0 UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Administração Danielli Venancio Consentino Dorely da Silva Carvalho Mariane Fonseca Pires de Souza Rafaela de Freitas Alves PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO VOLTADO PARA A GESTÃO E DESENVOLVIMENTO DE UMA EMPRESA Estocar Estofados Guarantã – Guarantã/SP LINS – SP 2011 0 DANIELLI VENANCIO CONSENTINO DORELY DA SILVA CARVALHO MARIANE FONSECA PIRES DE SOUZA RAFAELA DE FREITAS ALVES PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO VOLTADO PARA A GESTÃO E DESENVOLVIMENTO DE UMA EMPRESA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Administração, sob a orientação do Prof.º Me. Irso Tófoli e orientação técnica da Prof.ª Ma. Heloisa Helena Rovery da Silva. LINS – SP 2011 1 Consentino, Danielli Venancio; Carvalho, Dorely da Silva; Souza, Mariane Fonseca Pires de; Alves, Rafaela de Freitas C767p Planejamento estratégico voltado para a gestão e desenvolvimento de uma empresa: Estocar Estofados Guarantã / Danielli Venancio Consentino; Dorely da Silva Carvalho; Mariane Fonseca Pires de Souza; Rafaela de Freitas Alves. – – Lins, 2011. 97p. il. 31cm. Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Administração, 2011. Orientadores: Irso Tófoli; Heloisa Helena Rovery da Silva 1. Planejamento Estratégico. Ferramentas Estratégicas. I Título. 2. CDU 658 Empresa Familiar. 3. 2 DANIELLI VENANCIO CONSENTINO DORELY DA SILVA CARVALHO MARIANE FONSECA PIRES DE SOUZA RAFAELA DE FREITAS ALVES PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO VOLTADO PARA A GESTÃO E DESENVOLVIMENTO DE UMA EMPESA Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, para obtenção do título de Bacharel em Administração. Aprovada em: ____/____/____ Banca Examinadora: Prof. Orientador: Irso Tófoli Titulação: Mestre em Administração pela CNEC/FACECA - MG Assinatura: 1º Prof(a): Titulação: Assinatura: 1º Prof(a): Titulação: Assinatura: 3 Agradeço a Deus pela presença constante em minha vida, sempre iluminando meu caminho. Sinto que com o senhor ao meu lado posso enfrentar qualquer obstáculo, obrigada por essa conquista. Aos meus pais Ednei e Maria Aparecida, agradeço pela dedicação, amor incondicional e apoio constante. Acho que nunca poderei retribuir o que fizeram por mim, devo tudo a vocês, minha educação, meus valores e minha vida. Sem vocês esse sonho não seria possível, obrigada por me proporcionar essa alegria tão grande. Que Deus ilumine sempre nossa família! Amo muito vocês! Ao meu irmão Gustavo, que mesmo estando longe, sempre me deu força para essa realização. Você é muito especial! Ao meu namorado Ricardo, que trouxe alegria nos dias difíceis, que sempre me incentivou e compreendeu minha ausência durante a realização desta pesquisa, obrigada pelo amor e carinho a mim dedicados. Te amo! Aos nossos orientadores Irso e Heloisa, que contribuíram com seus conhecimentos nos apoiando em todo o trabalho, obrigada pela atenção e incentivo. As minhas amigas Dorely, Mariane e Rafaela, vocês foram essenciais para a realização desse sonho, agradeço a Deus por ter colocado pessoas tão especiais na minha vida. Levarei nossa amizade para sempre, espero passar por mais momentos de alegria com vocês. Obrigada por tornarem meus dias mais divertidos! Danielli Venancio Consentino 4 Dedico este trabalho a Deus, que sempre esteve ao meu lado nos momentos bons e me carregou em seus braços nos momentos de dificuldade, ouvindo as minhas orações, iluminando meus caminhos e servindo de inspiração para a minha vida. Aos meus amados pais Dorival e Sueli, que uniram seus nomes para criar o meu, provando o imenso amor deles por mim desde que nasci. Agradeço pelos valores que me foram ensinados, por toda dedicação, confiança e por serem exemplo para mim, afinal os filhos são a cópia caprichada dos pais. É com vocês que sonharam esse sonho comigo que tenho o privilégio de comemorar mais essa conquista. Meu irmão Henrique, que mesmo longe, acompanhou meu esforço e torceu para que este dia especial chegasse. Ao meu namorado Rafael pelo apoio e compreensão, principalmente nos momentos em que precisei me ausentar para desenvolver a monografia. Obrigada amor, pelas orações, carinho e paciência. Te amo! Aos professores Irso e Heloisa que acreditaram nas ideias do grupo, nos motivaram e também contribuíram com seu profissionalismo para a realização deste trabalho. Por fim, agradeço as minhas companheiras e amigas Danielli, Rafaela e Mariane por tornarem nossos encontros produtivos e sempre muito engraçados. Deus abençoe suas vidas e que momentos como o que estamos vivendo sempre se repitam, pois para aqueles que crêem e não desistem os sonhos de Deus jamais vão morrer. Aleluia! Dorely da Silva Carvalho 5 Há tantos a agradecer, por tanta afeição dedicada a mim, que para não correr o risco da injustiça, agradeço de antemão a todos que de alguma forma passaram pela minha vida e contribuíram para a construção de quem sou hoje. E agradeço, em especial, a algumas pessoas pela contribuição direta na construção deste projeto: Aos meus pais, João e Marli, que formaram os fundamentos do meu caráter e que sempre estiveram presentes, proporcionando-me a base para a conquista de meus objetivos. E a minha avó Nair que ocupa em minha vida um lugar de segunda mãe, que não mede esforços para me ver feliz. Ao meu namorado, Paulo Otávio, que representa meu porto seguro em todos os aspectos, meu companheiro incondicional, que mesmo me ausentando de sua companhia em prol da pesquisa não deixou de me apoiar. Ao meu irmão, Thiago, pelos momentos alegres que vivemos na infância e pelos momentos especiais que passamos atualmente em família. Ao nosso grupo, Danielli, Dorely e Rafaela, que tornaram os momentos exaustivos de pesquisa em momentos divertidos e inesquecíveis. Aos queridos professores, Irso e Heloísa, por toda paciência e disponibilidade dedicada a nós. E, por fim, a Ele que me faz mais forte a cada dia. Deus, a você dirijo minha maior gratidão, obrigada por todos os momentos vividos e por Tua constante proteção. Acredito que cada pessoa que passa em nossa vida é única. Sempre deixa um pouco de si e leva um pouco de nós. Há os que levaram muito, mas não há os que não deixaram nada. Obrigada! Mariane Fonseca Pires De Souza 6 Dedico a Deus este trabalho maravilhoso e gratificante que me direcionou, dando forças e saúde para concretizar esta conquista. Dedico ao meu querido amado pai Roberto (in memorian) que esteve presente todos os dias na minha mente e coração, me dando forças para conquistar mais uma fase da minha vida. Espero que onde estiver, ele esteja sentindo muito orgulho de sua filha. Pai, de coração, mente e espírito eu lhe dou um forte beijo e abraço. Dedico em especial a minha maravilhosa mãe Nanci, que é muito importante e única na minha vida e, com o seu jeito amoroso, carinhoso e paciente, sempre esteve ao meu lado me incentivando a cada dia que passou. Foi no exemplo dessa mulher guerreira que eu me agarrei para conquistar mais essa etapa na minha vida. Mãe, eu te amo muito. A minha experiente e amada irmã Roberta, que com o seu jeito alegre e carinhoso, me impulsionou, incentivou e me deu forças. Ao meu amado namorado Diego, que nunca mediu esforços em estar ao meu lado, me apoiando nos momentos difíceis e felizes da minha vida, e com sua paciência, entendeu os meus momentos de ausência, me dando apoio para chegar onde estou hoje. A minha doce e amada avó Nanci, que com seu jeito meigo e orientador me incentivou para conquistar esse objetivo. Ao meu Tio Angelo, que nunca negou momentos de alegria em minha vida, e foi o seu jeito alegre de enxergar a vida que sempre me incentivou. Ao meu sogro e sogra Gilmar e Janete, que sempre me apoiaram, e nunca deixaram de demonstrar o carinho que sentem por mim. Aos meus cunhados Fabrício, Bruno e Evandro, que sempre me transmitiram alegria e descontração em momentos em que eu estava 7 preocupada com o trabalho. Aos meus queridos orientadores Irso e Heloisa, que não mediram esforços para nos ajudar a realizar este trabalho. E em especial a Danielli, Dorely e Mariane, que foram mais do que amigas e sim verdadeiras irmãs, e me proporcionaram momentos de muita felicidade no decorrer deste trabalho. Vocês estão eternizadas em meu coração. Rafaela de Freitas Alves 8 AGRADECIMENTOS Agradecemos primeiramente a Deus, por nos proporcionar capacidade, inteligência e força de vontade para conquistarmos todos os nossos objetivos, superar os desafios e vencer todas as barreiras e obstáculos. Apesar dos momentos exaustivos e das dificuldades encontradas, o Senhor foi a nossa força e sempre nos inspirou a prosseguir. Agradecemos a empresa Estocar Estofados Guarantã, ao proprietário Carlos Polita, aos funcionários e em especial ao gerente Sergio Alexandre pela atenção e compreensão, por ter fornecido informações necessárias e precisas durante a pesquisa, para assim realizarmos esse trabalho com êxito. Aos nossos orientadores Prof.º Me. Irso Tófoli e Prof.ª Ma. Heloisa Helena Rovery da Silva, que com seus conhecimentos, competência e atenção se prontificaram a nos auxiliar e esclarecer todas as dúvidas. Obrigada por acreditarem em nosso trabalho e o mais importante, pela amizade conquistada. Ao Unisalesiano por oferecer o material necessário para o desenvolvimento da pesquisa e toda estrutura para a realização do curso. Agradecemos também aos demais mestres e funcionários que tivemos o prazer de conhecer e que colaboraram direta e indiretamente nesse trabalho. Com o passar desses quatro anos juntas, descobrimos a verdadeira amizade e a dimensão que cada uma representa para o grupo, nos fazendo acreditar que esse sentimento é puro e sincero. Concretizamos nossa amizade através deste trabalho realizado com muito esforço, garra, dedicação, superação e honestidade de todas. Somos eternamente gratas pela chance de trabalharmos em equipe, trocando conhecimentos e experiências vividas. Dessa forma, fica aqui registrado que a amizade que construímos nesse trabalho, é algo que ficará para sempre em nossa lembrança. Danielli, Dorely, Mariane e Rafaela 9 RESUMO Para se ter uma organização que olhe para o futuro, que aproveite oportunidades, que se previna de ameaças e que procure se manter ativa e próspera em um mundo globalizado e modificável, faz-se necessário o uso do planejamento estratégico. O planejamento estratégico é um processo gerencial eficiente que examina as principais questões da organização, uma vez que considera a análise do ambiente externo e interno e determina um rumo amplo e generalizado para a empresa. Através do planejamento estratégico, as organizações passam a ter um senso de direção, focalizam os esforços dos indivíduos, orientam os planos, a tomada de decisão e avaliam o progresso da empresa. Nas pequenas empresas, o planejamento estratégico estabelece os objetivos e as potencialidades, além de estruturar as ações para que sejam dirigidas para o resultado. O objetivo dessa pesquisa foi avaliar se o planejamento estratégico auxilia no desenvolvimento e gestão de uma empresa familiar de pequeno porte. Foram apresentados no decorrer da presente pesquisa os passos para elaboração e implementação de um planejamento estratégico. Esses passos foram construídos com base nos modelos de planejamento propostos pelos principais autores da área. Foi analisado que a Estocar Estofados Guarantã pode aumentar significativamente seu desempenho e aprimorar seus processos de gestão através do uso do planejamento estratégico. A proposta da pesquisa foi elaborar um modelo de planejamento estratégico voltado à expansão que amplie e antecipe a visão futura dos cenários e mercados, aumente a competitividade e melhore o processo de gestão já que proporciona reflexões e diretrizes para as atividades da organização. Palavras-chave: Planejamento Estratégico. Empresa Familiar. Ferramentas Estratégicas. 10 ABSTRACT To have an organization that looks to the future, to seize opportunities, which prevents threats and seeking to remain active and prosperous in a globalized world and modifiable, it is necessary to use strategic planning. Strategic planning is an effective management process that examines the key issues of organization, since it considers the analysis of external and internal environment and determines a wide and general direction for the company. Through strategic planning organizations now have a sense of direction, focus the efforts of individuals, guiding plans, decision making and evaluate the progress of the company. In small companies the strategic plan establishes the objectives and capabilities, and structures the actions to be led to the result. The aim of this study was to evaluate the strategic planning helps in the development and management of a small family business. It was presented in the course of this research, the steps for developing and implementing a strategic plan. These steps were built based on planning models proposed by leading authors in the field. We analyzed the Store Upholstery Guarantã can significantly increase your performance and improve their management processes through the use of strategic planning. The aim of this research was to develop a strategic planning model that broadens the vision and anticipate future scenarios and markets, increases competitiveness and improves the management process as it provides ideas and guidelines for the organization's activities. Keywords: Strategic Planning. Family Business. Strategic Tools. 11 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Foto do sofá Miragem ........................................................................ 19 Figura 2: Foto do barracão alugado ................................................................. 19 Figura 3: Foto do barracão construído no terreno cedido pela prefeitura ......... 20 Figura 4: Foto do caminhão .............................................................................. 20 Figura 5: Foto do depósito de espumas ........................................................... 20 Figura 6: Foto do processo produtivo ............................................................... 23 Figura 7: Foto do processo produtivo ............................................................... 24 Figura 8: Foto do processo produtivo ............................................................... 24 Figura 9: Empresas moveleiras: divisão por porte (em %) – 2006.................... 29 Figura 10: O planejamento como base para organizar, influenciar e controlar . 31 Figura 11: Níveis de decisão e tipos de planejamento ...................................... 32 Figura 12: Níveis do ambiente da empresa ...................................................... 42 Figura 13: Cinco forças competitivas que determinam a rentabilidade da indústria ............................................................................................................ 44 Figura 14: Análise interna e externa ................................................................. 46 Figura 15: Balanced Scorecard......................................................................... 47 Figura 16: Lançamento de produtos e busca de novos mercados.................... 49 Figura 17: Lançamento de produtos e busca de novos mercados.................... 50 Figura 18: Aspectos envolvidos na implantação da mudança .......................... 53 Figura 19: Organograma da empresa ............................................................... 60 Figura 20: Análise interna e externa da empresa ............................................. 66 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Plano de ação da empresa .............................................................. 