Ano XV Nº 143 MARÇO 2007 R$ 2,00 www.uruatapera.com BR-163 terá definição só em abril Produtores rurais não agüentam mais esperar cumprimento de promessas. PREFEITO DE JURUTI BATE FORTE NA ALCOA MAIS EM MAIS PREGOS PA RA JU INVES RUT TI MENO MENTOS N IENSES A S DEG RADAÇ CIDADE ÃO ASFALTO PR E DE FEIT J U UR RU A TI Serviço - 2 INVESTIMENTOS Polvorosa no meio empresarial e político: Juruti enfrenta a mineradora em busca de compensação financeira. Deputados mobilizados pela região Atualidades -7 Educação, energia e asfalto figuram entre as principais reivindicações. Regional - 5 SANTARÉM ILUSTRAÇÃO ATORRES Ganzer promete obras estratégicas Em visita, avalia serviços e discute prioridades. Serviço - 2 SAÚDE Oriximiná zera casos de dengue Política - 4 BAIXO-AMAZONAS ENTREVISTA Argemiro Diniz pede atenção para Oriximiná DEMANDAS Vale confirma Fórum de Juruti que faz pesquisa e PA-254 em de bauxita atraso histórico Atualidades - 7 Regional - 5 Esperança e determinação estão na ordem do dia na Prefeitura de Oriximiná. Energia é prioridade máxima. Cidades - 3 A turma da disciplina História da Amazônia I, aproveitando a oportunidade. HISTÓRIA CULTURA Estudantes no Museu Contextual Cátedra ÍtaloAmazônica na CEI-UFPA Oriximinaenses foram a Óbidos em aula de campo de resgate histórico. Casa de Estudos Italianos incrementa intercâmbio e festeja Américo Vespúcio. Regional - 5 Serviço - 2 SERVIÇO 2 MARÇO - 2007 Ganzer promete obras estratégicas O secretário executivo de Transportes, Valdir Ganzer, fez uma visita técnica a Santarém, para avaliar os serviços da Setran e discutir novas obras estratégicas com a prefeita Maria do Carmo. Ganzer disse que é sua intenção elaborar um diagnóstico antecipado do que é necessário para que, no inverno de 2008, as rodovias e pontes estaduais estejam em condições de suportar as chuvas e o tráfego. A rodovia SantarémCuruá-Una (PA-370) terá atenção especial, prometeu o secretário. Ganzer percorreu parte da rodovia e reuniu com lideranças comunitárias da região no entorno, considerada importante corredor de escoamento de produção da agricultura familiar. O asfaltamento da rodovia, há décadas pleiteado, já provocou vários e sucessivos protestos, inclusive com bloqueio da rodovia pelos produtores rurais. A Secretaria Executiva de Transportes irá organizar um cronograma para garantir a continuidade das obras durante o inverno. 'O objetivo é impedir que ocorram perdas dos recursos já utilizados nas obras', adianta Valdir Ganzer. No planejamento da Setran figura a execução de serviços de manutenção da estrada durante todo o inverno. 'Apenas em julho a pavimentação vai iniciar. Mas até o final do ano queremos entregar esta importante obra', afirmou o titular da Setran. Em dezembro do ano passado, o então governador Simão Jatene disse em Santarém que todos os recursos necessários para o asfaltamento da rodovia PA-370 já haviam sido liberados para a Setran. O atual secretário contradisse a informação. “ Eu estou indo pro Rio de Janeiro para renegociar a parte que o Estado não honrou. Vou emprestar dinheiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para concluir a obra”, afirmou. Sobre a estrada do São José, que interliga o distrito A prefeita Maria do Carmo Martins Lima, com o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos de Mojuí dos Campos à PA370 e à Santarém-Cuiabá (BR-163), considerada estratégica pelo escoamento de gêneros para Santarém, Valdir Ganzer revelou que ela não está incluída no projeto de pavimentação da Setran. 'A São José não está no programa. Acho estranho o trecho não estar incluída. Mas vou tentar conseguir recursos para ela', ponderou. A prefeita Maria do Carmo Martins Lima aproveitou a visita do titular da Setran e pediu auxílio para a construção de um terminal fluvial no município, além da pavimentação de rodovias da região. Maria explicou a enorme carência de uma estrutura adequada ao transporte fluvial, responsável por 80 % dos deslocamentos da população. Por falta de um terminal fluvial, as embarcações de Santarém são obrigadas a ancorar em duas balsas improvisadas na frente da cidade. Para a prefeita, a visita do secretário executivo de Transportes significa uma mensagem da governadora de que o município de Santarém pode contar com ela para obras de infra-estrutura e transportes. 'As conversas já se arrastam desde o governo Jatene, quando houve desentendimento em relação ao local onde seria instalado o terminal. Mas já conseguimos R$ 4 milhões do governo federal para um terminal de cargas', salientou Maria do Carmo. Valdir Ganzer também recebeu o pleito para realizar o recapeamento da rodovia Everaldo Martins, que liga Santarém a Alter do Chão. E anunciou que a Setran, em regime de parceria com a Prefeitura, vai duplicar a rodovia Fernando Guilhon, no trecho que vai da entrada da Praia do Maracanã até a rodovia Everaldo Martins, que leva a Alter do Chão'. Outro pedido ao secretário foi o de inclusão do município no programa Asfalto na Cidade. Em Santarém, 90 km de ruas estão empiçarradas, prontas para receber asfalto e pelo menos em 10 Km o Governo do Estado deve ser parceiro. Setran constrói ponte na Santarém / Curuá-Una A Secretaria Executiva de Transportes começou a construir uma nova ponte na rodovia PA- 370, a SantarémCuruá-Una. O investimento gira em torno de R$ 300 mil. A velha ponte já não oferecia segurança para os veículos, ciclistas e pedestres, e a classe produtora agrícola e a população da região, que foi contemplada com ciclofaixa e passarela para pedestres nos dois sentidos, há muito reivindicava a obra. A antiga ponte de concreto, construída há décadas, está sendo demolida enquanto a nova está em ritmo acelerado. A expectativa é de que fique pronta em dois meses. Ela terá doze metros de largura por 12 de comprimento e vai permitir que veículos carregados de grãos e outros produtos trafeguem com segurança e rapidez. O secretário executivo de Transportes, Valdir Ganzer, vai percorrer, durante os próximos meses, a maioria das rodovias estaduais que estão contempladas na Operação Inverno, acompanhando de perto as obras e fiscalizando pessoalmente o trabalho das empreiteiras. A intenção é elaborar um diagnóstico antecipado das obras necessárias para que no inverno de 2008 as rodovias e pontes estaduais estejam em condições de suportar as chuvas e o tráfego que vem crescendo em todas as regiões, em razão do desenvolvimento da cadeia produtiva do Estado. Obras na BR-163 e Transamazônica só em abril O Ministério dos Transportes só vai apresentar ao Governo do Pará em abril, na melhor das hipóteses, o cronograma de obras das rodovias Santarém-Cuiabá (BR-163) e Transamazônica (BR-230). As duas rodovias estão incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mas até agora nada há de concreto sobre o início da pavimentação. As obras na BR-163 incluem o asfaltamento do trecho Santarém-RurópolisGuarantã do Norte (divisa do Mato Grosso com o Pará), até o acesso a Miritituba. Já na Transamazônica, a pavimentação abrange o trecho Marabá-Altamira-Medicilândia-Rurópolis. Os trechos SantarémRurópolis, Rurópolis-Miritituba e Miritituba-Castelo de Sonhos deverão ser construídos pelo Consórcio integrado pelas empresas Queiroz Galvão e Odebrecht. A Estacon ficará com o trecho Guarantã-Castelo de Sonhos. Para o trecho entre Altamira e Medicilândia, da Transamazônica, único percurso legali- zado , existem R$ 80 milhões já contratados e as obras iniciadas