Organização Militar do Império do Brasil Em Decorrência da Emancipação Política (07.09.1822) Guilherme de Andrea Frota Passa dos os primeiros momentos de euforia e júbilo, decorrência do ato do PríncipeRegente D. Pedro que rompeu os tênues laços que ainda prendiam o Brasil a Portugal, urgia que o governo que se criava se preocupasse com o estabelecimento de uma Força Armada capaz de impor a ordem e de conservar a unidade territorial existente. A presença de forças militares fieis às Cortes Constitucionais da Nação Portuguesa constituía o principal óbice para alcançar e manter os objetivos que acabamos de assinalar. Considerando a extensão da costa, mais habitada que o interior e onde se situavam as capitais de Províncias e cidades expressivamente povoadas, teria a Força Naval papel de relevante importância. Esta Força Naval que o governo podia contar era a parcela da Armada luso-brasileira que não seguira com o rei D. João VI quando este regressou a Portugal. Imediatamente, ela recebeu a denominação de Armada Nacional e Imperial. Para administrá-la foi designado o Capitão de Mar e Guerra Luís da Cunha Moreira, nomeado Ministro da Marinha em 22 de outubro de 1822, um dos poucos nascidos no Brasil que alcançara esta elevada patente na Marinha Portuguesa. Era um marinheiro experimentado e patriota convicto. Sua atuação não foi duradoura pois pediu demissão em 1823 por não concordar com a dissolução da Constituinte. Contava-se com poucos navios e, mesmos estes, não estavam em boa qualidade. Por isso, fizeram-se reparos nos navios considerados aproveitáveis no Arsenal do Rio de Janeiro. Este Arsenal, antiga Ribeira das Naus, localizava-se no final da rua Direita [ hoje I de Março] terminando na Prainha [hoje Praça Mauá] ; era uma mistura de prédios toscos e telheiros em convívio com oficinas e moradias de trabaslhadores; algumas construções estavam em ruínas.. Como as finanças brasileiras encontravam-se em colapso, conseguiu-se recursos graças a uma subscrição pública. Cada ação custava 800 réis. D. Pedro I comprou 250 ações e sua mulher, D. Leopoldina, 100 ações. Os reparos consumiram alguns meses conseqüência da dificuldade de se conseguir no comércio os materiais necessários. É possível que tenha atuado, orientando e chefiando os operários, nem sempre qualificados, o português José dos Santos Primeiro que aderiu à Independência; ele começara como 1 carpinteiro, passara a mestre e ocupava, nesta oportunidade, o cargo de Primeiro Construtor, com a graduação de Primeiro Tenente. Concluídos os trabalhos, pôde, então, o governo imperial contar com uma esquadra composta da nau Pedro I , 74 canhões (ex-Martim de Freitas); fragatas Piranga , 62 canhões, ( ex-União), Paraguaçu, 44 canhões (ex-Real Carolina) e Nictheroy, 42 canhões (ex-Sucesso); corvetas Maria da Glória, 26 canhões (ex-Horácio) e Liberal, 22 canhões (ex-Gaivota); e brigues Cacique, 18 canhões (ex-Reino Unido), Real Pedro, 14 canhões, Rio da Prata, 16 canhões (ex-Leopoldina), Guarani, 14 canhões (ex-Nightingale), comprado à firma inglesa Brown Watson, Caboclo, 18 canhões (exMaipu), comprado com dinheiros do próprio D. Pedro I, e Atalante, 10 canhões, bem como várias lanchas e outras pequenas embarcações. Todos os navios eram construídos em madeira e usavam o vento como força motriz para deslocamento. Estavam municiados com canhões de ferro, alma lisa, culatra fechada, que atiravam balas rasas, bombas e metralhas, e caronadas, mais curtas [ o nome deste tipo de canhão provém da aldeia de Caron, na Inglaterra]. Fugindo desta regra geral encontramos a barca Bragança (ex-Swift), primeiro navio a vapor incorporado à Esquadra, comprado em New York, em 1821. Para guarnecer estes navios o governo contava com oficiais e marinheiros portugueses cuja disposição, àquele momento, era de incerteza. Por isso, D. Pedro I nomeou uma Comissão, pelo Decreto de 5 