II FÓRUM NACIONAL DE CARVÃO VEGETAL QUALIDADE DA MADEIRA PARA PRODUÇÃO DE CARVÃO VEGETAL A éli d Angélica de Cássia Cá i O O. Carneiro C i Viçosa- MG 1. Aspectos econômicos do setor Fonte: Anuário, 2009 - AMS Consumo de Carvão por Estado 1 000 mdc 1.000 Fonte: Anuário, 2009 - AMS Consumo de Carvão p pelos Diversos Segmentos g - Brasil Fonte: AMS, 2010 1.000 mdc Fonte: Anuário, 2009 - AMS PREÇOS MÉDIOS É DO CARVÃO Ã VEGETAL T EM MINAS GERAIS Preço PreçoCarvão MDC - vegetal 2008/ MG US$//MDC R$/MDC 200 140 120 150 100 100 80 5060 40 020 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 0 AnoJul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Fonte: AMS - 2010 27/10/2010 R$ 90,00 2. Carbonização da Madeira ∆ Carbonização ou Pirólise: degradação térmica em ambiente com atmosfera controlada de oxigênio. oxigênio O processo pode d ser autotérmico t té i ou alotérmico. l té i 3. Qualidade da madeira para produção de carvão vegetal X Qualidade da madeira Foto: www.se ementesqualitty.com.br QUALIDADE É UMA COMBINAÇÃO DE CARACTERÍSTICAS FÍSICAS, QUÍMICAS E ANATÔMICAS DE UMA ÁRVORE OU DE SUAS PARTES QUE PERMITEM UMA MELHOR UTILIZAÇÃO PARA DETERMINADO USO FINAL. QUALIDADE = ADEQUAÇÃO PARA USO FINAL Foto: Casirag F ghi, 2007 Silvicultura baseada em volume l Tabela 5. Valores do incremento médio anual, massa seca, massa de d lignina, li i energia i disponível di í l e massa de d carvão ã vegetal t l referentes ao diferentes materiais genéticos. Material IMA ggenético (m ( 3/ha)) Massa seca ((ton/ha.ano)) Massa de g lignina (t/ha.ano) Energia ((kW.h)/ha.ano ) Massa de carvão vegetal g (t/ha.ano) Massa de carbono (t/ha.ano) 13,1 a 10 7 c 10,7 11,1 b 1 2 49,1 a 43,9 bc 26,9 a 22,3 c 8,1 a 6,7 c 143.678,9 a 111.388,4 c 8,1 a 6,4 bc 3 4 47,0 b 40,0 c 23,4 b 21,9 c 7,5 b 7,0 c 121.310,8 b 112.726,4 c 6,7 b 6,2 c Fonte: Santos e Carneiro, 2010 10 3 d 10,3 O rendimento e as propriedades do carvão vegetal dependem da qualidade da madeira que lhe deu origem, do equipamento e das condições operacionais da carbonização. Fatores inerentes a madeira Densidade básica Æ Alta Composição química Æ Lignina Espessura parede Æ Alta Umidade Æ Baixa Cinzas Æ Baixa Fatores inerentes ao processo Temperatura de carbonização Taxa de aquecimento T d i t Pressão Dimensões da madeira Fluxo gasoso Aspectos práticos: - Ser denso; - Quebrar sem soltar moinha; -Q Queimar sem desprender p fumaça; ç ; - Isento de tiços, pedras, terra e outras impurezas; - Granulometria média e uniforme (4-5 cm). ESCOLHA DA ESPÉCIE Alto teor de lignina Alta densidade Alta produtividade R i tê i a pragas e doenças Resistência d Resistência a condições adversas Principais materiais genéticos comerciais utilizados E. grandis E. urophylla E. cloesiana E. camaldulensis E saligna E. li E. E urograndis; di E. urocam; outros... Tabela 6. 6 Teor de lignina, lignina Densidade básica e Poder calorífico de diferentes espécies de Eucalyptus. DENSIDADE DA MADEIRA Fatores que afetam a densidade • Idade • Clima • Localização geográfica • Práticas silviculturais (espaçamento, idade, adubação, etc) ç no tronco, • Outros ((extrativos, posição taxa de crescimento) A densidade da madeira afeta a capacidade d produção de d ã das d plantas l t de d carbonização b i ã ¾ Maior energia armazenada por unidade de volume ¾ Reduz os custos de colheita e transporte, em função do menor volume ¾ Aumento na capacidade de produção dos fornos ¾ Redução de