TCC e Terapia de Casal e Família Adriana Furer Barreto Agenda: Noções gerais sobre Terapia de Família e Casal & TCC; Terapia de Casal; Terapia de Família. Histórico: Terapia de Família/Casal Início - metade do século passado; Pacientes esquizofrênicos e crianças; 1909 – Freud (pequeno Hans); 1930: Nathan Ackerman (família como “unidade social e emocional”); 1941: Theodore Lidz (Johns Hopkins Hospital – conceitos sobre desvio conjugal e divisão da família); Histórico: Terapia de Família/Casal 1970: Terapia de Casal e Família (influência da Igreja Católica): Encontros de Noivos e Encontros de Casais em Cristo; Esse movimento serviu de estímulo para a abertura de centros e instituições dedicadas a terapia de família. TCC e Terapia de Família/Casal Inicialmente: tratamento da depressão e ansiedade. Anos 60: aplicação começou a abranger dificuldades nas relações íntimas; Albert Ellis: papel da cognição nos problemas conjugais. Propôs que a disfunção conjugal ocorre quando os cônjuges mantêm expectativas irreais acerca do casamento e fazem avaliações negativas extremas, quando não estão satisfeitos. 1980: Terapia Cognitiva com Casais (pesquisas sobre discórdia no relacionamento e o papel dos processos cognitivos); “Love is never enough” (Beck, 1988): aplicação prática da TC nas dificuldades de relacionamento; Déc. de 1990: expansão da TC para abranger a dinâmica familiar; 1998: “Case studies in couple and family therapy: systemic and cognitive perspectives” (Frank Dattilio – integração e aceitação da TC na comunidade de terapia familiar contemporânea). ...Vem se desenvolvendo de forma gradual e constante. Mudança de Paradigma Pensamento Cartesiano; Pensamento Sistêmico; Compreensão linear, simplista compreensão circular: as relações são complexas e multicausais. Compreensão Sistêmica Todos os indivíduos participam da sessão; A família funciona como um todo, e as pessoas interagem umas com as outras; Ou seja, se houver mudança em alguma parte, vai afetar e alterar todas as outras. Pensamento básico sistêmico: Família: sistema complexo de elementos em interação; Unidade Movimento contínuo e circular de troca entre sistema familiar e estrutura individual; Para crescer é preciso estar dentro do grupo trocando e aprendendo; Terapia Relacional Sistêmica Solange Rosset; Integra: psicodrama, T. Corporal e T. Sistêmica; Foco no padrão de funcionamento do terapeuta e do cliente (agir, reagir, sentir e pensar); Terapia Relacional Sistêmica Tarefa: consciência aprendizagem mudança Responsabilidade compartilhada; Uso de técnicas; COMPREENSÃO COGNITIVOCOMPORTAMENTAL Fatores cognitivos: Pensamentos automáticos disfuncionais: distorções cognitivas importantes fontes geradoras de conflitos. Ex.: Leitura mental – Ex.: “marido está falando, esposa boceja por estar cansada, ele pode pensar...”. COMPREENSÃO COGNITIVOCOMPORTAMENTAL Postura do Terapeuta: relacionamento colaborativo Promover um ambiente favorável em que o cliente não se sinta exposto e/ou desconfortável em expor sua intimidade e vulnerabilidade / ameaça do julgamento; POSTURA DO TERAPEUTA Desenvolvimento da Pertinência para Mudança; Adequação do que é útil para o cliente; Ex.: “Não dê o peixe, ensine a pescar”! Foco na Potência, Responsabilidade, Autonomia e Mudança - Não existe “vítima X bandido”! PRÁTICA CLÍNICA Encaminhamento; Primeiro Telefonema; Primeira Sessão; Pedido (O paradoxo do pedido: mudança X permanecer igual, justificar...); Avaliação constante; Planejamento de sessões e de processo. PRÁTICA CLÍNICA As sessões podem ser espaçadas em intervalos menos frequentes; Duração: 60min, 90min, 120min; Terapia Individual + Terapia de Casal/Família ??; Trabalho interdisciplinar. PRÁTICA CLÍNICA Cliente: assumir a terapia como um espaço para se conhecer e treinar posturas novas; PRÁTICA CLÍNICA Diversos fatores têm favorecido a adoção de técnicas da TCC por terapeutas de casal e família: • Abordagem pragmática; • Postura mais pró-ativa para a resolução de problemas e desenvolvimento de habilidades que podem ser utilizadas para enfrentar dificuldades futuras; • Relacionamento colaborativo entre terapeuta e cliente. TERAPIA DE CASAL TERAPIA DE CASAL SITUAÇÕES: Namorados, noivos, amantes, casais homoafetivos, recasamento, etc. PERGUNTAS-CHAVE: