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Código do trabalho 181
MASSA DE FORRAGEM E TAXA DE LOTAÇÃO EM SISTEMAS DE PASTAGEM IRRIGADA E SEQUEIRO
JOSIANE CRISTINA DE ANDRADE1 GUILERME ACÁCIO DE SENE2 KEILA ABADIA BARBOSA3 DILSON JOSÉ RODRIGUES JÚNIOR4 Andreza
Izabel Oliveira5 Pércia Monteiro Rocha Soares da Silva6 DAWSON JOSÉ GUIMARÃES FARIA7 FLÁVIO MORENO SALVADOR8 Diogo Gonzaga Jayme9
ANTONIO CARLOS BARRETO10
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ZOOTECNIA
RESUMO
A massa de forragem e respectiva taxa de lotação foram objetos de estudo em condições de irrigação ou não de forrageira tropical. Uma área de pastagem de aproximadamente 10 ha, formada com
Tifton 85, foi dividida em dois grandes blocos de 5 ha, sendo um manejado sob sistema de irrigação no período seco e o outro não (“sequeiro”). Ambos os blocos foram sub-divididos em 24 piquetes
de mesma área aproximada e manejados em condições de lotação rotacionada, com períodos de ocupação e de descanso distintos para cada estação do ano (verão e seca), sendo pastejados por vacas
leiteiras mestiças (girolando). Periodicamente se procedia o corte (ao nível do solo) da massa de forragem, a qual era pesada e a partir dos dados colhidos calculou-se a taxa de lotação dos piquetes.
Verificou-se que o sistema irrigado proporcionou uma melhor distribuição de massa forrageira ao longo do ano (2008-2009), permitindo que se alcançasse valores da ordem de 6,47 UA/ha no período
seco, enquanto o sistema “sequeiro” permitiu valores bem mais modestos (1,25 UA/ha). Conclui-se que a tecnologia da irrigação de pastagens tropicais promove fortemente a utilização do potencial
forrageiro das gramíneas tropicais, permitindo intensificação da atividade pecuária.
PALAVRAS-CHAVE
Cynodon, forragicultura, irrigação, produção animal, sistemas de produção
INTRODUÇÃO
Elevar a produtividade leiteira é um importante aspecto considerado nas pesquisas desenvolvidas na última década. Estudos que visam a intensificação da produção animal a pasto têm focado o
incremento da produção por intermédio do uso mais intensivo das pastagens, mormente no sentido de buscar elevar as taxas de lotação animal. A produção animal em sistemas de pastejo exclusivo é
determinada pelo valor nutritivo e principalmente pelo consumo da forragem. Por sua vez, o consumo é dependente, entre outras coisas, pela disponibilidade de matéria seca. Assim, a disponibilidade
de forragem guarda alta correlação com a produção animal (NOLLER et al., 1997). O consumo de matéria seca das pastagens está diretamente ligado ao desempenho dos animais, porque determina a
quantidade de nutrientes ingeridos, os quais são necessários para atender as exigências de manutenção e produção animal (GOMIDE, 1993). As taxas de lotação em torno de 5 a 7 vacas/ha, com
produções diárias de leite de até 104 kg/ha permitem inferir que a produção de leite em pastagens de forma intensiva e racional é mais lucrativa que a produção em modelos exclusivamente de
confinamento. (VILELA & RESENDE, 2001). Os modelos de produção com forrageiras do gênero Cynodon têm revelado alta capacidade para reduzir custos e aumentar os lucros da atividade
(FONTANELLI, 2000). Objetivou-se com esta pesquisa avaliar a massa de forragem em sistemas de produção animal valendo-se de irrigação ou não, e relacionar esta variável às taxa lotação de
pastagens de Tifton 85.
