INSTITUTO POLITÉCNICO DA GUARDA Mestrado em Ciências do Desporto Desportos de Academia MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO ESTUDO DOS MOTIVOS PARA A PRÁTICA DE ATIVIDADE DE FITNESS NO CONCELHO DE CELORICO DA BEIRA LÍGIA SOFIA MARTINS CORREIA Junho de 2014 Instituto Politécnico da Guarda Escola Superior de Educação Comunicação e Desporto MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO ESTUDO DOS MOTIVOS PARA A PRÁTICA DAS ATIVIDADES DE FITNESS NO CONCELHO DE CELORICO DA BEIRA Projeto de Investigação realizado no âmbito do Mestrado em Ciências do Desporto – Especialidade de Desportos de Academia, nos termos do estabelecido no Decreto nº 107/2008, de 25 de Julho, sob a orientação da Profª Doutora Teresa Fonseca. Lígia Sofia Martins Correia Junho de 2014 II DEDICATÓRIA Ao meu Pai e à minha Mãe, pelo apoio incondicional que me têm dedicado ao longo da minha vida e em todas as minhas decisões. III AGRADECIMENTOS Apesar do seu caráter individual que este trabalho requer, a sua realização não teria sido possível sem a colaboração e participação de várias pessoas. Gostaria assim de expressar os mais sinceros agradecimentos a todos aqueles, que de uma forma ou de outra, contribuíram para a sua concretização, nomeadamente: À Professora Doutora Teresa Fonseca, pela competente coordenação, conhecimentos transmitidos, grande amizade e disponibilidade demonstrada durante a realização deste trabalho; A todos os praticantes das atividade de fitness que aceitaram fazer parte deste estudo, pelo tempo precioso que disponibilizaram no preenchimento dos questionários e sugestões dadas ao longo do trabalho, particularmente, às minhas alunas das várias localidades e também aos vários amigos. Gostaria ainda de agradecer à Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto, pela oportunidade concedida para a realização deste trabalho. IV ÍNDICE GERAL 1. Introdução ............................................................................................................. 1 2. Revisão da Literatura ............................................................................................. 6 2.1 Atividade Física, exercício e saúde ................................................................... 7 2.1.1 Conceito de atividade física ........................................................................... 7 2.1.2 Atividade física e saúde ................................................................................. 9 2.1.3 Benefícios e riscos da prática regular da atividade física .............................. 11 2.2 Fitness ........................................................................................................... 13 2.2.1 Conceito de condição física/fitness .............................................................. 13 2.2.2 Modalidades de fitness ................................................................................ 14 2.3 Psicologia do desporto e do exercício físico ................................................... 15 2.3.1 Motivação ................................................................................................... 16 2.3.1.1 Conceito de motivação ............................................................................. 16 2.3.2 Adesão ao exercício .................................................................................... 18 2.3.2.1 Modelos teóricos da adesão ao exercício .................................................. 18 2.3.2.2 Motivos para a prática de exercício físico ................................................. 28 2.3.2.3 Barreiras da prática de exercício físico ..................................................... 29 2.3.2.4 Estratégias motivacionais para aumentar a adesão ao exercício ................. 30 3. Metodologia ........................................................................................................ 33 3.1 Caraterização da amostra................................................................................ 34 3.2 Instrumentos de recolha de dados ................................................................... 37 3.3 Procedimentos estatísticos .............................................................................. 38 4. Apresentação e Discussão dos Resultados............................................................ 39 4.1 Apresentação dos resultados........................................................................... 40 V 4.1.1 A dimensão “motivos de saúde” é apontada como a principal razão para a prática de atividade de fitness............................................................................... 40 4.1.1.1 Itens com maior importância para a amostra .......................................... 42 4.1.1.2 Itens com menor importância para a amostra.......................................... 42 4.1.2 Existem diferenças significativas nas motivações para a prática de atividade de fitness apontadas pelos indivíduos do género masculino e do género feminino 44 4.1.3 Existem diferenças significativas nas motivações para a prática das atividades de fitness apontadas pelos indivíduos pertencentes a diferentes grupos de idades 46 4.1.4 Existem diferenças significativas nas motivações para a prática de atividade de fitness apontadas pelos indivíduos oriundos das diferentes localidades do concelho.......................................................................................................... 50 4.1.5 Existem diferenças significativas nas motivações para a prática de atividade de fitness apontadas pelos indivíduos consoante o seu estado civil ........ 55 4.1.6 Existem diferenças significativas nas motivações para a prática de atividade de fitness apontadas pelos indivíduos consoante as suas habilitações literárias 58 4.1.7 Existem diferenças significativas nas motivações para a prática de atividade de fitness apontadas pelos indivíduos consoante as suas ocupações profissionais......................................................................................................... 63 4.1.8 Existem diferenças significativas nas motivações para a prática de atividade de fitness apontadas pelos indivíduos de acordo com a modalidade praticada66 4.1.9 Existem diferenças significativas nas motivações para a prática de atividade de fitness apontadas pelos indivíduos de acordo com o tempo que pratica 71 4.1.10 Existem diferenças significativas nas motivações para a prática de atividade de fitness apontadas pelos indivíduos de acordo com a frequência semanal da prática ................................................................................................ 79 VI 4.1.11 Existem diferenças significativas nas motivações para a prática de atividade de fitness apontadas pelos indivíduos de acordo com a hora de prática .. 83 4.1.12 A falta de tempo é indicada como a principal barreira à adesão/manutenção da prática de atividade de fitness ........................................... 88 4.2 Apresentação de resultados relativamente ao abandono .................................. 90 4.2.1 Pratica outra atividade fora da atividade de fitness? ..................................... 90 4.2.2 Qual a atividade que pratica? ....................................................................... 91 4.2.3 Há quanto tempo a pratica? ......................................................................... 92 4.2.4 Já praticou alguma atividade física que tenha abandonado? ......................... 93 4.2.5 Qual a atividade que praticava? ................................................................... 94 4.2.5 Quanto tempo praticou a atividade? ............................................................. 95 4.3. Discussão dos resultados ............................................................................... 97 5. Conclusões e limitações ..................................................................................... 102 5.1 Conclusões ................................................................................................... 103 5.2 Limitações ................................................................................................... 106 Bibliografia ........................................................................................................... 107 Anexos .................................................................................................................. 113 Anexo 1 – Questionários .................................................................................... 114 Anexo 2 – Gráfico com a média de todas as questões ......................................... 119 Anexo 3 – Gráfico com a média dos motivos apontados para a prática de atividade de fitness em ambos os géneros.......................................................................... 120 Anexo 4 – Gráfico com a média dos motivos apontados para a prática de atividade de fitness em diferentes grupos de idades ........................................................... 121 Anexo 5 – Gráfico com a média dos motivos apontados para a prática de atividade de fitness em diferentes localidade do concelho ................................................. 122 Anexo 6 – Gráfico com a média dos motivos apontados para a prática de atividade de fitness consoante o estado civil dos sujeitos ................................................... 123 Anexo 7 – Gráfico com a média dos motivos apontados para a prática de atividade de fitness consoante as habilitações literárias dos sujeitos .................................. 124 VII Anexo 8 – Gráfico com a média dos motivos apontados para a prática de atividade de fitness consoante as ocupações literárias dos sujeitos..................................... 125 Anexo 9 – Gráfico com a média dos motivos apontados para a prática de atividade de fitness consoante a modalidade praticada pelos sujeitos ................................. 126 Anexo 10 – Gráfico com a média dos motivos apontados para a prática de atividade de fitness consoante o tempo de prática dos sujeitos ........................................... 126 Anexo 11 – Gráfico com a média dos motivos apontados para a prática de atividade de fitness consoante o número de vezes semanal que os sujeitos realizam a atividade ............................................................................................................ 128 Anexo 12 – Gráfico com a média dos motivos apontados para a prática de atividade de fitness consoante a hora que os sujeitos realizam a atividade ......................... 129 VIII ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1 - Subcategorias da atividade física. ................................................................. 7 Tabela 2 - Efeitos benéficos da atividade física regular na saúde (Adaptado de Barata, 2003). ......................................................................................................................... 11 Tabela 3 - Componentes da motivação (Biddle& Mutrie, 2000). ................................. 16 Tabela 4 - Tipos de motivação (Adapt. Díaz, 2008). .................................................... 17 Tabela 5- Necessidades básicas (Adaptado de Murcia et al., 2007). ............................. 24 Tabela 6 - Definições, aplicação e estratégias de conceitos do modelo transteórico dos estágios de mudança (Adaptado de Glanz, 1999). ........................................................ 27 Tabela 7 - Estudos realizados com o EMI-2 sobre os motivos para a prática de exercício físico (Coelho, 2009; Moutão, 2005;Moutão, J., Alves, J., e Silva, C., 2003;Lourenço, 2002;Maymì, 2002;Maltby, J., e Day, L. , 2001) ......................................................... 28 Tabela 8 - Escalas e dimensões motivacionais do EMI-2. ............................................ 37 Tabela 9 - Média e Desvio padrão das dimensões estudadas para a totalidade dos sujeitos da amostra. ..................................................................................................... 40 Tabela 10 - Itens com maior importância..................................................................... 42 Tabela 11 - Itens com menor importância. ................................................................... 42 Tabela 12 - Motivos para a prática da atividade de fitness, apontados pelo género masculino e feminino. ................................................................................................. 44 Tabela 13 - Motivos para a prática de atividade de fitness apontados pelos indivíduos de várias faixas etárias. .................................................................................................... 46 Tabela 14 - Motivos para a prática de atividade de fitness apontados pelos indivíduos nas diferentes localidades do concelho. ....................................................................... 50 IX Tabela 15 - Motivos para a prática de atividade de fitness apontados pelos indivíduos segundo o seu estado civil. .......................................................................................... 55 Tabela 16 - Motivos para a prática de atividade de fitness apontados pelos indivíduos em função das suas habilitações literárias. ................................................................... 58 Tabela 17 – Motivos para a prática de atividade de fitness apontados pelos indivíduos com diferentes ocupações profissionais. ...................................................................... 63 Tabela 18 - Motivos para a prática de atividade de fitness apontados pelos indivíduos relativamente à modalidade praticada. ......................................................................... 66 Tabela 19 - Motivos para a prática de atividade de fitness apontados pelos indivíduos consoante o tempo de prática. ..................................................................................... 71 Tabela 20 - Motivos para a prática de atividade de fitness apontados pelos indivíduos segundo o tempo semanal de prática. .......................................................................... 79 Tabela 21 - Motivos para a prática de atividade de fitness apontados pelos indivíduos relativamente à hora da prática. ................................................................................... 83 Tabela 22 - Motivo pelo qual os sujeitos abandonam a atividade de fitness. ................ 88 Tabela 23 – O sujeito pratica alguma atividade para além da atividade de fitness. ....... 90 Tabela 24 - Atividade praticada pelo sujeito para além da atividade de fitness. ............ 91 Tabela 25 – Tempo de prática da atividade de fitness pelos sujeitos da amostra. .......... 92 Tabela 26- Abandono de uma atividade já praticada. ................................................... 93 Tabela 27 – Atividade abandonada pelos sujeitos. ....................................................... 94 Tabela 28- Tempo de prática da atividade abandonada pelos sujeitos. ......................... 95 X ÍNDICE DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Género ...................................................................................................... 34 Gráfico 2 - Idade ......................................................................................................... 34 Gráfico 3- Localidade ................................................................................................. 35 Gráfico 4 - Estado Civil .............................................................................................. 35 Gráfico 5 - Habilitações literárias ................................................................................ 36 Gráfico 6 - Ocupação profissional ............................................................................... 36 Gráfico 7 - Análise gráfica dos valores médios e desvio padrão das dimensões para a totalidade da amostra. ................................................................................................. 41 Gráfico 8 - Modalidades praticadas pelos sujeitos da amostra...................................... 70 Gráfico 9 - Tempo de atividade física realizada pelos sujeitos ..................................... 78 Gráfico 10- Frequência semanal de prática da atividade de fitness ............................... 82 Gráfico 11 - Hora de prática da atividade de fitness ..................................................... 87 Gráfico 12 - Motivos para o abandono da atividade ..................................................... 89 Gráfico 13 – Prática de outra atividade para além da atividade de fitness ..................... 90 Gráfico 14 - Modalidade praticada .............................................................................. 91 Gráfico 15 - Tempo de prática ..................................................................................... 92 Gráfico 16- Abandono de uma atividade física ............................................................ 93 Gráfico 17 – Modalidade abandonada ......................................................................... 95 Gráfico 18 - Tempo de prática da atividade abandonada .............................................. 96 XI ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1 - Elementos que integram a atividade física (Adaptado de Devis, 2000). ......... 8 Figura 2 - Atividade física como movimento corporal e gasto energético. ..................... 8 Figura 3 - Atividade física como experiência pessoal e cultural. .................................... 8 Figura 4 - Dupla perspetiva da utilidade da atividade física na prevenção de doenças. ... 9 Figura 5 - Pirâmide da atividade física (Barata, 2003). ................................................ 