mão-de-obra Densidade Madeira x Densidade Carvão , 0,60 0,50 g/ccm³ 0,40 0 30 0,30 0,20 0,10 0 00 0,00 3 5 Idade Fonte: Carneiro & Pereira, 2008 7 Fonte: Alencar, et al, 2002 IMPORTÂNCIA DA DENSIDADE DO CARVÃO VEGETAL Estudo de caso 1 Dados Carvão vegetal g 1 Carvão vegetal g 2 Carbono fixo (%) 75 75 Densidade a granel (kg/m3) 210 230 Preço ç R$/MDC 100 100 Consumo de Carbono fixo por tonelada de gusa - 430 kg DADOS Consumo de CV por tonelada de gusa Carvão vegetal 1 Carvão vegetal 2 2,73 MDC/t gusa 2,49 MDC/ t gusa 273 249 Custo com CV por tonelada de gusa (R$) Ex.: Empresa com produção mensal de 20.000 t gusa usando o CARVÃO VEGETAL 2 LUCRO MENSAL = R$ 480.000,00 QUALIDADE + R$ 24 /t gusa Características do carvão produzido com madeira densa ¾ Carvão mais denso ¾ Maior M i massa de d Carbono C b fixo fi e energia i por volume l ¾ Carvão menos friável e quebradiço Æ mais resistente ¾ Reduz custos de transporte Æ mais massa por unidade volume gravimétrico Æ redução ç de finos ¾ Maior rendimento g ¾ Maior produtividade dos fornos Æ Maior aproveitamento do volume dos fornos ¾ Aumenta o tempo de carbonização COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA MADEIRA MADEIRA: Diversos componentes químicos Polímeros difícies de serem isolados sem alterações significativas Constituídos de polímeros de alto peso molecular Diferentes temperaturas de degradação COMPONENTE CONÍFERA (%) FOLHOSA (%) 40-45 40-45 Glucomananas 20 5 xilanas 10 25-30 LIGNINAS 25-30 20-25 EXTRATIVOS 3-10 3-10 CINZAS <1 <1 CELULOSE HEMICELULOSE Fra ação Má ássica ((kg/kg) 10 1.0 Lignina 0.8 0.6 0.4 Eucalipto Celulose 02 0.2 Hemicelulose 0.0 200 300 400 500 600 Temperatura (oC) Comparação entre TG dinâmica da carbonização dos componentes do eucalipto Fonte: Raad, 2004 E. maculata, E. pellita, E. tereticornis, E. urophylla, E. cloeziana e Híbrido (E. urophylla x E. grandis) – Idade 7 anos 38.50 y = 0.508x + 23.093 R2 = 0.9279 0 9279 38.00 Lignina 37.00 36.50 36.00 35.50 35.00 Rendimento em carvão e carbono fixo 34.50 22 23 24 25 26 27 28 29 30 LIG (%) 29.50 y=0 0.3698x 3698 + 18 18.048 048 2 R = 0.9164 29.00 28.50 RCF F (%) RGC (%) 37.50 28.00 27.50 27.00 26.50 26.00 22 23 24 25 26 27 28 29 30 LIG (%) Fonte: Trugilho, 2008 Estrutura proposta para lignina presente em madeira das angiospermas. p g p FONTE PILÓ-VELOSO et. al. (1993). Fonte: Gomide, et al, 2005 Relação Siringil/guaiacil 4 Relação siringil/guaiacil da madeira nos diferentes clones de eucalipto p ppara energia. g a b 3 ab c 2 1 0 7 Relação S/G Rendimento 8 9 10 Material genético Fonte: Santos e Carneiro, 2010 Tabela 7. Perda de massa (%) dos diferentes materiais genéticos em função das faixas de temperaturas. temperaturas Perda de massa ((%)) Material genético 25o-100oC 100o-200oC 200o-300 oC 300o-400 oC 400o-500 oC Massa residual 1 6 0 16 53 14 11 2 8 0 16 53 14 9 3 7 0 19 54 16 4 4 8 1 17 52 16 6 50 100 90 TG 40 DTA 80 70 60 20 50 40 10 TG (%) DTA (uV V) 30 30 0 20 26 61 117 170 222 275 327 382 429 479 -10 10 10 0 -20 -10 Temperatura (°C) Termograma e DTA da madeira para o material genético 2. Fonte: Santos e Carneiro, 2010 Rendimento Gravimétrico 100 00 100,00 Eucalyptus benthamii - 80,00 60 00 60,00 3 idades diferentes % Guarapuava-PR 40,00 sementes Geadas severas 20 00 20,00 IMA > 40m3 a a b a GNC a a GC a b b CV a 0,00 3 anos 5 anos Densidade Madeira x Densidade Carvão Carbono Fixo x Teor de Lignina 100 0,60 90 0,50 80 70 