70 12 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABIMÓVEL: Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário BCG: Boston Consulting Group BNDES: Banco Nacional do Desenvolvimento BSC: Balanced Scorecard FCS: Fatores Críticos de Sucesso PE: Planejamento Estratégico SWOT: Strengths, Weaknesses, Opportunities and Threats 13 SUMÁRIO INTRODUÇÃO.................................................................................................. 16 CAPÍTULO I - A EMPRESA ESTOCAR ESTOFADOS GUARANTÃ .............. 18 1 DESCRIÇÃO GERAL DA EMPRESA ................................................... 18 1.1 Histórico ................................................................................................. 18 1.2 Área de atuação ..................................................................................... 21 1.3 Empresa familiar .................................................................................... 21 1.4 Processo produtivo ................................................................................. 23 1.5 Concorrentes .......................................................................................... 25 1.6 Clientes .................................................................................................. 25 1.7 Visão da empresa sobre planejamento estratégico ................................ 25 1.8 Perspectivas da empresa ....................................................................... 26 1.9 Setor moveleiro ...................................................................................... 26 1.9.1 Tipos de produção do setor moveleiro ................................................... 27 1.9.2 Tendências para o setor moveleiro ........................................................ 28 1.9.3 O papel das micro e pequenas empresas no setor moveleiro ................ 28 CAPÍTULO II - VISÃO E APLICABILIDADE DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ................................................................................................ 30 2 DESENVOLVIMENTO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO............ 30 2.1 Definição ................................................................................................ 33 2.2 Vantagens e críticas do planejamento estratégico ................................. 34 2.3 Elaboração do planejamento estratégico ............................................... 35 2.3.1 Negócio da empresa .............................................................................. 37 2.3.2 Missão .................................................................................................... 37 2.3.3 Visão . ......................................................................................................38 2.3.4 Objetivos ................................................................................................ 39 2.3.5 Análise interna........................................................................................ 40 2.3.6 Análise externa ....................................................................................... 41 14 2.4 Ferramentas estratégicas ....................................................................... 43 2.4.1 Modelo das cinco forças de Porter ......................................................... 44 2.4.2 Análise strengths, weaknesses, opportunities and threats (SWOT) ....... 45 2.4.3 Balanced Scorecard ............................................................................... 47 2.4.4 Matriz Boston Consulting Group (BCG).................................................. 48 2.4.5 Matriz produto-mercado ......................................................................... 50 2.5 A influência do PE na gestão e no desenvolvimento das pequenas empresas .......................................................................................................... 51 2.6 Metodologia da implementação .............................................................. 52 2.7 Controle e avaliação do planejamento estratégico ................................. 54 CAPÍTULO III - O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO APLICADO NA EMPRESA ESTOCAR ESTOFADOS GUARANTÃ.......................................... 56 3 APLICAÇÃO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO .......................... 56 3.1 Aplicação do planejamento estratégico na empresa .............................. 56 3.1.1 Definição do negócio .............................................................................. 57 3.1.2 Estabelecimento da missão.................................................................... 57 3.1.3 Estabelecimento da visão....................................................................... 58 3.1.4 Objetivos da empresa ............................................................................ 59 3.1.5 Análise interna da empresa .................................................................... 59 3.1.5.1 Estrutura da organização ...................................................................... 60 3.1.5.2 Instalações físicas ................................................................................. 61 3.1.5.3 Técnicas de produção ........................................................................... 61 3.1.5.4 Cultura organizacional .......................................................................... 61 3.1.6 Análise externa da empresa ................................................................... 62 3.1.6.1 Ambiente geral ...................................................................................... 62 3.1.6.1.1 Variáveis tecnológicas ....................................................................... 62 3.1.6.1.2 Variáveis políticas .............................................................................. 62 3.1.6.1.3 Variáveis econômicas ........................................................................ 63 3.1.6.1.4 Variáveis legais .................................................................................. 63 3.1.6.1.5 Variáveis demográficas ...................................................................... 64 3.1.6.1.6 Variáveis geográficaS ........................................................................ 64 3.1.6.2 Ambiente operacional ........................................................................... 65 15 3.1.6.2.1 Concorrentes ..................................................................................... 65 3.1.6.2.2 Clientes .............................................................................................. 65 3.1.6.2.3 Fornecedores ..................................................................................... 65 3.1.7 Análise dos pontos fortes e fracos e das oportunidades e ameaças através da ferramenta SWOT ........................................................................... 66 3.1.8 Metodologia da implementação .............................................................. 70 3.1.9 Controle e avaliação ............................................................................... 71 3.2 Considerações finais .............................................................................. 71 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ..................................................................... 73 CONCLUSÃO ................................................................................................... 74 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 76 APÊNDICES ......................................................................................................80 ANEXOS............................................................................................................87 16 INTRODUÇÃO Em meio à evolução dos mercados, torna-se essencial que as empresas definam seus objetivos e estratégias, a fim de atingir melhores resultados, fortalecendo seu posicionamento e crescimento no mercado. Planejamento estratégico é o processo contínuo que contempla uma visão do futuro e ajuda o profissional a organizar suas ideias e redirecionar suas atividades facilitando a tomada de decisão. Para as empresas de pequeno porte e de gestão familiar, o planejamento estratégico é ainda mais essencial, pois auxilia na melhor maneira de utilizar suas capacidades, minimizando a perda de recursos e de energia em atividades que não levarão para o caminho correto, além de contribuir para a sua gestão e direcionar os esforços para identificação dos problemas existentes que impedem seu desenvolvimento. Quando não se tem um plano estratégico para a condução dos negócios, fica difícil identificar as necessidades, oportunidades e o tempo necessário para iniciar a implementação das medidas com a devida antecedência. Por isso, é de extrema importância que se conheça o ambiente em que a empresa está inserida, seus valores, sua visão, seus objetivos e a missão que se propôs a cumprir. A presente pesquisa tem como objetivo avaliar se o planejamento estratégico auxilia no desenvolvimento e gestão de uma empresa familiar e de pequeno porte, através da análise do ambiente a fim de fundamentar as técnicas do planejamento estratégico e avaliar as vantagens de sua aplicação. Para isso, partiu do seguinte questionamento: A implantação do planejamento estratégico contribui na gestão e desenvolvimento de uma empresa familiar? Diante implementação desse do questionamento, planejamento surgiu estratégico a hipótese contribui na de que a gestão e desenvolvimento de uma empresa familiar, pois amplia e antecipa a visão futura dos cenários e mercados. A pesquisa foi realizada na empresa Estocar Estofados Guarantã, localizada na Rua Otaviano Piza, n° 1010, na cidade de Guarantã/SP. A 17 empresa trabalha na fabricação de estofados e é considerada uma empresa de pequeno porte com gestão familiar. A presente pesquisa utilizou uma metodologia de elaboração do planejamento estratégico a fim de contribuir para a concretização do objetivo da empresa de expandir as frentes de mercado para a região de Ribeirão Preto, SP. Para a concretização dessa hipótese, foram utilizados os métodos e técnicas de pesquisa descritos no capítulo III. O trabalho está assim estruturado: Capítulo I – Aborda o histórico, principais realizações, produtos e estrutura da empresa. Capítulo II – Fundamenta a teoria do planejamento estratégico e sua abordagem contextual para a correta percepção da sua relevância no processo decisório nas empresas. Capítulo III – Aborda a necessidade de a empresa usufruir do planejamento estratégico para obter melhores resultados. Encerrando o trabalho, são apresentadas a Proposta de Intervenção e a Conclusão. 18 CAPÍTULO I A EMPRESA ESTOCAR ESTOFADOS GUARANTÃ 1 DESCRIÇÃO GERAL DA EMPRESA 1.1 Histórico Em 1994, a Estocar Estofados Guarantã dava início às suas atividades na cidade de Guarantã-SP. A ideia de fabricar estofados surgiu de uma conversa entre Carlos Polita e Sérgio Alexandre durante uma viagem para Bauru. Carlos Polita era agricultor e possuía uma plantação de melancias e Sérgio Alexandre era proprietário de uma loja de materiais de construção voltada para o segmento de acabamentos. A necessidade de aumentar seus ganhos fez com que a ideia inusitada de fabricar estofados fosse levada a sério e colocada em prática. Com a falta de conhecimento sobre o produto, compraram e desmontaram um sofá a fim de colher informações sobre sua estrutura. Verificaram medidas das madeiras, quantidades de pregos utilizados e a metragem de espumas e tecidos. Conhecendo a matéria-prima utilizada, foram até a cidade de Marília, adquiriram o material e deram início na fabricação do primeiro sofá, que foi chamado de Miragem, simbolizando a esperança dos cunhados em construir um novo futuro através da fabricação de sofás. Ao término, o produto foi aprovado pela família e colocado à venda na loja de materiais para construção de Sérgio, sendo vendido e o dinheiro decorrente da venda foi poupado para a compra de matérias-primas e investido na produção de mais dois sofás, iniciando, assim, as atividades da fábrica. A empresa foi aberta em nome de Carlos Polita e Sérgio Alexandre assumiu o papel de gerente geral. A intenção inicial era produzir em grande escala e vender para lojistas. 19 Fonte: Arquivo do proprietário, 1994. Figura 1: Foto do sofá Miragem. A empreitada individual chegou ao limite, pois com o sucesso do empreendimento, Carlos teve de alugar um barracão e novos colaboradores passaram a fazer parte do negócio, acompanhando o crescimento da empresa. Fonte: Arquivo do proprietário, 1997. Figura 2: Foto do barracão alugado. O primeiro grande cliente foi a loja Sala de Visitas, localizada no município de Garça - SP, que encomendou a produção mensal de quinze jogos de sofás, fortalecendo, assim, a participação da Estocar Estofados Guarantã no mercado de móveis. No ano de 1999, Carlos recebe a doação de um terreno da prefeitura com intuito de ampliar a fábrica e gerar empregos para a cidade, favorecendo seu desenvolvimento. 20 Fonte: Arquivo do proprietário, 1999. Figura 3: Foto do barracão construído no terreno cedido pela prefeitura. Com essa conquista foi possível o aumento da produção e a expansão do negócio, consolidando posição da empresa no mercado de estofados. Fonte: Arquivo do proprietário, 2007. Figura 4: Foto do caminhão. Fonte: Fotografado pelos autores, maio 2011. Figura 5: Foto do depósito de espumas. 21 Atualmente, a Estocar Estofados Guarantã conta com vinte colaboradores, dois representantes comerciais, uma frota com dois caminhões tipo baú. A fábrica tem 1300 m² e o depósito de espumas conta com 280 m². 1.2 Área de atuação A Estocar Estofados Guarantã atende um raio de 300 km, atuando nos municípios de Ourinhos, Presidente Prudente, Andradina e Três Lagoas. A região da grande São Paulo não está inclusa nos planos de atuação da empresa, pois nela já estão instaladas várias indústrias do setor, ressaltando que os custos para entrega seriam maiores, obrigando o aumento significativo no valor de venda, prejudicando sua competitividade na região. 1.3 Empresa familiar A Estocar Estofados Guarantã caracteriza-se como uma empresa de pequeno porte de gestão familiar, fundada por Carlos Polita e administrada pelo seu cunhado Sérgio Alexandre, sendo a maioria dos funcionários parte da família, tornando-se necessário conceituar empresa familiar para compreender melhor o ambiente da empresa. O Brasil tem entre 6 a 8 milhões de empresas, onde 90% delas são empresas familiares. Seja grande, média ou pequena, as empresas familiares têm um papel significativo no desenvolvimento econômico, social e até político de vários países. (NO BRASIL..., 2005). A empresa familiar difere de muitas maneiras dos demais tipos de empresa. Por exemplo, a tomada de decisões é normalmente mais complexa, uma vez que envolve uma mistura de valores e interesses familiares e comerciais. (LONGENECKER et al., 2007, p. 82). A maior parte das indústrias moveleiras carrega o forte personalismo de 22 seus proprietários como marca registrada da empresa. São poucas as que costumam contratar executivos de alto nível para a gestão e postos de comando, sendo estes cargos ocupados por pessoas pertencentes ao círculo familiar. (ESTUDOS DE MERCADO..., 2008). Segundo Drucker (2001), a empresa familiar requer três regras próprias, as quais têm que ser estritamente observadas: a) primeira regra: os membros da família não deverão trabalhar na firma a não ser que sejam tão competentes quanto qualquer outro empregado que não seja da família; b) segunda regra: não importa quantos membros da família façam parte da administração da empresa, nem seu grau de competência, um dos cargos mais altos será sempre ocupado por alguém que não é membro da família; e c) terceira regra: a empresa administrada por uma família, exceto as muito pequenas, precisa ocupar um número cada vez maior de cargos-chave com profissionais não-parentes. Vale ressaltar que uma empresa de fundador sem herdeiros não é uma empresa familiar, por mais que sofra as influências de uma personalidade, a empresa familiar é aquela em que a consideração da sucessão da diretoria está ligada ao fator hereditário e onde os valores acompanham a figura do fundador ou sobrenome da família. (LODI, 1998). Portanto, a tarefa de preparar os membros de uma família para seguir uma carreira e, sobretudo, para assumir papel de liderança na empresa é difícil e às vezes frustrante. Os requisitos profissionais e gerenciais tendem a ficar entrelaçados com os sentimentos e os interesses da família. (LONGENECKER et al., 2007). As empresas que atuam hoje no mercado nacional em geral foram fundadas pelos pais ou pelos avós de quem as administram atualmente. (ESTUDOS DE MERCADO..., 2008). A Estocar Estofados Guarantã ainda é administrada pelo seu fundador. O proprietário mostra-se preocupado com a sucessão em sua empresa, tomando medidas para transferência de poder, sendo uma delas a inserção dos seus filhos no processo produtivo, para que, assim, eles tenham conhecimento do negócio como um todo. 23 A saúde e a sobrevivência da empresa familiar requerem um equilíbrio próprio dos negócios e interesses da família, caso contrário, os resultados serão insatisfatórios para ambos. (LONGENECKER; MOORE; PETTY, 1997). Atualmente, a Estocar Estofados Guarantã não possui em seu quadro de funcionários profissionais de gestão que não sejam membros da família. 