continuarão em 2007. Os trechos Marabá/Altamira, Altamira/Medicilândia e Medicilândia/Rurópolis ainda não têm definição. Casa de Estudos Italianos inaugura Cattedra Italo-Amazzonica Destinada a incrementar os intercâmbios entre o Brasil e a Itália, a Casa de Estudos Italianos da Universidade Federal do Pará – CEI/ UFPA - inaugura, em caráter permanente, a Cattedra Italo-Amazzonica Amerigo Vespucci, dedicada ao nave- gador italiano, nascido em Florença, em 1454. O evento será realizado no próximo dia 9 de março, data em que se comemora o nascimento de Vespúcio. Ao longo deste ano, deverão ser realizadas conferências, cursos, mini cursos, mesas redondas e seminários, com a participação de professores brasileiros e italianos. Também será promovido o curso “Specializzazione nella Gestione della Cooperazione Internazionale”, dirigido a professores italianos e brasileiros. A Cattedra tem como objetivo o incremento de intercâmbios técnicos, científicos e culturais entre o Brasil e a Itália. Segundo a coordenadora da CEIUFPA, Profa. Heloísa Bellini, a realidade brasileira, particularmente a amazônica, na qual está inserida a Universidade, contém aspectos, nestas áreas, que interessam à Itália e, da mesma forma, a realidade italiana interessa ao Brasil. “O lançamento da Cattedra Italo-Amazzonica Amerigo Vespucci surge num momento especial para a Universidade Federal do Pará que este ano completa 50 anos de funcionamento como Universidade Federal Pública, embora algumas faculdades, como Direito e Farmácia, tenham mais de 100 anos”, destaca Bellini. (fonte:www.oriundi.net) Novo bispo vai assumir a diocese de Santarém O Papa nomeou o Monsenhor Esmeraldo Barreto de Farias Bispo da Diocese de Santarém. Bento XVI aceitou a renúncia apresentada por Dom Lino Vomboemmel. Dom Esmeraldo nasceu Editora responsável Franssinete Florenzano Colaborador especial Emanuel Nassar em 4 de julho de 1949 em Santo Antonio de Jesus, diocese de Amargosa, onde freqüentou o Seminário Menor. Completou os estudos de Filosofia junto à Universidade Federal de Minas Gerais e os estudos de Teologia no Instituto de Teologia da Universidade Católica de São Salvador da Bahia. Ordenado sacerdote em 9 de janeiro de 1977, foi pároco de Senhor do Bomfim de Jiquiriçá, diocese de Amargosa, ao mesmo tempo trabalhando nas paróquias do município de Mutuípe, Ubaíra, Santa Inês, Brejões, Laje e Parelhas, no Rio Grande do Norte. Coordenou a equipe diocesana da Pastoral Rural; foi Administrador Dio- Colaborador especial José Wilson Malheiros Vicente Malheiros da Fonseca Walcyr Monteiro João Francisco Mileo Guerreiro Ademar Aires do Amaral Fotolito e impressão Rua Gaspar Viana, 778 Tel. 0xx91.32300777 www.uruatapera.com [email protected] Av. Independência, 1857 Oriximiná.PA. CEP 68270-000 Tel.Fax. 0xx91.32221440 CNPJ. 23.060.825/0001-05 Paulo Afonso em 22.03.2000, recebeu a ordenação episcopal em 11 de junho do mesmo ano. Na CNBB é Membro da Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada. PREFEITURA MUNICIPAL DE ORIXIMINÁ ÀS SUAS ORDENS TELEFONES ÚTEIS Editoração eletrônica Calazans cesano de Amargosa durante a Sé Vacante da Diocese; diretor espiritual adjunto do Seminário Maior; Vigário na paróquia de São Benedito; e coordenador nacional dos Sacerdotes do Prado. Nomeado Bispo de Gabinete do Prefeito – (93) 3544 1319 Secretaria Municipal de Educação – (93) 3544 1224 Secretaria Municipal de Cultura – (93) 3544 2681 Secretaria Municipal de Turismo –(93) 3544 2072 Hospital - Maternidade São Domingos Sávio – (93) 3544 1371 Hospital Municipal – (93) 3544 1370 Secretaria Municipal de Bem-Estar e Assistência Social – (93) 3544 1169 Defensoria Pública – (93) 3544 4000 Secretaria Municipal de Saúde – (93) 3544 1587 Fórum – (93) 3544 1299 Secretaria Municipal de Infra-Estrutura – (93) 3544 1119 Polícia Civil – (93) 3544 1219 CIDADES MARÇO - 2007 Argemiro Diniz pede informes atenção para Oriximiná A Esperança e determinação estão na ordem do dia da Prefeitura de Oriximiná. Energia é prioridade máxima, porque sem ela não é possível implantar indústria, mecanizar a agricultura e ampliar o mercado consumidor. Argemiro Diniz fala aos leitores do UruáTapera sobre os planos para 2007. de maneira correta. A nossa vontade é investir mais, só que os recursos do Estado não chegaram pra nós. Para falar a verdade, nós temos dois convênios celebrados no governo passado, para a construção do mercado e a feira, e que não foram concretizados em termos da contrapartida estadual. Fizemos até mesmo serviços de melhoramento da PA-254, que é uma rodovia estadual, e a reforma do colégio Padre José Nicolino. E olha que tanto a reforma do Nicolino e da estrada são de responsabilidade do governo do Estado. O município fez a sua parte, porque achamos que ambos merecem que se faça o investimento. Inclusive estamos com autorização do governo do Estado para asfaltar o trecho que vai desde a entrada da cidade até ao aeroporto e, ao contrário do que está se falando, os recursos são do município de Oriximiná e não do Estado. Solicitamos a autorização da Câmara de Vereadores e eles concordaram e nos autorizaram a realizar esse trabalho de asfaltamento até ao aeroporto, porque a nossa população está sofrendo e nós temos que agir, não podemos ficar esperando eternamente pelas ações do governo estadual. Oriximiná já tem alternativas para quando a bauxita acabar? Argemiro – Acredito que o que temos a fazer é investir na agricultura, na pecuária, na piscicultura e no turismo. É fundamental para o desenvolvimento do nosso município a instalação de indústrias. Mas para isso é preciso fazer a transposição do rio Amazonas com o linhão trazendo a energia da usina de Tucuruí. Ainda há a expectativa de viabilizar a hidrelétrica de Cachoeira Porteira, que está incluída em plano plurianual do governo federal. Estamos lutando por isso. Como vai a saúde dos oriximinaenses? Argemiro – O nosso município investe cerca de 30% do seu orçamento em saúde. É praticamente o dobro do que é obrigado por lei. Temos 21 médicos que prestam serviços em Oriximiná e mais 11 especialistas que chegam todos os meses; são médicos residentes de Santarém que prestam valiosos serviços à população de Oriximiná. Em Belém hoje nós oferecemos aos nossos munícipes uma casa de apoio muito boa, para que os pacientes que viajam a tratamento tenham o conforto e a segurança necessários. O lixo também repercute na saúde pública. Como está sendo tratado? Argemiro – Estamos aguardando o licenciamento para instituir a área adequada ao lixão. A Sectam mandou técnicos a Oriximiná diversas vezes mas até hoje não liberou nenhuma área para que pudéssemos fazer esse trabalho. Sabemos que existe uma determinação da Comara para que seja distante da sede do município 8 quilômetros. Teríamos que pagar como transporte adicional pelo menos 16 quilômetros além do que já existe, mais ou menos 20 Km, e isso fica praticamente inviável. Precisamos da liberação para poder fazer o aterro sanitário e para que não fique o lixão a céu aberto, o que poderia trazer risco para as aeronaves pelas proximidades do aeroporto. A agricultura está registrando algum avanço? Argemiro – Estamos começando a fazer agricultura em estufa mecanizada, considero que obtivemos avanço razoável, temos feito obras e serviços com recursos próprios da Prefeitura e que estão sendo aplicados justamente com a intenção de gerar empregos e renda. Não temos dinheiro guardado, mas investimos todos os