10 Figura 6 - Relação benefícios/riscos da prática da atividade física (Adaptado de Barata, 1997). ......................................................................................................................... 12 Figura 7 - Alguns exemplos de modalidades de fitness. ............................................... 14 Figura 8 - Linhas de estudo na adesão ao exercício...................................................... 18 Figura 9 - Categorização dos modelos teóricos da adesão ao exercício (Adaptado de Moutão,2005). ............................................................................................................ 19 Figura 10 - Modelo da Crença para a saúde (Adaptado de Berger e Mainman, in Berger et al., 2002). ................................................................................................................ 20 Figura 11 - Aplicação da teoria da ação racional à adesão do exercício físico (Adaptado de Mota, 1997, cit por Moutão, 2005). ........................................................................ 21 Figura 12 - Teoria do comportamento planeado (Moutão, 2005). ................................ 22 Figura 13 - Relação entre as fontes de autoeficácia, expetativas de autoeficácia e padrões de comportamentos e pensamentos, na prática de exercício físico (Adaptado de Feltz,1988 cit. por Moutão, 2005). .............................................................................. 23 Figura 14 - Modelo atribucional (Adaptado de Fonseca, 1995) .................................... 24 XII Figura 15 - Teoria do comportamento autodeterminado onde mostra os três tipos de motivações com os seus estilos de regulação, o lócus de causa e os processos correspondentes (Adaptado de Ryan e Deci, 2000). ..................................................... 25 Figura 16 – Barreiras da prática de atividade física. ..................................................... 29 Figura 17 – Barreiras da atividade física (Adaptado de Buckworth, J., & Dishman, R. K., 2002) ..................................................................................................................... 30 XIII RESUMO O presente estudo tem como principal objetivo verificar quais os motivos que levam os utentes do concelho de Celorico da Beira, à prática das atividades de fitness, bem como saber se os mesmos utentes percecionam diferentes motivos, assumindo-se estes como os principais objetivos deste estudo. A amostra foi constituída por 106 indivíduos, 31% (n=33) do género masculino e 69% (n=73) do género feminino. O instrumento utilizado neste estudo foi o Exercise Motivation Inventory – 2 (Markland & Ingledew, 1997). Os resultados obtidos permitiram concluir que o principal motivo para a prática da atividade foi a a dimensão “força/resistência e que a falta de tempo foi o principal motivo para o abandono da mesma. Verificou-se também que os fatores pessoais e sociodemográficos influenciam os sujeitos quanto aos motivos que os levam a praticar as atividade de fitness. A motivação é assim um fator muito importante para a escolha da prática da atividade física, sendo ela, o primeiro passo para o desenvolvimento dessa prática. Palavras- Chave: Psicologia do desporto, motivação, atividade física, fitness XIV ABSTRACT The present study has the main purpose of verifying the motives that lead the users of Celorico da Beira County to practice fitness activity, as well as understand if the same users perceive different causes, being these motives the main objectives of the present study. The sample used in this investigation was constituded by 106 individuals, 31% (n=33) are masculine and 69% (n=73) are feminine. For that, it was used Exercise Motivation Inventory – 2 (Markland, D., & Ingledew, D. K., 1997). The obtained results show that the main motive for the practice of the activity was the dimension “strenght/resistence” and that the lack of time is the main reason for abandoning it. It was verified that personal and socio-demographic factors influence individuals in what concerns the motives that make them practice fitness. Motivation is an important factor for the choice of physical activity practice and the first step for its development. Key-words: Sports psychology, motivation, physical activity, fitness XV GLOSSÁRIO ACSM: American College of Sports Medicine OMS: Organização Mundial de Saúde WHO: World Health Organization IDP: Instituto do Desporto de Portugal QME: Questionário de Motivação para o Exercício EMI: The Exercise Motivations Inventory XVI 1. Introdução 1 Introdução Longe vão os tempos em que a prática desportiva era desaconselhada por estar associada à doença. Atualmente é clara a ideia de que evoluímos para sermos ativos e que não estamos "equipados" para viver numa sociedade em que a atividade física foi "engenhosamente" posta de lado (Blair, 2002). Todavia, apesar do conhecimento generalizado sobre efeitos positivos na saúde física e psicológica que a prática regular de atividade física demonstrou ter (ACSM, 2009) uma grande percentagem da população, nas sociedades industrializadas é sedentária ou desiste da sua prática nos primeiros seis meses, dando a entender que esses benefícios não são razões suficientes. Apesar da grande expansão verificada nos últimos anos no mercado do fitness, os estudos sobre os motivos que levam à prática deste tipo de atividades são ainda reduzidos e pouco consensuais, tornando difícil a adequação e delineamento de programas que promovam a prática continuada de exercício físico. Deste modo e face à inquietação sentida e como principais objetivos deste estudo, propusemo-nos verificar quais os motivos que levam os utentes do concelho de Celorico da Beira, à prática das atividades de fitness, bem como saber se os mesmos utentes percecionam diferentes motivos. Problema Não impedindo que centros de fitness sejam cada vez mais procurados e de novos estudos poderem trazer novas pistas sobre estratégias para promover a sua adesão e manutenção na atividade física (Buckworth eWallace, 2002), vários autores nacionais (Afonso, Fernandes, Gomes, Soares, & Fonseca, 1995; Novais e Fonseca, 1994) e internacionais (Biddle e Nigg,2000) referem que os estudos sobre os motivos para a prática de atividade física têm-se centrado essencialmente em populações jovens e em praticantes de atividades desportivas. Esta falta de informação leva-nos à realização de mais estudos relacionados com esta área e tal como referem Biddle e Nigg (2000), as 2 abordagens descritivas sobre as razões e barreiras pessoais constituem um bom ponto de partida no estudo da adesão ao exercício físico. Indo ao encontro desta necessidade e fruto da inquietação sentida, surgiu o problema do presente estudo: Será que os utentes das atividades de fitness no concelho de Celorico da Beira, percepcionam diferentes motivos para a sua prática? Se sim, quais os motivos que os levam à prática das referidas atividades? Hipóteses Na sequência do problema exposto, foram formuladas as seguintes hipóteses de estudo: Hipótese 1 – A dimensão “motivos de saúde” é apontada como a principal razão para a prática de atividade de fitness. Hipótese 2 – Existem diferenças significativas nas motivações para a prática de atividade de fitness apontadas pelos indivíduos do género masculino e do género feminino. Hipótese 3 – Existem diferenças significativas nas motivações para a prática de atividade de fitness apontadas pelos indivíduos pertencentes a diferentes grupos de idades. Hipótese 4 – Existem diferenças significativas nas motivações para a prática de atividade de fitness apontadas pelos indivíduos oriundos das diferentes localidades do concelho. Hipótese 5 – Existem diferenças significativas nas motivações para a prática de atividade de fitness apontadas pelos indivíduos consoante o seu estado civil. Hipótese 6 – Existem diferenças significativas nas motivações para a prática de atividade de fitness apontadas pelos indivíduos consoante as suas habilitações literárias. 3 Hipótese 7 – Existem diferenças significativas nas motivações para a prática de atividade de fitness apontadas pelos indivíduos consoante as suas ocupações profissionais. Hipótese 8 – Existem diferenças significativas nas motivações para a prática de atividade de fitness apontadas pelos indivíduos de acordo com as modalidades praticadas. Hipótese 9 – Existem diferenças significativas nas motivações para a prática de atividade de fitness apontadas pelos indivíduos de acordo com o tempo da prática. Hipótese 10 – Existem diferenças significativas nas motivações para a prática de atividade de fitness apontadas pelos indivíduos de acordo com a frequência semanal da prática. Hipótese 11 – Existem diferenças significativas nas motivações para a prática de atividade de fitness apontadas pelos indivíduos de acordo com a hora de prática diária Hipótese 12 – A falta de tempo é indicada como a principal barreira à adesão/manutenção da prática de atividade de fitness. Estrutura e Organização do Trabalho O presente trabalho está organizado em pontos essenciais, tais como a presente Introdução na qual se pretende apresentar a temática que contextualiza e fundamenta esta investigação. Identificam-se os objetivos do estudo, o problema e as hipóteses formuladas. Seguidamente surge a Revisão da Literatura que para um melhor enquadramento do tema em estudo, visa apresentar os conceitos mais pertinentes desta temática. Posteriormente aparece a Metodologia na qual se faz a caracterização da amostra, apresenta-se o instrumento utilizado e são referidos os procedimentos metodológicos do desenvolvimento/desenho da investigação. Depois segue-se a 4 Apresentação e a Discussão dos Resultados. Aqui apresentam-se todos os resultados obtidos nesta investigação e faz-se a sua discussão. Em sequência apresentam-se as Conclusões e também se faz referência às limitações desta investigação, indicando algumas recomendações para futuros estudos. Por último apresenta-se a Bibliografia consultada e que que serviu de suporte para o presente estudo. 5 2. Revisão da Literatura 6 2.1 Atividade Física, exercício e saúde 2.1.1 Conceito de atividade física Antes de mais é necessário perceber qual o conceito de atividade física, para assim verificarmos qual a importância da mesma no domínio do trabalho. A atividade física pode ser entendida como qualquer movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos que aumente substancialmente o consumo de energia (ACSM, 1998). Segundo Barata (2003) a atividade física é toda a atividade muscular ou motora que um ser assume, ou seja, tudo o que implique movimento, força ou manutenção da postura. Para o Instituto do Desporto de Portugal, I.P. (2011) a atividade física compreende qualquer movimento corporal produzido pela contração muscular que resulte num gasto energético acima do nível de repouso. Todavia, devido às variedades de conceitos, vários autores têm proposto dividir em diferentes subcategorias a atividade física. Na Tabela 1, apresentam-se resumidas as subcategorias da atividade física segundo vários autores (ACSM, 1998; Barata, 2003). Tabela 1 - Subcategorias da atividade física. Atividade Física Atividade física espontânea Atividade física organizada Está integrada nos hábitos de vida diária: deslocações a pé, subir escadas, passatempos ou profissões fisicamente ativas, levar os filhos ou os animais a passear, etc. Praticada em clubes desportivos, ginásios e instituições afins. Requer mais condições mas traz benefícios adicionais. Exercício Desporto Movimentos corporais planeados, estruturados e repetidos, efetuados para manter ou melhorar uma ou mais componentes da condição física. Implica regras, jogo, competição, mesmo que seja só de lazer ou recreação. 7 Apesar de diversos autores definirem atividade física como um movimento corporal, Devis (2000) critica essa definição, por valorizar apenas a dimensão biológica. Segundo este autor a dimensão pessoal e sociocultural da prática da atividade física também são importantes, pois qualquer definição ou explicação deveria integrar estas dimensões (ver Figura 1). Experiência pessoal ATIVIDADE FÍSICA Movimento corporal Prática sociocultural ll Figura 1 - Elementos que integram a atividade física (Adaptado de Devis, 2000). Pela informação apresentada na Figura 1, entende-se que a atividade física não será apenas um movimento corporal intencional relacionado a um gasto de energia (Figura 2), como também uma experiência pessoal e cultural, resultado da interação que os indivíduos estabelecem entre si e o meio (Figura 3). Figura 2 - Atividade física como movimento corporal e gasto energético. Fonte: Google Figura 3 - Atividade física como experiência pessoal e cultural. Fonte: Google 8 2.1.2 Atividade física e saúde Atualmente é consensual a relevância da prática de atividade física regular para a saúde e o bem-estar físico e psicológico dos indivíduos. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que a inatividade física contribui para cerca de 2 milhões de mortes anuais no mundo. Simultaneamente calcula também que 60% da população mundial não pratica atividade física suficiente (WHO, 2006). Os estilos de vida sedentários constituem assim um dos maiores problemas de saúde pública com o qual a sociedade se debate. A OMS em 1948 definiu saúde como um estado de bem-estar físico, mental e social, total e não apenas a ausência de doença ou incapacidade. Mais recentemente, a OMS acrescenta a perspetiva ecológica à saúde, referindo que é a "extensão em que o indivíduo ou um grupo é capaz, por um lado de realizar as suas aspirações e satisfazer as suas necessidades e, por outro, de modificar ou lidar com o meio envolvente" (Ribeiro, 2005, p. 75). A OMS considera ainda que a saúde é uma dimensão da nossa qualidade de vida, esta pode definir-se como o "grau de coincidência entre a vida real e as expetativas do indivíduo, refletindo a satisfação de objetivos e sonhos de cada um" (Calmeiro & Matos, 2004, p.22). A investigação sobre a relação entre a atividade física e a saúde iniciou-se por volta dos anos 20, evidenciando as doenças coronárias e estendendo-se posteriormente ao estudo de um vasto conjunto de problemas e condições associadas com o sedentarismo. Quando se analisa a importância da saúde na atividade física, há que fazê-lo numa dupla perspetiva (ver Figura 4). Figura 4 - Dupla perspetiva da utilidade da atividade física na prevenção de doenças. 9 Numa prevenção primária, evitando o aparecimento de doenças, e numa prevenção secundária, evitando que as doenças se agravem e auxiliando a sua recuperação. A atividade física reduz o risco de doenças cardiovasculares, e de diabetes tipo II e possibilita substanciais benefícios em muitas doenças não estritamente relacionadas com a obesidade (Instituto do Desporto de Portugal, I.P., 2011). Quantidade de atividade física recomendada Para que a prática de atividade física tenha efeitos benéficos na nossa saúde e bem-estar, é necessário que esta seja efetuada de forma regular. No que se refere à prevenção primária, as recomendações de atividade física necessária para a saúde andam à volta dos 30 minutos diários (ACSM, 1998; Department of Health Physical Activity Health Improvement and Prevention, 2004). Para entender ainda melhor estas orientações foi desenvolvida a pirâmide da atividade física (Figura 5). Figura 5 - Pirâmide da atividade física (Barata, 2003). De acordo com a pirâmide apresentada anteriormente, à medida que se sobe na mesma aumenta a intensidade de cada atividade física mas diminui a frequência 10 semanal destas. Assim, na base da pirâmide encontram-se as atividades mais ligeiras e informais, associadas às rotinas diárias, e nos outros níveis encontram-se as atividades estruturadas. 2.1.3 Benefícios e riscos da prática regular da atividade física A atividade física no geral traz benefícios para a saúde, não só a nível de prevenção de doenças como também traz ao indivíduo um estado geral de equilíbrio nos diferentes aspetos e sistemas que caraterizam o homem a nível biológico, social, emocional, mental e intelectual, resultando sobretudo numa sensação de bem-estar. São várias as doenças e problemas de saúde que podem ser evitados com a prática regular de exercício físico (ver Tabela 2). Tabela 2 - Efeitos benéficos da atividade física regular na saúde (Adaptado de Barata, 2003). Por aparelho Efeitos promovidos No peso e na Diminui a gordura corporal, sobretudo a gordura abdominal profunda; Fundamental na prevenção e tratamento da obesidade; Preserva a massa muscular; composição corporal Na prevenção e tratamento da diabetes Na prevenção de doenças cardiovasculares No funcionamento do coração Na circulação venosa Na composição do sangue e no risco de tromboses Otimiza a ação da insulina; Baixa a glicémia; Fundamental na prevenção e tratamento da diabetes tipo 2; Previne e melhora a hipertensão arterial; Previne e melhora as alterações das gorduras do sangue: triglicéridos, colesterol total e suas frações; A sua ação na insulina é muito importante a este nível também; Melhora o seu funcionamento; Confere-lhe estabilidade elétrica, protegendo-o de arritmias graves; Aumenta a sua irrigação, tornando-o menos vulnerável a um ataque; É a melhor prevenção das varizes; Diminui a tendência das plaquetas entupirem os vasos (agregação); Diminui a concentração de certas substâncias que conferem excessiva tendência de coagulação ao sangue e que aumentam o risco de tromboses; 11 Aumenta a capacidade de defesa a infeções; Certos cancros são mais frequentes nos indivíduos sedentários; Aumenta a massa óssea, prevenindo a osteoporose; Aumenta o tónus muscular, melhorando a postura e a força; Melhora a saúde das articulações; Evita as limitações de movimentos e melhora a flexibilidade; Melhora a estrutura dos tendões e do colagénio; Na imunidade No aparelho locomotor No crescimento e desenvolvimento A nível psicológico Promove o desenvolvimento físico, psíquico e social mais harmonioso das crianças; Aumenta o reportório psicomotor; Importante na ação antidepressiva; Reduz o estado de ansiedade; Melhora a função cognitiva; Melhora a autoestima e a autoconfiança; Diminui o stress; Apesar do que se possa pensar, a atividade física traz vários benefícios para a saúde mas também alguns riscos. Na perspetiva de Barata (2003), os riscos ou inconvenientes estão relacionados essencialmente com três aspetos: o tipo de atividades realizadas; o contexto clínico e etário do praticante; e sobretudo a intensidade a que a mesma decorre. Figura 6 - Relação benefícios/riscos da prática da atividade física (Adaptado de Barata, 1997). 