1.4 Processo produtivo O processo produtivo da empresa é basicamente artesanal e ocorre mediante a chegada de pedidos que são repassados ao gerente geral pelos representantes comerciais, sendo feita a contagem da quantidade que irá ser produzida no período. Logo após são entregues a produção para as seguintes etapas produtivas: a) marcenaria e madeiramento: essa primeira etapa é realizada por cinco funcionários que têm a função de cortar a madeira nas medidas exatas e realizar o madeiramento do estofado; . Fonte: Fotografado pelos autores, fevereiro 2011. Figura 6: Foto do processo produtivo. b) costura e corte: na segunda etapa são cortados e costurados os tecidos de acordo com cada modelo de estofado fabricado. Esta função tem como responsáveis quatro funcionários; 24 Fonte: Fotografado pelos autores, fevereiro 2011. Figura 7: Foto do processo produtivo. c) tapeçaria: nessa última etapa nove funcionários realizam o corte das borrachas e espumas, a colagem, a grampeação dos tecidos e a embalagem dos estofados prontos. Em seguida, são montadas as cargas e um funcionário fica responsável pelas entregas. Fonte: Fotografado pelos autores, fevereiro 2011. Figura 8: Foto do processo produtivo. O processo produtivo da Estocar conta com a colaboração de seus fornecedores para a conclusão dos estofados no prazo de 15 dias. Seus principais fornecedores são: Colchões Castor que fornece espumas, Meneguel que fornece os tecidos, João Lamon que fornece madeira e Grampojam que fornece os grampos. Seu período de sazonalidade ocorre nos meses de outubro, novembro e dezembro, aumentando o volume de pedidos e, para suprir essa demanda, é 25 realizado trabalho extraordinário, não havendo contratação de funcionários temporários. A qualidade é um fator primordial durante todo o processo produtivo, tendo como diferencial o cascão, que é uma espuma que fica embaixo da borracha, garantindo maior durabilidade do produto. 1.5 Concorrentes Seu principal concorrente é a empresa Linoforte localizada no município de Osvaldo Cruz, que está no mercado há mais de quatro décadas. Possui 52 mil m² de área total, sendo 28 mil m² de área construída, responde por 6% do mercado nacional, conta com aproximadamente 600 colaboradores diretos, produz em média de três a quatro mil jogos por mês. (LINOFORTE, 2011). 1.6 Clientes Seus principais clientes são as lojas B. C. Sales localizada em OurinhosSP, que compra em torno de 50 jogos de estofados mensais, a Pinheiro localizada em Penápolis-SP, cujo pedido é de 30 jogos mensais e a Móveis Alex localizada em Guarantã-SP, com a compra de 30 jogos mensais. 1.7 Visão da empresa sobre planejamento estratégico A Estocar Estofados Guarantã acredita na importância de construir planos estratégicos, já que sente a necessidade de ter uma visão do futuro, pois acredita que em meio a cenários turbulentos é importante que as empresas tenham objetivos bem definidos, ressaltando a relevância de ter planos alternativos, evitando decisões precipitadas, porém a Estocar não 26 realiza planejamento estratégico, tendo como uns dos principais fatores a falta de tempo dos gestores em formalizar planos, já que todo o trabalho é centralizado no proprietário e no gerente. O designer dos sofás é baseado a partir de critérios que atendem a percepção do proprietário e do gerente. Não há uma identificação mais precisa do perfil dos clientes e consumidores atuais e potenciais, bem como dos meios e das ferramentas que podem ser utilizadas para atingir e atender esses mercados. 1.8 Perspectivas da empresa Devido à estabilidade conquistada na região e à crescente demanda no setor moveleiro, a Estocar tem como perspectivas ampliar as frentes de mercado, visando atender a região de Ribeirão Preto, fechando, assim, o círculo das cidades em volta do município de Guarantã, ou seja, todo o interior do estado de São Paulo, aumentando, consequentemente, sua capacidade produtiva. Para tanto, a empresa adquiriu um terreno com 1000 m² para aumentar sua planta e chegar à produção de 600 jogos mensais. A intenção do proprietário é conseguir instalar a fábrica em um ano e meio até dois anos, para satisfazer a nova demanda proveniente da expansão buscada. 1.9 Setor moveleiro A industrialização de móveis no Brasil teve origem nas pequenas marcenarias que utilizaram os conhecimentos tradicionais para fabricar móveis por processos artesanais. A indústria brasileira de móveis está entre os mais importantes segmentos da indústria de transformação no país, não só pela importância do valor da sua produção, mas também pela sua geração de empregos dentro da 27 indústria nacional. De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário – Abimóvel – a indústria brasileira de móveis é formada por 17.000 micros, pequenas, médias e grandes empresas que geram 269.000 empregos formais. (PANORAMA..., 2009). A indústria moveleira nacional vem crescendo em produção e faturamento e em valores monetários o setor produziu em 2009 R$ 19,0 bilhões, o que é equivalente a 1,3% do valor do faturamento da indústria de transformação. (PANORAMA..., 2009). São Paulo representa 30% da produção brasileira de móveis, gerando uma receita de aproximadamente US$ 2,8 bilhões ao ano e representa aproximadamente US$ 4 bilhões em vendas de móveis no mundo. (ESTUDOS DE MERCADO..., 2008). No Estado de São Paulo, a indústria de móveis apresenta produção geograficamente dispersa, espalhando-se pela capital e pelo interior do estado, mas é possível identificar a existência de duas aglomerações regionais bem definidas: a da Grande São Paulo e a do Noroeste Paulista. (ESTUDOS DE MERCADO..., 2008). 1.9.1 Tipos de produção do setor moveleiro O tipo de produção utilizado pela indústria moveleira determina as características específicas do produto, da comercialização e das formas de distribuição para o consumidor. As duas formas básicas de produção dos móveis são: produção seriada e sob encomenda. (ESTUDOS DE MERCADO..., 2008). a) produção seriada: os móveis retilíneos seriados são lisos, sem detalhes sofisticados de acabamento e com desenhos simples e de linhas retas. A alta tecnologia e o grau de automação das grandes empresas fazem com que a produção de móveis seriados por micro e pequenas empresas seja quase impossível; b) produção sob encomenda: no caso dos móveis sob encomenda, 28 cabe mencionar a presença de uma multiplicidade de micro pequenas empresas, geralmente seguindo o modelo de negócio de marcenarias. Os equipamentos e instalações são geralmente simples, o trabalho é predominantemente artesanal e focam seus produtos em mercados regionais. A produção de móveis apresenta características de sazonalidade, sobretudo no fim de ano, período típico de maior incidência de compras de móveis, isto ocorre devido o recebimento do 13º salário. (ESTUDOS DE MERCADO..., 2008). 1.9.2 Tendências para o setor moveleiro Mostra-se como tendências para o setor o aumento da demanda de móveis devido o programa Minha Casa, Minha Vida do governo federal, cujo objetivo é a produção de unidades habitacionais. Outro fator relevante é o fato de as pessoas conquistarem independência e passarem a morar sozinhas em pequenos apartamentos, o que favorece a produção de móveis menores. Já no segmento de móveis para escritórios, o uso de estofados em suas recepções, ao invés das tradicionais cadeiras, passa a ser uma novidade. Em relação aos estofados para residências, a tendência é que os mesmos sejam maiores, possibilitando sua expansão a fim de oferecer mais espaço e conforto. 1.9.3 O papel das micro e pequenas empresas no setor moveleiro As empresas de micro, pequeno e médio porte têm importância fundamental na indústria moveleira nacional, tanto como produtoras quanto como fornecedoras. Dentre as mais de 16 mil empresas formalizadas da indústria moveleira nacional (ou seja, sem contar o grande número que opera 29 na informalidade), 75% são empresas que empregam até 9 pessoas; 21% empregam de 10 a 49 funcionários, 2% empregam entre 50 e 99 empregados e os 2% restantes, as grandes empresas, possuem mais de 100 empregados. (ESTUDOS DE MERCADO..., 2008). Empresas Moveleiras - Por Porte Micro Empresa Pequeno Porte Médio Porte Grande Porte Fonte: Estudos de mercado, 2008. Figura 9: Empresas moveleiras: divisão por porte (em %) – 2006. Umas das principais entidades de apoio a micro e pequenas empresas do setor moveleiro é o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) que se destina, principalmente, ao financiamento para a aquisição de novas máquinas e para suprir capital de giro. (ESTUDOS DE MERCADO..., 2008). 30 CAPÍTULO II VISÃO E APLICABILIDADE DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 2 DESENVOLVIMENTO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO O cenário empresarial se depara frequentemente com transformações severas provenientes de diversas fontes, sejam governamentais, tecnológicas, demográficas ou econômicas. E em virtude dessas pressões, as organizações devem munir-se de ferramentas que propiciem sua sobrevivência no mercado competitivo. A fim de antever possíveis ameaças e oportunidades faz-se necessário o uso do planejamento que consiste em direcionar as ações das empresas para alcançar os objetivos do negócio. Segundo Bateman e Snell (2009, p. 117): “Planejamento é o processo consciente, sistemático de tomar decisões sobre metas e atividades que um indivíduo, um grupo, uma unidade de trabalho ou uma organização buscarão no futuro”. Existe certa dificuldade em conceituar a função do planejamento nas empresas, de estabelecer sua real amplitude e abrangência. O planejamento estratégico (PE) não deve ser confundido com previsão, projeção, predição e resolução de problema, mas deve ser visto como um conjunto de providências a serem tomadas pelo executivo para a situação em que o futuro tende a ser diferente do passado. (OLIVEIRA, 2007). A utilização do planejamento estratégico de forma coerente e alinhada à realidade da empresa é uma excelente arma competitiva, por isso é importante que os gestores conheçam os elementos do planejamento estratégico e suas funções, assim como as mudanças que ocorrem no mercado de trabalho, pois elas influenciarão nas estratégias da empresa. Planejar é a função básica; organizar, influenciar e controlar são os resultados do planejamento. Portanto, somente depois de desenvolverem seus planos é que os gerentes podem determinar como querem estruturar sua organização, alocar seus funcionários e estabelecer controles organizacionais. 31 (CERTO, 2003). Controlar Organizar Influenciar Atingindo Objetivos Planejamento Fonte: Certo, 2003, p. 104. Figura 10: O planejamento como base para organizar, influenciar e controlar. Segundo Chiavenato (2004), o planejamento pode incluir períodos de longo a curto prazo, assim como envolver a organização inteira, um departamento ou ainda uma tarefa, sendo, portanto, uma função administrativa que se distribui entre todos os níveis hierárquicos. Considerando esses níveis, podem-se distinguir três tipos de planejamento, conforme Oliveira (2007): a) planejamento estratégico: é o processo administrativo que proporciona sustentação mercadológica para se estabelecer a melhor direção a ser seguida pela empresa; é de responsabilidade dos níveis mais altos e diz respeito tanto à formulação de objetivos quanto à seleção dos cursos de ação a serem seguidos para sua consecução, levando em conta as condições externas e internas à empresa e sua evolução esperada; b) planejamento tático: tem por objetivo otimizar determinada área de resultado e não a empresa como um todo; é desenvolvido pelos níveis organizacionais intermediários, tendo como principal finalidade a utilização eficiente dos recursos disponíveis para consecução de objetivos previamente fixados no planejamento 32 estratégico; c) planejamento operacional: pode ser considerado como a formalização, principalmente através de documentos escritos, das metodologias de desenvolvimento e implantação estabelecidas; é elaborado pelos níveis organizacionais inferiores, com foco básico nas atividades rotineiras da empresa. Fonte: Oliveira, 2007, p. 15. Figura 11: Níveis de decisão e tipos de planejamento. O planejamento estratégico, de forma isolada, é insuficiente, uma vez que o estabelecimento de objetivos a longo prazo, bem como seu alcance, resulta numa situação indistinta, pois não existem ações mais imediatas que operacionalizem o planejamento estratégico. A falta desses aspectos é suprida através do desenvolvimento e implantação dos planejamentos táticos e operacionais de forma integrada. (OLIVEIRA, 2007). Não há como fazer uma distinção clara entre as três modalidades de planejamento. Os três tipos coexistem e devem ser trabalhados continuamente. Uma vez estabelecidos, tornam-se a direção para adequar-se as exigências do mercado e criar vantagem competitiva através do aproveitamento das oportunidades e minimização dos riscos. A seguir, será abordada com mais detalhes toda a metodologia de elaboração e implementação do planejamento estratégico nas empresas. A tomada de decisões estratégicas é um dos assuntos mais relevantes na administração. Atualmente, muitas organizações estão mudando as maneiras pelas quais elas desenvolvem e executam os seus planos 33 estratégicos. O planejamento estratégico é uma das formas mais eficientes de se ter gestão do próprio negócio, pois através dele as empresas poderão delinear um futuro esperado e traçar maneiras para alcançá-lo, havendo também a possibilidade de mudar os planos, caso seja necessário, a fim de suprir as necessidades do consumidor, do colaborador e do mercado. (OLIVEIRA, 2007). O planejamento estratégico, se bem aplicado, pode tornar a empresa mais competitiva, atuando como um instrumento de comunicação, de acompanhamento e, principalmente, de aperfeiçoamento do aprendizado nas organizações. (FERREIRA et al., 2005). 