recursos “Nós temos esperança de um bom relacionamento com a governadora, já nos conhecemos pessoalmente e tivemos a oportunidade de conversar na época em que ela era senadora, principalmente tratando da questão da energia, que eu acho fundamental para o desenvolvimento da nossa região como um todo. E esperamos que o presidente Lula olhe para a nossa região.” “Investimos fortemente na conservação de estradas, construção de pontes e muitas obras de importância estratégica, como, por exemplo, a construção do Terminal Hidroviário, ampliação e adequação do Matadouro Municipal.” em favor do desenvolvimento municipal. Na infra-estrutura, ainda há muito a fazer? Argemiro – Construímos escolas nas comunidades de Moura, Abuí, Jacupá, Acapuzinho, ampliamos as escolas existentes tanto na zona urbana quanto na rural. Temos uma extensa lista de realizações de trabalho, não só na área da educação como também na saúde e na agricultura. Investimos fortemente na conservação de estradas, construção de pontes e muitas outras obras de importância estratégica, como, por exemplo, a construção do Terminal Hidroviário, ampliação e adequação do Matadouro Municipal, asfaltamento da PA- 439 até o aeroporto e alojamento de professores. Hoje, as mudanças podem ser observadas facilmente, é só andar pelas ruas e bairros de Oriximiná, é significativa a quantidade de casas de alvenaria que estão sendo construídas, isso significa que o dinheiro está circulando bem no município. O município é rico em matéria-prima e em arrecadação. Dá para fazer mais? Argemiro – Olha, apesar deste ano o município não ter tido aumento de receita substancial, nós demos aumento para o funcionalismo em torno de 16,67% e isso não foi só para quem ganha salário mínimo, foi para todas as categorias. A situação está dentro do controle. O dinheiro dos royalties está sendo aplicado E o imbroglio no Bairro do Penta? Argemiro – “Estivemos com o juiz titular de Oriximiná, Dr. Cornélio, e a partir do entendimento que tivemos com a presença das partes interessadas e do advogado, ficou certo que apresentaríamos uma proposta por parte da Prefeitura e outra por parte dos interessados e levaríamos à Câmara de Vereadores e eles dariam a sua opinião em relação à questão. No dia 13 de dezembro recebemos a resposta da Câmara, que encaminhamos para o juiz e estamos esperamos que haja um consenso da outra parte para que possamos resolver esse problema de interesse social. Quero esclarecer que as áreas em questão foram separadas da gleba patrimonial do município de Oriximiná, portanto faziam parte da área do Estado. E a partir daí, o município quer resolver e tem consciência da responsabilidade do município para com os cidadãos de Oriximiná. Se houver acordo o bairro do Penta poderá receber todos os benefícios como os outros bairros, em questão de pavimentação de ruas, drenagens, abastecimento de água, iluminação pública, logradouros públicos e outras melhorias. Como será o relacionamento da Prefeitura com os governos estadual e federal? Argemiro – Nós temos esperança de que vamos ter um bom relacionamento com a governadora, porque já nos conhecemos pessoalmente e tivemos a oportunidade de conversar na época em que ela era senadora, em alguns encontros em Belém, principalmente tratando da questão da energia, que eu acho fundamental para o desenvolvimento da nossa região como um todo. E esperamos que o presidente Lula olhe para a nossa região. sfaltamento da Transamazônica e da Santarém-Cuiabá e a construção da hidrelétrica de Belo Monte já estão na pauta da reunião que os prefeitos da Associação de Municípios da Transamazônica, Santarém-Cuiabá, Região Oeste do Pará e Xingu terão com Ana Júlia na primeira quinzena de abril. Na audiência a Amut irá com a nova diretoria que será eleita na segunda quinzena de março. Operações da PF Piadinha infame que corre em Santarém: se a Polícia Federal continuar prendendo servidores do Ibama e da Sectam, não vai sobrar ninguém para vistoriar o terminal graneleiro da Cargill. Pegou mal A entrevista do presidente mundial da Alcoa, Alain Belda, à revista Veja, sob o título “É hora de agir”, está repercutindo muito mal no oeste do Pará. Comenta-se à farta que o executivo está preocupado com o aquecimento global, mas não com a degradação ambiental causada pelas mineradoras e os bolsões de miséria junto às áreas de lavra. O prefeito de Juruti já levou ao pé da letra o bordão do presidente da Alcoa. E os outros estão se articulando para a rebordosa. Mudança de data A Associação dos Criadores de Monte Alegre quer que a Agência de Defesa Agropecuária do Pará mude o calendário de vacinação contra a febre aftosa na região. Segundo a entidade, o calendário atual é inadequado à realidade local, daí as dificuldades para conter a doença. O maior argumento é a lembrança de que, em junho de 2003, foco da aftosa teve repercussão internacional e ainda hoje causa prejuízos aos criadores locais. Vôo noturno A implantação de equipamentos de balizamento noturno no aeroporto é uma das maiores reivindicações monte-alegrenses. Reinaugurado em 2001, o aeroporto tem pista de 1.300 metros, com capacidade para receber aviões de pequeno e médio porte, mas não opera à noite. Exemplo dramático foi quando, para resgatar doentes em estado grave, centenas de motocicletas e carros foram alinhados ao longo da pista de pouso, com os faróis ligados, para permitir o pouso e a decolagem de aeronaves com os pacientes. Magistrado compositor O desembargador federal do trabalho Vicente Malheiros da Fonseca entregou à presidente do TJE-PA, desembargadora Albanira Lobato Bemerguy, o Hino do Tribunal de Justiça do Estado do Pará. Compôs letra e música, com arranjos para canto e piano; coro a 4 vozes mistas e piano; e orquestra de sopros, percussão, coro e piano. O magistrado compositor é autor também de quase 40 outros hinos, entre os quais o da Justiça Eleitoral, TRT 8ª Região, Ministério Público do Trabalho, Canção da Escola da Magistratura (letra do desembargador Almir de Lima Pereira), e Escola Superior da Amazônia (letra de Célio Simões), além de outras quase 700 composições nos mais variados estilos. Dança das cadeiras O deputado Antônio Rocha emplacou seu filho Erlon Pereira Rocha como gerente da Agência do Detran em Santarém, e Sandro Lopes como gerente regional do Detran na Pérola do Tapajós. Na regional da Sespa, outros dois afilhados políticos: o médico Edson Ferreira, coordenador, e Ezequiel Marinho, diretor administrativo. Integração do interior Aliás, Antônio Rocha assumiu a presidência da Comissão Permanente de Segurança Pública da Assembléia Legislativa. E, através de Moção, defendeu a necessidade de construção de pontes de concreto na PA-254, entre os municípios de Óbidos, Alenquer e Oriximiná. 