a prática é usual na iniciativa privada; ele enfatizou a necessidade de evitar a discriminação entre os servidores e encerrou sua participação pedindo para que a Frente Parlamentar promovesse o debate sobre os problemas decorrentes da terceirização de postos administrativos. O expositor Pedro Delarue Tolentino Filho – presidente do Sindifisco Nacional foi então convidado para a mesa de trabalho para dar início a sua palestra – “Servidor administrativo x Terceirizados”; ele iniciou seu pronunciamento lamentando ter de falar sobre terceirização, avaliando que a prática busca o enfraquecimento das carreiras administrativas; ele afirmou que os servidores administrativos são primordiais para o serviço público, estando presentes em todos os órgãos essenciais ao estado brasileiro, sendo a primeira interface no atendimento ao público; ele sustentou que não deve haver terceirização no serviço público, e encerrou sua palestra convidando os servidores públicos a reagir contra essa postura. O expositor Celso Colacci, da Associação Nacional dos Servidores Técnicos, Administrativos e Auxiliares do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento foi então convidado para a mesa de trabalhos para proferir a palestra – “Reestruturação das Carreiras x Desvio de Função”; ele iniciou sua fala defendendo a reestruturação das carreiras como forma de valorizar o servidor administrativo, coibindo assim a terceirização de atividades públicas; ele destacou que o desvio de função de terceirizados é algo usual no serviço público, relatando que esses profissionais são deslocados das atividades para as quais foram contratados para atividades que, de acordo com a Lei, deveriam ser desempenhadas por servidores de carreira; ele criticou a discriminação feita com os servidores administrativos, sempre preteridos em relação aos colegas de órgão que atuam na atividade finalística; ele alertou também para o fato de que alguns servidores da atividade finalística são deslocados para a atividade administrativa, condenando tal prática e criticando a discrepância salarial entre os servidores da atividade fim e da atividade meio; ele afirmou que a diferença salarial acaba colocando em segundo plano a vocação profissional dos aspirantes ao serviço público, que passam a optar pelos melhores salários; ele encerrou pedindo a união dos servidores pela valorização das carreiras administrativas. O advogado Miguel Rodrigues Nunes Neto foi então convidado para a mesa de trabalhos para apresentar sua palestra – “Legalidade das carreira e suas especificidades”; ele deu início a sua fala lamentando a ausência do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão no debate, tendo em vista que o órgão é o responsável pela análise dos processos de reestruturação; ele explicou que ainda não existe uma posição definitiva sobre a legalidade dos processos de reestruturação, mas enfatizou que algumas premissas sobre como o processo poderia se dar já estão consolidadas; ele sustentou que a reestruturação remuneratória é discussão pacificada, havendo entendimento favorável sobre o processo, sendo então possível dotar as carreiras administrativas de estruturas remuneratórias mais atraentes; ele passou a explicar as restrições previstas pela Constituição para o processo, destacando que é possível alocar os atuais servidores em novas carreiras e cargos mediante procedimentos como a aglutinação de cargos; ele entende que a reestruturação é possível, desde que repeitadas três diretrizes – a primeira, a manutenção dos requisitos de escolaridade entre os cargos; a segunda, que as atribuições do novo cargo tenham similaridades com a do cargo anterior, sendo razoável a mudança; a terceira, o acréscimo remuneratório pertinente a mudança –; ele frisou que tal entendimento já foi ratificado em decisões judiciais, inclusive por ministros do Supremo Tribunal Federal, que avaliaram ser possível a reestruturação, desde que respeitadas as três diretrizes supracitadas; ele enfatizou o posicionamento do ministro Marco Aurélio Mello, que defendeu a reestruturação razoável dos cargos como forma de modernizar o serviço público, tornando-o mais eficiente; ele concluiu dizendo que a reestruturação é possível, uma vez que a legislação está defasada e a modernização dos cargos se faz necessária. Em virtude do palestrante Josemilton Costa precisar se ausentar, o deputado Mauro Nazif pediu que as perguntas endereçadas ao palestrante fossem antecipadas. A primeira pergunta foi se a Condsef defendia a instituição de uma carreira única ou se apoiava o estabelecimento de carreiras específicas; Josemilton disse que eventuais diferenças devem ser respeitadas, não sendo possível a completa padronização, mas reforçou a necessidade de que haja uma política igualitária entre servidores com atribuições similares; questionou-se então se a padronização dos servidores administrativos é possível; Josemilton responde u que o diagnóstico elaborado pela Condsef irá oferecer subsídios para verificar quais carreiras são realmente diferenciadas, o que daria condições de determinar quem poderia ser agrupado em um mesmo grupo; questionou-se então qual seria a solução para os problemas enfrentados pela categoria administrativa; Josemilton defendeu o processo de reestruturação das carreiras; perguntou-se então se a divisão entre as entidades sindicais não estaria dificultando as