2.1 Definição O planejamento estratégico é um processo através do qual a empresa se mobiliza para atingir o sucesso e construir seu futuro por meio de um comportamento proativo, antecipando-se e prevendo eventuais acontecimentos do mercado, considerando seu ambiente atual e futuro. (SAMPAIO, 2004). Conforme Bateman e Snell (2009), planejamento estratégico é o conjunto de procedimentos para a tomada de decisões sobre os objetivos e as estratégias de longo prazo. O estudo de Certo (2003), diz que o planejamento estratégico é de longo alcance e se concentra na organização como um todo. Na sua elaboração, os gerentes se perguntam o que deve ser feito em longo prazo para atingir as metas organizacionais e obter sucesso. O planejamento estratégico é um processo organizacional compreensivo de adaptação através da aprovação, tomada de decisão e avaliação. Procura responder a questões básicas, como: por que a organização existe, o que ela faz e como faz. O resultado do processo é um plano que serve para guiar a ação organizacional por um prazo de três a cinco anos. (CHIAVENATO, 2004, p. 202). 34 Ainda, segundo o autor, o planejamento estratégico apresenta cinco características fundamentais: a) está relacionado com a adaptação da organização a um ambiente em constante mudança; b) é orientado para o futuro, pois sua visão é a longo prazo; c) é compreensivo, pois envolve a organização como um todo; d) é um processo de construção de consenso; e e) é uma forma de aprendizagem organizacional. O planejamento estratégico não deve ser considerado apenas como uma afirmação das aspirações de uma empresa, pois inclui também o que deve ser feito para transformar essas aspirações em realidade. Só é eficiente desde que não seja utópico e que os objetivos traçados sejam alcançáveis. (OLIVEIRA, 2007). Contudo, o planejamento estratégico é um processo dinâmico, necessariamente flexível para incorporar as mudanças imprevistas do ambiente. 2.2 Vantagens e críticas do planejamento estratégico O ato de planejar estrategicamente permite que os gerentes entendam o que ocorre no mercado para poder desenvolver diferenciais sobre os concorrentes e, também, torna possível racionalizar o processo de tomada de decisão, antecipando-se as circunstâncias desfavoráveis do mercado. Conforme Certo (2003), o planejamento estratégico é muito vantajoso para uma organização, pois o alto índice de fracassos de empresas recémabertas se deve basicamente a uma consequência de planejamento inadequado. A falta de planejamento leva a empresa a ser facilmente surpreendida por alterações no mercado, o que a induz agir por improviso e a distância das decisões relacionadas com o objetivo da empresa. O planejamento não elimina o risco, evidentemente, mas ajuda os gerentes a identificar e a lidar com problemas organizacionais que possam 35 surpreender futuramente, assim como identificar as ameaças e oportunidades no ambiente externo. Com essas informações, a empresa poderá determinar as estratégias para que possam aproveitar melhor seus recursos e competências. (CERTO, 2003). Através do planejamento estratégico as organizações passam a ter um senso de direção, focalizam os esforços dos indivíduos, guiam os planos, a tomada de decisão e ajuda avaliar o progresso da empresa. O planejamento estratégico sofreu muitas críticas no passado devido a sua visão limitada do ambiente organizacional. Os modelos tradicionais não se utilizavam de aspectos como criatividade e intuição, o ambiente era definido como previsível e imutável, a organização era vista por partes, sendo a estratégia restrita aos altos níveis, o que resultava na falta de comprometimento dos níveis inferiores. (ICHIKAWA, 2011). Hoje, percebe-se que algumas empresas não utilizam corretamente o planejamento, pois passam muito tempo presas ao ato de planejar, esquecendo-se de suas execuções e controles. (CERTO, 2003). Após a contribuição de vários autores, o planejamento estratégico passou a ganhar uma forma mais adaptável às mudanças internas e externas, percebeu-se, então, que não existe uma forma exata de planejar nas organizações, sendo importante a análise da situação em que a empresa se encontra, para, assim, definir os rumos a serem seguidos. (ICHIKAWA, 2011). Contudo, as críticas ao planejamento estratégico são superadas pelas inúmeras vantagens que este oferece e suas falhas resultam do uso incorreto da função de planejar. 2.3 Elaboração do planejamento estratégico Percebe-se que toda e qualquer empresa tem uma forma de estabelecimento das ações e decisões estratégicas, ainda que de maneira informal, porém quando o processo é estruturado apresenta metodologias diferentes, mas que tem como base grandes aspectos que podem ser considerados comuns. 36 De maneira geral, a elaboração do planejamento estratégico inclui a identificação das oportunidades e ameaças, avaliação dos pontos fortes e fracos da empresa e análise da sua capacidade real e potencial de tirar vantagem das oportunidades oferecidas pelo ambiente externo, bem como de enfrentar as ameaças. Envolve também, a explicitação dos objetivos e metas a serem alcançados, incluindo as maneiras de desenvolver as ações necessárias para a concretização do processo. (OLIVEIRA, 2007). De acordo com o estudo de Sampaio (2004), a metodologia do planejamento estratégico baseia-se em três etapas: a) filosófica: mostra a filosofia da empresa, aquilo que a organização se propõe e acredita; b) analítica: sujeita a alterações em função das turbulências do mercado, tem o propósito de mapear o ambiente interno e externo das empresas; e c) decisória: é a definição de onde a organização quer chegar e quais os caminhos mais apropriados. Bateman e Snell (2009) propõem seis passos para a elaboração do planejamento estratégico: a) estabelecimento da missão, da visão e dos objetivos; b) análise das oportunidades externas e ameaças; c) análise de forças e fraquezas internas; d) análise strengths, weaknesses, opportunities and threats (SWOT) e formulação de estratégia; e) implementação da estratégia; e f) controle estratégico. Já conforme Certo (2003), a elaboração do planejamento estratégico consiste em seis etapas: a) definir os objetivos organizacionais; b) enumerar formas alternativas e atingir os objetivos; c) desenvolver premissas sobre quais cada alternativa se baseia; d) escolher a melhor alternativa para atingir os objetivos; e) desenvolver planos para perseguir a alternativa escolhida; e f) colocar os planos em ação. Contudo, as metodologias para elaboração do PE apresentadas pelos 37 autores possuem aspectos semelhantes, tendo como base a mesma sequência lógica, a qual será analisada abaixo. 2.3.1 Negócio da empresa Definir o negócio da empresa é especificar seu âmbito de atuação. A análise do negócio de uma organização permeia todas as decisões de maior abrangência de uma empresa, estabelecendo o seu limite de atuação. (FERNANDES; BERTON, 2005). Para Sampaio (2004), definir o negócio da empresa em cima de um produto ou serviço limita a análise de oportunidades e encobre ameaças que existem no ambiente, faz com que a empresa fique míope, isto é, só enxergue o que acontece perto. De acordo com Fernandes e Berton (2005, p.7): “Negócio pode ser definido como a arena onde uma organização compete ou, de forma mais ampla, atua”. Ainda para os autores, é importante seguir algumas recomendações para definir o negócio da organização, tais como: a) pensar no negócio com os olhos da concorrência ampliada e de produtos substitutos; b) pensar não só no produto, mas nos serviços que esse produto oferece ao cliente; c) pensar não só no produto, mas no uso do produto pelo cliente; e d) pensar no produto como um meio para satisfazer o cliente. Em suma, a grande vantagem de definir o negócio estrategicamente está no fato de a empresa entender que os clientes possuem problemas e necessidades e que buscarão a melhor solução. 2.3.2 Missão 38 A missão demarca a área em que a empresa vai atuar, é a razão da existência do empreendimento, deve ser sua carteira de identidade, um guia para o trabalho das pessoas. (SAMPAIO, 2004). Segundo Oliveira (2007), a missão deve ser definida de maneira ampla, flexível, motivadora e capaz de refletir as habilidades essenciais da empresa. Para Gracioso (2005), alguns cuidados são necessários na definição da missão estratégica da empresa. São eles: a) a missão estratégica de uma empresa não pode ser imposta, mas partilhada entre os membros da organização; b) deve chegar ao consenso de todos; c) pode ser mudada somente com a aprovação de quem a definiu. É importante salientar que a missão da empresa remete a determinadas ações e comprometimentos decorrentes de sua formulação. Portanto, definir uma missão apenas para deixá-la no papel ou website da empresa, é perda de tempo. Uma missão bem definida comporta vantagens que ajudam todos a compreenderem o que fazem na organização e a uniformizar os esforços de todos no que é fundamental para a empresa. (FERNANDES; BERTON, 2005). Chiavenato (2004) considera importante conhecer a missão e os objetivos essenciais de uma organização, porque se o administrador não sabe por que ela existe e para onde ela pretende ir, ele jamais saberá dizer qual o melhor caminho a seguir. Deste modo, a elaboração da missão exige maior nível de criatividade e atenção do executivo, pois vai delinear os grandes rumos da organização. 2.3.3 Visão A visão consiste nas expectativas e desejos dos acionistas e elementos dos altos níveis da empresa, onde esses aspectos se tornarão a base de todo o processo de desenvolvimento e implementação do planejamento estratégico. A visão deve ser declarada de uma forma simples, objetiva e concisa, que compreenda temas como valores, desejos, vontades, sonhos e ambição. 39 (FERNANDES; BERTON, 2005). Visão é considerada como os limites que os principais responsáveis pela empresa conseguem enxergar dentro de um período de tempo mais longo e uma abordagem mais ampla. Representa o que a empresa quer ser em um futuro próximo ou distante. (OLIVEIRA, 2007, p. 43). Assim, a visão deve ser resultante do consenso de um grupo de líderes e não da vontade de uma pessoa, além disso, é necessário que seja compreendida por todos os colaboradores, desde aqueles que executam as tarefas mais simples até a alta administração. A ausência da definição de visão tem como resultado a falta de foco da empresa, portanto, é de extrema importância que a mesma estabeleça uma visão, para que haja coerência entre o que a empresa se propõe a fazer e o que efetivamente faz. 2.3.4 Objetivos Traçar objetivos para o empreendimento é fundamental para que as futuras decisões sejam consistentes com o rumo que se quer dar ao negócio. Os objetivos relatam alvos devidamente qualificados e quantificados da organização. Também podem ser definidos como as grandes metas a serem atingidas. Estão relacionados com os resultados que a organização pretende chegar em determinado prazo para consolidar seu negócio ou atividade. (REZENDE, 2008). Os objetivos são como uma bússola para o administrador. Há necessidade de se determinar claramente os objetivos, pois somente assim será possível determinar uma estratégia adequada, adaptada a diferentes situações. (LAS CASAS, 2001). De acordo com Certo (2003), os objetivos quando altos demais são frustrantes para os funcionários, enquanto objetivos estabelecidos muito abaixo de suas potencialidades não os motivam a maximizar suas habilidades. Os objetivos empresariais, conforme Sampaio (2004), devem possuir 40 algumas características, descritas a seguir: a) ser coerentes com os recursos e com o ambiente da empresa; b) ser viáveis e desafiadores, para que o estímulo e a motivação estejam presentes no dia-a-dia; c) ser mensuráveis, para que a empresa possa controlar e fazer uma avaliação; d) possuir prazo definido, para que sejam avaliados num determinado tempo; e e) ser um número reduzido, para evitar a dispersão das pessoas e esforços envolvidos. Uma vez formalizados os objetivos da organização, entendidos e divulgados para todos, muitos benefícios podem ser constatados. Tais benefícios podem estar relacionados com a integração da missão e visão, a sustentação dos processos decisórios e a formulação de estratégias. (REZENDE, 2008). Portanto, é muito importante que a organização propicie condições e motive os gestores a alinharem os objetivos da mesma com os objetivos das pessoas que a compõem, pois dessa forma os interesses passam a ser comuns, o que facilita o seu alcance. 2.3.5 Análise interna A análise interna visa identificar os principais pontos fortes e fracos da empresa para nortear o processo de planejamento, pois é a partir dessa análise que se saberá quais os recursos com que se pode contar e também quais são os pontos vulneráveis no momento de se estabelecerem as estratégias da empresa. A análise interna tem como objetivo colocar em foco as deficiências e qualidades de uma empresa, ou seja, os pontos fortes e fracos da mesma devem ser determinados diante da sua atual posição, de seus produtos ou serviços versus segmentos de mercado. (OLIVEIRA, 2007). Conhecer a própria empresa com suas potencialidades e limitações é 41 condição essencial para elaborar o planejamento estratégico. Segundo Sampaio (2004), fatores como imagem da empresa perante os clientes, qualificação dos funcionários, tecnologia para fabricação dos produtos, recursos financeiros, produtividade, qualidade dos produtos, preço de venda, estoques disponíveis, localização da empresa, relacionamento com fornecedores e prazo de entrega são determinantes de forças e fraquezas da organização. Alguns autores defendem que os pontos fortes só podem ser considerados fortes se suas habilidades e recursos estiverem alinhados aos Fatores Críticos de Sucesso (FCS) da organização. Os FCS são as atividadeschave do negócio que precisam ser bem feitas para que a organização atinja seus objetivos. (SAMPAIO, 2004). Com isso, a organização terá as informações necessárias para determinar os objetivos e as estratégias que possam aproveitar melhor as competências da empresa e equacionar os problemas internos identificados, assim como resolver as ameaças e oportunidades identificadas externamente. Conforme Oliveira (2007), para que seja eficaz uma análise interna deve tomar como perspectivas para comparação as outras empresas de seu setor de atuação, sejam elas concorrentes diretas ou apenas concorrentes potenciais. 2.3.6 Análise externa As organizações não são autossuficientes nem independentes, elas trocam recursos com o ambiente externo e dependem dele. O ambiente externo são todos os elementos que, atuando fora da empresa, influenciam para as operações da mesma, outro aspecto a considerar, na visão de Oliveira (2007), é a divisão do ambiente da empresa em duas partes: a) ambiente direto: representa o conjunto de fatores através dos quais a empresa tem condições não só de identificar, mas também de avaliar ou medir o grau de influência recebido e/ou proporcionado; 42 b) ambiente indireto: representa o conjunto através dos quais a empresa identificou, mas não tem condições de avaliar ou medir o grau de influência entre as partes. Essa divisão dá-se apenas para facilitar a manipulação das variáveis externas, o executivo deve saber trabalhar com essas variáveis, pois a partir do momento em que tem melhor conhecimento da influência de uma variável que esteja no ambiente indireto, deve ser tentada a transferência dessa variável para o ambiente direto. Ilustrado conforme o gráfico a seguir: Fonte: Oliveira, 2007, p. 46. Figura 12: Níveis do ambiente da empresa. A análise do ambiente externo é o processo de identificação de oportunidades e das ameaças que afetam a empresa no cumprimento de sua missão, como explica Sampaio (2004). A análise ambiental corresponde ao estudo dos diversos fatores e forças do ambiente, às relações entre eles ao longo do tempo e seus efeitos ou potenciais efeitos sobre a empresa, sendo baseada nas percepções das áreas em que as decisões estratégicas da empresa deverão ser tomadas. (OLIVEIRA, 2007, p. 72). Embora seja importante que a empresa conheça seus recursos e atividades para ter controle de seu desempenho, essas informações são de valor limitado quando se fala em reações estratégicas, em tais casos, torna-se mais importante que a empresa tenha informações detalhadas sobre o ambiente externo. (THOMAS apud OLIVEIRA, 2007). O ambiente externo tem maior poder de definição nos rumos da 43 organização do que o ambiente interno. (COSTA, 2006). Logo, é necessário trabalhar com os fatores internos e externos da empresa de maneira interligada. O executivo deve identificar todas as oportunidades e analisar cada uma delas em termos da sua real contribuição para a empresa, necessita também considerar os objetivos da empresa como sendo o critério de avaliação e classificação das melhores oportunidades. (OLIVEIRA, 2007). As oportunidades são fatores do ambiente geral que, se bem aproveitadas, podem fornecer uma vantagem competitiva para a empresa. Já as ameaças são fatores que podem vir a perturbar o funcionamento da empresa, causando dificuldades para a sua gestão e desempenho. (FERREIRA et al., 2005, p. 37). Assim, uma oportunidade devidamente usufruída pode proporcionar aumento nos lucros da empresa, enquanto uma ameaça não administrada pode acarretar diminuição nos lucros, ou mesmo prejuízos para a empresa. (OLIVEIRA, 2007). Em resumo, informações ambientais adequadas e precisas são essenciais para conduzir o processo estratégico no sentido de obter um equilíbrio entre a empresa e as forças externas que a afetam direta ou indiretamente. 