3 POLÍTICA 4 MARÇO - 2007 Oriximiná zera casos de dengue Com o período de chuvas, propício para a proliferação da larva do mosquito Aedes Aegypti, a equipe de Endemias da Secretaria de Saúde de Oriximiná está trabalhando duro mas comemora os resultados: até agora, nenhum caso de dengue foi registrado no município. Uma equipe de servidores trabalha no fumacê, fazendo a borrifação na cidade; 14 agentes de saúde, sendo que 2 são supervisores de campo, fazem campanha de esclarecimento em visitas familiares, e dois laboratoristas trabalham no combate à dengue, leschimaniose e malária. Os profissionais de saúde percorrem as residências, educam - nem todas as pessoas acreditam que o melhor remédio é a prevenção -, detectam a larva e a eliminam, através da borrifação. Há um ano as equipes se dedicam à erradicação dos focos. O esforço tem sido bem recompensado, avalia o prefeito Argemiro Diniz. Este ano ainda não foi confirmado nenhum caso de dengue em Oriximiná. No ano passado, nesta mesma época, já haviam sido registrados dois casos, porém, o coordenador do programa de combate às endemias, Manoel Franco, alerta que já foi enviado material coletado para Santarém, que ainda está sendo analisado, e que aguarda o resultado do laudo sorológico. “Esses dados para nós são muito importantes. Estamos lutando bastante para não se repita em Oriximiná o que houve em 2005, quando vários casos foram detectados”, disse Manoel Franco. Para o borrifador Júlio Alex, o maior problema em que as ações de saúde esbar- ram são as próprias pessoas que não gostam da fumaça que a máquina emite, e também crianças que correm atrás. A Prefeitura está solicitando aos pais que não permitam que seus filhos corram atrás dos borrifadores, uma vez que a proximidade das crianças atrapalha o andamento do serviço. A equipe do fumacê trabalha de segunda a sábado (de manhã), de acordo com a necessidade de cada bairro. Manoel Franco aconselha as pessoas que não deixem água parada em nenhum recipiente, para evitar a proliferação do mosquito da dengue. Em 2006, foram confirmados 18 casos de dengue. Os bairros mais afetados foram São Pedro, N. Sra. das Graças e Santa Luzia e os com maior número de focos das larvas, em torno de 128, foram São José Operário e Cidade Nova. Participação da comunidade aumenta a eficácia Combate ao vetor, vigilância epidemiológica, diagnóstico precoce e assistência ao paciente são as principais ações para o controle da dengue. Também são importantes o saneamento ambiental, educação em saúde, mobili- zação e comunicação social. A Prefeitura de Oriximiná está investindo na capacitação de recursos humanos, acompanhando e avaliando todas as ações desenvolvidas pela secretaria municipal de Saúde. 122 municípios paraenses estão infestados por mosquitos Aedes Aegypti, sendo que 92,65% deles têm os três sorotipos circulantes, ou seja, o 1, 2 e 3, assim como 25% dos municípios prioritários do Programa Estadual de Controle da Dengue, o que aumenta o risco de surgimento de casos de dengue hemorrágica. Em 2006, foram registrados 8.860 casos de dengue, com quatro óbitos, em todo o Estado. Entrar nas casas é uma estratégia fundamental, mas que enfrenta dificuldade para ser executada em todos os locais. Médicos alertam para que todos fiquem atentos para as formas atípicas de dengue, que além dos sintomas conhecidos, apresenta encefali- te, miocardite e insuficiência hepática. O prefeito Argemiro Diniz enfatiza que o combate à dengue depende também da participação da comunidade, que deve eliminar criadouros domésticos do mosquito. Diagnóstico precoce é fundamental para debelar endemias Enquanto a leishmaniose tegumentar tem como principal fator a entrada do homem na mata, as da leishmaniose visceral são a pobreza, desnutrição, precárias condições de moradia e de vida da população, que atraem o flebotomíneo, mosquito transmissor da doença, tendo como principal hospedeiro os cães, que vivem em convívio direto com as famílias. A Prefeitura de Oriximiná está se esforçando para controlar as duas doenças, com capacitação de profissionais de saúde, redução do contato do homem com o vetor, estimulando o uso de proteção individual a quem costuma entrar na mata, como camisas de manga comprida e chapéus com tela, e orientações de higiene e cuida- dos com ambiente domiciliar. O Pará é responsável por 40% dos casos de leishmaniose tegumentar e 60% dos casos de leishmaniose visceral. A rede básica de saúde precisa fazer o diagnóstico precoce da leishmaniose visceral. Muitas crianças chegam ao Hospital sem diagnóstico, apesar de estar com a doença em estado avançado. REGIONAL MARÇO - 2007 5 Deputados se mobilizam pelo Oeste A deputada Josefina Carmo (PMDB) propôs mobilização política em favor do desenvolvimento da região Oeste do Pará. Argumentando que ‘o desenvolvimento do Estado é desigual: favorece, de um lado, o crescimento acelerado de umas regiões, ao mesmo tempo em que provoca a pauperização de outras’, a deputada denunciou que o Oeste do Pará figura entre os que estão empobre- cendo, ‘justamente porque lhe negam os investimentos estratégicos necessários ao seu desenvolvimento’. A situação dos nove municí pios localizados na margem esquerda do rio Amazonas é alarmante, alertou Josefina, salientando que as rodovias estaduais não são asfaltadas, não há universidades públicas nem energia elétrica do linhão da Hidrelétrica de Tucuruí. Josefina quer todos pela região Entretanto, ela reconhece que o movimento só terá sucesso se contar com a participação de todos os deputados estaduais eleitos majoritariamente com votos da região e o apoio da própria Assembléia Legislativa. O compromisso de todos os deputados deve ser ‘com o desenvolvimento sustentável do Estado, permitindo que todas as regiões tenham os investimentos minimamente necessá rios à implantação das obras de infra-estrutura de produção’, defendeu Josefina. Os deputados entendem ser necessário que o governo do Pará e a Assembléia Legislativa apresentem, discutam e adotem propostas que estimulem desenvolvimentos regionais de forma mais equilibrada, corrigindo as desigualdades hoje registrados pelos dados do PIB estadual. ‘Aceito o chamamento e tenho certeza de que, juntos, muito podemos fazer pelo Oeste do Pará’, afirmou o deputado Alexandre Von (PSDB), em aparte. Von elogiou o pronunciamento, ‘uma abordagem muito interessante das carências, dos entraves, das grandes dificuldades históricas da região’. Os deputados Gabriel Guerreiro (PV) e José Megale (PSDB) em apartes, também reafirmaram o compromisso em prol do desenvolvimento do Oeste do Pará. Júnior Ferrari pede pela PA-254 e Fórum de Juruti O Deputado Júnior Ferrari tocou em problemas antigos e ainda sem solução no oeste do Pará, como a recuperação de rodovias, assistência judiciária e energia. A PA-254, que liga os municípios da margem esquerda do rio Amazonas, e a construção do Fórum em Juruti foram abordados por ele na Assembléia Legislativa. E aproveitou para elogiar o carnaval 2007 em Oriximiná e Óbidos, dos mais tradicionais do Pará. Jr. Ferrari lembrou que, na legislatura passada, participou da reunião com o então presidente do Tribunal de Justiça do Estado, o prefeito Henrique do PT e o Presidente da Câmara, quando ficou acertada a construção do Fórum, em regime de parceria. A Prefeitura entrou com o terreno, a Alcoa está construindo e o TJE com a infra-estrutura, mas até hoje o Fórum não está pronto. Juruti tem cerca de 40 mil habitantes que, para recorrer ao Poder Judiciário, precisam ir a Óbidos, numa viagem que dura 20 horas, ida e volta. A PA-254 é o sonho da população de Óbidos, Oriximiná, Prainha, Monte Alegre, Alenquer, Curuá e Almeirim, Faro e Terra Santa. Cerca de 300 mil habitantes vivem no seu entorno, mas não recebeu sequer o pontapé inicial. Como a estrada tem inúmeras pontes e quase todas de madeira, é preciso construir pontes em concreto para escoamento dos grãos, pecuária, agricultura, além de promover a interligação dos municípios. Os demais deputados da região fizeram coro com o pronunciamento e endossaram os pedidos à governadora Ana Júlia Carepa. Universitários oriximinaenses fazem intercâmbio cultural