Diretor: José Francisco Jesus Pantoja Pereira Gerente de Relações Institucionais: Sheila Tussi da Cunha Barbosa Analistas de Relações Institucionais: Cláudia Fernanda Silva Almeida Renan Bonilha Klein Assistente Administrativa: Quênia Adriana Camargo Estagiário: Tharlen José Nolasco do Nascimento Este Informe sintetiza os resultados dos projetos indicados na “Pauta da Semana” e deliberados nas comissões e plenários no período de 25 a 27 de novembro de 2014. Temas destacados nesta edição: Plenário votou os vetos que trancavam a pauta do Congresso Debate sobre a Erradicação do Trabalho Escravo no mundo globalizado Seminário sobre agronegócio no Centro-Oeste contará com apoio da CNTC Projeto sobre escritório em casa segue para a CTASP Comissão fiscalizará as contas e operações do FGTS Debate sobre aumento da miserabilidade no Brasil foi aprovado Assistência durante a gravidez Debate sobre educação profissional Plenário do Senado aprova requerimentos de interesse Aprovado projeto sobre cotas para mulher nas eleições proporcionais As vítimas de assédio sexual devem reunir provas e denunciar o ocorrido, diz procuradora Projetos com relatores designados na Câmara Projetos com pareceres apresentados no Senado Projeto com relator designado no Senado Congresso Nacional Plenário Plenário votou os vetos que trancavam a pauta do Congresso Os parlamentares votaram pela manutenção de todos os vetos que estavam na pauta do Congresso Nacional. Houve tentativa de votação do Projeto de Lei que altera o cálculo do superávit primário para esconder o déficit nas contas do governo. Porém, houve obstrução e a matéria não foi votada no Plenário. Câmara dos Deputados Plenário Sem votações de interesse do setor Nesta semana o Plenário aprovou apenas a Proposta de Emenda à Constituição 426, de 2014, para aumentar a entrega de recursos pela União para o Fundo de Participação dos Municípios. Comissões Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional Debate sobre a Erradicação do Trabalho Escravo no mundo globalizado Comissão de Relações Exteriores da Câmara promoveu seminário sobre a erradicação do trabalho escravo no mundo globalizado. Dos vários palestrantes destacamos as seguintes participações: Laís Abramo, diretora do escritório em Brasília da Organização Internacional do Trabalho (OIT), disse que o órgão que representa reconhece a ação vanguardista do Brasil no combate ao trabalho escravo, desde 1995, com desenvolvimento de uma política de Estado e não de governo. Abramo destacou que o trabalho forçado atinge quase 21 milhões de pessoas e traz grandes lucros aos seus perpetradores, chegando a cifra de US$ 150 bilhões por ano. Ressaltou ainda, que a maioria dos trabalhadores forçados ao trabalho escravo foram anteriormente vítimas de trabalho infantil e exploração sexual. Finalizou informando que o trabalho escravo é praticado mais na zona urbana do que na rural, e que 18,7% são em empresas privadas, 2% em empesas públicas, 11,4% são de mulheres e 9,1% de migrantes. Jacqueline Ramos Silva Carrijo, representante do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (SINAIT), queixou-se da falta de estrutura para a execução das fiscalizações pelos auditores fiscais. Destacou que a maioria das autuações de exploração de trabalho escravo é de trabalhadores terceirizados. Fabíola Nazaré de Oliveira, Auditora-Fiscal do Trabalho e representante do Ministério do Trabalho e Emprego, informou que desde 1995 o Brasil realizou 1.686 operações que resgataram quase 48 mil trabalhadores do regime de escravidão. Jonas Ratier Moreno, representante do Ministério Público do Trabalho, defendeu a tipificação do crime de exploração do trabalho escravo constante no art. 149 do Código Penal, cujos conceitos são objetivos e autoaplicáveis por qualquer operador do direito e pela fiscalização. Criticou a exclusão das figuras da jornada exaustiva e condições degradantes do projeto de regulamentação da Emenda Constitucional 81. Segundo ele, condições degradantes são as que configuram desprezo à dignidade humana no que se refere à higiene, saúde, moradia, segurança, repouso, alimentação, etc, e jornada exaustiva diz respeito à intensidade, frequência, desgaste, que cause prejuízo à saúde física, ou mental, agredindo sua dignidade. Exemplificou lembrando que nas décadas de 70 e 80, do século passado, os trabalhadores de cana cortavam 4 toneladas, e atualmente cortam 14 toneladas, ocasionando muitas mortes por exaustão. Marcelo Lavenère, representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), protestou quanto a falta de punição aos exploradores da mão de obra escrava, afirmando que há condenações mas não há notícia de nenhum condenado preso. Afirmou que a internacionalização