de dezembro de 1822, cuja missão era investigar e informar ao governo a conduta e aderência à causa brasileira dos oficiais da ativa; 132 aderiram ao Império sendo 38 imediatamente reformados, permanecendo 94 na ativa [ 8 oficiais-generais, 7 capitães de mar e guerra, 13 capitães de fragata, 19 capitães-tenentes, 10 primeiros-tenentes e 37 segundos-tenentes]; 27 oficiais preferiram retornar a Portugal. Além destes, existiam alguns poucos nascidos no Brasil, quase todos ocupando postos inferiores ou de praças; todos foram aproveitados Mas o número era insuficiente para guarnecer os postos nos navios e prover a ação militar, motivo pelo qual se resolveu contratar militares da Royal Navy atraindo-os com melhores salários e oportunidades de se ilustrarem envolvendo seus nomes na História do país que nascia. Aliciados pelo representante brasileiro em Londres, Felisberto Caldeira Brant Pontes ( e que, mais tarde, seria agraciado com o título de Marquês de Barbacena) embarcaram para o Brasil nos navios Lindsays, Lapwing, Alice, Alexander e Mary 500 marinheiros e mais os seguintes oficiais: Thomas Crosbie James Thompson James Norton como capitães de fragata Benjamin Kelmare Bartholomew Heyden como capitães-tenentes 2 John Pascoe Grenfell James Sheperd Esteven Charles Clewley William Parker John Roger Gleddon Francis Cleare Vincent Chrofton James Nicoll Samuel Chester Raphael Wright Samuel Gillet George Clarence como primeiros-tenentes George Manson Adrian Hendrick Mynsson William Eyre Charles Watson Duncan Macrieghts William Inglis Ambroise Challes George Cowan Charles Mosselen Joseph Litscottan Charles Jell George Broom como segundos –tenentes Todos foram descritos como trabalhadores agrícolas e feitores para o trabalho em fazendas e nessas categorias embarcaram para o Brasil. Para chefiar a todos os militares da Marinha Imperial e conduzir a ação de guerra no mar, Felisberto Caldeira lembrou ao Ministro José Bonifácio o nome de Lord Thomas Cochrane que alcançara fama durante a luta pela independência da Capitania Geral do Chile; apesar de não possuir a lisura de caráter que se esperava de um Lord inglês, a sua coragem e bravura o recomendavam. A 13 de março de 1823, Lord Cochrane aportava no Rio de Janeiro. Das conversações com o governo resultaram no Decreto de 26 de março que lhe conferiu o posto de Primeiro Almirante e lhe concedeu regalias militares. 3 Devemos ainda citar o engajamento na Marinha de elementos isolados:John Taylor desertou da fragata inglesa Doris, que se encontrava no porto do Rio de Janeiro, e se apresentou ao governo do Império, recebendo o posto de capitão de fragata. O norte-americano David Jewett também se engajou e recebeu o posto de capitão de mar e guerra e vendeu o seu navio, o brigue Maipu, que foi rebatizado com o nome de Caboclo. O mesmo fez o francês Theodore Alexander de Beaurepaire, que entrara para a Marinha portuguesa como Aspirante em 28 de março de 1801 e que se evadiu da Armada lusa comandada pelo Chefe de Divisão Francisco Maximiano de Sousa que pretendera, em janeiro de 1822, no porto do Rio de Janeiro, conduzir o príncipe D. Pedro de volta a Portugal; tinha o posto de capitão-tenente. Às poucas praças daqueles nascidos no Brasil e que já se encontravam na Marinha, vieram juntar-se os voluntários, os quais, se excediam em entusiasmo, pecavam pela falta de adestramento e experiência no mar. Mas foram poucos os que atenderam ao apelo do governo: não havia espírito marinheiro na população apesar do soldo mensal de 8 mil réis para os marinheiros de primeira classe e 6 mil e quinhentos réis para os da segunda classe. Forçoso lembrar entre estes anônimos voluntários o jovem grumete gaúcho que atendia pelo nome de Joaquim Marques Lisboa: a ele estavam reservadas responsabilidades e glórias. Juntamente com o recrutamento dos oficiais ingleses, o Marechal Felisberto Caldeira