Gerência de Memória
Ambientes Operacionais
Memória

A memória pode ser vista
como um array (vetor) de
células de armazenamento
(palavras ou bytes), cada
célula com seu endereço
0
2
1
31
2
4
3
35
4
26
5
124
6
42
7
12
8
42
Memórias física, lógica e virtual



Memória física
•
É a memória implementada pelo hardware
Memória lógica de um processo
•
É a memória endereçada pelas instruções de
máquina do processo
Memória Virtual
•
•
É uma memória implementada pelo SO, com o auxílio
da memória secundária (disco). Comumente, é
implementada através de paginação ou segmentação.
Normalmente, é maior que a memória física do
computador
Gerência de Memória

Rotinas do SO que controlam o uso da
memória.
• Controle de quais partes da memória encontram-
•
•
•
se livres e quais estão em uso
alocação da memória de acordo com as
necessidades dos processos
liberação da memória alocada após o término de
um processo
transferência do processo, ou parte dele, entre a
memória principal e a memória secundária
Mecanismos para Gerência de
Memória







máquina pura
monitor residente
swapping
partições múltiplas
paginação
segmentação
sistemas combinados
Máquina Pura




É o esquema mais simples, pois não existe gerência
de memória
O usuário lida diretamente com o hw e possui total
controle sobre toda a memória
Fornece maior flexibilidade para o usuário, máxima
simplicidade e custo mínimo, pois não exige sw ou
hw especiais
O software para essas máquinas é desenvolvido
através de compiladores que executam em outras
máquinas (compiladores cruzados)
Máquina Pura

Problemas:
• não existe a infra-estrutura do SO (rotinas de
•

E/S, por exemplo)
não há monitor residente para controlar
chamadas de sistema ou erros
Viável apenas em sistemas dedicados,
onde o computador controla um
equipamento específico.
Sistemas monoprogramados


Com monoprogramação a gerência de
memória fica simples
O espaço é dividido entre o SO e o
processo do usuário que está sendo
executado
Monoprogramação
Início
SO
(tabela de interrupção,
carregador, etc.)
Programa do Usuário
Memória Livre
Fim
Monoprogramação

Vantagens:
• simplicidade
• custo baixo de implementação e uso
• não ocorrência de overheads decorrentes do
•
gerenciamento de memória
flexibilidade
Monitor Residente



Normalmente, este esquema é usado
em sistemas monoprogramados
Memória dividida em duas partes:
• área do SO
• área do usuário
Registrador limite: contém o primeiro
endereço do programa usuário
O problema da Relocação



Relocação é a transformação dos endereços
relativos do programa em endereços absolutos
Se o conteúdo do registrador limite é previamente
conhecido, os endereços absolutos podem ser
gerados na compilação
Se o endereço inicial do programa só vai ser
conhecido no momento da carga, deve haver
relocação:
•
•
Relocação estática : realizada pelo carregador
Relocação dinâmica : os endereços não são
modificados, pois usa-se um registrador base
Multiprogramação através de
Swapping



É implementada por um SO do tipo monitor
residente
O esquema de gerenciamento de memória é
estendido para implementar swapping
O programa que perde a CPU é copiado p/
disco, enquanto o programa que ganha a
CPU é transferido do disco p/ a memória
principal
Swapping
reg.
limite
Monitor
Swap-in
Espaço
do
Usuário
Swap-out
U1
U2
Partições Múltiplas


Com multiprogramação, é conveniente ter vários
programas na memória ao mesmo tempo para que a
CPU seja rapidamente alternada entre eles
Solução: dividir a memória em partições (cada partição
irá conter um programa)
•
•
partições fixas (normalmente o hw usa registradores
limite inferior e limite superior)
partições variáveis (normalmente o hw usa registradores
base e limite)
Partições Fixas


Divide-se a memória em um número
fixo de blocos (do mesmo tamanho ou
não)
Quando um processo é criado, ele é
colocado em uma fila (em disco) à
espera que uma partição de tamanho
suficiente se torne disponível
Partições Fixas

Para definir a partição onde o programa
vai ser colocado, existem duas opções:
• Montar uma fila individual para cada partição
• Montar uma fila única para todas as partições
Fragmentação