das empresas é péssima para o trabalhador pelo desenvolvimento econômico a qualquer custo, com o aumento da desigualdade social e da precarização do trabalho, por jornada de trabalho excessiva, falta de condições básicas de higiene e segurança para execução da atividade profissional, entre outras ações. Criticou o trabalho do senador Romero Jucá, relator do PLS 432, que regulamenta a Emenda Constitucional 81, sobre a expropriação de propriedade em caso de exploração de trabalho escravo, ao distorcer o conceito de trabalho escravo para salvaguardar os interesses de empresários inescrupulosos. Pelo PLS 432 considera trabalho escravo a submissão a trabalho forçado, com ameaça de punição, com uso de coação ou com restrição da liberdade pessoal, mas não inclui a jornada exaustiva e as condições degradantes por ter sido considerado pelo relator conceitos abertos e subjetivos. Comissões de Agricultura, Pecuária, Abastecimento Desenvolvimento Rural e de Viação e Transportes e Seminário sobre agronegócio no Centro-Oeste contará com apoio da CNTC As duas comissões aprovaram Requerimento, de autoria do deputado Wellington Fagundes (PR-MT) e Vander Loubet (PT-MS), para a realização de Seminário, Simpósio, Fórum ou Workshop para debater políticas públicas visando alcançar o pleno potencial produtivo do agronegócio no Centro-Oeste, em parceria com a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Comércio (CNTC) e a Superintendência do Desenvolvimento do Centro Oeste (SUDECO). A solicitação na Comissão de Viação e Transportes foi subscrita pelo deputado Hugo Leal (PRO-RJ). Comissão de Desenvolvimento Urbano Projeto sobre escritório em casa segue para a CTASP Aprovado o parecer do deputado Heuler Cruvinel (PSD-GO) favorável ao Projeto de Lei 4481, de 2012, de autoria da deputada Iracema Portela (PP-PI), que dispõe sobre o exercício domiciliar de profissão liberal (home office), para garantir a liberdade do exercício domiciliar da profissão liberal, admitindo-se restrições regulamentares exclusivamente no que diz respeito a riscos à saúde e à segurança pública. A profissão liberal é definida como aquela exercida por trabalhador legalmente habilitado, pertencente à categoria regida por estatuto legal e que desempenhe suas funções com independência técnica e por conta própria. A matéria segue para a Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP). Comissão Comércio de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comissão fiscalizará as contas e operações do FGTS Aprovado o parecer, do deputado Guilherme Campos (PSD-SP), pela implementação da Proposta de Fiscalização e Controle 184, de 2014, de autoria do deputado Mendonça Filho (DEM-PE), que propõe que a Comissão, com o auxílio do Tribunal de Contas da União, fiscalize e avalie as contas e operações do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS. Dentre os pontos a serem fiscalizados, encontram-se: Possível manipulação do governo na rentabilidade do Fundo, fixando a TR muito próxima de zero; Má gestão nas aplicações do Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS); Contratação de dívida subordinada entre a Caixa Econômica Federal e o FI-FGTS, que pode deixar o Fundo em situação desprivilegiada no caso de falência da CAIXA. Dessa forma, serão solicitados, ao Tribunal de Contas da União, os trabalhos fiscalizatórios relativos ao tema, bem como será requerido a esse órgão que promova auditoria com a finalidade de examinar os pontos sumarizados abaixo: a. O correto cálculo da Taxa Referencial, realizado pelo Banco Central do Brasil; b. Eficiência da gestão do Comitê de Investimentos do Fundo; c. Quanto à dívida subordinada entre a Caixa Econômica Federal e o Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS): i. Quais são as operações, datas de contratação, valores contratados, valores e datas das quitações ocorridas, vencimentos e a composição dos encargos de todas as operações já realizadas; ii. Se a rentabilidade para o FI-FGTS é maior que a rentabilidade média, dos últimos cinco anos, ano a ano, conseguida pelo FIFGTS nas outras operações; iii. Se há conflito de interesses entre os quotistas do FI-FGTS, que querem uma valorização maior de suas quotas, e a Caixa Econômica Federal, ocupando o papel de administradora do FIFGTS; iv. Qual é a vantagem para os quotistas do Fundo nessas operações de dívida subordinada; v. Se as operações de dívida subordinada não maculariam a transparência da contabilidade pública nacional. d. Se houve a quitação dos débitos que motivaram a criação da contribuição social, instituída pelo art. 1º da Lei Complementar nº 110, de 29 de junho de 2001. Após a análise dessas informações, o relator apresentará um relatório final, que poderá conter