2.4 Ferramentas estratégicas O processo de escolha de uma ferramenta é algo que exige um estudo das necessidades da empresa e seus objetivos e da sua cultura. Toda ferramenta carrega um conjunto de pontos fortes e fracos, por isso as empresas devem escolher com cuidado e depositar confiança naquelas que podem indicar um direcionamento realista e estratégico. A seguir serão apresentadas as principais ferramentas utilizadas no planejamento estratégico. 44 2.4.1 Modelo das cinco forças de Porter O modelo das cinco forças de Porter foi desenvolvido por Michael Porter em 1979. O modelo descreve as forças básicas que determinam a competitividade dentro de uma indústria e ilustra como esssas forças estão relacionadas. (CERTO, 2003) Segundo Porter (1999), as cinco forças são: Entrantes potenciais Ameaça de novos entrantes Concorrentes Fornecedores Poder de negociação dos fornecedores na indústria Poder de negociação dos compradores Compradores Rivalidade entre empresas existentes Ameaça de serviços ou produtos Substituto s Fonte: Bethlem, 2004, p. 228. Figura 13: Cinco forças competitivas que determinam a rentabilidade da indústria. a) ameaça de novos entrantes: determina a probabilidade de novas empresas entrarem em um ramo de indústria e conquistarem mercado. A relevância da ameaça de entrada depende da expectativa dos entrantes em relação às barreiras existentes e à reação dos concorrentes; b) poder de negociação dos compradores: os compradores competem com a indústria forçando a baixa dos preços, negociando por melhor 45 qualidade ou mais serviços e jogando os concorrentes uns contra os outros; c) ameaça de substitutos: impõem um teto aos preços e determina até que ponto algum outro produto pode satisfazer as mesmas necessidades do comprador; d) poder de negociação dos forncedores: os fornecedores são capazes de exercer o poder de negociação sobre os participantes de um setor através da elevação dos preços ou da redução da qualidade dos bens e serviços; e e) rivalidade entre empresas existentes: assume a forma usual de manobras de posicionamento, a utilização de táticas como competição no preço, introdução de produtos e combates publicitários. Essas cinco forças determinam o potencial de lucro final na indústria, que é medido em termos de retorno a longo prazo sobre o capital investido. (PORTER, 1999). O conhecimento das fontes de pressão competitiva é a base para a formulação da estratégia de ação. Elas realçam os pontos fortes e os pontos fracos mais importantes da empresa, inspiram seu posicionamento no setor, identificam as áreas em que as mudanças estratégicas talvez proporcionem um maior retorno e caracterizam os pontos em que as tendências setoriais são mais significativas, em termos de oportunidades ou ameaças. (PORTER, 1999). 2.4.2 Análise strengths, weaknesses, oppotunities and threats (SWOT) Através da análise do ambiente externo e interno pode-se obter a matriz SWOT. A técnica recebeu esse nome a partir das iniciais em inglês das palavras strengths, weaknesses, opportunities e threats que significam respectivamente: forças, fraquezas, oportunidades e ameaças. (FERNANDES; BERTON, 2005). A matriz traça uma análise da situação atual da empresa e deve ser 46 refeita conforme ocorrem mudanças na organização ou no mercado. Observa Costa (2006) que o objetivo da matriz SWOT é definir estratégias para manter os pontos fortes da empresa, reduzir a intensidade dos pontos fracos a fim de aproveitar oportunidades e proteger-se de ameaças. A análise SWOT ajuda os executivos a resumir os principais fatos e previsões derivadas das análises externa e interna. A partir daí, os executivos podem retirar uma série de aspectos que identificam as questões estratégicas primárias e secundárias com que a organização se depara. (BATEMAN; SNELL, 2009). A figura a seguir demonstra a análise: ANÁLISE EXTERNA ANÁLISE INTERNA AMEAÇAS OPORTUNIDADES Fraquezas Forças 1 2 Eliminar Monitorar 3 4 Melhorar Capitalizar Fonte: Costa, 2006, p. 30. Figura 14: Análise interna e externa. Após a distribuição dos pontos fortes e fracos entre os campos ameaças e oportunidades é necessário analisar cada um dos quadrantes, como explica Costa (2006): a) eliminar: se uma fraqueza interna está no campo externo que foi identificado como ameaça, deve-se eliminar esse ponto o mais rápido possível, pois é uma questão de sobrevivência da organização; b) monitorar: se um ponto forte está localizado no campo identificado como ameaça, é necessário ficar atento e monitorar tanto a força quanto os fatores que geram a ameaça; c) melhorar: se um ponto fraco foi distribuído no campo identificado 47 como oportunidade é importante ter em mente que um trabalho precisa ser desempenhado para que esse ponto se transforme em um ponto forte; e d) capitalizar: se uma força estiver no campo das oportunidades, a organização encontra-se numa fase de desenvolvimento, na qual é necessário aproveitar essa situação. Através da análise da matriz SWOT é possível formular estratégias que apontarão os caminhos para a implementação de um plano estratégico. 2.4.3 Balanced Scorecard O Balanced Scorecard (BSC) é uma ferramenta que busca traduzir a visão da empresa em um conjunto coerente de medidas de desempenho. O BSC traduz a missão e a estratégia em objetivos e medidas, organizadas segundo quatro perspectivas diferentes: (FERNANDES; BERTON, 2005). Perspectiva financeira Metas Indicadores Perspectiva dos Perspectiva dos Balanced clientes processos internos Scorecard Metas Indicadores Metas Indicadores Perspectiva de aprendizado e crescimento Metas Indicadores Fonte: Fernandes; Berton, 2005, p. 187. Figura 15: Balanced Scorecard. a) perspectiva financeira: corresponde aos aspectos financeiros da 48 organização, principalmente no que diz respeito aos impactos das decisões estratégicas da empresa nos indicadores e metas estabelecidos nesse campo; b) perspectiva dos clientes: diz respeito à participação de mercado, à satisfação de cliente e à intensidade que cada unidade de negócio possui em termos de capitação e retenção de clientes; c) perspectiva dos processos internos: busca avaliar o grau de inovação nos processos de gestão que a empresa possui e o nível de qualidade das suas operações; e d) perspectiva de aprendizado e crescimento funcional: corresponde à capacidade de que a empresa possui em manter seu capital intelectual com elevado grau de motivação, satisfação interna e produtividade. A escolha do BSC como ferramenta gerencial sugere à empresa desenvolver indicadores para avaliar seu desempenho. Esses indicadores buscam valorizar o princípio de agregação de valor e o desenvolvimento interno da organização, a fim de obter maior competitividade. (FERNANDES; BERTON, 2005). Ainda segundo os autores, o BSC é uma ferramenta de fácil leitura, possibilita a comunicação dos objetivos da empresa e garante que eles sejam entendidos, avaliados, controlados e, fundamentalmente, que todos elaborem seus planos e metas individuais ou de equipes de colaboradores, de forma alinhada e coerente aos objetivos organizacionais. Isso possibilita o total comprometimento dos setores e colaboradores da empresa com os objetivos traçados. 2.4.4 Matriz Boston Consulting Group (BCG) A análise da matriz de crescimento foi desenvolvida pelo Boston Consulting Group (BCG) em 1967. A ideia central dessa matriz é relacionar os vários negócios da empresa, conforme sua participação relativa no mercado e o crescimento deste de forma a identificar os negócios ou a linha de negócios, 49 ou até mesmo a linha de produtos que proporciona maior resultado para a empresa, e aquela linha de negócio que deverá ser desativada por estar consumindo recursos da mesma. (FERNANDES; BERTON, 2005). Costa (2006) explica que, para usar esse modelo, deve-se primeiro traçar um gráfico, cujos eixos são a participação do produto no mercado e o crescimento do mercado em si. Cada quadrante tem um nome: oportunidade, estrela, vaca leiteira e animal de estimação. A figura abaixo ilustra uma matriz Baixa participação no mercado Alta participação no mercado Mercado de alto crescimento Oportunidade Estrela Mercado de baixo crescimento Animal de estimação Vaca leiteira Crescimento do mercado BCG. Participação do produto no mercado Fonte: Costa, 2006, p. 58. Figura 16: Lançamento de produtos e busca de novos mercados. Os quatro quadrantes apresentados na matriz BCG significam as possíveis combinações de participação e crescimento no mercado. Assim sendo, Costa (2006) identifica os quadrantes da seguinte forma: a) oportunidade: negócios com alta taxa de crescimento e pouca participação de mercado, requerem investimentos substanciais para melhorarem a sua posição; se não o fizerem recomenda-se o desinvestimento; b) estrela: negócios de alta participação de mercados e com alta taxa de crescimento. Quando um negócio é bem-sucedido, torna-se estrela. Embora líderes, esses serviços ou produtos ainda necessitam de investimento, e sua forte posição lhes permite gerar as receitas necessárias; c) vaca leiteira: negócios com alta participação de mercado e baixa taxa de crescimento. Não necessitam mais de investimentos para 50 sua expansão. O mais comum é que esses produtos ou serviços financiem outros negócios pelo fato de gerarem receitas acima de suas necessidades; e d) animal de estimação: negócios de pequena participação de mercados e baixo crescimento. sentimentais, pois dão prejuízo São ou mantidos por geram pouco razões lucro. É recomendável ter o mínimo de produtos e serviços aqui para não comprometer a saúde financeira da empresa. Na matriz BCG, a localização do negócio não é permanente. Com o tempo e a aplicação de estratégias, o produto ou serviço troca de quadrante, experimentando evolução ou involução, aumento ou diminuição de sua participação. As mudanças de posições são similares ao ciclo de vida de um produto. (COSTA, 2006). 2.4.5 Matriz produto-mercado A matriz produto-mercado é a primeira das matrizes a ser considerada. Foi desenvolvida em 1957, por Igor Ansoff. A matriz visa identificar as oportunidades de crescimento na qual se mapeia o portfólio presente de uma empresa em face aos mercados atuais e futuros; para isso, segmenta a análise em produtos existentes e em novos produtos. (FERNANDES; BERTON, 2005). Para Costa (2006), a matriz é construída a partir de dois eixos: mercado e produto. PRODUTO ATUAL PRODUTO NOVO MERCADO ATUAL 1 2 NOVO MERCADO 4 3 Fonte: Costa, 2006, p. 58. Figura 17: Lançamento de produtos e busca de novos mercados. 51 Ainda para o autor, cada eixo deve ser analisado no momento atual e futuro. O cruzamento de mercado atual e novo mercado com produto atual e novo produto resulta num conjunto de quadrantes, onde podem ser identificadas estratégias, como: a) produto atual em mercado atual: a organização não está inovando. Produtos atuais estão sendo destinados para mercados atuais. Aparentemente, o único objetivo da empresa é a manutenção dos clientes já conquistados, em busca de maiores vendas, por meio de ações como redução de preço, aumento da propaganda e busca de maior exposição; b) novo produto em mercado atual: a organização aposta na introdução de novos produtos para um público que já conhece seus atuais produtos; c) novo produto em novo mercado: pode ser um segmento totalmente novo para a empresa, onde a organização decide lançar novos produtos em novos mercados, ou seja, busca diversificar seu ramo de atuação; e d) produto atual em novo mercado: a organização resolve lançar os produtos que possui em seu portfólio em novos mercados. Com o sucesso das vendas em uma determinada área, a empresa decide se expandir para novas áreas. Portanto, essa matriz tem a capacidade de estruturar e representar as possibilidades de expansão de uma empresa. As ferramentas devem ser utilizadas pelas empresas para avaliar e traçar melhores estratégias. Então, integrá-las nos cenários e incorporá-las na cultura organizacional resultará em ações preventivas e corretivas, a fim de obter estratégias duradouras. 2.5 A influência do PE na gestão e no desenvolvimento das pequenas empresas O Planejamento estratégico quando aplicado em pequenas empresas 52 necessita de um grande grau de simplificação e enfrenta a dificuldade de conseguir que o empresário saia da sua rotina, sendo necessário criar um comprometimento com sua equipe para, assim, forçá-lo a desenvolver o trabalho. (ALMEIDA, 2003). De acordo com Almeida (2003), o resultado da utilização do planejamento estratégico para pequenas empresas é muito importante, pois estas dificilmente fazem qualquer reflexão estratégica. Antes de iniciar-se a realização do PE em uma entidade, deve-se entender o seu significado e por que esse trabalho é importante para a empresa. As técnicas de planejamento estratégico irão mostrar como estruturar as ações para que sejam dirigidas para o resultado e ajudar o profissional a organizar suas ideias e redirecionar suas atividades. As pequenas empresas possuem algumas particularidades que influenciam sua atuação e demandam um processo diferenciado de gestão. Essas particularidades se bem exploradas e administradas, podem ser consideradas uma vantagem competitiva às empresas de pequeno porte. (TERENCE, 2002). De forma geral, essas particularidades referem-se ao individualismo, à centralização de poder, à falta de habilidade na gestão do tempo, à utilização da improvisação em relação à ação planejada, ao imediatismo de resultado e ao desconhecimento da ferramenta. (TERENCE, 2002). Portanto, para suprir a necessidade desse processo diferenciado de gestão, o planejamento estratégico torna-se a base para que a pequena empresa cresça e desenvolva-se de forma contínua. 