São perdas (desperdício) de memória:
• fragmentação interna: memória é perdida
•
dentro da partição alocada (é um desperdício
de espaço dentro da partição usada pelo
processo)
fragmentação externa: ocorre quando existe
espaço disponível mas este é pequeno
demais para os processos que estão à
espera (perda de espaço fora das partições
alocadas)
Partições Fixas

O controle de partições fixas é
conceitualmente simples. Necessita
levar em conta:
• tamanhos das partições de memória
• algoritmo para gerenciar a lista de processos em
espera
Partições Fixas

Exemplo: memória de 256K
• espaço do SO: 64K
• espaço para processos pequenos: 16K
• espaço para processos médios: 48K
• espaço para processos grandes: 128K
Partições Variáveis





os tamanhos das partições variam de
acordo com a necessidade
Tanto o tamanho quanto o número de
partições variam dinamicamente
Elimina a fragmentação interna
Introduz a fragmentação externa
Mais difícil de implementar
Partições Variáveis



O SO mantém uma lista indicando quais
partes da memória estão disponíveis e quais
estão ocupadas.
As áreas disponíveis são denominadas
lacunas (holes)
Quando um processo chega para ser
executado, a lista de lacunas é consultada e é
escolhida uma lacuna de tamanho suficiente
Partições Variáveis
JOB
1
2
3
4
5
Memória
60K
100K
30K
70K
50K
Tempo
10
5
20
8
15
0
0
monitor
0
monitor
40K
40K
Job 1
0
monitor
40K
Job 1
0
monitor
40K
40K
Job 5
Job 1
aloca job 5
job 1 termina
100K
monitor
100K
100K
100K
Job 4
90K
100K
Job 4
Job 4
aloca job 4
Job 2
200K
170K
job 2 termina
200K
Job 3
170K
200K
Job 3
170K
200K
Job 3
200K
Job 3
Job 3
230K
230K
230K
230K
230K
256K
256K
256K
256K
256K
Partições Variáveis Características




Vai existir um conjunto de áreas livres (lacunas)
espalhadas pela memória
Para executar um programa, o conjunto é
pesquisado à procura de uma área maior ou igual à
necessidade
se a área é maior, a parte restante vai continuar livre
quando um processo termina, a área é liberada. Se
a área é adjacente a outra área livre, as duas áreas
são aglutinadas em uma única lacuna
Partições Variáveis - Algoritmos
de Alocação

Algoritmos para escolha da área livre
(alocação dinâmica da memória):
• first-fit: aloca o primeiro espaço livre de
•
•
tamanho suficiente
best-fit: aloca o menor espaço livre que seja
suficiente. Produz a menor sobra de espaço
worst-fit: aloca o maior espaço livre. Produz
a maior sobra de espaço livre (a sobra é mais
útil que a gerada por best-fit)
Partições Variáveis Compactação

Para resolver o problema da fragmentação
externa, a solução é a compactação da
memória:
•
•
•
os programas são deslocados na memória de forma
que todo os espaço livre fique reunido em uma única
lacuna
custo de tempo de CPU (overhead)
necessidade de relocação dinâmica (pois a relocação
estática impossibilita a compactação)
Paginação





A memória física é dividida em um número de
partições de mesmo tamanho, denominadas páginas
físicas, quadros ou frames
A memória lógica é dividida em partições do mesmo
tamanho, denominadas páginas lógicas (ou,
simplesmente, páginas)
Cada página lógica é carregada em um frame quando
o processo é carregado na memória principal
Nessa ocasião, uma tabela de páginas é criada
Permite que o espaço físico ocupado por um
processo seja não contíguo
Paginação



Se um processo tem tamanho K, os seus endereços lógicos
(endereços especificados nas suas instruções) vão desde 0
até K-1. Este é o espaço de endereçamento do processo.
Cada endereço lógico é quebrado em duas partes:
•
•
número de página p
deslocamento d
Endereço lógico:
15
10 9
Página (p)

0
deslocamento (d)
Acontece relocação dinâmica, pois cada endereço lógico é
traduzido em endereço físico em tempo de execução
Paginação
Implementação da Tabela de
Páginas

Conjunto de registradores dedicados

Memória Principal

Memória Associativa
Tabela de Páginas em Conjunto
de Registradores Dedicados

Na mudança de processo em execução
estes registradores são carregados com
os valores correspondentes ao novo
processo
Tabela de Páginas na Memória
Principal



