XVII Encontro de Modelagem Computacional V Encontro de Ciência e Tecnologia de Materiais Universidade Católica de Petrópolis (UCP), Petrópolis/RJ, Brasil. 15-17 out. 2014 DETERMINAÇÃO DE PARÂMETROS CONSTITUTIVOS NO PROCESSO DE CRISTALIZAÇÃO USANDO O ALGORITMO DE COLÔNIA DE VAGALUMES Fran Sérgio Lobato - [email protected] Ricardo Amâncio Malagoni - [email protected] Universidade Federal de Uberlândia, Faculdade de Engenharia Química CEP: 38400-902 - Uberlândia, MG, Brasil Resumo. Dentre as operações unitárias em engenharia química, o processo de cristalização é uma das mais importantes devido a quantidade de aplicações práticas que podem ser encontradas. Esta operação tem como principal finalidade a obtenção de material particulado de alta pureza. Matematicamente, o fenômeno de cristalização é modelado por um sistema integro-diferencial que representa os balanços de população de cristais, de massa e de energia, associado a equações constitutivas que representam as taxas de crescimento e nucleação de cristais. Neste cenário, faz-se necessário, para cada tipo de solução, determinar estes parâmetros para fins de controle e otimização deste processo. Diante do que foi apresentado, este trabalho tem por objetivo determinar os parâmetros destas equações constitutivas através da formulação e resolução de um problema inverso através da aplicação do algoritmo de Colônia de Vagalumes. Os resultados obtidos demonstram que a estratégia empregada configura-se como uma interessante estratégia para a resolução do problema inverso proposto. Palavras-Chave: Processo de cristalização, estimação de parâmetros, constitutivas, algoritmo de colônia de vagalumes, problema inverso. 1. equações INTRODUÇÃO A cristalização é uma operação unitária que tem como finalidade a obtenção de material particulado de alta pureza, com grande aplicabilidade em processos químicos e farmacêuticos. Tradicionamente, esta técnica tem sido empregada como um método para a separação de misturas de substâncias representadas por materiais crus ou por produtos de reação. A cristalização pode ocorrer com formação de partículas, como a solidificação de um líquido ou com formação de sólidos dispersados em uma solução (Giulietti et al., 2001). A cristalização pode ocorrer com formação de partículas, como a solidificação de um líquido ou com formação de sólidos dispersados em uma solução, classificado em três fases. A primeira fase é a geração da força motriz, que é ocasionada pela supersaturação. Esta ocorre quando se consegue quantidade de soluto superior à quantidade de saturação, sem que ocorra a precipitação do soluto. A segunda fase é a nucleação, que influencia significativamente o tamanho dos cristais, a qual pode não existir quando se opera na região metaestável. Na última fase da cristalização, o principal fenômeno envolvido é o crescimento dos cristais, que envolve o transporte de massa do soluto de uma solução, para a superfície do cristal (Saito et al., 2002; Santos, 2005). Matematicamente, o fenômeno de cristalização é constituído por sistema integrodiferencial que modela o balanço da população de cristais, o balanço de massa e o balanço de energia, associado a equações constitutivas que representam as taxas de crescimento e nucleação de cristais (Myerson, 1993). Do ponto de vista prático, estas equações constitutivas apresentam parâmetros que devem ser estimados para um conjunto de condições avaliadas experimentalmente. XVII Encontro de Modelagem Computacional V Encontro de Ciência e Tecnologia de Materiais Universidade Católica de Petrópolis (UCP), Petrópolis/RJ, Brasil. 15-17 out. 2014 Diante do que foi apresentado, a presente contribuição tem por objetivo determinar os parâmetros das equações constitutivas no modelo do cristalizador empregando o Algoritmo de Colônia de Vagalumes (ACV), proposto por Yang (2008). Este trabalho está estruturado como segue: a seção 2 apresenta o modelo matemático que caracteriza o proceso de cristalização, bem como a técnica empregada para a resolução do problema direto. Na seção 3 é apresentado a concepção do ACV, além da formulação do problema inverso. Os resultados obtidos com a aplicação da metodologia proposta são apresentados na seção 4. Finalmente, as conclusões e perspectivas são apresentadas na última seção. 