negociações; Josemilton avaliou não ser esse o problema, dizendo que a maior dificuldade é não haver um pensamento unificado sobre a questão; questionou-se então se a Condsef é favorável à ascensão funcional; ele afirmou que sim, desde que fossem estabelecidos critérios razoáveis que impedissem que houvesse “apadrinhamento” de determinado servidor; ele também disse que a Condsef está trabalhando com seus advogados para oferecer a melhor alternativa jurídica capaz de viabilizar a valorização dos servidores; questionou-se então o que a Condsef tem feito contra a terceirização no serviço público; Josemilton disse que a entidade é contrária a terceirização porque o instrumento estaria beneficiando somente os empresários que mantém contratos com a Administração Pública, prejudicando os servidores públicos, que perdem seus postos de trabalho, e os terceirizados, que são mal remunerados por suas funções; ele também revelou que a entidade está levantando os gastos sobre a terceirização para demonstrar que a prática não é vantajosa do ponto de vista financeiro para a Administração Pública. Josemilton Costa deixou então o recinto. O deputado Mauro Nazif anunciou a presença das seguintes pessoas no recinto: Senhora Eunice Barros, Presidente do Sindicato nacional dos Servidores Defensoria Pública da União; Senhora Maria Helena Cenne de Brito, Presidente do SINDSERF – RJ; Senhora Vera Rocha, Diretora Colegiada do SINTRASEF – RJ; Senhora Antonia Valeria Martins, Diretora Geral de Gestão de Pessoas da AGU; Senhor Paulo Medeiros, ASPAR – TCU; e os Senhores André Silva Almeida e Ruy Versiani de Oliveira, Representando o RH do DPRF – MJ; Senhor Pedro da Silva Cavalcanti, Presidente da FENAPRF; Após os informes, o deputado Mauro Nazif pediu licença a todos para uma mudança na programação, para que a servidora do Ministério da Fazenda Almira Mary Cordeiro de Araújo fizesse exposição de estudo acerca do processo de aglutinação de cargos no serviço público; a exposição foi feita com ajuda de slides e enfatizou a necessidade de aglutinação dos quadros administrativos em estruturas mais modernas e eficientes, de acordo com o que usualmente ocorre em outros países e na iniciativa privada; ela condenou a prática de colocar cargos em extinção sem que haja o devido aproveitamento do servidor em nova função com atribuições compatíveis com as de seu cargo anterior, relatando como gravíssima a situação atual, em que diversos servidores estariam em uma espécie de limbo administrativo, aguardando posicionamento do governo a respeito dessa matéria; ela exige rápida ação governamental pela valorização dos servidores administrativos, por meio da aglutinação dos cargos atuais nos cargos de Analista, para nível superior, e de Assistente Técnicos, para nível intermediário; ela também manifestou a necessidade de se instituir novo cargo capaz de abarcar os atuais servidores de nível auxiliar. O expositor Pedro Delarue Tolentino Filho pediu então licença para se ausentar do recinto. O deputado Mauro Nazif passou então a palavra para o representante da Advocacia-Geral da União, Antônio Marcos de Oliveira; ele criticou o paradigma existente em diversos órgãos públicos, nos quais existem um grande número de cargos em situação discrepante; ele defendeu a instituição de novos planos de carreiras, citando como exemplo a situação atual da AGU, que estaria sofrendo com a falta de servidores administrativos; ele se disse feliz por saber que o Governo defende que a reestruturação da carreira administrativa da AG U sirva de paradigma para as demais carreiras da atividade meio; ele encerrou sua fala dizendo torcer para que esse projeto seja rapidamente encaminhado ao Congresso. O deputado Mauro Nazif passou então a palavra para o representante do Ministério Público Federal, Antônio Renato Costa e Silva; ele parabenizou a Frente Parlamentar pela iniciativa do seminário e afirmou que o Ministério Público Federal combate o desvio de função; ele admitiu que ainda não há solução para os servidores de nível auxiliar, que não teriam perspectiva de aglutinação; ele enfatizou o envelhecimento dos quadros administrativos, afirmando que a maioria destes já tem mais de cinquenta anos, estando em vias de se aposentar. O deputado Mauro Nazif passou então a palavra ao representante do Tribunal de Contas da União, Carlos Alberto Caixeta; ele parabenizou a Frente Parlamentar pela defesa dos servidores administrativos; ele relatou que o TCU hoje conta com poucos servidores administrativos, havendo muitos profissionais terceirizados no órgão; ele afirmou que no TCU a atividade meio é valorizada, com salários mais atrativos e que o órgão defende uma política de valorização desses profissionais. O deputado Mauro Nazif deu então continuidade aos trabalhos, reabrindo a etapa de questioname ntos aos integrantes da mesa. A primeira questão, direcionada concomitantemente aos representantes da AGU, do MPF e do TCU, foi qual tem sido o posicionamento desses órgãos quanto ao desvio de função, quanto à terceirização e quanto à aglutinação de cargos; o representante do MPF disse que o Ministério Público está fiscalizando o desvio de função; ele admitiu que há terceirização irregular, apesar da terceirização, e que mesmo no Ministério Público ela acontece; o representante da AGU disse que o órgão evita desviar seus servidores de função, mas que também lá existem terceirizados; ele