Resistência ao Cisalhamento de Interface entre Solos e Materiais de Construção Karla Rafaela Sega Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, Brasil, [email protected] Pérsio Leister de Almeida Barros Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, Brasil, [email protected] RESUMO: Este trabalho apresenta um projeto de pesquisa experimental onde os parâmetros de resistência de interface entre diferentes materiais e diferentes tipos de solos foram determinados através de ensaios de cisalhamento direto e comparados com os valores sugeridos na bibliografia. Verificou-se que há uma sensível diferença nos valores obtidos pelos dois métodos. Propõe-se que os valores dos parâmetros de resistência ao cisalhamento de interface sejam estimados com base nos parâmetros de resistência ao cisalhamento do solo juntamente com algum parâmetro que expresse a natureza e a rugosidade da superfície do material em contato com o solo. Para desempenhar o papel desse último parâmetro, definiu-se um “ângulo de atrito padrão”, dado pelo atrito entre a superfície do material e uma areia padrão. Foram feitas comparações entre os parâmetros de resistência ao cisalhamento de interface e o ângulo de atrito padrão das superfícies dos materiais de construção e observou-se que um aumento no ângulo de atrito padrão leva a um aumento no atrito e na adesão dos materiais com os solos; mostrando que a rugosidade dos materiais tem influência na correlação solo-material de construção. Isso permite concluir que esta metodologia proposta pode oferecer vantagens. PALAVRAS-CHAVE: Resistência ao cisalhamento, Atrito de interface, Adesão, Ensaio de cisalhamento direto, Interação solo-estrutura. 1 INTRODUÇÃO A resistência ao cisalhamento ao longo da interface entre o solo e materiais de construção é parte importante no projeto e análise de vários tipos de estruturas tais como muros de arrimo, cortinas, blocos de ancoragem e estacas. Em geral a resistência ao cisalhamento de interface é modelada pela lei de Coulomb e caracterizada por dois parâmetros: o ângulo de atrito de interface (δ) e a adesão (a). O valor desses dois parâmetros pode ser determinado por ensaios como o cisalhamento direto, ou, mais comumente, estimado a partir dos valores dos parâmetros de resistência ao cisalhamento do solo (Bowles, 1968). Esta segunda alternativa é mais prática, porém deve-se considerar a natureza e a rugosidade superficial do material em contato com o solo nessa estimativa. Potyondy (1961) determinou os valores da resistência ao cisalhamento de interface entre vários tipos de solos e diferentes materiais de construção e concluiu que a resistência de interface depende da distribuição granulométrica do solo, da tensão normal que atua sobre a interface, do tipo do material de construção e do seu acabamento superficial. Ao longo das últimas décadas, outros autores como Brumund e Leonards (1973); e DeJong e Westgate (2009) analisaram o mesmo tema. Diferentes aspectos como a influência de carregamentos cíclicos, carregamentos dinâmicos, grandes deslocamentos e diferenças entre a resistência de pico e a resistência residual foram investigados. Uma extensa lista desses trabalhos pode ser encontrada em Gómez et al. (2008). A maioria dos trabalhos listados investiga o comportamento de areias e solos arenosos. Porém há também alguns trabalhos que tratam do comportamento de solos argilosos. Os fatores que influenciam a resistência de interface podem ser agrupados em: a. Fatores que indicam a influência do tipo do solo; b. Fatores que indicam a influência do material de construção; c. Fatores que indicam a influência do tipo do carregamento. Os fatores do primeiro grupo podem ser convenientemente expressos pelos parâmetros de resistência ao cisalhamento do solo, ângulo de atrito interno (φ) e coesão (c). Os parâmetros de resistência ao cisalhamento do solo também refletem as condições de carregamento (nível de tensões, drenagem, entre outros) para as quais eles foram obtidos. Assim, eles também expressam em boa parte os fatores do terceiro grupo. Já para os fatores do segundo grupo, não há um conjunto padrão de parâmetros que os expresse. O acabamento superficial pode ser expresso pela rugosidade. Porém, mesmo a rugosidade necessita de mais de um parâmetro para a sua completa descrição (ABNT, 2002). Alem disso, o tipo do material de construção (concreto, madeira, aço, entre outros) também tem influência na resistência de interface. O tipo do material não é expresso pela rugosidade. O presente trabalho introduz um ângulo de atrito padrão (δp) para a expressão da influência do material em contato com o solo. Esse ângulo de atrito