2.6 Metodologia da Implementação Como em qualquer plano, a formulação de estratégias apropriadas não é suficiente. Os administradores estratégicos devem garantir que essas estratégias sejam implementadas de maneira eficiente e eficaz. Uma tendência segundo Bateman e Snell (2009) é que muitas 53 organizações estendam seus processos de gestão estratégica mais participativas à implementação, que integra administradores de todos os níveis nos processos de formulação e identificação dos melhores meios para a implementação do planejamento estratégico. De acordo com Hrebiniak (2005), há oito áreas de desafios para a implementação da estratégia, são elas: a) desenvolver um modelo para orientar as ações ou decisões da implementação; b) entender como a criação da estratégia afeta sua implementação; c) entender o poder e a influência e usá-los para o sucesso da implementação; d) desenvolver controles efetivos e mecanismos de feedback; e) saber como criar uma cultura de suporte à implementação; f) aplicar a liderança como suporte para a implementação; g) desenvolver estruturas organizacionais que estimulem o compartilhamento das informações, a coordenação e uma clara responsabilidade; e h) gerenciar as mudanças de forma efetiva. Essas mudanças envolvem transformações na estrutura, nas pessoas e nos processos organizacionais, como mostra a figura. (FERNANDES; BERTON, 2005). Missão e objetivos Estratégias Estrutura Pessoas Processos Autoridade Liderança Alocação de recursos Linha de comando Motivação Comunicação Tomada de decisão Cultura Recompensa Poder Controle Grupos informais Tecnologia Fonte: Fernandes; Berton, 2005, p. 205. Figura 18: Aspectos envolvidos na implantação da mudança. 54 A estrutura diz respeito à distribuição de responsabilidades dentro de uma organização e deve ser concebida de forma a atingir missão e objetivos. (FERNANDES; BERTON, 2005). Quanto às pessoas, estas possuem desejos, projetos de vida e receios, sofrem pressões de grupos de influência e também influenciam, por isso essas relações devem ser lembradas na implementação de uma estratégia. (FERNANDES; BERTON, 2005). Já quanto aos processos, cabe definir as regras dinâmicas para o funcionamento da organização, onde deve-se levar em consideração a alocação de recursos, a comunicação, a recompensa, o controle e a tecnologia. (FERNANDES; BERTON, 2005). Prestando mais atenção nos processos pelos quais as estratégias são implementadas, executivos, gerentes e funcionários poderão desempenhar um papel importante no sentido de assegurar que os planos estratégicos efetivamente se realizem. (BATEMAN; SNELL, 2009). 2.7 Controle e avaliação do planejamento estratégico O papel desempenhado pela função de controle e avaliação no processo de planejamento estratégico é acompanhar o desempenho do mesmo através da comparação entre as situações alcançadas e as previstas, assegurando que o desempenho real possibilite o alcance dos padrões que foram, anteriormente, estabelecidos. (OLIVEIRA, 2007). Um sistema de controle é projetado para apoiar os executivos na avaliação do progresso do planejamento estratégico e, quando existem divergências, na formulação de ações corretivas. Esse sistema deve incentivar operações com flexibilidade para adaptar-se às mudanças. (BATEMAN; SNELL, 2009). O resultado final do processo de controle é a informação, por isso as organizações devem desenvolver sistemas de informações, indicadores de desempenho e mecanismos específicos que permitam a efetiva avaliação dos objetivos, metas e estratégias. 55 O controle pode tornar-se mais complexo e detalhado à medida que a empresa cresce, é por esse motivo que os gerentes precisam ter o conhecimento de suas funções para saber o que deve controlar e, assim, desenvolver métodos de medição e controle que alertem quando ocorrerem desvios dos planos. (CARAVANTES; PANNO; KLOECKNER, 2005). De acordo com Oliveira (2007), para que o executivo possa efetuar de maneira adequada o controle e avaliação do planejamento estratégico, é necessário que siga algumas fases: a) estabelecimento de padrões de medida e avaliação: é a base para a comparação dos resultados desejados; b) medida dos desempenhos apresentados: significa estabelecer o que medir e como medir, a partir de critérios de quantidade, qualidade e tempo; c) comparação do realizado com o esperado: visa comparar possíveis desvios que estejam dentro ou ultrapassem as barreiras que foram estabelecidas no processo de planejamento; e d) ação corretiva: corresponde às medidas ou providências que são adotadas para eliminar os desvios significativos. Ressalta-se, ainda, que o controle deve ser realizado de forma contínua, a fim de verificar se os processos estão acontecendo conforme o planejado e, caso seja necessário, realizar mudanças corretivas para garantir que os funcionários e os recursos da empresa sejam aproveitados de forma mais eficiente na realização dos objetivos da mesma. (CARAVANTES; PANNO; KLOECKNER, 2005). Para efetivar o controle é preciso que o executivo crie um clima adequado para sua operacionalização, tendo em vista eliminar as resistências ativas ou passivas, que podem atrapalhar o planejamento estratégico na empresa. Os resultados dessa avaliação devem ser repassados para toda a empresa, permitindo, assim, que todos saibam se a organização está atingindo os objetivos traçados. 56 CAPÍTULO III O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO APLICADO NA EMPRESA ESTOCAR ESTOFADOS GUARANTÃ 3 APLICAÇÃO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Este capítulo tem como objetivo demonstrar os benefícios que o planejamento estratégico pode proporcionar, abordando a necessidade de a empresa gerir eficientemente os negócios e de se desenvolver através de uma tomada de decisão assertiva que suscite os resultados esperados. Para esse feito, foi realizada uma pesquisa de campo na empresa Estocar Estofados Guarantã, situada na cidade de Guarantã, no período de março a outubro de 2011. Os métodos utilizados para a pesquisa foram: Estudo de caso: utilizado para analisar aspectos voltados à rotina de trabalho e para a simulação da utilização do PE na empresa. Método de observação sistemática: utilizado para observar, analisar e acompanhar os procedimentos aplicados na fabricação de estofados e a maneira de gerir e planejar, como suporte para o desenvolvimento do estudo de caso. Para se obter informações, a pesquisa utilizou as seguintes técnicas: Roteiro de Estudo de Caso (Apêndice A) Roteiro de Observação Sistemática (Apêndice B) Roteiro de entrevista para o Proprietário da Empresa (Apêndice C) Roteiro de entrevista para o Gerente Geral (Apêndice D) Roteiro de entrevista para o Profissional da Área (Apêndice E) 3.1 Aplicação do planejamento estratégico na empresa 57 Diante do exposto no capítulo anterior, no item 2.3, o planejamento estratégico apresenta diferentes metodologias para a sua aplicação. Foram levadas em consideração as metodologias vistas para a elaboração do planejamento estratégico da empresa Estocar Estofados Guarantã, a fim de expandir as frentes de mercado para a região de Ribeirão Preto, sendo elas: a) estabelecimento da missão, da visão e dos objetivos; b) análise das oportunidades externas e ameaças; c) análise de forças e fraquezas internas; d) análise SWOT; e) implementação; e f) controle estratégico. 3.1.1 Definição do negócio A definição do negócio delimita o espaço de atuação da organização e considera suas competências centrais e suas limitações. Existem dois aspectos mensuráveis que podem definir uma organização: suas habilidades em conjunto com o somatório de seus conhecimentos e o que a empresa se propõe e necessita fazer. (COSTA, 2006). Sempre é importante considerar que definir o negócio de forma estreita faz a empresa perder oportunidades; definir de maneira ampla não orienta em nada a atuação no mercado, devendo a empresa buscar o equilíbrio. (FERNANDES; BERTON, 2005). Observa-se que a empresa em estudo define seu negócio como sendo a fabricação de estofados; porém, diante da teoria estudada, percebe-se a necessidade da ampliação dessa definição. Deste modo, sugere-se: Estocar Estofados Guarantã, soluções em conforto, designer e qualidade. 3.1.2 Estabelecimento da missão 58 Segundo Sampaio (2004), missão é a determinação do motivo central do planejamento estratégico e visa obter as respostas das seguintes perguntas: a) o que a empresa deve fazer?; b) para quem a empresa deve fazer?; c) por que a empresa deve fazer?; d) como a empresa deve fazer?; e e) onde a empresa deve fazer? Essa missão deve ser comunicada para toda a empresa, de forma a criar um senso comum de oportunidade, direção e significado que resulte no comprometimento dos públicos interno e externo com as ações e estratégias adotas pela mesma. (ANDION; FAVA, 2002). A empresa Estocar Estofados Guarantã não possui uma missão definida, portanto, em consideração aos questionamentos acima, sugere-se: “Fabricar e comercializar estofados, a fim de proporcionar conforto e qualidade, atender de forma ágil e eficiente, com o propósito de superar as expectativas e as necessidades dos clientes.” 3.1.3 Estabelecimento da visão A visão é um retrato do que a empresa pretende ser e realizar. Uma declaração de visão articula a descrição ideal de uma organização e determina os tipos de ações que serão realizadas no presente para alcançar o futuro desejado. (HITT; IRELAND; HOSKISSON, 2008). Deve estabelecer um fator capaz de gerar entusiasmo entre todos os integrantes, ser disseminada e democratizada para todos os níveis e indivíduos participantes da organização, já que a visão de um futuro desafiador é um prérequisito para as organizações que almejam sucesso em sua caminhada. (CARAVANTES; PANNO; KLOECKNER, 2005). O estabelecimento dos valores da empresa Estocar Estofados Guarantã foi realizado a partir da identificação dos fatores que o empresário julga relevante, tais como: qualidade, parceria, responsabilidade e satisfação dos clientes. pontualidade, confiança, 59 Após o levantamento dos valores e princípios da empresa, o proprietário fez algumas reflexões quanto ao tipo de organização que ele espera ter no futuro: a) aumento da produção de estofados de 400 para 600 jogos mensais; b) ampliar as instalações da fábrica; c) expandir sua área de atuação; e d) melhorar o processo produtivo a fim de sustentar a qualidade. Assim, a partir das reflexões apresentadas, sugere-se a seguinte visão: “Ser referência no setor moveleiro, em sinônimo de qualidade, conforto e durabilidade.” 3.1.4 Objetivos da empresa Os objetivos são resultados que a empresa busca atingir, podendo ser de longo, médio ou curto prazo. (ANDION; FAVA, 2002) Para Sampaio (2004), os objetivos servem como unidade de ação e rumos para a organização, a fim de direcionar os esforços. Os principais temas utilizados na definição de objetivos são: crescimento, produtividade, rentabilidade, participação de mercado e qualidade. Neste planejamento estratégico, a Estocar Estofados Guarantã estabelece-se com o objetivo de ampliar novas frentes de mercado na região de Ribeirão Preto até o final de 2013. 3.1.5 Análise interna da empresa O ambiente interno inclui a estrutura da organização, instalações físicas, técnicas de produção e cultura corporativa. Dessas, a cultura corporativa destaca-se como extremamente importante para a vantagem competitiva. A cultura interna deve se adaptar às necessidades do ambiente externo e à estratégia da companhia. (DAFT, 2010). 60 Através da análise interna da empresa Estocar Estofados Guarantã foi possível a identificação dos seus pontos fortes e fracos, avaliados os fatores acima. 3.1.5.1 Estrutura da organização Por se tratar de uma empresa de pequeno porte e de gestão familiar, não possui uma estrutura bem definida, uma vez que as atividades são centralizadas no gerente geral e no proprietário. Presidente Contabilidade Marcenaria Administrativo Costura e Tapeçaria Comercial Transporte corte Fonte: Elaborado pelas autoras, 2011. Figura 19: Organograma da empresa. De acordo com o organograma, é de competência do proprietário gerenciar todo o processo empresarial e, em conjunto com o gerente geral, tomar decisões administrativas como atuação em novos mercados e criação de novos modelos. O gerente geral ainda possui as funções de compra de matéria-prima, recrutamento e seleção, recebimento de pedidos, distribuição para processo produtivo e a logística. As áreas terceirizadas dizem respeito à parte contábil, comercial e trabalhista. Além disso, a empresa não oferece um programa de 61 qualificação a seus funcionários. 3.1.5.2 Instalações físicas A empresa está instalada em uma área de 1300 m² e seu layout é dividido nos setores de marcenaria e madeiramento, costura e corte e tapeçaria, possui ainda um depósito de espumas de 280 m² e capacidade produtiva de 400 jogos mensais. Com a finalidade de atingir a região de Ribeirão Preto, o proprietário adquiriu um terreno ao lado da fábrica a fim de ampliar suas instalações para 2300 m² e aumentar a produção para 600 jogos mensais. 3.1.5.3 Técnicas de produção O processo produtivo da empresa é realizado de forma artesanal, assim como nas maiorias das pequenas e médias empresas atuantes no ramo, uma vez que a automatização do processo fabril é quase impossível já que a produção demanda e até o presente momento não faz uso de técnicas avançadas para produzir os estofados. 3.1.5.4 Cultura organizacional A cultura da Estocar provém dos valores que foram cultivados ao longo do tempo e busca estar de acordo com a ética e a moral no desenvolvimento de suas funções, priorizando a qualidade e a durabilidade na produção dos estofados e a honestidade para gerir a empresa, fazendo com que esses valores sirvam de base às atitudes tomadas no dia a dia, a fim de atingir os objetivos e despertar admiração e respeito dos clientes. 62 3.1.6 Análise externa da empresa Para Sampaio (2004), a empresa deve analisar o ambiente geral que envolve variáveis tecnológicas, políticas, econômicas, legais, demográficas e geográficas e o ambiente operacional que contempla variáveis como concorrentes, clientes e fornecedores. 3.1.6.1 Ambiente geral 3.1.6.1.1 Variáveis tecnológicas A tecnologia é um componente do ambiente necessário às organizações na medida em que precisam incorporar e absorver as inovações tecnológicas externas em seus processos internos, com o intuito de otimizar os processos e ampliar as oportunidades de mercado. (TEIXEIRA et al., 2007). As variáveis tecnológicas referem-se à estrutura tributária, logística, infraestrutura, entre outros e dependem de fatores, como o ramo de atividade da empresa, os produtos ou serviços por ela produzidos, os processos de produção e de operações, equipamentos utilizados e tipo de matéria-prima. (TEIXEIRA et al., 2007). Qualquer uma das tecnologias envolvidas nos processos de uma organização pode ter impacto significativo sobre a concorrência, pois são cada vez mais determinantes da competitividade. (TEIXEIRA et al., 2007). Já quanto à fabricação de estofados não há o uso de tecnologias, uma vez que o processo produtivo é basicamente artesanal. 3.1.6.1.2 Variáveis políticas 63 Programas do governo como Minha Casa, Minha Vida, que tem como objetivo a produção de unidades habitacionais, aumentará a demanda de mobiliário para os próximos anos e contribuirá para o crescimento do setor moveleiro. (MOVELEIROS..., 2011). Outra intervenção do governo foi o plano Brasil Maior, que propõe incentivos para a indústria nacional. O projeto reduz impostos na compra de máquinas e equipamentos de produção e propõe estímulos à micro e pequenas empresas. Um dos setores beneficiados é o de móveis de madeira. (PLANO BRASIL..., 2011). Os programas citados fortalecerão a demanda de estofados aumentado as chances de sucesso da abertura da nova frente de mercado pretendida pela empresa. 3.1.6.1.3 Variáveis econômicas O setor moveleiro possui relação com o nível de atividade econômica, a distribuição de renda e o poder aquisitivo da população. Outros fatores como maior oferta de crédito, queda nas taxas de juros, muita oferta de madeira e uma política ambientalista podem refletir num melhor desempenho do setor. (ESTUDOS DE MERCADO..., 2008). O exemplo disso é o fato da Abimovel estar negociando com o governo federal a inclusão de um percentual no valor dos financiamentos para a casa própria, do projeto Minha Casa, Minha vida, para ser usado na compra de mobília da nova unidade habitacional. (ARAUJO, 2011). Ainda segundo o autor, se a medida for implantada o índice de compra de móveis aumentará e o setor poderá faturar cerca de 20 bilhões nos próximos quatro anos, refletindo favoravelmente na área estudada. 