efetuou a compra de canhões, mosquetes, pólvora, lonas e outros materiais necessários para abastecer os navios através da firma Freitas & Costa; seguiram várias remessas para o Brasil pelos navios Nancy, Elrick, Leghorn e George IV. Não houve mudança nos postos de oficiais da Armada: vice-almirante, chefe de esquadra, chefe de divisão, estes oficiais generais, seguindo-se capitão de mar e guerra, capitão de fragata, capitão tenente, tenente, primeiro e segundo, e guarda marinha. O governo imperial não chegou a alterar a estrutura administrativa que havia sido montada pelo governo de príncipe D. João, depois rei D. João VI. A Academia dos Guardas-Marinha, que tinha sido trasladada de Portugal para o Brasil em 1808, não interrompeu as aulas nas hospedarias do Mosteiro de São Bento aos poucos Aspirantes matriculados, maioria dos quais portugueses de nascimento. Estes foram convidados a jurar a Bandeira do Império. Novos professores [lentes] foram nomeados pelo Decreto de 16 de janeiro de 1823. Em agosto deste mesmo ano, foram excluídos 8 Guardas Marinha e 19 Aspirantes por não terem aceito a Independência. 14 Guardas Marinha e 19 Aspirantes juraram fidelidade ao Império; entre os primeiros estava Manuel Barroso e entre os segundos Joaquim José Ignácio, ambos portugueses. 4 O Livro-Mestre dos Oficiais da Armada Nacional e Imperial foi criado por Decisão de 11 de dezembro de 1823. Era bastante problemático e dispendioso efetuar uma troca de fardamentos em seguida ao Sete de Setembro. O governo optou por conservar os militares fardados segundo o plano de uniformes português. Sendo, porém, necessário diferenciar os militares do novo Império daquele que se conservavam fieis ao governo de Portugal [e que ainda não haviam deixado o Brasil], criouse, em 18 de setembro, o emblema que se usava no alto da manga esquerda e que se chamava tope, composto de um círculo verde, isolado acima de uma fita amarela na qual se lia: Independência ou Morte; golas, canhões e penachos foram alterados em seguida. Somente em 27 de outubro de 1823, Decreto Imperial regulou os fardamentos do Corpo da Armada e, em 10 de dezembro, estabeleceu o fardamento do Primeiro Almirante. O Batalhão de Artilharia da Marinha do Rio de Janeiro [ que em 1847 receberá a denominação de Corpo de Fuzileiros Navais] conservou o fardamento português, com tope, recebendo plano de fardamento pelo Decreto de 17 de agosto de 1826. A disciplina apresentava-se com displicência; no entanto, objetivando incentivar os seus integrantes, o Imperador perdoou todos os soldados presos pelo Decreto de 12 de outubro de 1822. Seu efetivo era de 54 oficiais, 74 sargentos, 71 cabos, 3759 soldados, 38 músicos e 36 corneteiros. Decreto de 24 de outubro de 1822, criou o lugar de Cirurgião-mor da Armada sendo para ele nomeado Francisco Júlio Xavier com a graduação de Primeiro-Tenente. Decisão de 24 de agosto de 1824, nomeou vários cirurgiões e fixou seus vencimentos. Para manter a disciplina na Marinha o governo imperial conservou o Regimento Provisional aprovado por decreto de 20 de junho de 1796 pelo príncipe D. João, e os Artigos de guerra para manter na sua devida ordem o serviço de disciplina das minhas esquadras e Armada real, aprovados pelo mesmo príncipe em 25 de setembro de 1799 e ratificados por Alvará em 26 de abril de 1800. Importava para o Império, que precisava impor-se no conserto das Nações, possuir uma Força Militar Terrestre com indispensável poder de dissuasão. D. Pedro I logo se declarou seu generalíssimo. E nomeou para Ministro da Guerra o Brigadeiro Luís Pereira da Nóbrega de Sousa Coutinho, nascido no Brasil, em Angra dos Reis, em 27 de junho de 1822 [ portanto antes da Independência], substituído em 28 de outubro pelo Coronel João Vieira de Carvalho, português de Olivença; este manteve-se no cargo até 3 de agosto de 1824 já no posto de Brigadeiro [ foi agraciado com os títulos de Barão, Conde e Marquês de Lages] Adotando o mesmo princípio utilizado na Marinha, o governo imperial permitiu que militares portugueses optassem por servir o Império dando-lhes o prazo de quatro meses para se manifestarem. Visando aumentar o efetivo, atraiu estrangeiros engajando bávaros e, depois, já em 1827, irlandeses. 