O que já fizeram? / Sabem fazer? b) O que estão dispostos a fazer? a) TERAPIA DE CASAL MOTIVOS: - - comunicação ciúme brigas família de origem sexo filhos trabalho decisões importantes - $ - prevenção - TERAPIA DE CASAL Avaliar: Como se escolheram? Qual era/é o CONTRATO desta relação? O que é ser um casal? Que tipo de casal vocês são? Vieram para quê? O que esperam? Qual é o desejo? TERAPIA DE CASAL DESENHO – OBJETO EM CONJUNTO Lidar com frustrações “Quem eu amo e escolhi faz isso?!” TERAPIA DE CASAL Auxilia a identificação de pensamentos disfuncionais dos parceiros em situações específicas de forma lúdica. TERAPIA DE CASAL Observar distorções cognitivas: Falhas no processamento da informação; Personalização; Generalização; Abstração Seletiva; Leitura Mental. TERAPIA DE CASAL Identificar crenças sobre como “deveria” ser a vida conjugal; Adequar expectativas: O que cada um acredita que vai acontecer em seu relacionamento de uma maneira geral ou em uma situação específica. TERAPIA DE CASAL O foco é FAZER BOM USO das diferenças e semelhanças como forma de aprimoramento pessoal e do casal; Saber lidar com o MELHOR e com o PIOR – seu e do outro! TERAPIA DE CASAL Senso comum sobre brigas: Instrumentá-las; Senso comum sobre “Felicidade a dois” E se... “A sogra da Cinderela sofre um AVC, e agora?!”; Felizes para sempre; Terapia de casal orientação de pais!!! X TERAPIA DE CASAL Orientação de Pais: Objetivo: auxiliar o casal a desenvolver ou resgatar seus próprios recursos no enfrentamento das dificuldades cotidianas envolvendo os filhos; Número de sessões definido no início do trabalho; O psicólogo pode solicitar que haja encontros com todos os membros da família, dependendo do caso; Pode surgir necessidade de buscar terapia de casal, individual ou familiar. TERAPIA DE CASAL Família de origem: papel fundamental na formação das interpretações pessoais; Entender a reação do outro como algo DELE, é o que ele sabe fazer. TERAPIA DE CASAL Quando um casal se forma... expectativas, necessidades, motivações e carências diferentes entram em contato; podem causar conflitos; afetar os filhos. TERAPIA DE CASAL Avaliação: São utilizados diferentes tipos de entrevistas, inventários e escalas: Inventário de Satisfação Conjugal (Dela Coleta, 1989); Medida da Satisfação em Relacionamento de Casal (Wachelke, Andrade, Cruz, Faggiani & Natividade, 2004); IHSC – Inventário de Habilidades Sociais Conjugais (Villa&Del Prette, 2012). Saber PRA QUÊ avaliar X Ter um diagnóstico, achar um “bode expiatório”! TERAPIA DE CASAL Usualmente, a primeira sessão é realizada com a presença de ambos os cônjuges. Verificar: áreas problemáticas no relacionamento; interação entre o casal, comunicação; pontos fortes da relação; fatores externos que possam estar estressando os parceiros; - etc. formulação de hipóteses! - http://videolog.tv/475676 TERAPIA DE CASAL Após entrevista inicial sessões individuais (coletar informações que não foram apresentadas). Ex.: Parceiro inibido na presença do outro - abuso na infância, violência intrafamiliar, adultério e desejo de se divorciar. Questões éticas!!! Informações só podem ser reveladas com a autorização dos participantes. Terapia de casal Processo terapêutico: Terapeuta explica a relação entre as ideias, sentimentos e comportamentos. Cada parceiro aprende a identificar, avaliar e responder aos pensamentos distorcidos. Terapia de casal Técnicas mais utilizadas: Psicoeducação; Identificar os pensamentos automáticos e as emoções e comportamentos associados; Registros de pensamentos automáticos; Questionamento socrático; Apresentação de uma folha contendo uma lista de distorções; Terapia de casal Imagens mentais; Dramatizações/Inversão de papéis; Abordagem e reestruturação dos esquemas; Técnica do bloco e do lápis: quando há interrupções contínuas; Treino de assertividade; Intercambio de C positivos; Prevenção de recaída. Terapia De Casal TÉCNICA DE RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS 1) Definição do problema - em termos claros e específicos. 