NOTA DE IMPRENSA Embargado até 27/11/2007, às 10h (horário de Brasília) RDH defende fim da taxação de etanol brasileiro Relatório de Desenvolvimento Humano argumenta que a remoção das barreiras ajudaria a minimizar os impactos das mudanças climáticas e afirma que biocombustíveis não contribuem para desmatamento da Amazônia Brasília, 27 de Novembro de 2007 (PNUD) - O Relatório de Desenvolvimento Humano 2007/2008 (RDH, principal publicação do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) sugere a remoção das tarifas impostas pelos países desenvolvidos ao etanol brasileiro. Essa medida “geraria ganhos não apenas para o Brasil, mas também para a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas”, afirma o estudo, intitulado Combater as mudanças climáticas: solidariedade humana num mundo dividido. O texto é enfático ao afirmar que o etanol do Brasil, produzido a partir da cana-de-açúcar, é mais eficiente que outros biocombustíveis e não contribui para o desmatamento da Amazônia. “O Brasil é mais eficiente em produzir etanol que a União Européia e os Estados Unidos. Além disso, o etanol feito de cana-de-açúcar é mais eficiente em reduzir as emissões de carbono”, diz o relatório. O estudo cita uma pesquisa1 que aponta que o álcool brasileiro emite até 70% menos gases de efeito estufa que os combustíveis fósseis. Já o produzido nos Estados Unidos a partir do milho reduz as emissões em 13%. O documento diz ainda que o etanol da cana-de-açúcar pode ser produzido pela metade do custo unitário do etanol do milho dos EUA. 1 “Mudanças Climáticas, Percepção de Risco e Preferências Políticas”, Anthony Leiserowitz, 2006. O relatório aponta que a União Européia taxa o álcool brasileiro em US$ 1 por galão — equivalente a 60% do preço. Nos Estados Unidos, a taxa é de US$ 0,54 por galão. “Apesar de menor que a da União Européia, essa taxa ainda representa um aumento de cerca de 25% sobre o preço do etanol no mercado interno em 2007”, observa o RDH. O problema desse tipo de política adotada pelos países ricos, afirma o estudo, é que “as barreiras comerciais e os subsídios estão, ao mesmo tempo, elevando o custo de mitigar as emissões de carbono e de diminuir a dependência do petróleo”. O ponto fundamental é que “abolir as tarifas sobre o etanol traria benefícios ao meio ambiente, à mitigação das mudanças climáticas e a países em desenvolvimento que, como o Brasil, desfrutam de condições favoráveis de produção”. O texto ressalva que os efeitos sociais e ambientais do mercado de biocombustíveis “dependem de vários fatores e não são automáticos”. No entanto, no Brasil “o desenvolvimento dos biocombustíveis tem mostrado um impacto limitado sobre o meio ambiente”. A produção de cana-de-açúcar, observa o relatório, concentra-se no estado de São Paulo. “Menos de 1% provém da Amazônia”, o que significa que o processo “não tem contribuído para a destruição da floresta tropical”. Em outros países o cenário nem sempre é o mesmo. A produção de óleo de palma no leste asiático, por exemplo, “tem sido associada ao desmatamento disseminado e à violação dos direitos humanos de povos indígenas”. Em artigo escrito para o relatório a convite do PNUD, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva diz que o uso de álcool no setor de transporte reduz em cerca de 25,8 milhões de toneladas por ano as emissões brasileiras de gás carbônico. “Hoje, nós estamos expandido os programas de etanol. Em 2004, lançamos o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel. Nosso alvo é aumentar a oferta de biodiesel em 5% para cada litro de combustível fóssil vendido no Brasil até 2013. Ao mesmo tempo, o programa introduziu incentivos fiscais e subsídios para expandir as oportunidades de mercado para a produção de biocombustível na agricultura familiar, nas regiões Norte e Nordeste”, diz o presidente. A taxa brasileira é bem inferior à dos Estados Unidos (20,6) e mesmo à de nações como Rússia (10,6), Japão (9,9), Venezuela (6,6) e China (3,8). Além disso, é 60% menor que a média mundial (4,5 toneladas por habitante) e 30% menor que a da América Latina e do Caribe (2,6). Com 2,8 % da população mundial, o Brasil foi responsável por 1,1 % do total das emissões de CO2 em 2004. O país se destaca também na adoção de projetos ambientais de relevo. O Brasil é uma das quatro nações (com Índia, China e México) responsáveis por mais de três quartos dos 771 projetos registrados entre 2004 e 2007 no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo do Protocolo de Quioto, que somam um compromisso de redução na emissão de gás carbônico de 162,5 milhões de toneladas. FIM Informações: Maria Benevides Assessora de Comunicação PNUD – Brasil www.pnud.org.br +61 3038 9110 + 61 8181 5627 Kido Guerra Coordenador em Brasília Máquina da Notícia + 61 3323 2884 +61 81116718