12 Pela análise da figura apresentada anteriormente, percebe-se o motivo da atividade física leve e moderada (pequenas cargas de treino, tanto ao nível do volume como da intensidade) ser a mais recomentada para a população em geral. A atividade física leve e moderada tem assim, tal como se consegue perceber, grandes benefícios para o praticante e poucos riscos. A atividade física vigorosa (grandes cargas de treino, tanto ao nível do volume como da intensidade), direcionada para a competição, tem vários riscos e os mesmos benefícios. Um dos maiores riscos da prática desta atividade são as lesões músculo-esqueléticas. 2.2 Fitness 2.2.1 Conceito de condição física/fitness Segundo Barata (2003), condição física é a tradução portuguesa da palavra inglesa tão conhecida por fitness. A OMS (1978) definiu "condição física" como a capacidade de realizar de forma satisfatória determinada tarefa muscular ou motora. Através desta definição limitativa, outras mais completas apareceram. Segundo a American College of Sports Medicine, comumente designada da ACSM (1998), condição física é a capacidade para realizar atividade física de nível moderado a elevado, sem causar fadiga e a facilidade de manter essa capacidade ao longo da vida. Para Barata (2003) a condição física é a capacidade de executar com facilidade as tarefas motoras essenciais para o dia-a-dia, à intensidade e na duração necessárias. Uma condição física adequada é algo necessário a toda a gente e não um luxo só para alguns. O que se pode discutir é qual o grau de condição física necessária a cada um (Barata, 2003). Como estas definições de Barata deduz-se que todas as pessoas, e não só os atletas de alta competição, necessitam de uma boa condição física, embora com níveis diferentes. Um atleta de alta competição necessita de níveis de condição física que lhe permita executar os esforços necessários para a sua modalidade. Enquanto que uma pessoa "normal" necessita de níveis de condição física que lhe permita executar atividades diárias com prazer e sem dificuldades. 13 2.2.2 Modalidades de fitness Nos nossos dias, são muito diversas as modalidades de fitness que são oferecidas ao público. Nesse sentido importa clarificar o que se entende por estas modalidades. Neste sentido podemos referir que considera-se modalidade de fitness, toda aquela que seja praticada em ginásios e health clubs com o objetivo de manter ou melhorar a condição física e a saúde do praticante. A origem destas atividades remonta à década de sessenta do passado século, através de Kenneth Cooper, quando, realizou um sistema mais eficaz de treino físico para os militares americanos, com o objetivo de melhorar as suas condições físicas, através de exercícios aeróbios. Estas descobertas levaram ao aparecimento do "jogging" e dos exercícios aeróbios (Papí, 2000). Com o passar do tempo, surgiram modalidades como o step, aeróbica, etc…, até às modalidades de hoje. Estas modalidades podem ser divididas em vários tipos de atividade como se pode visualizar na Figura 7. Figura 7 - Alguns exemplos de modalidades de fitness. 14 2.3 Psicologia do desporto e do exercício físico Crescente tem sido o ênfase colocado nas variáveis psicológicas e nas relações que a prática desportiva estabelece quer com o rendimento desportivo ou a saúde, bemestar e qualidade de vida. Deste modo é adequado clarificar os conceitos que se reportam a estas duas áreas. Segundo (Brito, 2007, p.15) a psicologia do desporto é a ciência que estuda os fenómenos psíquicos (os comportamentos e os processos mentais), desta emergiu a psicologia do exercício com um crescimento exponencial nos últimos 20 anos. Também Araújo (2002, p.11) nos diz que a psicologia do desporto é “um ramo científico independente, que resultou da interceção entre psicologia, ciências do desporto e do próprio desporto, sendo simultaneamente uma área profissional que olha para o desporto e para o exercício sob uma perspetiva psicológica” e que se dedica ao “estudo científico das pessoas e dos seus comportamentos nas atividades do desporto e exercício” (Weinberg, R., & Gould, D., 2001, p.28). Desta forma, de entre várias áreas que se começam a destacar da psicologia do desporto, a psicologia do exercício, com um corpo de conhecimentos já perfeitamente identificado, foi a que mais se evidenciou ao definir-se como o “estudo dos aspetos psicológicos inerentes à prática de atividades motoras organizadas, para fins de saúde, bem-estar e qualidade de vida” (Araújo, 2002,p.47). Para refletir esse interesse a área científica é atualmente designada por psicologia do desporto e do exercício (Weinberg, R., & Gould, D., 2001,p.29). Biddle e Mutrie (2000) referenciam a existência de duas áreas de intervenção distintas no exercício físico: uma onde o exercício aparece como um produto final e se pretende analisar o comportamento, os motivos e as determinantes da adesão ao exercício, e a outra que analisa o efeito do exercício sobre o estado físico e mental. 15 2.3.1 Motivação 2.3.1.1 Conceito de motivação Segundo Díaz (2008) a motivação tem um papel fundamental em todos os âmbitos da vida, pois atua como um autêntico motor para que as pessoas realizem qualquer atividade. “O conceito de motivação vem do verbo latino movere, o que significa "mover", de modo que um estado de alta motivação está relacionada com termos como emoção, intensidade energética, ou ativação” (Escartí y Cervelló, 1994; Roberts, 1995, cit. Por Díaz, 2008). A prática de qualquer atividade envolve uma decisão de iniciar a ação (escolha), de a manter por algum tempo e de a desenvolver com maior ou menor esforço. Desta forma são várias as componentes da motivação (ver Tabela 3). Tabela 3 - Componentes da motivação (Biddle& Mutrie, 2000). Componente Direção Intensidade Persistência Comprometimento Performance Definição Refere-se ao que o indivíduo procura, aquilo para que se sente atraído. Implica uma escolha. Refere-se à quantidade de esforço que é colocado na realização da sua tarefa. Refere-se ao grau continuado de esforço na realização de uma tarefa. É quando a pessoa, após uma paragem, retorna regularmente à tarefa. Como se simplesmente não se conseguisse desligar dela. É o resultado da ação. A utilização deste indicador para avaliar a motivação é mais controversa só sendo válida quando o resultado não depende de outros fatores como a habilidade, competência, o ambiente etc. A motivação, para a mesma situação, varia de pessoa para pessoa, por isso é necessário conhecer os diferentes tipos para conseguir usar estratégias adequadas de intervenção. 16 As fontes de motivação podem ser classificadas em dois tipos: Extrínsecas e Intrínsecas, tal como apresentados na Tabela 4. Tabela 4 - Tipos de motivação (Adapt. Díaz, 2008). Tipos de motivação Extrínsecas Intrínsecas Definição Estão relacionadas com as recompensas que a prática pode proporcionar – depende do esforço externo. Mais duradouras e persistentes, estão relacionadas com a própria prática e com os sentimentos que ela provoca – não depende de reforços externos. De acordo com Díaz (2008), a motivação do sujeito pode ainda ser orientada para: Tarefa - Centrada na realização e no resultado mas não por comparação com os outros - os sujeitos julgam as suas capacidades baseando-se nas suas própria realizações práticas; Ego - Centrado no resultado da prática e na comparação com os outros - julgam as suas competências baseados na comparação externa. Ainda para Díaz (op. Cit), alguns estudos demonstram que certos tipos de motivação (extrínseca e ego) podem ter resultados prejudiciais na prática desportiva, uma vez que a ênfase no reforço externo é instável e não se pode controlar. Apesar de ser o tipo de motivação que poderá ter mais peso para iniciar a atividade, deverá existir um equilíbrio e um trabalho no sentido de atribuir um papel dominante à motivação intrínseca e para a tarefa que determinam a continuidade numa modalidade e proporcionam uma redução na taxa de abandono desportivo. 17 2.3.2 Adesão ao exercício É muito importante para o profissional perceber o que leva os seus alunos a aderirem às suas aulas e daí o tema “adesão ao exercício" ser estudado já desde a década de 80 do século vinte. Desde aí vários autores se têm dedicado ao estudo da temática, desenvolvendo essencialmente, de acordo com Biddle e Nigg (2000), três linhas de estudo: uma referente aos modelos teóricos da adesão e outras duas referente às abordagens ateóricas de caráter descritivo sobre os principais motivos e barreiras dessa mesma prática (ver Figura 8). Adesão ao Exercício Físico Modelos teóricos de adesão Motivos para a adesão Barreiras para a adesão Figura 8 - Linhas de estudo na adesão ao exercício. 2.3.2.1 Modelos teóricos da adesão ao exercício As teorias motivacionais servem para elucidar um determinado comportamento, sendo assim utilizadas para tentar explicar o porquê das pessoas se motivarem ou não para a adesão e manutenção do exercício. Biddle e Nigg (2000) propõem, numa prespetiva cognitivista, a caracterização desses modelos em: teorias de crenças e atitudes; teorias baseadas na competência; teorias baseadas no controlo; teorias de tomada de decisão (ver Figura 9). 18 Figura 9 - Categorização dos modelos teóricos da adesão ao exercício (Adaptado de Moutão,2005). 2.3.2.1.1 Modelo de Crença na Saúde O modelo de Crença na Saúde foi desenvolvido em 1975 por Becker e Mainman. O modelo assume que as pessoas antecipam as situações negativas para a saúde e tentam evitá-las ou reduzir o seu impacto (Berger et al., 2002; Biddle e Nigg, 2002). Segundo Berger, Pargman e Weinberg (2002) a aplicação mais promissora reside no desenvolvimento de mensagens suscetíveis de persuadir os indivíduos a tomar dicisões saudáveis tal como apresentado na Figura 10. 19 Figura 10 - Modelo da Crença para a saúde (Adaptado de Berger e Mainman, in Berger et al., 2002). 2.3.2.1.2 Teoria da Ação Racional A Teoria da Ação Racional (TAR) tenta compreender os comportamentos ao nível da tomada de decisão, considerando que as pessoas se comportam de forma racional, “avaliando o que têm a perder e a ganhar com os seus comportamentos antes de os realizar” (Berger et al., 2002). Moutão (2005) destaca, que de acordo com esta teoria, a melhor forma de determinar um comportamento passa pela identificação das intenções que antecedem esse comportamento, ou seja, se a pessoa tiver a intenção de realizar esse comportamento, será provável que o venha a realizar. Desse modo, a intenção do comportamento irá caraterizar-se pelo resultado da mesma entre a atitude comportamental e a norma subjetiva. Nesta intenção, a norma subjetiva funciona como regulador social da atitude comportamental, pois nem sempre o que se quer fazer é o que se deve fazer. Todavia, a intenção final dependerá sempre da importância vinculada pelo sujeito, quer à atitude quer à norma subjetiva (Berger et al., 2002). Na base do modelo encontram-se as variáveis externas e básicas que influênciam direta e indiretamente na formação das atitudes e normas subjetivas, não podendo por 20 isso ignorá-las. As variáveis externas dividem-se em demográficas, atitudes gerais e traços de personalidade, podendo apresentar maior ou menor relevância, de acordo com cada comportamento específico. Quanto às variáveis ou elementos básicos do modelo, abrangem as crenças comportamentais, a avaliação dos resultados esperados, as crenças normativas e a motivação (ver Figura 11). Figura 11 - Aplicação da teoria da ação racional à adesão do exercício físico (Adaptado de Mota, 1997, cit por Moutão, 2005). Linha tracejada – possível explicação para as relações observadas entre as variáveis externas e o comportamento. Linha cheia – relações teoricamente estáveis que ligam as crenças ao comportamento 2.3.2.1.3 Teoria do Comportamento Planeado A Teoria do Comportamento Planeado (TCP) é considerada uma extensão da TAR, tendo sido apenas acrescentada uma terceira componente denominada de controlo 21 comportamental percecionado (Berger et al., 2002), tal como podemos visyualizar na Figura 12. Esta componente, para além das intenções, como mais um fator preditivo do comportamento, permite incluir no modelo os comportamentos não motivados, ou seja, aqueles que não dependem da vontade própria (Moutão, 2005). A perceção de controlo do comportamento é definida como a perceção da facilidade ou dificuldade em executar o mesmo, e também, pode influenciar diretamente o comportamento se isso for a reflexão exata do atual controlo da pessoa sobre “ele” (Courneya et al., 2000). Figura 12 - Teoria do comportamento planeado (Moutão, 2005). 2.3.2.1.4 Teoria da Autoeficácia De acordo com a teoria da autoeficácia o sujeito tende a envolver-se numa atividade quando a perceciona dentro dos limites das suas capacidades e sente confiança na sua realização (Moutão,2005). A autoeficácia pode ser definida como “a confiança nas próprias capacidades para realizar com sucesso um tipo de ação específico” (Glanz, 1999). Os indivíduos realizam uma avaliação das suas capacidades ou competências de ação exigidas para realizarem as tarefas a que se propôem. 22 A perceção da autoeficácia pode ser geradora de capacidades ou de competências, mas também tem outros efeitos. A escolha do comportamento, os resultados esperados, o esforço e a persistência na conduta, os padrões de reações emocionais e de pensamento, o comportamento antecipatório, as restrições ao próprio desempenho são aspetos afetados pela perceção da autoeficácia (Moutão,2005). Esta perceção baseia-se em quatro fontes de informação: experiências de prática eficaz; observação de modelos e comparação com outros; persuasão social e estados fisiológicos (ver Figura 13). Figura 13 - Relação entre as fontes de autoeficácia, expetativas de autoeficácia e padrões de comportamentos e pensamentos, na prática de exercício físico (Adaptado de Feltz,1988 cit. por Moutão, 2005). 2.3.2.1.5 Teoria das Atribuições Segundo Fonseca (1995) a versão original desta teoria, tem por base que todas as causas indicadas pelos sujeitos para as suas ações ou resultados são classificadas e analisadas em três dimensões (ver Figura 14): Locus de causalidade (se a causa é interna ou externa ao sujeito); Estabilidade (se as causas se mantêm ao longo do tempo ou variam); 23 Controlabilidade (se a causa é influenciada pela ação do sujeito ou de outras pessoas). Figura 14 - Modelo atribucional (Adaptado de Fonseca, 1995) 2.3.2.1.6 Teoria do Comportamento Autodeterminado Segundo Ryan e Deci (2000) a teoria do comportamento autodeterminado (TCA) assume que as pessoas são organismos ativos, com uma inerente tendência para o desenvolvimento e crescimento psicológico, que os faz procurar desafios de forma a estimular e aumentar as suas capacidades. Esta teoria (ver Tabela 5) identifica três necessidades psicológicas primárias e universais: autonomia, capacidade e relação social e o bem-estar pessoal (Ryan e Deci, 2000). Tabela 5- Necessidades básicas (Adaptado de Murcia et al., 2007). Necessidades Básicas Autonomia (Autodeterminação) Relação Social Descrição Compreende os esforços do indivíduo para ser o agente, para estar na origem das suas ações, para ter voz ou força para determinar o próprio comportamento. Promove o esforço de auto atualização. Compreende o esforço para estabelecer relações, existe preocupação com o outro e, ao mesmo tempo, o sentimento de que o outro 24 Bem-estar pessoal também demonstra uma relação autêntica, isto é, tem relação com experimentar a satisfação do mundo social. Promove esforços de relacionamento. Compreende a necessidade de ser capaz, está relacionada com a tentativa de controlar o resultado, de experimentar efetivamente. Promove esforços de aumento de competências. Com a teoria da autodeterminação Ryan e Deci (2000) introduziram uma subteoria, designada de teoria da integração do organismo. Esta estabelece que a motivação seja contínua, ou seja, caraterizada por níveis de autodeterminação que variam do mais ou menos autodeterminado. Sendo assim, os autores introduzem três conceitos: a motivação intrínseca, a extrínseca e a amotivação (ver Figura 15). Figura 15 - Teoria do comportamento autodeterminado onde mostra os três tipos de motivações com os seus estilos de regulação, o lócus de causa e os processos correspondentes (Adaptado de Ryan e Deci, 2000). Esclarecendo a Figura 15, apresentada anteriormente, no lado esquerdo está a amotivação, que é um estado em que a pessoa não tem ainda a intenção de realizar o comportamento, não havendo nenhum tipo de regulação, externa ou interna, por sentimentos de medo, frustração ou depressão (Ryan e Deci, 2000). Exemplo: “Não faz sentido fazer atividade”. Em seguida, no centro, está representada a motivação extrínseca em que os indivíduos realizam uma atividade de uma forma instrumentalista, focalizada nos resultados dessa mesma atividade ou por pressões externas (Ryan e Deci, op. Cit). Esta 25 pode ser dividida segundo o tipo de regulação, nomeadamente em regulação externa, regulação introjetada, regulação identificada e regulação integrada. A regulação externa, representa um comportamento realizado para suprimir um pedido externo ou receber algum tipo de recompensa (Fernandez e Vasconcelos, 2005). Exemplo: “Faço atividade porque o meu médico me mandou”. A regulação introjetada é uma regulação menos externa que a anterior, porque se trata de recompensas e punições internas, havendo sentimento de obrigação, ansiedade ou orgulho (Ryan e Deci, op. Cit). Exemplo: “Eu tenho este comportamento porque sinto uma tensão dentro de mim (ex: culpa). Sinto-me culpada/o se não fizer atividade regularmente”. A regulação identificada é mais autónoma, pois o comportamento é regulado mais internamente; o indivíduo considera importante e aprecia os resultados e benefícios da participação em tal atividade (Wilson et al., 2003). Exemplo: “Vou fazer atividade para ficar mais saudável e melhorar a minha condição física”. A regulação integrada é a mais autónoma, pois as ações caraterizam-se pela regulação integrada, tendo muitas qualidades da motivação intrínseca, mas é considerada extrínseca por visar algum tipo de resultado além do prazer da prática (Ryan e Deci, op. Cit.). Exemplo: “Faço atividade porque é importante para mim e simboliza quem e o que sou”. Por último, e do lado mais à direita, encontra-se a motivação intrínseca, caraterizada pela escolha pessoal, satisfação e prazer. Aqui, as regulações são unicamente internas (Brickell e Chatzisarantis, 2007). Exemplo: “Faço atividade porque gosto, quero e pelo prazer que isso me dá”. 