REGIONALIZAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DE REDES ASSISTENCIAIS SEMINÁRIO ESTADUAL DE PLANEJAMENTO EM SAÚDE SES – GO 2008 PESS/NEPP/UNICAMP Carmen Lavras REGIONALIZAÇÃO NO SUS PESS/NEPP/UNICAMP Carmen Lavras ANTECEDENTES PESS/NEPP/UNICAMP Carmen Lavras DESCENTRALIZAÇÃO DO SETOR SAÚDE NO BRASIL Década 70 • “Desconcentração” de atividades normatizadas para os níveis regionais dos estados. • Emergência de projetos de intervenção na atenção à saúde sob responsabilidade de alguns municípios. PESS/NEPP/UNICAMP Carmen Lavras DESCENTRALIZAÇÃO DO SETOR SAÚDE NO BRASIL Década 80 • AIS e SUDS – delegação da gerência dos serviços estaduais e federais existentes num determinado território aos municípios. • Intensificação do movimento da reforma sanitária que defende entre outras coisas a descentralização como uma diretriz para a Política Nacional de Saúde. • Formulação e criação do SUS tendo a descentralização como diretriz básica. PESS/NEPP/UNICAMP Carmen Lavras SUS PESS/NEPP/UNICAMP Carmen Lavras S.U.S. - UM PROCESSO EM CONSTRUÇÃO Art. 196 - A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantindo mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. PRINCÍPIOS • Universalidade • Eqüidade • Integralidade DIRETRIZES • Descentralização com direção única em cada esfera de governo • Regionalização e hierarquização • Controle Social PESS/NEPP/UNICAMP Carmen Lavras OBSERVAÇÕES QUANTO AO DESENVOLVIMENTO DO SUS – década de 90 • • • • • Marcada pela municipalização do SUS, tendo o Ministério da Saúde como o grande financiador e os municípios como prestadores e gestores do sistema de saúde. Pouca interferência da SES no processo. Principais características do processo de municipalização: - Adesão municipal. - Mecanismo de transferência fundo a fundo. - PAB. - Incentivos. Principais instrumentos: - NOB 1/91 - NOB 1/93. - NOB 1/96. - Descentralização das vigilâncias. Principais avanços: - Expansão de cobertura. - Aproximação dos serviços de saúde dos usuários. - Qualificação da atenção à saúde. - Qualificação da gestão do sistema. PESS/NEPP/UNICAMP Carmen Lavras NOB- 93 e 96 Reforçaram a municipalização • Modelos de gestão • Formas de repasse • Instrumentos para gestão do Sistema- Planos e Relatórios • Arranjos de gestão muito variados gerando problemas para a organização do SUS e ocasionando conflitos permanentes entre os gestores estadual e municipal, muitas vezes com rompimento do princípio do comando único sobre o sistema em cada nível de governo. PESS/NEPP/UNICAMP Carmen Lavras OBSERVAÇÕES QUANTO AO DESENVOLVIMENTO DO SUS – inicio da década atual • Regionalização da assistência • Proposição de formação de sistemas ou redes assistenciais funcionais e resolutivas, que muitas vezes extrapolam os limites territoriais e político administrativos de municípios e até de estados. • Mesma proposição para realidades absolutamente distintas. • Principais instrumentos NOAS 01 e 02 PESS/NEPP/UNICAMP Carmen Lavras OBSERVAÇÕES QUANTO AO DESENVOLVIMENTO ATUAL DO SUS • Ênfase na regionalização • Instrumentos mais flexíveis respeitando a diversidade regional existente no país. • Principal instrumento Pacto de Gestão PESS/NEPP/UNICAMP Carmen Lavras Pacto pela Saúde Portaria GM/MS n. 399/2006 Pacto pela Vida. Pacto em Defesa do SUS. Pacto de Gestão. PESS/NEPP/UNICAMP Carmen Lavras PACTO DE GESTÃO Está alicerçado nas seguintes premissas: • • • • • • • • Gestão compartilhada Gestão colegiada Pactuação Co-financianciamento Descentralização/regionalização Construção de consensos Negociação Controle social PESS/NEPP/UNICAMP Carmen Lavras PACTO DE GESTÃO • Reafirma a Regionalização como uma diretriz do Sistema Único de Saúde. • Não propõe nenhum desenho ou modelo padrão de Região de Saúde. • Propõe que cada CIB estabeleça o desenho mais apropriado de dessas regiões para garantir o acesso com qualidade às ações e serviços de saúde respeitando as necessidades de saúde e a capacidade de oferta de serviços de saúde existentes . • Propõe a constituição de um espaço permanente de pactuação e co-gestão solidária e cooperativa por meio de um Colegiado de Gestão Regional que deve assegurar a presença de todos os gestores de saúde dos municípios que compõem a região e da representação estadual. PESS/NEPP/UNICAMP Carmen Lavras O PROCESSO DE REGIONALIZAÇÃO DO SUS DEVE CONSIDERAR • Heterogeneidade regional presente no país; • Dificuldades de articulação política entre distintos governos; • Concentração