3.1.6.1.4 Variáveis legais 64 É importante que o setor se atente aos aspectos legais, como a certificação florestal que é a garantia dada ao consumidor de que a madeira utilizada para a fabricação de produtos provém de manejo florestal ambientalmente adequado, socialmente justo e economicamente viável. A empresa adota essa política em seu processo produtivo, utilizando somente madeiras certificadas, o que reforça o seu compromisso com a sociedade e o meio ambiente. 3.1.6.1.5 Variáveis demográficas Com um crescimento demográfico de 1,78%, o estado de São Paulo tem uma população de aproximadamente 40 milhões de habitantes, 19 milhões somente na região metropolitana e 645 municípios, tornando-se o maior mercado consumidor do país. Isso faz dele o estado mais rico do Brasil e o maior polo moveleiro da América Latina. (POLO MOVELEIRO..., 2006). À respeito da população de Ribeirão Preto, esta possui alto padrão de vida com relação à renda e ao consumo, sendo a cidade uma das mais ricas do estado de São Paulo. (RIBEIRÃO PRETO, 2011). Com base nesses dados, a ocasião de expandir para Ribeirão Preto mostra-se favorável com grandes oportunidades de desenvolvimento. 3.1.6.1.6 Variáveis geográficas A empresa está localizada no município de Guarantã, que possui fácil acesso aos principais centros de consumo, fornecedores e matérias-primas, enquanto que Ribeirão Preto, a região escolhida para a ampliação da frente de mercado, está a 209 Km de Guarantã, em uma região privilegiada em termos econômicos, ampliando as chances de sucesso do negócio. A ligação rodoviária entre ambos os centros é realizada pelas Rodovias Laurentino Mascari e Atílio Balbo, o que facilita o escoamento dos produtos e 65 possibilita o acesso rápido a região. 3.1.6.2 Ambiente operacional 3.1.6.2.1 Concorrentes Dentre os concorrentes da região de Ribeirão Preto, destacam-se a Grif, indústria do setor moveleiro, que atua há 25 anos na região, porém esta tem foco em mobiliário corporativo. Na fabricação de estofados, as principais empresas são Casa Tagliari Móveis e Estofados e Casa dos Estofados & Interiores. Além dos novos concorrentes, a Estocar Estofados Guarantã deve atentar para os concorrentes já existentes, como por exemplo, a Linoforte que já atua na região pretendida e, por esse motivo, estratégias de conquista de mercado deverão ser realizadas para a adesão dos clientes. 3.1.6.2.2 Clientes Os clientes da empresa são lojistas através dos quais estabelecem parcerias centradas na garantia do prazo de entrega e qualidade dos produtos. Outro ponto a ressaltar é que a região pretendida possui grandes lojas de comércio de móveis, o que favorecerá parcerias e, consequentemente, o aumento das vendas. 3.1.6.2.3 Fornecedores A empresa estudada possui apenas um fornecedor para cada matéria- 66 prima, fato que resulta em dificuldades na hora da negociação dos preços, e nesse momento de mudança e adaptação em um novo mercado, novas opções de fornecedores serão fundamentais para a obtenção de um produto com um preço competitivo. 3.1.7 Análise dos pontos fortes e fracos e das oportunidades e ameaças através da ferramenta SWOT A partir dos aspectos analisados, foram identificados os pontos fortes e fracos e as oportunidades e ameaças da empresa com o apoio da ferramenta estratégica SWOT, como mostra a tabela: ANÁLISE INTERNA ANÁLISE EXTERNA AMEAÇAS FRAQUEZAS FORÇAS ELIMINAR MONITORAR - Falta de pesquisa no mercado - Gestão familiar - Processo artesanal - Falta de monitoração dos concorrentes - Falta de planejamento MELHORAR OPORTUNIDADES - Qualificação dos funcionários - Capacidade produtiva - Marketing - Poucos fornecedores CAPITALIZAR - Imagem da empresa - Qualidade dos produtos - Localização da empresa - Prazo de entrega - Incentivos do governo - Madeira certificada - Participação de mercado favorável Fonte: Adaptado de Costa, 2006. Figura 20: Análise interna e externa da empresa. Após a distribuição dos pontos fortes e fracos entre os campos ameaças e oportunidades é necessário analisar cada um dos quadrantes, como explica Costa (2006): 67 a) eliminar: se uma fraqueza interna está no campo externo que foi identificado como ameaça, deve-se eliminar esse ponto, no caso da empresa: - A falta de pesquisa no mercado: a empresa não realiza pesquisas a fim de conhecer as necessidades dos clientes baseando-se apenas na percepção do proprietário e gerente; - Falta de monitoração dos concorrentes: não há o acompanhamento dos concorrentes, o que resulta na falta de preparo para reagir as estratégias; - Falta de planejamento: faz com que a empresa deixe de aproveitar as oportunidades, não se adeque às exigências do mercado e fique sujeita às ameaças do ambiente. b) monitorar: quando um ponto forte está localizado no campo identificado como ameaça, é necessário ficar atento e monitorar tanto a força quanto os fatores que geram a ameaça, com relação à empresa: - Gestão familiar: a cultura familiar na Estocar favorece o comprometimento dos funcionários que passam a adotar os valores cultivados pelo proprietário, em contrapartida, representa uma ameaça quanto à centralização do poder, que resulta na escassez do tempo para formalizar planos, e assim, recorre ao improviso; - Processo artesanal: o fato do processo produtivo da empresa ser artesanal agrega maior valor ao produto, já que existe a preocupação com a qualidade, pois há o envolvimento dos profissionais em todo o processo, porém a produtividade é limitada, o tempo gasto na produção é maior e os custos não são flexíveis devido à quantidade produzida. c) melhorar: se um ponto fraco foi distribuído no campo identificado como oportunidade é importante ter em mente que um trabalho precisa ser desempenhado para que esse ponto se transforme em um ponto forte, através de: - Qualificação dos funcionários: atualmente os funcionários da empresa não recebem formação profissional para a confecção 68 dos estofados, o que faz disso um ponto fraco da empresa, portanto faz-se necessário investir no aperfeiçoamento dos profissionais para que seja possível aproveitar as oportunidades do mercado que exijam um pouco mais de técnica e perfeição; - Capacidade produtiva: o limite atual de produção da Estocar se restringe a 400 jogos mensais, isso se dá devido às instalações, aos maquinários e à mão-de-obra existentes, porém a empresa tem a preocupação de aumentar sua capacidade, a fim de aproveitar as oportunidades do mercado e, para isso, já providenciou a aquisição de um novo terreno para ampliar as estruturas e chegar a produzir até 600 jogos por mês; - Marketing: a divulgação da marca é realizada através dos representantes comerciais que expõem os produtos por meio de catálogos e amostras de tecidos, porém não são exploradas as mídias, o que faz com que a empresa não aproveite as oportunidades provenientes dessa exposição. O fato de entrar em uma nova região exige que a Estocar apresente um local para que os lojistas busquem suas referências e isso seria possível através da criação de um site; - Poucos fornecedores: os fornecedores são elos fundamentais do processo, pois fornecem os insumos necessários para que a empresa atenda o cliente no prazo certo e proporcione um melhor preço, por isso é importante que haja contato com diversos fornecedores para que seja possível negociar os custos provenientes da matéria-prima e, assim, apresentar alta competitividade no mercado. d) capitalizar: ocorre quando uma força está no campo das oportunidades, o que identifica que a organização se encontra numa fase de desenvolvimento, na qual é necessário aproveitar essa situação. As forças da Estocar são: - Imagem da empresa: esse fator é considerado um ponto forte, pois a empresa é vista como socialmente responsável e se preocupa em manter uma postura ética tanto com seus clientes quanto com os fornecedores e funcionários, a qualidade também 69 é fator primordial durante todo o processo, sendo esses valores percebidos pelos clientes; - Qualidade dos produtos: todo o processo da empresa tem como base a qualidade, visto que esse fator é essencial para que a empresa consiga se manter em alta e crie diferenciais que agreguem valor aos produtos, o que vai favorecer o bom desempenho diante das oportunidades; - Localização da empresa: a empresa está localizada no município de Guarantã, que possui fácil acesso aos principais centros de consumo, fornecedor e matéria-prima o que proporciona à empresa vantagem na distribuição e recebimento de mercadorias; - Prazo de entrega: por se tratar de produção sob encomenda há uma forte disciplina quanto à pontualidade dos prazos, o que resulta na confiabilidade dos clientes; - Incentivos políticos: programas do governo como Minha Casa, Minha Vida e Brasil Maior aumentam a demanda por móveis e estimulam a indústria nacional; - Madeira certificada: as madeiras utilizadas no processo produtivo da Estocar provêm de manejo florestal ambientalmente adequado e demonstra a preocupação da empresa com a sustentabilidade e com as gerações futuras, fazendo com que os consumidores tenham a certeza de estar estimulando práticas legais e éticas; - Participação de mercado favorável: devido ao bom desempenho conquistado na região em que atua percebeu-se a oportunidade de ampliar suas frentes de mercado e aumentar sua carteira de clientes. Na intersecção do olhar para fora com o olhar para dentro da organização feita pela análise da matriz SWOT, e também com as opções de ação, é possível formular as estratégias que apontarão os caminhos para a implementação de um plano estratégico. A matriz SWOT traça uma análise da situação atual da empresa. É um instrumento de fácil utilização e, conforme as mudanças por que passam o mercado, ela deve ser refeita. O objetivo da matriz SWOT é definir estratégias para manter os pontos fortes e reduzir a intensidade dos pontos fracos, 70 aproveitando oportunidades e protegendo de ameaças. Através da matriz SWOT foi possível detectar que a Estocar possui diversos pontos fortes que representam oportunidades e devem ser explorados, porém possui alguns pontos fracos que devem ser monitorados para garantir a consistência na direção e união dos esforços para o alcance dos resultados desejados. 3.1.8 Metodologia da implementação Depois de avaliadas as características do desafio, estabeleceu-se um plano de ações para implementação do objetivo, abertura de novas frentes de mercado em Ribeirão Preto. QUANDO QUEM COMO PRAZO FINAL Conhecer o mercado jan/2012 Carlos Polita (proprietário) Visitar as empresas da cidade para avaliar o potencial dos compradores abr/2012 Prospectar clientes mar/2012 Sérgio Alexandre (gerente geral) Divulgar a empresa para futuros clientes mai/2012 dez/2010 Carlos Polita (proprietário) Aquisição de terreno, máquinas e equipamentos. Planta produtiva pronta dez/2012 fev/2013 Contínuo AÇÕES Aumento da capacidade produtiva Aumento de pessoal jan/2013 Sérgio Alexandre (gerente geral) Contratação e treinamento de novos funcionários e representantes comerciais Pesquisar por novos fornecedores dez/2011 Sérgio Alexandre (gerente geral) Aprimorando seu Networking Fonte: Elaborado pelas autoras, 2011. Quadro 1: Plano de ação da empresa. 71 É importante que os gestores cumpram com as ações descritas no plano, bem como os prazos impostos devem ser respeitados para garantir o sucesso do processo, caso contrário, o planejamento estratégico torna-se uma mera elaboração de planos, frustrando todos aqueles que atuaram em sua elaboração, além de desperdiçar os recursos críticos necessários à sobrevivência da organização. (CARAVANTES; PANNO; KLOECKNER, 2005). Vale ressaltar a importância de integrar os planos tático e operacional ao planejamento estratégico a fim de operacionalizar as ações, uma vez que não há como fazer uma distinção clara entre as três modalidades de planejamento. Os três tipos coexistem, devem ser trabalhados continuamente e, uma vez estabelecidos, tornam-se a direção para adequar-se às exigências do mercado e criar vantagem competitiva através do aproveitamento das oportunidades e minimização dos riscos. Portanto, faz-se necessário colocar em prática o que foi articulado e, no decorrer do processo, havendo fatores que influenciam positiva ou negativamente, o planejamento estratégico deve ser reestruturado, atualizado e ajustado. 3.1.9 Controle e avaliação O controle e a avaliação do processo direcionam a utilização da estratégia, indicam como comparar os resultados reais com aqueles esperados e sugerem ações corretivas a serem tomadas quando a diferença entre estes é inadmissível. (HITT; IRELAND; HOSKISSON, 2008). Portanto, sugerem-se reuniões mensais com a finalidade de demonstrar e diagnosticar a execução das ações e seus impactos nos resultados da empresa. 3.2 Considerações finais 72 Planejar é a função básica, organizar, influenciar e controlar são os resultados. Portanto, somente depois de desenvolverem seus planos é que os gerentes podem determinar como querem estruturar sua organização, alocar seus funcionários e estabelecer controles organizacionais. A falta de planejamento leva a empresa a ser facilmente surpreendida por alterações no mercado, o que a induz agir por improviso e a distância das decisões relacionadas com o objetivo da empresa. Vale salientar que o planejamento estratégico feito de forma isolada é insuficiente, logo é necessário que haja a integração com os planejamentos tático e operacional. Devido a isso, é dever da empresa estimular o planejamento tático no sentido de planejar as metas mensais a serem atingidas e formalizar as ações através do planejamento operacional. Atualmente a Estocar Estofados Guarantã não elabora planos estratégicos formais, porém através da pesquisa percebeu-se a necessidade de definir seu negócio de forma ampla, estabelecer a missão e a visão, para que se tornem as bases do processo, impor prazos para a realização dos objetivos através de um plano de ação que contemple as ações a serem seguidas, os responsáveis por sua realização e a maneira como serão realizadas. Ainda, na pesquisa, foi utilizada a matriz SWOT para análise do ambiente interno e externo da Estocar, onde foi possível descrever a situação atual da empresa e fazer a distribuição dos pontos fortes e fracos entre os campos ameaças e oportunidades. De maneira geral, a elaboração do planejamento estratégico permite a análise das capacidades reais da empresa, o que aumenta as chances de sucesso para a concretização do objetivo de ampliar as frentes de mercado para a região de Ribeirão Preto. 73 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO Tendo em vista que a Estocar Estofados Guarantã pretende expandir suas frentes de mercado e que a pesquisa demonstrou que o planejamento estratégico contribui para a gestão e desenvolvimento das empresas, proporcionando uma visão ampla do ambiente empresarial e uma tomada de decisão mais assertiva, propõe-se: a) que a empresa adote a prática do planejamento estratégico em seu cotidiano, a fim de se desenvolver e sanar os problemas referentes à gestão, como a centralização de poder, a gestão de tempo e o improviso nas tomadas de decisões melhorando suas competências; b) que a empresa utilize o planejamento tático e operacional em conjunto com o planejamento estratégico para assim operacionalizar as ações descritas nele; c) que realize pesquisas de mercado com o intuito de identificar os fatores relevantes para os clientes, garantindo a aceitação dos produtos; d) investir na qualificação dos funcionários para aprimorar suas técnicas de produção, a afim de que seja possível reduzir as perdas de matéria-prima e garantir maior agilidade nos processos; e) que realize reuniões mensais com a finalidade de demonstrar e diagnosticar as execuções das ações e seus impactos nos resultados da empresa. 