2.3.2.1.7 Modelo transteórico dos estágios de mudança Este modelo, desenvolvido por Prochascka e DiClemente (1982, cit por Berger et al., 2002), é um modelo geral de modificação intencional do comportamento. A mudança do comportamento é vista como um processo dinâmico que ocorre através de uma série de estágios interrelacionados que são estáveis, mas abertos à mudança, ao invés de um fenómeno do tipo “tudo ou nada”. Os indivíduos devem beneficiar de intervenções consoante o estágio em que se encontram. Mas a maioria não segue um padrão pré-definido, acomodando-se muitas vezes num determinado estágio ou 26 circulando através de estágios fora da sequência normal e/ou com ritmos de progressão. Deste modo e tal como nos refere Berger et al. (2002), o modelo pressupõe que o processo avance, recue, pare ou circule promovendo um contexto que explique as recaídas e a readoção do comportamento. A aplicação do modelo transteórico ao exercício envolve a combinação de uma intervenção adequada junto dos indivíduos, de acordo com o seu historial de atividade e com a sua disponibilidade de querer mudar (ver Tabela 6). Tabela 6 - Definições, aplicação e estratégias de conceitos do modelo transteórico dos estágios de mudança (Adaptado de Glanz, 1999). Conceito Précontemplação Definição Não estar consciente do problema, não ter pensado na mudança. Comtemplação Pensar em mudar num futuro próximo. Elaborar um plano para o futuro. Preparação Ação Implementar planos de ações específicos. Manutenção Continuar com ações positivas; repetir periodicamente os passos recomendados. Aplicação Aumentar a consciência da necessidade de mudar, personalizar a informação sobre os riscos e as vantagens. Exemplo Estar desinformado sobre consequências do seu comportamento, ter tentado várias vezes alterar o comportamento e estar desmoralizado; não gostar da experiência. Motivar, encorajar a Pensar em praticar exercício elaborar planos dentro dos próximos seis específicos. meses. Dar assistência a planos Pensar em praticar exercício de ação concreta, dentro do próximo mês. estabelecer metas graduais. Dar assistência com Alterar o comportamento. feedback, resolução de problemas, apoio social e reforço. Dar assistência ai Manter o comportamento por confronto com situações um período superior a seis evitando recaídas. meses. 2.3.2.1.8 Limitações das teorias de adesão ao exercício As teorias anteriormente referidas têm demonstrado uma grande utilidade na explicação dos comportamentos de exercício e atividade física. Apesar disso, são apontadas várias limitações à aplicação das mesmas por parte de vários autores. 27 Para Roberts (1992) apesar da motivação ser um objeto de estudo em psicologia ainda não foi criada nenhuma teoria geral ou global. Este campo (o motivacional) é assim constituído por várias mini-teorias, relacionadas com os aspetos parciais e explicações fragmentadas do fenómeno. Para o Department of Health and Human Services (HHS), nos Estados Unidos (1996) estas teorias, na sua maioria, foram desenvolvidas para explicar o comportamento individual ou até de pequenos grupos, daí, poder fazer com que tenham uma aplicação limitada na descrição do comportamento de populações. Mais recentemente Plonczynski (2000), Barbara (2002) e Connelly (2002) afirmam que nas interações devem ser tidas em conta também as variáveis contextuais e não só as variáveis cognitivas. Por fim, várias abordagens vão no sentido de testar teorias mais abrangentes e não tão variáveis isoladas (Biddle e Mutrie, 2002). 2.3.2.2 Motivos para a prática de exercício físico A avaliação e o conhecimento profundo sobre os motivos que levam as pessoas a participar numa atividade física é importante, visto que possibilita aos técnicos a facilidade de adaptação e adequação dos programas de exercício segundo os objetivos de cada um, aumentando assim a sua satisfação e consequente permanência. É grande a variedade dos motivos que levam o praticante a permanecer na sua atividade física. No que diz respeito a estudos publicados, sobre este tema, utilizando especificamente o EMI-2 ou a sua versão Portuguesa, verifica-se que ainda são reduzidos. A Tabela 7 resume alguns desses estudos, referindo os motivos mais e menos importantes encontrados. Tabela 7 - Estudos realizados com o EMI-2 sobre os motivos para a prática de exercício físico (Coelho, 2009; Moutão, 2005;Moutão, J., Alves, J., e Silva, C., 2003;Lourenço, 2002;Maymì, 2002;Maltby, J., e Day, L. , 2001) Autores/ Ano (Coelho, 2009) Motivos mais importantes Manutenção da saúde; Revitalização; Agilidade; Doença; Motivos menos importantes Reconhecimento social; Pressão; Competição; 28 (Moutão, 2005) (Moutão, J., Alves, J., e Silva, C., 2003) (Lourenço, 2002) (Maymì, 2002) (Maltby, J., e Day, L. , 2001) Saúde/Bem-estar; Agilidade; Stress; Desafio; Pressão/Doença; Afiliação; Manutenção da saúde; Revitalização; Agilidade; Reconhecimento social; Pressão saúde; Competição; Manutenção da saúde; Revitalização; Prevenção doença; Prevenção e manutenção da saúde; Agilidade; Controlo do stress; Manutenção da saúde; Revitalização; Prevenção doença; Reconhecimento social; Pressão saúde; Competição; Reconhecimento social; Pressão saúde; Competição; Reconhecimento social; Pressão saúde; Competição; Analisando esta tabela, podemos verificar que, em todos os estudos anteriormente referidos, existe uma ligação nos fatores de motivação mais importantes, “saúde” e “agilidade” e que os fatores menos importantes são o “reconhecimento social” e a “competição. 2.3.2.3 Barreiras da prática de exercício físico Segundo Dishman (1994) as barreiras representam fatores isolados que estão negativa ou positivamente relacionados com a adesão e a manutenção na atividade física. PESSOA Demográficos; Biomédicos; Psicológicos; Atributos e Capacidades ENVOLVIMENTO COMPORTAMENTO Físico; Social; Cultural; Tempo Características da Atividade Física Figura 16 – Barreiras da prática de atividade física. 29 Segundo Buckworth, J., & Dishman, R. K., (2002) as maiores barreiras à atividade física são pessoais, e controladas por cada indivíduo, enquanto que as barreiras de envolvimento se encontram fora do controlo individual, pelo que depende de outros fatores. Figura 17 – Barreiras da atividade física (Adaptado de Buckworth, J., & Dishman, R. K., 2002) 2.3.2.4 Estratégias motivacionais para aumentar a adesão ao exercício A desejável integração dos modelos de adesão ao exercício, na elaboração de programas de alteração do comportamento, deverá refletir-se igualmente ao nível das estratégias. Buckworth e Dishman (2002, cit. por Moutão, 2005) referem um conjunto de estratégias que, tendo em conta os modelos e as determinantes, provaram ser eficazes em aumentar a manutenção no exercício físico: Obter suporte social de outros significativos (ex: família, amigos e colegas - o apoio das pessoas 30 significativas demonstrou aumentar a manutenção no exercício); Dar recompensas pela frequência de participação - as recompensas devem ser criteriosas, e têm-se demonstrado úteis especialmente a curto prazo; Promover dicas, tais como sinais, cartazes e cartoons as dicas podem ajudar as pessoas a lembrarem-se de exercitar, apesar da sua remoção normalmente provoca o retorno ao comportamento anterior; Fazer uma folha de decisões antes de iniciarem o programa de treino - anotar as vantagens e desvantagens de praticar exercício pode ajudar na tomada de decisão ex: os indivíduos escrevem numa folha as consequências de aderirem ao exercício físico em termos de ganhos para si/ perdas para si; ganhos para outros/ perdas para outros; auto-aprovação/ auto-desaprovação; aprovação dos outros/ desaprovação dos outros); Adequar a intervenção ao estádio de mudança em que o individuo se encontra - a adequação ao estádio de mudança é uma das principais doutrinas da adesão ao exercício; Tornar o exercício uma experiência agradável - a investigação em motivação aponta que as pessoas precisam de se tornar intrinsecamente motivadas para aderirem ao exercício a longo prazo; Encontrar um local cómodo para praticar exercício - as pessoas estão mais recetivas ao exercício se percecionarem que é cómodo fazê-lo; Praticar estratégias de gestão de tempo - tornar o exercício uma prioridade e gerir o tempo de uma forma mais efetiva; Promover o exercício com um amigo ou em grupo - o exercício em grupo demonstrou ser mais efetivo e motivante. Contudo há que ter sempre presente as preferências dos indivíduos; Fazer com que os participantes assinem um contrato ou declaração de intenções para cumprirem com o programa 31 de exercício - dessa forma aumenta o compromisso para com o programa e a manutenção do mesmo; Recompensar os participantes quando atingirem determinados objetivos - as recompensas ajudam a manter a motivação; Adequar a intensidade, frequência e duração do exercício - as pessoas precisam de se sentirem confortáveis com o seu programa de exercícios; Dar feedbacks positivos - todos os participantes necessitam de um reforço positivo, especialmente no início. Por esse motivo, técnicos e outros importantes devem elogiar os participantes; Focar a atenção dos praticantes nas perceções internas (ex: respiração, contração muscular) ao invés das externas - desse modo os praticantes focalizam-se mais no processo, experienciam o movimento e maximizam o gosto (p.72-73). 32 3. Metodologia 33 3.1 Caraterização da amostra A amostra de conveniência utilizada nesta investigação foi constituída por 106 indivíduos (n=106). Destes, tal como podemos visualizar no Gráfico 1, 31% (n=33) são do género masculino (representados pela cor azul) e 69% (n= 73) são do género feminino (representados pela cor laranja). As suas idades estão compreendidas entre os 20 e os 70 anos de idade, apresentando uma média de 40,9 (ver Gráfico 2). Podemos também referir que 33% (n=35) dos elementos da amostra possui uma idade compreendida entre os 20 e os 30 anos, 21% (n=22) encontram-se entre os 31 e os 40 anos, 17% (n=18) situa-se entre os 41 e os 50 anos, 14% (n=15) estão entre os 51 e os 60 anos e os restantes 15% (n=16) apresentam idades compreendidas entre os 61 e os 70 anos. Gráfico 1 - Género Gráfico 2 - Idade 34 Todos os indivíduos da amostra deste estudo (ver Gráfico 3), são oriundos do concelho de Celorico da Beira. Se quisermos especificar ainda mais, é-nos possível referir que 43% (n=46) são de Celorico (1), 8% (n=8) do Maçal do Chão (2), 14% (n=15) do Baraçal (3), 3% (n=3) do Minhocal (4), 29% (n=31) da Lageosa do Mondego (5), 2% (n=2) de Cortiçô da Serra (6) e por fim 1% (n=1) da Ratoeira (7). No que se reporta ao estado civil dos elementos desta amostra e tal como apresentado no Gráfico 4, registamos que 34% (n=36) eram solteiros, 56% (n=59) eram casados, 2% (n=2) divorciados e 8% (n=9) viúvos. Gráfico 3- Localidade Gráfico 4 - Estado Civil 35 No Gráfico 5 é possível visualizar alguns dados relativos às habilitações literárias dos inquiridos. Podemos sublinhar que15% (n=16) possuem o 1º ciclo ou ensino básico, 21% (n=22) o 9º ano ou 5º ano antigo, 33% (n=35) detêm o 12º ano ou complementar, 5% (n=5) o Bacharelato, 24% (n=26) a Licenciatura e finalmente com igual percentagem 1% (n=1) possuem o Mestrado e o Doutoramento. Quanto à ocupação profissional (representada pelo Gráfico 6), também nos é possível observar que não existe nenhum elemento da amostra (n=0) pertencente ao setor primário (relacionado à produção através da exploração de recursos da natureza). Do setor secundário (transformação das matérias-primas em produtos industrializados) aparecem-nos 15% (n=16) dos elementos da amostra. Surgem-nos ainda 60% (n=64) do setor terciário (setor económico relacionado aos serviços), 9% (n=9) encontram-se desempregados e 16% (n=17) estão reformados. Gráfico 5 - Habilitações literárias Gráfico 6 - Ocupação profissional 36 Os indivíduos constituíram um único grupo de investigação. Neste estudo foram seguidos, respeitados e preservados os princípios éticos, as normas e padrões internacionais: Preservação do anonimato; Solicitar a informação à pessoa entrevistada de forma cortês; Ler a cada participante a “carta de consentimento informado” e realizar a questionário unicamente àquelas pessoas que aceitaram fazer parte deste estudo; Aplicar o questionário de forma completa. 3.2 Instrumentos de recolha de dados Quanto aos procedimentos para a recolha de dados, foram utilizados dois instrumentos um questionário de caraterização pessoal (Anexo I) e o Questionário de Motivação para o Exercício (EMI-2). O primeiro faz uma recolha de dados referente a questões sociodemográficas, tais como o género, a idade, a zona de residência, a profissão, as habilitações literárias, as ocupações profissionais e algumas questões relacionadas com a prática da atividade de fitness. OEMI-2, é uma evolução do Exercise Motivations Iventory (EMI) inicialmente desenvolvido por Markland & Harly (1993), que denotava algumas lacunas teóricas e metodológicas, já que a motivação para a saúde restringia-se ao aspeto clínico da mesma e aplicava-se apenas a pessoas ativas. Dessa forma, Markland, D., & Ingledew, D. K., (1997) reviram o questionário e criaram o EMI-2 constituído por 51 itens agrupados em 14 fatores motivacionais (ver Tabela 8),contudo para o nosso estudo foi utilizado o EMI – 2, traduzido, adaptado e validado para a língua portuguesa por Alves e Lourenço (2001). Tabela 8 - Escalas e dimensões motivacionais do EMI-2. Dimensões Motivos psicológicos Motivos interpessoais Fatores Itens Stress 6; 20; 34;46; Revitalização 3; 17; 31; Prazer 9; 23; 37; 48; Desafio 14; 28; 42; 51; Reconhecimento social 5; 19; 33; 45; Afiliação 10; 24; 38; 49; 37 Competição 12;26; 40; 50; Saúde 11; 25; 39; Doença 2; 16; 30; Manter-se saudável 7; 21; 35; Motivos relacionados Peso 1; 15; 29; 43; com o corpo Aparência 4; 18; 32; 44; Motivos de condição Força/resistência 8; 22; 36; 47; física Agilidade 13; 27; 41; Motivos de saúde As respostas ao EMI-2 são dadas numa escala de Likert de 6 pontos (0= “nada verdadeiro para mim”; 5=”completamente verdadeiro para mim”); quando a afirmação é entendida como “parcialmente verdade para mim” é assinalado o 1; 2; 3; ou 4, de acordo com a intensidade com que essa mesma afirmação reflete o porquê da pessoa praticar exercício físico. A avaliação das respostas obtém-se através do cálculo da média dos itens correspondentes a cada fator motivacional. Assim, cabe destacar aqueles fatores com pontuação mais e menos elevadas, que representam respetivamente os motivos mais e menos importantes para a prática de exercício físico. 3.3 Procedimentos estatísticos Após a recolha dos dados através dos questionários, estes foram introduzidos no programa Microsoft Office Excel 2010 (Microsoft Corporation, Microsoft Office Professional Plus 2010, Impressa Systems, Santa Rosa, California), posteriormente foram transferidos/introduzidos no software estatístico SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) (IBM SPSS Statistics, v 19.0, Somers, NY, USA), onde foram devidamente tratados e retirados todos os gráficos e tabelas necessárias para o desenvolvimento da investigação. Os procedimentos estatísticos utilizados foram a estatística descritiva (médias e desvio-padrão) e a inferencial (T-test e a ANOVA). O nível de significância considerado foi de p ≤ 0,05. 38 4. Apresentação e Discussão dos Resultados 39 4.1 Apresentação dos resultados Os dados aqui apresentados surgem da situação problemática exposta e das hipóteses formuladas na Introdução do presente trabalho. Relembramos que os principais objetivos eram verificar quais os motivos que levavam os utentes do concelho de Celorico da Beira, à prática das atividades de fitness, bem como saber se os mesmos utentes percecionavam diferentes motivos. A apresentação e discussão que adiante se expõe reporta-seà verificação das hipóteses de estudo formuladas. 