5 Todos praças recrutados por Schäfer, na região da futura Alemanha, e pelo Coronel Crotter na Irlanda. Segundo depoimento de Felisberto Caldeira Brandt “a maior parte desses mercenários são velhos cansados ou moços arruinados pelas doenças venéreas. Estes homens, velhos e estropiados, nunca prestam serviços e foram o maior obstáculo aos movimentos do Exército”. D. Pedro I criou, em 8 de janeiro de 1823, o primeiro regimento desses mercenários estrangeiros: compunha-se de um Estado-Maior e três batalhões de 834 homens cada. Além do batalhão de mercenários, o governo criou, em 2 de outubro de 1822, o Batalhão de Henriques da Corte constituído de negros forros. Em 1 de dezembro, foi a vez da Imperial Guarda de Honra, unidade de cavalaria, com Estado Maior e três esquadrões de 158 homens cada. Em 13 de janeiro de 1823, criou o Batalhão do Imperador, cujo objetivo era combater na Província da Bahia; tinha Estado Maior e seis companhias totalizando 735 homens. Apesar desses esforços, ainda havia a necessidade de praças em decorrência das lutas que se abriam contra as forças militares portuguesas e os simpatizantes da causa de Portugal. Foi, então, aberto o voluntariado e estabelecido o Depósito Geral de Recrutas. O recruta ao começar a sua vida militar recebia uma esteira para dormir, comprava uma tigela, um prato de barro e uma faca sem ponta. O seu engajamento podia durar 8 anos. Não houve a necessidade de contratação de oficiais estrangeiros para o Exército. Contentouse o governo em aceitar os serviços do general francês Pierre Labatut, admitido como brigadeiro por Decreto de 3 de julho de 1822. E não desprezou o oferecimento de outro francês, Emille Louis Mallet, alistado no Exército em 13 de novembro de 1822 como primeiro cadete. Jacques Antoine Marc de Beaurepaire, também francês, encontrava-se ao serviço de Portugal mas optou pelo Império e colaborou pela Independência. Igualmente impossibilitado de modificar os uniformes das tropas de terra, o governo utilizou o recurso do tope, já citado. Somente em 7 de outubro de 1823 o governo imperial fixou o primeiro plano de uniformes para a força terrestre, com predomínio da cor azul. A folhagem de carvalho que figurava nos bordados dos generais portugueses foi mantida. A Imperial Guarda de Honra usava uniforme branco com enfeite vermelho, dragonas de ouro e correame preto, bem ao gosto dos dragões austríacos. Não há documentação sobre o uniforme usado pelo Batalhão do Imperador. Conservou-se a hierarquia dos postos de oficiais segundo o modelo português: marechal de exército, tenente-general, marechal de campo e brigadeiro, estes oficiais generais, seguindo-se coronel, tenente-coronel, major, capitão, tenente e alferes. Praças: sargento-ajudante, sargentoquartel-mestre e furriel. Alguns estabelecimentos já existentes, como a Casa do Trem, a Fábrica de Pólvora [na Lagoa Rodrigo de Freitas] e a Fábrica de Armas [no morro da Conceição] mereceram a atenção do governo 6 mas não houve tempo e recursos de neles serem efetuadas grandes transformações. O mesmo ocorreu com as fortificações ao longo da costa ou existentes na linha de fronteira terrestre, erigidas em épocas diversas do período colonial. O Hospital Real Militar e Ultramar, estabelecido no Rio de Janeiro desde fins de 1768 ou início de 1769, no Colégio dos Jesuítas no morro do Castelo, tratava praças do Exército e da Armada; perdeu o título de Real mas continuou no mesmo lugar. Havia, também, na ilha das Enxadas uma enfermaria para onde eram, por