padrão é definido como o ângulo de atrito entre a superfície do material de construção e uma areia padronizada, sob uma tensão normal também padronizada. Assim, esse parâmetro expressa não só a influência do acabamento superficial, como também a influência do tipo do material de construção. A areia padrão e a tensão normal utilizadas na determinação do ângulo de atrito padrão são arbitrariamente escolhidos no presente estudo. Seus valores são comparados com os parâmetros de resistência de interface obtidos para esses materiais e diferentes tipos de solos. Na determinação tanto do ângulo de atrito padrão, quanto dos parâmetros de resistência ao cisalhamento dos solos e dos parâmetros de resistência de interface foi utilizado o ensaio de cisalhamento direto. 2 ENSAIOS 2.1 Ângulo de Atrito Padrão Inicialmente, foram selecionados três tipos de materiais para a pesquisa. Estes materiais são: concreto, madeira e papel lixa de grão 120 (Figura 1). Figura 1: Materiais em estudo (lixa 120, concreto e madeira) Apesar de não ser um material de construção, o papel lixa foi utilizado para representar um material com grande rugosidade. Para os ensaios ele foi colado à superfície de um disco de madeira com diâmetro igual ao da caixa de cisalhamento. Os outros dois materiais também foram moldados no formato de discos. Em uma fase posterior utilizou-se também disco de alumínio polido nos ensaios, para representar um material com um atrito de interface bem reduzido. Para determinar o ângulo de atrito padrão dos materiais em estudo, obtendo-se então a influência destes em contato com o solo, foram realizados ensaios de cisalhamento direto entre os materiais, sendo estes a madeira, o concreto, a lixa 120 e o alumínio, e uma areia padrão. Uma areia quartzosa, com partículas subangulares, foi selecionada. Utilizou-se na determinação do ângulo de atrito padrão a fração da areia compreendida entre as peneiras de malha 40 (0,425 mm) e 60 (0,25 mm). Preparou-se então a caixa de cisalhamento, colocando-se os materiais em estudo na parte inferior da caixa de cisalhamento com diâmetro de 6,35 cm e altura de 3cm, e a areia colocada sobre estes com auxílio de um funil distribuindo-se então de maneira uniforme. Os ensaios foram realizados com uma tensão normal padrão de 50 kPa, também escolhida arbitrariamente, e obtiveram-se os valores das tensões de cisalhamento durante o ensaio. Com o maior valor da tensão de cisalhamento em função da tensão normal obteve-se o ângulo de atrito padrão para cada material em estudo. 2.2 Parâmetros de Resistência Na determinação dos parâmetros de resistência ao cisalhamento dos solos e dos parâmetros de resistência de interface também foi utilizado o ensaio de cisalhamento direto. Foram selecionados um solo argiloso proveniente da região de Campinas (SP), um solo arenoso proveniente da região de Sorocaba (SP) e uma argila de Mogi Mirim (SP). Inicialmente foram realizados ensaios de caracterização das três amostras de solo obtendo-se os valores dos Limites de Liquidez (LL) e de Plasticidade (LP), peso específico dos sólidos (γs) e porcentagens das frações granulométricas mostradas na Tabela 1. Tabela 1: Propriedades dos solos LL Amostra (%) Solo argiloso 43,7 Solo arenoso 24,5 Argila 56 LP (%) γs % % 3 (kN/m ) argila silte % areia 30 28,9 18,2 33,6 48,2 16,5 23,5 26,6 26,5 22,3 58,5 18 32,8 59,8 8,7 Para os dois primeiros solos foram executados ensaios de compactação tipo Proctor, com energia normal. Os resultados desses ensaios estão mostrados na Tabela 2. Tabela 2: Resultados da compactação Peso específico seco Teor de umidade 3 ótimo (%) Amostra máximo (kN/m ) Solo 15,79 24,1 argiloso Solo arenoso 19,14 12,5 Para os ensaios de cisalhamento direto, amostras dos solos foram colocadas na umidade ótima e compactadas na energia normal. O material compactado foi extraído do cilindro de compactação e corpos de prova foram talhados até a seção circular de 6,35 cm de diâmetro. Os corpos de prova foram então transferidos para a caixa de cisalhamento circular. Esta foi levada à máquina de cisalhamento e submetida à tensão vertical determinada para cada corpo de prova de cada solo, sendo estas 50 kPa, 100 kPa e 200 kPa. Foram realizados dois tipos de ensaio para cada solo. Um deles na umidade de compactação e outro com inundação prévia da caixa de cisalhamento com a amostra. Para a amostra de argila, empregou-se um procedimento diferente. Devido à dificuldade de execução de ensaios de compactação da argila, os corpos de prova para o cisalhamento direto foram obtidos a partir de amostras adensadas. Amostras da argila foram levadas a um teor de umidade próximo ao Limite de Liquidez e