defendeu a terceirização de atribuições de nível auxiliar; o representante do TCU disse que também no TCU existem desvio de função e terceirização irregular; afirmou que o órgão tem combatido as práticas na medida do possível. Nenhum dos representantes se posicionou sobre a aglutinação de cargos; questionou-se então se o TCU fixou prazo para adequação quanto à terceirização e quanto ao desvio de função; o representante do TCU explicou que em dois mil e nove foi firmado Termo de Ajustamento de Conduta estabelecendo prazo para colocar fim à terceirização, mas que o Governo estaria conseguindo sucessivas prorrogações desse prazo; ele ressalvou que, em algumas áreas, o Governo tem instituído a criação de empresas públicas para que essas se responsabilizem pelo trabalho administrativo; o representante do MPF afirmou desconhecer o prazo mencionado pelo representante do TCU; sobre o desvio de função, ele disse haver processos de avaliação para que os servidores sejam lotados nos setores devidos; o representante da AGU disse que o órgão recebe diversas denúncias sobre desvio de função e que a justiça tem se pronunciado contra a prática; questionou-se então o representante da AG U sobre a situação do processo de reestruturação da carreira administrativa do órgão; ele afirmou que estão sendo criados os cargos de analista e de técnicoadministrativo, para servidores de nível superior e intermediário, respectivamente, acrescentando não saber como ficaria a situação dos servidores que ocupam cargos de nível auxiliar; questionou-se por que o Conselho Nacional do Executivo, previsto na Constituição e que trataria de todas as questões pertinentes às desigualdades existentes no Executivo, ainda não teria saído do papel; o advogado Miguel Rodrigues Nunes Neto respondeu a questão culpando o desinteresse do Governo em ver essas questões devidamente solucionadas; questionou-se então por que o Governo não cumpria o dispositivo constitucional que prevê o reajuste salarial anual dos servidores; o advogado Miguel Rodrigues Nunes Neto esclareceu que há posicionamento do Judiciário de que os servidores deveriam ser indenizados pela ausência de reajustes; o secretário-geral da CSPB, Sebastião Soares da Silva lembrou que o Governo se utiliza de “artifícios” para cumprir apenas parcialmente alguns dispositivos constitucionais, dizendo que a Administração poderia autorizar aumento de zero vírgula zero um por cento (0,01%) dos salários apenas para poder dizer que cumpriu o dispositivo. O deputado Mauro Nazif pediu então uso da palavra para pedir que as entidades de classe auxiliassem a Frente Parlamentar no encaminhamento de proposições para a conclusão dos trabalhos. A ASAGU ofereceu duas sugestões: a primeira foi a convocação dos dirigentes máximos da Casa Civil e do ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão para audiência pública nas quais eles teriam de falar a respeito dos temas tratados no seminário; a segunda foi de que a Frente Parlamentar encaminhasse “Requerimento de Informações” ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, à Advocacia-Geral da União e à Casa Civil para que eles se posicionassem acerca da possibilidade de aglutinação/racionalização/transformação/reestruturação dos cargos. O SINDIFAZENDA ofereceu quatro sugestões: a primeira. Buscar encontros e reuniões com ministros do Supremo Tribunal Federal para tratar da constitucionalidade da aglutinação de cargos; a segunda, buscar aprovação das emendas do projeto de lei vinte e dois zero três de dois mil e onze (PL 2203/2011) que valorizem os servidores administrativos do serviço público federal; a terceira, intermediar a criação ou reativação das mesas de negociações setoriais com o Governo; a quarta, buscar junto à Advocacia Geral da União parecer acerca da legalidade da aglutinação de cargos. A CSBP apresentou quatro sugestões: a primeira, lutar pela aglutinação dos cargos; a segunda, resgatar o dispositivo de ascensão funcional no serviço público; a terceira, criar uma carreira nacional para os servidores administrativos; a quarta; criminalizar, de forma rigorosa, o desvio de função no serviço público. O SINPECPF apresentou duas sugestões: a primeira, exigir do tribunal de Contas da União o cumprimento dos termos de ajustamento de conduta que preveem a substituição dos terceirizados em situação irregular no serviço público por servidores de carreira; a segunda, exigir maior eficiência e rigor dos órgãos que fiscalizam os processos de terceirização, tendo em vista o desvio de função de profissionais terceirizados para postos administrativos. Todas as propostas foram aprovadas e serão colocadas em prática por esta Frente Parlamentar. O deputado Mauro Nazif encerrou então os trabalhos, agradecendo a presença de todos, em especial dos representantes das instituições governamentais e das entidades classistas que colaboraram para a realização deste seminário (ANSAL; ASAGU; ASTECAA; SINDIFAZENDA; e SINPECPF). Não tendo mais nada a relatar, eu, ______________________________________________ Maria de Fátima Pedroso do Amaral, secretária-geral desta Frente Parlamentar, subscrevo a presente ATA, que foi confeccionada com os colaboradores: Luiz Felipe Silva - SINPECPF, Vera Lúcia Alves Silva - ANSAL, Leonilda Terezinha de Araújo – SINDFAZENDA e Luis Roberto da Silva – SINDFAZENDA, assegurando a veracidade das informações nela contidas.