Cada descritor de processo contém o
endereço de sua respectiva tabela de páginas.
A UCP possui um registrador que aponta para
a tabela de páginas atual
Para acessar um dado na memória são
necessários dois acessos: um de mapeamento
(acesso à tabela) e outro para acessar o dado
Tabela de Páginas em Memória
Associativa



Memória de alta velocidade, onde cada
posição possui dois campos:
• chave e valor
Pesquisa rápida, mas o hw é caro
chave = número de página lógica
valor = página física correspondente
Tabela de Páginas – bits de
controle

Cada entrada da tabela possui alguns
bits adicionais para implementar
proteção
• um bit para indicar se a página é de apenas
•
leitura (read only)
um bit para indicar se a página é válida ou
inválida
Segmentação


Divisão do espaço de endereçamento
em um número de partições com
tamanhos distintos
Aproxima-se mais da visão do
programador: um programa é uma
coleção de segmentos de tamanho
variável
Segmentação


A memória lógica é constituída por um
conjunto de segmentos, cada um com um
nome e um tamanho (na prática, os
segmentos são identificados por números e
não por nomes)
Uma posição da memória lógica é referida por
um par (s, d)
• s é o número do segmento
• d é o deslocamento (offset ) dentro do segmento
Segmentação


Os compiladores e montadores criam
automaticamente os segmentos que
constituem o programa
Na carga do programa cada segmento
recebe um número de segmento
específico
Segmentação
Subrotina
Pilha
Sqrt
Programa Principal
Array X
Espaço de Endereçamento Lógico do Processo
Segmentação



É necessário mapear cada endereço lógico
do tipo (s, d) para o endereços da memória
física correspondente
Para isso cada processo possui a sua tabela
de segmentos
A tabela de segmentos pode ser colocada
em registradores rápidos ou na memória
principal. Normalmente, é usado o esquema
de memória associativa (na tabela
associativa ficam os segmentos mais
recentemente acessados e seus endereços)
Tabela de Segmentos
1400
Subrotina
segmento 0
Sqrt
segmento 1
Programa Principal
segmento 2
Segmento 0
Pilha
segmento 3
Array X
segmento 4
2400
seg
0
1
2
3
base limite
1400 1000
6300 400
4300 400
3200 1100
3200
4 4700 1000
5700
Segmento 3
4300
Segmento 2
4700
Segmento 4
Tabela de segmentos
6300
Segmento 1
6700
Memória Física
Segmentação



Pode-se associar atributos aos
segmentos, possibilitando assim uma
proteção ou compartilhamento destes
segmentos
Bit de proteção associado a cada
entrada da tabela de segmentos
A segmentação facilita o
compartilhamento entre usuários
Fragmentação


A segmentação apresenta o problema
de fragmentação externa. A alocação de
espaço utiliza os métodos: first-fit, bestfit, etc.
Na paginação, ocorre a fragmentação
interna, pois, em média, a última página
do processo é ocupada apenas pela
metade
Segmentação e Paginação




Qual o melhor?
•
Discussão antiga, sem vencedores
Fragmentação
•
•
Paginação : apresenta fragmentação interna
Segmentação : apresenta fragmentação externa
Administração
•
Paginação é mais simples
Proteção (segurança) e compartilhamento
•
Segmentação é melhor, pois:
•
•
segmentos são unidades lógicas
páginas são mais misturadas (dados, código)
Segmentação e Paginação

Espaço endereçamento
• Paginação
• Espaço de endereçamento lógico é um espaço único,
contínuo, cujos endereços vão desde zero até MAX (onde
MAX = tamanho do programa menos 1)
• Segmentação
• Espaço de endereçamento lógico é formado por um
conjunto de segmentos. Cada segmento é um espaço
contínuo, cujos endereços vão desde zero até MAX (onde
MAX = tamanho do segmento menos 1)
Sistemas Combinados

Existem sistemas onde a paginação e a
segmentação são usadas em conjunto,
procurando tirar proveito de ambos os
esquemas.
• Segmentação paginada (mais comum)
• Paginação segmentada (menos comum)
Segmentação Paginada
s d
Tabela de
Segmentos
S
>=
N
Base da
Tabela de
Páginas
Tamanho
do
Segmento
d
erro
p d’
MEM
+
f
f d’
Memória Virtual


Para alguns autores, memória virtual é
sinônimo de memória lógica (i.é, é a
memória endereçada pelas instruções de
máquina de um processo)
Para outros, só existe memória virtual
quando o sistema consegue executar
programas sem que eles estejam
completamente carregados na memória
física.
Paginação por demanda