2) Definição dos passos para a resolução do problema: discussão das possíveis soluções; adoção de uma das alternativas; estabelecimento de um período para a sua implementação. a) b) c) 3) Verificar se essa opção foi eficaz. Em caso contrário outro procedimento é adotado. Terapia de casal COMUNICAÇÃO: Parece óbvio dizer que, durante uma conversa, uma pessoa deve ouvir enquanto a outra fala e vice-versa. Os parceiros falam ao mesmo tempo; Não prestam atenção no que dizem um para o outro; - Não dão importância para o desejo/pedido do outro. - TERAPIA DE CASAL COMUNICAÇÃO: Para que a comunicação seja clara, emissor e receptor da mensagem têm responsabilidade. Emissor rever e aprender jeitos novos de passar a mensagem Receptor avaliar e aprender jeitos diferentes de receber a mensagem TERAPIA DE CASAL TREINAMENTO EM COMUNICAÇÃO: fornecer ao casal habilidades de escuta, dar liberdade para o outro falar; diálogo construtivo, saber falar; Solução boa para os dois lados; TERAPIA DE CASAL Destaca-se: Apresentação de pensamentos e sentimentos pessoais; Comunicação gentil e polida; Escuta empática (verbalizações, tom de voz e gestos); Terapeuta pode servir como modelo de escuta e fala. TERAPIA DE CASAL Tempo: Ao longo dos convivência... anos de Atração e Admiração pelo jeito diferente se perdem: rótulos! Polarização; As pessoas mudam! TERAPIA DE CASAL Tempo + Relação Estável: Contato com quais competências?? Tolerar emoções desagradáveis; Expressar seus sentimentos de forma não exagerada e não acusatória; Contratos e Re-Contratos. TERAPIA DE CASAL Incentivar os parceiros a demonstrarem comportamentos mais amistosos... Esperar que o outro modifique primeiro seus comportamentos PARA QUÊ?! Qual é a função?! Vantagens X Desvantagens; Importância da modificação do próprio comportamento para a satisfação conjugal e individual. TERAPIA DE CASAL Máximas: “Dois parceiros nunca correspondem / satisfazem completamente um ao outro”. “Todo relacionamento tem seus pontos fortes e fracos”. “Cada um pode cometer erros e descontroles” Bom uso e bons treinos! “Todos irão ganhar e perder coisas no caminho: não é só do meu jeito e eu não vou ter tudo o que eu quero o tempo todo”. TERAPIA DE CASAL BRIGAS Briga inútil e perigosa X Briga boa; Para que serve a “briga boa”? Para dizer o que não é dito; Para ter mais conhecimento sobre si e sobre o outro; Para fazer mudanças. - TERAPIA DE CASAL O que NÃO pode em uma briga: Usar “golpes baixos”; Insultar / Fazer críticas destrutivas; Desenterrar problemas antigos; Descarregar no companheiro queixas e frustrações; Fazer acusações; Retrucar o que foi dito; Falar mal da família do companheiro; Usar álibis nas brigas. TERAPIA DE CASAL O que DEVE ser feito: Independente do desfecho... Buscar a melhor solução para ambos sempre! Terapia de família TERAPIA DE FAMÍLIA A família passa por ciclos de vida De diferentes maneiras, busca manter um equilíbrio; Conceito de família “funcional”. TERAPIA DE FAMÍLIA As famílias passam por diferentes fases: Casais sem filhos; Gravidez; Famílias com filhos pequenos/adolescentes/adultos Pais com seus pais idosos: cuidados especiais e com perspectiva de morte + próxima. TERAPIA DE FAMÍLIA Três ou quatro gerações diferentes convivendo simultaneamente; Idade Avançada Ninho Vazio Adulto Jovem (casamento, carreira, filhos) Introdução no Sistema TERAPIA DE FAMÍLIA Outras situações: - Divorciadas; Recasamento; Casais homoafetivos; Famílias monoparentais; Filhos com necessidades especiais ; Inclusão de filhos de famílias anteriores ; Doença terminal ; Morte ; Adoção; Violência; Drogadição ; Desemprego; Impossibilidade de ter filho; Incluir avó, motorista, babá! TERAPIA DE FAMÍLIA Indivíduo F. nuclear F. ampliada Comunidade, amigos Sócio cultural (Carter e McGoldrick,1995) TERAPIA DE FAMÍLIA Indivíduo F. nuclear F. ampliada Estressores Desenvolvimentais X Estressores Imprevisíveis Comunidade, amigos Sócio cultural (Carter e McGoldrick,1995) TERAPIA DE FAMÍLIA Cada etapa do ciclo de vida familiar exige mudanças e adaptações por parte de todos os membros da família; Considerando esta diversidade momentos das famílias... de estrutura e É difícil – e muitas vezes desnecessário – determinar os padrões “normais” de convivência. Contudo, é possível entender, avaliar e desenvolver a saúde, as relações familiares e os indivíduos. TERAPIA DE FAMÍLIA Todas as famílias estão sujeitas às tensões existentes na sociedade moderna: - criar filhos autoconfiantes; gerenciar