Estudantes do curso de História, do núcleo em Oriximiná da UFPA fizeram uma visita de estudos a Óbidos. A iniciativa objetivou a contextualização da disciplina História da Amazônia I, ministrada pelo professor Élcio Monteiro. Como aula de campo, os alunos visitaram o antigo Quartel, hoje Casa da Cultura, o Forte Pauxis e outros pontos turísticos integrantes do Museu Contextual, que conta a História da Cidade de Óbidos em placas espalhadas pelo centro da cidade. Os alunos puderam conhecer o importante patrimônio histórico obidense, tema de várias monografias e teses acadêmicas. O prefeito de Oriximiná, Argemiro Diniz, aplaudiu a iniciativa do professor Élcio Monteiro. “É uma felicidade muito grande ver que todo o esforço que fizemos para ampliar a quantidade de cursos de nível superior oferecidos aos oriximinaenses está resultando na formação de uma juventude ética e comprometida com a realidade regional, preservando a memória cultural”, comemorou. OPINIÃO 6 MARÇO - 2007 H istoricamente, a palavra “homenagem” significa a promessa de fidelidade que o vassalo fazia a seu senhor feudal; demonstração ou prova de respeito e veneração. Falarei sobre algumas músicas de homenagem, registradas no catálogo de minha obra musical, onde figuram quase 30 hinos, tais como: “Hino ao Centenário do Teatro da Paz” (letra: Emir Bemerguy); “Hino da Justiça do Trabalho”; “Hino da Escola de Música Maestro Wilson Fonseca”, “Hino da Escola Estadual de Ensino Médio ‘Maestro Wilson Dias da Fonseca’”; “Hino da Justiça Eleitoral”; “Hino da Associação Amigos do Theatro da Paz”; “Hino do Tribunal de Justiça do Estado do Pará”. É bem extenso o hinário produzido pela família Fonseca. O meu avô paterno (José Agostinho da Fonseca) fez uma dúzia de 12 hinos; e meu pai (Wilson Fonseca) produziu quase uma centena de hinos, além de marchas e dobrados (46). Há “Valsas Santarenas” dedicadas a pianistas: Ana Maria Adade (nº 42), Cíntia Vidigal (nº 44), Maria Helena de Andrade (nº 45), Adriana Azulay (nº 47), Lenora Menezes de Brito (nº 49), Ana Maria Souza (nº 50) e Eliana Cutrim (nº 52). A primeira homenagem dessa série de “Valsas Santarenas” é a de nº 6, dedicada à minha mãe (Rosilda), a quem eu já oferecera a “Pequena Valsa para uma B elízia era o nome dela. Ela sempre me dizia: - “Olha, qualquer dia desses vais apanhar da Matinta Perera...!” E eu respondia: - “Não vou apanhar, não! Eu não vou mexer com ela”. E assim o tempo ia passando. A velha Belízia dizendo que eu ia apanhar e eu dizendo que não, pois não mexia com nenhuma Matinta Perera... Quem assim vai falando é Djalma Nogueira dos Santos, mais conhecido por DD, velho morador do Mosqueiro, balneário de Belém, onde trabalha como caseiro. - Em certo dia, à boca da noite caiu uma chuva pros lados do Chapéu Virado e eu corri para casa de um amigo meu esperar que passasse. Seriam umas 9 horas quando estiou e eu resolvi ir embora. Aí ele me deu um pedaço de pau para me proteger, dizendo que eu segurasse na mão, pois pela vizinhança tinham uns cachorros muito brabos. Eu ia do Chapéu Virado para a Estrada do Natal do Murubira. Saí da casa do amigo, e tinha uns vinte metros que eu ia andando, quando ouvi a bicha (a Matinta Perera) assobiar na minha frente. Aquilo parece que me levantou. E eu disse O episódio se passou aí por volta de 1921. Meu pai, Areolino, tinha 5 anos de idade e era o rebento mais novo do coronel Joaquim Gomes do Amaral. Quando ele nasceu, em 1916, minha avó Nila contava 42 anos, meu avô 54 e a vida financeira deles seguia num mar de rosas diante dos altos lucros do cacau e da pecuária. Para o casal, com os filhos mais velhos(três moças e três rapazes) já quase todos criados, a chegada de um filho extemporâneo foi como a de um neto esperado. Meu tio, Quincas Amaral, contava que nas dores da minha avó para ter meu pai, foi ele o irmão encarregado de pegar e matar a galinha para o preparo da tradicional canja da parturiente. Era costume, naquela época, as mulheres permanecerem deitadas durante quarenta dias após o parto, em resguardo e com alimentação leve, deixando a amamentação, nesse período, ao encargo das conhecidas mães de leite. Por essa razão, ou pela fibra das mulheres de antigamente, minha avó sempre esbanjou uma saúde invejável, mesmo tendo parido nove filhos - dois ela perdeu - com parteiras do interior. Lembro que, com mais de oitenta anos, por insistência das filhas, mas muito constrangida, ela foi levada quase à força para fazer seu primeiro exame ginecológico e os médicos ficaram tomados de espanto com o útero de menina que ela tinha. VICENTE MALHEIROS DA FONSECA [email protected] Músicas de homenagem Grande Mãe” (1970), com letra de meu irmão José Wilson. A de nº 16 é dedicada a meus filhos Vicente e Adriano. A de nº 33, à minha filha Lorena e à minha sobrinha Ana Paula. Aliás, para a Lorena dediquei também a valsa nº 46 (por ocasião de seus 15 anos, quando foram tocadas outras valsas que compus para ela: “Lorena” e “Valsa dos Sete Anos”). Para a professora Rachel Peluso, dediquei a valsa nº 39; e para a soprano Gioconda Peluso, a valsa nº 41. Para a minha sobrinha “Isabelle”, a valsa santarena nº 43. Para o meu pai, escrevi três valsas santarenas: a de nº 40 (“Valsa dos 80 Anos”); a de nº 48 (“Lira Renovada”); e a de nº 51 (“Lira Iluminada”, com letra minha). A ele dediquei a “Valsa dos 70 Anos”; e a valsa “Bodas de Ouro”, aos meus pais. Em homenagem póstuma de meu pai, fiz a “Suíte ao Maestro Isoca” (Orquestra de Violinos e Piano a 4 mãos). Outras composições que ofereci a meus familiares foram as valsas “Neide” (esposa), “15 de Dezembro” (data de nascimento de Vicente Filho), “9 de Janeiro” (data de nascimento de Adriano) e “Valsinha em Fá” (ao Vicente Neto, recém-nascido). Compus valsas para festas de 15 anos, além da “Lorena”, como as de nomes “Eliane”, “Amanda” e “Isabelle”. A preferência pela valsa de homenagem também é observada nas músicas “Ana Paula”, “Valsa para Marina”, “Zuíla Maria” e “Júlia”. O dobrado “14 de Julho” é homenagem à Neide, em alusão à data em que começamos a namorar em 1971. A ela também dediquei a composição “Acalanto”. O choro “Os Três Peraltas” é dedicado aos meus três filhos. A cantiga infantil “Serrador”, ao Vicente Filho. A “Canção de Janeiro” é homenagem à Neide, nascida nesse mês, enquanto que a “Canção de Março” alude ao mês de meu nascimento. Escrevi o maxixe “Quase aos 50” quando eu estava para completar aquela idade. Ao Papa Bento XVI (Joseph Ratzinger), pianista, dediquei a “Ave Maria”, para a qual fiz quase 40 arranjos com diversas formações instrumentais e vocais. “Senta a Puia” (duo para vibrafone e violoncelo) é dedicado à percussionista paraense Cláudia Oliveira Lacourt. Na minha obra musical há uma série de canções dedicadas a cantoras líricas, com letras de minha autoria: “Canção para Adriana” (Clis, soprano), “Canção para Gabriella” (Pace, soprano), “Canção para Luciana” (Bueno, mezzo-soprano), “Canção para Raquel” (Soares Pereira, soprano) e “Canção para Silviane” (Bellato, soprano). Para o tenor santareno Expedito Toscano, fiz a marcha-rancho “Canta Seresteiro”. Para o Coral da Justiça do Trabalho, a “Pequena Oração” (letra de José Wilson). Para músicas de meu pai, escrevi algumas letras, tais como: “Be-lém, Belém” (que contou com a parceria de José Wilson), “Valsinha em Si Menor”, “Samaritana (2)” e “Santarém Pôr-de-Sol”. Foi uma forma ainda de homenagear o “velho”. Há músicas com letras de vários parceiros: José Wilson, João Luís Sarmento, Emir Bemerguy, Felisbelo Sussuarana, Felisberto Sussuarana, Irmã Marília Menezes, Maria Célia Marques, Milton Meira, Célio Simões, Bruno de Menezes, Silvério Sirotheau Corrêa, Fernando Pessoa etc. De parceria com este notável poeta lusitano são as canções “Poeta Fingidor” (sobre o poema “Psicografia”), “Tenho Tanto Sentimento” e “Ao longe, ao luar” (que dediquei à violinista paraense Luciana Arraes). O catálogo de minha obra musical é bastante eclético, pois registra peças sinfônicas, de câmara, banda de música, sacras, coral e até sambas-enredos, como são os casos de “Nurandaluguaburabara” (letra de José Wilson), “Tempos de Criança” (letra de Emir Bemerguy) e “Lendas e Mitos” (letra de Renato Sussuarana). Há composições com arranjos inusitados: “Acalanto” (Quarteto de Cordas e Vibrafone); “Chorinho Pai D’Égua” (2 Violinos e Clarone); “Irurá” (Quarteto de Cordas e Pandeiro); “Procissão do Círio” (Quarteto de Cordas e Caixa; e, ainda, 2 Violinos e Clarone); “Tapajós” (Quarteto de Cordas e Vibrafone); “Tempo Breve” (Duo para Violino e Contrafagote); e “Contraflauteando” (Duo para Flautim e Contrafagote). Compus arranjos para obras de outros compositores, como o “Hino de Óbidos” (Saladino de Brito): canto e piano; orquestra de sopros, coro a 4 vozes mistas, piano e percussão; coro a 4 vozes mistas e piano; trio para canto, clarinete e piano. Entretanto, foi para obras de meu pai e de meu avô paterno que elaborei mais arranjos, além daqueles produzidos para as minhas próprias composições. Para peças de meu pai, os arranjos: “Maria das Dores” – minha irmã (quinteto de cordas e piano); “Rosilda” – minha mãe (trio de violino, violoncelo e piano); “Um poema de amor” – dedicada a meu irmão Agostinho Neto (quarteto de cordas; quinteto de cordas; quinteto de metais; orquestra etc.); “Canção de Minha Saudade” – com letra de meu tio Wilmar Fonseca (orquestra sinfônica e piano; e orquestra de câmara); e “Santarém Pôr-de-Sol” (quarteto de cordas e piano; trio de violino, viola e violoncelo; canto e piano; quarteto de cordas; e duo de violoncelo e piano). Elaborei arranjos para a primeira e a última composição de meu avô: “Idílio do Infinito” (duo de clarinete e piano; quinteto de sopros, com ou sem piano; quinteto de cordas e sopros, com piano; deceto ou orquestra e piano; orquestra sinfônica e piano; quinteto de metais; e duo de tuba e piano); e “Ave Maria” (quarteto de cordas). Foi com a sua primeira composição centenária (1906) que meu avô conquistou a minha avó Ana. A todos, enfim, presto a minha homenagem musical. mulher disse que nós não tínhamos. Pra quê? D. Belízia foi dizendo: - O que que não tem! Ainda esta noite eu estive lá e vi que teu marido tem um canteiro cheio de hortelã e tu me dizendo que não tem. Aí minha mulher disse: - Então, se é que tem, vá lá apanhar... E D. Belízia saiu resmungando: - Ora, dizendo que não tem. Se esta noite eu estive lá... Minha mulher quando chegou me contou. E aí eu disse pra ela que toda noite realmente eu ouvia a Matinta Perera assobiar no meu quintal. Pois era ela, a D. Belízia! Sim, senhor, era ela, a sem vergonha! E DD continua dizendo que aquela Matinta Perera se transformava em vários bichos: podia ser um porco, um cachorro, um cavalo, uma galinha cheia de pintos. E quando duvidavam dela ou com ela mexiam, ela surrava as pessoas, que apanhavam e não sabiam nem de onde era... Ela só se transformava em galinha cheia de pinto quando estava acuada... Pois aí as pessoas viam aquilo e não achavam que podia ser a Matinta Perera, mas era ela mesma! Ela fazia muitas maldades com as pessoas, malinava mesmo. Anos depois D. Belízia morreu. Dizem que deixou sua herança de Matinta para uma sobrinha... Eu não sei, porque logo depois eu me mudei... Mas dizem que a sobrinha continuou, pois que nos anos que se seguiram, ouvia-se por aquelas redondezas, ao chegar da noite: - Firifififiu... Firifififiu... Fazendas. E o bode, logo apelidado de Malhado, foi a marca e a grande paixão da infância do meu pai. Ele o domesticou e se apegou de tal forma ao animal que, mesmo à noite, o bicho só parava de berrar se fosse dormir em cima de uma esteira de junco, na varanda do São Braz. Meu pai, moleque que gostava de andar nu, assim ficava o dia inteiro pra cima e pra baixo montado no bode, para agonia e muito ralho da minha avó. Um dia o navio Moacir encosta no porto e logo foi esticada uma prancha larga para permitir que a família do coronel Amaral fosse a bordo. As moças escolhendo os melhores panos e perfumes, enquanto o meu avô fazia o acerto sobre o embarque de um lote de gado que estava à espera. Pois nessa hora – estamos falando de uma manhã ensolarada de 1921 – nu como veio ao mundo, meu pai montou no bode e foi subindo a prancha do navio, sendo notado somente quando já estava no meio da viagem. Deram o alarme, mas, para que o bode não se espantasse, o jeito foi deixar que a dupla seguisse em frente até o fim da jornada, evitando o risco de despencar no rio. No fim, segundo contava minha avó, meu pai foi aplaudido e recebeu vários pacotes de bolacha dos passageiros. Mas, o mais incrível sobre esse episódio aconteceu depois do susto. Entre os passageiros do Moacir viajava um fotógrafo que pediu licença para fazer o registro do meu pai montado no bode. Sempre ouvia minha avó contar orgulhosa sobre essa façanha infantil do meu velho e sobre a existência dessa velha fotografia. Minha mãe também me dizia que chegou a ver a foto, mas que a mesma tinha sumido, provavelmente havia sido perdida quando nossa família se mudou para uma outra casa lá mesmo no Paraná da D. Rosa. Pois há coisa de uns cinco anos, e aqui mesmo em Belém, minha mãe organizava uns velhos documentos deixados pelo meu pai, quando encontrou dentro de um envelope roído pelas traças, a bendita fotografia. Apesar de muito antiga e em formato pequeno, a foto ainda estava bem nítida e conservada. Feliz por ter em mãos aquela preciosidade, tratei de descobrir um especialista em restaurar velhas fotografias, mandei ampliá-la, coloquei moldura e dei para minha mãe como um presente surpresa no Natal de 2002. A foto do menino nu, montado no bode Malhado, agora ocupa lugar de destaque na sala de visitas do apartamento da minha mãe. Muito honrado por ser filho do seu Areolino e apreciador incondicional da grandiosa infância que ele viveu, eu tenho a imensa satisfação de mostrar essa fotografia a quem se deu ao sacrifício de ler este meu relato. Meu pai, Areolino Amaral, em 1921, montado no Malhado. WALCYR MONTEIRO [email protected] A velha Belízia comigo mesmo: - “Ó, meu Deus, será que é hoje?” A noite escura, não se via nada e davam aqueles relâmpagos a assustar mais ainda. E eu ouvia aqueles assobios, ora a minha frente, ora atrás de mim. Eram uns assobios fortes: - Firifififiuuuu... Continuei andando e os assobios me seguindo. De vez em quando ela dobrava: - Firifififiu... Firifififiuuuu... E assim continuamos, eu andando, ela me seguindo e as- Quando meu pai nasceu, o ambiente na Fazenda São Braz era esse, de total prosperidade e alegria. Os irmãos o paparicavam como se fosse um filho e os pais como se fosse um neto. Meu avô, estando no auge do poder e da sua condição financeira, podia fazer todas as vontades do filho caçula. A madrinha de batismo foi uma das irmãs, minha tia Alda, que estava desabrochando, aos dezessete anos, no apogeu de uma rara beleza que impressionou meio mundo de homens. Diziam, e as