dos equipamentos de saúde; • Inadequação da distribuição de profissionais de saúde; • Insuficiência de quadros gestores e de profissionais para áreas estratégicas; • SES em processo de reestruturação; • Mecanismos indutores altamente burocratizados (MS). PESS/NEPP/UNICAMP Carmen Lavras REGIONALIZAÇÃO COMO ESTRATÉGIA DE CONSOLIDAÇÃO DO SUS • Lógica do processo saúde-doença; • Complexidade do sistema de saúde; • Características da rede urbana do país; • Características do federalismo brasileiro; • Exigências legais. PESS/NEPP/UNICAMP Carmen Lavras REGIONALIZAÇÃO COMO PROCESSO • Configuração; • Definição de grandes estratégias e mecanismos de implementação e acompanhamento; • Formulação de plano operacional; • Implantação, avaliação e ajustes permanentes. PESS/NEPP/UNICAMP Carmen Lavras TERRITÓRIOS SANITÁRIOS NO BRASIL • No Brasil, os Territórios da União, dos Estados e dos Municípios obedecem a divisão político administrativa legalmente estabelecida. • Nesses territórios desenvolvem-se práticas sanitárias do SUS. • 70% dos municípios brasileiros tem menos de 20.000 habitantes. Isto determina que a oferta de procedimentos mais especializados seja definida com foco em territórios na maioria das vezes, supra-municipais. PESS/NEPP/UNICAMP Carmen Lavras Regiões Sanitárias • São recortes territoriais inseridos em espaços geográficos contínuos, tendo como base a existência de identidades culturais, econômicas e sociais, assim como de redes nas áreas de comunicação, infra-estrutura, transportes e saúde. • Nessas regiões, as ações e serviços devem ser organizados com o objetivo de atender às demandas das populações dos municípios a elas vinculados, garantindo o acesso, a eqüidade e a integralidade do cuidado. PESS/NEPP/UNICAMP Carmen Lavras REGIONALIZAÇÃO “processo de constituição de regiões sanitárias, nas quais se organizam redes regionalizadas de atenção à saúde, visando a garantir a universalidade do acesso, a eqüidade, a integralidade e a resolubilidade das ações e serviços de saúde.” PESS/NEPP/UNICAMP Carmen Lavras REGIONALIZAR PARA QUE? 1. Superar fragilidades do processo de municipalização 2. Imprimir maior racionalidade na oferta de procedimentos especializados: • respeitando a lógica de escala na produção desses procedimentos e portanto evitando o desperdício de recursos; • favorecendo o acesso; • organizando os “fluxos reais” • qualificando e aumentando a eficiência da atenção especializada e do SADT PESS/NEPP/UNICAMP Carmen Lavras REGIONALIZAÇÃO DO SUS • constitui-se no eixo norteador de desenvolvimento do SUS para a próxima década; • é favorecida pelo Pacto de Gestão; • deve respeitar as diversidades existentes no país • concretiza-se através da organização de RRAS PESS/NEPP/UNICAMP Carmen Lavras Redes de Atenção a Saúde em Regiões Sanitárias • No processo de regionalização as redes de atenção à saúde devem ser entendidas como elementos constitutivos de sistemas locoregionais de saúde, que devem se integrar e se complementar. • A estruturação das redes de atenção à saúde no Brasil, envolve necessariamente, a articulação de instituições sob gestão de instâncias representativas de diferentes entes federativos. PESS/NEPP/UNICAMP Carmen Lavras REDE Diferentes organizações e atores vinculados entre si a partir do objetivos comuns PESS/NEPP/UNICAMP Carmen Lavras REDE Estruturas policêntricas, envolvendo diferentes atores, organizações ou nódulos vinculados entre si a partir do estabelecimento e manutenção de objetivos comuns e de uma dinâmica gerencial compatível e adequada*. *O desafio da gestão das redes de políticas - Sonia Maria Fleury Teixeira PESS/NEPP/UNICAMP Carmen Lavras A organização de redes na atualidade é favorecida por: • Globalização econômica alterando os processos produtivos e de gestão • Reforma do setor público imprimindo mudanças na relação estado/sociedade e favorecendo novos modelos de gestão • Desenvolvimento tecnológico na área de informação e comunicação PESS/NEPP/UNICAMP Carmen Lavras A organização de redes de gestão apresenta como desafio o desenvolvimento de novos processos que contemplem: • Mecanismos decisórios coletivos • Novas formas de distribuição de recursos • Novas instâncias e instrumentos de negociação e de estabelecimento de consensos • Novas regras de atuação PESS/NEPP/UNICAMP Carmen Lavras Utilização do conceito de rede no SUS em relação a gestão A conformação de redes interfederativas de gestão é inerente ao SUS desde sua criação pela