2. MODELAGEM MATEMÁTICA DO PROCESSO DE CRISTALIZAÇÃO A modelagem matemática do processo de cristalização consiste dos balanços de massa e de energia e da descrição da distribuição de tamanho de cristais (modelos de balanço populacional), já que nesta operação unitária é produzida uma massa discreta de partículas de vários tamanhos. A seguir são apresentadas as equações que descrevem o processo de cristalização. 2.1 Balanço de Massa O balanço material do soluto é realizado baseando-se no fato de que uma mudança de concentração resulta em uma mudança da massa de cristais por unidade de volume. Neste caso, o balanço de massa para o soluto que esta sendo cristalizado e para o solvente no cristalizador pode ser representado pelo seguinte modelo matemático (Myerson, 1993; Costa, 2003): ∞ dC M fo = C fo − C ) − 3ρ c kv ∫ G ( L, t ) n ( L, t ) L2 dL ( dt M 0 (1) onde C é a concentração de cristais, t é o tempo de operação, L é a dimensão característica do cristal, M é a massa do solvente no cristalizador, Mfo e Cfo reprsentam o fluxo mássico de solvente e a concentração de soluto, respectivamente, ρc é a densidade do cristal, kv é o fator de forma referente ao volume, G é a taxa de crescimento, n é a função distribuição de tamanho de cristais. 2.2 Balanço de Energia Em se tratanto de cristalização por resfriamento, o fluxo de calor é removido do sistema. Assim, o calor de cristalização é a quantidade de calor a ser adicionado ou removido a temperatura constante durante a cristalização e é igual ao oposto do calor de solução que se aplica quando cristais são dissolvidos em uma solução saturada (Myerson, 1993; Costa, 2003). Neste cenário, o balanço de energia genérico para um cristalizador deve considerar as diferenças de entalpia das correntes de entrada e saída do cristalizador, o calor de cristalização e o calor removido pelo sistema de resfriamento, conforme descrito pela seguinte equação (Rawlings et al., 1993, 2001): ρ C pVsusp ∞ dT d ( PVsusp ) = − ∑ Qk H k − 3 ρ c kvV ∆H c ∫ n ( L, t ) G ( L, t ) L2 dL − UA c (T − Tc ) dt dt k 0 (2) XVII Encontro de Modelagem Computacional V Encontro de Ciência e Tecnologia de Materiais Universidade Católica de Petrópolis (UCP), Petrópolis/RJ, Brasil. 15-17 out. 2014 onde T é a temperatura do cristalizador, Cp é o calor específico da lama, ρ é a densidade da lama, ∆Hc é o calor de cristalização, V é vazão volumétrica, Vsusp é o volume total da suspensão, P é a pressão dos sitema, Hk e Qk representam a entalpia por unidade de volume e a vazão volumétrica da corrente k, n é a densidade de distribuição (da população), U é o coeficiente de transferência de calor, Ac é a área de transferência de calor e Tc é a temperatura do fluido refrigerante. 2.3 Balanço de População Matematicamente, a população de cristais pode ser representada por uma função que descreve a distribuição (em número, massa ou volume) dos mesmos. Uma população que tenha um grande número de cristais pequenos e um pequeno número de cristais bastante grandes pode ter sua representação em número com um aspecto bastante diferente da representação dessa mesma população em massa, pois grande parte da massa da população pode estar localizada na parte da população dos maiores cristais (Costa, 2003). A distribuição do tamanho dos cristais pode ser prevista a partir do balanço do número de partículas. Para essa finalidade, as equações de balanço de população são empregados para descrever a forma como a distribuição de tamanho de uma população de cristais se desenvolve no tempo como resultado de vários processos cinéticos (Rawlings et al., 1993, 2001). Genericamente, a equação geral para o balanço de densidade em número de um cristalizador tendo volume V é dada por: Vn ∂n ∂ ( Gn ) ∂V + +n + D ( L) − B ( L) + ∑ k k = 0 ∂t ∂L V ∂t V k (3) onde o termo ∂n/∂t representa a mudança da densidade com relação ao