4.1.1 A dimensão “motivos de saúde” é apontada como a principal razão para a prática de atividade de fitness De seguida apresenta-se (ver Tabela 9; Gráfico 7) a média e desvio padrão (D.P.) das dimensões para que se possa verificar a ordem de importância das mesmas para a totalidade da amostra e comprovar se a dimensão “motivos de saúde” é apontada como a principal razão para a prática de atividades de fitness no concelho. Tabela 9 - Média e Desvio padrão das dimensões estudadas para a totalidade dos sujeitos da amostra. Dimensões Média D.P. Posição Manter-se Saudável 4,45 4,08 1,901 2,344 1ª 3,96 3,200 3,91 2,720 3,53 3,52 4,461 3,758 3,45 3,876 3,42 4,798 2,98 5,095 2,62 5,196 Revitalização Doença Agilidade Prazer Força/Resistência Stress Peso Afiliação Aparência 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª 9ª 10ª 40 Desafio Saúde Competição Reconhecimento Social 2,46 5,548 2,14 4,883 1,53 5,555 0,89 4,604 11ª 12ª 13ª 14ª Gráfico 7 - Análise gráfica dos valores médios e desvio padrão das dimensões para a totalidade da amostra. Analisando a Tabela 9 e o Gráfico 7, podemos verificar que a dimensão “motivos de saúde” é a principal razão que leva os sujeitos da amostra a praticar atividades de fitness no concelho de Celorico da Beira. Verificamos também, que a segunda dimensão com maior frequência foi a dimensão “revitalização”, a terceira foi a dimensão “doença” e a quarta é a dimensão “agilidade”. As dimensões como menos importância na motivação para a prática do exercício foram: a “competição” e o “reconhecimento social”. Assim, é confirmada a hipótese colocada. 41 4.1.1.1 Itens com maior importância para a amostra Seguidamente serão apresentados os valores da média e o desvio padrão das cinco questões com mais importância para a motivação, apontadas pelos sujeitos da amostra (ver Tabela 10). Tabela 10 - Itens com maior importância. Questão Média ± D.P. Dimensão Q3 – “Porque me faz sentir bem” 4,57±,781 Revitalização Q35 – “Para me sentir mais saudável” 4,54±,719 Manter-se saudável 4,50±,796 Manter-se saudável Q7 – “Para ter um corpo saudável” 4,37±,820 Manter-se saudável Q16 – “Para prevenir problemas de saúde” 4,34±,893 Doença Q21 – “Porque pretendo manter uma boa saúde” Refira-se que das questões apontadas, três são reportadas à Dimensão “Manterse saudável”. 4.1.1.2 Itens com menor importância para a amostra Na Tabela 11 estão assinaladas a média e o desvio padrão das cinco questões com menor importância para a motivação, apontadas pelos sujeitos da amostra. Tabela 11 - Itens com menor importância. Questão Q19 – “Para comparar as minhas capacidades com as dos outros” Q5 – “Para mostrar o meu mérito/valor perante os outros” Q45 – “Para alcançar coisas que os outros não conseguem” Q33 – “Para ser reconhecido pelas minhas prestações/realizações” Q26 – “Porque gosto de competir” Média ± D.P. 0,72±,1,185 0,80±1,268 0,89±1,450 1,19±1,448 1,31±1,588 Dimensão Reconhecimento social Reconhecimento social Reconhecimento social Reconhecimento social Competição 42 Pelos dados registados na Tabela 11, podemos verificar que a questão com média mais elevada, indicando ser o motivo com menos peso na aderência dos indivíduos desta amostra às atividades de fitness se encontra alocada à dimensão Competição, seguindo-se a dimensão Reconhecimento Social. Em anexo apresentamos um gráfico que representa a média de todas as questões do questionário realizado pelos sujeitos da amostra (Anexo 2). 43 4.1.2 Existem diferenças significativas nas motivações para a prática de atividade de fitness apontadas pelos indivíduos do género masculino e do género feminino Adiante apresentam-se os valores obtidos alusivos à média e desvio padrão e ao nível de significância relativos aos motivos para a prática da atividade de fitness no concelho, apontados por ambos os géneros (ver Tabela 12). Tabela 12 - Motivos para a prática da atividade de fitness, apontados pelo género masculino e feminino. Sexo Stress Revitalização Prazer Desafio Reconhecimento Social Afiliação Competição Saúde Doença Masculino Média Desvio padrão 4,096 Feminino 3,51 3,43 Masculino 3,94 2,053 Feminino 4,14 2,455 Masculino 3,61 3,841 Feminino 3,50 4,733 Masculino 2,95 5,163 Feminino 2,24 5,519 Masculino 1,46 5,557 Feminino 0,64 3,715 Masculino 3,23 4,103 Feminino 2,87 5,452 Masculino 2,36 5,646 Feminino 1,16 4,854 Masculino 2,14 5,013 Feminino 2,14 4,859 Masculino 3,91 2,982 f 0,075 p 0,785 1,458 0,230 3,214 0,076 1,448 0,232 15,746 0,000 3,733 0,056 1,073 0,303 0,217 0,642 1,063 0,305 3,798 44 Manter-se Saudável Peso Aparência Força/Resistência Agilidade Feminino 3,98 3,312 Masculino 4,34 2,229 Feminino 4,53 1,723 Masculino 3,11 4,309 Feminino 3,57 4,925 Masculino 2,57 4,977 Feminino 2,65 5,322 Masculino 3,92 4,261 Feminino 3,92 3,539 Masculino 3,75 2,829 Feminino 3,98 2,661 1,146 0,287 0,264 0,608 0,862 0,355 0,033 0,857 0,063 0,802 Após a análise dos motivos para a prática de atividade de fitness no concelho de Celorico da Beira apontados pelos sujeitos do género masculino e feminino, verificouse que só existe diferença significativa numa das dimensões (reconhecimento social), assim o género masculino realiza a atividade pelo reconhecimento que a mesma oferece. Contudo podemos referir também que os sujeitos do género masculino realizam a atividade física pelo desafio, a afiliação e a competição. Por seu turno os elementos do género feminino realizam a atividade física para melhorar a aparência, pelo peso e pela revitalização. Assim, confirma-se a hipótese colocada. Em anexo apresentamos um gráfico que representa a média dos motivos apontados para a prática da atividade de fitness em ambos os géneros (Anexo 3). 45 4.1.3 Existem diferenças significativas nas motivações para a prática das atividades de fitness apontadas pelos indivíduos pertencentes a diferentes grupos de idades De seguida iremos apresentar (Tabela 13) os motivos para a prática da atividade de fitness apontados pelos indivíduos pertencentes a diferentes grupos de idades relativamente à média e o desvio padrão, para que se possa verificar se existe diferenças significativas. Tabela 13 - Motivos para a prática de atividade de fitness apontados pelos indivíduos de várias faixas etárias. Média 20-30 anos 31-40 anos Stress 41-50 anos 51-60 anos 61-70 anos 20-30 anos 31-40 anos Revitalização 41-50 anos 51-60 anos 61-70 anos 20-30 anos 31-40 anos Prazer 41-50 anos 51-60 anos 61-70 anos 20-30 anos Desafio 31-40 anos 3,34 2,99 3,17 3,83 4,33 3,99 4,03 3,91 4,27 4,35 3,89 3,69 3,40 3,68 2,56 3,23 2,61 Desvio padrão f p 6,884 0,000 1,065 0,378 4,186 0,001 8,404 0,000 3,834 3,579 3,726 2,992 2,701 2,640 2,158 2,845 1,935 1,389 3,346 4,117 4,340 4,267 5,447 4,273 5,217 46 41-50 anos 51-60 anos 61-70 anos 20-30 anos 31-40 anos Reconhecimento Social 41-50 anos 51-60 anos 61-70 anos 20-30 anos 31-40 anos Afiliação 41-50 anos 51-60 anos 61-70 anos 20-30 anos 31-40 anos Competição 41-50 anos 51-60 anos 61-70 anos 20-30 anos 31-40 anos Saúde 41-50 anos 51-60 anos 61-70 anos 20-30 anos 31-40 anos Doença 41-50 anos 51-60 anos 61-70 anos 2,17 2,18 1,17 1,62 0,82 0,44 0,60 0,22 3,00 2,19 2,64 3,48 3,94 2,44 1,53 1,15 1,13 0,39 1,60 1,74 1,57 2,91 3,79 3,70 3,45 3,81 4,47 4,92 5,831 4,350 5,095 5,141 4,256 3,590 7,203 0,000 6,343 0,000 9,276 0,000 8,819 0,000 7,353 0,000 3,397 2,187 4,087 5,023 5,327 5,898 2,720 5,349 5,743 4,421 4,138 2,966 4,178 4,320 4,142 4,713 4,225 3,633 2,172 3,634 1,920 ,775 47 20-30 anos 31-40 anos Manter-se Saudável 41-50 anos 51-60 anos 61-70 anos 20-30 anos 31-40 anos Peso 41-50 anos 51-60 anos 61-70 anos 20-30 anos 31-40 anos Aparência 41-50 anos 51-60 anos 61-70 anos 20-30 anos 31-40 anos Força/Resistência 41-50 anos 51-60 anos 61-70 anos 20-30 anos 31-40 anos Agilidade 41-50 anos 51-60 anos 61-70 anos 4,39 4,42 4,30 4,53 4,83 3,51 3,39 3,54 3,80 2,80 3,29 2,61 2,04 2,88 1,63 4,20 3,74 3,58 4,02 3,86 3,80 3,77 3,91 4,07 4,19 2,189 1,486 2,471 1,922 0,113 1,588 0,183 6,99 0,000 1,657 0,166 0,734 0,571 1,404 ,894 4,860 4,768 3,884 3,550 6,112 2,972 4,606 5,250 4,704 6,812 2,805 3,970 4,524 3,453 4,305 2,992 2,982 3,064 2,042 1,750 48 Após a análise dos motivos para a prática de atividade de fitness no concelho de Celorico da Beira apontados pelos sujeitos de diferentes grupos de idade, verificou-se que existem diferenças significativas em várias dimensões, no stress, no prazer, no desafio, no reconhecimento social, na afiliação, na competição, na saúde, na doença e na aparência. Os sujeitos com idades compreendidas entre dos 20 e os 30 anos realizam a atividade pelo prazer, pelo desafio, pelo reconhecimento social, pela competição, pela aparência e pela força/resistência. Nos sujeitos com idades compreendidas entre os 31 e os 40 anos realizam a atividade física pelo prazer, pelo desafio e pela competição. Os sujeitos com idades compreendidas entre os 41 e os 50 anos realizam a atividade pelo peso e pela doença. Os sujeitos com idades compreendidas entre os 51 e os 60 anos realizam pelo stress, pela revitalização, pela afiliação, pela saúde, pela doença, para manterem-se saudáveis, pelo peso, pela aparência, pela força/resistência e pela agilidade. Por fim os sujeitos com idades compreendidas entre os 61 e os 70 anos realizam a atividade pela agilidade, para se manterem saudáveis, pela doença, pela saúde, pela afiliação, pela revitalização e pelo stress. Assim, confirma-se igualmente a hipótese colocada. Em anexo apresentamos um gráfico que representa a média dos motivos apontados para a prática da atividade de fitness nos diferentes grupos de idades (Anexo 4). 49 4.1.4 Existem diferenças significativas nas motivações para a prática de atividade de fitness apontadas pelos indivíduos oriundos das diferentes localidades do concelho Seguidamente indicam-se na Tabela 14 a média e o desvio padrão dos motivos para a prática da atividade de fitness, apontados pelos indivíduos provenientes das diferentes localidades do concelho. Tabela 14 - Motivos para a prática de atividade de fitness apontados pelos indivíduos nas diferentes localidades do concelho. Média Celorico da Beira Maçal do Chão Baraçal Stress Minhocal Lageosa do Mondego Cortiçô da Serra Ratoeira Celorico da Beira Maçal do Chão Baraçal Revitalização Minhocal Lageosa do Mondego Cortiçô da Serra Ratoeira Celorico da Beira Maçal do Chão Prazer Baraçal Minhocal 3,42 3,13 3,13 3,58 3,77 3,13 Desvio padrão f p 1,030 0,41 0,378 0,892 4,735 0,000 3,477 4,309 3,114 1,528 4,725 ,707 3,25 4,09 4,25 3,89 4,22 4,13 3,67 2,527 2,053 2,637 1,155 2,201 1,414 3,67 3,90 4,28 3,53 3,92 3,631 2,532 4,138 1,528 50 Lageosa do Mondego Cortiçô da Serra Ratoeira Celorico da Beira Maçal do Chão Baraçal Desafio Minhocal Lageosa do Mondego Cortiçô da Serra Ratoeira Celorico da Beira Maçal do Chão Baraçal Reconhecimento Social Minhocal Lageosa do Mondego Cortiçô da Serra Ratoeira Celorico da Beira Maçal do Chão Baraçal Afiliação Minhocal Lageosa do Mondego Cortiçô da Serra Ratoeira Celorico da Beira Maçal do Chão Competição Baraçal Minhocal 2,77 3,38 4,969 ,707 4,00 2,96 3,44 2,17 4,00 1,42 2,88 4,687 5,120 4,639 1,000 7,296 0,000 4,804 0,000 1,308 0,261 6,684 0,000 5,049 ,707 3,25 1,17 1,50 0,20 2,58 0,43 1,63 5,189 5,127 1,612 2,517 3,024 2,121 2,00 2,79 2,88 2,57 3,25 3,48 2,88 4,998 5,014 4,636 1,732 5,519 2,121 2,75 2,09 1,91 1,02 3,33 5,280 5,012 4,636 2,887 51 Lageosa do Mondego Cortiçô da Serra Ratoeira Celorico da Beira Maçal do Chão Baraçal Saúde Minhocal Lageosa do Mondego Cortiçô da Serra Ratoeira Celorico da Beira Maçal do Chão Baraçal Doença Minhocal Lageosa do Mondego Cortiçô da Serra Ratoeira Celorico da Beira Maçal do Chão Baraçal Manter-se Saudável Minhocal Lageosa do Mondego Cortiçô da Serra Ratoeira Celorico da Beira Maçal do Chão Peso Baraçal Minhocal 0,61 2,25 4,304 1,414 3,00 1,71 0,67 1,80 2,33 3,28 2,50 4,009 3,546 4,703 2,000 5,365 0,000 1,501 0,186 0,234 0,965 0,511 0,799 5,034 ,707 2,33 3,80 3,75 3,73 3,67 4,43 3,50 3,145 4,166 3,278 2,000 2,946 ,707 3,67 4,46 4,29 4,40 4,56 4,54 4,67 1,706 3,314 1,612 1,528 2,044 0,000 4,33 3,52 2,91 3,50 3,50 4,035 6,346 5,028 4,583 52 Lageosa do Mondego Cortiçô da Serra Ratoeira Celorico da Beira Maçal do Chão Baraçal Aparência Minhocal Lageosa do Mondego Cortiçô da Serra Ratoeira Celorico da Beira Maçal do Chão Baraçal Força/Resistência Minhocal Lageosa do Mondego Cortiçô da Serra Ratoeira Celorico da Beira Maçal do Chão Baraçal Agilidade Minhocal Lageosa do Mondego Cortiçô da Serra Ratoeira 3,31 4,25 5,554 2,828 3,75 2,78 2,91 2,07 3,33 2,48 3,38 4,029 4,838 5,898 2,887 0,970 0,45 1,315 0,257 0,599 0,730 6,529 ,707 3,00 4,04 4,16 3,45 4,42 3,82 4,75 2,820 3,420 5,882 2,309 3,814 1,414 3,75 3,94 4,25 3,89 4,33 3,76 4,00 2,735 1,982 2,795 1,732 2,901 4,243 3,00 Após a análise dos motivos para a prática de atividade de fitness no concelho de Celorico da Beira apontados pelos sujeitos das diferentes localidades do concelho, verificamos que para os sujeitos de Celorico da Beira o motivo para realizarem atividade física prende-se com o fator peso. Os sujeitos do Maçal do Chão realizam-no 53 pela agilidade, pelo desafio, pelo prazer e pela revitalização. Os do Baraçal praticam pela doença e para se manterem saudáveis. Quanto aos sujeitos do Minhocal, fazem pela agilidade, pela força/resistência, pela competição, pela afiliação, pelo reconhecimento social, pelo desafio e pelo stress. Em relação aos sujeitos da Lageosa do Mondego fazem atividade física pelo stress, pela afiliação, pela saúde e pela doença. Os sujeitos de Cortiçô da Serra praticam pela força/resistência, pela aparência, pelo peso e para se manterem saudáveis. Por fim os sujeitos da Ratoeira realizam atividade física pelo prazer, pelo reconhecimento social, pela competição e pelo peso. Verificou-se também que existem diferenças significativas nas dimensões, prazer, desafio, reconhecimento social, competição e saúde. Assim, confirma-se igualmente a hipótese colocada. Em anexo apresentamos um gráfico alusivo à média dos motivos apontados para a prática da atividade de fitness dos elementos da amostra provenientes das diferentes localidades (Anexo 5). 54 4.1.5 Existem diferenças significativas nas motivações para a prática de atividade de fitness apontadas pelos indivíduos consoante o seu estado civil Apresentam-se na Tabela 15 a média e o desvio padrão, dos motivos para a prática da atividade de fitness mencionados pelos indivíduos consoante os diferentes estados civis. Tabela 15 - Motivos para a prática de atividade de fitness apontados pelos indivíduos segundo o seu estado civil. Média Solteiro(a) Casado(a) Stress Divorciado(a) Viúvo(a) Solteiro(a) Casado(a) Revitalização Divorciado(a) Viúvo(a) Solteiro(a) Casado(a) Prazer Divorciado(a) Viúvo(a) Solteiro(a) Casado(a) Desafio Divorciado(a) Viúvo(a) Reconhecimento Social Solteiro(a) 3,16 3,45 3,50 4,67 3,93 4,12 4,83 4,26 3,79 3,53 4,50 2,39 2,81 2,47 2,75 0,94 1,47 Desvio padrão f p 6,763 0,000 1,303 0,278 4,768 0,004 4,836 0,003 5,160 0,002 4,244 3,372 1,414 1,732 2,652 2,234 ,707 1,563 4,246 4,088 2,828 5,294 5,602 5,002 1,414 5,890 5,507 55 Casado(a) Divorciado(a) Viúvo(a) Solteiro(a) Casado(a) Afiliação Divorciado(a) Viúvo(a) Solteiro(a) Casado(a) Competição Divorciado(a) Viúvo(a) Solteiro(a) Casado(a) Saúde Divorciado(a) Viúvo(a) Solteiro(a) Casado(a) Doença Divorciado(a) Viúvo(a) Solteiro(a) Casado(a) Manter-se Saudável Divorciado(a) Viúvo(a) Solteiro(a) Casado(a) Peso Divorciado(a) Viúvo(a) Aparência Solteiro(a) 0,63 0,75 0,42 2,67 2,94 4,25 4,25 2,28 1,25 1,75 0,36 1,66 2,13 1,33 4,33 3,68 3,98 3,83 5,00 4,36 4,47 4,67 4,85 3,39 3,44 4,63 3,14 2,99 3,355 4,243 5,000 5,302 4,841 4,882 0,003 7,698 0,000 7,999 0,000 4,040 0,009 1,530 0,211 0,851 0,469 2,449 0,068 4,243 1,658 5,943 4,618 4,243 4,333 4,185 4,817 5,657 2,121 3,637 2,918 2,121 0,000 2,310 1,713 1,414 ,726 4,866 4,635 2,121 5,897 4,520 56 Casado(a) Divorciado(a) Viúvo(a) Solteiro(a) Casado(a) Força/Resistência Divorciado(a) Viúvo(a) Solteiro(a) Casado(a) Agilidade Divorciado(a) Viúvo(a) 2,53 2,75 1,78 4,19 3,74 4,25 3,97 3,80 3,93 4,50 4,07 5,126 4,243 6,954 2,832 4,291 1,815 0,149 0,574 0,634 1,414 2,667 3,315 2,455 2,121 1,787 Pela observação dos valores apresentados na tabela acima apresentada relativa aos motivos para a prática de atividade de fitness no concelho de Celorico da Beira apontados pelos sujeitos da amostra, de acordo com o seu estado civil, verificamos que os elementos da amostra com estado civil de solteiros realizam a atividade física pelo desafio, pelo reconhecimento social, pela competição e pela aparência. Quanto aos casados, os motivos indicados prendem-se com a saúde, a doença e pelo peso. Os divorciados praticam atividade física pela revitalização, pelo prazer, pela afiliação, pelo peso, pela força/resistência e pela agilidade. E por fim, os motivos que levam os viúvos a realizarem atividade física prendem-se com o stress, a afiliação, a saúde, a doença e para se manterem saudáveis. Verificou-se que existem diferenças significativas. Assim, confirma-se igualmente a hipótese colocada. Em anexo apresentamos um gráfico representativo da média dos motivos apontados para a prática da atividade de fitness consoante o seu estado civil (Anexo 6). 57 4.1.6 Existem diferenças significativas nas motivações para a prática de atividade de fitness apontadas pelos indivíduos consoante as suas habilitações literárias De seguida iremos apresentar (Tabela 16) os motivos para a prática da atividade de fitness apontados pelos indivíduos consoante as suas habilitações literárias relativamente à média, desvio padrão e ao erro padrão da média, para que se possa verificar se existe diferenças significativas. Tabela 16 - Motivos para a prática de atividade de fitness apontados pelos indivíduos em função das suas habilitações literárias. 