74 CONCLUSÃO Diante da pesquisa, concluiu-se que o planejamento estratégico auxilia na gestão e desenvolvimento de uma empresa, já que otimiza o processo de tomada de decisão, melhora o aproveitamento das oportunidades, maximiza os lucros e antecipa as ameaças. As ameaças apontadas na pesquisa, através da análise SWOT, estavam ligadas à falta de pesquisa de mercado, falta de monitoração dos concorrentes e à ausência de planejamento estratégico formal, impactando na falta de preparo da empresa, deixando-a mais vulnerável às instabilidades do mercado. Diante disso, o planejamento estratégico proporcionou aos gestores uma visão ampla de suas capacidades e limitações, sendo possível acompanhar e capitalizar os pontos fortes. Contribuiu ainda para avaliar o mercado e as oportunidades emergentes advindas de programas sociais do governo que favorecerão a demanda por móveis nos próximos anos, além de proporcionar a formalização de fatores como missão, visão e definição do negócio que embasaram as decisões e permitiu, ainda, o estabelecimento de um prazo para a conclusão do objetivo de expandir as frentes de mercado. As técnicas do planejamento estratégico apontadas na pesquisa auxiliaram os gestores a direcionar suas ações para que sejam voltadas para o resultado. Ressalta-se a importância de a empresa de pequeno porte adotar a prática do planejamento estratégico para explorar suas particularidades a fim de transformá-las em diferenciais competitivos frente aos concorrentes. A pesquisa fundamentou a importância de as empresas irem além da elaboração de planos, sendo necessário se preocupar também em estender seus processos mais participativos à implementação, para que esta ocorra de maneira eficiente e eficaz. Outro fator relevante apresentado foi de acompanhar o desempenho do planejamento estratégico e realizar controle e avaliação de forma contínua através da comparação entre as situações alcançadas e previstas para, resultar em tomadas de decisões mais concretas. É importante frisar que a empresa se adapte ao processo do 75 planejamento estratégico e se preocupe em avaliar as mudanças ambientais que ameaçam os planos atuais ou que proporcione oportunidades de novas estratégias, pois o planejamento estratégico, quando realizado de forma correta, torna-se uma das formas mais eficientes de se ter gestão do próprio negócio, sendo possível estabelecer a melhor direção a ser seguida pela empresa, a fim de suprir as necessidades do consumidor, do colaborador e do mercado. Pode-se concluir que a pergunta-problema foi respondida, a hipótese comprovada e os objetivos atingidos, uma vez que o planejamento estratégico contribui na gestão e desenvolvimento da empresa, já que amplia e antecipa a visão futura dos cenários e mercados. Para as autoras, a presente pesquisa acrescentou uma série de fundamentos e contribuições de como o tema hoje pode ser relevante na maximização dos resultados das empresas. De acordo com a abordagem da teoria, foi possível adquirir uma visão mais ampla de todo processo gerencial que pode ser aplicado nas empresas em busca dos fatores que influenciam em sua lucratividade. Portanto, o planejamento estratégico auxilia os gestores no alcance dos objetivos, favorece a empresa tornando-a mais competitiva e age como instrumento de comunicação, de acompanhamento e, principalmente, de aperfeiçoamento do aprendizado nas organizações visando à obtenção de lucros expressivos. Logo, o assunto não se esgota com essa pesquisa, havendo muito ainda a aprofundar, o que poderá ser feito por outros acadêmicos ou profissionais da área. 76 REFERÊNCIAS ALMEIDA, M. I. R. Manual de planejamento estratégico: desenvolvimento de um plano estratégico com a utilização de planilhas Excel. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2003. ANDION, M. C.; FAVA, R. Planejamento estratégico IN: MENDES, J. T. G. (Org). Coleção gestão empresarial, 2002. Curitiba, Faculdades Bom Jesus, p. 27 – 38. ARAUJO, E. Mobília pode ser incluída em financiamentos. SIS Sebrae, Santa Catarina, 16 mar. 2011. Disponível em: <http://sis.sebraesc.com.br/sis/pages /MostraNoticiaVisitante.do?metodo=mostraNoticia&idSetor=3&idNoticia=8977> Acesso em 20 ago. 2011. BATEMAN, T. S.; SNELL, S. A. Administração: novo cenário competitivo. Tradução Bazán Tecnologia e Linguística Ltda. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2009. BETHLEM, A. S. Estratégia empresarial: conceitos, processo e administração estratégica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2004. CARAVANTES, G. R.; PANNO, C. C., KLOECKNER, M. C. Administração: teorias e processos. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. CERTO, S. C. Administração moderna. Tradução Maria Lúcia G. L. Rosa e Ludmilla Teixeira Lima. 9. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2003. CHIAVENATO, I. Administração nos novos tempos. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. COSTA, W. A. F. Como planejar o próximo passo: planejamento estratégico. Istoé, São Paulo, 23 ago. 2006. Disponível em: <http://www.livrosdownload. com/2011/06/isto-e-gestao-empresarial-como-planejar.html> Acesso em: 10 jul. 2011. DAFT, R. L. Administração. Tradução Harue Ohara Avritcher. São Paulo: Cengage Learning, 2010. DRUCKER, P. F. O melhor de Peter Drucker: a administração. Tradução 77 Arlete Simille Marques. São Paulo: Nobel, 2001. ESTUDOS DE MERCADO SEBRAE/ ESPM. SEBRAE, São Paulo, set. 2008. Disponível em: <http://201.2.114.147/bds/BDS.nsf/42BE322294C53E5483257 53E005F0969/$File/NT0003DB12.pdf> Acesso em: 31 mar. 2011. FERNANDES, B. H. R.; BERTON, L. H. Administração estratégica: da competência empreendedora à avaliação de desempenho. São Paulo: Saraiva, 2005. FERREIRA, M. A. D. et al. A importância do planejamento estratégico para o crescimento das empresas. Maringá Management: Revista de Ciências Empresariais, Maringá, jan./jun. 2005. Disponível: <http://www.maringamana gement.com.br/include/getdoc.php?id=112...34...> Acesso em 25 fev. 2011. GRACIOSO, F. Marketing estratégico: planejamento estratégico orientado para o mercado. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2005. HITT, M. A.; IRELAND, R. D.; HOSKISSON, R. E. Administração estratégica: competitividade e globalização. Tradução Eliane Kanner, Maria Emília Guttilla e All Tasks. 2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2008. HREBINIAK, L. G. Fazendo a Estratégia Funcionar: caminho para uma execução bem sucedida. Google Books, São Paulo, 2005. Disponível em: <http://books.google.com.br/books?id=O8XJvBNofx4C&printsec=frontcover&dq =related:ISBN8536303050#v=onepage&q&f=false> Acesso em: 20 jul. 2011. ICHIKAWA, E. Y. Considerações críticas sobre planejamento estratégico. ABEPRO: Associação Brasileira de Engenharia de Produção, Florianópolis. Disponível em: <http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP1997_T5102. PDF> Acesso em: 15 jul. 2011. LAS CASAS, A. L. Plano de marketing para micro e pequena empresa. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2001. LINOFORTE, São Paulo, 2011. Disponível em: <http://www.linoforte.com.br/em presa.php?id=6> Acesso em 14 mai. 2011. LODI, J. B. A empresa familiar. 5. ed. São Paulo: Pioneira, 1998. 78 LONGENECKER, J. G. et al. Administração de pequenas empresas. Tradução Oxbridge Centro de Idiomas. 13. ed. São Paulo: Thomson Learning, 2007. LONGENECKER, J. G.; MOORE, C. W.; PETTY, J. W. Administração de pequenas empresas: ênfase na gerência empresarial. Tradução Maria Lúcia G. L. Rosa e Sidney Stancatti. São Paulo: Makron Books, 1997. MOVELEIROS otimistas com o 'Minha casa, minha vida 2'. CI Floresta, Minas Gerais, 20 jun. 2011. Disponível em: < http://www.ciflorestas.com.br/conteudo. php?id=5541> Acesso em: 21 ago. 2011. NO BRASIL 90% DAS EMPRESAS SÃO FAMILIARES. SEBRAE, Londrina, out. 2005. Disponível em: <http://www.sebrae-sc.com.br/newart/default.asp?ma teria=10410> Acesso em: 21 mai. 2011. OLIVEIRA, D. P. R. Planejamento estratégico: conceitos, metodologia e práticas. 23. ed. São Paulo: Atlas, 2007. PANORAMA DO SETOR MOVELEIRO 2008 – 2009. Abimóvel, São Paulo, 2009. Disponível em: <http://www.abimovel.com/abimovel_novo/info_programa _setor_moveleiro.php> Acesso em: 23 mai. 2011. PÓLO MOVELEIRO no estado de São Paulo. O. Portal Moveleiro, São Paulo, 10 fev. 2006. Disponível em: <http://www.portalmoveleiro.com.br/noticia.php ?cdNoticia=10820> Acesso em: 20 ago. 2011. PLANO BRASIL maior apóia a indústria brasileira. SEBRAE, São Paulo, 2011. Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/setor/madeira-e-moveis/osetor/aces so-a-servicos-financeiros/creditos/bia-183-89-plano-brasil-maior-apoia-a-indus tria-brasileira/integra_bia?ident_unico=18389> Acesso em: 20 ago. 2011. PORTER, M. E. Competição on competition: estratégias competitivas essenciais. Tradução Afonso Celso da Cunha Serra. 4. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1999. REZENDE, D. A. Planejamento Estratégico Para Organizações Privadas E Públicas: guia prático para elaboração do projeto de plano de negócios. Google Books, Rio de Janeiro: Brasport, 2008. Disponível em: <http://books. google.com.br/books?id=dMy8aSbkmz4C&printsec=frontcover&dq=related:ISB N8536303050#v=onepage&q&f=false> Acesso em: 11 jul. 2011. 79 RIBEIRÃO Preto. Wikipédia, 30 ago. 2011. Disponível em: <http://pt.wikipedia. org/wiki/ Ribeir%C3%A3o_Preto#Demografia> Acesso em 30 ago. 2011. SAMPAIO, C. H. Planejamento estratégico. 4. ed. Porto Alegre: Sebrae/RS, 2004. TEIXEIRA, A. M. B. et al. Variáveis externas e suas repercussões nas micro e pequenas empresas exportadoras do Rio Grande do Norte. CONNEPI, João Pessoa, 2007. Disponível em: <http://www.redenet.edu.br/publicacoes/ar quivos/20080922_092330_COME-031.pdf> Acesso em: 21 ago. 2011. TERENCE, A. C. F. Planejamento estratégico como ferramenta de competitividade na pequena empresa: desenvolvimento e avaliação de um roteiro prático para o processo de elaboração do planejamento. 2002. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos. 80 APÊNDICES 81 APÊNDICE A – Roteiro de Estudo de Caso 1 INTRODUÇÃO Serão apresentados os objetivos relacionados ao estudo de caso, os métodos e técnicas utilizados na pesquisa assim como as dificuldades e facilidades encontradas. Serão caracterizados os aspectos principais da empresa no que se refere ao planejamento estratégico da mesma. 1.1 Relato do trabalho realizado referente ao assunto estudado a) Descrever o processo de planejamento estratégico executado pela empresa. b) Coletar depoimento do proprietário, gerente geral e demais profissionais da área. 1.2 Discussão Confronto entre a teoria pesquisada e a prática utilizada na empresa estudada. 1.3 Parecer final sobre o caso e sugestões sobre manutenção ou modificações de procedimentos 82 APÊNDICE B – Roteiro de Observação Sistemática I IDENTIFICAÇÃO 1 Empresa:..................................................................................................... 2 Localização:................................................................................................ 3 Atividade Econômica:.................................................................................. 4 Porte:........................................................................................................... II ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS Histórico da empresa:............................................................................................ Modelo de gestão aplicada:................................................................................... Realização do planejamento atual:........................................................................ Processo de produção:.......................................................................................... Estruturação:.......................................................................................................... Relacionamento interno:........................................................................................ Visão da empresa em relação ao planejamento estratégico:................................ 83 APÊNDICE C – Roteiro de entrevista para o Proprietário da Empresa I IDENTIFICAÇÃO 1 Formação Acadêmica:................................................................................ 2 Tempo de atuação na área:........................................................................ 3 Experiências anteriores:.............................................................................. II PERGUNTAS ESPECÍFICAS 1 A empresa realiza planejamento estratégico? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2 Se não, quais são os motivos para não realizar o planejamento estratégico? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2.1 Se sim, como é realizado? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 3 Quais são as principais dificuldades do processo? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 4 Você conhece as técnicas do planejamento estratégico? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 84 APÊNDICE D – Roteiro de entrevista para o Gerente Geral I IDENTIFICAÇÃO 1 Formação Acadêmica:................................................................................ 2 Tempo de atuação na área:........................................................................ 3 Experiências anteriores:.............................................................................. II PERGUNTAS ESPECÍFICAS 1 Qual seu ponto de vista sobre Planejamento Estratégico? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2 Quais são os pontos fortes da empresa? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 3 Você aponta alguma fragilidade na empresa? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 4 Como é realizada a análise do ambiente externo? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 5 Como são definidas as ações futuras da empresa? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 6 Qual é a missão da empresa? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 85 7 Qual a visão da empresa? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 8 Elas (missão e visão) estão relacionadas com o planejamento estratégico? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 86 APÊNDICE E – Roteiro de entrevista para o Profissional da Área I IDENTIFICAÇÃO 1 Formação Acadêmica:................................................................................ 2 Tempo de atuação na área:........................................................................ II PERGUNTAS ESPECÍFICAS 1 Qual a importância de ter o planejamento estratégico? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2 Quais ferramentas você considera importantes para a elaboração do planejamento estratégico? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 3 Quais as dificuldades em aplicar o planejamento estratégico em uma empresa familiar? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 4 O planejamento estratégico auxilia no desenvolvimento e gestão de uma empresa? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 5 Como o planejamento estratégico auxilia no desenvolvimento e gestão de uma empresa? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 87 ANEXOS 88 ANEXO A – Fotos Foto 1: Catálogo da empresa 89 Foto 2: Estofados do catálogo 90 Foto 3: Estofados do catálogo 91 Foto 4: Estofados do catálogo 92 Foto 5: Estofados do catálogo 93 Foto 6: Estofados do catálogo 94 Foto 7: Lançamentos do semestre Foto 8: Lançamento do semestre 95 Foto 9: Lançamentos do semestre Foto 10: Exposição de estofados na loja 96 Foto 11: Exposição de estofados na loja Foto 12: Construção do novo barracão 97 Foto 13: Visita à empresa Foto 14: Gerente geral da empresa e a esposa