tempo, ∂(Gn)/∂L descreve a diferença entre cristais crescendo para dentro ou para fora do intervalo dL devido à taxa de crescimento de cristal G=dL/dt, o termo n(∂V/V∂t) considera mudanças no volume em relação ao tempo, os termos D(L) e B(L) representam as taxas de desaparecimento e aparecimento, respectivamente, e o último termo fornece a soma de todos os fluxos de partículas entrando e saindo do cristalizador (Costa, 2003). O modelo descrito é formado por um sistema integro-diferencial que requer, para a sua simulação, a utilização de equações constitutivas para os termos B, D e G. Estas equações, que são funções de parâmetros, são determinados a partir do uso de dados experimentais via formulação de um problema de otimização. 2.1 Resolução do Problema Direto O sistema integro-diferencial apresentado pode ser resolvido a partir da aplicação de inúmeras técnicas, dentre as quais pode-se citar: Método das Diferenças Finitas, Método dos Volumes Finitos, Método dos Elementos Finitos, Colocação Ortogonal, Método dos Momentos, Método das Características, Método das Classes (Myerson, 1993; Rawlings et al., 1993, 2001; Costa, 2003; Shi et al, 2006; Mesbah, 2010). Neste trabalho optou-se por empregar o Método dos Momentos para a resolução do problema direto. Assim, por definição, o momento j é dado por: XVII Encontro de Modelagem Computacional V Encontro de Ciência e Tecnologia de Materiais Universidade Católica de Petrópolis (UCP), Petrópolis/RJ, Brasil. 15-17 out. 2014 ∞ µ j ≡ ∫ Lj n ( L ) dL (4) 0 Fisicamente, o momento zero (µ0) fornece o número total de cristais no sistema. Já o primeiro momento (µ1) fornece o comprimento total dos cristais do sistema. A área superficial total do sistema é fornecida pela multiplicação do segundo momento (µ2) pelo fator de forma em área, enquanto o volume total dos cristais é equivalente à multiplicação do terceiro momento (µ3) pelo fator de forma em volume. A massa total de cristais é a multiplicação do terceiro momento com a densidade dos cristais e o fator de forma em volume (Myerson, 1993; Rawlings et al., 1993, 2001; Costa, 2003; Shi et al, 2006; Mesbah, 2010). Cabe ressaltar que, para o processo de cristalização, a utilização de momentos fora os mencionados não tem empregabilidade prática, assim, são considerados na prática, informações sobre o momento zero, dois e três, já que o comprimento total dos cristais (µ1) é informação com pouca aplicabilidade. Com a aplicação do Método dos Momentos, a equação de balanço populacional é transformada em um sistema de equações diferenciais ordinárias. Para essa finalidade, multiplica-se o balanço de população por Lj e integra-se, resultando em equações em termos dos momentos (Randolph e Larson, 1971): ∞ ∂n ∫ L ∂t + j 0 ∂ ( Gn ) ∂L +n Vn ∂V + D ( L) − B ( L) + ∑ k k V ∂t V k dL = 0 (5) Para um sistema em regime de opearção batelada, considerando o crescimento independente do tamanho e que os termos de aparecimento e desaparecimento podem ser expressos em termos médios, o sistema de equação diferenciais para os três primeiros momentos são dados por: µ0 B0 + B − D d µ1 µ0 G + B − D = dt µ 2 2 µ1G + B − D µ3 3µ 2 G + B − D (6) onde a condição inicial para cada momento é computada a partir da distribuição inicial de cristais no cristalizador de acordo com a Eq. (4). 3. ALGORITMO DE COLÔNIA DE VAGALUMES O ACV é fundamentado na característica bio-luminescente dos vagalumes, insetos coleópteros notórios por suas emissões luminosas. Dentre as funções desempenhadas por esta luminescência pode-se enumerar (Yang, 2008): (i) ferramenta de comunicação e atração para potenciais parceiros na reprodução; (ii) isca para atração de eventuais presas para o vagalume; (iii) mecanismo de alerta para potenciais predadores. A função da comunicação através dessa bioluminescência advém do fato observado de que, em determinadas espécies de vagalumes, a taxa de intermitência e a intensidade dos flashes luminosos é parte essencial do mecanismo que os vagalumes utilizam para o ritual de acasalamento (as fêmeas são atraídas pelo brilho emitido pelos machos) (Yang, 2008). XVII Encontro de Modelagem Computacional V Encontro de Ciência e Tecnologia de Materiais Universidade Católica de Petrópolis (UCP), Petrópolis/RJ, Brasil. 