um projeto de lei para solucionar os problemas verificados. Debate sobre aumento da miserabilidade no Brasil foi aprovado Aprovados os Requerimentos 199/2014, de autoria do deputado Mendonça Filho (DEM-PE), e 201/2014, de autoria do deputado Mendonça Filho (DEM-PE), propondo a realização de Audiência Pública com a participação de Sergei Suarez Dillon Soares, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - Ipea, e de Marcelo Côrtes Neri, Ministro Chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos, respectivamente, a fim de prestar esclarecimentos sobre o aumento no número de miseráveis no Brasil. Retirado de pauta projeto sobre creche no local de trabalho O deputado Ronaldo Zulke (PT-RS) solicitou a retirada de pauta do Projeto de Lei 4550, de 1998 (PLS 241/1995 na casa de origem), de autoria da ex-senadora Benedita da Silva (PT-RJ), que obriga as empresas que tenham pelo menos 30 trabalhadores a destinar local apropriado para os filhos dos empregados, durante o período de amamentação, até os seis anos de idade, sendo garantida a manutenção de assistência técnica e educacional, excetuando as microempresas e as empresas que empregam menos de trinta trabalhadores. A matéria aguarda a votação do parecer do deputado Laércio Oliveira (SD-SE), pela rejeição do projeto e da Emenda 1/2014 da CDEIC, por trazer impactos negativos, de ordem financeira, para as empresas porque engloba estabelecimentos anteriormente não enquadradas na obrigação. Comissões de Educação Assistência durante a gravidez Aprovado o Requerimento 397, de 2014, de autoria do deputado Paulo Rubem Santiago (PDT-PE), solicitando audiência pública para debater o Projeto de Lei 7633/2014, que dispõe sobre a humanização da assistência à mulher e ao neonato durante a gravidez e o pósparto (ciclo gravídico-puerperal). Ainda não há data para o debate. Comissões de Educação Comunicação e Informática e de Ciência e Tecnologia, Debate sobre educação profissional Realizada audiência pública conjunta das Comissões de Educação e de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados para debater a importância da realização da "WorldSkills" na cidade de São Paulo em 2015. WorldSkills é um torneio de educação profissional com competidores representados pelos melhores alunos nas etapas nacionais da competição em seus países, os quais demonstram habilidades Técnicas individuais e coletivas para executar tarefas específicas para as quais estudam e atuarão no futuro. Participam do debate Simon Batley, presidente mundial da WorldSkill, Gustavo Leal, Diretor do Senai, Fátima Aparecida Antônio, Diretora da Divisão de Orientação Técnica Fundamental e Médio da Prefeitura de São Paulo e Rafael Wenderson Morais Pereira, Medalhista de Ouro da WorldSkills 2014. Simon Bartley afirmou que os competidores não se esforçam apenas pelo seu sucesso no evento. Um bom desempenho representa a habilidade do país de origem para treinar e desenvolver os jovens para o mercado de trabalho. Gustavo Leal destacou a taxa de desemprego alta dos jovens brasileiros de mais de 14%, mais que o dobro da média do mercado, e que apenas 7,8% dos jovens do ensino médio optaram pelo ensino técnico profissionalizante. Ressaltou a importância da realização do evento em 2015 em São Paulo principalmente para despertar o interesse dos jovens para a educação profissional e mudanças do paradigma do modelo academista para um novo modelo voltado para o mundo do trabalho. Fatima Aparecida Antônio divulgou as ações preparativas para sediar o WorldSkill na cidade de São Paulo e da expectativa dos alunos da rede pública municipal da cidade em participar do evento. Ressaltou que a realização do evento na cidade é uma oportunidade não só para os alunos, mas também para professores, que poderão interagir com o ensino técnico de outros países do mundo. Rafael Wenderson falou da importância de ter participado do WorldSkills em 2014 em Bogotá ter sido vencedor, o que enriqueceu muito seu aprendizado e sua vida profissional. O deputado Glauber Braga (PSB-RJ) destacou que o maior legado da competição é levantar o perfil e o reconhecimento de pessoas qualificadas e mostrar como as competências são importantes para alcançar o crescimento econômico e o sucesso pessoal. Senado Federal Plenário Foram aprovados os seguintes requerimentos de interesse do setor. Processo trabalhista Requerimento 580, de 2014, da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), solicitando que o Projeto de Lei do Senado 340, de 2012, também seja analisado pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa - CDH. O projeto determina a nulidade dos atos que caracterizem represália ou discriminação contra o empregado que demandar administrativa ou judicialmente