novos papéis e tarefas masculino e feminino; necessidade de status; ser bonito, saudável, rico, bem-sucedido e encontrar tempo para tudo isso! TERAPIA DE FAMÍLIA Motivos: “Última chance”; Tratar - Indivíduo com TOC, Fobia, etc.; Crise - situações que gerem stress e demanda de reorganização de papéis, sentimentos, comportamentos ou pensamentos; Melhorar, desenvolver; Prevenir! TERAPIA DE FAMÍLIA Para intervir é preciso conhecer; Importância do processo diagnóstico: diagnóstico e intervenção intimamente relacionados; Paciente identificado, “bode espiatório” expressão de disfunção familiar. INSTRUMENTOS / ESTRATÉGIAS TÉCNICAS - Pra quê?! (lúdico, avaliar, desenvolver, clarear objetivos...); RITUAIS - Possibilitar a expressão e experimentação do que não se pode por em palavras; TAREFAS RELAÇÃO TERAPÊUTICA (vínculo) - Instrumento terapêutico que desencadeia experiências transformadoras. TERAPIA DE FAMÍLIA Intervenções podem ser agrupadas em: Ensinar a identificar OS SEUS pensamentos automáticos + emoções e comportamentos associados; Testar e reinterpretar os pensamentos automáticos; Treinamento em comunicação; Treinamento na solução de problemas; Acordos para mudança de comportamento; Intervenções para déficits e excessos de reações emocionais. TERAPIA DE FAMÍLIA Técnicas: Genograma familiar: Organiza dados sobre a família de origem; Facilita a compreensão da estrutura da família, de seu movimento e de seu funcionamento. Permite identificar padrões repetitivos e tendências hereditárias; TERAPIA DE FAMÍLIA Genograma familiar: Visualização da complexidade da estrutura familiar; Diagnóstico e terapêutico: confronto de elementos da história familiar; Registro utilizando símbolos. TERAPIA DE FAMÍLIA TERAPIA DE FAMÍLIA 60 65 35 47 37 5 14 31 2 2 TERAPIA DE FAMÍLIA 60 65 35 47 37 5 14 31 2 2 TERAPIA DE FAMÍLIA 60 65 35 47 37 5 14 31 2 2 TERAPIA DE FAMÍLIA Técnicas: Vantagens e Desvantagens (reflexão e consciência sobre dificuldades e aprendizagens necessárias): 1 - as dificuldades que tenho na família; 2 - as desvantagens que elas me trazem; 3 - as vantagens que tenho com elas; 4 – o que preciso aprender para fazer a mudança. TERAPIA DE FAMÍLIA Técnicas: Avaliando desempenho (avaliar desempenho dos papéis): e melhorar o Listar o que tem de melhor e de pior no desempenho do seu papel familiar. Como aprendeu este papel? Como pode melhorá-lo? Como cada membro da família pode auxiliar o outro a melhorar o seu desempenho. (ROSSET, 2014) TERAPIA DE FAMÍLIA Técnicas: Atividade: Família natureza; Famílias animal / elemento da diferentes NÃO É MELHOR NEM PIOR !!! Tudo tem seu ônus e bônus. TERAPIA DE FAMÍLIA O foco está nas APRENDIZAGENS que cada membro precisa/quer fazer. TERAPIA DE FAMÍLIA Convivência familiar: A preocupação deixa de ser com “ganhar a briga” ou “ter razão” para buscar uma solução satisfatória para todos os envolvidos. CULPA X RESPONSABILIDADE TERAPIA DE FAMÍLIA Convivência familiar: Homens, mulheres, crianças,adolescentes e idosos ganham novas possibilidades de comportamento e papéis: Pode libertar e promover aprendizagens; Pode confundir e afastar as pessoas pela dificuldade em lidar com o diferente. TERAPIA DE FAMÍLIA Objetivo: AUTONOMIA, que engloba: Pertencer / Separar Saber SOBRAR (Rejeitar / Ser rejeitado); Responsabilidade pelas escolhas; Bancar o Preço da mudança (ônus e bônus). MUDANÇAS MUDAR NÃO É RUIM, Mas... Mudar não é fácil!!! “O sentido de ligação a outra pessoa é um requisito básico para o crescimento individual. O relacionamento deve ser tal que cada pessoa seja considerada um indivíduo com recursos para seu próprio desenvolvimento. O crescimento, às vezes, envolve uma luta interna entre necessidades de dependência e de autonomia, mas o indivíduo se sente livre para se encarar se tiver um relacionamento em que sua capacidade seja reconhecida e valorizada e em que ele seja aceito e amado. Então ele estará apto a desenvolver seu próprio potencial de vida, a tornar-se mais e mais singular, autodeterminado e espontâneo”. (Clark Moustakas) Referências Bibliográficas Referências Bibliográficas http://raphaelfischer.com.br/Tese-Modificada.pdf http://teses.ufrj.br/IP_m/RaphaelFischerPecanha.pdf OBRIGADA!!! Adriana Furer Barreto: [email protected] Tel. 98257-6481