Um programa pode ser executado com
poucas de suas páginas na memória
Quando necessário, uma página é
trazida do disco para memória e
utilizada (demanda)
Paginação por demanda



É uma extensão do mecanismo de paginação
simples
As páginas de um processo podem estar
presentes na memória ou não. As páginas não
presentes estão marcadas como inválidas
Se uma página inválida é referida, o SO
verifica se ela está em disco (page fault) ou
se realmente é uma página fora do espaço
lógico do processo
Tratamento de page-fault




O processo que gerou a falta de página é suspenso, seu
descritor de processo é removido da ready list e inserido
em uma fila especial, a "fila dos processos esperando por
carga de página lógica";
Uma página física livre deve ser alocada;
A página lógica acessada deve ser localizada no disco (a
localização das páginas no disco é indicada no registro
descritor do processo);
Uma operação de leitura do disco deve ser solicitada,
indicando o endereço da página lógica no disco e o
endereço da página física alocada.
Tratamento de page-fault
Substituição de Páginas


O SO deve escolher uma página para ser
substituída (página vítima)
Bits auxiliares
•
•
•
Bit de sujeira (dirty bit)
•
Se ligado, indica se a página foi alterada na memória (nesse
caso, sua cópia no disco não está atualizada)
Bit de referência (reference bit)
•
Se ligado, indica se a página foi acessada recentemente (este
bit é desligado pelos algoritmos de substituição de páginas)
Bit de tranca (lock bit)
•
Se ligado, indica que a página não pode ser escolhida como
vítima (swapped-out), p.ex., página envolvida em operação de
E/S.
Algoritmos de substituição

FCFS (ou FIFO)
•
Mais antiga sai. O SO deve memorizar a ordem em
que as páginas são trazidas para a memória
Algoritmos de substituição

Ótimo (teórico)
•
Substitui a página que será acessada por último
Algoritmos de substituição

LRU
•
A página usada há mais tempo sai (precisa de HW
especial)
Algoritmos de Substituição

Segunda Chance
• Utiliza o bit de referência. A tabela de páginas
é vista como uma lista circular
a
1
f
0
c
10
d
10
a
1
h
0
c
0
d
0
Alocação de Páginas Físicas



Quantas páginas o processo deve ter
na memória física a cada instante?
Alocação local
Alocação global
Alocação de Páginas Físicas

Alocação local
• Não afeta outros processos
• Conjunto fixo de páginas por processo. Em
•
caso de falta de página, escolhe-se uma
destas para ser substituída
Problema: quantas páginas? (processos
diferem muito entre si)
Alocação de Páginas Físicas

Alocação global
• Não distingue entre os processos na
hora de escolher uma página vítima
• Problema: processos de baixa prioridade
são prejudicados
Thrashing

Se um processo tem poucas páginas,
sua taxa de page faults é alta. Isto
ocasiona:
• Má utilização da CPU

Thrashing  processo gasta mais tempo
fazendo swap in e swap out de páginas
do que realizando suas operações
Thrashing
Aumentando o número de processos na memória, diminui o número de
páginas físicas que cada um recebe. O funcionamento do sistema pode
chegar a um ponto em que a UCP não tem o que executar, pois todos os
processos ficam bloqueados esperando por busca de página no disco.
Working set

O working set de um processo no
tempo t, para um período de observação
(ou janela temporal) τ, é definido como o
conjunto das páginas que o processo
refere no intervalo de tempo (t-τ; t)
Working set
Algoritmo FFP (Freqüência de Falta de Páginas)


São utilizados 3 parâmetros de configuração:
tax_max, tax_min e período de contabilização de page faults.
Seja x o número de page faults geradas pelo
processo no período de contabilização:
•
•
Se x > tax_max, o SO aloca mais páginas físicas
para esse processo
Se x < tax_min, o SO libera algumas páginas físicas
desse processo
As páginas liberadas são inseridas na lista de
páginas físicas livres do sistema.
Desempenho da paginação por
demanda
te = (1-p) * tam + p * ttf


onde p é a taxa de page faults, tam é o tempo
médio de acesso à memória principal quando
não ocorre page fault e ttf é o tempo médio
necessário para o tratamento completo de
uma falta de página
te é o tempo efetivo de acesso à memória
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Gerência de Memória