vezes, passadas as praças da Marinha. E prosseguiu sem interrupção o Arquivo Militar, criado em 7 de abril de 1808. Em 20 de fevereiro de 1824, o governo instalou o Quartel General da Corte [no mesmo prédio do Campo de Santana mandado construir pelo Conde de Linhares] e mais os seguintes novos cargos: Governador das Armas, Ajudante General, Deputado do Ajudante General e outros cargos menores. Mas só no final deste ano de 1824, a 1 de dezembro, Decreto Imperial organizou o Exército. Ficou constituído de Infantaria com 22 Batalhões de Caçadores, 4 de Granadeiros e o Batalhão do Imperador [cada batalhão possuía entre 735 e 879 homens]; Cavalaria, com 7 Regimentos de 620 homens cada, e a Imperial Guarda de Honra; e Artilharia, com 17 Corpos, sendo 12 de posição e 5 montados. A tabela de soldos foi estabelecida por Decreto de 28 de março de 1825. Impossibilitado de adquirir armamento novo para o Exército, o governo imperial teve de utilizar aquele que se encontrava aproveitável desde os derradeiros momentos do período colonial e reino. O infante dispunha de espingarda de pederneira, de carregamento pela boca, que atirava projétil esférico de chumbo de pouco alcance; o soldado fazia o cartucho; como acessórios, a vareta, o martelinho, o sacatrapo e a baioneta. Havia ainda lanças curtas, espadas, clavinas, martelinhos, sacatrapo e pistola de pederneira, estas usadas pelos cavalarianos. A Artilharia contentou-se com os canhões existentes, semelhantes aos da Marinha, e alguns poucos comprados na Inglaterra. Não houve interrupções nas aulas da Academia Militar, criada pelo príncipe regente D. João por Carta-Régia de 4 de dezembro de 1810. Funcionava em prédio que ainda hoje existe no Largo de São Francisco, no Rio de Janeiro. Constitui uma tarefa quase impossível listar o nome de todos os oficiais e praças que formaram o Exército nesta fase do após Independência. O Livro Mestre ou Almanaque Militar só foi criado em 27 de novembro de 1827. Em todas as Províncias havia uma tropa de segunda linha, denominada milícia, que arcava com a incumbência do policiamento urbano. Estavam relacionados ao todo 89 batalhões de caçadores, 39 corpos de cavalaria e alguns corpos de artilharia. Não existia grande diferença de fardamento com relação à tropa de primeira linha ou Exército; alguns corpos usavam penachos verde-amarelos na cobertura, motivo pelo qual o povo apelidou estes militares de periquitos. Nem 7 todos primavam por exemplar disciplina; em outubro de 1824 houve revolta em Salvador, Província da Bahia, com a morte do comandante da tropa. Nesta segunda linha distinguia-se um corpo especial: a Divisão Militar da Guarda de Polícia da Corte, criada em 13 de maio de 1809. Estava formada por 3 companhias de infantaria e 1 de cavalaria, alojadas no Campo de Santana, no Valongo, na Prainha [Praça Mauá] e no Campo da Ajuda. Finalmente, o mais importante órgão da Justiça Militar, o Conselho Supremo Militar, conservou-se da mesma forma como fora criado pelo príncipe regente D. João em 1 de abril de 1808. Era composto de oficiais generais da Marinha e do Exército. Ao longo do ano de 1823, o Imperador nomeou um Conselheiro e preencheu 3 vagas de Vogal. Totalizava 17 membros. Bibliografia Barreto, Filho, Mello e Lima, Hermeto, Historia da Policia do Rio de Janeiro – 1565-1831, Rio de Janeiro, Editora A Noite, 1939. Barroso, Gustavo, Uniformes do Exército Brasileiro, Rio de Janeiro, 1922. Barroso, Gustavo, História Militar do Brasil, São Paulo, Comp. Editora Nacional, segunda edição, 1938. Boiteux, Henrique, Os nossos almirantes, Rio de Janeiro, Imprensa Naval, I Volume, 1915. Bravo, M. Pinto, Curso de História Naval, Rio de Janeiro, Serviço de Documentação Geral da Marinha, segunda edição, 1959. Calmon, Pedro, História do Brasil, 5 volumes, São Paulo, Comp. Editora Nacional, 1947. 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