1ºCiclo ou Ensino Primário 9º ano ou 5º ano antigo 12º ano ou complementar Stress Bacharel Licenciatura Mestrado Doutoramento 1ºCiclo ou Ensino Primário 9º ano ou 5º ano antigo 12º ano ou complementar Revitalização Bacharel Licenciatura Mestrado Doutoramento 1ºCiclo ou Ensino Primário Prazer 9º ano ou 5º ano antigo 12º ano ou complementar Média Desvio padrão 4,11 3,577 3,78 3,21 2,90 3,22 f p 3,062 0,009 0,925 0,480 2,612 0,022 3,299 3,590 3,912 4,053 4,00 2,50 4,13 4,26 4,10 4,20 3,83 2,029 1,850 2,550 1,949 2,657 5,00 3,67 2,67 3,43 3,80 4,557 4,881 3,677 58 Bacharel Licenciatura Mestrado Doutoramento 1ºCiclo ou Ensino Primário 9º ano ou 5º ano antigo 12º ano ou complementar Desafio Bacharel Licenciatura Mestrado Doutoramento 1ºCiclo ou Ensino Primário 9º ano ou 5º ano antigo 12º ano ou complementar Reconhecimento Social Bacharel Licenciatura Mestrado Doutoramento 1ºCiclo ou Ensino Primário 9º ano ou 5º ano antigo 12º ano ou complementar Afiliação Bacharel Licenciatura Mestrado Doutoramento 1ºCiclo ou Ensino Primário Competição 9º ano ou 5º ano antigo 12º ano ou complementar 3,75 3,69 4,848 4,189 5,00 4,00 1,33 2,38 2,91 2,20 2,58 5,301 5,845 4,935 4,494 3,328 0,005 1,405 0,220 1,718 0,125 3,020 0,009 5,066 4,75 2,75 0,41 0,61 1,05 0,65 1,26 3,519 4,032 4,886 3,286 5,173 1,75 0,75 3,31 3,42 2,80 2,40 2,73 5,893 4,824 4,626 4,159 5,145 5,00 1,75 0,55 1,31 1,78 3,487 4,985 5,969 59 Bacharel Licenciatura Mestrado Doutoramento 1ºCiclo ou Ensino Primário 9º ano ou 5º ano antigo 12º ano ou complementar Saúde Bacharel Licenciatura Mestrado Doutoramento 1ºCiclo ou Ensino Primário 9º ano ou 5º ano antigo 12º ano ou complementar Doença Bacharel Licenciatura Mestrado Doutoramento 1ºCiclo ou Ensino Primário 9º ano ou 5º ano antigo 12º ano ou complementar Manter-se Saudável Bacharel Licenciatura Mestrado Doutoramento 1ºCiclo ou Ensino Primário Peso 9º ano ou 5º ano antigo 12º ano ou complementar 0,90 2,04 2,608 5,641 2,50 3,25 3,15 2,70 1,87 1,80 1,46 5,621 5,108 4,506 2,302 3,011 0,010 3,176 0,007 1,332 0,250 0,231 0,966 3,920 4,00 1,00 4,42 4,53 3,58 4,07 3,67 3,512 1,869 3,302 2,280 3,175 5,00 3,33 4,71 4,65 4,37 4,33 4,32 1,088 1,133 2,055 1,871 2,441 5,00 4,00 3,20 3,52 3,50 6,555 4,308 4,740 60 Bacharel Licenciatura Mestrado Doutoramento 1ºCiclo ou Ensino Primário 9º ano ou 5º ano antigo 12º ano ou complementar Aparência Bacharel Licenciatura Mestrado Doutoramento 1ºCiclo ou Ensino Primário 9º ano ou 5º ano antigo 12º ano ou complementar Força/Resistência Bacharel Licenciatura Mestrado Doutoramento 1ºCiclo ou Ensino Primário 9º ano ou 5º ano antigo 12º ano ou complementar Agilidade Bacharel Licenciatura Mestrado Doutoramento 3,10 3,41 2,191 4,758 4,00 3,25 1,98 2,55 2,86 2,20 2,87 6,608 5,901 4,578 4,147 1,122 0,355 0,546 0,772 1,798 0,107 4,411 3,00 2,25 3,86 3,91 3,96 3,40 4,00 3,346 4,192 4,062 3,912 3,323 5,00 3,50 3,94 4,18 4,04 3,73 3,51 2,198 1,405 2,847 2,588 3,373 5,00 3,00 Após a análise dos resultados referentes aos motivos para a prática de atividade de fitness no concelho de Celorico da Beira indicados pelos sujeitos consoante as suas 61 habilitações literárias é-nos possível referir que os indivíduos com o 1º ciclo do Ensino Básico ou ensino primário realizam a atividade pelo stress. Os sujeitos com o 9º ano ou o antigo 5º ano praticam atividade física pela afiliação, pela doença, pelo peso e pela agilidade. Os sujeitos detentores do 12ºano ou complementar realizam a atividade física pelo desafio. Os sujeitos com bacharel não se destacam quanto aos motivos da realização da atividade. Os licenciados realizam pela força/resistência e pela aparência. Os sujeitos com mestrado fazem atividade física pela revitalização, pelo prazer, pelo desafio, pelo reconhecimento social, pela afiliação, pela doença, para se manterem saudáveis, pelo peso, pela aparência, pela força/resistência e pela agilidade. Por fim, os sujeitos doutorados realizam a atividade pela competição e pelo prazer. Verificou-se a existência de diferenças significativas. Assim, confirma-se igualmente a hipótese colocada. Em anexo apresenta-se um gráfico onde se encontra assinalada a média dos motivos apontados para a prática da atividade de fitness consoante as suas habilitações literárias (Anexo 7). 62 4.1.7 Existem diferenças significativas nas motivações para a prática de atividade de fitness apontadas pelos indivíduos consoante as suas ocupações profissionais Os valores da média e desvio padrão dos motivos para a prática da atividade de fitness apontados pelos indivíduos consoante as suas ocupações profissionais encontram-se na Tabela 17, apresentada adiante. Tabela 17 – Motivos para a prática de atividade de fitness apontados pelos indivíduos com diferentes ocupações profissionais. Média Setor Secundário Setor Terciário Stress Desempregado(a) Reformado(a) Setor Secundário Setor Terciário Revitalização Desempregado(a) Reformado(a) Setor Secundário Setor Terciário Prazer Desempregado(a) Reformado(a) Setor Secundário Setor Terciário Desafio Desempregado(a) Reformado(a) Setor Secundário Reconhecimento Social Setor Terciário 3,61 3,23 3,36 4,22 4,44 3,93 4,11 4,29 4,11 3,58 3,83 2,68 3,38 2,59 2,56 1,09 1,00 1,04 Desvio padrão f p 5,517 0,001 2,462 0,067 5,700 0,001 10,164 0,000 2,559 0,059 3,596 3,698 4,333 3,080 2,182 2,535 2,000 1,364 3,098 4,044 3,536 5,676 5,203 5,034 3,898 4,769 4,761 4,899 63 Desempregado(a) Reformado(a) Setor Secundário Setor Terciário Afiliação Desempregado(a) Reformado(a) Setor Secundário Setor Terciário Competição Desempregado(a) Reformado(a) Setor Secundário Setor Terciário Saúde Desempregado(a) Reformado(a) Setor Secundário Setor Terciário Doença Desempregado(a) Reformado(a) Setor Secundário Setor Terciário Manter-se Saudável Desempregado(a) Reformado(a) Setor Secundário Setor Terciário Peso Desempregado(a) Reformado(a) Setor Secundário Aparência Setor Terciário 1,06 0,21 3,27 2,71 2,69 3,87 1,91 1,73 1,86 0,29 1,85 1,78 2,22 3,75 3,98 3,73 3,93 4,82 4,69 4,39 4,19 4,73 3,47 3,47 3,72 3,04 2,58 2,90 4,265 2,128 3,714 5,454 4,506 0,005 6,331 0,001 8,122 0,000 5,296 0,002 2,655 0,053 0,786 0,504 4,052 0,009 4,381 3,281 6,879 5,304 3,972 2,767 4,858 4,660 2,872 3,817 2,351 3,464 2,949 1,179 1,237 1,954 2,698 1,380 5,084 4,773 3,296 5,318 5,534 4,503 64 Desempregado(a) Reformado(a) Setor Secundário Setor Terciário Força/Resistência Desempregado(a) Reformado(a) Setor Secundário Setor Terciário Agilidade Desempregado(a) Reformado(a) 2,50 1,72 3,91 3,98 3,58 3,88 4,63 3,72 3,44 4,20 3,606 6,575 5,123 3,491 0,488 0,691 6,503 0,000 2,345 4,002 1,455 2,858 2,739 1,698 Após a análise dos valores obtidos referentes aos motivos para a prática de atividade de fitness no concelho de Celorico da Beira consoante as suas ocupações profissionais, verificamos que existem diferenças significativas, que inquiridos cuja atividade se enquadra no setor secundário realizam a atividade pelo prazer, pelo desafio, pela competição e pela agilidade. Por seu turno os sujeitos do setor terciário apontam como motivos para a sua prática a aparência e a força/resistência. Os motivos dos desempregados relacionam-se com o peso. Por fim os reformados efetuam a atividade devido ao stress, pela afiliação, pela saúde, pela doença e para se manterem saudáveis. Assim, confirma-se igualmente a hipótese colocada. Em anexo apresentamos um gráfico alusivo à média dos motivos apontados pelos inquiridos, para a prática da atividade de fitness consoante as suas ocupações profissionais (Anexo 8). 65 4.1.8 Existem diferenças significativas nas motivações para a prática de atividade de fitness apontadas pelos indivíduos de acordo com a modalidade praticada De seguida iremos apresentar (Tabela 18) os motivos para a prática da atividade de fitness apontados pelos indivíduos de acordo com a modalidade praticada relativamente à média e o desvio padrão e verificar se existem diferenças significativas. Tabela 18 - Motivos para a prática de atividade de fitness apontados pelos indivíduos relativamente à modalidade praticada. Média Aeróbica Step Localizada Stress Combat Stretching Outra Aeróbica Step Localizada Revitalização Combat Stretching Outra Aeróbica Step Localizada Prazer Combat Stretching Outra 2,85 3,33 3,59 3,30 4,24 3,27 3,83 4,15 4,18 4,18 4,21 3,83 3,20 3,73 3,68 3,96 2,43 3,86 Desvio padrão f p 4,197 0,002 0,906 0,480 6,725 0,000 4,195 3,683 2,838 3,338 3,391 4,182 3,240 2,145 2,423 2,462 1,640 2,316 5,160 4,092 4,671 3,323 4,458 3,203 66 Aeróbica Step Localizada Desafio Combat Stretching Outra Aeróbica Step Localizada Reconhecimento Social Combat Stretching Outra Aeróbica Step Localizada Afiliação Combat Stretching Outra Aeróbica Step Localizada Competição Combat Stretching Outra Aeróbica Step Saúde Localizada Combat 1,63 2,44 2,41 2,99 1,08 3,35 0,43 1,00 0,68 0,92 0,16 1,81 2,35 2,60 3,00 2,75 4,03 2,92 0,85 1,56 1,30 1,80 0,38 2,62 1,90 2,05 1,97 1,42 4,601 4,003 4,760 10,324 0,000 5,679 0,000 4,013 0,002 7,954 0,000 10,852 0,000 5,391 4,347 3,748 2,541 5,132 3,797 4,246 1,892 5,440 5,835 4,445 6,465 4,819 3,635 4,187 3,748 4,885 5,382 5,399 3,044 5,221 4,923 3,412 5,243 4,174 67 Stretching Outra Aeróbica Step Localizada Doença Combat Stretching Outra Aeróbica Step Localizada Manter-se Saudável Combat Stretching Outra Aeróbica Step Localizada Peso Combat Stretching Outra Aeróbica Step Localizada Aparência Combat Stretching Outra Aeróbica Força/Resistência Step 4,14 1,70 3,87 3,69 4,18 3,68 4,81 3,71 4,33 4,15 4,55 4,53 4,70 4,38 2,80 3,38 3,91 3,77 3,13 3,21 2,43 2,37 2,86 2,93 1,82 3,04 3,28 3,96 2,673 4,011 3,438 3,278 2,207 3,786 0,004 1,453 0,212 1,877 0,105 2,669 0,026 1,634 0,158 3,641 1,261 3,005 1,886 2,470 1,859 1,542 1,243 2,372 5,978 3,526 3,264 4,091 5,815 5,023 5,794 4,943 4,845 4,244 7,007 3,381 4,748 2,911 68 Localizada Combat Stretching Outra Aeróbica Step Localizada Agilidade Combat Stretching Outra 4,11 3,95 3,75 4,21 3,27 3,67 4,36 4,03 4,12 3,75 3,387 3,393 4,910 2,833 3,521 2,887 1,921 2,347 0,046 2,763 1,802 2,755 Após a análise dos resultados dos motivos para a prática de atividade de fitness no concelho de Celorico da Beira apontados pelos elementos da nossa amostra, consoante as modalidades praticadas, registados na tabela acima apresentada, verificamos que existem diferenças significativas e que os sujeitos que praticam aeróbica realizam-na especialmente para se manterem saudáveis e os sujeitos que praticam step pelo reconhecimento social. Quanto aos sujeitos que praticam localizada, realizam a atividade pelo stress, pela afiliação, para se manterem saudáveis, pelo peso, pela força/resistência e pela agilidade. Já os sujeitos que praticam combat, fazem-no pela aparência, pelo peso, pela competição, pelo desafio e pelo prazer. Por sua vez os sujeitos que praticam stretching realizam a atividade pelo stress, pela revitalização, pela afiliação, pela saúde, pela doença e para se manterem saudáveis. Por fim os sujeitos que praticam outras atividades, tais como, musculação, btt, etc, realizam a atividade pela força/resistência, pela aparência, pela competição, pelo reconhecimento social e pelo desafio. Assim, confirma-se igualmente a hipótese colocada. Pela observação do Gráfico 8 podemos também verificar que no concelho de Celorico da Beira as atividades mais praticadas são o combat e outras, tais como musculação, seguida do stretching. 69 Gráfico 8 - Modalidades praticadas pelos sujeitos da amostra Em anexo apresentamos um gráfico que representa a média dos motivos apontados para a prática da atividade de fitness consoante as modalidades praticadas (Anexo 9). 70 4.1.9 Existem diferenças significativas nas motivações para a prática de atividade de fitness apontadas pelos indivíduos de acordo com o tempo que pratica De seguida iremos apresentar (Tabela 19) os motivos para a prática da atividade de fitness apontados pelos indivíduos de acordo com o tempo que pratica relativamente à média, desvio padrão e ao erro padrão da média, para que se possa verificar se existe diferenças significativas. Tabela 19 - Motivos para a prática de atividade de fitness apontados pelos indivíduos consoante o tempo de prática. Média 0-6 Meses 6-12 Meses 12-18 Meses 18-24 Meses 30-36 Meses Stress 42-48 Meses 54-60 Meses 66-72 Meses 78-84 Meses 90-96 Meses 102-108 Meses 0-6 Meses 6-12 Meses 12-18 Meses Revitalização 18-24 Meses 30-36 Meses 42-48 Meses 3,62 3,40 Desvio padrão f p 1,483 0,158 1,265 0,261 3,992 3,457 5,00 3,13 2,38 3,716 4,950 3,75 2,38 3,25 3,536 2,828 5,00 2,88 2,121 3,75 4,11 4,00 2,212 2,465 5,00 3,93 4,17 2,225 2,121 5,00 71 54-60 Meses 66-72 Meses 78-84 Meses 90-96 Meses 102-108 Meses 0-6 Meses 6-12 Meses 12-18 Meses 18-24 Meses 30-36 Meses Prazer 42-48 Meses 54-60 Meses 66-72 Meses 78-84 Meses 90-96 Meses 102-108 Meses 0-6 Meses 6-12 Meses 12-18 Meses 18-24 Meses 30-36 Meses Desafio 42-48 Meses 54-60 Meses 66-72 Meses 78-84 Meses 90-96 Meses 102-108 Meses Reconhecimento Social 0-6 Meses 2,83 4,33 4,950 1,414 5,00 4,50 ,707 5,00 3,22 3,93 4,902 3,298 5,00 3,59 3,75 4,181 1,414 5,00 3,25 2,88 1,648 0,105 1,477 0,160 0,796 0,633 5,657 ,707 5,00 3,75 0,000 5,00 2,08 3,04 5,583 5,063 4,50 2,46 3,13 5,789 3,536 3,00 1,88 1,63 6,364 4,950 3,50 2,50 1,414 3,75 0,74 4,542 72 6-12 Meses 12-18 Meses 18-24 Meses 30-36 Meses 42-48 Meses 54-60 Meses 66-72 Meses 78-84 Meses 90-96 Meses 102-108 Meses 0-6 Meses 6-12 Meses 12-18 Meses 18-24 Meses 30-36 Meses Afiliação 42-48 Meses 54-60 Meses 66-72 Meses 78-84 Meses 90-96 Meses 102-108 Meses 0-6 Meses 6-12 Meses 12-18 Meses Competição 18-24 Meses 30-36 Meses 42-48 Meses 54-60 Meses 1,23 5,228 0,00 1,21 0,75 4,055 4,243 0,00 0,00 0,00 0,000 0,000 0,75 1,00 5,657 1,00 3,26 2,63 4,728 5,770 3,00 2,71 2,63 5,067 4,950 5,00 2,38 2,00 1,018 0,434 1,548 0,135 4,950 2,828 4,00 3,00 5,657 2,75 1,13 2,09 5,396 5,794 3,00 1,91 2,63 5,227 ,707 1,00 0,50 2,828 73 66-72 Meses 78-84 Meses 90-96 Meses 102-108 Meses 0-6 Meses 6-12 Meses 12-18 Meses 18-24 Meses 30-36 Meses Saúde 42-48 Meses 54-60 Meses 66-72 Meses 78-84 Meses 90-96 Meses 102-108 Meses 0-6 Meses 6-12 Meses 12-18 Meses 18-24 Meses 30-36 Meses Doença 42-48 Meses 54-60 Meses 66-72 Meses 78-84 Meses 90-96 Meses 102-108 Meses 0-6 Meses Manter-se Saudável 6-12 Meses 0,63 3,536 2,25 1,75 4,243 1,75 2,37 2,04 5,362 4,954 2,33 1,86 1,67 3,610 4,243 0,00 2,83 0,67 0,600 0,810 0,933 0,507 1,305 0,239 3,536 2,828 3,33 1,67 4,243 1,67 4,06 3,99 3,282 3,012 5,00 3,40 4,17 3,512 ,707 3,33 3,00 4,33 2,828 2,828 5,00 4,00 2,828 5,00 4,54 4,49 1,827 1,575 74 12-18 Meses 18-24 Meses 30-36 Meses 42-48 Meses 54-60 Meses 66-72 Meses 78-84 Meses 90-96 Meses 102-108 Meses 0-6 Meses 6-12 Meses 12-18 Meses 18-24 Meses 30-36 Meses Peso 42-48 Meses 54-60 Meses 66-72 Meses 78-84 Meses 90-96 Meses 102-108 Meses 0-6 Meses 6-12 Meses 12-18 Meses 18-24 Meses Aparência 30-36 Meses 42-48 Meses 54-60 Meses 66-72 Meses 5,00 4,14 4,67 2,472 1,414 5,00 3,50 4,17 ,707 3,536 5,00 4,67 1,414 5,00 3,45 3,44 5,198 4,632 4,75 3,45 3,25 2,665 5,657 5,00 3,25 1,38 0,923 0,516 1,350 0,216 0,000 7,778 2,75 3,63 7,778 3,25 2,59 2,58 5,084 5,341 5,00 2,79 3,00 4,538 2,828 2,00 2,75 0,25 4,243 1,414 75 78-84 Meses 90-96 Meses 102-108 Meses 0-6 Meses 6-12 Meses 12-18 Meses 18-24 Meses 30-36 Meses Força/Resistência 42-48 Meses 54-60 Meses 66-72 Meses 78-84 Meses 90-96 Meses 102-108 Meses 0-6 Meses 6-12 Meses 12-18 Meses 18-24 Meses 30-36 Meses Agilidade 42-48 Meses 54-60 Meses 66-72 Meses 78-84 Meses 90-96 Meses 102-108 Meses 3,75 2,75 9,899 4,25 3,91 4,06 3,480 4,477 5,00 3,73 4,50 2,999 2,828 4,50 3,25 2,50 1,123 0,353 1,999 0,042 2,828 1,414 4,25 3,50 5,657 5,00 3,99 4,02 2,457 2,508 5,00 3,29 4,33 3,371 1,414 5,00 2,50 3,33 3,536 0,000 4,67 4,33 1,414 4,67 76 Após a análise dos motivos para a prática de atividade de fitness no concelho de Celorico da Beira apontados pelos sujeitos consoante o tempo de prática, verificamos que existem diferenças significativas numa das dimensões, a agilidade. Os sujeitos que praticam entre os 0 e os 6 meses realizam a atividade pela afiliação, os que praticam entre os 6 e os 12 meses realizam a atividade pelo reconhecimento social, os que praticam entre os 12 e os 18 meses realizam pelo stress, pela revitalização, pelo prazer, pelo desafio, pela competição, pela doença, para se manterem saudáveis, pela aparência, pela força/resistência e pela agilidade. Quanto aos sujeitos que praticam a atividade entre os 18 e os 24 meses realizam-na pelo reconhecimento social, os que praticam entre os 30 e os 36 meses realizam a atividade pela competição, os sujeitos que praticam a atividade entre os 42 e os 48 meses realizam pela revitalização, pelo prazer, pela afiliação, para se manterem saudáveis, pelo peso e pela agilidade. Os sujeitos que praticam entre 54 e os 60 meses e os sujeitos que praticam a atividade entre os 66 e os 72 meses não se destacam quanto aos motivos da realização da atividade. Em relação aos sujeitos que praticam a atividade entre os 78 e os 84 meses realizam-na pelo stress, pela revitalização, pelo prazer, pela saúde, pela doença e para se manterem saudáveis, os sujeito que realizam a atividade entre os 90 e os 96 meses não se destacam quanto aos motivos da prática. Por fim os sujeitos que realizam a atividade entre os 102 e os 108 meses, praticam-na pela revitalização, pelo prazer, pela doença, para se manterem saudáveis e pela força/resistência. Assim, confirma-se igualmente a hipótese colocada. Através do Gráfico 9 podemos também verificar que no concelho de Celorico da Beira os sujeitos que realizam atividade de fitness não se mantêm na mesma por muito tempo, visto que existe um maior número de indivíduos nos primeiros meses. 77 Gráfico 9 - Tempo de atividade física realizada pelos sujeitos Em anexo apresentamos um gráfico que representa a média dos motivos apontados para a prática da atividade de fitness consoante o tempo de prática (Anexo 10). 