contra o empregador, durante a relação de emprego. Convenção coletiva Requerimento 645, de 2014, do senador Wilder Morais (DEM-GO), solicitando que o Projeto de Lei do Senado 181, de 2011, também seja analisado pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa - CDH. O projeto trata da prorrogação de acordo ou convenção coletiva do trabalho. Trabalho escravo Requerimento 901, de 2014, do senador Paulo Paim (PT-RS), solicitando que o Projeto de Lei do Senado 432, de 2013, também seja analisado pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania. O projeto dispõe sobre a expropriação das propriedades rurais e urbanas onde se localizem a exploração de trabalho escravo. Comissões Comissão de Assuntos Sociais Retirado projeto sobre prevenção de câncer de mama A senadora Ana Rita (PT-RS) solicitou a retirada de pauta para reexame do Projeto de Lei do Senado 157, de 2014, de autoria do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), altera a Lei nº 11.664, de 29 de abril de 2008, que dispõe sobre a efetivação de ações de saúde que assegurem a prevenção, a detecção, o tratamento e o seguimento dos cânceres do colo uterino e de mama, no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS, para incluir a realização de exames para identificação de biomarcadores nas mulheres de alto risco e reduzir para 35 anos a idade a partir da qual será disponibilizada a mamografia às mulheres pertencentes a grupos de risco. O relatório atual apresentado pela senadora é pela aprovação com substitutivo retirando do texto a obrigatoriedade do fornecimento da realização de exames, às mulheres pertencentes aos grupos de alto risco, para identificação de biomarcadores para neoplasias malignas de mama e, nos casos positivos, os tratamentos e as intervenções preventivas disponíveis, segundo diretrizes expressas em protocolos do SUS. A matéria é terminativa. Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania Concedida vista ao projeto sobre cotas para mulheres no Senado As senadoras Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Ângela Portela (PT-RR) e senador Benedito de Lira (PP-AL) pediram vista ao Projeto de Lei do Senado 132, de 2014, de autoria do senador Anibal Diniz (PT-AC), para reservar, quando da renovação de dois terços do Senado Federal, uma vaga para candidaturas masculinas e outra vaga para candidaturas femininas. A matéria aguarda a votação do relatório, apresentado pelo senador Paulo Paim (PT-RS), pela aprovação. Aprovado projeto sobre cotas para mulher nas eleições proporcionais Aprovado parecer da senadora Angela Portela (PT-RR) favorável ao Projeto de Lei do Senado 295, de 2011 - Complementar, de autoria da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), para estabelecer a reserva de 50% das vagas para mulheres nas eleições proporcionais. O parecer contém um substitutivo alterando a forma do cálculo de vagas pelo Tribunal Superior Eleitoral, que deverá igualar a fração a um, em caso de número ímpar de cadeiras. Procuradoria Especial da Mulher As vítimas de assédio sexual devem reunir provas e denunciar o ocorrido, diz procuradora A Procuradora da Mulher do Senado Federal realizou um debate sobre assédio sexual. Esse crime caracteriza-se por constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerente ao exercício de emprego, cargo ou função. A procuradora de justiça aposentada de São Paulo, Luiza Nagib Eluf, explicou que o assédio pode ocorrer em todas das relações hierárquicas, não só provocada por um homem a uma mulher. Porém, esse cenário é o mais comum uma vez que as mulheres geralmente ocupam cargos mais baixos dentro das empresas e instituições. Luiza Nagib Eluf clamou que as mulheres vítimas de assédio sexual reúnam provas para a comprovação do crime, uma vez que a justiça penal costuma absolver os acusados por faltas de provas. Ao contrário de diversos outros crimes, neste apenas a palavra da vítima não basta, devido ao ambiente machista que é a justiça. Ela pediu que as mulheres: - Gravem áudios ou vídeos da abordagem no celular. - Peçam para uma colega que observe as abordagens para servir como testemunha. - Guardem bilhetes, presentes e etc. contendo comportamento caracterizado como assédio sexual. - Contem a outras pessoas sobre a situação e denunciar às autoridades, tanto dentro da empresa como judicialmente. A procuradora afirmou que em vários lugares do mundo as mulheres não têm garantidos os direitos humanos básicos. Ela deu seu depoimento sobre as dificuldades para ser ouvida e a discriminação que sofreu durante sua carreira pelos demais profissionais. Como exemplo, citou a sua passagem por uma Comissão para a reformulação do Código Penal. Depois de defender a inclusão do crime de assédio