Constituição de 88 Descentralização Participação do setor privado Participação social PESS/NEPP/UNICAMP Carmen Lavras O SUS exigiu a definição de novos mecanismos e instrumentos de gestão para favorecer: • • • • Gestão tripartite Gestão por consensos Participação social Articulação entre entidades públicas/da sociedade civil/privadas PESS/NEPP/UNICAMP Carmen Lavras MECANISMOS E INSTRUMENTOS DE GESTÃO DO SUS • Conferências de Saúde • Conselhos de Saúde • Espaços de negociação e pactuação intergestores CIB/CIT • NOBs/ NOAS • PPI/PDI/PDR • Pactos pela Saúde • Etc. PESS/NEPP/UNICAMP Carmen Lavras PACTO DE GESTÃO Está alicerçado nas seguintes premissas: • • • • • • • • Gestão compartilhada Gestão colegiada Pactuação Co-financiamento Construção de consensos Descentralização/regionalização Negociação Controle social PESS/NEPP/UNICAMP reforça a configuração de rede interfederativa de gestão Carmen Lavras Utilização do conceito de rede no SUS em relação a organização da atenção • Rede por tipo de unidade de saúde/ nível do sistema: rede de centros de saúde rede ambulatorial rede hospitalar rede de serviços de urgência e emergência etc • Redes temáticas(organizada por agravo/risco/faixa etária/gênero): rede de atenção a saúde da mulher rede de atenção ao idoso rede de atenção aos portadores de diabetes rede de oncologia etc • Sistema em rede – REDES DE ATENÇÃO A SAÚDE PESS/NEPP/UNICAMP Carmen Lavras Redes de Serviços de Saúde • São arranjos organizativos de serviços de saúde hierarquizados segundo densidade tecnológica e custo dos procedimentos aí desenvolvidos, o que conforma redes horizontais em cada nível hierárquico do sistema (Primário, Secundário e/ou Terciário). PESS/NEPP/UNICAMP Carmen Lavras Redes de serviços de saúde PESS/NEPP/UNICAMP Carmen Lavras Redes Temáticas São arranjos de serviços de saúde organizados em função da atenção a grupo de riscos ou agravos específicos (Saúde Mental, Saúde do Trabalhador, DST, etc.) ou ainda da atenção a indivíduos numa fase determinada do ciclo de vida (Saúde da Criança, Saúde do Idoso, etc.). Esses arranjos conformam redes verticais envolvendo serviços de diferentes níveis hierárquicos do sistema. PESS/NEPP/UNICAMP Carmen Lavras Redes Temáticas PESS/NEPP/UNICAMP Carmen Lavras Redes de Atenção à Saúde Redes de Atenção à Saúde são entendidas como arranjos organizativos de unidades funcionais de saúde(pontos de atenção e pontos de apoio diagnóstico e terapêutico) , onde são desenvolvidos procedimentos de diferentes densidades tecnológicas, que integradas através de sistemas logísticos e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado PESS/NEPP/UNICAMP Carmen Lavras Sistema em Rede Redes de Atenção à Saúde PESS/NEPP/UNICAMP Carmen Lavras Sistema em Rede Redes de Atenção à Saúde PESS/NEPP/UNICAMP Carmen Lavras REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE Componentes • PONTOS DE ATENÇÃO/UNIDADES FUNCIONAIS • PONTOS DE APOIO DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICO • SISTEMA LOGÍSTICO • SISTEMA DE GESTÃO PONTOS DE ATENÇÃO (UNIDADES FUNCIONAIS) • • • • • • • • • • • • Unidades de saúde da família Postos de saúde/Centros de saúde Unidades ambulatoriais Centros de referência Pronto- socorros Maternidades Centro cirúrgicos Unidades de hemodiálise Casas de apoio Caps Serviços de atendimento domiciliar Etc. PESS/NEPP/UNICAMP Carmen Lavras PONTOS DE APOIO DIAGN. E TERAPÊUTICO • Laboratório de patologia e análises clínicas • Centro de diagnóstico por imagem • Postos de coleta de exames • Farmácias/ pontos de dispensação de medicamentos • etc PESS/NEPP/UNICAMP Carmen Lavras SISTEMA LOGÍSTICO • Transporte de pacientes • Transporte de resíduos de serviços de saúde • Sistemas informatizados de apoio: cartão de identificação; prontuário eletrônico; envio de resultados de exames; etc. • Centrais de marcação • Sistemas de distribuição de insumos • Etc. PESS/NEPP/UNICAMP Carmen Lavras SISTEMA DE GESTÃO • Centrais de regulação regionais • Estruturas e processos de gerenciamento das unidades • Estrutura e processos de gestão do SUS regional PESS/NEPP/UNICAMP Carmen Lavras ESTRUTURAÇÃO DE REDES REGIONAIS DE ATENÇÃO À SAÚDE • Imprime maior racionalidade ao sistema • Contribui para a superação da fragmentação • Respeita as diversidades regionais • Favorece o acesso e a integralidade • Constitui-se no grande desafio do SUS para a próxima década PESS/NEPP/UNICAMP Carmen Lavras obrigada [email protected] PESS/NEPP/UNICAMP Carmen Lavras