78 4.1.10 Existem diferenças significativas nas motivações para a prática de atividade de fitness apontadas pelos indivíduos de acordo com a frequência semanal da prática De seguida iremos apresentar (Tabela 20) os motivos para a prática da atividade de fitness apontados pelos indivíduos de acordo com a frequência semanal relativamente à média e do desvio padrão, para que se possa verificar se existe diferenças significativas. Tabela 20 - Motivos para a prática de atividade de fitness apontados pelos indivíduos segundo o tempo semanal de prática. Média Uma vez por semana Duas vezes por semana Stress Três vezes por semana Quatro vezes por semana Cinco vezes por semana Uma vez por semana Duas vezes por semana Revitalização Três vezes por semana Quatro vezes por semana Cinco vezes por semana Uma vez por semana Duas vezes por semana Prazer Três vezes por semana Quatro vezes por semana Cinco vezes por semana 4,08 3,29 3,36 3,44 1,67 4,19 4,00 4,25 4,08 3,22 2,88 3,71 3,96 3,63 3,25 Desvio padrão f p 6,956 0,000 1,459 0,220 3,780 0,007 3,296 3,759 3,429 ,500 2,082 2,062 2,505 2,322 1,708 1,155 5,179 4,315 3,054 1,732 1,000 79 Uma vez por semana Duas vezes por semana Desafio Três vezes por semana Quatro vezes por semana Cinco vezes por semana Uma vez por semana Duas vezes por semana Reconhecimento Social Três vezes por semana Quatro vezes por semana Cinco vezes por semana Uma vez por semana Duas vezes por semana Afiliação Três vezes por semana Quatro vezes por semana Cinco vezes por semana Uma vez por semana Duas vezes por semana Competição Três vezes por semana Quatro vezes por semana Cinco vezes por semana Uma vez por semana Duas vezes por semana Saúde Três vezes por semana Quatro vezes por semana Cinco vezes por semana Uma vez por semana Doença Duas vezes por semana Três vezes por semana 1,71 2,36 3,44 3,00 3,17 0,59 0,75 1,42 1,38 1,92 3,68 2,64 3,25 2,25 1,92 0,90 1,44 2,26 2,13 2,83 3,56 1,50 2,16 2,08 0,89 4,62 3,71 3,90 5,104 5,658 3,961 5,838 0,000 2,677 0,036 4,533 0,002 4,111 0,004 9,968 0,000 4,683 0,002 2,160 2,517 4,214 4,275 4,757 5,260 7,095 3,758 5,758 3,464 2,828 1,155 4,482 5,533 5,643 5,323 ,577 4,047 4,212 4,320 5,439 3,055 1,953 3,526 2,283 80 Quatro vezes por semana Cinco vezes por semana Uma vez por semana Duas vezes por semana Manter-se Saudável Três vezes por semana Quatro vezes por semana Cinco vezes por semana Uma vez por semana Duas vezes por semana Peso Três vezes por semana Quatro vezes por semana Cinco vezes por semana Uma vez por semana Duas vezes por semana Aparência Três vezes por semana Quatro vezes por semana Cinco vezes por semana Uma vez por semana Duas vezes por semana Força/Resistência Três vezes por semana Quatro vezes por semana Cinco vezes por semana Uma vez por semana Duas vezes por semana Agilidade Três vezes por semana Quatro vezes por semana Cinco vezes por semana 4,08 2,78 4,60 4,42 4,63 4,08 3,56 3,46 3,40 3,54 4,00 1,83 2,31 2,63 2,94 3,00 2,67 3,89 3,81 4,20 4,00 4,08 4,04 3,74 4,19 3,75 3,89 2,062 5,508 1,357 1,919 1,338 2,854 0,027 1,645 0,169 0,775 0,544 0,686 0,603 1,106 0,358 2,500 5,132 4,747 4,782 4,983 2,944 2,887 6,288 5,522 2,982 2,944 1,155 4,263 3,998 2,522 2,708 3,512 1,925 3,178 2,481 ,500 2,517 81 Após a análise dos motivos para a prática de atividade de fitness no concelho de Celorico da Beira apontados pelos sujeitos consoante o número de vezes de prática semanal, verificamos que existem diferenças significativas e que os sujeitos que praticam uma vez por semana realizam a atividade pelo stress, pela afiliação, pela saúde e pela doença, os sujeitos que realizam duas vezes por semana não se destacam quanto aos motivos. No que diz respeito aos sujeitos que praticam a atividade três vezes por semana realizam-na pela revitalização, pelo prazer, pelo desafio, para se manterem saudáveis, pela força/resistência e pela agilidade. Quanto aos sujeitos que praticam quatro vezes, realizam a atividade pelo peso e pela aparência. Por fim, os sujeitos que praticam a atividade cinco vezes por semana realizam-na pelo reconhecimento social e pela competição. Assim, confirma-se igualmente a hipótese colocada. Analisando o Gráfico 10 podemos também verificar que no concelho de Celorico da Beira os sujeitos que praticam atividade de fitness, realizam a atividade duas vezes por semana. Gráfico 10- Frequência semanal de prática da atividade de fitness Em anexo estará o gráfico que nos indica a média dos motivos indicados pelos sujeitos da amostra para a realização da atividade relativamente ao número de vezes por semana que realiza a mesma (Anexo 11). 82 4.1.11 Existem diferenças significativas nas motivações para a prática de atividade de fitness apontadas pelos indivíduos de acordo com a hora de prática De seguida iremos apresentar (Tabela 21) os motivos para a prática da atividade de fitness apontados pelos indivíduos de acordo com a hora de prática. Tabela 21 - Motivos para a prática de atividade de fitness apontados pelos indivíduos relativamente à hora da prática. Média 10 às11 Horas 17 às18 Horas 18 às19 Horas Stress 18:30 às 19:30 Horas 19 às 20 Horas 20 às 21 Horas 10 às11 Horas 17 às18 Horas 18 às19 Horas Revitalização 18:30 às 19:30 Horas 19 às 20 Horas 20 às 21 Horas 10 às11 Horas 17 às18 Horas Prazer 18 às19 Horas 18:30 às 19:30 Horas 19 às 20 Horas 3,10 3,48 3,11 3,38 3,41 3,60 4,60 4,17 4,03 4,00 4,00 4,07 4,10 3,68 3,66 3,75 3,97 Desvio padrão f p 0,626 0,680 0,533 0,751 2,379 0,044 5,030 2,685 4,034 3,332 3,543 4,206 1,304 2,068 2,548 3,795 2,400 2,240 3,782 3,498 4,411 5,254 2,688 83 20 às 21 Horas 10 às11 Horas 17 às18 Horas 18 às19 Horas Desafio 18:30 às 19:30 Horas 19 às 20 Horas 20 às 21 Horas 10 às11 Horas 17 às18 Horas 18 às19 Horas Reconhecimento Social 18:30 às 19:30 Horas 19 às 20 Horas 20 às 21 Horas 10 às11 Horas 17 às18 Horas 18 às19 Horas Afiliação 18:30 às 19:30 Horas 19 às 20 Horas 20 às 21 Horas 10 às11 Horas 17 às18 Horas 18 às19 Horas Competição 18:30 às 19:30 Horas 19 às 20 Horas 20 às 21 Horas 10 às11 Horas Saúde 17 às18 Horas 18 às19 Horas 3,16 4,00 2,80 2,57 2,46 3,16 1,83 1,95 1,53 0,48 0,46 1,38 0,55 3,65 2,88 2,30 1,88 2,96 3,24 3,00 2,08 1,48 0,92 2,25 0,98 3,13 2,30 0,91 5,025 4,062 2,974 4,361 5,762 0,000 4,219 0,002 2,375 0,044 5,569 0,000 3,912 0,003 7,859 4,808 5,231 4,817 5,238 4,206 3,251 5,271 3,494 3,847 3,375 5,212 7,064 4,469 5,165 7,211 4,218 4,277 4,803 5,254 5,006 4,775 2,807 3,409 84 18:30 às 19:30 Horas 19 às 20 Horas 20 às 21 Horas 10 às11 Horas 17 às18 Horas 18 às19 Horas Doença 18:30 às 19:30 Horas 19 às 20 Horas 20 às 21 Horas 10 às11 Horas 17 às18 Horas 18 às19 Horas Manter-se Saudável 18:30 às 19:30 Horas 19 às 20 Horas 20 às 21 Horas 10 às11 Horas 17 às18 Horas 18 às19 Horas Peso 18:30 às 19:30 Horas 19 às 20 Horas 20 às 21 Horas 10 às11 Horas 17 às18 Horas 18 às19 Horas Aparência 18:30 às 19:30 Horas 19 às 20 Horas 20 às 21 Horas Força/Resistência 10 às11 Horas 0,83 1,83 2,62 4,27 4,10 3,27 2,50 4,03 4,20 4,87 4,40 4,30 4,67 4,46 4,46 4,30 3,70 3,57 3,88 3,35 3,22 3,80 3,13 2,57 2,54 2,77 2,35 4,45 3,987 4,091 5,295 1,789 2,541 4,191 4,403 0,001 0,678 0,641 1,137 0,346 1,673 0,148 1,227 0,302 4,722 2,153 2,944 ,548 1,398 2,982 1,265 1,627 1,985 4,087 3,967 4,692 2,881 4,809 5,133 2,280 2,991 4,474 4,119 4,681 5,981 1,924 85 17 às18 Horas 18 às19 Horas 18:30 às 19:30 Horas 19 às 20 Horas 20 às 21 Horas 10 às11 Horas 17 às18 Horas 18 às19 Horas Agilidade 18:30 às 19:30 Horas 19 às 20 Horas 20 às 21 Horas 3,95 3,91 4,13 4,16 3,71 4,73 3,87 4,33 4,11 3,77 3,78 2,741 3,202 2,429 3,162 4,455 1,789 2,221 2,530 1,735 0,134 2,658 2,881 2,733 Após a análise dos dados obtidos, referentes aos motivos para a prática de atividade de fitness no concelho de Celorico da Beira apontados pelos elementos da amostra, consoante a hora de prática, verificou-se que com diferenças significativas os sujeitos que praticam a atividade no período das 10 às 11 horas realizam-na pela revitalização, pelo prazer, pelo desafio, pelo reconhecimento social, pela afiliação, pela competição, pela saúde, pela doença, para se manterem saudáveis, pelo peso, pela aparência, pela força/resistência e pela agilidade. Enquanto os sujeitos que praticam a atividade entre as 17 às 18 horas não se destacam em relação a nenhum motivo e os sujeitos que realizam no período das 18 às 19 horas praticam-na pela agilidade. Quanto aos sujeitos que praticam a atividade entre as 18.30 e as 19.30 fazem-na pelo peso, os sujeitos que praticam das 19 às 20 horas realizam pelo prazer, pelo desafio, pela competição e pela força/resistência. Por fim os sujeitos que praticam a atividade entre as 20 e as 21 horas realizam-na pelo stress, pela afiliação, pela saúde e pela doença. Assim, confirma-se igualmente a hipótese colocada. Analisando o Gráfico 11 podemos também verificar que no concelho de Celorico da Beira os sujeitos que praticam atividade de fitness, realizam-na predominantemente entre as 19 e as 20 horas e as 20 e as 21 horas. 86 Gráfico 11 - Hora de prática da atividade de fitness Em anexo apresenta-se um gráfico alusivo aos valores médios dos motivos apontados para a prática da atividade de fitness consoante a hora de prática (Anexo 12). 87 4.1.12 A falta de tempo é indicada como a principal barreira à adesão/manutenção da prática de atividade de fitness Posteriormente iremos apresentar (Tabela 22; Gráfico 12) os motivos que levaram alguns sujeitos da amostra (40%) a abandonar a atividade que realizavam antes, para que se possa comprovar se o motivo “falta de tempo” é apontado como a principal razão para o abandono da prática de atividades de fitness no concelho. Tabela 22 - Motivo pelo qual os sujeitos abandonam a atividade de fitness. Qual o motivo que o(a) levou a abandonar? Falta de tempo Encerramento do serviço Lesão Horário de trabalho incompatível Doença Mudança de localidade Transporte Idade Motivos pessoais Não era o que pretendia Nascimento de um filho Falta de motivação Número (N) Número no gráfico 10 5 1 6 8 5 7 4 3 10 3 4 3 9 2 6 2 11 1 2 1 3 1 12 Posição 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª 9ª 10ª 11ª 12ª 88 Gráfico 12 - Motivos para o abandono da atividade Analisando a Tabela 22 e o Gráfico 12, pode-se verificar que o motivo “falta de tempo” é apontado como a principal razão para o abandono da prática de atividades de fitness no concelho com 24% das escolhas dos sujeitos. Assim, confirma-se igualmente a hipótese colocada. 89 4.2 Apresentação de resultados relativamente ao abandono 4.2.1 Pratica outra atividade fora da atividade de fitness? Numa amostra de 106 indivíduos verificamos que 97, com uma média de 53.62 não praticam outra atividade física para além da de fitness, em que apenas 9, com média de 52,22 praticam. Existindo diferenças significativas (Tabela 23; Gráfico 13). Tabela 23 – O sujeito pratica alguma atividade para além da atividade de fitness. Pratica outra atividade fora da atividade de fitness? Média DP N Não 53,62 30,08 97 Sim 52,22 39,319 gl t-test p 105 39,883 0,000 9 Gráfico 13 – Prática de outra atividade para além da atividade de fitness Após a análise da Tabela 23 e do Gráfico 13 pode-se concluir e com diferenças significativas que os sujeitos não realizam outras atividades para além da de fitness. 90 4.2.2 Qual a atividade que pratica? Após a análise da Tabela 24 e do Gráfico 14, verificamos, mesmo sem diferenças significativas, a natação e o futebol são as modalidades praticadas para além da atividade de fitness. Tabela 24 - Atividade praticada pelo sujeito para além da atividade de fitness. Qual a modalidade que pratica? Média DP Futebol Zumba Natação Btt Total 47,67 9,00 70,25 37,00 53,50 45,982 39,483 Soma dos Média dos Quadrados Quadrados 3478,2 869,549 F p 0,917 0,457 30,744 Gráfico 14 - Modalidade praticada 91 4.2.3 Há quanto tempo a pratica? Na Tabela 25 e do Gráfico 15, verificamos, mesmo sem diferenças significativas, que os sujeitos que praticavam mais atividades do que a de fitness, praticavam-na entre 9 a 10 anos. Tabela 25 – Tempo de prática da atividade de fitness pelos sujeitos da amostra. Há quanto tempo pratica? N Média 0-6 Meses 1 9,00 30-36 Meses 1 37,00 54-60 Meses 1 48,00 66-72 Meses 1 26,00 78-84 Meses 1 6,00 4 86,00 30,887 106 53,50 30,744 114-120 Meses Total DP Soma dos Média dos Quadrados Quadrados 9521,61 1586,94 F p 1,75106 0,11711 Gráfico 15 - Tempo de prática 92 4.2.4 Já praticou alguma atividade física que tenha abandonado? Na amostra de 106 indivíduos verificamos que 64, com uma média de 56.25 não praticaram nenhuma atividade que tivessem abandonado, enquanto que 42 com média de 49,31 praticaram e abandonaram a atividade. Existindo diferenças significativas (Tabela 26,Gráfico 16). Tabela 26- Abandono de uma atividade já praticada. Já praticou alguma atividade Média DP N Não 56,25 28,193 64 Sim 49,31 34,197 42 física que tenha abandonado? gl t-test p 105 29,251 0,000 Gráfico 16- Abandono de uma atividade física 93 4.2.5 Qual a atividade que praticava? Depois da análise da Tabela 27 e do Gráfico 17, verificamos, mesmo sem diferenças significativas que a natação e o futebol eram as modalidades mais praticadas antes do abandono das mesmas. Tabela 27 – Atividade abandonada pelos sujeitos. Qual a atividade que praticava? N Média DP 57,88 2,00 17,50 32,33 11,00 56,00 29,50 48,40 29,00 31,00 40,00 47,00 29,386 Aeróbica Atletismo Bicicleta Ginástica Futsal Futebol Judo Musculação Ténis Hidroginástica 8 1 2 3 1 2 4 10 1 1 1 1 Body Combat Pilates Cardio Fitness Karaté Step 2 1 2 1 1 64,00 79,00 98,00 98,00 101,00 9,899 Natação Stretching Soma dos Quadrados Média dos Quadrados 22007,1 1294,53 F p 20,506 48,211 62,225 14,154 35,706 1,47496 0,12295 1,414 94 Gráfico 17 – Modalidade abandonada 4.2.5 Quanto tempo praticou a atividade? Após a análise da Tabela 28 e do Gráfico 18 verificamos, mesmo sem diferenças significativas, que os sujeitos praticaram a atividade que abandonaram entre os 18 meses e 2 anos. Tabela 28- Tempo de prática da atividade abandonada pelos sujeitos. Quanto tempo a praticou? N Média DP 0-6 Meses 2 41,00 42,426 6-12 Meses 6 30,50 30,455 12-18 Meses 1 2,00 18-24 Meses 14 57,00 32,249 30-36 Meses 4 67,50 30,315 42-48 Meses 3 53,67 41,235 54-60 Meses 1 88,00 78-84 Meses 3 52,00 Soma dos Quadrados Média dos Quadrados f p 10527,9 1052,79 1,12738 0,3503 50,567 95 90-96 Meses 3 52,33 43,844 114-120 Meses 5 34,80 29,861 Gráfico 18 - Tempo de prática da atividade abandonada 96 4.3. Discussão dos resultados O principal objetivo deste estudo foi detetar e comparar as dimensões da motivação, tendo em conta, o género, a idade, a localidade, o estado civil, as habilitações literárias, as ocupações profissionais, a modalidade praticada, o tempo de prática, a frequência semanal de prática e a hora de prática. Foram também, estudadas as barreiras para a não adesão e/ou abandono do exercício. Segundo Fonseca e Maia (2000), a principal preocupação dos investigadores na área da motivação em contexto desportivo é classificar o que os sujeitos indicam como razões para a decisão de praticarem alguma atividade física/desportiva. No entanto, analisando os estudos já existentes verifica-se que estes não se centram só na obtenção dos motivos ou fatores que levam o indivíduo à prática do exercício, mas também, na manutenção e no abandono da mesma. Após a análise dos resultados do nosso estudo, em primeiro lugar verificouse que a motivação para o exercício decorre não de uma razão, mas de um conjunto de razões. Estes resultados são coincidentes com os estudos realizados por Weinberg et al. (2000) em jovens e por Novais e Fonseca (1997) em adultos. Relativamente aos motivos mais apontados para a realização de exercício pela nossa amostra, destacam-se a manter-se saudável, revitalização, doença e agilidade. Dos motivos menos importantes destacam-se a competição e o reconhecimento social. Importa salientar que o facto da dimensão “motivos de saúde” se apresentar como a dimensão da motivação com maior peso para a decisão dos sujeitos para a prática do exercício, leva a querer que a população tem cada vez mais presente melhorar a saúde tal como dizem os estudos realizados por Coelho (2009), Moutão (2005), Moutão, J., Alves, J., e Silva, C. (2003), Lourenço (2002), Maymì (2002) e Maltby, J., e Day, L. (2001). Quanto aos motivos referidos como menos importantes apontados para a totalidade da amostra também estão em consonancia com os estudos mencionados anteriormente. Quando analisados os resultados da comparação entre o género feminino e o género masculino, verificamos que estes só diferem significativamente na dimensão do reconhecimento social. Os indivíduos do género masculino valorizam mais a afiliação, 97 o reconhecimento social, o desafio e a competição. Contudo, o género feminino valoriza mais a aparência, o peso e a revitalização. Estes resultados estão em concordância com os do estudo efetuado por Weinberg et al. (2000), que apesar de ter sido realizado com jovens, também referem que os rapazes atribuem maior importância a “fatores extrínsecos”, enquanto que as raparigas apontam como principal motivo o “ficar em forma”. No que diz respeito aos resultados obtidos dos motivos para a prática de exercício referente aos diferentes grupos etários, verificou-se que existem diferenças significativas em várias dimensões, tais como, o stress, o prazer, o desafio, o reconhecimento social, a afiliação, a competição, a saúde, a doença e a aparência. Isto pode querer dizer, tal como Constantino (1998), que os diferentes estádios da vida alteram os objetivos e os interesses. O grupo dos 20 aos 30 anos atribuem maior importância ao prazer, ao desafio, ao reconhecimento social, à competição, à aparência e à força/resistência, procuram afirmar-se, melhorar a performance e reforçar o ego tal como diz Moutão (2005). O grupo dos 31 aos 40 anos dão um maior valor ao prazer, ao desafio e à competição. Quanto ao grupo dos 41 aos 50 dão maior importância ao peso e à saúde. Estes resultados estão em conformidade com o que diz Moutão (2005), que a partir desta faixa etária a aptidão