15-17 out. 2014 3.1 Descrição do Algoritmo No algoritmo proposto por Yang (2008), as seguintes hipóteses são consideradas: (i) os vagalumes não possuem sexo, portanto qualquer vagalume poderá atrair ou ser atraído; (ii) a atratividade é proporcional ao brilho emitido e decai conforme aumenta a distância entre os vagalumes (regra baseada em observação do comportamento animal); (iii) o brilho emitido por um vagalume é determinado pela sua avaliação frente ao objetivo (i.e., quanto melhor avaliado, mais brilhante), (iv) a atratividade de um vagalume é determinada pela intensidade da luz emitida, e (v) a determinação da intensidade emitida é função de sua avaliação. Neste sentido, a intensidade de emissão de luz de um vagalume é proporcional à função objetivo, i.e., I(x) ≈ J(x), que decai em função da distância entre os vagalumes devido à absorção da luz pelo meio. Assim, a intensidade percebida por um vagalume é dada por: I(r) = Io×exp(γr2), em que Io é a intensidade da luz emitida; r é a distância Euclidiana entre os vagalumes i e j, sendo i o vagalume mais brilhante e j o vagalume menos brilhante; e γ é o parâmetro de absorção da luz pelo meio. O fator de atratividade ω, responsável pela aproximação dos vagalumes, é definido como: ω = ωo exp ( −γ r 2 ) (7) em que ωo é a atratividade para uma distância r = 0. A movimentação em um dado passo de tempo t do vagalume i em direção a um melhor vagalume j, em termos da função objetivo, é definida como: xit = xit −1 + ω ( x tj−1 − xit −1 ) + κ ( rand − 0 ,5 ) (8) Na equação acima, o segundo termo do lado direito insere o fator de atratividade ω, enquanto o terceiro termo, ponderado pelo parâmetro κ, regula a inserção de certa aleatoriedade no caminho percorrido pelo vagalume, onde rand é um número aleatório entre 0 e 1. Na literatura pode-se encontrar algumas aplicações do ACV, dentre as quais são citadas: sincronização de sensores em rede (Werner-Allen et al., 2005), projeto de redes sem fio (Leidenfrost e Elmenreich, 2008), otimização de funções matemáticas (Yang, 2008), resolução de um problema inverso de condução de calor Luz et al. (2009), desenvolvimento de uma estratégia auto-adaptativa usando modelos caóticos para a atualização dos parâmetros do ACV (Lobato e Steffen Jr, 2010), projeto de sistemas de engenharia (Lobato et al, 2011a), otimização de hidrociclones (Lobato et al., 2011b), estimação de parâmetros de controladores em processos químicos (Souza et al, 2012), controle ótimo (Lobato et al, 2012), dentre outras aplicações. 3.2 Formulação e Resolução do Problema Inverso O problema inverso consiste na minimização do funcional F, ie., obter o valor do vetor de variáveis de projeto de modo a minimizar o somatório dos desvios entre os valores experimentais e os valores calculados pela resolução do problema direto, conforme a seguinte equação: nexp F ≡ ∑ ( Ciexp − Cical ) i =1 2 (9) XVII Encontro de Modelagem Computacional V Encontro de Ciência e Tecnologia de Materiais Universidade Católica de Petrópolis (UCP), Petrópolis/RJ, Brasil. 15-17 out. 2014 onde Ccal e Cexp são as concentrações calculadas e experimentais e nexp é o número de pontos experimentais considerados. Como em qualquer procedimento experimental existem erros de medida, tal aspecto será considerado neste trabalho através de um ruído acrescido à solução calculada, com desvio padrão conhecido, através da seguinte relação: Ciexp = Cical + rζ (10) onde r é um número aleatório entre -1 e 1 e ζ o desvio padrão associado ao procedimento experimental. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Para aplicação da metodologia proposta será considerado o modelo de um cristalizador batelada não isotérmico que produz cristais de sulfato de potássio proposto por Rawlings et al. (1993) e estudado por vários autores (Rawlings et al., 2001; Shi et al, 2006; Paengjuntuek et al, 2008; Gamez-Garcia et al, 2012). Matematicamente este é definido pelo seguinte sistema de equações: ∞ dC = −3ρ c kv G ( t ) ∫ n ( L, t ) L2 dL, C (0) = 0,1743 dt 0 (11) ∞ ∆H c UA c dT = −3ρ c kvV G ( t ) ∫ n ( L, t ) L2 dL − (T − Tc ) , T (0) = 50 dt Cp MC p 0 (12) ∂ (n) ∂n +G =0 ∂t ∂L B n(0, t ) = G 0,0032(300-L)(L -250) n( L, 0) = 0 (13) 250 µ m ≤ L ≤ 300 µ m L < 250 µ m ou L > 300 µ m (14) onde B e D são nulos. Para a simulação do problema direto são considerados as seguintes equações constitutivas (Rawlings et al., 1993): C − Cs B = kb exp ( − Eb RT ) Cs b ∞ C − Cs G = k g exp ( − E g RT ) Cs ∫ L n ( L, t ) dL 3 (15) 0 g (16) onde Eb é a energia de ativação da nucleação, Eg é a energia de ativação do crescimento, b e g são os exponetes relativos a taxa de nucleação e crescrimento para a supersaturação e Cs é a concentração de saturação do soluto, dada por (Rawlings et al., 1993): Cs = 6, 29 × 10-2 + 2, 46 × 10-3 T - 7,14 × 10-6 T 2 (17) XVII Encontro de Modelagem Computacional V Encontro de Ciência e Tecnologia de Materiais Universidade Católica de Petrópolis (UCP), Petrópolis/RJ, Brasil. 15-17 out. 2014 onde a temperatura T é dada em oC. A temperatura Tj varia linearmente de 50oC a 30oC, o que implica em resfriamento controlado. 4.1 Simulação do Problema Direto Para resolver o sistema de equações foi empregado o Método dos Momentos, conforme descrito na seção 2.1. Neste caso, as condições iniciais para o quatro primeiros momentos são computados a partir integração da condição inicial para a distribuição de cristais (n(L,0)) conforme apresentado pela Eq. (14). A Fig. 1 apresenta os perfis de concentração, temperatura e dos primieros quatro momentos considerando os parâmetros definidos na Tab. 1 (Rawlings et al., 1993; 2001). Tabela 1: Parâmetros considerados para a simulação do cristalizador batelada. b (-) 1,45 g (-) 1,5 kb (min µm3)-1 1,710E4 kg (µm/min) 8,640E9 Eb/R (K) 7517 Eg/R (K) 4859 U (kJ/m2 minK) 300 Ac (m2) 0,25 44,5 3,8 ∆Hc (kJ/kg) Cp (kJ/Kkg) 3 2,66E-12 M (kg) 27,0 ρ (g/µm ) kv (-) 1,5 t (min) 30 700 µ1 (#µm/gsolvente) µ0(#/gsolvente) 600 500 400 300 200 100 0 5 10 15 t (min) 20 25 1,0x10 5 8,0x10 4 6,0x10 4 4,0x10 4 2,0x10 4 30 0 5 10 15 20 25 30 25 30 t (min) (a) µ0 (#/gsolvente). (b) µ1 (#µm/gsolvente). 7 10 1,2x10 7 2,5x10 µ3 (#µm /gsolvente) 10 7 2,0x10 1,0x10 9 8,0x10 3 2 µ2 (#µm /gsolvente) 3,0x10 7 1,5x10 7 1,0x10 9 6,0x10 9 4,0x10 9 2,0x10 6 5,0x10 0 5 10 15 t (min) 20 (c) µ2 (#µm2/gsolvente). 25 30 0 5 10 15 t (min) 20 (d) µ3 (#µm3/gsolvente). XVII Encontro de Modelagem Computacional V Encontro de Ciência e Tecnologia de Materiais Universidade Católica de Petrópolis (UCP), Petrópolis/RJ, Brasil. 15-17 out. 2014 50,0 0,1760 47,5 45,0 0,1650 0,1595 o T ( C) C (g/gsolvente) 0,1705 0,1540 42,5 40,0 0,1485 37,5 0,1430 35,0 0,1375 32,5 0,1320 30,0 0 5 10 15 t (min) 20 25 (e) Perfil de Concentração. 30 0 5 10 15 t (min) 20 25 30 (f) Perfil de Tempartura. Figura 1: Perfis de Concentração, temperatura e momentos para o modelo do cristalizador proposto. Na Fig. 1(e) é possível observar que, assim como esperado, descresce com a evolução do tempo, conforme os resultados obtidos por Shi et al (2006). 4.2 Resolução do Problema Inverso Para a resolução do problema inverso, ie., identificação dos parâmetros [b g kb kg] foram considerados os seguintes parâmetros no ACV: população com 50 vagalumes, número de gerações igual a 250, coeficiente de absorção igual a 1 e coeficiente de atratividade igual a 0,9. É importante ressaltar que para os parâmetros considerados, são necessárias 50+50×250 avaliações da função objetivo em cada execução. Também são considerados ruídos da ordem de 2, 5 e 7% para gerar os dados experimentais sintéticos. Cada um dos estudos de caso foram simulados dez vezes com o seguinte vetor de sementes iniciais para o gerador de números aleatórios rand do software Matlab® ([0 1 ... 