velhas fotos não mentem, que ela foi a moça mais bonita do seu tempo. Meu pai sempre lhe tomava a benção respeitosamente e a chamou de “madrinha Alda” até no dia em que, muito alquebrado pela doença, reuniu o que lhe restava de forças para uma última visita de despedida à irmã. Dona Alda era um grande papo e continuou caminhando por esta vida mais alguns anos depois do meu pai, tendo conservado uma lucidez impressionante até às vésperas da sua morte aos 101 anos. Ao comentar sobre a sua juventude de rara beleza, ela me dizia com um sorriso irônico e com tudo o mais que aquelas palavras pudessem significar, que só de olhar pra ela, qualquer homem era capaz de urinar nas paredes Mas caiu de paixão apenas por um deles, Marcio Corrêa, numa união cheia de felicidade que gerou sete filhos. Perdeu o marido ainda muito jovem e, numa atitude não rara às sobiando, até mesmo passando a casa dela. Depois aquilo se afastou e eu fiquei tranqüilo. Deixei passar o tempo... Não assobiou mais. Não ouvi mais nada. Aí retomei meu caminho. No que me afastei da casa de meu tio e peguei o caminho de casa, os assobios recomeçaram e aí é que ela assobiou forte e eu fiquei apavorado. Mas também foi só aquilo. Quando ouvi de novo, o assobio já estava longe... Cheguei sem mais problemas em casa, onde encontrei meu pai esperando por mim. - Olha, ela não vinha junto contigo? Eu disse: - Desde lá de fora. Era uma hora atrás, outra na frente. - Ela não te surrou por que ela te conhece. Mas ela está te amedrontando. Te conhece, se não tu tinhas apanhado. Mas se tu continuares, vai acabar apanhando... E eu falei!: - Não, não vou apanhar porque eu não vou mais. Aí eu não saí mais à noite, só de dia. Quando dava umas sete horas eu já vinha m’embora pra casa, porque eu fiquei com medo desta história toda... O tempo passou. Anos mais tarde eu me casei e lá um belo dia D. Belízia encontra minha mulher e pede uns galhos de hortelanzinho para fazer um chá, pois ela estava com dor de barriga. Minha ADEMAR AYRES DO AMARAL [email protected] O menino e o bode mulheres respeitáveis daquele tempo, optou por assumir até o fim um papel digno de grande mãe, batalhando para bem encaminhar os filhos, nos muitos anos de sua viuvez. Um dos grandes negócios do meu avô era fornecer carne bovina para a Amazon River e a outros importantes clientes da capital, também cedendo seus vastos campos de várzea para a engorda do gado comprado em sociedade com um certo senhor José Inglês, tendo como agente um luso muito rico e depois amigo e compadre, a quem chamavam de Jaboti. Na época, o Paraná da D. Rosa permitia calado para qualquer tamanho de navio e logo se tornou passagem dos vapores da Amazon River e de outros, com parada obrigatória no porto do coronel Amaral. Além das relações comerciais com gente graúda de Belém, meu avô acabou amigo dos donos e da maioria dos comandantes desses navios. O vapor preferido, mais confortável e bem equipado de todos era o Moacir, que muitos anos depois acabou naufragando na Baia de Curralinho. Nas viagens que fazia a Belém com a família, o coronel embarcava no próprio porto da fazenda e todos viajavam de primeira classe com tratamento digno de rei. A história do bode aconteceu numa dessas paradas do vapor Moacir. Desde criança meu pai mostrava uma rara vocação para as lidas da fazenda e vivia azucrinando o coronel para ganhar um cavalinho. Como ele era muito pequeno para montar a cavalo, o pai lhe deu um bode manso que havia recebido como presente do grande amigo João Anastácio, poderoso dono do cacaual São José, da linda Fazenda Nava e, por coincidência, avô do meu futuro amigo Célio Simões. O cacaual São José há muito foi levado pelo Amazonas, mas a Fazenda Nava continua desafiando o tempo e a tradição, lá no Igarapé das ATUALIDADES MARÇO - 2007 7 Prefeito de Juruti bate na Alcoa O Prefeito de Juruti, Manoel Henrique Gomes Costa, mandou um ofício à Alcoa, endereçado ao gerente de Sustentabilidade do Projeto Juruti, Maurício Macedo, em termos duros, exigindo melhor tratamento ao município, em razão dos impactos ambientais e sócioeconômicos da implantação da lavra de bauxita. “Percebemos que não estamos sendo levados a sério. O tratamento dado pela empresa ao Poder Público constituído é de descaso. A referência da empresa no mu- nicípio não tem sido a Prefeitura, mas terceiros. A agenda positiva que lançamos há mais de um mês com toda a pompa e inclusive com a presença da governadora do Estado do Pará não deu nenhum passo significativo de lá para cá”, bateu o prefeito. Alinhando os problemas criados pela chegada do Projeto - vias públicas totalmente destruídas, aumento da violência, excessivo aumento de atendimentos no Hospital Municipal, aumento considerável do número de alunos nas Escolas Munici- pais (inclusive de fora do município) – o prefeito reclama que os impostos arrecadados são insuficientes para fazer face às necessidades. Manoel Henrique lembrou que, durante o processo de Audiências Públicas, “criou-se uma grande expectativa de que o nosso município seria beneficiado enormemente, inclusive com a garantia de geração de renda e empregos e hoje o que estamos presenciando é que empresas de fora estão assumindo serviços que bem podiam ser assu- midos por jurutienses (fornecimento de alimentação, material de construção, aluguel de veículos, e outros)”, denunciou. O prefeito afirma que os números divulgados para o mundo inteiro acerca do percentual de jurutienses empregados nas empresas terceirizadas não corresponde à realidade. Diz que tem conhecimento de pessoas de outros municípios que se inscreveram para trabalhar fornecendo o endereço de Juruti e não do município de origem, e que a empresa não checa essas informações. Em tom educado mas incisivo, o prefeito informa a Alcoa, no ofício, que a partir de agora pretende mudar sua postura, assumindo definitivamente o comando das ações e rediscutindo todos os pontos até então acertados e não cumpridos, inclusive todo o conteúdo da Agenda Positiva que, em face da grandeza das riquezas que serão retiradas do solo, é considerado insignificante para as pretensões do município. E finaliza com um golpe contundente: “Ademais, informamos ainda que estaremos retomando, a partir desta data (28 de fevereiro), o domínio público da Estrada da Terra Preta como forma explícita de que aquilo que é público deve permanecer nesta condição, a não ser que em função dos interesses maiores da sociedade jurutiense, seja dado outro destino. Aguardamos o posicionamento oficial desta Empresa quanto às questões aqui levantadas a fim de que tenhamos nosso papel preponderante de Agentes Políticos do município respeitados”, fulminou o prefeito. Alcoa se defende e dá sua versão ao imbroglio Através de nota de sua assessoria de comunicação enviada ao Uruá-Tapera, pedindo publicação, a Alcoa esclarece que, em relação aos fornecedores locais, dos R$ 21,5 milhões investidos ano passado em empresas paraenses, através da aquisição de bens e serviços para a instalação de sua mina em Juruti, cerca de R$ 15 milhões corresponderam à participação de fornecedores atuantes em Juruti e Santarém. Além disso, no início deste ano foram formali- zados contratos de grande porte com duas empresas paraenses para a compra de dormentes de concreto para a ferrovia e serviços de transporte fluvial, levando a um aumento substancial do montante comprometido de compra, diz a nota. “No ano de 2006, a Alcoa recolheu junto à Prefeitura de