sexual no Código Penal, a palestrante foi surpreendida pela reação do então Ministro Evandro Lins, que afirmou erroneamente que não existia assédio sexual no Brasil. Já a consultora legislativa Maria da Conceição informou que uma em cada três mulheres relatam terem sofrido algum dos cinco tipos de violência doméstica e familiar contra a mulher previstos na Lei Maria da Penha. Ela também criticou a tomada de medidas como a criação de vagões no metrô apenas para mulheres. Para a palestrante, essa atitude encarcera as mulheres, como se fossem as agressoras, não as vítimas. Maria da Conceição também explicou o histórico de proposições legislativas relacionadas à criminalização do assédio sexual. Ela ressaltou que ainda tramitam no Senado Federal o Projeto de Lei do Senado (PLS) 65/2009, que prevê o crime de assédio sexual no Código Penal Militar, e o PLS 136/2011, para estabelecer medidas de proteção à mulher e garantia de iguais oportunidades de acesso, permanência e remuneração nas relações de trabalho no âmbito rural e urbano. Em tramitação na Câmara dos Deputados, a consultora destacou o Projeto de Lei 7372/2014, que pretende tipificar a conduta de constranger alguém mediante contato físico com fim libidinoso. Maria da Conceição também ressaltou a importância dos debates realizados pela Procuradoria da Mulher nas Quintas Femininas. Câmara dos Deputados 1. Relatores designados: Saque do FGTS para tratamento de parentes com AIDS Projeto de Lei 3310, de 2010, de autoria do ex-deputado Euler Morais (PMDB-GO), a fim de possibilitar o saque do saldo da conta vinculada do FGTS para tratamento de saúde de parentes em 1º grau do titular acometidos da AIDS. Novo relator: deputado Jorge Côrte Real (PTB-PE). Comissão: de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP). Prevenção de Acidentes Projeto de Lei 4317, de 2001, de autoria da ex-senadora Marina Silva (PT-AC), para dispor sobre a nova composição das Comissões Internas de Prevenção de Acidentes - CIPA. Novo relator: deputado Jorge Côrte Real (PTB-PE). Comissão: de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP). Comissões Internas de Prevenção de Acidentes Projeto de Lei 4660, de 2004, de autoria da ex-deputada Luciana Genro (PSOL-RS) e outros, a fim de estender os benefícios da Lei nº 8.632, de 4 de março de 1993, que "Concede anistia a dirigentes ou representantes sindicais punidos por motivação política", aos membros de CIPAs - Comissões Internas de Prevenção de Acidentes. Novo relator: deputado Silvio Costa (PSC-PE). Comissão: de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP). Trabalho escravo Projeto de Lei 5016, de 2005, de autoria do ex-senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que estabelece penalidades para o trabalho escravo ou em condição análoga. Novo relator: deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS). Comissão: de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR). Trabalho escravo Projeto de Lei 1312, de 2007, de autoria do ex-deputado Valdir Colatto (PMDB-SC), pispondo sobre a criação de nota fiscal a ser emitida por trabalhador avulso, com abrangência em todo o território nacional. Novo relator: deputado Luiz Carlos Busato (PTB-RS). Comissão: de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP). Senado Federal 1. Pareceres apresentados: Acordo de Jornada de trabalho Projeto de Lei do Senado 88, de 2013, de autoria do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), que trata da negociação e acordos coletivos com a categoria profissional preponderante. Novo parecer: pela aprovação com substitutivo facultando a dispensa do acréscimo de salário se, por força de acordo individual ou coletivo, ou convenção coletiva de trabalho, o excesso de horas em um dia for compensado pela correspondente diminuição em outro dia, seja na hipótese de compensação de jornada semanal, ou no caso de aplicação de banco, de maneira que não exceda, no período máximo de um ano, à soma das jornadas semanais de trabalho prevista, nem seja ultrapassado o limite máximo de dez horas diárias. Também, acrescenta artigo na CLT regulamentar a extensão continuada da duração normal do trabalho no caso de atividades ou profissões com jornadas diferenciadas estabelecidas em lei. Relator: senador João Vicente Claudino (PTB-PI). Comissão: de Assuntos Sociais (CAS). 1. Relator designado: Educação profissional Projeto de Lei da Câmara 68, de 2011, de autoria do deputado Enio Bacci (PDT-RS), estabelece incentivos às empresas para financiamento da formação profissional de seus empregados. Novo relator: senador Armando Monteiro (PTB-PE). Comissão: de Educação (CE). Brasília-DF, 28 de novembro de 2014. Cláudia Fernanda Silva Almeida Sheila Tussi Cunha Barbosa