declina e a preocupação com a saúde e o peso aumenta. Isto também é notório nos restantes grupos etários até aos 70 anos. Relativamente ao estado civil, os resultados do nosso estudo demonstram que os solteiros dão mais importância ao desafio, ao reconhecimento social, à competição e à aparência enquanto que os casados dão à saúde, à doença e ao peso. Este facto talvez possa ser explicado pela diferença de idades entre os dois grupos comparados, pois à partida, os casados são mais velhos, logo têm maior preocupação com os fatores relacionados com a saúde o que pode ser justificado com o estilo de vida e a vida familiar. Os divorciados atribuem à revitalização, ao prazer, à afiliação, ao peso, à força/resistência e à agilidade e por fim, os viúvos ao stress, à afiliação, à saúde, à doença e para se manterem saudáveis. Quanto às habilitações literárias verificámos que os sujeitos com o 1º ciclo do Ensino Básico ou ensino primário dão mais importância ao stress. Os sujeitos com 9º ano ou o antigo 5º ano dão importância à afiliação, à doença, ao peso e à agilidade. Os sujeitos detentores do 12ºano ou complementar realizam a atividade física pelo desafio. Os licenciados realizam a atividade pela força/resistência e pela aparência. Os sujeitos com mestrado fazem atividade física pela revitalização, pelo prazer, pelo desafio, pelo 98 reconhecimento social, pela afiliação, pela doença, para se manterem saudáveis, pelo peso, pela aparência, pela força/resistência e pela agilidade. Por fim, os sujeitos doutorados realizam a atividade pela competição e pelo prazer. Isto pode estar relacionado com o grau académico, pois quem possui maior habilitações tem mais consciência da importância e dos benefícios da atividade física para a saúde. Em relação às suas ocupações profissionais, verificamos que existem diferenças significativas, que inquiridos cuja atividade se enquadra no setor secundário realizam a atividade pelo prazer, pelo desafio, pela competição e pela agilidade. Os do setor terciário apontam como motivos para a sua prática a aparência e a força/resistência. Os motivos dos desempregados relacionam-se com o peso. Por fim os reformados efetuam a atividade devido ao stress, pela afiliação, pela saúde, pela doença e para se manterem saudáveis. Novamente se justifica estes resultados com a perda da aptidão com a idade e com o sedentarismo que alguns “cargos” trazem, dando maior importância ao fator da saúde e só em segundo plano à condição física. No que concerne às modalidades praticadas, verificamos que existem diferenças significativas e que os sujeitos que praticam aeróbica realizam-na especialmente para se manterem saudáveis e os sujeitos que praticam step pelo reconhecimento social. Quanto aos sujeitos que praticam localizada, realizam a atividade pelo stress, pela afiliação, para se manterem saudáveis, pelo peso, pela força/resistência e pela agilidade. Já os sujeitos que praticam combat, fazem-no pela aparência, pelo peso, pela competição, pelo desafio e pelo prazer. Por sua vez os sujeitos que praticam stretching realizam a atividade pelo stress, pela revitalização, pela afiliação, pela saúde, pela doença e para se manterem saudáveis. Por fim, os sujeitos que praticam outras atividades, tais como, musculação, btt, etc, realizam a atividade pela força/resistência, pela aparência, pela competição, pelo reconhecimento social e pelo desafio. Assim, a nossa análise encontrase em concordância com os resultados obtidos por Moutão (2005), ao dizerem que a individualização permite a definição de objetivos mais ajustados às capacidades dos praticantes e por isso mais desafiantes, já numa sala de grupo os objetivos individuais têm de ser ajustados de acordo com o grupo. Comparativamente ao tempo de prática da atividade e os motivos para a realização da mesma verificamos que existem diferenças significativas numa das dimensões, a agilidade. Os sujeitos que praticam entre os 0 e os 6 meses realizam a atividade pela afiliação, os que praticam entre os 6 e os 12 meses realizam a atividade pelo reconhecimento social, os que praticam entre os 12 e os 18 meses realizam pelo 99 stress, pela revitalização, pelo prazer, pelo desafio, pela competição, pela doença, para se manterem saudáveis, pela aparência, pela força/resistência e pela agilidade. Quanto aos sujeitos que praticam a atividade entre os 18 e os 24 meses realizam-na pelo reconhecimento social, os que praticam entre os 30 e os 36 meses realizam a atividade pela competição, os que praticam a atividade entre os 42 e os 48 meses realizam pela revitalização, pelo prazer, pela afiliação, para se manterem saudáveis, pelo peso e pela agilidade. Os sujeitos que praticam entre 54 e os 60 meses e os sujeitos que praticam a atividade entre os 66 e os 72 meses não se destacam quanto aos motivos da realização da atividade. Em relação aos sujeitos que praticam a atividade entre os 78 e os 84 meses realizam-na pelo stress, pela revitalização, pelo prazer, pela saúde, pela doença e para se manterem saudáveis, os sujeito que realizam a atividade entre os 90 e os 96 meses não se destacam quanto aos motivos da prática. Por fim os sujeitos que realizam a atividade entre os 102 e os 108 meses, praticam-na pela revitalização, pelo prazer, pela doença, para se manterem saudáveis e pela força/resistência. Estes resultados não estão totalmente de acordo com o de outros autores que referem que os praticantes iniciados são tipicamente mais orientados para os resultados, ao contrário dos mais experientes que evocam preferencialmente razões relacionadas com os aspetos subjetivos do exercício, como o prazer e a oportunidade de estar com os amigos (Buckworth & Dishman, 2002). Quando comparado os motivos da prática com o número de vezes de prática semanal, verificamos que existem diferenças significativas e que os sujeitos que praticam uma vez por semana realizam a atividade pelo stress, pela afiliação, pela saúde e pela doença, os sujeitos que realizam duas vezes por semana não se destacam quanto aos motivos. No que diz respeito aos sujeitos que praticam a atividade três vezes por semana realizam-na pela revitalização, pelo prazer, pelo desafio, para se manterem saudáveis, pela força/resistência e pela agilidade. Quanto aos sujeitos que praticam quatro vezes, realizam a atividade pelo peso e pela aparência. Por fim, os sujeitos que praticam a atividade cinco vezes por semana realizam-na pelo reconhecimento social e pela competição. Ao confrontarmos os motivos para a prática da atividade com a hora de prática verificamos que com diferenças significativas os sujeitos que praticam a atividade no período das 10 às 11 horas realizam-na pela revitalização, pelo prazer, pelo desafio, pelo reconhecimento social, pela afiliação, pela competição, pela saúde, pela doença, para se manterem saudáveis, pelo peso, pela aparência, pela força/resistência e pela agilidade. 100 Enquanto os sujeitos que praticam a atividade entre as 17 às 18 horas não se destacam em relação a nenhum motivo e os sujeitos que realizam no período das 18 às 19 horas praticam-na pela agilidade. Quanto aos sujeitos que praticam a atividade entre as 18.30 e as 19.30 fazem-na pelo peso, os sujeitos que praticam das 19 às 20 horas realizam pelo prazer, pelo desafio, pela competição e pela força/resistência. Por fim os sujeitos que praticam a atividade entre as 20 e as 21 horas realizam-na pelo stress, pela afiliação, pela saúde e pela doença. No estudo das barreiras percecionadas para a não adesão, detetámos que a maioria dos inquiridos tem uma opinião idêntica, contrariamente ao verificado aquando do estudo das dimensões da motivação. A barreira mais percecionada refere-se à falta de tempo, este resultado vai de encontro à bibliografia existente (Dishman 1993). Para este autor é necessário averiguar se o tempo representa efetivamente uma barreira ao envolvimento, se se refere a uma dificuldade na organização temporal ou se é uma desculpa para a falta de motivação. Também Weinberg e Gould (1995) referem que a falta de tempo é a razão mais percecionada para a não adesão. No entanto, para estes autores na maioria dos casos a falta de tempo é mais uma perceção do que uma realidade. Este aspeto tem a ver com prioridades, isto é, as pessoas arranjam tempo para ver televisão, ir ao café, sair à noite ou simplesmente para ler o jornal. A barreira da perceção de falta de tempo é na nossa opinião um ponto fulcral na adesão ao exercício. Se as pessoas estruturarem melhor os seus horários em função do exercício, certamente teremos uma sociedade com mais saúde, mais apta para encarar o dia-a-dia e por conseguinte com uma melhor qualidade de vida. 101 5. Conclusões e limitações 102 5.1 Conclusões No estudo realizado, foi evidente a complexidade da avaliação dos motivos para a prática de atividades de fitness no concelho de Celorico da Beira. Mesmo assim, foi possível em primeiro lugar verificar que a motivação para o exercício decorre não de uma razão, mas de um conjunto de razões. Tendo em conta os resultados obtidos, podemos tirar várias conclusões, tais como, "motivos de saúde" era a principal razão que levava os sujeitos da amostra a praticar atividade, pois era a que apresentava mais peso na motivação para o exercício, o que nos leva a concluir que a população tem cada vez mais presente melhorar a saúde. Os motivos mais importantes para a totalidade da amostra para a prática de atividade de fitness são em primeiro lugar a revitalização, em segundo manter-se saudável e em terceiro a doença, contrariamente, os motivos menos importantes são em primeiro lugar o reconhecimento social e em segundo a competição. O género, os diferentes grupos de idade, as diferentes localidades do concelho, o estado civil, as habilitações literárias, as ocupações profissionais, a modalidade praticada, o tempo da prática, a frequência semanal da prática e a hora do dia da prática são fatores que influenciam os sujeitos quanto aos motivos que os levam à prática da atividade de fitness no concelho. Relativamente ao género verificou-se que o masculino atribui maior importância a “fatores extrínsecos”, enquanto que o género feminino aponta como principal motivo o “ficar em forma”. No que diz respeito aos resultados obtidos pelos diferentes grupos etários concluiu-se que os diferentes estádios da vida alteram os objetivos e os interesses e que a partir de faixa etária mais avançada a aptidão declina e a preocupação com a saúde e o peso aumenta. Quanto às diferentes localidades não se pode tirar qualquer conclusão, pois todas apresentam divergência quanto aos motivos que leva a amostra a praticar a atividade. Ao falarmos do estado civil podemos confirmar que os jovens (solteiros) dão mais importância ao fator social, à aparência e ao desafio e competição relativamente aos casados, divorciados e viúvos, facto explicado pela diferença de idades entre os grupos comparados, pois os mais velhos têm maior preocupação com os fatores relacionados com a saúde o que pode ser justificado com o estilo de vida e a vida familiar. Comparativamente às habilitações literárias pelos motivos para a prática de atividades de fitness concluímos que quem possui maiores habilitações (grau 103 académico) tem mais consciência da importância e dos benefícios da atividade física para a saúde. Quanto às ocupações profissionais verificámos que o sedentarismo que alguns postos de trabalho trazem aos sujeitos, tal como o aumento da idade, provocam a perda da aptidão, dando maior importância ao fator da saúde e só em segundo plano à condição física. Ao compararmos as modalidades praticadas com os motivos para a prática verificamos que a individualização (desportos individuais) permite a definição de objetivos mais ajustados às capacidades dos praticantes e por isso mais desafiantes, já numa sala de grupo os objetivos individuais têm de ser ajustados de acordo com o grupo. Ao mencionarmos o tempo de prática dos sujeitos concluímos que os praticantes que iniciam a atividade são tipicamente mais orientados para os resultados, para a força, resistência muscular, agilidade e flexibilidade, ao contrário dos mais experientes que evocam preferencialmente razões relacionadas com os aspetos subjetivos do exercício, como o prazer, a oportunidade de estar com os amigos, a diversão e o bem-estar. Quanto ao número de vezes que realizam a atividade por semana, verificamos que os sujeitos que realizam a atividade até 3 vezes por semana praticam-na principalmente por motivos psicológicos, de saúde e pela condição física, os que a realizam quatro vezes por semana fazem-na pelo corpo e os sujeitos que praticam cinco vezes por semana fazem-na por motivos interpessoais. No estudo das barreiras percecionadas para a não adesão, verificamos que a falta de tempo é a razão mais apontada para a não adesão. O que nos leva a querer que se as pessoas estruturarem melhor os seus horários em função do exercício, certamente teremos uma sociedade com mais saúde, mais apta para encarar o dia-a-dia e por consequente com uma melhor qualidade de vida. Assim, podemos afirmar que as hipóteses colocadas anteriormente foram todas confirmadas. Concluiu-se também que a motivação é um fator muito importante para a escolha e a prática da atividade física. Sendo a motivação o primeiro passo para o desenvolvimento dessa prática. Em suma e tendo em conta os resultados obtidos com o nosso trabalho, sugerimos algumas propostas de investigação para futuros estudos: 1. Alargar a avaliação dos motivos para a prática de atividades de fitness a crianças e outras populações especiais. 104 2. Comparar os motivos apontados para a prática de atividade de fitness por frequentadores de ginásios, academias, health clubs, com praticantes de atividade ao ar livre. 3. Detetar e comparar os motivos apontados para a prática relativamente ao meio urbano e meio rural. 4. Detetar se a barreira para a não adesão, falta de tempo, é uma perceção, ou é uma realidade. 105 5.2 Limitações Em suma, apresentamos duas das maiores dificuldades/limitações para a realização deste projeto de investigação: a) Dificuldade na seleção dos sujeitos da amostra, pois, no concelho de Celorico da Beira existiam poucos praticantes de fitness; b) Dificuldade na comparação das diferentes localidades com os motivos para a prática de atividade de fitness devido à falta de estudos sobre este tema. 106 Bibliografia 107 Bibliografia ACSM. (1998). ACSM's Resource Manual for Guidelines for Exercise Testing and Prescrition (3ed.). ACSM. (2009). ACSM’s Guidelines for Exercise Testing and Prescrip. (8ª Edição) Baltimore: Williams & Wilkins. Araújo, D. (2002). Definição e história da Psicologia do Desporto. Faculdade de Motricidade Humana & Sociedade Portuguesa de Psicologia do Desporto. 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Journal of Applied Social Psychology, v.33, n. 11, 2373-2392. 112 Anexos 113 Anexo 1 – Questionários QUESTIONÁRIO DE CARATERIZAÇÃO PESSOAL Sexo: Masculino Feminino Idade: ___________ Localidade: ___________________________________________________ Estado Civil: Habilitações literárias: Ocupação Profissional: Solteiro(a) 1º Ciclo ou Ensino Primário Doméstica Casado(a) 9º Ano ou 5º Ano antigo Estudante 12º Ano ou complementar Divorciado(a) Desempregado(a) Bacharel Viúvo(a) Reformado(a) Licenciatura Profissional, Qual?_____________ Mestrado Doutoramento Há quanto tempo pratica atividades de fitness? _______________ anos/meses Quantas vezes por semana realiza a sua atividade de fitness? _____________ vez(es) Qual a hora do dia que costuma realizar a sua atividade? das____ às____horas Quais as modalidades que pratica? Modalidades: Quantas vezes por semana: Aeróbica 1 2 3 4 5 Step 1 2 3 4 5 Localizada 1 2 3 4 5 Combat 1 2 3 4 5 Stretching 1 2 3 4 5 Outra: _____________ 1 2 3 4 114 5 Pratica outra atividade fora da atividade de fitness? (ex: natação, futebol.ténis, btt, etc…) Não Sim Passe a pergunta seguinte Qual a atividade que pratica?______________________________ Há quanto tempo a pratica? _______________ Já praticou alguma atividade física que tenha abandonado? Não Sim Qual a atividade que praticava?______________________________ Quanto tempo a praticou? __________ Qual o motivo que o(a) levou a abandonar? _____________________ 115 116 117 Obrigado pela sua colaboração… 118 Anexo 2 – Gráfico com a média de todas as questões 119 Anexo 3 – Gráfico com a média dos motivos apontados para a prática de atividade de fitness em ambos os géneros 120 Anexo 4 – Gráfico com a média dos motivos apontados para a prática de atividade de fitness em diferentes grupos de idades 121 Anexo 5 – Gráfico com a média dos motivos apontados para a prática de atividade de fitness em diferentes localidade do concelho 122 Anexo 6 – Gráfico com a média dos motivos apontados para a prática de atividade de fitness consoante o estado civil dos sujeitos 123 Anexo 7 – Gráfico com a média dos motivos apontados para a prática de atividade de fitness consoante as habilitações literárias dos sujeitos 124 Anexo 8 – Gráfico com a média dos motivos apontados para a prática de atividade de fitness consoante as ocupações literárias dos sujeitos 125 Anexo 9 – Gráfico com a média dos motivos apontados para a prática de atividade de fitness consoante a modalidade praticada pelos sujeitos 126 Anexo 10 – Gráfico com a média dos motivos apontados para a prática de atividade de fitness consoante o tempo de prática dos sujeitos 127 Anexo 11 – Gráfico com a média dos motivos apontados para a prática de atividade de fitness consoante o número de vezes semanal que os sujeitos realizam a atividade 128 Anexo 12 – Gráfico com a média dos motivos apontados para a prática de atividade de fitness consoante a hora que os sujeitos realizam a atividade 129