colocadas em cilindros metálicos sob carregamento vertical de 50 kPa, por 36 horas. Após esse tempo as amostras foram extraídas dos cilindros e os corpos de prova foram talhados. Para o ensaio com os materiais de construção, os mesmos procedimentos do ensaio de cisalhamento direto foram adotados, porém com a diferença que os materiais foram colocados na parte inferior da caixa de cisalhamento e o solo compactado, ou adensado colocado acima destes. Nos ensaios com o papel lixa 120 utilizou-se um cilindro de madeira da altura igual ao da parte inferior da caixa, e na superfície superior deste cilindro foi colada com cola de sapato a folha de lixa, previamente cortada em formato circular com o mesmo diâmetro da parte superior do cilindro. No caso dos ensaios sobre madeira, foram utilizados cilindros desse material, novamente com altura igual ao da parte inferior da caixa de cisalhamento. Nos ensaios inundados para cada tensão vertical foi utilizado um cilindro diferente, pois a madeira em contato com a água se expande e não foi possível colocar o mesmo cilindro novamente na caixa de cisalhamento. Quanto aos ensaios realizados sobre concreto, também foram moldados corpos de prova de formato cilíndrico colocado na parte inferior da caixa de cisalhamento. As Figuras 2, 3 e 4 mostram imagens da parte inferior da caixa de cisalhamento com os cilindros dos materiais de construção e os corpos de prova de solo sobre eles. Figura 2: – Imagem do ensaio de cisalhamento do solo argiloso da região de Campinas com concreto Figura 3: Imagem do ensaio de cisalhamento direto do solo arenoso da região de Sorocaba com madeira Tabela 3: Parâmetros de resistência ao cisalhamento dos solos φ (graus) c (Kpa) Solo arenoso de Sorocaba 28,9 19,4 sem inundação Solo arenoso de Sorocaba 25,1 23,0 com inundação Solo argiloso de Campinas 21,8 24,9 sem inundação 32,8 26,2 Solo argiloso de Campinas com inundação Argila de Mogi Mirim 0 14,4 Pode-se observar, dos valores na Tabela 3, que o solo arenoso de Sorocaba é menos sensível à inundação que o solo argiloso de Campinas, pricipalmente os valores da coesão. No caso da argila de Mogi Mirim, nota-se que seu ângulo de atrito interno é nulo. Como esse solo foi ensaiado na condição saturada e a velocidade de carregamento empregada foi relativamente alta, os valores dos parâmetros de resistência são representativos da envoltória não drenada su da argila. Os valores de ângulo de atrito padrão δd obtidos através do ensaio de cisalhamento entre os materiais e uma areia padrão estão apresentados na Tabela 4. Tabela 4: Ângulo de atrito padrão dos materiais Tensão Máxima Coeficiente Material normal tensão de atrito δd cisalhante (kPa) (kPa) Figura 4: Imagem do ensaio de cisalhamento direto da argila de Mogi Mirim com a lixa 120. 3 RESULTADOS A Tabela 3 apresenta os parâmetros de resistência de cisalhamento de cada solo em estudo, obtidos a partir dos ensaios de cisalhamento direto. Para os solos de Sorocaba e de Campinas, os parâmetros foram obtidos na umidade de compactação e na condição inundada. Madeira 50 29,78 0,5956 30,8° Lixa 50 36,34 0,7268 36,0° Concreto 50 33,06 0,6612 33,5º Alumínio 50 20,44 0,4088 22,2º Os valores de δd do papel lixa e do concreto são bastante próximos, o que indica que esses dois materiais devem apresentar influência semelhante nos parâmetros de resistência de interface. Já a madeira e o alumínio apresentam valores de δd menore que os outros dois materiais. Os parâmetros de resistência de interface, obtidos pelos ensaios de cisalhamento direto entre os materiais e as amostras de solos estão mostrados nas tabelas 5, 6, 7 e 8. Tabela 5: Parâmetros de resistência de interface solopapel lixa 120 Solo arenoso de Sorocaba sem inundação Solo arenoso de Sorocaba com inundação Solo argiloso de Campinas sem inundação Solo argiloso de Campinas com inundação Argila de Mogi Mirim δ (graus) a (kPa) 31,7 9,6 27,7 22,1 36,5 15 31,9 3 16,8 17 Tabela 6: Parâmetros de resistência de interface solomadeira Solo arenoso de Sorocaba sem inundação Solo arenoso de Sorocaba com inundação Solo argiloso de Campinas sem inundação Solo argiloso de Campinas com inundação Argila de Mogi Mirim δ (graus) a (kPa) 32,6 10,7 31,7 3,9 32,1 17,9 33,8 6,5 11,6 16 que, para os solos de Sorocaba e de Campinas, não há grandes diferenças entre o ângulo de atrito interno dos solos e o ângulo de atrito de interface. Já em relação à coesão, nota-se que a adesão da interface é bem menor que ela. No caso da argila de Mogi Mirim, nota-se que tanto o ângulo de atrito de interface quanto a adesão são ligeiramente superiores que o ângulo de atrito interno e a coesão do solo. Isso provavelmente se