Juruti o montante de R$ 1,4 milhão em ISS. No tocante à valorização e utilização da mão-deobra local, em dezembro de 2006 já havia cerca de 2.200 funcioná- rios atuando na construção da nova mina, sendo 53% naturais do município de Juruti, 29% de outras regiões do Pará e apenas 18% oriundos de outras cidades do Brasil”, complementa. Segundo o gerente de Aquisição e Logística da Alcoa em Juruti, Cláudio Vilaça, o fortalecimento e valorização da economia local é um dos princípios de atuação da Alcoa. Como iniciativa voltada especificamente ao empresariado de Juruti e regiões pró- ximas, a Alcoa firmou parceria com a Associação Comercial e Empresarial de Juruti, o PDF e o Instituto Esperança de Ensino Superior, Pós-graduação, Extensão e Pesquisa, para a criação do curso de Gestão Empresarial, que beneficia cerca de 45 empresários locais. A primeira etapa do curso foi iniciada em dezembro de 2006 e tem término previsto para abril de 2007. Dividido em quatro módulos, o curso tem como foco conhecimentos sobre estratégia, marketing, finanças e tributos, atendendo às demandas dos empresários de Juruti e Santarém, levantadas durante seminários realizados nos dois municípios, no primeiro semestre de 2006. Conforme o gerente de Sustentabilidade e Assuntos Institucionais da Alcoa em Juruti, Mauricio Macedo, juntamente com as ações diretas de incentivo ao empresariado jurutiense, é destinada atenção especial à qualificação da mão- de-obra local para assegurar mais oportunidades e competitividade aos profissionais da região. “O Programa de Qualificação de Mão-de-Obra beneficiará mais de dois mil profissionais e, hoje, mais de 80% dos funcionários que trabalham nas obras de implantação da Mina de Juruti são paraenses”, destaca. O referido programa foi desenvolvido a partir de parceria formal de dois anos entre a Alcoa e o SENAI, assinada em junho de 2006. CRVD confirma pesquisa de bauxita no Baixo Amazonas A Companhia Vale do Rio Doce está mesmo prospectando bauxita em área vizinha ao local do projeto da Alcoa, em Juruti, mas a empresa diz que apenas realiza estudo preliminar. A expectativa é de que em breve a mineradora inicie as consultas públicas para implantação do projeto de lavra. Após um encontro com empresários na Federação das Indústrias do Pará (Fiepa), o diretor de assuntos corporativos da Vale do Rio Doce, Tito Martins, disse que a CVRD está sendo conservadora na divulgação de novos projetos, que só está divulgando aqueles que já estão licenciados. “No passado nós pecamos por anunciar investimentos e, por força maior, o cronograma foi prejudicado por falta de licenciamento”, disse Martins. A Vale é uma das acionistas da Mineração Rio do Norte, que explora bauxita em Porto Trombetas, em Oriximiná. Além das jazidas do Trombetas, de Paragomi- nas e de Juruti, a Rio Tinto, uma das maiores mineradoras do mundo, anunciou recentemente a descoberta de uma jazida gigante entre os municípios de Alenquer e Monte Alegre. A empresa vai ter que se esforçar um bocado para obter licença de exploração, uma vez que grande parte da jazida está situada na Estação Ecológica do Grão-Pará, uma unidade de preservação integral em que a atividade mineradora não é permitida. VARIEDADES 8 MARÇO - 2007 A lô, Franssi. Hoje vou dedicar estes escritos ao meu amigo Walcyr Monteiro, o afamado pesquisador de assombrações. Diz o folclore popular que visagem é um ser sobrenatural de mau agouro. Quem vê uma coisa dessas, geralmente nas horas mortas da noite, fica ou está mundiado, muitas vezes passa a ser atazanado, malinado, perseguido pela estranha criatura. Tem gente que vira cavalo, porco, cachorro, porca, etc, nas noites de luar. Quem já presenciou esses fatos assombrosos conta que quem tem o poder de virar bicho geralmente é pálido, amarelão, calado, arredio, talvez temendo que seu segredo seja descoberto. Diz a tradição popular que na lua cheia o ser, ainda humano, dirige-se para a beira da praia, para o meio do mato, para a capoeira, para uma rua erma e depois de se debater vai se transformando pouco a pouco no “bicho”. Cumprido o fato, o animal volta a ser gente outra vez. Pois é. O fato que vou relatar aconteceu comigo. Eu não estava no meio do mato, não era noite de luar, ninguém me atazanou, malinou, mundiou ou coisa parecida. Sempre estive em pleno gozo de minhas faculdades mentais e intelectuais. O meu amigo pesquisador de fama sabe que o sobrenatural não existe. Quando acontece algo que foge ao nosso entendimento a tendência é colocar a culpa em algo extraordinário, inusitado. Mas, na realidade tudo acontece em virtude de leis da natureza que ainda não descobrimos e mistificamos. Descoberta a lei, a causa, tudo perde a aura de fenômeno excepcional e vira coisa corriqueira. Foi assim com a lei da gravidade, com os descobrimentos científicos, etc. Mas o que eu quero dizer, Walcyr e leitores, é que já vi uma “visagem” (entre aspas) muito real, sim senhor. Isto não JOSÉ WILSON MALHEIROS [email protected] Uma visagem real é folclore. Vamos aos fatos. Vou dizer, inclusive, o nome dos personagens, com a coragem de quem fala a verdade. Quatro da tarde de uma quinta-feira, auditório da OAB, em Belém. Eu palestrava para uma platéia de mais de cem pessoas. Minha atenção estava concentrada no assunto da conferência, obviamente. A certa altura minha atenção é dispensada para a primeira fila de cadeiras na platéia, onde um senhor gordinho, cabelo meio “espeta-caju”, trajando calça de linho branca e blusão de azul bem clarinho, estava sentado e sorria para mim. Continuei dando aula. Momentos depois o personagem levanta-se do seu lugar, vem em minha direção, sempre sorrindo, passa por detrás, como quem vai apagar a lousa. Continuei a palestra, intimamente agradecido pela gentileza. Mas... quando precisei escrever no quadro vi que não estava apagado. Olhei para aquela cadeira da primeira fila e estava vazia. Confesso que fiquei de cabelos arrepiados. Olhei para a platéia e ninguém pareceu notar nada. Então, pensei: deve ser imaginação, minha. Mas o fato não me saiu da cabeça. Uma semana após fui à Reitoria da ESA, na OAB, receber meu pagamento. Atrás da cabeça do Reitor, lá estava, na parede, a foto que eu nunca havia visto antes. Era ele, o meu amigo da sala de aula. Meio espantado, perguntei e o Dr. Leonam Cruz me responde que era o patrono da escola, e “o pessoal diz que ele anda aqui pelo prédio, de noite”. Como meu pai já havia me falado dele, que era amigo de meu avô Malheiros e professor de Português e Inglês do meu velho, perguntei como era fisicamente o meu personagem. APOIO: PREFEITURA MUNICIPAL DE ORIXIMINÁ Izoca me descreveu exatamente como eu havia visto e estava lá na foto. Quando eu disse que havia visto a criatura, ele ainda me deu maiores detalhes, sorrindo, que realmente comprovaram a realidade. Nem a propósito, quando tornei a entrar na OAB, o porteiro, meu conhecido, me disse, sem que eu perguntasse, que um dos porteiros da noite havia visto o “homem da fotografia”. Como era evangélico jurou que era Satanás e nunca mais voltou nem para receber o aviso prévio. Ah, vocês já estão curiosos. Aqui vai o nome do personagem. Já contei o acontecido para o Paulo André e Tito Barata que deram sonoras gargalhadas. Acreditem se quiser. Mas, se não quiserem, não tem problema. Todos sabem que eu não brinco com coisa séria e não sou de potocas. O meu amigo da aula vespertina na OAB era o Dr. Alarico Barata, pai do Rui Barata. ... E aí Walcyr?