0,40 60 % g//cm³ 7 anos 0,30 , 50 40 0,20 30 20 0,10 10 0,00 0 3 5 Idade 7 3 5 7 C arbo no Fixo Idade Fonte: Carneiro & Pereira, 2008 Teo r de Lignina Composição elementar TABELA 5. Composição elementar da madeira dos diferentes materiais genéticos de clones de eucalipto. g p Composição elementar da madeira (%) Material genético C N H S O 1 48 8 a 48,8 0 20 a 0,20 6 68 a 6,68 0 12 a 0,12 44 21 b 44,21 2 48,04 ab 0,17 ab 6,44 a 0,09 a 45,27 ab 3 47,53 b 0,15 b 6,32 a 0,08 a 45,93 a 4 47,23 b 0,16 ab 6,51 a 0,08 a 46,02 a Rendimento gravimétrico em carbono fixo 35 30 a b b b 1 2 3 4 (%) 25 20 15 10 5 0 Material genético Fonte: Santos e Carneiro, 2010 Teor de umidade da madeira Tabela 8 - Influencia da umidade no poder calorífico da madeira Umidade (%) Energia disponível PCU (Kcal/Kg) Energia para secar (Kcal) PUI (kcal/Kg) (aproximado) 0 4904,3 - 4904,3 20 3827,7 117,2 3710,5 50 2392 3 2392,3 291 8 291,8 2100 5 2100,5 80 956,93 466,50 490,43 Umidade da lenha < 30% Tempo de secagem: > 90 dias Dimensão, espécie, época do ano e outros Características do carvão produzido com madeira úmida ¾ carvão friável e quebradiço ¾ elevação do teor de fino durante o manuseio e transporte ¾ fendilhamento no carvão, devido aumento da pressão de vapor por ocasião da transformação da madeira em carvão vegetal ¾ menor rendimento gravimétrico; reduz tempo de carbonização e número de fornos INFLUÊNCIA DA DIMENSÃO DA PEÇA Ç Por razões de qualidade do carvão ã produzido, d id o diâ diâmetro t ideal para carbonização está entre 10 e 20 cm. Diâmetros > 20 cm - carvão muito quebradiço, dificultar o manuseio da peça. Diâmetros < 10 cm - dificultam o arranjo das peças dentro do forno, aumenta o tempo p de enchimento, aumento do custo da mão-de-obra. Ganho > 15% de massa enfornada Æ 2,0% de economia no custo do carvão. Comprimento: C i t Função do tamanho do forno Não afeta significativamente o tempo de carbonização OUTRAS PROPRIEDADES DA MADEIRA RELAÇÃO CERNE/ALBURNO PARÂMETROS ANATÔMICOS CRISTALINIDADE DA CELULOSE SECAGEM DA MADEIRA RENDIMENTO GRAVIMÉTRICO CARBONO FIXO FRIABILIDADE Ganhos com a melhoria da qualidade da madeira Redução na áreas plantadas Redução no consumo de madeira Efi iê i de Eficiência d conversão ã energética éti Redução de emissões nos processos de conversão R d ã nos custos Redução t Melhorias na qualidade do carvão Agradecimentos: UFV DEF SIF PÓLO DE EXCELENCIA EM FLORESTA FAPEMIG SECTES EMBRAPA OBRIGADA! cassiacarneiro@ufv br [email protected] Madeira necessária p para suprir p a indústria de Ferro Gusa Produção de Gusa a carvão vegetal = 12 milhões de toneladas / ano Carvão Vegetal Necessário = 8,5 milhões de toneladas / ano Madeira por ton de carvão = 3,6 toneladas = 6 metros cúbicos Total de Madeira Necessária = 50 milhões de metros cúbicos / ano Total de Área de Corte Necessária = 200 mil de hectares / ano Total de Floresta Plantada disponível = 20 milhões de metros cúbicos / ano Déficit de Madeira = 30 milhões de metros cúbicos / ano Total de Área disponível = 80 mil de hectares / ano Déficit de Floresta Plantada = 120 mil hectares / ano Se melhorar o processo e qualidade da madeira pode pode-se se reduzir esse déficit para 68 mil hectares / ano Fonte: Raad, 2010 Modelo de Carbonização de Holmes Determinação da velocidade de formação da camada de carvão, desenvolvendo um modelo semelhante ao de Kanury ø= 3” ø 450 300 250 150oC Propagação da frente de carbonização