deve a uma condição de drenagem parcial que ocorre nos ensaios com os materiais de contrução e não ocorre nos ensaios com o solo apenas. Quanto à influência do ângulo de atrito padrão foram feitas comparações deste com os parametros de resistência ao cisalhamento de interface através dos gráficos representados nas Figuras 5, 6 e 7. Nos gráficos estão representadas a relação de atrito δ/φ e a relação de adesão a/c em função do coeficiente de atrito padrão tg(δd). É possível verificar a influência do ângulo de atrito padrão na resistência de interface solo-material. Há uma tendência geral de aumento nos parâmetros conforme aumenta o coeficiente de atrito padrão. Tabela 7: Parâmetros de resistência de interface soloconcreto Solo arenoso de Sorocaba sem inundação Solo arenoso de Sorocaba com inundação Solo argiloso de Campinas sem inundação Solo argiloso de Campinas com inundação Argila de Mogi Mirim δ (graus) a (kPa) 35,9 3,8 27 17,7 37,3 7,2 30,3 11,9 8,6 17,3 Tabela 8: Parâmetros de resistência de interface soloalumínio Solo arenoso de Sorocaba sem inundação Solo arenoso de Sorocaba com inundação Solo argiloso de Campinas sem inundação Solo argiloso de Campinas com inundação Argila de Mogi Mirim δ (graus) a (kPa) 16,9 1,1 21,2 0 23 9,2 25,1 3,9 0 4 Os valores das Tabelas 5, 6, 7 e 8 mostram Figura 5 Correlação entre (δ/φ) dos solos com o coeficiente de atrito padrão dos materiais Figura 6 Correlação entre (a/c) dos solos argilosos com o coeficiente de atrito padrão dos materiais Figura 7 Correlação de (a/c) do solo arenoso com o coeficiente de atrito padrão dos materiais Embora não se possa, com base nos dados obtidos, estabelecer uma relação única entre os parâmetros de resistência de interface e o ângulo de atrito padrão, percebe-se algumas tendências. A relação de atrito para o solo arenoso varia entre 0,8 e 1,2. Para os materiais de construção usuais como concreto e madeira essa relação manteve-se sempre maior que 1,0. Assim é possível adotar-se δ=φ para esse solo e, provavelmente para outros solos arenosos. Para o solo argiloso da região de campinas, a observação acima também é válida, apenas observando que há uma dispersão maior nos resultados. Quanto à relação de adesão, há uma dispersão de resultados muito grande, o que dificulta a apresentação de uma proposta realista. Por segurança, sugere-se que a adesão seja adotada como nula nos projetos, exceto no caso de solos fortemente argilosos quando sugere-se adotar a=c e δ=0. 4 interface relacionada com a coesão do solo (a=c/2). Verificou-se uma sensível diferença nos valores obtidos entre os dois métodos. Foi proposto então um parâmetro que expressa a natureza e a rugosidade da superfície do material em contato com o solo. Este parâmetro foi definido como ângulo de atrito padrão dado pelo atrito entre a superfície do material e uma areia padrão. A partir dos resultados deste parâmetro podese perceber que o concreto por apresentar maior ângulo de atrito padrão teria maior influência em contato com o solo. Já o alumínio polido, por apresentar um menor ângulo de atrito padrão, exerce uma menor influência. Foram realizadas então comparações entre os parâmetros de resistência ao cisalhamento de interface e o ângulo de atrito padrão das superfícies dos materiais de construção. Concluiu-se que conforme ocorre um aumento no ângulo de atrito padrão, ocorre um aumento no atrito e adesão dos materiais com os solos mostrando que a rugosidade dos materiais tem influência na resistência de interface solomaterial de construção. Portanto a metodologia proposta pode oferecer vantagens significativas sobre o processo de estimativa atualmente utilizado. AGRADECIMENTOS Este trabalho contou com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CNPq. CONCLUSÕES Ensaios de cisalhamento direto foram realizados para determinação dos parâmetros da resistência ao cisalhamento entre um solo e materiais de construção. Foram obtidos o ângulo de atrito de interface e a adesão entre cada solo e cada material, nas condições com inundação ou sem inundação. É prática corrente adotar a resistência ao longo da interface em função de dois parâmetros: o ângulo de atrito solo-estrutura (δ), sendo este correlacionado com o ângulo de atrito interno do solo (δ=2/3 φ), e a adesão de REFERÊNCIAS ABNT (2002) NBR ISO 4287, Especificações geométricas do produto (GPS) – Rugosidade: método do perfil – Termos, definições e parâmetros de rugosidade. Associação Brasileira de Normas Técnicas, Brasil. Bowles, J.E. (1968) Foundation Analysis and Design. McGraw Hill, New York, NY, USA, 659p. Brumund, W.F. e Leonards, G.A. 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