MATERIAS E MÉTODOS
O experimento foi conduzido no Instituto Federal do Triângulo Mineiro, em Uberaba/MG. Os tratamentos considerados foram os dois sistemas de exploração das pastagens, a saber: irrigado versus
“sequeiro” (não irrigado) e eram compostos por pastagens formadas por Tifton 85 (Cynodon spp), subdivididas em um total de 48 piquetes de 0,22 ha cada, sendo que a metade deles possuía sistema
de irrigação (sistema de malha com aspersores) e a outra metade não (“sequeiro”). Os animais eram manejados nos piquetes em condições de lotação rotacionada, com 5 dias de ocupação e 35 dias
em descanso para o período de seca/inverno, o que significou em média uma oferta de forragem da ordem de 7% em relação ao peso vivo animal. Nos períodos chuvosos, o período de descanso e de
ocupação foram, respectivamente, 21 e 3 dias, correspondendo a uma oferta de forragem da ordem de 5% do peso vivo aproximadamente. A mensuração da massa de forragem disponível em cada
piquete se dava exatamente no dia anterior ao acesso dos animais ao respectivo piquete. Para a obtenção do dado efetuava-se o corte da forragem ao nível do solo, utilizando para este fim um
quadrado de metal (1m2) lançado aleatoriamente no piquete e que delimitava a área a ser cortada.Cada piquete tinha o corte realizado em quatro diferentes pontos aleatórios. O material cortado era
pesado e teve sua matéria seca determinada segundo SILVA & QUEIROZ, 2002. A partir dos dados de massa de forragem disponível ajustava-se a taxa de lotação do piquete. Para este ajuste, os
pesos dos animais (vacas girolanda em lactação) eram considerados, uma vez que a lotação era definida em termos de unidades animais por hectare (UA/ha). O delineamento experimental foi o de
blocos inteiramente ao acaso (três blocos), em esquema de parcela subdividida, sendo considerada como subparcela o ciclo envolvendo o corte de todos os 48 piquetes.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A análise estatística dos dados apontou diferenças entre tratamentos (P< 0,05) e dentro dos ciclos (P< 0,05), tanto para a variável massa de forragem quanto para a taxa de lotação. Conforme pode se
observar na Tabela 1, independentemente do ciclo do ano, os valores de massa de forragem obtidos no sistema irrigado foram marcadamente superiores aos alcançados no sistema “sequeiro”
(aproximadamente 30% superiores). Chama especial atenção o fato de que, mesmo nos meses correspondentes ao verão (ciclos 2 a 6), quando não se efetuou irrigação dos piquetes do sistema irrigado
(em função das chuvas), e portanto tornava-se mais igualitário o regime hídrico para os dois sistemas, constata-se que a massa de forragem disponível (em termos de MS/ha) foi mais abundante para o
sistema irrigado (próximo a 30% superior), e pode-se atribuir esta performance provavelmente a um melhor condicionamento do sistema radicular para este sistema uma vez que as plantas, durante o
período de seca, devido a irrigação, tinham mais condições de aproveitar os nutrientes do solo e do nitrogênio aplicado (via adubação com uréia) o que certamente favoreceu um fortalecimento do
sistema radicular tornando-o mais eficiente. Quando se compara a média geral alcançada no sistema irrigado, considerando todos os ciclos (3.528,21 kgMS/ha), com o valor alcançado para o sistema
“sequeiro” no mesmo período (2.569,28 kgMS/ha) e verifica-se o comportamento dentro de cada estação (verão e secas), e dentro de cada sistema, fica bastante patente a vantagem da adoção da
irrigação (Tabela 2). Note que tanto para o sistema irrigado, quanto para o sistema “sequeiro”, o volume de massa de forragem médio alcançado na estação seca representa cerca de 60% do valor
observado na estação das águas, a despeito da se dar irrigação. Esta diferença, quanto observada do mesmo ponto de vista, apresenta-se muito mais marcante quanto a variável considerada é a taxa de
lotação (Tabela 3). Assim como pode ser observado com relação à massa de forragem, os valores obtidos nas condições de irrigação, para as taxas de lotação foram muito superiores nas condições
do sistema irrigado: a diferença em termos de média geral é de 100%. Verifica-se também que a taxa de lotação passível de ser aplicada, respeitando a oferta de massa de forragem pré-estabelecida
no manejo, apresenta um diferencial entre as estações (águas e seca) em relação aos dois sistemas (irrigado e “sequeiro”), caracterizada por menos oscilação nas condições de irrigação (seca e águas
= 4,83 e 4,05, respectivamente, para sistema irrigado, contra 1,37 e 3,07, entre estações de seca e águas, para o sistema “sequeiro”, o que denota a importância, em termos de manejo de pastagens, do
uso da tecnologia de irrigação. Em face dos resultados alcançados, conclui-se que a tecnologia da irrigação proporciona, como esperado, maior massa de forragem disponível aos animais, mas que
este aspecto se traduz muito mais patentemente no que diz respeito à capacidade de elevar o numero de unidades animais nas áreas de pastagens, permitindo uma intensificação do uso da forrageira e
promovendo melhor exploração deste recurso.
AGRADECIMENTOS
A Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) pelo financiamento do projeto. A EPAMIG, CEMIG e IFTM - campus Uberaba pelo apoio nos procedimentos e análises do
projeto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SILVA, D.J.; QUEIROZ, A.C. Análise de alimentos: métodos químicos e biológicos. 3. ed. Viçosa: UFV, 2002. 235p.
FONTANELI, R.S. Sistemas de produção de leite a pasto podem ser mais econômicos do que confinamento – uma contribuição do desenvolvimento de sistema sul brasileiro. In: KOCHHANN, R. et al. Sistemas de produção de leite baseados em pastagens sob plantio direto. Passo Fundo, RS : PROCISUR/EMBRAPA, 2000.
p.229-252.
VILELA, D.; RESENDE, J.C. Custo de produção de leite segundo o sistema de produção a pasto ou confinado. In: SOMPÓSIO SOBRE PRODUÇÃO E
UTILIZAÇÃO DE FORRAGENS CONSERVADAS, 2001, Maringá. A n a i s . . . Maringá: Universidade Estadual de Maringá, 2001. p.218-241.
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NOLLER, C.H.; NASCIMENTO JR.D.; QUEIROZ, D.S. Determinando as exigências nutricionais de animais em pastejo. In: SIMPÓSIO SOBRE MANEJO DE
PASTAGENS, 13, 1996, Piracicaba. Anais... Piracicaba, SP: FEALQ, 1997.
GOMIDE. J. 1993. A. Produção de leite em regime de pasto. R. Soc. Bras. Zootec., 22(4):591-613.
FIGURAS, GRÁFICOS E TABELAS
TABELA 1
TABELA 2
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TABELA 3
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