9]. A Tab. 2 apresentam os resultados médios (e os desvios padrões) obtidos com a aplicação do ACV na resolução do problema inverso. Tabela 2: Resultados obtidos pelo ACV para o problema inverso. g (-) kb (s µm3)-1 kg (µm/s) b (-) Ruído (%) 1,45 1,5 1,710E4 8,640E9 F (Eq. (9)) 1,4499 1,499 1,690E4 8,639E9 5,31E-9 0 (1E-5) (1E-6) (5E-4) (2E-5) (1,13E-11) 1,4394 1,489 1,652E4 8,623E9 4,15E-6 2 (1E-4) (2E-5) (1E-4) (1E-5) (3,43E-8) 1,4294 1,444 1,634E4 8,609E9 3,15E-5 5 (1E-3) (1E-5) (3E-3) (4E-4) (6,37E-7) 1,4097 1,404 1,605E4 8,568E9 2,22E-3 7 (1E-3) (1E-3) (1E-2) (3E-3) (2,33E-5) A partir dos resultados apresentados na tabela acima é possível concluir que o ACV foi capaz de estimar satisfatoriamente o valor dos parâmetros constitutivos. Além disso, XVII Encontro de Modelagem Computacional V Encontro de Ciência e Tecnologia de Materiais Universidade Católica de Petrópolis (UCP), Petrópolis/RJ, Brasil. 15-17 out. 2014 conforme esperado, o aumento do ruído acrescido aos dados experimentais faz com que o valor da função objetivo aumente em relação ao resultado obtido sem ruído. 5. CONCLUSÕES Este trabalho teve por objetivo a determinação de parâmetros constitutivos no processo de cristalização. Para essa finalidade, foram gerados dados experimentais sintéticos a partir da resolução do problema direto usando o Método do Momentos, que transforma o problema integro diferencial original em um sistema de equações diferenciais ordinárias. Os parâmetros foram estimados usando o Algoritmo de Colônia de Vagalumes com diferentes sementes iniciais para a obtenção dos valores médios apresentados. De forma geral observa-se, para os estudos de caso propostos, que a metodologia apresentada configurou-se como uma alternativa interessante para a resolução do problema inverso proposto. Como proposta de trabalho futuros pode-se citar a utilização de dados experimentais reais para o levantamento das equações constitutivas, além da formulação e da resolução de um problema de controle ótimo. Agradecimentos Os autores agradecem a FAPEMIG e a CAPES pelo suporte financeiro deste trabalho. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Costa, C. B. B. “Modelagem e Controle Ótimo do Processo de Cristalização do Ácido Adípico”, Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual de Campinas, 2003. Gamez-Garcia, V., Flores-Mejia, H. F., Ramirez-Muñoz, J., Puebla, H., “Dynamic optimization and robust control of batch crystallization”, Procedia Engineering, 42, 471–481, 2012. Giulietti, M., Seckler, M. M., Derenzo, S., Ré, M. I., Cekinski, E. “Industrial crystallization and precipitation from solutions: state of the technique”. Brazilian Journal of Chemical Engineering, São Paulo, v. 18, n. 4, p. 423-440, 2001. Leidenfrost, R., Elmenreich, W. (2008), “Establishing Wireless Time-Triggered Communication using a Firefly Clock Synchronization Approach”. Proceedings of the 2008 International Workshop on Intelligent Solutions in Embedded Systems, 1-18. Lobato, F. 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Yang, X.-S. (2008). “Nature-Inspired Metaheuristic Algorithms”. Luniver Press, Cambridge. DETERMINATION OF CONSTITUTIVE PARAMETERS IN CRYSTALLIZATION PROCESS USING FIREFLY COLONY ALGORITHM Abstract. Among the unit operations in chemical engineering, the crystallization process is one of most important due to the amount practical applications that can be found. This operation has as principal purpose the obtaining of particulate material with high purity. Mathematically, the crystallization phenomenon is modeled by an integro-differential equations system that represents the crystals population, mass and energy balances associated with constitutive equations that represent the nucleation and crystals growth rates. In this case, it necessary, for each type of solution, to determine these parameters for simulation, control and optimization. In this contribution, the parameters of these constitutive equations are found through the formulation and solution of an inverse problem using the Firefly Colony algorithm. The results demonstrate that the methodology proposed is configured as an interesting strategy to solve the inverse problem formulated. Palavras-Chave: Crystallization process, parameters estimation, constitutive equations, firefly colony algorithms, inverse problem.